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Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 1 Semiologia em Clínica Médica III EXAME NEUROLÓGICO MARCHA OU EQUILÍBRIO DINÂMICO: 1. Avaliação da marcha: o paciente é solicitado a deambular para frente e para trás, tanto com olhos abertos quanto fechados. Outra maneira de avaliar a marcha é solicitar ao paciente que deambule encostando o calcanhar no hálux. 2. Marchas patológicas típicas: ceifante ou hemiplégica, anserina ou de pato, parkinsoniana, cerebelar ou do ébrio, tabética, vestibular ou em estrela e claudicante. EQUILÍBRIO ESTÁTICO: 1. Prova ou Teste de Romberg: em posição ortostática, com os calcanhares juntos e braços pendidos juntos ao corpo, olhando para frente. Após permanecer por alguns segundos nesta posição, o examinador solicita que o paciente feche os olhos também por alguns segundos. Em condições normais, nada se observa além de pequenas oscilações do corpo. O teste de Romberg é positivo quando, ao fechar as pálpebras, o paciente apresenta oscilações do corpo, demonstrando grande desequilíbrio e tendência à queda. A tendência à queda pode se apresentar de duas maneiras: a) Para qualquer lado e imediatamente após fechar os olhos, indicando lesão das vias proprioceptivas (tabes dorsalis, neuropatia periférica); b) Sempre para o mesmo lado após pequeno período de latência, indicando lesão da raiz vestibular do VIII par craniano (labirintopatias). No caso de lesões cerebelares, o paciente não consegue se manter de pé (astasia) ou o faz com dificuldade (distasia), alargando a base de sustentação pelo afastamento dos pés. No entanto, as alterações cerebelares não se modificam ou se acentuam quando a visão é interrompida (Romberg negativo). MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA, ESPONTÂNEA OU ATIVA: Solicitar ao paciente que movimente as articulações, de distal para proximal. Nos MMSS: mãos, punhos, cotovelos, ombros. Nos MMII: hálux, tornozelos, joelhos e quadril. Também dever ser testados os mesmos movimentos mediante o exercício de uma resistência imposta pelo examinador, opondo-se ao movimento solicitado. Sempre comparar um lado com o outro. 1. Graduação da força muscular: 0 – Sem contração 1 – Contração sem deslocamento articular 2 – Apenas movimento de lateralização 3 – Vence apenas a gravidade 4 – Vence gravidade, mas não vence a resistência 5 – Vence gravidade e resistência 2. Provas deficitárias: maior utilidade quando existe dúvida na graduação da força muscular. a) Mingazzini dos membros superiores (ou manobra dos braços estendidos): o paciente é solicitado a estender os MMSS e se manter nesta posição por 30 segundos. A manobra é positiva se algum membro apresentar tendência ou mesmo queda antes do outro; b) Mingazzini dos membros inferiores (ou apenas Mingazzini): o paciente é solicitado a ficar em decúbito dorsal, fazendo uma flexão do quadril a 90º e das pernas a 90º, devendo Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 2 Semiologia em Clínica Médica III se manter nesta posição por 30 segundos. A manobra é positiva se uma das pernas apresentas fraqueza, com tendência ou mesmo queda. c) Barré: o paciente é solicitado a ficar em decúbito ventral, com a flexão do joelho a 90º e permanecer por 30 segundos. Os critérios de positividade é o mesmo dos anteriores. TÔNUS MUSCULAR: Áreas de atrofia ou hipertrofia podem ser detectadas já através da inspeção. Para a avaliação do tônus, o examinador deverá observar a movimentação passiva das articulações, ou seja, o examinador que executa o movimento, verificando a resistência que possa ser causada pelo paciente. Os membros devem ser testados de distal para proximal. Uma boa técnica para os MMSS é a movimentação “em ondas”, examinando todo um segmento ou grupo muscular de uma só vez, lembrando-se sempre de comparar um lado com o outro. Nos MMII, efetuamos sequências de flexão e extensão. Quando encontramos pouca resistência ao movimento, denominamos hipotonia. Se há muita resistência, hipertonia. 