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projeto de ensino eja

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
PEDAGOGIA
FAGNER CARVALHO DOS SANTOS
PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA – OS DESAFIOS DO EJA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ILHEUS
2021
FAGNER CARVALHO DOS SANTOS
PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA – OS DESAFIOS DO EJA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Projeto de ensino apresentado a unopar como requisito parcial a conclusão do curso de pedagogia.
ilhéus
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
3
1
TEMA
4
2
JUSTIFICATIVA
5
3
PARTICIPANTES
6
4
OBJETIVOS
7
5
PROBLEMATIZAÇÃO
8
6
REFERENCIAL TEÓRICO
9
7
METODOLOGIA
10
8
CRONOGRAMA
11
9
RECURSOS
12
10
AVALIAÇÃO
13
CONSIDERAÇÕES FINAIS
14
REFERÊNCIAS
15
· INTRODUÇÃO
O presente projeto foi elaborado e embasado nas ideias de Paulo Freire, e discorre sobre as problemáticas a cerca dos desafios que a educação de jovens e adultos enfrentou desde o seu surgimento, como baixos investimentos e preconceitos ate consolidar-se e ganhar um amparo na educação.
O Brasil tem um publico consideravel não alfabetizado que corresponde a cerca de 6,6% que corresponde a 11 milhoes de brasileiros, com tanta demanda e mesmo que em queda, esses elevados numeros tem levado o governo a discutir a promoção de ações que visem o sucesso da alfabetização de jovens e adultos e na erradicação do analfabetizmo.
Baseado no manual de elaboração do projeto, o mesmo encontra-se organizado em tema, justificativa, participantes, objetivos, problematização, referencial teorico, metodologia, cronograma, recursos e avaliação. Cada passo foi desenvolvido cuidadosamente com toda a relevancia teorica que a complexidade do tema exige, por se tratar de um publico diferenciado que carrega vivencias consigo que devem ser respeitadas valorizadas e utilizadas como ferramenta de ensino.
· TEMA 
O presente projeto de ensino tem como enfoque o seguinte tema, os desafios da educação de jovens e adultos na atualidade (EJA), uma modalidade de ensino que pode ser formal ou não, onde os jovens e adultos tem a oportunidade de enriquecer seus conhecimentos, ampliar suas competencias tecnicas e profissionais para que possam contribuir mais criticamente com a sociedades suprir suas proprias necessidades básicas.
Essa tematica esta amparada pelos estudos incansáveis do pensador Paulo Freire que exerce grande influencia nas metodologias dos profissionais que dedicam-se a alfabetizar aqueles que não puderam seguir o cronograma normal de escolarização e tambem por aqueles profissionais que contribuem para a formação subsequentes.
As entidades governamentais estão cada vez mais preocupadas em criar políticas públicas que melhorem cada vez mais a qualidade de ensino dessa modalidade, ampiando o quadro de vagas e investindo em qualificação. Mesmo lentamente é possível ver o progresso no que diz respeito a repercurssão das propostas educacionais brasileiras, os métodos de Paulo Freire ficaram muito famosos atraves das palavras geradoras de aprendizagem, oriundos da realidade dos educandos.
O educador atuante dessa modalidade deve possuir um olhar atento direcionado a realidade do aluno, incentivar e acreditar nas capacidades de alcance profissional e de realização pessoal, visando tambem a preparação para o mercado de conhecimento estabelecendo uma relação de respeito e amizade que favoreça um ambiente acolhedor que propicie um bom progresso psiquico, fisico, etico, moral e social, sem infantilizar o processo de educação.
Conhecer os fatores que levaram a não alfabetização no periodo da infancia, facilita trilhar o caminho mais adequado para o processo de alfabetização que evite desistencias desses alunos que entram na escola com o intuito de conseguir uma melhor colocação profissional, cursar uma graduação, realiar sonhos e conquistar planos, que devem ser incentivados e instigados por nos profissionais da educação.
· JUSTIFICATIVA
A modalidade em educação de jovens e adultos, exige um metodologia de atuação criteriosa, que contemplem as especifidades de cada um, sem infantilizar o processo educativo. Essa nova maneira de olhar para esse grupo, facilita o processo de alfabetização e enriquecem os conhecimentos já existentes que carregam a história de vida de cada um.
