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TCC CONCLUIDO SOBRE MEDIAÇÃO

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Campo Grande 
2019 
ANGELICA CAPRILES SANTOS DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO PARA 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO PARA 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Direito da UNIDERP, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Direito. 
Orientadora: Ana Souza 
ANGELICA CAPRILES SANTOS DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANGELICA CAPRILES SANTOS DO NASCIMENTO 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO PARA SOLUÇÃO 
DE CONFLITOS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Direito da UNIDER, como requisito 
parcial para obtenção do título de Bacharel em 
Direito. 
Orientadora: Ana Souza 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Professor (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Professor (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Professor (a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Campo Grande 11 de dezembro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus 
Um amigo 
Um companheiro 
Um Pai 
Um mestre por excelência. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
É chegado ao fim de um ciclo! Muitas emoções, risadas, choros, empolgação, 
entusiasmo, paciência, aprendizado, realização, vitória! A caminhada foi imensa! A 
conquista? Foi impar! 
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus autor e consumador da minha fé 
que proporciona a cada instante uma oportunidade para aproveitarmos a dádiva de 
viver e que me deu forças para conquistar e chegar até aqui. 
À instituição de ensino UNIDERP que fez possível minha estadia na faculdade 
me dando esta oportunidade, minha tutora, meus professores, colegas e a todos os 
funcionários que proporcionaram um ambiente propício para o meu desenvolvimento 
acadêmico e tornou possível a realização da tão sonhada graduação. 
Também quero agradecer a minha família que com um singelo pensamento 
positivo, contribuem para o meu crescimento profissional, e por ser a minha base, o 
meu porto seguro; incentivando e sendo meu incentivo para conquistar e ir além do 
que é possível; em especial a meu pai Severo Santos Humerez (in memoriam) que 
me ensinou que tudo na vida depende da força de vontade de vencer, a ele a quem 
devo minha experiência de vida. 
E não podia deixar de agradecer ao meu amigo, irmão e conselheiro Adeildo 
Rosa que esteve bem presente em todos os momentos desta minha caminhada 
acadêmica que me auxiliou na construção e revisão dos meus textos, discutindo 
comigo o assunto em questão. Agradeço as criticas e as palavras de animo que 
fizeram com que eu chegasse até aqui com mais segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É impossível no conviver em sociedade não haver 
conflitos; havendo-os, é necessário sentimento mutuo 
e cooperação entre as partes. 
Adeildo Rosa 
 
 
NASCIMENTO, Angélica Capriles Santos do. A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO E 
CONCILIAÇÃO PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS. 2019. 42 folhas. Trabalho de 
Conclusão de Curso de Direito da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e 
Região do Pantanal. Campo Grande, 2019. 
 
RESUMO 
 
No presente trabalho, analisa se a importância da mediação e conciliação de 
conflitos no contexto atual, procurando apontar na nova regulamentação do Código 
de Processo Civil da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, as alternativas de 
resolução de conflitos que a população dispõe e muita das vezes não sabe. Citar a 
distinção entre conciliação e mediação e a sua relevância, beneficiando a população 
mais carente em questões que poderiam ser resolvidas antes mesmo de se 
tornarem processos no judiciário, analisando estas ferramentas necessárias a serem 
utilizadas para minimizar aflições e inquietudes. A metodologia aplicada na pesquisa 
teve por base o método bibliográfico e documental, bem como a própria Lei. Com o 
resultado da pesquisa foi possível concluir que através dos meios alternativos de 
solução de conflitos, obtém se uma conscientização transformadora de relações e a 
geração de uma modificação na vida de todos os envolvidos, trazendo a baila as 
funções do conciliador e mediador evitando assim, congestionamentos processuais 
no poder judiciário brasileiro. 
 
 
Palavras-chave: Novo Código de Processo Civil; Mediação; Conciliação; Conflitos; 
solução. 
 
 
NASCIMENTO, Angélica Capriles Santos. THE IMPORTANCE OF CONFLICT 
MEDIATION AND CONCILIATION. 2019. 42 sheets. Law Completion Paper 
Graduação em Direito – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região 
do Pantanal, Campo Grande, 2019. 
SUMMARY 
This paper analyzes the importance of conflict mediation and conciliation in the 
current context, seeking to point out in the new regulation of the Civil Procedure 
Code of Law No. 13.105, of March 16, 2015, the conflict resolution alternatives 
available to the population. And a lot of times don't know. To cite the distinction 
between conciliation and mediation and its relevance, benefiting the neediest 
population on issues that could be resolved even before becoming legal proceedings, 
analyzing these tools needed to be used to minimize afflictions and concerns. The 
methodology applied in the research was based on the bibliographic and 
documentary method, as well as the Law itself. With the result of the research it was 
possible to conclude that through alternative means of conflict resolution, a 
transformative awareness of relationships and the generation of a change in the lives 
of all involved, bringing to light the functions of the conciliator and mediator thus 
avoiding procedural congestion in the Brazilian judiciary. 
 
 
Key-words: New Code of Civil Procedure; Mediation; Conciliation; Conflicts; 
solution. 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
 
CF Constituição Federal 
CNJ Conselho Nacional de Justiça 
CONIMA Código de Ética para mediadores do Conselho Nacional das 
Instituições de Mediação e Arbitragem 
MESCs Meios Alternativos de Solução de Conflitos 
NCPC Novo Código de Processo Civil 
SJ Justiça Federal 
STF Supremo Tribunal Federal 
 
 
 
 
 
 
13 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 
2 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO NO NOVO CODIGO DE PROCESSO CIVIL ... 16 
2.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E SUAS CARACTERISTICAS ...................... 19 
2.2 TÉCNICAS DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO ............................................... 21 
2.3 UM NOVO OLHAR DO JUDICIÁRIO E AS APLICAÇÕES PEDAGÓGICAS. .. 22 
3 A IMPORTANCIA DOS MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS ............................................................................................................. 25 
3.1 CLASIFICAÇÃO DE CONFLITO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ........... 26 
3.2 A SOBRECARGA NO PODER JUDICIARIO ................................................... 27 
3.3 MECANISMOS EXTRAJUDICIAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS .............. 29 
4 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO E OS BENEFÍCIOS PARA A SOCIEDADE ..... 31 
4.1 TRÊS MODELOS CLÁSSICOS DE MEDIAÇÃO ............................................. 32 
4.2 DIFERENÇAS ENTRE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO ................................... 35 
4.3 PRINCÍPIOS ÉTICOS NA MEDIAÇÃO ........................................................... 37 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 39 
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 40 
 
 
 
 
14 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este estudo ora exposto tem como objetivo refletir sobre a importância dos 
princípios norteadores da mediação e conciliação como métodos alternativos de 
acesso a justiçae solução de conflitos como forma de contribuir para a compreensão 
dos fundamentos dessa nova cultura jurídica, conceituando-os e analisando sua 
aplicabilidade, suas vantagens e sua eficácia. Fazer valer o direito para todos não se 
limita apenas em fazer cumprir o que está na lei, é fundamental um 
acompanhamento mediado por uma equipe de profissionais aptos para solucionar 
conflitos. 
A violência é seguramente o problema que mais aflige e preocupa os 
brasileiros nos dias atuais. A própria evolução social exige uma justiça 
especializada. As relações em todas as esferas sociais estão afetadas com as 
interferências externas de um mundo globalizado e de um intenso desenvolvimento 
tecnológico, levando muita das vezes, as relações ao desequilíbrio emocional. Por 
isso os conflitos ficam inevitáveis na sociedade atual e consequentemente geram 
processos que congestionam o judiciário. E é neste contexto conturbado que os 
mediadores se revestem de especial importância para mobilizar a capacidade de 
comunicação e conhecimento que cada indivíduo dispõe para enfrentar as situações 
de conflitos implantadas nesta sociedade atual. 
Mas, como resolver e transformar o conflito com as ferramentas do novo 
código de Processo Civil? Qual a importância da figura do conciliador e mediador 
como instrumentos alternativos para extinguir controvérsias? Os mecanismos 
tradicionalmente disponíveis para a resolução de conflitos não tem dado conta dos 
desafios enfrentados, visto que são inúmeros os processos que são instaurados no 
âmbito judicial e extrajudicial. 
Para o desenvolvimento do estudo, este trabalho está estruturado em três 
etapas, além desta introdução. Primeiramente fez se uma abordagem sobre os 
princípios fundamentais da mediação e conciliação descrevendo o seu devido 
processo e suas técnicas; assim como o novo enfoque sobre os meios alternativos 
de resolução de conflitos e suas aplicações pedagógicas. No segundo capitulo 
realizou-se a contextualização do problema, discorrendo sobre o conflito na 
perspectiva da mediação e conflito na era do conhecimento, apontando a 
 
