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AULA 08: PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: SISTEMAS DE MONITORAMENTO Prof. Iris Saraiva Russowsky SISTEMA DE MONITORAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS • Aqui trataremos da dimensão processual dos DHs. • Existem 4 sistemas geográficos. Existem 4 sistemas: • A) Sistema universal. ONU. • B) Sistemas regionais. • B1) Americano. • B2) Europeu. • B3) Africano. NOÇÕES GERAIS • A) INTERVENÇÃO. Esses sistema fazem três tipos de intervenção: • Supervisão. Sistema de relatórios. Os sistemas fazem relatórios de violações de DH nos países. • Controle em sentido estrito. É forma quase judicial. TREATY BODIES, é o sistema de Comites de cada Convenção. É feita através de demandas interestatais, onde Estado denuncia violação. • TUTELA. Desenvolvido pelas cortes de DH – Corte Interamericana, Corte Europeia. SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS DHS. • Sistema da ONU. • Consiste no conjunto de mecanismos internacionais de supervisão e controle das obrigações de direitos humanos, baseado na Carta da ONU ou em tratados celebrados sob os auspícios da ONU. • A) QUADRO-GERAL DO SISTEMA GLOBAL: • SISTEMA CONVENCIONAL. • SISTEMA EXTRACONVENCIONAL • A.1)Mecanismos extraconvencionais. Não ligam-se a Convenção alguma. • Os mecanismos são três: • Procedimento 1235 Resolução ECOSOC 1235. 1967, criado com a função de fiscalizar violações massivas de direitos humanos no regime de apartheid. Esse mecanismo cresceu para abranger não só o apartheid, mas outros países e outra temática. Assim, dependendo da temática é possível fiscalização. • Procedimento 1503. Resolução ECOSOC 1503, 1970. Esta é provocada pelos membros, acionado por demanda individual. Esse procedimento não é publico, apesar de ser mais acessível, o que não o torna eficaz. É provocado pela ONU, o que leva a arranjos políticos. • Esses dois procedimentos não são ideias, assim, com a comissão do Conselho de Direitos criou-se um novo mecanismos. Assim, se desenvolveu um novo mecanismo: • Mecanismo de revisão periódica universal: todos os estados irão se submeter a fiscalização peer review, onde há fiscalização pelos pares, havendo grupos de 3 estados, onde 2 fiscalizam 1 deles. CRITICA: os estados não são bons fiscais de si mesmo, pois todos tem violação de DH, assim, há a contrapartida. • A.2) SISTEMA CONVENCIONAIS. São convencionais pois relacionados a tratados internacionais de direitos humanos adotados na ONU. Na ONU existem vários tratados de DH, mas prevalecem os BIG NINE. • A.2.1) Mecanismo não contencioso .Sistema onde não há demanda contra o estado. é o sistema de RELATÓRIOS PERIÓDICOS e COMENTÁRIOS GERAIS. • • A.2.2 ) Mecanismo contencioso. • Quando se dá perante a CIJ, que só aceita demandas estatais. SISTEMA REGIONAL DE PROTEÇÃO DOS DHS. • A) SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. • Carta da OEA. • CADH. • A.1) Origem • Carta de Bogotá, de 1948, criou a OEA – Organização dos Estados Americanos. • Declaração Americana de Direitos Humanos. 1948. • A.2) HISTÓRICO. • OEA sofre com o surgimento da guerra fria, pois os EUA, apesar de ser uma democracia, acabaram por apoiar ditaduras e violações de direitis humanos. • Somente em 1959 OEA cria orgão para tratar de DH: COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. • Em 1967, pelo Protocolo de BA, a Comissão é alçada à condição de principal órgão de DH da OEA. • Em 1969 é criada a Convenção Americana de DH, entrando em vigor em 1978, Brasil faz parte desde 1992. Tem-se dois órgãos: • Comissão de DH. Segue sendo órgão da OEA • Corte de DH. Surge a Corte Interamericana de DH. • A.3) COMISSÃO INTERAMERICANA DE DH. • Segue sendo órgão da OEA, mas também atua como órgão da CADH. • Sede: Washington. • Composta por 7 peritos votados pela Assembleia Geral. • Mandato: 4 anos, permitida uma recondução. • A comissão tem as seguintes funções: • Apresentam recomendações. • Conduz investigação in loco. • Prepara relatórios. • Envia observadores. • Lida com petições individuais, desde que esgotados recursos internos. • A.4) CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. • Sede: em San José da Costa Rica. • Composta por 7 juízes. • Mandato de 6 anos, admitida uma recondução. • Juízes são indicados e escolhidos por Estados Partes da CADH, através da Assembleia Geral. • A CIDH exerce competência decisiva, DESDE QUE O ESTADO TENHA RATIFICADO A CADH E TENHA DECLARADO QUE RECONHECE JURISDIÇÃO DA CORTE. • Suas decisões são irrecorríveis. • Não possui meios executórios. • A.5) PROCEDIMENTO. É bifásico. • 1ª fase ocorre perante a Comissão Interamericana de DH. • 2ª Fase ocorre perante a Corte Interamericana de DH. • Procedimento perante a Corte Interamericana. • Novo papel da Comissão IDH: Comissão encaminha 1o Informe ao Estado; as vítimas são notificadas; Estado não cumpre 1o Informe e já reconheceu jurisdição da Corte IDH; Comissão tem prazo para fazer a petição inicial; Comissão não atuará mais como parte (sistemática anterior ao novo regulamento), mas sim como custos legis; • Quando a Comissão entende que não houve violação de direitos humanos, o caso se encerra. A Corte não pode passar por cima da decisão da Comissão. CASOS BRASILEIROS NA CORTE INTERAMERICANA DE DH • A) Caso Damião Ximenes Lopes vs Brasil. • Foi a primeira condenação sofrida pelo Brasil na Corte Interamericana. Julho de 2006. • B) Caso Nogueira de Carvalho