A escolha desse tema se deu pela afinidade com essa modalidade de ensino, pela convivência e acompanhamento de jovens e adultos durante o estágio supervisionado, onde pude perceber a busca que esses jovens fazem para se reconectar com a educação buscando com esperança melhores chances no mercado de trabalho e uma recolocação na sociedade.
Apesar dessa realidade ser bem presente ainda é disponibilizado pelo governo um investimento escasso para subsidiarem meios necessários para um bom desenvolvimento de projetos e para cursos de qualificação dos profissionais voltados para o EJA, o que resulta em baixa qualidade do ensino aprendizagem e universalização de ensino de conteúdos e metodologias em sala de aula.
Mesmo por ser uma modalidade de ensino que iniciou-se há muitos anos com a abolição da escravatura e a necessidade de se obter mão de obra para o trabalho, e tendo se estendido até hoje apesar da evolução ao longo dos anos, pouco vem sendo feito, para efetiva melhora para que se progrida no EJA, felizmente tivemos a contribuição das teorias de um autor que dedicou-se a estudos que facilitariam a recolocação e o progresso desses alunos, na história revolucionou os métodos até então usados, atravessou décadas, despertou o interesse de diversos autores e ganhou aplicações pedagógicas, revisões e novas estruturas. Apesar de muitas instituições de ensino afirmarem que utilizam as metodologias de Paulo Freire, ainda e preciso que se aprofundem muito para proporcionar aos discentes uma aprendizagem significativa capaz de proporcionar resultados qualitativos da evolução da educação no Brasil.
A gratificação por nos profissionais ensinar um leigo a ler e escrever é imensurável, mais para os educandos o significado tem uma maior abrangência, é como dar visão para fatos que até então eram invisíveis aos olhos deles e proporcionar um lugar em sociedade que até então eram desconhecido e conhecer direitos que eram desconhecidos aos olhos de quem vivia há pouco tempo as margens da sociedade.
· PARTICIPANTES
Os participantes desse projeto são os profissionais da educação que devem estar comprometidos com uma educação que contribua com relevância para a o crescimento intelectual dos alunos para que possam realizar o exercício da cidadania .
 
Participam também todos os alunos matriculados na modalidade da educação de jovens e adultos, que são geralmente trabalhadores empregados e desempregados que não tiveram acesso a cultura e ao letramento, pessoas idosas, com deficiência, ribeirinhos, etc. Pessoas que necessitam de um olhar especial como alunos e como cidadãos.
· OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
Este projeto tem como objetivo geral entender os motivos da evasão escolar que é ato alta nessa modalidade.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
· instigar o engajamento e o interesse nas aulas,
· Resgatar a identidade do aluno e possibilitar a socialização entre os colegas,
· utilizar temas geradores para desenvolver a leitura e escrita,
· Desenvolver a capacidade dos Jovens e Adultos ler e escrever onde ampliará seu diálogo e reflexão sobre a realidade.
· PROBLEMATIZAÇÃO
Por ser um público com tantas particularidades e por vivenciarem diversos fatores que desencadeiam a desistência e a evasão escolar como por exemplo o preconceito por começar ato tardiamente, vergonha, discriminação, criticas de terceiros, o cansaço por um longo dia de trabalho, entre outros e que são constantes na vida social. Além de todos esses fatores , a diferença social e cultural marcam a escola e suas relações , e também dificulta a permanência desses alunos em sala de aula, a bagagem e experiências vividas, além de suas próprias opiniões e verdades absoluta, são conflitantes entre si e enaltecem quando colocados em conjunto. Por esse motivo o profissional da educação ganha um destaque importante, cabendo a eles explorar os conhecimentos vividos e buscar relações entreelas e os conteúdos de aprendizagem, fazendo assim que se encaixem e ganhem sentido no cotidiano do aluno.
Na modalidade de ensino da formação continuada, mais uma vez o professor destaca a sua importância, a tarefa de tornar a sala de aula um ambiente harmônico, é árduo e requer bastante dedicação. A compreensão, um olhar afetivo e uma boa relação professor aluno, facilita a identificação de quais habilidades e saberes que os alunos devem desenvolver para aplicar em seu dia a dia ou em sua função do trabalho. E os fatores de produção relevantes da época, procura ainda enfocar metodologia, avaliação e afetividade de forma sistemática e objetiva.