1. Hipotonia: pode ter origem cerebelar ou por lesão do 2º neurônio motor. 2. Hipertonia: a) Espástica (piramidal, 1º neurônio motor): nota-se uma resistência inicial ao movimento e depois o movimento se torna mais fácil. Ao ser solto, o membro tende a voltar para a posição inicial. Ou seja, a hipertonia é elástica e seletiva, com predomínio de flexão nos membros superiores e extensão nos inferiores, como ocorre nas sequelas de AVC (postura de Wernicke-Mann). b) Plástica (extrapiramidal): a resistência ao movimento é intermitente, observando o característico sinal da “roda denteada”. Ou seja, a resistência é plástica e não eletiva, como ocorre nos casos de parkinsonismo. COORDENAÇÃO MOTORA: 1. Dedo-nariz: na posição sentada, o paciente é solicitado a estender os braços. Com os olhos abertos, deve tocar levemente a ponta do nariz com o dedo indicador, com um dos braços de cada vez. Em seguida, a mesma manobra deve ser realizada de olhos fechados. A manobra é considerada alterada (dismetria) quando o examinador observar desarmonia dos movimentos, se o alvo não é atingido (ou é atingido com força desproporcional) ou é ultrapassado, errado. 2. Calcanhar-joelho: em decúbito dorsal, o paciente é solicitado a deslizar gentilmente um dos calcanhares na face anterior da perna contralateral (tuberosidade da tíbia até dorso), em movimentos repetitivos. A prova deve ser realizada em ambos os MMII. Em seguida, a mesma manobra deve ser realizada de olhos fechados. A manobra é considerada alterada (dismetria) quando o examinador observar desarmonia dos movimentos, se há a tendência do paciente em escorregar o pé para um dos lados ou se o alvo é ultrapassado. 3. Movimentos alternados ou Diadococinesia (capacidade de realização de movimentos alternados): na posição sentada, o paciente é solicitado a realizar supinação e pronação das mães, de maneira repetitiva, por alguns segundos. Quando estes movimentos não são harmônicos ou mesmo completamente dissociados, o examinador está diante de um quadro de disdiadococinesia. Tal alteração é comumente vista em disfunções cerebelares. Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 3 Semiologia em Clínica Médica III SENSIBILIDADE: Sempre comparar um lado com o outro e também observar se existem padrões de distribuição da perda de sensibilidade, como “em luva”, “em bota” ou específico das radiculopatias. SUPERFICIAL 1. Tátil (utilizar algodão ou filamentos de nylon): testar MMSS, ventral, dorsal e MMII, de distal para proximal, região por região, de maneira linear e também circunferencial. 2. Dolorosa (utilizar um estilete de ponta romba): testar MMSS, ventral, dorsal e MMII, de distal para proximal, região por região, de maneira linear e também circunferencial. 3. Térmica: podem ser utilizados tubos com água quente e fria, caso haja disponibilidade. No entanto, é importante saber que as sensibilidades térmica e dolorosa vêm do mesmo trato (espinocerebelar posterior). PROFUNDA 1. Vibratória (utilizar o diapasão): colocar o cabo do diapasão vibrando em contato com as proeminências ósseas. Nos MMII, testar hálux, maléolo medial, maléolo lateral, tuberosidade da tíbia, devendo o paciente informar quando pararam as vibrações e sente apenas o cabo do diapasão encostado. Nos MMSS, testar articulações interfalangeanas, processo estiloide da ulna, olécrano. Localizações adicionais podem ser testadas em casos selecionados, como crista ilíaca anterossuperior, proeminências vertebrais, etc. 2. Cinético-postural, tato epicrítico ou proprioceptiva: nos MMII, seguramos o hálux do paciente e solicitamos que este observe o dedo em posição neutra. Em seguida, solicitamos ao paciente que mantenha os olhos fechados e executamos o movimento de flexão-extensão, de modoque o mesmo deve indicar corretamente a posição na qual o movimento parar (conforme escolha do examinador), se “para cima” ou “para baixo”. Nos MMSS, a mesma manobra é realizada utilizando o indicador. SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA: 1. Sinal de Brudzinski: em decúbito dorsal, o paciente repousa a cabeça na mão do examinador, da maneira mais relaxada possível. O examinador realiza o movimento de flexão cervical. Caso haja irritação meníngea, o paciente irá flexionar os membros inferiores. 