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Israel - A História de Duas Cidades(Por Asher Intrater)

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Israel: A História de Duas Cidades 
Por: Asher Intrater 
 
Encontramos muitas menções a Jerusalém na Bíblia, tanto no Velho Testamento quanto 
no Novo. Porém, é preciso distinguir entre dois tipos de citações: uma se refere à Jerusalém “de 
baixo”, na Terra, enquanto a outra, à Jerusalém “de cima”, no Céu. 
 
Jerusalém na Terra 
 
Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor e 
também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém. Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra 
pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se 
ajuntarão todas as nações da terra. (Zc 12.2-3) 
 
O que esse texto descreve já está acontecendo hoje. O maior problema político no 
mundo inteiro, atualmente, é o que fazer com Jerusalém. O conflito entre judeus e palestinos 
em Israel é algo que ninguém consegue resolver. Apesar de ser uma região tão pequena, ela 
incomoda pessoas de todas as partes do mundo. Isso é relativamente novo; começou a 
despontar como problema mundial na década de 1970. 
 
Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém… (Zc 
14.2) 
De acordo com essa profecia, a situação de Jerusalém, que já é crítica, 
vai piorar ainda mais. No fim, todas as nações do mundo se ajuntarão para atacá-
la. Mas, nesse momento, quando a atacarem, Jesus voltará para estabelecer 
seu Reino sobre a Terra. Jerusalém deixará de ser um problema e se tornará um 
lugar de bênção, pois será a capital do Reino de Jesus sobre a Terra durante o 
Milênio. 
Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém 
subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar 
a festa dos tabernáculos. (Zc 14 16) 
Quando Jesus voltar, muitas pessoas serão mortas na batalha, outras 
serão ressuscitadas, e outras, arrebatadas. Aqueles que restarem subirão a 
Jerusalém, pois ela será a capital política do Reino de Jesus e o centro de 
adoração a ele. As pessoas de todo o mundo irão para lá a fim de adorá-lo como 
Rei. 
Hoje, Jerusalém não é a cidade celestial que será a capital de Jesus; não 
tem ruas de ouro, nem se vê o profeta Elias andando pelas ruas (se bem que 
tem uma porção de loucos lá achando que são o profeta Elias!), nem é uma 
cidade de paz. Como judeus messiânicos, somos perseguidos tanto pelos 
muçulmanos (na parte leste da cidade), quanto pelos judeus ultraortodoxos (que 
predominam na parte norte da cidade). Tivemos incidentes recentes com ambos: 
membros da nossa equipe foram atacados com pedras e uma corrente pelos 
muçulmanos, enquanto eu mesmo fui levado diante de um tribunal com 
acusações falsas feitas por judeus ultraortodoxos e expulso de uma sinagoga! 
Jerusalém de cima 
A história de Jerusalém na Bíblia não termina com o Reino milenar. 
Jerusalém será um lugar maravilhoso no Milênio, infinitamente melhor do que é 
hoje. Porém, Deus tem algo superior ainda por vir depois! 
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria 
dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei 
e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também. 
(Jo 14.2-3) 
Há um lugar no Céu, agora, que tem muitas mansões, uma delas 
preparada especialmente para você e uma para mim. Esse lugar chama-se 
Jerusalém celestial, e é uma cidade perfeita, muito diferente da Jerusalém da 
Terra com todos os seus problemas. Contudo, existe uma relação entre as duas. 
Depois do Reino milenar de Jesus na Terra, virá mais uma etapa do Reino 
de Deus, que é a última. É nessa etapa que acontecem as coisas que são 
realmente boas. 
Veja nos textos a seguir: 
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte 
de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 
E me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e 
me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. 
(Ap 21.2,10) 
Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai 
do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem 
do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês 
em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. (Ap 22.1-2) 
Talvez, isso seja um choque para você: os santos não passarão a 
eternidade no Céu! Eles o passarão num lugar novo que será formado quando o 
Céu descer para a Terra. 
No final do Apocalipse – e de toda a História -, Jerusalém celestial descerá 
