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PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

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PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
OBJETO DE ESTUDO
 
ART 1º + ART 2º + ART 3º + PRINCÍPIOS 
ART. 1º, CPP
 TODO TERRITÓRIO BRASILEIRO?
Anterior ao CPP de 1941 (Código único)
INAUGURA UNIDADE (Princípio da Unidade do Código de processo Penal – CF?37, art. 16, XVI)
Código Estaduais
Princípio da territorialidade - ART. 5º, CP
PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE, ART.1º, CPP
Território nacional fronteira de atuação CP e CPP
É nosso espaço físico (solo + subsolo);
Águas interiores (rios, lagoas, etc)
Mar territorial
Espaço aéreo correspondente.
CUIDADO – embarcações e aeronaves fazem parte do território nacional na dicção do art. 5º, §1º, CP (território por extensão, ficto ou flutuante)
APLICA-SE O CPP A ESTE TERRITÓRIO, TAMBEM.
O CP ADMITE A NOSSA LEI PENAL EXTRAPOLAR AS FRONTEIRAS DO TERRITÓRIO, NOSSA LEI PENAL É TAMBÉM EXTRATERRITORIAL EM ALGUMAS SITUAÇÕES DO ART. 7º, 
 CPP ACOMPANHA?
CRIMES COMETIDOS NO EXTERIOR
ART. 1º, CPP
O princípio da territorialidade da lei processual a exemplo da lei penal, não é absoluto, já que o próprio art. 1º do CPP, anuncia exceções. 
 
 PRINCÍPIO DA TERITORIALIDADE TEMPERADA OU MITIGADA.
 EXCEÇÕES 
Hipóteses excepcionais para 
não aplicar cpp
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; - Diplomata / Embaixador
Convenção de Viena (23/05/1969) 
 II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100)
 não se pode confundir os crimes de responsabilidade do art. 1º do decreto 201/67,com o art. 85
, da CF que não são crimes propriamente ditos - infrações políticas.
(impróprio – punido com sanção politico-administrativo)
Hipóteses excepcionais para 
não aplicar cpp
III - os processos da competência da Justiça Militar; - Justiça Castrense
IV - os processos da competência 
do tribunal especial (Constituição,
 art. 122, no 17);
Não existem tribunais de exceção 
V - os processos por crimes
 de imprensa.
A lei nº 5260/67 (Lei de Imprensa), por decisão do STF 
(Ação de Descumprimento do preceito fundamental 
nº 130 – DF) considerada incompatível , com a CF /88 
em vigor, extirpada do mundo jurídico.
DESCONSIDERAR
ART. 2º. CPP
LEI PR0CESSUAL PENAL NO TEMPO
Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
 sem prejuízo da validade dos atos realizados
 sob a vigência da lei anterior.
tempus regit actum
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
 (ART. 2º, cpp)
Tempus regit actum
norma processual possui aplicação imediata (lei ao tempo de sua prática).
Pouco importa se o fato delituoso, objeto do processo, tenho sido cometido anteriormente à entrada em vigor da lei processual. Qualquer que seja a data do crime a lei processual a ser aplicada é a que vigora ao tempo da prática do ato processual
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
 (ART. 2º, cpp)
DATA DO CRIME
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
 (ART. 2º, cpp)
Pode acontecer de vir uma lei processual nova e que melhora a situação do réu no que diz respeito aos atos processuais por ele já praticados? 
Processo é voltado para o futuro. 
Atos já praticados – atos perfeitos
Advinda lei processual nova, que prejudica o réu, pode o réu pedir que no processo deve continuar a lei processual já revogada, dotada de ultra atividade?
DE ACORDO COM O ART. 2º 
 A LEI PROCESSUAL, AINDA QUE MAIS GRAVOSA VAI SER APLICADA AO TEMPO DO ATO PROCESSUAL.
NORMAS MISTAS
STF entendeu que como não pode cindir lei é o
 aspecto penal da norma mista que vai ditar a
 retroatividade ou não da norma por inteiro.
Art. 3º, cpp
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL
PRINCÍPIOS GERAIS
	Direito Processual Penal	Direito Penal
	VIGA MESTRA 
Princípio do devido processo legal 
(desse principio decorre todos os outros, é o que parcela da doutrina chama da regra guarda chuva)	VIGA MESTRA 
Princípio da dignidade da pessoa humana 
(deste principio decorre praticamente todos os outro)
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
ART. 5º, LIV, CF
Não se concebe a existência de uma
 pena sem o respectivo processo.
Cabe apenas ao Estado, através do
 respectivo processo, aplicação da pena. 
É o MONOPÓLIO DO DIREITO DE PUNIR.
Exceção – Estatuto do Índio.
 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
SÍNTESE 
PRINCIPIO DA LEGALIDADE + PRINCÍPIO 
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
SE NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR 
QUE O DEFINA, 
COMO TAL, NÃO HÁ PENA
 SEM O DEVIDO PROCESSO JUDICIAL.
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
Tarefa de agir na persecutio criminis é do Estado, e, em regra, independe da vontade do particular. 
Este princípio vai desde a investigação (cumpre a polícia judiciária) até a imposição da pena.
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
A ATUAÇÃO NA INVESTIGAÇÃO CUMPRE A POLICIAL JUDICIARIA ≠ INVESTIGAÇÃO É EXCLUSIVA DA POLÍCIA.
MP.
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
INVESTIGAÇÃO
PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL - MP privativamente a ação pública (art. 129, I, CF)
Procedimento judicialiforme não recepcionado pela CF (art. 26, CPP).
IMPOSIÇÃO DA PENA - atividade oficial atribuida aos mebros do poder Judiciario.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
COMPLEMENTARES
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO
Está umbilicalmente ligada a ciência da acusação. 
CONTRADITÓRIO 
Ciência bilateral das partes, antes de decidir.
Estabelece irrestrita igualdade (substancial) entre acusação e defesa, que se situam no mesmo plano, 
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO
Aplicação do art. 10, CPC – “o juiz não pode decidir ...”, mesmo nas questões em que pode decidir de ofício, por exemplo, incompetência absoluta, ainda assim o juiz deve facultar as partes a possibilidade de manifestação – para não tomar as partes de surpresa.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
AMPLA DEFESA 
 
