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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
 1 
Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 5: 
 
Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a adentrar 
nos assuntos que considero mais importantes em qualquer concurso: 
os direitos fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos 
individuais, os sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos 
partidos políticos. 
Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma 
dessas espécies nesse nosso “laboratório”, vamos ver agora uma 
teoria geral desse gênero “direitos fundamentais”. 
Tudo certo, assim? Vamos nessa? 
 
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: 
 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou 
deixar de fazer algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma 
liberdade positiva. 
As garantias não se referem às ações ou “posses”, mas sim às 
proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou 
mesmo frente às demais pessoas, de modo que possam proteger 
seus direitos, ou até mesmo os meios para reivindicar tais 
direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções para que se 
possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as 
garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, 
são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo 
daqueles bens e vantagens"2. 
 
1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando 
que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto 
constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o 
exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla 
defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma 
exclusiva. 
 
1
 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2
 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
 2 
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Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e 
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os 
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que 
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de 
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e 
a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
Gabarito: Errado. 
 
2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas 
garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a 
direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na 
faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade. 
Comentários: 
É isso aí... Essa é uma questão doutrinária. Nos mostra o papel das 
garantias constitucionais: “exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos (... e) reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade”. 
Gabarito: Correto. 
 
3. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) Os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma. 
Comentários: 
Isso aí, essa é a definição doutrinária. 
Gabarito: Correto. 
 
4. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) As 
garantias nem sempre são os meios destinados a fazer valer os 
direitos constitucionais. 
Comentários: 
Erra a questão, pois vai contra a definição doutrinária de "garantia", a 
qual seria "os meios e instrumentos que asseguram o exercício dos 
direitos". 
Gabarito: Errado. 
 
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 3 
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Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e 
Garantias Fundamentais? 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos 
e garantias fundamentais: 
• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 
• 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 
• 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
• 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
• 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos 
políticos (CF, art. 17). 
 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se 
constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas sim em um 
rol exemplificativo, aberto para novas conquistas e 
reconhecimentos futuros. Vejamos: 
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. 
 
Por este motivo a doutrina faz a seguinte classificação: 
Direitos Formalmente Fundamentais ��� São todos Direitos 
Fundamentais que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da 
Constituição. A Constituição expressamente estabeleceu tais 
direitos sob o título de “Direitos Fundamentais”. 
Direitos Materialmente Fundamentais ��� São os Direitos que, 
independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo 
de direito fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio 
do Estado. Exemplo: as limitações ao poder de tributar do art. 150 
da Constituição. 
 
Pessoal, guarde essa dica pois isso é bem fácil... Sempre que 
estiver na dúvida entre “formal x material”, lembre-se que 
“formal” é tudo aquilo que tem “aparência”, “jeito”, “forma” de 
alguma coisa! “Material” seria tudo aqui que tem “matéria”, “teor”, 
“conteúdo” inerente a alguma coisa... 
 
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5. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador 
constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos 
fundamentais tão-somente os direitos: 
a) individuais e coletivos. 
b) individuais, coletivos e sociais. 
c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e 
relacionados à existência, organização e participação em partidos 
políticos. 
d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, 
organização e participação em partidos políticos. 
e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à 
existência, organização e participação em partidos políticos. 
Comentários: 
A doutrina costuma dizer que os direitos fundamentais podem ser de 
5 tipos: 1- Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos 
Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- 
Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
A questão pegou estes tipos e desmembrou ainda mais. Se 
observarmos calmamente todas as assertivas, veremos que a correta 
então é a letra C, já que a letra E esqueceu dos direitos coletivos. 
Gabarito: Letra C. 
 
6. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal 
compreende os direitos fundamentais como sendo os direitos 
individuais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo 
dessa categoria os direitos sociais e os direitos políticos. 
Comentários: 
Não só os direitos sociais e os políticos, mas também os direitos da 
nacionalidade e o do funcionamento e existência dos partidos políticos 
podem ser elencados como direitos fundamentais segundo a CF/88. 
Gabarito: Errado. 
 
7. (FCC/Procurador - PGE-SP/2009) Os direitos e garantias 
expressos na Constituição Federal: 
a) constituem um rol taxativo. 
b) não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, entreos quais o Estado Democrático de Direito e o 
princípio da dignidade humana. 
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c) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito 
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser 
formalmente reconhecida por autoridade judicial no exercício do 
controle de constitucionalidade. 
d) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito 
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser 
formalmente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar 
arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
e) somente podem ser ampliados por força de Tratado Internacional 
de Direitos Humanos aprovado em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Comentários: 
A relação não é taxativa, mas, sim um rol aberto, exemplificativo, já 
que a própria Constituição estabelece em seu art. 5º §2º, que os 
direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. 
Gabarito: Letra B. 
 
8. (FCC/EPP-SP/2009) Em matéria de direitos e garantias 
fundamentais, a Constituição de 5 de outubro de 1988 
a) estabelece um amplo, porém taxativo, rol de direitos públicos 
subjetivos. 
b) demonstrou acentuada preocupação com a efetividade de suas 
disposições. 
c) pouco inovou em relação às Constituições brasileiras anteriores. 
d) manteve-se atrelada ao padrão liberal clássico, refratário aos 
direitos fundamentais de cunho prestacional. 
e) é de inspiração socialista, dependendo a plena fruição dos direitos 
que consagra da planificação total da economia. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O rol é aberto, exemplificativo. 
Letra B - Correto, por isso previu expressamente que as normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
Letra C - Errada. A carta de 1988 marca a restauração da democracia 
no Brasil após longos anos de ditadura militar, desta forma, teve-se 
efetiva preocupação em estabelecer um amplo rol de direitos e 
garantias fundamentais e assegurar a sua efetividade. 
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Letra D - Errada. O padrão liberal clássico é a previsão somente das 
liberdades individuais (direitos de primeira dimensão). A CF/88 previu 
os direitos de segunda e terceira dimensão. 
Letra E - Errada. A Constituição é claramente capitalista, apoiada em 
princípios como a livre iniciativa e a livre concorrência. 
Gabarito: Letra B. 
 
9. (FCC/Procurador do BACEN/2006 - Adaptada) No que 
tange aos direitos e garantias individuais, a Constituição Federal 
apresenta um rol não taxativo, tendo em vista, sobretudo, o regime e 
os princípios por ela adotados e os compromissos decorrentes de 
tratados internacionais (Certo ou Errado). 
Comentários: 
Taí de novo... é uma questão clássica. 
Gabarito: Correto. 
 
10. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos 
na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter 
constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é 
taxativa. 
Comentários: 
Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 
5º §2º, eles não excluem outos direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto 
constitucional. 
Comentários: 
Primeiramente, o art. 5º da CF diz respeito apenas aos direitos e 
deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão 
expressamente elencados do art. 5º ao 17. Além disso, o rol de 
direitos fundamentais expressos não é um rol taxativo, pois por força 
do art. 5º §2º, não excluem os direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
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Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que 
estão espalhados ao longo do texto constitucional, como, por 
exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
Gabarito: Errado. 
 
12. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema 
constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias 
fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além 
daqueles constantes do art. 5.º da CF. 
Comentários: 
O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 não 
previu os direitos sociais como direitos fundamentais. 
Comentários: 
Temos na Constituição 5 espécies de direitos fundamentais: 1- 
Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos Sociais; 3- 
Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- Direitos relativos 
à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 
estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: 
direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de 
nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e 
funcionamento dos partidos políticos. 
Comentários: 
A única observação é que a ESAF "escorregou" e colocou direitos e
garantias individuais e coletivos, quando o certo seria direitos e 
deveres individuais e coletivos, o que não seria suficiente para 
anular a questão. 
Gabarito: Correto. 
 
15. (ESAF/AFPS/2002) Todos os direitos previstos na 
Constituição, por causa da hierarquia dela no ordenamento jurídico, 
recebem o nome e o tratamento de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Não são todos os direitos constitucionais que são fundamentais. Os 
direitos fundamentais são os direitos essênciais à condição humana 
positivados em uma Constituição. Na Constituição de 1988 temos 
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cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e 
deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de 
nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e 
funcionamento dos partidos políticos. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) A Constituição enumera 
exaustivamente os direitos e garantias dos indivíduos, sendo 
inconstitucional o tratado que institua outros, não previstos pelo 
constituinte. 
Comentários: 
Segundo a Constituição em seu art. 5º § 2º, os direitos e garantias 
expressos na Constituição não excluem os outros que decorrerem 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" 
e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados 
como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo 
"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto 
"direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que 
foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um 
determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes 
direitos: 
• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que 
foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico 
também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação 
e desaparecimento, o que nos impede de considerartais 
direitos como imutáveis. 
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
• imprescritibilidade - podem ser invocados 
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem 
com o tempo; 
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, 
mas não poderão ser renunciados; 
• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. 
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não 
são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu 
exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional 
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(decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se 
no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os 
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser 
garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito 
não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, 
concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção; 
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1º - Em um primeiro momento levaria à noção de 
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental 
dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental 
(exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem 
garantir os direitos econômicos); 
2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a 
relação que deve existir entre as normas (sejam elas 
constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos 
fundamentais, de forma que as primeiras (normas 
constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os 
caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
 
17. (FCC/TCE-MG/2007 - Adaptada) Os direitos fundamentais 
são absolutos, não sendo suscetíveis de limitação no seu exercício. 
Comentários: 
Eles são relativos e não absolutos. 
Gabarito: Errado. 
 
18. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal deu 
enorme relevância ao direitos fundamentais, assegurando-os de 
maneira quase absoluta, mas certas conturbações sociais podem 
desencadear a necessidade de supressão temporária de certos 
direitos no atendimento do interesse do Estado e das instituições 
democráticas. 
Comentários: 
Isso aí, não se pode admitir que os direitos fundamentais sejam 
absolutos, pois existem limites ao seu exercício. A questão fala ainda 
em "necessidade de supressão temporária". Essa supressão 
temporária de alguns direitos é expressamente admitida pela 
Constituição nas hipoteses de Estado de Sítio e de Defesa (CF, art. 
135 e 136), quando poderão ser suspensos direitos como a liberdade 
de reunião e sigilo de comunicações para que não prejudiquem o 
objetivo de restaurar a ordem pública. 
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Gabarito: Correto. 
 
19. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são 
relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos 
fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana. 
Comentários: 
Exatamente. Entre as diversas características dos direitos 
fundamentais, temos a historicidade e a relatividade. 
Gabarito: Correto. 
 
20. (ESAF/PGFN/2007) Entre as características funcionais dos 
direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à 
ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que 
converge para o sentido da imutabilidade. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser 
de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o 
direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para 
imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas, 
com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são 
novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los 
como imutáveis. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Sobre o tema 
Direitos e Garantias fundamentais, assinale a alternativa correta. 
(A) Os direitos fundamentais podem ser reclamados em um 
determinado tempo, pois há um lapso temporal que limita sua 
exigibilidade. 
(B) A interdependência diz respeito à relação entre normas 
constitucionais e infraconstitucionais com os direitos fundamentais, 
devendo as segundas zelar pelo alcance dos objetivos previstos nas 
primeiras. 
(C) A característica da complementaridade, refere-se à interpretação 
conjunta dos direitos fundamentais objetivando sua realização de 
forma parcial. 
(D) A inalienabilidade dos direitos fundamentais caracteriza-se pela 
impossibilidade de negociação dos mesmos, tendo em vista não 
possuírem conteúdo patrimonial. 
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Comentários: 
Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são imprescritíveis, logo 
independem de lapso temporal para serem exigidos. 
Letra B - Errado. Segundo a interdependência dos direitos 
fundamentais, não são as normas infraconstitucionais que devem 
zelar pelas normas constitucionais, mas sim, ambas as espécies 
normativas (constitucionais e infraconstitucionais), devem zelar pelo 
efetivo cumprimento dos direitos fundamentais. 
Letra C - Errado. Olha o que a questão fala: "objetivando sua 
realização de forma parcial". Tá errado! A realização tem que ser 
conjunta. 
Letra D - Correto. Os direitos fundamentais são inegociáveis, 
inalienáveis, não são bens! 
Gabarito: Letra D. 
 
22. (TRT 14/Juiz Substituto - TRT 14/2008 - Adaptada) A 
universalidade e a concorrência são características dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Exato. Eles são universais já que se aplicam a todos sem distinção e 
concorrentes na medida que se somam, concorrendo para a proteção 
da pessoa. 
Gabarito: Correto. 
 