para a Terra. Jerusalém de cima se unirá à Jerusalém de baixo, o Céu vai descer, 
e o paraíso (o Jardim do Éden com o rio e as árvores) será restaurado. E tudo 
isso será duas vezes melhor do que o Céu é hoje. 
A origem de Jerusalém 
No início, havia o Jardim do Éden e o primeiro casamento. No final, haverá 
a restauração do Éden e o último casamento. Mas também haverá outra coisa: 
Jerusalém celestial que descerá para a Terra. De onde veio esse novo elemento 
que não estava presente no relato da criação? Quando entrou para a História? 
Vou descrever resumidamente o que eu creio que tenha acontecido. 
Alguns aspectos são deduções e não podem ser provados. Mas você pode 
analisá-los, compará-los com o que a Bíblia diz e tirar suas conclusões. 
Quando Deus criou o universo, os continentes não estavam separados. 
Formavam uma única massa de terra. O Jardim do Éden ficava bem no centro. 
Naquele tempo, o Céu e a Terra estavam ligados. Deus havia criado dois 
tipos de ser à sua imagem: os anjos, no Céu, e os seres humanos, na Terra. 
Tanto os anjos quanto os humanos se parecem com Jesus, porque ambos foram 
criados à imagem de Deus. É por isso que alguns anjos apareciam aos homens 
na Bíblia, e estes nem percebiam que eram anjos. 
O Céu e a Terra funcionavam como um prédio de dois andares. Sobre a 
Terra, havia um teto, que era o piso do Céu, chamado firmamento. Quem estava 
na Terra podia olhar para cima e ver uma cobertura, como se fosse de vidro e 
joias. Ezequiel foi a primeira pessoa a ver esse firmamento depois da Queda, 
com o trono de Deus em cima. Ali, em cima do firmamento, é que se encontra a 
Jerusalém celestial. 
O propósito de Deus era que todos vivessem juntos, os anjos em cima, e 
os homens em baixo, como num grande sobrado. Podiam subir e descer a 
escada, aquela que Jacó viu no sonho. Não havia nenhuma dificuldade. Deus 
também descia para visitar o homem. 
Deus tinha um plano para unir o mundo espiritual com o físico. Porém, o 
andamento desse plano dependeria, em parte, do homem, porque o Senhor lhe 
delegara autoridade sobre a Terra. Era como um contrato de aluguel. Deus é o 
dono de tudo, mas deu a chave da Terra ao homem. Mesmo tendo o direito de 
entrar em sua propriedade, em respeito ao acordo firmado, ele só entra quando 
é convidado. 
Quando o homem pecou, o plano divino foi interrompido. Adão pegou as 
chaves e entregou-as a Satanás. Ao invés de convidar Deus para vir à Terra, ele 
deu o direito ao inimigo de tornar-se o “deus deste mundo”. 
Adão foi expulso do jardim e perdeu contato com o mundo espiritual. 
Saindo do Éden, ele foi para o oriente, onde começou a civilização. O paraíso 
desapareceu da Terra. 
Dois mil anos depois, Deus encontrou Abraão e chamou-o para iniciar seu 
plano para retomar a Terra. Para onde Deus o enviou? Para o ocidente, no 
sentido contrário ao caminho tomado por Adão, para o lugar onde tudo 
começara. 
Abraão obedeceu e foi para a terra de Canaã. Deus queria um lugar para 
começar, para retomar toda a Terra e estabelecer o seu Reino. Mais uma vez, 
ele delegou sua autoridade a um homem, a Abraão. Ao prometer aquela terra 
específica para ele e seus descendentes, Deus tornou-o herdeiro do mundo (Rm 
4.13). 
Porém, depois de chegar à terra (e receber o filho da promessa), Abraão 
recebeu uma segunda ordem de Deus: “Pega o seu filho, vá para o lugar que eu 
lhe mostrar, e o sacrifique”. Que lugar era esse? Era o lugar onde Jesus seria 
crucificado muito tempo depois. Por que eleescolheu aquele lugar? Porque era 
justamente onde Adão e Eva haviam pecado. O lugar do sacrifício de Isaque era 
o mesmo lugar onde estivera o Jardim do Éden e onde seria a cidade de 
Jerusalém. 
O sacrifício de Isaque simbolizava a morte de Jesus para reverter o 
pecado ali cometido. Sem solucionar o pecado, seria impossível tomar o Éden 
de volta. Por isso, Jesus teve de ir àquele mesmo lugar e morrer numa cruz. 
Assim como o primeiro casal pecou numa árvore, a expiação pelo pecado 
também aconteceu numa árvore. Por meio de sua morte, Jesus transformou a 
cruz na árvore da vida. 
Foi ali que o homem e a mulher pecaram; foi ali que Jesus fez expiação 
pelo pecado. Foi ali que perderam a glória de Deus; foi ali que Jesus trouxe a 
glória de volta. Ali, eles morreram, e ali Jesus ressuscitou dentre os mortos. Foi 
de lá que ele subiu para o céu; e é para aquele mesmo lugar, conforme disseram 
os anjos aos discípulos, que Jesus voltará para invadir a Terra e retomar todo o 
planeta. 
 