 
15 
diversidade das áreas que aceitam o uso da mediação e conciliação. Por fim, nas 
considerações finais, se buscou compreender os modelos de mediação, discorrendo 
sobre a mudança da cultura do litigio para a cultura do consenso abordando como 
os conflitos podem ser solucionados, não apenas para desafogar o judiciário, mas 
para conscientização da cidadania. 
Os objetivos específicos foram alcançados através de uma analise 
bibliográfica e procuras em livros, registros decorrentes de pesquisas anteriores 
como tese, dissertações e artigos bem como a própria lei, neste caso o Novo Código 
de Processo Civil, mais especificamente a lei da mediação e conciliação. Nessa 
direção, autores como André Gomma de Azevedo, Carlos Eduardo de Vasconcelos, 
Franceli Bianquin Grigoletto Papalia, Aldemar de Miranda Motta Júnior, Bruno 
Takahashi, Cesar Felipe Cury, entre outros, auxiliarão na compreensão do estudo 
ora exposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
2 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO NO NOVO CODIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
O Judiciário tem a função de intervir num conflito entre duas ou mais pessoas 
impondo uma solução. Assim sendo o Estado, através de um juiz irá intermediar o 
conflito. Ambas as partes são representados pelos seus advogados, não havendo 
interação direta entre as partes conflitante. As partes não se comunicam e são 
intermediadas pelos seus devidos advogados que falam por elas. É dentro deste 
contexto que o Novo Código de Processo Civil trouxe diversas novidades no ramo 
processual. Dentro da esfera jurídica no Brasil, Luciana Romano Morilas cita três 
instrumentos regulatórios que apontam os métodos alternativos de solução de 
conflitos: Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010, do CNJ; Código de 
Processo Civil, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015; Lei de Mediação, Lei nº 
13.140, de 25 de junho de 2015. (2019, p. 32). 
Como menciona Bruno Takahashi, “o Direito viu-se impelido a avançar no 
movimento da pacificação social por caminhos alternativos como a mediação e a 
conciliação: um trabalho mais preventivo do que curativo”. (2019, p. 27). 
Nesta oportunidade iremos enfatizar a nova codificação processual: a lei N° 
13.105 de 16 de março de 2015; a opção legislativa para a solução alternativa de 
controvérsias está localizada no artigo 3°, perpassando uma mentalidade de 
inovação e não só dando agilidade a prestação jurisdicional, mas melhorando a vida 
em sociedade: 
 
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme 
os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da 
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste 
Código. 
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos 
conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo 
judicial. (BRASIL, 2015) 
 
Conforme apresenta Alexandra Caporale Silva, que esta referida lei “busca a 
humanização do processo facilitando o acesso à Justiça, dando mais evidência à 
 
 
17 
autocomposição na aproximação das partes, obedecendo a todos os princípios 
constitucionais e do processo civil”. (SILVA, 2016, p. 38). 
Dentre as novidades que compõem o NCPC, encontra se os institutos da 
conciliação e mediação, desde as normas fundamentais até as técnicas para a 
solução da lide; dando ênfase no artigo 165 e oficializando a inserção destes meios 
consensuais de resolução de conflitos em uma demanda judicial. Como consta: 
 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de 
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de 
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a 
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo 
respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não 
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver 
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender 
as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprias soluções 
consensuais que gerem benefícios mútuos. (BRASIL, 2015). 
 
 
Percebe-se que o Poder Legislativo, através do NCPC, estrutura o 
procedimento para regulamentar a conciliação e a mediação nos artigos 166 á 175 
da referida lei: 
 
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da 
independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da 
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. 
§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no 
curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso 
daquele previsto por expressa deliberação das partes. 
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o 
mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar 
ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da 
mediação. 
§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de 
proporcionar ambiente favorável à autocomposição. 
§ 4º A mediação e a conciliaçãoserão regidas conforme a livre autonomia 
dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras 
procedimentais. 
 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de 
conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro 
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de 
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. 
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso 
realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido 
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, 
o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer 
 
 
18 
sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de 
tribunal regional federal. 
§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o 
tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção 
judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários 
para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na 
distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro 
da mesma área de atuação profissional. 
§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e 
mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais 
como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da 
atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros 
dados que o tribunal julgar relevantes. 
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados 
sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, 
para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da 
conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de 
mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, 
se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que 
desempenhem suas funções. 
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores 
e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, 
observadas as disposições deste Capítulo. 
 
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o 
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar 
cadastrado no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá 
distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a 
respectiva formação. 
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um 
mediador ou conciliador. 
 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador 
receberão pelo seu trabalho remuneração previstos em tabela fixada pelo 
tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de 
Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho 
voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do 
tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas 
que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e 
mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade 
da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. 
 
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará 
imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao 
juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de 
conflitos, devendo estes realizarem nova distribuição. 
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado 
o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório 
do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador. 
 
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o 
conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por 
meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a 
impossibilidade, não haja novas distribuições. 
 
 
19 
 
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) 
ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de 
assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 
 
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele 
que: 
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob 
sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 
166, §§ 1º e 2º. 
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido 
ou suspeito. 
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo 
administrativo. 
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e 
mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou 
conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) 
dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao 
tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. 
 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão 
câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução 
consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio 
de conciliação, no âmbito da administração pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de 
conduta. 
 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de 
conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou 
realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser 
regulamentadas por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às 
câmaras privadas de conciliação e mediação. (BRASIL, 2015). 
 
 Tamanha é a dedicação do poder judiciário que elaborou para isso um 
capitulo inteiro enfatizando ainda ser o dever dos magistrados, defensores públicos 
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial, estimular a 
autocomposição e o dever de colaboração entre eles visando à justa e efetiva 
resolução da lide. 
 
2.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E SUAS CARACTERISTICAS 
 
São sete os princípios que regem a conciliação e a mediação no NCPC, como 
podemos observar a seguir as características dos princípios no artigo 166 do NCPC 
onde discorre que: “A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da 
independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, 
da oralidade, da informalidade e da decisão informada”. 
 
 
20 
No entendimento de Sandy de Paula Alves e Jaqueline Porcino de Paula, 
(2017; p. 344) estes princípios não só são norteadores como também são soluções 
que atendem as demandas judiciais sem prejudicar a segurança jurídica dos 
negócios; as autoras destacam as características destes princípios visando uma 
compreensão didática. 
 