e outros vs Brasil. • • Novembro de 2006. Gilson Carvalho era defensor de direitos humanos, advogado ativista dos Direitos Humanos. • Corte reconheceu que Brasil cumpriu dever de investigar e punir. Houve um Júri, mas que absolveu o acusado. • • C) Caso Escher e outros vs Brasil. • • Julho de 2009. • Corte reconheceu que houve violação à intimidade de Esher. • D) Caso Garibaldi • Caso envolve homicídio de sem terra por milícia. • Homicídio não foi devidamente investigado. • Corte IDH condenou o Brasil a investigar e punir os assassinos, determinando que o Brasil siga à risca os prazos do art. 10 do CPP. • E) Caso Gomes Lund e outros Vs. Brasi. • • Novembro de 2010. Envolve guerrilha do Araguaia. • Responsabilidade do Brasil pela detençao arbitraria, tortura e desaparecimento forçado de setenta pessoas. • A corte impos ao Brasil um mandato internacional de criminalização contra o Brasil no tocante ao crime de desaparecimento forçado. Existe hoje um PL acrescentando ao CP o crime de desaparecimento forçado e adicionando ao rol dos crimes hediondos. • F) Caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs Brasil. • Sentença de 2016. • Brasil condenado a indenizar as 128 vítimas resgatadas durante a fiscalização. • G) Caso Cosme Rosa Genoveva e outros. Caso FAVELA NOVA BRASÍLIA – Complexo do Alemão. • Brasil condenado por violência policial. • Condenação de 2017, na qual é estipulado que Brasil tem até maio de 2018 para reabrir investigações das chacinas ocorridas. • H) Casos dos presídios brasileiros. • Caso Penitenciária Urso Branco. 2002. Comissão Americana solicita à CIDH uma medida provisória em favor dos internos da penitenciária com o objetivo de evitar que continuassem a morrer internos naquela unidade prisional. Houve diversas resoluções. Em 2011 a CIDH editou ultima resolução revogando as medidas provisórias em razão de não mais permanecer o cenário de gravidade. • Caso do Complexo do Tatuapé da Febem. Comissão Americana solicita à CIDH uma medida provisória compelindo o Estado Brasileiro a proteger a vida e a integridade pessoal das crianças e adolescentes que estavam internadas. Houve diversas resoluções editadas pela CIDH de 2005 até 2007. Resolução de 2008 determinou arquivamento do caso, tendo em vista o avanço do Estado brasileiro na proteção de direitos humanos dos jovens privados de liberdade em SP, tendo em conta que a unidade prisional foi desativada. • Caso da Penitenciária Dr. Sebastião Martins Silveira –Araraquara SP. Medida Provisória da CIDH (2006) buscado proteger a vida e integridade de todasas pessoas privadas de liberdade na penitenciária. Nesse caso em 2008 a Corte, em resolução revogou as medidas tendo em vista que a penitenciária busco se adequar, tendo inclusive transferido 1200 presos, funcionando com a capacidade. • Caso Unidade de Internação Sócioeducativa no Espírito Santo. Medida Provisória da CIDH (2010) buscado proteger a vida e integridade de todas as crianças e adolescentes em internação socioeducativa. Foram determinadas e fiscalizadas até 2014. Agressão entre internos, de funcionários contra internos, de uso abusivo de algemas, ameaças e castigos imoderados. • Caso do complexo penitenciário de Curado em Pernambuco – ANIBAL BRUNO. Medida Provisória da CIDH de 2014 ainda em cumprimento. Registrava-se casos de violência entre internos, entre funcionários e internos, assassinatos, atos de tortura, doenças contagiosas sem tratamento de saúde adequado, revistas humilhantes e vexatórias. Em relação a situação dessa penitenciária Resolução de 2018 reitera as medidas já adotadas e proíbe a entrada de novos detentos no complexo. http://www.corteidh.or.cr/docs/medidas/curado_se_06_por.pdf “O Estado deverá arbitrar os meios para que, no prazo de seis meses a contar da presente decisão, se compute em dobro cada dia de privação de liberdade cumprido no Complexo de Curado, para todas as pessoas al i alojadas que não sejam acusadas de crimes contra a vida ou a integridade física, ou de crimes sexuais, ou não tenham sido por eles condenadas, nos termos dos Considerandos 118 a 133 da presente resolução.” http://www.corteidh.or.cr/docs/medidas/curado_se_06_por.pdf • Caso Complexo Penitenciário de Pedrinhas, São Luis, no Maranhão. Em 2013/2014 houve registro de mais de 20 detidos mortos, além de casos de violência e agressão. • Caso Presídio Central – POA/RS. Houve diversas tentativas de resolução do caso pelas vias internas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNCP), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do sistema carcerário, bem como pelo Mutirão Carcerário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça em 2012.Contudo, apesar das recomendações realizadas após as inspeções, bem como a prolação de várias de decisões judiciais, o Estado permaneceu omisso em adotar medidas necessárias à implementação do que havia sido decidido e recomendado. AULA 08: PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: SISTEMAS DE MONITORAMENTO SISTEMA DE MONITORAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS NOÇÕES GERAIS SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS DHS. Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 SISTEMA REGIONAL DE PROTEÇÃO DOS DHS. Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 CASOS BRASILEIROS NA CORTE INTERAMERICANA DE DH Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23
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