Separação entre Céu e Terra 
Como ficou, agora, a relação entre o Céu e a Terra? Quem tem um corpo 
físico, feito da terra, pode viver neste planeta, mas não pode viver no Céu. Os 
anjos, que têm corpo espiritual, podem viver no Céu, mas não na Terra. Eles 
podem visitar a Terra, mas não podem permanecer aqui. 
Jesus veio à Terra para tornar-se homem com corpo terreno. Depois de 
morrer, ele ressuscitou e ganhou um corpo glorificado. Ele podia comer como os 
discípulos e, também, passar através de portas fechadas. Ele subiu ao Céu 
nesse corpo glorificado e, por isso, pode ficar tanto no Céu quanto na Terra! 
Quem não tem corpo terreno não pode viver aqui. Os anjos e os demônios 
podem visitar-nos se os convidamos, mas não podem viver aqui. Por isso, os 
demônios querem viver no seu corpo. É por isso, também, que o Espírito Santo 
quer viver em você. 
Antes de tornar-se homem, Jesus veio várias vezes à Terra (umas 40 
vezes no Velho Testamento), mas só pôde visitar. Foi ele que apareceu para 
Abraão e almoçou com ele em Gênesis 18; foi ele, também, que apareceu a 
Josué como comandante do exército de Deus (Js 5). Porém, para conseguir o 
direito de viver aqui, foi preciso nascer em corpo humano. 
Agora, por causa da obra de Jesus, nós ganhamos acesso ao mundo 
espiritual. Quando nascemos de novo, recebemos um novo espírito que tem 
capacidade de subir ao Céu. Porém, ainda não podemos morar lá. Assim como 
Paulo (2 Co 12.1-4) e João (Ap 1.10), podemos orar, adorar Jesus e ser 
arrebatados em espírito. Porém, nosso corpo não pode ir para lá (Enoque e Elias 
subiram ao Céu no corpo, mas eles foram uma exceção). 
Quando alguém que creu em Jesus morre, seu corpo volta para a terra, 
mas seu espírito e alma vão para o Céu definitivamente. É um lugar maravilhoso 
com mansões e ruas de ouro. O ouro de lá é diferente, é transparente. Por quê? 
Para que as pessoas de lá possam observar o que acontece na Terra. Porém, 
eles não podem voltar para cá. 
Você pode estar pensando: “É isso mesmo o que eu quero; quero ficar lá 
no Céu para sempre! Não vou querer mesmo voltar!” Não! Estar lá depois que 
se morre é apenas metade daquilo que Deus preparou! Ele quer juntar o Céu e 
a Terra, o espiritual e o material! Mas isso só será possível quando Jesus voltar 
e formos ressuscitados ou glorificados com um corpo espiritual que possa ficar 
no Céu ou na Terra, como Jesus. 
Por enquanto, depois que nascemos de novo, quando adoramos a Jesus, 
nosso espírito e nossa alma podem fazer contato com o Céu. Ao abrirmos nosso 
coração, Deus não somente vem para habitar em nós, mas também nos concede 
acesso ao Céu. 
Fazendo abertura no Céu 
No livro do Apocalipse, houve cinco ocasiões em que o Céu se abriu. Na 
primeira vez, houve uma abertura bem pequena; na ocasião seguinte, aumentou 
e, assim, sucessivamente até a última. 
Na primeira vez, em Apocalipse 4, a abertura foi apenas de uma porta. 
João estava sozinho; ele abriu a porta do coração, e isso fez abrir uma porta no 
Céu. Uma porta é uma abertura suficiente para apenas uma pessoa passar. 
Quando alguém abre o coração, uma porta é aberta, dando acesso ao trono de 
Deus, à revelação, à comunhão com Jesus. Qualquer pessoa, em qualquer lugar 
pode fazer isso! Temos esse potencial ao nosso alcance por meio do Espírito. 
O que acontece quando duas ou três pessoas se unem em oração, 
quando uma igreja inteira ora, quando todas as igrejas de uma cidade oram em 
conjunto – ou quando todo o povo de Deus no Brasil começa a orar pelo mesmo 
propósito? Podemos abrir um buraco enorme no céu e permitir que as bênçãos 
de Deus venham sobre toda a nação! Por isso, é tão importante orarmos 