O Princípio da Independência diz respeito à livre condução dos mediadores/ 
conciliadores na atuação das sessões. Não devem ser pressionados por 
quaisquer das partes, advogados, Juízes, membros do Ministério Público ou 
qualquer outro servidor, a realizar acordos ou inclinar-se ao posicionamento 
de alguma das partes. 
O Princípio da Imparcialidade impõe ao mediador/conciliador o dever de agir 
com neutralidade durante o procedimento, não podendo este intervir na 
decisão das partes, de modo que venha a interferir em suas vontades. 
O Princípio da Autonomia da Vontade é pautado no completo atendimento 
ao desejo das partes para realizarem ou não a composição do conflito. Este 
deve ser atendimento pelo mediador/conciliador, que não deve fazer juízo 
de valores ou julgamentos, apenas formalizaremo acordo celebrado entre 
as partes. 
O Princípio da Confidencialidade determina que o profissional deva guardar 
sigilo sobre os fatos ocorridos durante as sessões, preservando, assim, a 
imagem e a intimidade das partes. Não podendo, inclusive, atuar como 
testemunhas, em fase processual, caso seja necessário. 
O Princípio da Oralidade denota a possibilidade da audiência ser toda 
verbalizada por todos os envolvidos. Ao contrário dos procedimentos 
judiciais convencionais, em que existe a elaboração de termos, nos quais 
são relatos todos os fatos ocorridos durante a audiência, seguindo o 
servidor a formalidade necessária para a conclusão da Ata de Audiência, na 
sessão de mediação existe a situação inversa, ou o seja, de acordo como 
Princípio da Informalidade nada do que for relatado durante a sessão é 
referido no termo. Também não é permitido nenhum tipo de gravação seja 
ela em vídeo ou em áudio. 
Já o Princípio da Decisão Informada determina que o mediador/conciliador 
deve esclarecer para as partes os efeitos de suas decisões, informando-as 
de que forma deverão atuar depois de fazerem o acordo ou não, ou seja, 
que procedimentos adotarão da decisão em diante. (ALVES; PORCINO, 
2017, p. 344). 
 
Estes princípios são os condutores do mediador ou do conciliador e é a partir deles 
que serão pautados os procedimentos tanto da conduta como da postura ética; a fim 
de assegurar o desenvolvimento da política pública de tratamento adequado dos 
conflitos e a qualidade dos serviços de conciliação e mediação, pois são 
instrumentos efetivos de pacificação social e de prevenção de litígios. Pode se 
entender, portanto que a informalidade, a simplicidade, a economia processual, 
celeridade, oralidade e flexibilidade processual são características da mediação 
quanto da conciliação. 
 
 
 
21 
2.2 TÉCNICAS DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
 
Toda vez que falamos de um instituto, na realidade falamos em princípios, 
isso porque são estes os fundamentos e características básicas que auxiliam na 
compreensão das técnicas sobre os procedimentos. Por se tratar de um método 
consensual, a mediação e a conciliação têm em suas características a informalidade 
e a flexibilidade dando às partes o poder de escolha do procedimento a ser seguido. 
 Convém sublinhar, entretanto que a autonomia da vontade das partes 
encontra, sempre, limite na ordem pública. Conforme consta no artigo 166, § 4º, do 
NCPC: “A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos 
interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais”. 
(BRASIL, 2015). 
Assim, conforme o manual de mediação judicial do Conselho Nacional de 
Justiça encontra-se o seguinte procedimento: 
 
Início da mediação: Nessa etapa o mediador apresenta‑se às partes, diz 
como prefere ser chamado, faz uma breve explicação do que constitui a 
mediação, quais são suas fases e quais são as garantias. Deve perguntar 
às partes como elas preferem ser chamadas e estabelece um tom 
apropriado para a resolução de disputas. Sua linguagem corporal deve 
transmitir serenidade e objetividade para a condução dos trabalhos. 
Reunião de informações: Após uma exposição feita pelas partes de suas 
perspectivas, a qual o mediador, entre outras posturas, terá escutado 
ativamente, haverá oportunidade de elaborar perguntas que lhe auxiliarão a 
entender os aspectos do conflito que estiverem obscuros. 
Identificação de questões, interesses e sentimentos: Durante essa fase, o 
mediador fará um resumo do conflito utilizando uma linguagem positiva e 
neutra. Há significativo valor nesse resumo, pois será por meio dele que as 
partes saberão que o mediador está ouvindo as suas questões e as 
compreendendo. Além disso, o resumo feito pelo mediador impõe ordem à 
discussão e serve como uma forma de recapitular tudo que foi exposto até o 
momento. 
Esclarecimento das controvérsias e dos interesses: Com o uso de 
determinadas técnicas, o mediador formulará, nesta fase, diversas 
perguntas para as partes a fim de favorecer a elucidação das questões 
controvertidas. 
Resolução de questões: Tendo sido alcançada adequada compreensão do 
conflito durante as fases anteriores, o mediador pode, nesta etapa, conduzir 
as partes a analisarem possíveis soluções. Registro das soluções 
encontradas: Nesta etapa, o mediador e as partes irão testar a solução 
alcançada e, sendo ela satisfatória, redigirão um acordo escrito se as partes 
assim o quiserem. Em caso de impasse, será feita uma revisão das 
questões e interesses das partes e também serão discutidos os passos 
subsequentes a serem seguidos. (AZEVEDO, 2016, p. 150). 
 
 
 
22 
Observa-se neste Manual de Mediação que o mediador é na realidade um 
moderador, deixando a cargo das partes a negociação sobre o litígio; não trazendo 
soluções, mas assegurando sim as condições de dialogarem. 
Também se pode reforçar este entendimento lendo este trecho que se 
encontra no Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal, onde compara 
as técnicas da mediação e da conciliação como ferramentas a serem usadas 
adequadamente: 
 
As técnicas de mediação e de conciliação podem ser vistas como 
ferramentas de uma grande caixa. Assim como nem todas as ferramentas 
são necessárias para determinado reparo, nem todas as técnicas vão ser 
úteis para todas as situações. É importante, assim, saber como e quando 
usar cada uma delas. Não faz sentido usar o cabo do alicate para martelar. 
Quanto mais ferramentas possuir, maior vai ser a capacidade do terceiro 
facilitador em adequar sua atuação ao conflito. Usar a chave de fenda para 
parafusar pode até ser conveniente, mas a sua utilidade fica reduzida 
quando se tem uma parafusadeira. (TAKAHASHI, et al., 2019, p. 78). 
 
Assim, podemos entender que o importante não é só conhecer as técnicas, 
mas quando aplicá-las adequando as conforme cada conflito a ser tratado. Estes 
Métodos Alternativos de Solução de Conflitos representam garantias constitucionais 
do exercício da cidadania oportunizando a todos os envolvidos no âmbito 
educacional a valerem se de mecanismos de mudança social despertando para uma 
nova realidade demonstrando que as soluções simples e informais são juridicamente 
sustentáveis e que a utilização desses métodos alternativos é mais vantajosa. 
 
2.3 UM NOVO OLHAR DO JUDICIÁRIO E AS APLICAÇÕES PEDAGÓGICAS 
 
O poder judiciário brasileiro tem demonstrado grande interesse em consolidar 
mecanismos de resolução consensual de lides e também no instituto das praticas 
restaurativas das relações interpessoais. Nota-se que os olhares sobre a mediação e 
conciliação vêm sendo apontada como uma nova forma de condução de conflitos, 
como aponta Rodrigo da Paixão Pacheco que os benefícios vão além. 
 
Os benefícios são diversos como procedimento célere, a diminuição do 
desgaste emocional dos conflitantes e a redução do custo financeiro, entre 
outros. Desta forma o amplo incentivo desses métodos consensuais no 
novo Código de Processo Civil é uma das soluções que surge para o Poder 
Judiciário brasileiro que atualmente, é caracterizada por um ineficaz acesso 
à justiça, e possui um estoque de processo que chega a alarmante marca 
de mais de cem milhões de processos em tramitação. Os meios 
 
 
23 
consensuais que serão apresentados nesse estudo são de importância 
fundamental para se alcançar o objetivo principal que é a paz social. 
(PACHECO, 2017). 
 