2. Sinal de Lasègue: com o paciente em decúbito dorsal, com os MMII estendidos, o examinador faz a elevação de um dos membros inferiores. Em caso de irritação meníngea, o paciente refere dor na região posterior da coxa. 3. Sinal de Kernig: em decúbito dorsal, tendo o paciente com a coxa fletida a 90º com o quadril e perna a 90º de flexão com a coxa, o examinador provoca a extensão do membro inferior. Em caso de irritação meníngea, o paciente refere dor na região posterior da coxa e apresenta resistência ao movimento, eventualmente com flexão da perna contralateral. REFLEXOS: Deve ser utilizado o martelo de reflexos para os reflexos profundos e estrutura de ponta romba para os reflexos superficiais, percutindo diretamente o local indicado com ou sem interposição de dedos do examinador. Um lado deve ser comparado com o outro. Quando há hiperreflexia, a área reflexógena se expande, de modo que podemos obter a mesmas respostas com o estímulo das áreas circunjacentes. As respostas devem ser classificadas como: normorreflexia, hiporreflexia (quando são necessárias mais de 1 percussão para obter um reflexo adequado), arreflexia Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 4 Semiologia em Clínica Médica III (geralmente presente nas lesões do 2º neurônio motor) e hiperreflexia (geralmente presente em lesões da via corticoespinal – 1º neurônio motor). 1. Superficiais ou exteroceptivos: tipicamente abolidos na síndrome do 1º neurônio motor. a) Cutâneo-plantar: com o paciente em decúbito dorsal, a região plantar é estimulado com estrutura de ponta romba, no sentido póstero-anterior. A resposta normal (a partir dos 18 meses de vida, quando já ocorreu a mielinização completa do trato corticoespinal) é a flexão do hálux e artelhos. Caso seja observada uma resposta anormal, com extensão do hálux e abertura em leque dos artelhos, chamamos de Sinal de Babinski (encontrados nas lesões piramidais, 1º neurônio motor). b) Cutâneo-abdominal: com o paciente em decúbito dorsal, com o uso de uma estrutura de ponta romba, estimula-se no sentido latero-medial a região abdominal a ser avaliada (supraumbilical, umbilical ou infraumbilical). Como resposta observamos o desvio da cicatriz umbilical e linha alba para o lado estimulado. 2. Profundos, musculares ou miotáticos: sempre comparar um lado com o outro. a. Aquileu (nervo tibial): sem que paciente esteja com os pés apoiados, percutir o tendão de Aquiles. A resposta esperada é a flexão do pé. b. Patelar (nervo femoral): percutir o tendão do quadríceps femoral. Espera-se a extensão da perna. c. Flexor dos dedos (nervo mediano): percutir a aponeurose do carpo ou a superfície palmar com interposição dos dedos do examinador ou superfície dorsal da falange distal (sinal de Wartenberg). Espera-se a flexão dos dedos. d. Supinador ou estilo-radial (nervo radial): percutir a apófise estiloide do rádio. Espera- se o movimento de supinação. e. Pronador (nervo ulnar): percutir o processo estiloide da ulna. Espera-se o movimento de pronação. f. Bicipital (nervo músculo-cutâneo): percutir o tendão distal do bíceps braquial na fossa cubital, interpondo o polegar da mão contralateral do examinador. Espera-se a flexão e supinação do antebraço. g. Tricipital (nervo músculo-cutâneo): percutir o tendão distal do bíceps. Espera-se a extensão do antebraço. Os próximos 3 são conhecidos como reflexos da face, sendo também profundos. Têm como via aferente o V par craniano (trigêmeo) e como eferente o VII par (facial), sendo que o centro reflexógeno está na ponte. h. Glabelar ou orbicular das pálpebras: solicitar ao paciente que se mantenha olhando para baixo e percutir a fronte ou glabela com a interposição do dedo. A resposta esperada é a contração do músculo orbicular