23. (VUNESP/Procurador-PGE-SP/2005 - Adaptada) A 
doutrina majoritária entende que os direitos fundamentais são 
absolutos, invioláveis e inalienáveis, mas renunciáveis e prescritíveis. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos. Eles também não são renunciáveis, nem prescritíveis. 
Gabarito: Errado. 
 
24. (MPT/Procurador do Trabalho/2004) As principais 
características dos direitos fundamentais do homem são a 
inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade. 
Comentários: 
Exatamente, a doutrina não é unânime em definir a relação das 
caraterísticas dos direitos fundamentais, mas estas 3 sempre estão 
presentes, reconhecendo o caráter de que eles não podem ser 
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“negociados”, “renunciados”, nem prescrevem com o tempo, caso 
não sejam exercidos. 
Gabarito: Correto. 
 
25. (IPAD/Agente de Polícia/2006 -Adaptada) É comum 
falar-se em relatividade dos direitos fundamentais, na medida em que 
se entende que eles não são absolutos. 
Comentários: 
Exatamente isso. 
Gabarito: Correto. 
 
É importante salientar que estes direitos não se 
restringem a particulares, podendo, alguns, ser ga-
rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de 
direito público, como, por exemplo, o direito de propriedade. 
 
É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica 
faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua 
reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ - 
Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. 
 
26. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas 
jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a 
indenização por danos materiais, mas não por danos morais. 
Comentários: 
Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas: 
pessoa jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direitode 
propriedade... até mesmo o direito à honra. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (FCC/ACE-TCE-MG/2007 - Adaptada) A Constituição Federal 
vigente assegura a existência de direitos fundamentais somente às 
pessoas físicas, mas não às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Dispensa comentários... 
Gabarito: Errado. 
 
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28. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos 
e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de 
direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, 
alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até 
mesmo de direito público, como o direito de propriedade. 
Gabarito: Correto. 
 
29. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os 
direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto 
para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), 
exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às 
pessoas físicas. 
Comentários: 
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais 
são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são 
também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental, 
porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o 
direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos 
durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são, 
logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
30. (CESPE/Analista TJRJ/2008) O direito fundamental à honra 
se estende às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Exato. Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. Vá você 
difamar o nome de uma grande empresa como a Coca-cola, Pepsi e 
etc. para ver o que acontece... 
Gabarito: Correto. 
 
31. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito 
público não podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de 
direito público, como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito 
de propriedade, entre outros. 
Gabarito: Errado. 
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32. (ESAF/Procurador - PGDF/2007) Pessoas jurídicas de 
direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Tem horas que os concursos são muito manjados né?! Essa banca fez 
pelo menos outras 5 questões idênticas a essa. 
Gabarito: Correto. 
 
33. (ESAF/Técnico Receita Federal - TI/2006) A proteção da 
honra, prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa 
no direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa 
física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que 
caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana. 
Comentários: 
Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. É assegurada às 
pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
34. (FUNIVERSA/Analista - APEX-Brasil/2006) Pessoas 
jurídicas possuem direitos individuais a serem observados pelo 
Estado Brasileiro. 
Comentários: 
Exato. 
Gabarito: Correto. 
 
Historicamente, estes direitos se constituem em uma 
conquista de uma proteção do cidadão em face do poder 
autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos 
limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o 
uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no 
que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
 
Eficácia horizontal 
Proteção do particular em face de outro 
particular. 
 
 
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35. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias 
fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às 
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o 
próprio Estado. 
Comentários: 
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
36. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios de 
determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, 
deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais 
não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e 
o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é 
denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos 
fundamentais devem ser respeitados. 
Gabarito: Correto. 
 
37. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais 
não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o 
Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e 
jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais 
assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os 
poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos 
particulares em face dos poderes privados. 
Comentários: 
Isso aí, é o que chamamos de eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Correto. 
 
38. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010) As violações a 
direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações 
entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas 
entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado (fenômeno 
conhecido como eficácia horizontal dos direitos fundamentais). 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
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É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais 
em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões 
(antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso 
deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que 
uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, 
ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem 
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" 
para entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de 
Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados 
Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as 
liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de 
primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é 
naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o 
Estado apenas como força de harmonização e consecução dos 
direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 
1919, que nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de 
Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido 
estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não 
podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de 
“constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além 
do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração 
- liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos 
econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração - 
relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de “Estado 
Social”. Desta forma, possui como característica a mudança da 
concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da 
discricionariedade. Aumenta assima intervenção do Estado na ordem 
econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica 
passa a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos 
então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas 
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses 
direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Vejamos: 
 
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Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independê
ncia dos 
EUA 
1ª Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891 
Estado 
Social 
Pós 1ª 
Guerra 
Mundial - 
Constituiçã
o Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
Estado 
Democrático 
Pós 2ª 
Guerra 
Mundial. 
3ª Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos e 
difusos. 
CF/1988 
 
Pulo do Gato: 
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-
se de "second") são os de segunda dimensão. 
• Os direitos de “Todos” (difusos e coletivos) – seriam os de 
Terceira dimensão. 
 
A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades 
negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de 
libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais 
pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas 
sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica, 
cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é 
também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem 
não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva 
ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, 
social e cultural. 
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A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, 
se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo 
determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma 
coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à 
paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, 
o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o 
direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3ª dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no 
patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o 
cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade 
reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, 
praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O 
principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à 
frente. 
Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e 
quinta dimensões: 
4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já 
existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se 
vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, 
incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta 
dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos 
promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a 
uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de 
forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria 
materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio 
genético dos indivíduos. 
5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta 
dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade 
de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente 
devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro 
nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de 
quinta geração como os direitos “virtuais” ou “cibernéticos”, ou seja, 
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade 
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 
39. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais 
classificados como de segunda geração 
a) os direitos econômicos e culturais. 
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. 
c) as liberdades públicas. 
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d) os direitos e garantias individuais clássicos. 
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
Comentários: 
Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, 
econômicos e culturais. 
Gabarito: Letra A. 
 
40. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Liberdade, 
Igualdade e Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser 
relacionados, respectivamente, com os direitos humanos de primeira, 
segunda e terceira gerações. 
Comentários: 
É isso aí... 
Gabarito: Correto. 
 
41. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) O direito à 
paz inclui-se entre os direitos humanos de segunda geração. 
Comentários: 
Não não... direito à paz não é de segunda geração não, é um direito 
da sociedade, um direito difuso, seria de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
42. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Os direitos 
humanos de primeira geração foram construídos, em oposição ao 
absolutismo, como liberdades negativas; os de segunda geração 
exigem ações destinadas a dar efetividade à autonomia dos 
indivíduos, o que autoriza relacioná-los com o conceito de liberdade 
positiva e com a igualdade. 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
 
43. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) Os direitos republicanos 
têm surgido na doutrina como uma nova categoria onde o cidadão 
passa a pensar no interesse público explicitamente para fazer frente à 
ofensa à coisa pública, como o nepotismo, a corrupção, bem como às 
políticas de Estado que, a pretexto de se caracterizarem como 
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públicas, na verdade podem atender a interesses particulares 
indefensáveis. 
Comentários: 
Isso aí, tratam-se de direitos de terceira dimensão. O homem 
pensando em sociedade e agindo contra as políticas chamadas de 
"patrimonialistas". 
Gabarito: Correto. 
 
44. (FCC/Analista TRT 9/2004) Os direitos fundamentais são 
também classificados em três gerações. Os de primeira, segunda e 
terceira gerações correspondem, respectivamente, aos direitos: 
a) à democracia ou ao pluralismo; de fraternidade ou de 
solidariedade; e de liberdade ou de defesa. 
b) de liberdade ou de defesa; de prestação por parte do Estado ou 
sociais; e de fraternidade ou de solidariedade. 
c) de prestação por parte do Estado ou sociais; à democracia ou à 
informação; e de liberdade ou de defesa. 
d) de fraternidade ou de solidariedade; de liberdade ou de defesa; e 
à igualdade material ou à isonomia. 
e) à informação ou ao pluralismo; de fraternidade ou de 
solidariedade; e de prestação por parte do Estado ou econômicos. 
Comentários: 
A resposta dispensa muitas divagações. Claramente é a letra B! 
Gabarito: Letra B. 
 
45. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o 
direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. 
Comentários: 
O CESPE, nesta questão, segue a doutrina do professor Paulo 
Bonavides que apresenta a 4ª dimensãodos direitos como sendo 
aqueles que se vinculam à idéia de democracia, especialmente a 
democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao 
pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização 
dos direitos promovida pela globalização. 
Gabarito: Correto. 
 
46. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de 
terceira geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda 
que ainda comportam, não recebem tratamento constitucional. 
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Comentários: 
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será 
aplicado no futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de 
"terceira geração" são os direitos coletivos e difusos e estão 
positivados na Constituição Federal. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou 
dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da 
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, 
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, 
reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos 
de terceira geração — que materializam poderes de titularidade 
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — 
consagram o princípio da solidariedade. 
Comentários: 
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda 
gerações. A primeira dimensão materializa a liberdade, já a igualdade 
é referente à segunda dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
48. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica 
do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades 
modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o 
direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira 
geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos 
no início do século XX. 
Comentários: 
Opa!!! 
Obrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e 
culturais são direitos de segunda geração e não de terceira (esta 
geração é marcada pelos direitos coletivos e difusos). 
Gabarito: Errado. 
 
49. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais, 
assinale a opção correta. 
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos 
direitos sociais capitulados na CF. 
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 
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c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de 
direitos sociais. 
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. 
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só 
podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, 
não dependendo de normatividade ulterior. 
Comentários: 
...Olha o SECond aí denovo... 
Gabarito é a letra B !!! 
Vamos analisar o resto: 
Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social. 
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais. 
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais, 
são uma proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que 
se faça uma ação). 
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia 
LIMITADA, precisam que se façam leis e ações administrativas para 
que possam ser concretizados. 
Gabarito: Letra B. 
 
50. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são 
exemplos típicos de direitos de 3.ª geração 
Comentários: 
Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma 
forma que os civis. 
Gabarito: Errado. 
 
51. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de 
terceira geração. 
Comentários: 
Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em 
sociedade, sendo assim, de terceira dimensão. 
Gabarito: Correto. 
 
52. (CESPE/OAB-Nacional/2007) O direito ao progresso é um 
exemplo de direito fundamental de segunda geração ou dimensão. 
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Comentários: 
É um direito de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
53. (CESPE/Auditor - TCE-PE/2004) Na evolução dos direitos 
fundamentais, consolidou-se a classificação deles em diferentes 
gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira 
gerações), as quais se sucederam e se substituíram ao longo do 
tempo, a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789. 
Comentários: 
Não não não... Essa é a maior crítica ao uso do termo "geração" de 
direitos. Os direitos não se sucederam e substituíram, eles foram se 
acumulando. 
Gabarito: Errado. 
 
54. (CESPE/Defensor Público - Alagoas/2003) O direito ao 
desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o 
direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade podem 
ser considerados como direitos de segunda geração ou dimensão. 
Comentários: 
Estes seriam de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
55. (CESPE/Defensor Público - Alagoas/2003) O direito de 
comunicação pode ser enquadrado no rol dos direitos de terceira 
dimensão ou geração. 
Comentários: 
Pode sim. São os direitos difusos e coletivos. 
Gabarito: Correto 
 
56. (MPT/Procurador do Trabalho/2007 - Adaptada) No 
estudo dos direitos humanos fundamentais, existe cizânia doutrinária 
em torno da utilização da expressão "geração", para indicar o 
processo de consolidação desses direitos, sendo que alguns preferem 
utilizar "dimensão". Examine as assertivas a seguir e selecione o 
argumento que, efetivamente, dá suporte à doutrina que defende a 
necessidade de substituição de uma expressão por outra. 
a) os direitos humanos fundamentais são direitos naturais e, como 
tais, imutáveis, de maneira que o vocábulo "geração" faz alusão a 
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uma historicidade inexistente nessa modalidade de direitos, enquanto 
"dimensão" refere-se a aspectos relevantes de um todo, que 
simplesmente se destacam de acordo com o grau de desenvolvimento 
da sociedade; 
b) o termo "geração" conduz à idéia equivocada de que os direitos 
humanos fundamentais se substituem ao longo do tempo, enquanto 
"dimensão" melhor reflete o processo gradativo de 
complementaridade, pelo qual não há alternância, mas sim expansão, 
cumulação e fortalecimento; 
c) a idéia de "geração" leva ao entendimento de que o processo de 
afirmação dos direitos humanos fundamentais é linear e não 
comporta retrocessos, enquanto a de "dimensão" melhor expressa o 
caminho tortuoso desse processo, de acordo com as relações de 
forças existentes nas sociedades; 
d) O termo "geração" sugere uma eficácia restrita dos direitos 
humanos fundamentais, meramente vertical, ao passo que 
"dimensão" indica eficácia mais ampla, também horizontal; 
Comentários: 
Pelo que vimos, a resposta correta a ser marcada seria a letra B, já 
que o uso do termo gerações é repudiado pelo fato de induzir ao 
pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o 
que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados 
exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em 
muitos países. 
Gabarito: Letra B. 
 