Daí a necessidade de um novo enfoque no texto aprovado pelo Poder 
Legislativo no NCPC, que destaca especialmente a Mediação e a Conciliação como 
formas de prevenção; disciplinando sua aplicabilidade em várias oportunidades. 
Como aponta: 
 
1. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos 
conflitos. 
2. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo 
judicial. 
3. Ojuiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe promover, a qualquer tempo, a autocomposição, 
preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; 
4. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o mediador e o 
conciliador judicial. 
5. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de 
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de 
conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a 
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
6. O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não tiver 
havido vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. 
7. O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que tiver havido 
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender 
as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprias soluções 
consensuais que gerem benefícios mútuos. 
8. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da 
independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da 
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. 
9. A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no 
curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso 
daquele previsto por expressa deliberação das partes. 
10. Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o 
mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar 
ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da 
mediação. 
11. Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de 
proporcionar ambiente favorável à autocomposição. 
12. A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia 
dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras 
procedimentais. (LOPES, PAPALIA, 2016). 
 
Podemos observar que há uma diferença porem complementar entre o 
mediador e o conciliador. De acordo com VASCONCELOS “a conciliação é um 
modelo de mediação focada no acordo” (2008. p 38); é um procedimento que 
harmoniza os litigantes. 
 
 
24 
Diversas são as causas da origem de conflitos neste mundo globalizado, e 
como consequência, nascem desavenças de vários aspectos que poderiam ser 
solucionadas de inicio sem deixar se transformar em um conflito que mais tarde se 
tornaria em demanda judicial. E é nesse contexto que o sistema de mediar, é aberto 
para qualquer aspecto que possa estar causando um conflito; como aponta Luis 
Alberto Warat. 
 
O lado emocional e sensorial é extremamente importante na Mediação. Não 
é possível abordar um processo de mediação por meio de conceitos 
empíricos, empregando a linguagem da racionalidade lógica. Os conflitos 
reais, profundos, vitais, encontram-se no coração, no interior das pessoas. 
Por isto é preciso procurar acordos interiorizados. (WARAT, 2001, p. 35). 
 
É de grande relevância reconhecer que este Método Alternativo de tratamento 
de conflitos está cada vez mais presente e na medida em que é confidencial 
preservando o poder entre das partes decidirem qual o melhor acordo porque nem 
sempre uma decisão baseada no direito é a mais justa, e nem sempre o que está 
nos autos é o real interesse das partes envolvidas. Tem um algo a mais que só com 
a técnica da mediação consegue-se conduzir. 
 
 
 
25 
3 A IMPORTANCIA DOS MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS 
 
 Solucionar conflitos na era atual é um desafio. Diversas são as causas da 
origem de conflitos neste senário de mudanças e crescimento social, tecnológico e 
econômico; neste mundo globalizado o poder judiciário brasileiro está cada vez mais 
congestionado de processos. 
 
Não há necessidade de sermos providos de inteligência diferenciada para 
constatarmos que a solução dos conflitos de interesse é tema de 
repercussão Mundial, não interessando apenas aos residentes e 
domiciliados no Brasil. A lentidão da solução do conflito atingem os 
cidadãos do mundo, emperrando economia, tranquilizando os membros da 
sociedade civil, evitando a circulação de riquezas. É mal generalizado. Até 
parece que a globalização vem reduzindo a paciência e a capacidade de 
acomodação das pessoas. Sempre afirmei que a nossa formação latina 
esquenta as discussões, incita os conflitos, prolifera a quantidade de 
processos na justiça. Esperar o que o poder judiciário consiga classificar 
todos os conflitos que lhes São submetidos à apreciação é uma grande 
quimera, evidenciando a importância das intituladas formas alternativas de 
solução das controvérsias com destaque para a mediação, arbitragem e 
outras técnicas semelhantes, ou com o mesmo propósito. 
(VASCONCELOS, 2017, p. 19) 
 
 É neste senário que cresce a necessidade de se utilizar dos meios 
alternativos de solução de controvérsias. Muito mais que uma tendência, é uma 
necessidade, para que se garanta o acesso à justiça e se preste uma tutela 
jurisdicional coerente com a realidade atual do Direito. Neste sentido, a Ministra 
Ellen Gracie, culta autoridade judiciária, destacou publicamente num seminário no 
STF, a importância destes métodos para a justiça. 
 
Os métodos alternativos de solução de litígio são melhores do que a 
solução judicial, que é imposta com a força do Estado, e que padece de 
uma série de percalços, como a longa duração do processo, como ocorre no 
Brasil e em outros países. Em um processo judicial, muitas vezes é 
necessária atuação de peritos externos porque o juiz não tem condições de 
ter conhecimento de todas as matérias que são trazidas no processo. As 
práticas alternativas de solução de litígio têm uma vantagem adicional, pois 
possibilitam a presença de árbitros altamente especializados que trazem a 
sua expertise, portanto podem oferecer soluções muito mais adequadas do 
que o próprio Poder Judiciário faria. (GRACIE, 2019, p. 83) 
 
Assim, a mediação e a conciliação passam a constar da rotina do judiciário 
pelo estimulo legal da lei 13.105 de 16 de março de 2015, Art. 3º, § 3º, a adoção de 
soluções autocompositivas e conforme descreve Cesar Felipe Cury (2017, p 84), que 
é nesse interlúdio que é inserido um novo significado aos “antigos institutos, como o 
 
 
26 
da jurisdição, assim como antigas práticas, como a mediação e outros métodos 
dialogais, são revisitadas e atualizadas, apontadas para uma nova forma de 
jurisdição – a justiça coexistencial”. 
 
3.1 CLASIFICAÇÃO DE CONFLITO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
 
A origem da palavra conflito vem do latim conflictus, particípio passado de 
confligere, que significa bater junto, estar em desavença. Já na linguagem jurídica é 
utilizada como sinônimo de litigio, de acordo com Scaravone (2018, p 29), “O conflito 
pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas 
divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como 
mutuamente incompatíveis”. 
O conflito é uma situação que envolve um problema, uma dificuldade que 
pode resultar em confrontos cujos interesses, valores e pensamentos são opostos. 
Nessa perspectiva, Carlos Eduardo de Vasconcelos diz que o conflito não é algo que 
deva ser encarado negativamente e acrescenta: 
 
É impossível uma relação interpessoal plenamente consensual. Cada 
pessoa educada de uma originalidade única, com experiências e 
circunstâncias existenciais personalíssimas. Por mais afinidade e afeto que 
existe em determinada relação interpessoal, algum descenso, algum conflito 
estará presente. A consciência do conflito como fenômeno inerente à 
condição humana é muito importante. Sem essa consciência tendemos a 
demonizá-la ou a fazer de conta que não existe. Quando compreendemos a 
inevitabilidadedo conflito, somos capazes de desenvolver soluções auto 
compositivas. Quando o demonizamos ou não ou encaramos como 
responsabilidade, a tendência é que ele se converta em confronto e 
violência. (VASCONCELOS, 2017, p. 19) 
 
A mudança desse paradigma cultural, não é fácil. Vasconcelos, ainda aponta 
que “as relações, com sua pluralidade de percepções, sentimentos, crenças e 
interesses, são conflituosas”. (2018, p. 20). Daí a visão de que o conflito se compõe 
de três elementos: relação interpessoal, problema objetivo e trama ou processo. 
 
a) relação interpessoal: conflito interpessoal pressupõe, pelo menos, duas 
pessoas em relacionamento com suas respectivas percepções, valores 
sentimentos, crenças e expectativas. Ao lidar com o conflito não se deve 
desconsiderar a psicologia da relação interpessoal. A qualidade da 
comunicação é o aspecto intersubjetivo facilitador ou comprometedor da 
condução do conflito. 
b) Problema objetivo: o conflito interpessoal tem sua razão objetiva, 
concreta, material. Essa materialidade pode expressar condições estruturais 
interesses ou necessidades contrariadas. Portanto, o aspecto material, 
 
