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EDUCAÇÃO PARA TODOS EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Maxuell Dutra Azevedo mdutraazevedo@gmail.com Estágio Básico em Processos Educativos Centro Universitário IBMR O encontro internacional Educação 360 aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 5 e 6 de setembro de 2014, e contou com a presença de professores, gestores, alunos, familiares, membros da comunidade, empresários, entre outros. Em um dos dias do evento, alguns especialistas em educação foram convidados a falar. Uma das conferências ficou a cargo da indiana Shukla Bose, que defendeu a importância do afeto e da esperança no processo de educação de crianças. Ela é a fundadora e CEO da Fundação Humanitária Parikrma, uma organização sem fins lucrativos que administra escolas para crianças carentes em Bangalore, na Índia. Sua Fundação oferece ensino gratuito a 1.600 crianças em quatro escolas, onde acredita-se que a educação vai além da obtenção de conhecimento e habilidade, mas também em valores como a gentileza. No início do discurso, a educadora apontou para um sério problema em que países em desenvolvimento como o Brasil e a Índia enfrentam: a diferença na educação entre ricos e pobres. Mesmo com o crescimento da taxa de alfabetização, o número de crianças que não vão à escola permanece alto. Para transformar esse quadro, a Fundação Parikrma utiliza critérios de seleção muitos simples: a prioridade é das crianças mais pobres de todas. Além disso, a organização não aceita os meninos das famílias onde as meninas não têm o direito de estudar. É uma questão de igualdade de gênero. - Toda criança deveria ter a chance de ir à escola. Mas não se trata apenas de colocá-las em salas de aula, mas de ter certeza de que o que elas aprendem vai ajudá-las a aumentar suas oportunidades na vida. Shukla acredita que a educação é essencial para o desenvolvimento econômico, uma vez que ler, calcular e pensar criticamente são habilidades que aumentam as oportunidades na vida do indivíduo. Não basta ganhar conhecimento, é necessário motivar, aperfeiçoar e encorajar, pois assim as pessoas serão capazes de se avaliar, serem felizes e sentirem mais alegria. mailto:mdutraazevedo@gmail.com - Uma educação de alta qualidade ajuda cidadãos a trabalhar juntos para criar instituições e sociedades mais fortes. Segundo a indiana, seria utópico pensar em uma fórmula única para as comunidades alcançarem bons resultados na educação, tendo em vista que o que funciona nos Estados Unidos não vai, necessariamente, funcionar em outros países como a Índia, o Brasil e a China. A educadora também deu um conselho às escolas “sensíveis e progressistas”, recomendando que seus currículos escolares sejam integrais, interdisciplinares e voltados para o aprendizado de competências necessárias no século XXI. Ela usou como exemplo as “sete habilidades de sobrevivência” do especialista em educação Tony Wagner, cujas aptidões são: pensamento crítico e resolução de problemas; colaboração em rede e liderança por influência; agilidade e adaptabilidade; iniciativa e empreendedorismo; comunicação escrita e oral eficaz; acessar e analisar as informações; curiosidade e imaginação – e ainda acrescentou uma oitava: a empatia. - Os professores não somente deveriam ter empatia para com os seus alunos, mas eles precisam também desenvolver essa empatia. Você pode ensinar as pessoas a amar. Isso não é simplesmente uma habilidade inata, mas também uma habilidade que pode ser ensinada e nutrida, num ambiente educacional que apoia a criança. Em certo momento da conferência, ao ser questionada pela plateia sobre a violência nas escolas, Shukla foi enfática ao afirmar que não enfrenta esse problema em suas escolas. Segundo ela, se os alunos criarem fortes vínculos com os professores, não vão querer desapontá-los. - Onde já há violência, erradicá-la deve ser uma questão de longo prazo. Se você é gentil com a criança, ela será gentil com você. Os bons resultados alcançados em sua Fundação são obtidos através do trabalho com a comunidade e a família, e para educadora tal processo é fundamental, pois acredita na influência da família, em valores e a importância das relações pessoais na educação de cada criança. Por fim, a conferencista contou sobre seus anos de experiência com a Madre Teresa de Calcutá, onde o maior ensinamento que aprendeu foi a humildade. Até os dias de hoje Shukla tenta veementemente adquirir simplicidade em sua vida e levar isso para sua comunidade.
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