57. (FGV/Juiz Substituto - TJ-PA/2008 - Adaptada) A respeito 
dos direitos, assinale a afirmativa incorreta. 
a) Os direitos fundamentais de primeira geração são os direitos e 
garantias individuais e políticos clássicos (liberdades públicas). Os 
direitos fundamentais de segunda geração são os direitos sociais, 
econômicos e culturais. Os direitos fundamentais de terceira geração 
são os chamados direitosde solidariedade ou fraternidade, que 
englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao 
progresso, entre outros. 
b) A doutrina assinala como espécies de direitos fundamentais (de 
acordo com a predominância de sua função): 1o: direitos de defesa - 
que se caracterizam por impor ao Estado um dever de abstenção, um 
dever de não-interferência no espaço de autodeterminação do 
indivíduo; 2o: direitos de prestação - que exigem que o Estado aja 
para atenuar as desigualdades; 3o: direitos de participação - que são 
os orientados a garantir a participação dos cidadãos na formação da 
vontade do Estado. 
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c) Pela relevância dos direitos fundamentais de primeira geração, 
como o direito à vida, é correto afirmar que eles são absolutos, pois 
são o escudo protetivo do cidadão contra as possíveis arbitrariedades 
do Estado. 
d) Todas as constituições brasileiras, sem exceção, enunciaram 
declarações de direitos. As duas primeiras - a Imperial e a de 1891 - 
traziam apenas as liberdades públicas. 
Comentários: 
Letra A - Correto. 
Letra B - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados 
quanto a função que exercem. Os chamados direitos de defesa são 
basicamente as garantias individuais, aquelas liberdades negativas 
que servem de respaldo para o exercício dos demais direitos, 
limitando o poder estatal em face dos particulares. Os diretos de 
prestação exigem uma postura do estado no sentido de concretizar as 
metas constitucionais, reduzindo desigualdades e fornecendo as 
condições mínimas para uma vida humana digna. Elenca-se também, 
os direitos à participação, já que o Estado é formado pela vontade do 
povo, devendo este agir na regência das decisões políticas. 
Letra C - Errado. É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os 
direitos e garantias fundamentais não são absolutos, todos eles são 
relativos. 
Letra D - Correto. Embora incipiente na Constituição de 1824, todas 
as Constituições nacionais versaram sobre os direitos fundamentais, 
sendo fortalecidos ao longo das próximas constituições. 
Gabarito: Letra C. 
 
58. (NCE/Delegado-PC-RJ/2002) A complexidade da vivência 
social pós-globalização exige cada vez mais a especificação de 
direitos e garantias fundamentais, objetivando a manutenção da 
dignidade da pessoa humana, preceito fundamental da nossa Lei 
Maior. Dentro desse contexto, pode-se afirmar corretamente que: 
a) os direitos de 5ª geração representam os advindos da realidade 
virtual que compreendem o grande desenvolvimento da cibernética 
na atualidade, implicando o rompimento de fronteiras, estabelecendo 
conflitos entre países com realidades distintas, via internet; 
b) os direitos de 4ª geração são os direitos transindividuais, mas 
também observados como coletivos ou difusos, basicamente 
relacionados com os direitos ao meio ambiente equilibrado, ao 
desenvolvimento econômico e à defesa do consumidor; 
c) os direitos de 3ª geração são os direitos de manipulação genética, 
relacionados à biotecnologia e à bioengenharia, que tratam de 
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questões sobre a vida e a morte e que requerem uma discussão ética 
prévia; 
d) os direitos de 2ª geração são os direitos individuais, preservando a 
liberdade do indivíduo em detrimento dos abusos legislativos do 
Estado; 
e) os direitos de 1ª geração outorgam limites ao Estado, consagrando 
os direitos sociais, buscando o atendimento às necessidades mínimas 
da pessoa humana. 
Comentários: 
A letra A está correta. Embora não seja uma classificação pacífica, já 
se vislumbram direitos de quinta geração que, majoritariamente, 
seriam os que tratam dos direitos “virtuais” ou “cibernéticos”, ou 
seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, 
publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade 
da pessoa humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
Letra B- Os direitos citados são de terceira e não de quarta geração. 
Esta seria relativo à biotecnologia e patrimônio genético. 
Letra C - Esses seriam os de quarta e não de terceira. 
Letra D - Esses seriam os de primeira e não de segunda geração. 
Letra E - Os direitos sociais são de segunda geração. 
Gabarito: Letra A. 
 
Questões sobre a evolução dos direitos fundamentais: 
 
59. (FCC/Procurador - PGE-PE/2004) Segundo a doutrina, a 
chamada teoria liberal dos direitos fundamentais tem como raízes 
filosóficas e jurídicas 
a) as doutrinas socialistas do século XIX. 
b) a doutrina social da Igreja. 
c) as doutrinas do contrato social e os princípios do direito natural 
positivados em Constituição. 
d) a noção de Estado como criador da liberdade. 
e) as doutrinas sobre solidariedade e internacionalização dos direitos 
humanos. 
Comentários: 
O pensamento iluminista que pregava o liberalismo através de 
direitos naturais do homem, e a teoria do pacto social de rousseau 
fora os principais antecedentes do Estado Liberal de Direito, que 
positivou os direitos de primeira dimensão. 
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Gabarito: Letra C. 
 
60. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de 
redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 
1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar 
Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido 
a primeira vez que houve inserção de um título expressamente 
destinado à ordem econômica e social. 
Comentários: 
A questão estaria perfeita se dissesse 1934 em vez de 1946. 
Gabarito: Errada. 
 