Ela representa a reação, produção ampla de provas, consiste, portanto, na possibilidade de réu CONTRADITAR A ACUSAÇÃO. Para tanto pode-se valer de todos os meios legais e não proibidos. Não pode se valer de prova obtida ilicitamente. 
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Mera presença do advogado é defesa formal, ensejando nulidade porque o réu será considera do indefeso. 
PROCESSO NULO (Defesa formal)
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Existe contraditório sem ampla defesa? 
 NÃO
E, ampla defesa sem contraditório? 
 EM REGRA NÃO (IP)
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
GARANTIDO NA CONVENÇÃO AMERICANA DE DH, NO ART. 8º (PARAGRAFO 2º)
Artigo 8. Garantias judiciais
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
CF, ART. 5º, LVII, IN VERBIS:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
A CF ADOTA A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU PRESUNÇÃO DE NÃO CULPA OU NÃO CULPABILIDADE?
 Duas correntes
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
DESDOBRAMENTOS:
 QUALQUER RESTRIÇÃO A LIBERDADE DO INVESTIGADO OU ACUSADO SOMENTE SE ADMITE APÓS A CONDENAÇÃO DEFINITIVA. A PRISÃO PROVISÓRIA É CABIVEL QUANDO IMPRESCINDÍVEL. 
 