 
27 
concreto, objetivo do conflito é um dos seus elementos. A adequada 
identificação do problema objetivo, muitas vezes, supõe breve abordagem 
da respectiva relação interpessoal. 
c) Trama ou processo: a trama, o processo expressa as contradições entre 
o dissenso na relação interpessoal e as estruturas interesses ou 
necessidades contrariadas. Como foi, porque, onde, quando, as 
circunstâncias, as responsabilidades, as possibilidades e processos do seu 
desdobramento e implicações. (VASCONCELOS, 2017, p. 21) 
 
Assim, podemos notar que os conflitos são inerentes à vida humana, e 
nascem a partir de uma sociedade que é formada por uma variedade de pessoas 
que possuem descrições pessoais e cada uma tem a sua própria realidade. Os 
conflitos são decorrentes da convivência social do ser humano com suas 
contradições e ainda podem ser divididos em quatro espécies que de regra incidem 
cumulativamente, a saber: 
 
a) conflito de valores: diferenças na moral, na ideologia, na religião. 
b) conflitos de informação: informação distorcida, conotação negativa. 
c) conflitos estruturais: diferenças nas circunstâncias políticas e econômicas 
dos envolvidos. 
d) conflitos de interesses: contradições na reivindicação de bens e direitos 
de interesse comum. (VASCONCELOS, 2017, p. 23). 
 
Assim, a necessidade de soluções eficientes de litígios se torna cada vez 
mais essencial na sociedade atual. Porem, quando o conflito, é bem conduzido 
podem dar resultados positivos e oportunidades de ganho para ambas as partes. 
Uma das estratégias utilizadas para a resolução de conflitos é conhecê-los, saber 
qual a sua amplitude. Existem vários tipos de conflitos e identifica-los pode auxiliar a 
escolher a melhor estratégia para administrá-lo. 
 
3.2 A SOBRECARGA NO PODER JUDICIARIO 
 
Três problemas básicos afetam o poder judiciário, sendo estes: a morosidade, 
o excesso de processos e a falta de aceso à justiça. Nesse sentido, a Lei nº 
13.105/2015 do NCPC, teve como grande preocupação a efetividade processual. O 
avanço dos MSCs é inegável no Direito brasileiro, aja vista que são inúmeros os 
processos que estão em tramitação em todo o país e aguardam uma definição. Em 
um de seus pronunciamentos, a presidente do Supremo e do CNJ, ministra Cármen 
Lúcia Antunes Rocha, falou sobre a importância das metas: 
 
As metas têm o objetivo de, ao ser fixado, revelar para os senhores um foco 
a ser enfatizado para um rumo específico. Não significa um ônus e não deve 
 
 
28 
ser assim considerado porque, pelo acúmulo de trabalho, de matérias 
cuidadas pelo Poder Judiciário, cada vez maior, díspar nas matérias, 
especialmente juízes que têm uma competência ampla, não haver metas faz 
com que a escolha daquilo que é prioritário fique um pouco aleatório. Tomar 
isso como um dos objetivos a serem considerados num determinado 
período facilite a vida, tanto do juiz tanto da expectativa que se cria em 
relação ao Poder Judiciário. (ROCHA, 2019). 
 
O congestionamento crescente na justiça é evidente. A litigiosidade fez o 
Judiciário brasileiro terminar 2017 com 80,1 milhões de processos aguardando 
decisão, evidenciando a sobrecarga do sistema. Em 2018, o CNJ apresentou a 
justiça em números com dados dos noventa tribunais. A publicação diz que: 
 
O ano de 2017 terminou com mais de 81 milhões de processos aguardando 
decisão da Justiça, um ritmo menor de crescimento em relação ao ano 
anterior. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cada um 
dos 18 mil juízes no Brasil julgou 1.800 processos, uma média de sete 
casos por dia útil. As despesas com o Judiciário cresceram 4,4% e 
chegaram a quase R$ 91 bilhões. (CNJ, 2019, p. 4). 
 
O alto número de ritos burocráticos que fazem com que os processos levem 
longos períodos de tempo para serem julgados, o numero insuficiente de 
magistrados no Brasil, e os índices de produtividade são alguns dos fatores que 
explicam a morosidade de todo sistema judiciário. É neste contexto que os MSCs se 
apresentam fundamentalmente como métodos paraestatais de solução de conflitos. 
Lucas Pinto Simão descreve numa forma didática de se entender que: 
 
O Novo Código de Processo Civil avançou no tema e instituiu a conciliação 
e a mediação como pilares de um novo modelo do processo civil brasileiro. 
A própria exposição de motivos do Novo Código de Processo Civil deixa 
clara a importância da conciliação e da mediação como meios alternativos 
de resolução dos conflitos e que esse modelo deve ser prestigiado pela 
cultura jurídica brasileira. Bem da verdade, a mediação e a conciliação 
passam a fazer parte de um sistema integrado de resolução de disputas em 
que o objetivo central não é (apenas) o julgamento do processo e evolui 
para a resolução do conflito e pacificação social. (SIMÃO, 2016, p 28). 
 
Daí a importância dos métodos alternativos que podem solucionar 
desavenças de inicio sem deixar se transformar em um conflito que mais tarde se 
tornaria em demanda judicial. Neste contexto, o Brasil deu um passo determinante 
ao inserir os MESCs no nosso ordenamento jurídico. No entendimento de Fernando 
Chaim Guedes Farage: 
 
O Estado é detentor do monopólio da jurisdição, mas não o da efetivação da 
justiça; o Estado pode delegar a outrem a capacidade de solucionar 
conflitos, desde que respeite os princípios daqueles investidos do poder de 
 
 
29 
julgar, para só assim ser reconhecida a legitimidade de distribuir justiça 
daquele que lhe delegou poderes. (FARAGE, 2015, p. 7). 
 
Como podemos verificar, estes métodos de solução de conflitos são 
estimulados pelo estado, pela lei, estabelecendo múltiplas portas no direito brasileiro 
dando uma abertura para que as partes construam a resposta jurídica no modelo 
mais adequado. 
 
3.3 MECANISMOS EXTRAJUDICIAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
O conselho Nacional de Justiça juntamente com o Poder Legislativo, 
implementaram no Brasil o sistema público de solução de conflitos, aprovando assim 
o Novo Código de Processo Civil, que prestigiou a política de incentivo à 
autocomposição; e a Lei da Mediação, Lei nº 13.140 de 2015, que disciplina a 
mediação entre particulares e também a autocomposição dos conflitos que envolvam 
entes públicos. No direito, a classificação de decisão dos litígios, é mais aceita em 
métodos de autocomposição e heterocomposição. 
Na mesma linha de raciocínio podemos entender que no primeiro chamado de 
heterocomposição é uma técnica pela qual as partes elegem uma terceira pessoa 
para “julgar” a lide com as mesmas prerrogativas do poder judiciário. Já no segundo 
grupo chamado de autocomposição, estão os métodos em que as próprias partes 
resolvem conflito. Essa análise nos permite perceber nitidamente uma evolução de 
mentalidade ao longo dos tempos e esta evolução oportuniza ao advogado escolhero método mais eficaz para a solução das diferentes controvérsias trazida pelas 
partes. Apesar de cada MESCs terem suas particularidades metodológicas, ela tem 
algumas características que se assemelham. 
 