coletivamente. 
Na segunda e na terceira vez (Ap 11.19 e 15.5), vemos os santos 
adorando a Deus no tempo do fim, e o tabernáculo no Céu se abrindo. Houve 
um avanço, pois não se abriu apenas uma porta, mas um tabernáculo inteiro. 
Por que havia um tabernáculo no Céu? Porque, no Céu, há algo que corresponde 
a cada elemento da Jerusalém terrena. 
Os brasileiros podem abrir um buraco no Céu sobre o Brasil, mas, para 
abrir o Céu sobre Jerusalém, é preciso que haja gente buscando a Deus lá. Nos 
últimos dias, haverá exatamente isso: judeus em Israel adorando a Jesus todos 
os dias, e outras pessoas, formando uma rede unida ao redor do mundo, 
adorando e orando no mesmo espírito, juntamente com elas. Isso fará com que 
seja aberto o tabernáculo no Céu, algo que nunca aconteceu antes. 
É por isso que nossa equipe está em Jerusalém, orando e adorando ao 
Senhor todos os dias. É por isso, também, que estamos buscando vínculos no 
Espírito com os santos no Brasil e em muitas outras nações: para que, juntos, 
possamos orar e ver o tabernáculo no Céu aberto como nunca antes. Isso vai 
liberar o poder de Deus para sacudir o mundo inteiro com fortes sinais e 
prodígios, liberando o juízo divino, o avivamento e a última colheita. Dessa forma, 
a Terra será preparada para a volta de Jesus. 
A quarta vez em que o Céu se abre está em Apocalipse 19.11. Dessa 
vez, o Céu é aberto a tal ponto que o exército inteiro de Jesus desce com ele 
para invadir e reconquistar a Terra. Mas, para isso, é preciso que todos nós 
oremos e adoremos com um só coração, incluindo cristãos de todas as nações 
do mundo ao lado do remanescente de judeus messiânicos em Israel. 
Precisamos orar juntos, adorar juntos e profetizar juntos até que se abra não 
apenas uma porta ou um tabernáculo, mas também uma brecha tão grande que 
o exército inteiro de anjos possa descer com o Senhor para tomar a Terra, tirar 
o domínio de Satanás e expulsá-lo daqui. 
Ainda falta uma abertura. Você pode estar pensando: “Mas o que poderia 
ser melhor do que a quarta ocasião?” Pois ainda há algo maior. 
A quinta e última vez está em Apocalipse 21 e 22. Durante o Milênio, 
vamos aprender com Jesus a orar e adorar a Deus de verdade. Teremos mil 
anos para praticar e realmente aprender a fazer do jeito certo. Mas vai valer a 
pena, porque, no final, abriremos um buraco tão grande que o próprio Céu 
descerá por inteiro! Todo o Céu se unirá à Terra outra vez. Jerusalém celestial 
será unida à Jerusalém terrena, e toda a criação e o universo serão restaurados. 
Tudo o que Deus tem no mundo espiritual e tudo o que ele criou e planejou no 
mundo físico serão unidos e estarão ao nosso alcance para sempre. 
No fim, como podemos ver nos últimos dois capítulos de Apocalipse, tudo 
será como Deus planejou desde o início: Jerusalém celestial descerá para a 
Terra, haverá a festa do casamento do Cordeiro, e o paraíso com o rio de vida 
será restaurado. Deus habitará com o homem, e o Céu e a Terra estarão unidos 
para sempre. 
Desafio 
Portanto, nós na Terra recebemos a autoridade para abrir o Céu a 
qualquer hora que quisermos. Sempre que você for orar, adorar ou profetizar, 
abra o Céu propositalmente. Desde a primeira música de louvor, abra o Céu, e 
os anjos cantarão com você. Eles estão esperando por nós. Jesus já obteve a 
vitória, mas ele nos deu as chaves,para que tudo o que ligarmos e desligarmos 
na Terra seja ligado ou desligado no Céu. Você pode viver debaixo de um Céu 
aberto. Vá abrindo o Céu, abra cada vez mais até que o próprio Céu desça sobre 
todos nós. Que venha, de fato, o seu Reino! 
 
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