O recuo nas matrículas e na permanência na escola são oriundos de todos esses contextos sociais aqui já mencionados, e para reverter e amenizar esse constante quadro, além de todas as medidas possíveis a serem tomadas pelos docentes, o fortalecimento das políticas publicas que ofereçam estratégias intersetoriais de desenvolvimento comunitário que articulem a formação geral e a preparação para o trabalho, a criação de oportunidades de geração de renda e a inclusão digital entre outras medidas.
Apesar de todas as problemáticas englobadas a esse tema, muitos desses desafios podem e devem ser superados pela equipe pedagógica, sob o embasamento das normas e artigos vigentes e devem ser organizados de maneira que melhor se adapte ao contexto e a realidade social dos educandos para que possam de maneira cooperativa converter a realidade do alto índice de analfabetismo representado por cerca de 11 milhões de habitantes.
· REFERENCIAL TEÓRICO
A educação de jovens e adultos iniciou-se no período de colonização, logo após a escola jesuíta ficar responsável pela educação no Brasil sem nenhum preparo institucional, nem medidas governamentais significativas. Com a proclamação da republica e a outorgarão da primeira constituição brasileira, constava em seu artigo 179 a gratuidade do ensino primário a todos os cidadãos, porem continuou inacessível por muito tempo, sob tudo para a população menos favorecidas.
Com a constituição de 1937, o objetivo era formar jovens com uma política focada no estudo profissionalizante, sem fornecer subsídios para que os alunos obtivessem criticidade para atuar com cidadania.
O governo não queria, de fato, educar ninguém. O que se desejava era preparar mão-de-obra para o mercado, sem espírito crítico. Como se sabe, em educação, se desvirtuamos a capacidade crítica do homem, ele não terá a motivação necessária para desenvolver sua alfabetização em 5 meses, como se propunha o programa (REFUFELS, apud NISKIER, 1989, p. 371-372).
Com o processo de industrialização no país muitas pessoas migraram da zona rural para zona urbana com a expectativa de mudar de vida, e ao chegarem aos centros urbanos houve a necessidade de se especializarem, aumentando a demanda de jovens e adultos que buscavam as escolas, o que contribuiu com a criação de escolas focadas nos jovens . Na época do regime militar surgiu um movimento em favor da alfabetização de jovens e adultos e erradicação do analfabetismo chamado MOBRAL, com uma metodologia de ensino que assemelhava-se a de Paulo Freire, mas que continuava a ser baseada em interesses políticos vigentes da época, preparando os alunos apenas para a leitura e a escrita, mantendo por muito tempo espaços abertos nas escolas somente em períodos noturnos, onde muitos alunos já chegavam cansados após um longo dia de trabalho, e sem concentração.
Acreditamos que o “método” de Paulo Freire e o MOBRAL baseiam-se em filosofias e metodologias totalmente opostas - enquanto o primeiro procura partir dos conhecimentos prévios dos alunos, levando em consideração suas experiências de vida, suas particularidades, e a partir destes pontos ocorre o trabalho com os conteúdos de ensino, no segundo, houve uma massificação e imposição dos conteúdos, sem atentar às diferenças regionais e singularidades dos alunos (HORIGUTI, 2009, p. 04) 
Em 1971 surgiu o ensino supletivo, com o intuito de reforçar o MOBRAL colocava em sala de aulas aqueles que ainda não tinham conseguido terminar seus estudos em tempo regular e na idade certa, focada apenas em uma educação tardia e mais flexível, com atividades educativas que visassem suprir as deficiências educacionais. Mesmo com falhas, o ensino supletivo formou a bases dos paramentos da educação a distância, pois iniciou a introdução do uso de tecnologias na educação através da utilização de TV e radio.
O ensino supletivo foi apresentado a sociedade como um projeto escola de futuro, elemento de um sistema educacional compatível com a modernização socioeconômica, observada pelo país nos anos 70. Não se tratava de uma escola voltada aos interesses de uma determinada classe popular, mas de uma escola e por sua clientela pois a todos deveriam atender uma dinâmica permanente de atualização. (HORIGUT, 2009, p.117)
Com o não alcance dos seus objetivos, em 1985 o programa foi extinto dando lugar a “fundação educar”, que baseava-se no projeto anterior, porem era considerado diferente. Estruturada pela constituição de 1988 que levou a educação para um contexto mais social, oferecendo a educação básica também através do EJA, estabelecendo-a de forma também presencial,, mas descuidando-se da preocupação com a qualidade de ensino.