(I) qualquer MESC é iniciado com o consentimento de todas as partes; de 
um modo geral, o consentimento é manifestado por escrito; 
(II) existem regras claras para os diferentes procedimentos, com o prévio 
conhecimento das partes; 
(III) as partes podem escolher o “seu” terceiro imparcial (árbitro, mediador, 
avaliador etc.); 
(IV) os terceiros imparciais estão familiarizados com o método no qual 
prestarão os seus serviços, pois foram treinados para isso; 
(V) os terceiros imparciais documentam a sua independência e 
imparcialidade; 
(VI) os terceiros imparciais devem manter sigilo em relação às partes e seus 
conflitos; 
(VII) os terceiros imparciais devem respeitar um código de ética; 
 
 
30 
(VIII) as partes são de antemão cientificadas do custo aproximado envolvido 
na resolução do conflito; 
(IX) os custos dos MESCs não estão ligados a um resultado; 
(X) os prestadores de serviços e terceiros imparciais não participam 
voluntariamente de processos judiciais referentes ao serviço prestado nos 
MESCs; 
(XI) os prestadores de serviços de MESCs não executam ou aplicam 
decisões por interesse próprias. É a pedido de qualquer uma das partes. 
(MOTTA, 2014, p. 27). 
 
Para que possamos aplicar adequadamente o Direito, devemos entender que 
o conflito e o meio para resolvê-los são conectados com a vida em sociedade e que 
nos força ter um entendimento capaz de conectar de forma harmônica direito, 
deveres e interesses de uma maneira racional e coerente. Cabe destacar que entre 
os métodos da autocomposição requer criatividade na hora de utiliza-los. 
Nesta oportunidade, trataremos especificamente de uma das formas de 
solução de conflitos que é de suma importância: a autocomposição; mais 
precisamente da conciliação e a mediação. 
 
 
 
31 
4 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO E OS BENEFÍCIOS PARA A SOCIEDADE 
 
Interessante e essencial é o estudo dos institutos da mediação e da 
conciliação dentro da esfera processualística, pois tais mecanismos são 
recepcionados com a intenção de achar uma solução plausível, sem a necessidade 
de travar uma batalha judicial. No resultado de um projeto-piloto de mediação 
forense, André Gomma de Azevedo (2015, p. 38) diz que “após as partes serem 
submetidas a um processo autocompositivo, a maioria das partes acredita que a 
mediação as auxiliará a melhor dirimir conflitos futuros”. Com efeito, o Poder 
Judiciário almeja uma mudança de paradigma. Podemos contemplar no preâmbulo 
da Constituição Federal que: 
 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- 
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos 
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na 
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, 
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
(BRASIL 2016). 
 
Analisando esta proclamação na C.F, entendemos que os Meios alternativos 
de solução de conflitos não são simplesmente geradores de celeridade processual; 
sua função também é fundada na harmonia social, e suas técnicas e procedimentos 
geram uma mudança de mentalidade; e uma mudança de cultura de paradigma, não 
é fácil porem não é impossível, devendo “ser estimulados por juízes, advogados, 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do 
processo judicial”. (BRASIL, 2015). Nesta mesma linha de raciocínio, Kazuo 
Watanabe (2014) compreende que: 
 
Desde que bem organizada e praticada com qualidade, é um poderoso 
instrumento de melhor estruturação da sociedade civil. Por meio dela, vários 
segmentos sociais poderão participar da mencionada obra coletiva, de 
construção de uma sociedade mais harmoniosa, coesa e com acesso à 
ordem jurídica justa. (WATANABE, 2014, p.38). 
 
Neste sentido, insiste-se na ideia de que os MESCs não são só uma forma 
realmente eficaz de conflitos no judiciário, mas principalmente de harmonia nas 
diversas áreas das relações humanas; é uma forma de conquistar uma cultura 
baseada no dialogo deixando para trás uma cultura de conflitos. Em termos de 
 
 
32 
celeridade, talvez o maior ganho seja evitando que novos conflitos entre as mesmas 
partes venham à tona, tratando de maneira peculiar cada conflito, ou seja, de modo 
qualitativo e com um caráter altamente pedagógico, pois que: 
 
De fato, não se pode esquecer que um dos maiores méritos dos meios 
consensuais é de permitir a humanização do procedimento. As normas e as 
soluções dos conflitos podem se tornar mais humanas, no sentido de mais 
bem se adequarem aos interesses e às expectativas das partes. Não se 
pode esquecer que a decisão é das pessoas envolvidas. Instituições e leis, 
por melhores que sejam, são secundárias em relação às pessoas. A 
satisfação do indivíduo ao ser dono de sua decisão não depende nem de 
institutos formais e nem de leis detalhadas. Depende, sobretudo, da 
disposição ao diálogo e à busca do consenso. Humanizar o procedimento é, 
então, o desafio. (TAKAHASHI, p. 128). 
 
O Conselho Nacional de Justiça, na resolução 125, também aborda o tema 
considerando que a conciliação e a mediação são “instrumentos efetivos de 
pacificação social, solução e prevenção de litígios, e que a sua apropriada disciplina 
em programas já implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos 
conflitos de interesses”. Eis aqui a importância dos MESCs; além de viáveis para a 
diminuição da crise da administração da justiça, elas são céleres, tem custos baixos 
e são informais podendo ainda mudar uma cultura de litígios para uma cultura do 
consenso. 
 
4.1 TRÊS MODELOS CLÁSSICOS DE MEDIAÇÃO 
 
O poder judiciário sempre se preocupou com o aprimoramento da prestação 
jurisdicional, como podemos observar no Novo Código de Processo Civil em seu 
artigo 3° e seus parágrafos deu ênfase às formas de conciliação e mediação 
tornando-a uma etapa obrigatória pré-processual. Isso porque esses meios de 
solução, diferentemente dos processos judiciais, não procura um vencedor, mas um 
ponto de convergência entre as partes a fim de satisfazer de forma justa e efetiva a 
pretensão entre as partes. 
Para que a mediação seja realizada é necessário discorrer sobre os três 
modelos clássicos de mediação reconhecidos e indicados pela doutrina nacional e 
internacional na visão de Ana Luísa Fretta Michelon (2018, p. 8); o modelo 
Tradicional-linear, o Modelo Circular- Narrativo, e o Modelo Transformativo. No que 
analisa que: 
 
 
33 
 
O modelo Tradicional-Linear de Harvard ou Programa de Negociação da 
Escola de Harvard, também conhecida como “mediação satisfativa” 
encontra fundamento na comunicação entendida em seu sentido linear, ou 
seja, o mediador tem como função ser um facilitador da comunicação para 
poder conseguir um diálogo que é entendido como uma comunicação 
bilateral efetiva. A Escola de Harvard de negociação e mediação ficou 
identificada como a linha de pensamento que propõe o enfoque em 
interesses ao invés de posições, e com a teoria da negociação baseada em 
princípios. (MICHELON, 2018, p. 8). 
 
Neste tipo de mediação, as partes podem chegar a um acordo sólido e 
duradouro, pois seu desenvolvimento é sustentado por quatro princípios que 
discorre sobre a prática da negociação colaborativa que são: “separe as pessoas do 
problema, concentre-se nos interesses e não nas posições, invente opções de 
ganho mutuo e insista em critérios objetivos”. (MICHELON, 2018, p. 8). 
Já o modelo Circular Narrativo, a mediação é focada na necessidade de 
compreensãoda outra parte: 
 
Com evidência, na espécie “circular narrativa”, a causalidade não é mais 
imediata, tal como no modelo de Harvard. Para que as partes compreendam 
uma a outra, mediante um processo de conversação, facilitada por um 
terceiro estranho, é preciso analisar não a causa imediata que determinou 
aquela situação problema, mas o conjunto de causas remotas, anteriores, 
que, de alguma forma, contribuíram para o deslinde conflituoso. Pode-se 
considerar que tal concepção foca a desconstrução das narrativas iniciais 
da história dos envolvidos; por meio de perguntas circulares (promotoras de 
mudança de foco do problema), visa a permitir diferenciadas conotações e 
compreensões sobre as ocorrências vivenciadas rumo à construção de 
outra história. Nesse cenário, os mediandos podem contar suas histórias 
sob outra versão e, a partir de uma diferente perspectiva dos mesmos fatos 
encontrarem, na trajetória narrada, uma nova visão sobre a realidade 
preexistente, localizando habilidades e competências para gerir momentos 
difíceis. (MICHELON, 2018, p. 10). 
 