do olho e consequência fechamento palpebral, sendo a resposta bilateral. i. Orbicular labial: percussão na linha média entre o lábio superior e o nariz. Espera-se a contração do músculo orbicular dos lábios causando elevação e protrusão do lábio. j. Mandibular ou mentoniano: solicitar ao paciente que mantenha a boca entreaberta e percutir a região do mento, com a interposição do dedo indicador. Espera-se a contração dos músculos da mastigação, provocando o fechamento da boca. NERVOS CRANIANOS: I – OLFATIVO: 1. Utilizar substâncias com odores conhecidos pelo paciente (como café, canela, baunilha, orégano, etc.) e não voláteis: com o paciente de olhos fechados, cada narina deve ser testada separadamente, tampando a narina contralateral. Um recipiente de cor não Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 5 Semiologia em Clínica Médica III sugestiva, contendo a substância a ser cheirada é colocado próximo à narina. As alterações devem ser classificadas: hiposmia (perda parcial da olfação), anosmia (perda total), parosmia (perversão da olfação, percebendo cheiros incorretos) e cacosmia (a maioria dos estímulos olfativos causa a percepção de cheiro desagradável). Obviamente, quadros locais, como rinite, devem ser descartados antes de tratar como alteração neurológica. II – ÓPTICO: 1. Acuidade visual: é testado com o auxílio de tabelas próprias de letras, que devem ser colocadas na distância indicada pelo fabricante, avaliando um olho de cada vez, ocluindo o olho contralateral. Podemos observar perda parcial da acuidade visual ou amaurose (perda total da visão). 2. Campo visual ou campimetria: o examinador se posiciona na frente do paciente (que deve estar sentado), solicitando que o mesmo fixe, com o olhar, um ponto no rosto do examinador (como a fronte ou um ponto entre os olhos) e percepção deve ser testada nos quatro quadrantes do campo visual por meio de movimentos realizados pelos dedos do examinador, com os braços abertos. As alterações devem ser classificadas em: a) Amaurose direita ou esquerda (lesão de nervo óptico); b) Hemianopsia heterônima bitemporal (lesão de quiasma óptico); c) Hemianopsia homônima direita ou esquerda (lesão do trato óptico); d) Quadrantopsia homônima esquerda ou direita (lesão do corpo geniculado). 3. Fundoscopia: com o auxílio de um oftalmoscópio, observamos os vasos retinianos (veia central da retina, artéria central da retina, arteríolas e vênulas) a mácula (área especializada no centro da retina, responsável pela visão nítida), a fóvea (depressão no centro da mácula, onde não são encontrados bastonetes, com máxima acuidade visual) e o disco ou papila óptica (onde podemos observar sinais de hipertensão intracraniana, como a perda dos seus limites de contorno). OCULOMOTORES: Para exame da motilidade ocular, o examinador deve segurar gentilmente no queixo do paciente, com o objetivo de impedir que este movimente a cabeça a fim de compensar uma deficiência. Em seguida, solicitamos que o mesmo fixe o olhar no dedo indicador do examinador e acompanhe os movimentos, que deverão ser amplos e em todas as direções (horizontal, vertical e tangencial). Em um segundo momento, solicitamos o paciente que fixe o olhar no dado indicador do examinador e acompanhe o movimento deste, que deve ser em direção ao nariz o paciente. 1. III – Oculomotor: responsável pela movimentação dos músculos oblíquo inferior, reto superior, reto inferior e reto medial. Quando o III par é acometido, observamos desvio do olhar para a lateral (fora). Ouseja, o paciente apresenta dificuldade de movimentação em praticamente todas as direções, exceto para a abdução do olhar. 2. IV – Troclear: responsável pela movimentação do oblíquo superior. Isoladamente, a paralisia do IV par é difícil de ser identificada. Uma pista pode ser o surgimento de diplopia quando o paciente é solicitado a olhar para baixo e para dentro. 3. VI – Abducente: responsável pela movimentação do reto lateral. Na paralisia do VI par, o globo ocular é desviado para a região medial (dentro). 