Art. 1.º – A Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, instituída pelo Decreto n.º 62.455, de 22 de março de 1968, nos termos do Art. 4.º da Lei n.º 5.379, de 15 de dezembro de 1967, passa a denominar-se Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Educar, com o objetivo de fomentar a execução de programas de alfabetização e educação básica destinados aos que não tiveram acesso à escola ou que dela foram excluídos prematuramente (RECENEI, 1985 apud NISKIER, 1989, p. 484).
Em 1990 a fundação foi extinta descentralizando a educação de jovens e adultos, nesse período o governo de color tentou implementar um novo plano, o PNAC, que não progrediu após sofrer impeachment.
Desde então o EJA começou a ser vista como uma educação de segunda linha de caráter compensatório, onde absorve adultos que não conseguiram terminar seus estudos em idade ideal, ou que foram reprovados e obtiveram o fracasso escolar. Com essa visão os investimentos foram baixos e assim permaneceram por um tempo, paralisadas em suas modalidades tecno pedagógicas.
Com o inicio do governo lula o EJA obteve uma grande conquista, pois o decreto de numero 6093 de 24 de abril de 2007, criou o programa “brasil alfabetizado” que objetivava a universalização da alfabetização desse publico, com financiamento significativo do governo.
Em 2008 o EJA ganhou lugar na LDB, inserindo-se como uma nova educação, reconhecida como de direito publico, tornando-se mais aceitável do que a posição que ocupava anteriormente. Com isso e aos poucos essa modalidade foi ganhando investimentos, valorização e ganhou lugar de preparo social e preocupação com cada indivíduo, através de atendimento diferenciado e assistencialista para superação de suas dificuldades.
Apos todas essas conquistas e de ganhar importância, alguns estados começaram a lançar seus próprios projetos, e com a mesma finalidade erradicar o analfabetismo, como foi o caso do TOPA (todos pela educação ) na Bahia.
Outra grande conquista foi a sua entrada no fundo de desenvolvimento da educação básica, (FUNDEB) que reservou recursos mesmo que menores que a outras modalidades. Mas com todas as evoluções a educação popular não deixou de estar presente no EJA, iniciada por Paulo Freire tinha como concepção que a população entende-se conceitos como: liberdade, igualdade e a superação das condições menos favorecidas e a opressão da sociedade.
Desde logo afastamos qualquer hipótese de uma alfabetização puramente mecânica, desde logo pensávamos alfabetização do homem brasileiro, em posição de tomada de uma consciência na imersão que fizeram no processo, de nossa realidade no trabalho como que tentássemos a promoção da ingenuidade, em criticidadeao mesmo tempo em que alfabetizarmos. (FREIRE, 2007 p.112)
Segundo a teoria do educador Paulo freire, o método de ensino deve ser constituído em sala junto com seus alunos a partir de suas histórias de vida, o que se constitui uma educação popular, pensada por ele como uma ideia inovadora, capaz de repensar o homem em um novo contexto social, cultural e analisar o ensino e aprendizagem de um jeito humano. Ainda seguido suas metodologias, o homem precisa ser educado de dentro para fora, com um caráter critico, e socializador que analise o contexto social, político e individual de cada um tornando assim a educação como liberdade.
Para freire o proposito principal desse método de educação construído em cima da ideia de um dialogo entre educador e educando é educar com um ato coletivo entre educador – educando e educando-educador. Para isso faz-se necessário conhecer a realidade e os contextos em que o educando esta inserido como a cultura, o local de trabalho, a comunidade, para só então aprofundar na geração de novas palavras e novos conhecimentos.