 CUMPRE A ACUSAÇÃO O DEVER DE DEMONSTRAR A RESPONSABILIDAE DO RÉU. E, NÃO A ESTE COMPROVAR A SUA INOCÊNCIA.
A CONDENAÇÃO DEVE DERIVAR DA CERTEZA DO JULGADOR. AQUI APLICA O IN DUBIO PRO REO.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
UM PAÍS QUE GARANTE A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA PODE ADMITIR A EXECUÇÃO PROVISÓRIA?
No julgamento do HC 126292/SP, o STF modificando a orientação antes firmada, considerou possível o início da execução da pena após o recurso em segundainstância. 
HC 126292/SP
ANTES
DEPOIS
O STF não admitia execução penal provisória com fundamento no principio da presunção de inocência ou não culpa.
 HC 84.078 MG 
O STF passou a admitir execução penal provisória, relativizando o princípio da presunção da inocência.
No novo julgamento, o HC 126292/SP 
FUNDAMENTOS
ANTES
DEPOIS
HC 84.078 MG (o tribunal havia considerado impossível que se executasse a pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória e estabeleceu a possibilidade de encarceramento apenas se verificasse a necessidade de que isto ocorresse por meio de cautelar (prisão preventiva) à época, assegurou o tribunal, para além do princípio da presunção de inocência que, “A ampla defesa, não se a pode visualizar de modo restrito. Engloba todas as fases processuais, inclusive as recursais de natureza extraordinária. Por isso a execução da sentença após o julgamento do recurso de apelação, significa, também, restrição do direito de defesa, caracterizando desequilíbrio entre a pretensão estatal de aplicar a pena e o direito, do acusado, de elidir esta pretensão”).
HC 126292/SP (considerou-se que a prisão após a apreciação de recurso pela segunda instância não desobedece a os postulados constitucionais – nem mesmo o de presunção de inocência – porque, a esta altura, o agente teve plena oportunidade de se defender por meio do devido processo legal desde a primeira instância).
FUNDAMENTOS
ANTES
DEPOIS
O STF não admitia execução penal provisória entendendo violar a um só tempo a presunção de inocência e a ampla defesa.
Agora o STF admite execução penal provisória entendendo não violar presunção de inocência e ampla defesa. Relativa o principio da presunção de inocência e não entende violação a ampla defesa.
 Uma vez julgada a apelação e estabelecida a condenação (situação que gera inclusive suspensão de direitos políticos em virtude da disposição da LC nº 135/2010 ´lei da ficha limpa), exaure a possibilidade de discutir o fato e a prova, razão pela qual a presunção se inverte. Não é possível após pronunciamento do órgão colegiado, que o princípio da presunção de inocência seja utilizado como instrumento para obstar indefinidamente a execução penal. Considerou-se, ainda, a respeito de que haja equivoco inclusive no julgamento de segunda instância, que há as medidas cautelares e o habeas corpus, expedientes aptos a fazer cessar eventual constrangimento ilegal.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
ESTE POSSICIONAMENTO DA CORTE NÃO TINHA EFEITO VINCULANTE, MAS A OAB INGRESSOU COM UMA ADC 43 E 44 DO ART. 283, CPP. 
O STF NO JULGAMENTO DA ADC 43 E DA SUBSEQUENTE 44, RATIFICOU A POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA.
 DEU AO 283 – INTERPRETAÇÃO CONFORME A CF, NÃO OBSTANDO A EXECUÇÃO DA PENA ASSIM QUE ESGOTADA AS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
ARGUMENTOS MAIS IMPORTANTES CONSIDERADOS PELO STF:
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
Considerou-se que o principio da presunção de inocência tem efeito dinâmico, modificando-se conforme se avança a marcha processual. Se no inicio do processo a presunção pende realmente a presunção de inocência, uma vez proferido julgamento em recurso de segunda instância esta presunção se inverte, pois nesta altura encerrou-se a análise de questões fáticas e probatórias; passa a ser de não culpa. Recursos constitucionais ficaram adstritos aos limites constitucionais
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
Deve-se refletir a respeito do conceito de trânsito em julgado no processo penal, que o CPP não estabelece. 
O CPP não traz um conceito de trânsito em julgado. Não se pode tomar emprestado o conceito de trânsito em julgado do CPC, no CPP o conceito não está relacionado ao esgotamento de todos os recursos, mas, ao esgotamento da análise fática. Recursos constitucionais não devem ser de revisão, mas se de rescisão da sentença, de uma decisão anterior.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
Impedir a execução imediata exigindo, também, que se esgotem os recursos constitucionais impõe diversos efeitos deletérios.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
Nos casos de foro por prerrogativa de função, em que não há recurso em 2ª grau, mas julgamento originário no 2º grau (julgamento direto em 2º grau), aqui também depois do julgamento possibilita execução penal provisória, porque esgota análise fática e probatória.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
Sabendo que o Tribunal do Júri é órgão colegiado admite-se execução penal provisória após a condenação pelo conselho de sentença? 
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA PRESSUPÕE O ESSGOTAMENTO DAS ANALISES FATICAS E PROBATÓRIAS.
PRINCÍPIO DO ESTADO (OU PRESUNÇÃO) DE INOCÊNCIA
NO QUADRO DE PRISÃO TEMOS AGORA A PRISÃO:
•	Pena – pressupõe conclusão definitiva.
•	Provisória cautelar – flagrante, preventiva e temporária; e, 
•	Prisão provisória não cautelar de execução penal provisória decorrente de sentença de 2ª grau – execução penal provisória.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 5º, inc. LX, e art. 93, IX, da CF + 3.6.3	Art. 792, C 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
	Os atos processuais em regra são públicos, com acesso irrestrito, somente comportando exceções na hipótese de violação da intimidade da pessoa (Art. 792, CPP) ou quando o interesse social impuser o sigilo, segundo a norma constitucional.	 
 OUTRA exceção no Tribunal do Júri, quando da votação do veredicto na sala secreta.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
•	PUBLICIDADE GERAL OU POPULAR – na qual os atos processuais podem ser assistidos por qualquer do povo. É o sistema adotado em nossa legislação.
•	PUBLICIDADE ESPECIAL E RESTRITA – quando apenas os sujeitos da relação processual tem acesso a prática dos atos processuais. Ex.: momento da sala secreta do Tribunal do Júri.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

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