61. (MPT/Procurador do Trabalho/2005) Em face das 
assertivas abaixo, indique a alternativa CORRETA: 
I - no plano histórico, as primeiras Declarações de Direitos Humanos 
proclamaram a necessidade de um Estado de índole positivista, 
democrática e intervencionista, objetivando a garantia das liberdades 
fundamentais; 
II - o princípio da igualdade constitui o principal fundamento dos 
Direitos Humanos de primeira geração; 
III - o princípio da 'prevalência dos Direitos Humanos' foi previsto, de 
maneira explícita, pela Constituição brasileira de 1988, como 
fundamento para reger as relações internacionais da nossa República 
Federativa; 
IV - em face do sistema constitucional brasileiro, pode ser introduzido 
no ordenamento jurídico pátrio direitos ou garantias fundamentais, 
por força da adoção e vigência de um Tratado Internacional; 
a) as alternativas I e IV estão corretas; 
b) apenas a alternativa IV está correta; 
c) as alternativas I e II estão incorretas; 
d) apenas a alternativa II está incorreta; 
e) não respondida. 
Comentários: 
I - Errado. O estado não era intervencionista, isso só passou a 
ocorrer no pós primeira guerra. O Estado Liberal pregava apenas uma 
abstenção do Estado, respeitando as liberdades individuais. 
II - Errado. O principal fundamento era a "liberdade". 
III - Correto. 
IV - Correto. Isto está embasado no art. 5º §2º da Constituição. 
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Gabarito: Letra C. 
 
Teoria dos limites e o núcelo essencial dos direitos 
fundamentais: 
 
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que 
são relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão 
impostas pelo legilslador (nos casos em que a Constituição autorize, 
expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos 
que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste caso, 
ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá, o intérprete(juiz) 
fará então uso do princípio da harmonização (ou concordância 
prática, ou ainda ponderação de interesses). 
Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos 
fundamentais, que o legislador crie restrições a algum desses 
direitos. Essas restrições legais deverão decorrer de autorização da 
Constituição, porém, estas autorizações podem estar expressas na 
Constituição (limitações expressamente constitucionais) ou de forma 
implícita (limitações tacitamente constitucionais). 
Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de 
lei, surge o que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja, 
reservou-se à lei o direito de estabelecer uma limitação. Essa reserva 
legal será chamada de: 
• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a 
autorizar a restrição (Ex. Art. 5º VII - é assegurada, "nos termos da 
lei", a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva); ou 
• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a 
restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5º, XII - 
autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação 
telefônica, mas somente para atender aos fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal). 
É importante salientar que o legislador possui limites no seu exercício 
de limitação do direito fundamental, o que se tem chamado de os 
"limites dos limites". E qual seria tal limite? Seria a preservação do 
"núcleo essencial" do direito fundamental. 
O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu 
conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está 
sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua 
efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a 
jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito 
em nosso ordenamento jurídico. Segundo a doutrina, podemos 
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basicamente estabelecer 2 teorias sobre o núcleo essencial dos 
direitos fundamentais: 
• Teoria Absoluta - Independente do caso concreto, o núcleo 
existencial, ou seja, o limite imposto será sempre o mesmo, 
fixo. 
• Teoria Relativa - Deve-se observar o caso concreto para só 
então verificar qual será o limite de restrição. 
 
62. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) A teoria dos limites dos 
limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
É exatamente isso. Sabemos que os direitos fundamentais não são 
absolutos, são relativos já que podem sofrer limitações. Essas 
limitações também sofrem restrições, o chamado "limites dos 
limites". 
Gabarito: Correto. 
 
63. (FCC/DPE-MA/2003) Os direitos fundamentais consagrados 
na Constituição brasileira: 
a) são sempre direitos ilimitados. 
b) são sempre considerados direitos absolutos. 
c) não podem sofrer, em qualquer caso, restrições por intermédio de 
legislação. 
d) somente podem ser restringidos pelo exercício do poder de polícia 
quando este estiver expressamente previsto na Constituição para o 
caso. 
e) tem a natureza de direitos relativos porquanto convivem com 
outros direitos e liberdades individuais ou coletivas. 
Comentários: 
Questão que também não necessita de muitos comentários. Os 
direitos fundamentais são relativos, devem respeitar-se 
reciprocamente. 
Gabarito: Letra E 
 
64. (FCC/Procurador - PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de 
direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de 
eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da: 
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a) ponderação de interesses. 
b) interpretação adequadora. 
c) congruência. 
d) relativização dos direitos fundamentais. 
e) interpretação conforme a Constituição. 
Comentários: 
O princípio seria da harmonização ou concordância prática, ou ainda 
ponderação de interesses, de forma a descobrir no caso concreto qual 
irá prevalecer. 
Gabarito: Letra A 
 
65. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a 
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens) pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição, 
por meio da chamada reserva legal qualificada. 
Comentários: 
Seria uma reserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a 
prever que será "nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais 
seriam estes termos. 
Gabarito: Errado. 
 
66. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu 
expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
Essa garantia é implícita e não expressa. 
Gabarito: Errado. 
 
67. (ESAF/ATRFB/2009) Quanto à delimitação do conteúdo 
essencial dos direitos fundamentais, a doutrina se divide entre as 
teorias absoluta e relativa. De acordo com a teoria relativa, o núcleo 
essencial do direito fundamental é insuscetível de qualquer medida 
restritiva, independentemente das peculiaridades que o caso concreto 
possa fornecer. 
Comentários: 
A teoria relativa é a que defende que o delineamento do núcleo 
essencial dependerá da análise do caso concreto. 
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Gabarito: Errado. 
 
68. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) O 
fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é admitido como 
possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a Constituição não 
pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias na sua 
aplicação prática. 
Comentários: 
É admitido sim. Os direitos fundamentais podem "colidir", o que não 
pode é haver "contradição". Caso haja uma colisão, eles deverão ser 
harmonizados, para descobrir qual prevalecerá. 
Gabarito: Errado. 
 
69. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010) Diante de um 
caso concreto, resolve-se a colisão de direitos fundamentais a partir 
de um juízo de ponderação, harmonizando-se, especialmente pelo 
princípio da proporcionalidade, os direitos fundamentais em conflito. 
Comentários: 
Exatamente, os direitos fundamentais podem colidir entre si. Um não 
nega o outro, deve haver um respeito mútuo devendo o intérprete 
(juiz) decidir qual irá prevalecer usando a técnica da harmonização 
(ou concordância prática). 
Gabarito: Correto. 
 
70. (TRT 24ª/Juiz do Trabalho TRT 24ª/2007) Não há 
hierarquia entre os direitos e garantias fundamentais e, quando no 
caso concreto se apresentem dois ou mais direitos e garantias em 
face dos litigantes, no possível conflito entre os direitos e garantias 
contrapostos o intérprete está autorizado a ponderar valores que 
preservem ou reduzam o alcance de um, evitando a completa 
destruição de outro. 
Comentários: 
Isso aí, é o caso onde eles deverão ser harmonizados, para descobrir 
qual prevalecerá. 
Gabarito: Correto. 
 