O contato inicial e direto que estabelecemos com a comunidade é durante a pesquisa do universo vocabular – etapa realizada no campo e que é a primeira do sistema Paulo Freire de Educação de Adultos... Não é uma pesquisa de alto rigor científico, não vamos testar nenhuma hipótese. Trata-se de uma pesquisa simples que tem como objetivo imediato a obtenção dos vocábulos mais usados pela população a se alfabetizar. (FREIRE, apud BRANDÃO,1981, p.25)
Partindo da busca por novas palavras com os alfabetizandos surge o processo de conscientização e compreensão do mundo, onde seguindo a orientação do alfabetizador dentro do “círculo de cultura” tem por objetivo ativar a participação de todos os envolvidos em um debate sobre suas vivências culturais. Essa prática de estudo ,ensina muito mais que a ler-escrever, irá produzir modos próprios de coletividade, solidariedade, trabalho em equipe e como pensar uma educação para todos.
Na atualidade, a educação de jovens e adultos enfrentam seu ápice no retrato das desigualdades sociais e econômicas brasileiras, pois congrega duas faces: na primeira o direito de aprender, e na segunda a fragilidade de uma escola excludente diante da diversidade. O PNAD 2017 mostra que 52% dos habitantes do nordeste não concluíram o ensino fundamental, as pessoas brancas possuem dois anos de formação a mais que os pretos e pardos, e ainda que a quantidade de mulheres jovens que deixaram de estudar pra cuidar de afazeres domésticos chega a ser 32 vezes maior que a do homem, e piora ainda para os trans., para eles a taxa de evasão escolar chega a 82%.
““A EJA não é só um problema educacional, mas político e social”, para resolver um lado precisa resolver o outro.” diz Sônia, coordenadora do centro de referência Paulo Freire, que afirma ainda que não e isso o que se vê na pratica, explica ainda que a migração para o EJA se da devido as falhas no ensino fundamental e médio, e que o estado não assume as falhas, levando a evasão escolar e culpando ao final estudantes e professores pelo fracasso. Para Maria margarida Machado, professora da universidade federal de Goiás, diz que: “Usam a modalidade para transferir a responsabilidade, encobrindo a obrigação do Estado de garantir que esses adolescentes possam concluir a Educação Básica no tempo adequado.” Com a crise econômica e os recentes cortes na educação, o cenário manteve-se estagnado.
Há uma precarização total da educação. Agora, com os investimentos limitados, tende-se a baixar ainda mais a qualidade na Educação Básica e produzir cada vez mais alunos da EJA, analfabetos e analfabetos funcionais. (SONIA, 2008. pag.1)
A presença de adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos é grande e carrega alguns fatores. Se dá porque muitos precisam trabalhar no período diurno, mas não querem abandonar os estudos. Também por causa da distorção idade-série resultante de uma cultura de fracasso escolar ou por serem induzidos a se preparar para o ENCCEJA e obter um certificado mais rapidamente. Porem essa migração traz prejuízos para os adolescentes.
Os investimentos destinados a essa modalidade não são suficientes para mudar esse cenário, do investimento do FUNDEB destina a educação, apenas 0,8% e destinado ao EJA, paralelamente os cursos de literatura e pedagogia, não oferecem uma formação com atenção adequada.
Para a professora Maria Margarida:
A EJA precisa ser vista como política pública, e não como programa ou caridade. Mas não é isso que acontece. No Plano Nacional de Educação (PNE), por exemplo, as quatro metas mais próximas de atender a modalidade se encontram em posições praticamente impossíveis de serem alcançadas”.( MARGARIDA, 2018, pag.1)
Parte do entrave persiste em que o aluno tenha condições para que dediquem tempo aos estudos, além da ressignificação da escola com oferta de ensino de qualidade focado nas vivencias do aluno, fazendo assim com que permaneçam. É preciso também que os façam entender que foi a educação que fracassou e não eles.
Temos que mostrar que são pessoas de muita coragem para voltar e enfrentar esse desafio, ou para os que nunca estiveram em uma escola, que são capazes de aprender. Mais do que isso, que eles já têm muito conhecimento acumulado por meio de experiências ao longo da vida e que esses saberes são tão importantes quanto os curriculares. Depois de entender isso, eles deslancham. (COUTO, 2018, pag.2)
Para Eva Chow atuar com esse publico num segmento avaliativo respaldado em provas não faz muito sentido, por isso a ideia é trabalhar em um sistema de projetos, auto avaliação, e trabalhos em grupo, com tudo, essas ideias nos remete as teorias de Paulo Freire, pensando nessa modalidade com humanização, o que me leva a crer que sua influência se mantém viva até hoje, pelo menos por parte dos bons profissionais, em prol de uma melhor educação.