4. Reflexos: devem ser anotadas as alterações (discoria, anisocoria, miose e midríase), como por exemplo: anisocoria E > D (pupila esquerda maior que a direita). a. Fotomotor direto: a luz é incidida tangencialmente na região pupilar de um dos olhos, provocando contração no lado estimulado. b. Fotomotor consensual: a luz é incidida tangencialmente na região pupilar de um dos olhos, provocando contração pupilar no olho contralateral. Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 6 Semiologia em Clínica Médica III c. Acomodação ou convergência: A reposta normal esperada é a convergência dos olhos, bem como contração pupilar bilateral. As alterações da motilidade ocular causam diplopia. Quando esta é de causa neurológica, tal sintoma desaparece quando um dos olhos é tampado. V – TRIGÊMIO: 1. Raiz motora (mastigação): solicitar ao paciente para abrir e fechar a boca e também morder um abaixador de língua e realizar leve tração. No lado acometido será mais fácil retirar o abaixador de língua. 2. Raiz sensitiva (oftálmica, maxilar e mandibular): deve ser testada a sensibilidade de cada uma das três raízes, utilizando um chumaço de algodão ou filamentos de nylon. Comparar as hemifaces. 3. Reflexo córneo-palpebral: a córnea do paciente é tocada com uma ponta de algodão, sendo a resposta normal o fechamento ocular bilateral. Os dois lados devem ser testados. VII – FACIAL: 1. Raiz sensitiva: gustação 2/3 anteriores da língua 2. Raiz motora (mímica facial): observar a presença mais acentuada ou a ausência (apagamento) de sulcos naturais (nasolabial, frontal). O paciente é solicitado a esboçar um sorriso, mostrar os dentes, franzir a testa, fazer bico, encher as bochechas de ar, piscar, elevar os supercílios. Durante estas manobras, o examinador deve observar se exista alguma assimetria, indicando acometimento da raiz motora deste par craniano. Neste momento, a diferenciação entre paralisia facial central e paralisia facial periférica é crucial. Na central, a fraqueza atinge o andar inferior da face (mais especificamente, um quadrante inferior) e ao sorrir a rima labial se desvia para o lado são. Na periférica (prosopoplegia ou paralisia de Bell), a fraqueza acomete toda uma hemiface, de modo que além da alteração de rima labial, o paciente não consegue fechar o olho com a mesma amplitude e existe a diminuição das rugas frontais. VIII – VESTIBULOCOCLEAR: 1. Raiz coclear: a audição deve ser testada com medidas simples inicialmente, solicitando ao paciente que acuse ouvir o som produzido pelos ponteiros de um relógio analógico posicionado próximo ao ouvido de interesse. Algumas provas podem ser realizadas para avaliar as conduções óssea e aérea: a) prova de Weber: um diapasão é estimulado a vibrar e com o seu cabo o examinador toca o topo da fronte do paciente, observando se a vibração é sentida nas duas hemifaces de forma igual; b) teste de Rinne: o diapasão é colocado vibrando no processo mastoide e o paciente deve informar assim que parar de perceber a vibração. Neste momento, o examinador posiciona as hastes do diapasão próximas ao ouvido externo. Em condições normais, o paciente deve continuar ouvindo a vibração. Fisiologicamente a condução aérea é maior do que a óssea. 2. Raiz vestibular: o equilíbrio é testado com a prova de Romberg (vide equilíbrio estático). IX e X – GLOSSOFARÍNGEO E VAGO: 1. IX - Glossofaríngeo: gustação 1/3 posterior da língua. 2. X – Vago (cordas vocais): o paciente é solicitado a vocalizar as vogais “a” e “e”. Durante essa vocalização, a resposta normal é a elevação do palato com boa amplitude e de forma simétrica. Quando um dos lados está acometido, ocorre o desvio do véu palatino para o lado contralateral (Sinal da Cortina). Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 7 Semiologia em Clínica Médica III XI – ACESSÓRIO: 1. Inervação do trapézio e esternocleidomastoideo: o paciente é solicitado a realizar elevação dos ombros e rotação da cabeça, com e sem resistência. XII – HIPOGLOSSO: 1. Desvio da língua: o paciente é solicitado a colocar língua para fora. Caso haja acometimento do XII par de um dos lados, a língua irá se desviar para o lado doente. A presença de fasciculações e atrofia da língua podem ser também observadas no lado acometido. ESCALA DE COMA DE GLASGOW: O valor final é a soma das melhores respostas ocular, verbal e motora, subtraída da resposta pupilar. OCULAR VERBAL MOTORA PUPILAR 4 Abertura espontânea 5 Orientado 6 Ao comando verbal 2 Inexistente 3 Ao som 4 Confuso 5 Localizadora 1 Parcial (1 pupila) 2 À pressão 3 Palavras 4 Flexão normal 0 Completa 2 (pupilas) 1 Ausente 2 Sons 3 Flexão anormal 1 Ausente 2 Extensão 1 Ausente MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL: ◾ Analfabetos – 14 ◾ 4 anos – 18 ◾ 4 a 7 anos – 20 Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 8 Semiologia em Clínica Médica III ◾ Primeiro grau completo – 21 ◾ Segundo grau completo – 23 ◾ Universitário completo – 26 DESCRIÇÃO DO EXAME NORMAL Ausência de sinais de irritação meníngea; marcha atípica; equilíbrio estático preservado, Romberg negativo; motricidade e força muscular preservadas; coordenação preservada, eudiadococinesia; reflexos superficiais e profundos normais; sensibilidade superficial e profunda normais; pares cranianos preservados; pupilas isofotorreagentes; fala e linguagem normais; nível de consciência normal (Glasgow = 15); avaliação mínima do estado mental normal (total de 30 pontos). Fundação Educacional de Penápolis – FUNEPE Curso de Medicina – Disciplina de Semiologia em Clínica Médica 9 Semiologia em Clínica Médica III AVALIAÇÃO DE HABILIDADES – EXAME NEUROLÓGICO Nome: Data: MARCHA OU EQUILÍBRIO DINÂMICO SIM NÃO INC. Avaliou corretamente a marcha do paciente? Tem conhecimento das marchas patológica ou típicas? EQUILÍBRIO ESTÁTICO SIM NÃO INC. Realizou corretamente o teste de Romberg? MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA, ESPONTÂNEA OU ATIVA SIM NÃO INC. Solicitou ao paciente que realizasse movimentos com sem resistência? Graduou adequadamente a força muscular? Realizou adequadamente as provas deficitárias de Mingazzini e Barré? TÔNUS MUSCULAR SIM NÃO INC. Realizou corretamente a movimentação passiva das articulações? Reconhece adequadamente a hipotonia e as hipertonias? COORDENAÇÃO MOTORA SIM NÃO INC. Instruiu corretamente a prova Dedo-Nariz? Instruiu corretamente a prova Calcanhar-Joelho? Instruiu corretamente a prova de Movimentos Alternados? SENSIBILIDADE SIM NÃO INC. Avaliou corretamente as sensibilidades tátil, dolorosa e térmica? Avaliou corretamente as sensibilidades vibratória e cinético-postural? SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA SIM NÃO INC. Executou corretamente as provas de Brudzinski, Lasègue e Kernig? REFLEXOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS SIM NÃO INC. Pesquisou corretamente o reflexo Cutâneo-abdominal e Cutâneo-plantar? Pesquisou corretamente o reflexo Aquileu? Pesquisou corretamente o reflexo Patelar? Pesquisou corretamente o reflexo Flexor dos dedos? Pesquisou corretamente o reflexo Estilo-radial (supinador)? Pesquisou corretamenteo reflexo Pronador? Pesquisou corretamente o reflexo Bicipital? Pesquisou corretamente o reflexo Tricipital? Pesquisou corretamente o reflexo Glabelar, Orbicular e Mandibular? NERVOS CRANIANOS SIM NÃO INC. Avaliou corretamente o I par craniano (Olfativo)? Avaliou corretamente o II par craniano (Óptico)? Avaliou corretamente os nervos Oculomotores (III, IV e VI)? Avaliou corretamente o V par craniano (Trigêmeo)? Avaliou corretamente o VII par craniano (Facial)? Avaliou corretamente o VIII par craniano (Vestibulococlear)? Avaliou corretamente o IX e X pares cranianos (Glossofaríngeo e Vago)? Avaliou corretamente o XI par craniano (Acessório)? Avaliou corretamente o XII par craniano (Hipoglosso)? Avaliou corretamente o I par craniano (Oftálmico)? ESCALA DE COMA DE GLASGOW SIM NÃO INC. Avaliou adequadamente a ECG? NOTA FINAL
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