71. (TRT 9ª/Juiz do Trabalho TRT 9ª/2006) Sobre 
interpretação das normas constitucionais, considerando-se 
perspectiva póspositivista, é correto afirmar que: 
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a) A técnica da subsunção, baseada em raciocínios silogísticos, é 
suficiente para resolver colisão de direitos fundamentais, em qualquer 
caso concreto. 
b) O sistema constitucional vigente é estruturado de tal forma que 
jamais haverá conflito de normas de mesma hierarquia, em casos 
concretos. 
c) Como o próprio sistema de normas jurídicas positivadas oferece as 
soluções cabíveis em caso de conflito de normas de mesma 
hierarquia, o papel do intérprete, inclusive do juiz, resume-sea uma 
atividade de conhecimento técnico. 
d) De acordo com o princípio da unidade hierárquico-normativa da 
Constituição, não há hierarquia entre normas da Constituição, 
cabendo ao intérprete, em cada caso concreto, buscar a 
harmonização possível entre comandos que tutelem interesses 
contrapostos, utilizando-se da técnica da ponderação de valores. 
e) Quando o juiz se deparar, no caso concreto, com colisão de 
direitos fundamentais, poderá se abster de decidir, pois, do contrário, 
sua decisão, seja qual for, implicará violação à Constituição. 
Comentários: 
Questão que poderia parecer complicada a uma primeira visão. Mas, 
depois de diversos toques e "mastigadas", claramente apontamos a 
resposta correta: a letra D. Ela diz que a Constituição é uma unidade 
no que tange a hierarquia de suas normas, o que é correto, e que o 
intérprete deve harmonizar os valores no caso de colisão de 
"interesses contrapostos", no caso, direitos fundamentais. 
Gabarito: Letra D. 
 
Dimensão Subjetiva X Dimensão Objetiva dos Direitos 
Fundamentais: 
A doutrina atual do Direito Constitucional aceita uma visão dos 
Direitos Fundamentais sob duas diferentes óticas: 
• Dimensão subjetiva – é a visão clássica dos Direitos 
Fundamentais. Consiste em enxergá-los como um direito da 
pessoa em face do Estado, o qual deve exercer um papel 
negativo (abstenção de intervir para que não viole os direitos 
previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) ou 
positivo (prestações que o Estado faz para as pessoas de 
forma a garantir condições mais dignas de sobrevivência, 
notadamente os direitos sociais). 
• Dimensão objetiva – É a nova visão, onde os Direitos 
Fundamentais devem ser enxergados não só sob a ótica dos 
“direitos das pessoas frente ao Estado”, mas como enunciados 
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que contém alta carga valorativa. Valores, princípios, regras 
que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e assumem 
um papel central no constitucionalismo. Podemos desmembrá-
la da seguinte forma3: 
1- Direitos fundamentais não são meros enunciados, são 
valores, princípios, possuem carga axiológica que deve ser 
usada para fins de aplicação, ainda que não estejam sendo 
titularizados por uma pessoa específica. 
2- Os direitos fundamentais se “irradiam” pelo ordenamento 
jurídico levando a uma ideia de “interpretação conforme os 
direitos fundamentais”. O Estado passa ainda a ter um dever de 
proteção dos valores contidos em tais direitos. 
3- Eles possuem aplicação imediata, devendo sempre que 
possível serem aplicados “de pronto”. 
4- Os direitos fundamentais possuem caráter mandamental, 
imperativo e, em especial aqueles de prestações positivas, 
como os Direitos Sociais, possuem eficácia dirigente, 
enunciando normas que impõem uma efetiva atuação do 
Estado, legislativa e administrativa, com o fim de regulamentá-
los e concretizá-los. 
5- Os direitos fundamentais podem ser reciprocamente 
condicionados, uns pelos outros, para que seja viável o convívio 
em sociedade. Lembrando que nesse condicionamento 
(harmonização, conformação), restringem-se direitos, mas 
devem ser preservados, ao menos, os núcleos essenciais de 
cada um. 
6- Surge a ideia de que tais direitos devem ser enxergados com 
eficácia horizontal (proteção do indivíduo em face dos outros 
indivíduos). 
 
72. (FCC/PGE-RO/2011) Dentre as características da perspectiva 
objetiva dos direitos fundamentais, compreende-se: 
a) o conjunto de metas traçadas com fins diretivos de ações positivas 
dos poderes públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia dirigente. 
b) a representação dos interesses individuais sob a ótica negativa 
perante o Poder Público. 
c) ter sempre a natureza princípio, nunca de regra. 
d) impossibilitar a agregação do ponto de vista axiológico da 
comunidade em sua interpretação. 
 
3 Sobre o tema: DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais. 2ª tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, e BONAVIDES, 
Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21ª edição. São Paulo: Malheiros, 2007. 
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e) não há dimensão objetiva na esfera dos direitos fundamentais, os 
quais têm como característica defender de forma singular o espaço de 
liberdade individual. 
Comentário: 
Letra A – Correta. Um dos aspectos da dimensão objetiva é 
justamente esse, os Direitos Fundamentais formam um conjunto de 
metas traçadas com fins diretivos de ações positivas dos poderes 
públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia dirigente. 
Letra B – Errado. A representação dos interesses individuais sob a 
ótica negativa perante o Poder Público, é a visão clássica dos Direitos 
Fundamentais, ou seja, a sua dimensão subjetiva. 
Letra C – Errado. Eles passam a assumir caráter valorativo, 
principiológico, mas não podemos dizer que nunca enunciarão uma 
regra a ser seguida. 
Letra D – Errado. O correto seria “possibilitar” a agregação do ponto 
de vista axiológico da comunidade em sua interpretação. 
Letra E – Errado. Viajou... 
Gabarito: Letra A. 
 