Para solucionar a problemática a cerca do tema, deve-se realizar uma pesquisa a cerca das vivencias a cerca do educando, com o intuito de refletir os caminhos que os levaram a chegar ao eja. Em seguida pode organizar um trabalho individual com elaboração de cartaz com o tema: onde quero chegar referenciando-se a profissão.
A escola de hoje precisa não apenas conviver com outras modalidades de educação formal, informal e profissional, mas também articular-se e integrar-se a e las, a fim de formar cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo. Para isso o ensino escolar deve contribuir para: Formar indivíduos capazes de pensar e de aprender permanentemente; Prover formação global pa ra atender à necessidade d e maior e melhor qualificação profissional; Desenvolver conhecimentos, capacidades e qualidades p ara o exercício consciente da cidadania; Formar cidadãos éticos e solidários (LIBANEO, 2003, p.53)
· METODOLOGIA
Este projeto de ensino foi desenvolvido com base na metodologia científica de caráter qualitativo de fundo bibliográfico, embasado pela literatura de artigos científicos, matérias jornalísticas, revistas digitais , blogs, que carreguem informações relevantes para enriquecer os conhecimentos a cerca do tema.
O desenvolvimento desse texto destaca as dificuldades encontradas desde o surgimento do ensino voltado para o publico jovem e adulto até os desafios existentes nos dias atuais, que provocam uma taxa considerável de evasão escolar, e consequentemente a insistência do analfabetismo no cenário da educação brasileira.
O foco desse trabalho é o EJA, que engloba em sua grande maioria jovens entre 15 e 29 anos. Para concretizar e solucionar a problemática da turma designada, pode ser realizado um projeto cujo o período necessário para a execução dure cerca de 8 aulas divididas em 2 aulas por sema, almejando que os alunos que partiparem, entendam os caminhos que os levaram até o EJA, e as vantagens de permanecerem na escola até concluírem sua formação.
As atividades pertinentes a sua execução consistem em produção de uma redação contando a trajetória do aluno, e a elaboraçãode um cartaz com o que se espera profissionalmente para o futuro, marcando assim o antes e o depois e levando o EJA como elo ou ponto que finda um ciclo e inicia outro, motivando os alunos a continuarem.
O projeto proporciona a eles situações de comunicação e possibilitar que se sintam seguros de expor as suas histórias. No entanto, o professor deve compreender o aluno e aproximá-lo com fontes de informações diversificadas para que componham o cartaz. Em meio disso será proposto a exibição de alguns vídeos com relatos de profissionais que passaram pelo EJA e obtiveram sucesso.
A metodologia é concebida com base nos princípios de uma educação libertadora, defendida por Paulo freire, e na prática da leitura de mundo, considerando-se a realidade do educando. Serão planejados conteúdos e abordagem diante seu contexto social com duas frases norteadoras: “a minha vida até aqui” e “ a minha vida depois daqui”, promovendo assim uma reflexão sobre importância da educação na vida de cada um, e as oportunidades que uma boa formação acadêmica pode gerar.
· CRONOGRAMA
	PLANEJAMENTO
	Selecionar os vídeos com depoimentos de pessoas que foram formadas pelo EJA, selecionar livros e revistas com gravuras que possam representar o tema, selecionar os recursos materiais disponíveis na escola.
	EXECUÇÃO
	Esse projeto deverá ser executado em 8 aulas sendo duas por semana durante um mês.
Na primeira aula deve-se orientar a produção de uma redação com o tema: a minha vida até aqui” focado na história de vida e no percurso até o eja. Aqueles que não souberem escrever, podem relatar oralmente.
A segunda e terceira aula deverá ser focada na elaboração do cartaz com o tema: “minha vida a partir daqui” onde ira contar seus sonhos e o que almejam.
Na quarta aula será feita a exibição dos depoimentos de alunos do eja que obtiveram sucesso. Pode ser exibida em projetor ou outra mídia disponível.
As quatro aulas restantes serão reservadas para a apresentação individual do projeto.
	AVALIAÇÃO
	A avaliação consiste na observação da compreensão do proposito do tema, a partir da conclusão do aluno após o termino do projeto.
· RECURSOS 
Os recursos humanos utilizados para a execução desse projeto são os alunos devidamente matriculados na modalidade de educação de jovens e adultos e o profissional devidamente capacitado que esteja a frente desse projeto.