Neste modelo, o mediador possibilita as partes a construírem e 
contextualizarem novas histórias por meio da escuta dual das historias das partes 
dando um novo significado. Este modelo não trabalha com interesses nem com o 
individual, mas sim com a relação entre as narrativas. E por fim o Modelo 
Transformativo que se fundamenta também na comunicação, mas com foco também 
no aspecto relacional: 
 
Tem também como meta modificar a relação entre as partes, sendo, 
portanto, o oposto do Modelo Harvardiano, pois não objetiva apenas obter o 
acordo, mas é centrado na transformação das relações. Nesse sentido, o 
processo não vislumbra a desestabilização das pessoas, com a 
desconstrução das histórias iniciais e criação de uma história alternativa, 
como propõe o modelo Circular-Narrativa. Contudo, costuma ser elogiado e 
considerado como o mais completo justamente porque tem o objetivo de 
 
 
34 
reconstruir a relação rompida, sem desconsiderar a importância do acordo. 
Os adeptos dessa corrente querem se distanciar da tradição da mera 
“solução de problemas” na mediação, buscando mudar o paradigma da 
visão de mundo individual para a relacional; para essa corrente, as disputas 
não devem ser vistas como problemas, mas sim como oportunidades de 
crescimento moral e transformação. (MICHELON, 2018, p. 13). 
 
Aqui o mediador serve apenas como um facilitador da conversa, trabalhando 
com o empoderamento das partes que devem ser vistas como responsáveis por 
suas ações. “Nessa concepção, empoderamento e reconhecimento são os dois mais 
relevantes efeitos que a mediação pode gerar e atingi-los é o objetivo mais 
importante”. (MICHELON, 2018, p. 13). 
Nesta oportunidade incluiremos outro modelo de peculiar importância, que 
esta sendo considerado no universo jurídico. Trata-se de um modo de transformação 
de conflitos através do amor, sustentada pela compaixão e pela sensibilidade: O 
Modelo Waratiano, idealizado por Luis Alberto Warat. 
 
Em termos de autonomia, cidadania, democracia e direitos humanos a 
mediação pode ser vista como a sua melhor forma de realização. As 
práticas sociais de mediação configuram-se em um instrumento de exercício 
da cidadania, na medida em que educam, facilitam e ajudam a produzir 
diferenças e a realizar tomadas de decisões, sem a intervenção de terceiros 
que decidem pelos afetados em um conflito. Falar de autonomia, de 
democracia e de cidadania, em certo sentido, é ocupar-se da capacidade 
das pessoas para se autodeterminarem em relação e com os outros; 
autodeterminarem-se na produção da diferença (produção do tempo com o 
outro). E a autonomia uma forma de produzir diferenças e tomas decisões 
em relação à conflitividade que nos determina e configura em termos de 
identidade e cidadania; um trabalho de reconstrução simbólica dos 
processos conflitivos das diferenças que nos permite formar identidades 
culturais, e nos integrarmos no conflito com o outro, com um sentimento de 
pertinência comum. E uma forma de poder perceber a responsabilidade que 
toca um em um conflito, gerando devires reparadores e transformadores. 
(WARAT, 2004, p. 66). 
 
Nesse aspecto, revela-se oportuna a fala do Ministro Lewandowski quando 
diz que o magistrado não apenas tenha a inteligência técnico-jurídica que é o 
conhecimento do processo, mas “Ele precisa ter inteligência emocional ou, mais do 
que isso, a sensibilidade social, porque, afinal de contas, a grande missão hoje do 
Poder Judiciário é dar concretização aos direitos e garantir a paz social” 
(CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2014, p. 5). 
No manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal, encontramos uma 
concordância referente à humanização do procedimento dos MESCs reforçando o 
Modelo Waratiano: 
 
 
 
35 
 
Lidar constantemente com entes públicos pode dar a falsa impressão de 
que o uso dos meios consensuais na Justiça Federal ocorre de forma 
racional e sem qualquer envolvimento emocional dos participantes. No 
entanto, normalmente o que ocorre é justamente o oposto. Basta imaginar, 
por exemplo, as situações do mutuário que não consegue pagar as 
prestações e que vive sob ameaça de perder sua moradia; do segurado 
incapacitado que não consegue emprego e teve o benefício previdenciário 
indeferido; do pai que vê o pedido judicial de medicamento como alternativa 
para salvar a vida de seu filho; daquele que se sentiu humilhado ao ser 
barrado pela porta giratória de uma agência da CEF; ou do pequeno 
comerciante que possui dificuldades de continuar seu negócio por conta de 
dívidas tributárias. As emoções compõem grande parte dos conflitos. 
(TAKAHASHI, p. 128). 
 
Observa-se que fazer a diferença no meio jurídico é algo a ser conquistado. 
Afinal, diante de muitos avanços exige-se que se vá mais além do conhecimento 
técnico, é preciso se valer das relações humanas, buscando o valor do dialogo, da 
criatividade e da sensibilidade. 
 
4.2 DIFERENÇAS ENTRE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
 
De acordo com Aldemar de Miranda Motta, a mediação consiste em uma 
“negociação assistida”. O mecanismo ocorre por meio da participação de um 
terceiro, especialista em comunicação, cuja função é facilitar a comunicação entre as 
partes e ajuda-las a chegar a uma solução de satisfação para ambos. A Conciliação 
difere da mediação na escolha e no procedimento. Normalmente o terceiro não é 
escolhido entre as partes e o mesmo pode intervir entre as partes sugerindo 
soluções. (MOTTA, 2014, p. 82) 
A mediação e a conciliação são métodos alternativos de resolução de 
conflitos que por meio dele, pessoas físicas, organizações e empresas podem 
resolver os seus problemas sem que seja necessário leva-los as vias judiciais. 
Resultam num acordo que beneficia a ambos. Por causa disso, é muito importante 
fazer a distinção entre os dois instrumentos. Assim, o Novo CPC em seu artigo 165, 
§ 2º e 3°, delimita bem o papel de ambos já que os dois institutos não se confundem. 
 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não 
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver 
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender 
as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
 
 
36 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprias soluções 
consensuais que gerem benefícios mútuos. (BRASIL, 2015) 
 
No Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal o entendimento de 
que a conciliação e a mediação sejam diferenciadas a partir da postura do terceiro e 
das características do conflito a ser tratado é comum. O que positiva uma 
diferenciação entre estes institutos é de que: 
 
Associa-se ao conciliador uma postura mais propositivadirecionada para 
disputas de cunho objetivo em que não haja, preferencialmente, um vínculo 
anterior entre as partes. O foco do conciliador, portanto, é a resolução 
amigável dessa disputa, contemplando-se os interesses das partes e as 
possibilidades concretas de acordo. Já o mediador atuaria em casos nos 
quais se verifique a existência de um relacionamento prévio entre as partes, 
havendo, portanto, maiores subjetividades a serem trabalhadas. Exemplos 
comuns são conflitos de família, de vizinhança, societários, comunitários, 
entre outros. Em vez de buscar primordialmente a solução para uma disputa 
pontual, o mediador objetivaria promover o aprimoramento da comunicação 
entre as partes para melhor compreensão de seus interesses, sentimentos e 
necessidades. O acordo pode ou não ser uma consequência desse 
processo. (TAKAHASHI, 2019, p. 61) 
 
Na obra do processualista Carlos Eduardo de Vasconcelos, que se dedicou a 
estudar mais a fundo o acesso à justiça, ele sintetiza a inserção de duas espécies de 
mediação que se destacam por ser uma delas, sinônimo da conciliação: 
 
Mediação é um gênero e dela duas espécies se destacam. Há uma 
mediação avaliativa, voltada para o acordo, que é sinônimo da conciliação, 
termo arraigado e tradicional do direito brasileiro. Nesse caso, o terceiro 
imparcial sugere soluções para as partes e, via regra, não é escolhido pelas 
partes, sendo escolhido por uma estrutura de poder, normalmente o 
Judiciário. Outra espécie de mediação focada no acordo é a mediação 
facilitadora da escola de Harvard. De outro lado, há uma mediação voltada 
para a relação entre as partes com formas específicas ainda diversas, tais 
como a circular-narrativa e a mediação transformadora. (VASCONCELOS, 
2014, p. 74). 
 