73. (TRT 23ª/Juiz do Trabalho – TRT 23ª/2011) no que 
concerne à teoria dos direitos fundamentais, assinale a alternativa 
correta: 
a) Os direitos fundamentais foram concebidos para regular a relação 
do individuo com o estado, como direitos de proteção contra o 
arbítrio, de modo que, mesmo na atualidade, direitos clássicos como 
a igualdade não tem aplicação nas relações jurídicas entre 
particulares. 
b) A consagração da dignidade da pessoa humana na constituição de 
1988 como principio fundamental da república (art. 1) e não como 
expresso direito fundamental típico (art. 5) significa que dele não 
podem ser deduzidas posições jurídico-fundamentais, mormente de 
natureza subjetiva, mesmo porque não é licito reconhecer direitos e 
garantias não expressos na constituição de 1988, nem mesmo se 
decorrentes dos princípios por ela adotados. 
c) O catalogo dos direitos fundamentais na constituição de 1988 
cinge-se àqueles previstos nos arts 5 e 8 da Carta. 
d) O reconhecimento de uma dimensão objetiva dos direitos 
fundamentais significa que tais direitos irradiam seus efeitos pelo 
ordenamento jurídico (eficácia irradiante, no sentido de que, na sua 
condição de direito objetivo, os direitos fundamentais fornecem 
impulsos e diretrizes para a aplicação e interpretação do direito 
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infraconstitucional, apontando para a necessidade de uma 
interpretação conforme aos direitos fundamentais. 
e) A reserva do possível consiste em uma argumentação 
juridicamente válida para limitar a eficácia dos direitos fundamentais, 
significando que a realização dos direitos fundamentais é uma tarefa 
confiada aos agentes políticos detentores de mandato eletivo 
escolhidos como tais pelo povo, não sendo possível, diante da 
declaração da autoridade do poder executivo a respeito da 
inexistência de previsão orçamentária para a satisfação de um direito 
fundamental, a concessão de provimento jurisdicional em sentindo 
contrario com vistas a assegurar a fruição de determinado direito, 
como à vida ou à saúde, no caso concreto. 
Comentários: 
Letra A – Errado. Os direitos fundamentais podem ser enxergados na 
visão clássica de eficácia vertical (proteção do indivíduo em face do 
arbítrio estatal) e também dotados de eficácia horizontal (proteção do 
particular em face dos demais particulares). 
Letra B – Errado. Absurdo total. Primeiro que segundo a Constituição 
em seu art. 5º, §2º os direitos e garantias expressos na Constituição 
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dostratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. Outra coisa é o fato de que os 
fundamentos da República Federativa do Brasil são princípios politico-
constitucionais, normas que se desdobram ao longo da Constituição. 
Assim, da Dignidade da Pessoa Humana decorrem diversos direitos 
fundamentais como a proibição à tortura, os direitos dos presos e etc. 
Letra C – Errado. Os direitos fundamentais na CF, de forma 
expressa, vão do art. 5º ao 17. 
Letra D – Correto. Trata-se de uma visão mais atual dos Direitos 
Fundamentais, onde eles devem ser enxergados não só sob a ótica 
dos “direitos das pessoas frente ao Estado” (dimensão subjetiva), 
mas como valores, princípios, regras que norteiam a aplicação de 
todo ordenamento jurídico e assumem um papel central no 
constitucionalismo. 
Letra E – Errado. A reserva do possível é a contraposição de 
disponibilidade financeira do Estado com a necessidade de se 
implementar os direitos fundamentais (notadamente os direitos 
sociais) e as políticas públicas. Acontece que a reserva do possível 
não pode ser óbice para implementação daquele chamado "mínimo 
existencial" - este conceito corresponderia ao conjunto de 
situações materiais indispensáveis à existência humana digna. 
Não apenas "sobreviver", mas ter uma vida realmente digna, com 
suporte físico e intelectual necessário. 
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O Estado deve garantir, pelo menos, o mínimo existencial à 
sociedade. E isso se reveste de caráter impositivo. Desta forma, o 
Judiciário tem decidido frequentemente no sentido de que compelir o 
Executivo na adoção de certas ações no sentido da concretização de 
direitos sociais, principalmente casos notórios do direito à saúde, 
onde muitas vezes era negada a compra de certos remédios tidos 
como "muito caros" por parte do Executivo. 
Gabarito: Letra D. 
 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS EM GERAL: 
O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições 
aplicáveis aos direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 
5º, que os direitos e garantias expressos na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 
parágrafos: 
 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
 
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos 
e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos 
direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, 
esperando que venha uma lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial 
para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o 
direito. 
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. 
Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque 
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da 
sociedade. 
 
74. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009) As normas definidoras dos 
direitos e garantias fundamentais não têm aplicação imediata, 
submetendo- se à regulamentação legislativa. 
Comentários: 
Isso contraria o disposto no art. 5º, §1º da Constituição. 
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Gabarito: Errado. 
 
75. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) As normas definidoras dos 
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Comentários: 
É a literalidade da Constituição Federal em seu art. 5º §1º. Ressalta-
se, porém, que esta disposição é somente um apelo para que o Poder 
Público busque efetivamente concretizar tais normas. Não podemos 
dizer que pela simples previsão de que elas tenham aplicação 
imediata, algumas normas venham a ser efetivamente passíveis de 
aplicação, nem que tais normas constituam, em sua totalidade, 
normas de eficácia plena. 
Gabarito: Correto. 
 
76. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas 
constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais 
têm eficácia contida e dependem de regulamentação. 
Comentários: 
Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação 
imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente 
aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
77. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata e eficácia plena. 
Comentários: 
É errado dizer que possuem eficácia plena. 
Gabarito: Errado. 
 
78. (ESAF/Gestor-SEFAZ-MG/2005) Como regra geral, os 
direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois 
de minudenciados pelo legislador ordinário. 
Comentários: 
A regra geral é que eles podem ser invocados imediatamente. 
Gabarito: Errado. 
 
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79. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010 - Adaptada) 
Apesar de não haver norma expressa na ordem jurídica brasileira, 
reconhece-se universalmente a aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Erra a questão devido à existência de norma expressa neste 
sentido. 
Gabarito: Errado. 
 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos 
fundamentais de status constitucional através da aprovação de 
tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. 
Vamos entender melhor isso: 
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às 
leis ordinárias. 
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às 
Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos 
acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto 
legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito 
exigido para as emendas à Constituição. 
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem 
sobre direitos humanos, o STF entende que possuem 
“supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo 
ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que 
vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso 
Nacional – por meio de Decreto Legislativo – resolver 
definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre 
direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes 
passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando 
em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
 
Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status 
hierárquicos: 
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PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
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Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não 
verse sobre direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, 
mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 
dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade 
só passou a existir com a EC 45/04. 
 
Mais observações: 
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda

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