Como recursos materiais, serão necessários cartolinas, tesoura, cola, papel oficio, caneta, jornais e revistas e aparelho digital para a reprodução de vídeos.
· AVALIAÇÃO
O método avaliativo pensado para essa modalidade, possui um planejamento diferenciado onde evita-se provas e enaltece a avaliação focada no entendimento e na evolução de cada indivíduo para com ele mesmo.
Nesse projeto o método de avaliação usada cera a produção de um trabalho individual, com confecção de cartazes e apresentação oral dos fatos entendidos a cerca do tema.
Esse método busca avaliar o que foi compreendido individualmente e o processo de socialização, convivência e atuação |em grupo.
· CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conquista para se tornar uma modalidade de ensino reconhecida e amparada pela constituição não foi fácil, veio lentamente e enfrentou grandes desafios e tentativas fracassadas desde seus primeiros traços no período da colonização. Sua visão desvalorizada se arrastou por décadas e só foi extinguindo-se quando passaram a enxergar as especificidades de cada indivíduo, as necessidades da educação e o investimento em projetos que alavancassem a modalidade.
Um teórico que fez a diferença e influenciou positivamente a metodologia dessa educação foi Paulo freire, que desenvolveu estudos significativos que promovia uma educação inovadora para esses indivíduos, baseados em suas vivencias extraindo delas palavras geradoras de aprendizagem que proporcionava uma interação entre educador e educando, abrindo um leque de conhecimentos culturais, sociais que transformavam seus entendimentos a cerca do meio que vive, gerando assim um ser em liberdade.
Apesar de evoluir , atualmente o EJA continua enfrentando desafios como a falta de investimentos e agregando grandes públicos que apesar de ingressarem, abandonam em grande parte. Ainda assim algumas alternativas podem melhorar o quadro de evasão na escola, como a ressignificação das mesmas, o preparo e atuação do professor, atuando em suas vivencias com a politica da educação popular, e com a adaptação dos métodos avaliativos para esse publico diferenciado, evitando provas. Com todas essas medidas o aluno vai se adequando ao novo universo, dando a escola um novo olhar.
REFERÊNCIAS
VILLAS, Bruno. IBGE: analfabetismo cai no brasil mas fica estagnado no nordeste. Valor econômico. 2020. Disponível em: <https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/07/15/ibge-analfabetismo-cai-no-pas-mas-fica-estagnado-no-nordeste.ghtml> Acesso em: 05 de agosto de 2021.
PIERRO, Maria Clara. Os desafios para garantir a educação de jovens e adultos. Nova escola. 2014. Disponível em: <https://gestaoescolar.org.br./conteudo/114/os-desafios-para-garantir-a-educacao-de-jovens-e-adultos >. Acesso em: 06 de agosto de 2021.
PE DA LETRA, Pedagogia. Histórico do eja no Brasil. Pedagogia ao pé da letra. 2013. Disponível em:< https:pedagogiaaopedaletra.com/historico-do-eja-no-brasil/ >. Acesso em: 08 de agosto de 2021.
MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educa Brasil. São Paulo: dia mix Editora, 2001. Disponível em: < https://www.educabrasil.com.br/mobral-movimento-brasileiro-de-alfabetizacao> Acesso em 09 ago. 2021.
FONSECA, Paulo Roberto. A formação da educação de jovens e adultos no brasil. Brasil escola. Disponível em: <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-formacao-educacao-jovens-adultos-no-brasil.htm#:~:text=O%20programa%20foi%20criado%20por,prec%C3%A1ria%2C%20por%20parte%20do%20governo.> Acesso em 09 de agosto de 2021.
CAMPOS, Cristiane. O que é o método Paulo Freire? Blogspot. 2012. MG. Disponível em:< http://paulofreirefae.blogspot.com/p/o-que-e-o-metodo-paulo-freire-resenha.html> Acesso em: 09 de agosto de 2021.
MATUOKA, Ingrid . Os desafios do eja para incluir quem a escola abandonou. Educação integral. 2018. Disponível em: <https://educacaointegral.org.br/reportagens/os-desafios-da-eja-para-incluir-quem-a-escola-abandonou/ >Acesso em: 10 de agosto de 2021.

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