Por fim, corroborando com o entendimento aqui analisado, podemos entender 
que a mediação resolve o conflito no seu plano essencial, “curando” o problema; 
enquanto que a conciliação resolve o conflito no seu plano formal. Pode-se dizer, 
portanto, que um completa o outro, pois: 
 
 Há modelos focados no acordo e modelos focados na relação. Os modelos 
focados no acordo (mediação satisfativa e conciliação) priorizam o problema 
concreto e buscam o acordo. Os modelos focados na relação (circular, 
narrativo e transformativo) priorizam a transformação do padrão relacional, 
por meio da comunicação, da apropriação e do reconhecimento. 
(VASCONCELLOS, 2014 p. 124). 
 
 
 
37 
Muito embora que este seja um enfoque do manual, é interessante que o 
profissional atuante neste ramo, aprofunde mais nas diversas maneiras de 
abordagem para que se consiga enfrentar as variadas dificuldades de comunicação 
na intenção de “ampliar a caixa de ferramentas do conciliador/mediador”. 
(TAKAHASHI, et al. 2019, p. 62). 
 
4.3 PRINCÍPIOS ÉTICOS NA MEDIAÇÃO 
 
Os princípios éticos são normas objetivas e fundamentais. Parece ser fácil 
identificar do que se trata porem na sua concretização, grande complexidade se faz 
presente. Ética é uma palavra que tem origem grega “ethos”, que pode ser 
entendida como costume ou propriedade de caráter; ou em ultima analise, à 
dignidade da pessoa humana. 
Vasconcelos (2015, p. 62) entende que a ética seria como um conjunto de 
regras, princípios ou maneira de pensar que norteiam costumes concretos, tradições 
das formas de agir de um povo ou de uma civilização. Esses princípios éticos e 
fundamentais em apoio ao postulado da dignidade da pessoa humana “são os 
princípios de igualdade de oportunidades, da existência digna, (solidariedade); da 
igual liberdade e da estabilidade consensual (democrática)”. 
O Código de Ética para mediadores do Conselho Nacional das Instituições de 
Mediação e Arbitragem, CONIMA; lista os seguintes princípios que devem ser 
seguido pelo mediador: 
 
a) independência: o facilitador ou mediador não deve ser parente, 
dependente, empregador, prestador, tomador de serviços ou amigo íntimo 
de algum mediando. O princípio da independência diz respeito, portanto, as 
condições objetivas e não aos aspectos subjetivos do comportamento; 
b) imparcialidade: os mediandos e respectivos interesses devem ser 
tratados com igualdade, com isenção. Diferentemente do que ocorre no 
tocante ao princípio da independência, é a conduta e isenta do mediador a 
medida da imparcialidade. Deve ser esclarecer que não se espera do 
mediador uma neutralidade, haja vista o seu inevitável envolvimento 
emocional durante o processo. Espera-se, no entanto, que esse 
envolvimento não comprometa a sua isenção. O conceito de neutralidade 
pode ser adotado nos conflitos internacionais, considerando-se neutro o 
mediador de um terceiro país não envolvido nesse conflito; 
c) credibilidade: o facilitador ou mediador deve ser idôneo e merecedor da 
confiança. Em mediação, a confiança é essencial e antecede a aptidão daí 
a nossa insistência no entendimento da moral contemporânea e na 
incorporação dos valores da honestidade e do altruísmo; 
d) aptidão: o facilitador e o mediador deve ter a capacitação necessária para 
atuar no naquele tipo de conflito. As improvisações que setores do poder 
 
 
38 
judiciário praticam o praticaram em relação às conciliações judiciais 
afrontam o princípio da aptidão. 
e) confidencialidade: o facilitador, ou mediador, os mediandos, e quaisquer 
outras pessoas que participem o observem a mediação se obriga a guardar 
sigilo a respeito do que a mim for revelado. A boa-fé e a transparência entre 
os mediandos devem ser construídas no ambiente de confiança, que supõe 
o compromisso e revogável de sigilo. O princípio da confidencialidade supõe 
que as revelações ocorridas durante uma mediação não podem ser 
utilizadas em outro ambiente, judicial ou não, sem a prévia anuência de 
ambos os medianos. 
f) diligência: o facilitador ou mediador deve realizar as suas tarefas com o 
máximo de dedicação. Não há diligências em esse número e paciência. O 
tempo da mediação é ditado pela complexidade do caso e pelas 
necessidades dos mediandos. Não cabe ao mediador em por tempos e 
modos. Ser diligente é deixar fluir a mediação com plena oportunidade para 
restauração de relações e viabilização do entendimento. (BRASIL, 2011). 
 
Entende-se que na ética e no Direito não existem hierarquias entre os 
princípios, contudo existe uma ponderação entre eles na dinâmica das condutas no 
plano da moral e da aplicação do direito para nortear a atuação e zelar pela ética 
dos mediadores. Ao compreendermos acerca dos princípios que regem a ética, 
possibilita tanto para os advogados como para as partes identifiquem sua 
disponibilidade para atuarem segundo seus parâmetros. 
 
 
 
 
39 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A trajetória humana é pautada no calço de sistemas que envolvem e ditam o 
caminhar das sociedades e são regidas por princípios norteadores; da mesma forma 
o ordenamento jurídico nacional também se orienta por princípios gerais. Com o 
advento da conciliação e da mediação no Novo Código de Processo Civil, nada mais 
justo fez o legislador em elencar princípios que, de forma certeira, inseriram os 
meios autocompositivo na resolução de conflitos no códex processual. Princípios 
estes que são condutores do mediador e do conciliador e é a partir destes princípios 
que foram pautados os procedimentos tanto da conduta como da postura ética de 
ambos os institutos. 
Pode-se concluir que tanto a conciliação como a mediação se apresentam 
como instrumentos eficazes para a pacificação e solução de conflitos em quase 
todas as áreas do direito, demonstrando assim a relevância da mediação de conflitos 
como instrumento do poder comunicativo, diante de uma sociedade democrática; 
especialmente como instrumento de prevenção da violência, solução e prevenção de 
litígios através de uma comunicação construtiva, e de uma maneira pedagógica, 
aproximando as partes nas tentativas de solucionar conflitos promovendo uma 
cultura de pacificação, de dialogo e de métodos consensuais na tentativade 
combater alguns dos problemas do judiciário brasileiro no meio de uma grande crise 
pautada em três pilares: celeridade, eficácia processual e justiça na decisão. 
Como resultado, utilizando e dando uma maior abertura a estes meios 
alternativos de solução de conflitos, o caminho já está sendo traçado solidamente e 
o tempo será o responsável por mostrar quais as consequências destas escolhas. É 
a jurisdição fortalecendo mecanismos de consenso sem ingenuidade, que poderá 
efetivar a inclusão do cidadão à participação no espaço decisório. Diante do desafio 
apresentado é de fundamental importância à formação de mediadores e também 
que os futuros operadores do direito fomentem os meios pacíficos de solução de 
conflitos, aproximando à sociedade da justiça consensual, o que é de grande valia 
na busca pela mudança de paradigma da cultura do litigio para a cultura do dialogo 
que tanto se almeja. É com esforços conjuntos que os resultados aparecerão, pois 
os primeiros passos já foram dados. 
 
 
40 
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