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Direitos humanos

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DIREITOS HUMANOS
CONCEITO
A expressão direitos humanos surge em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tal expressão só surge em 1948 porque antes dela houve a criação e promoção dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais são um conjunto de direitos, normas e princípios que trarão direitos e deveres para a promoção da dignidade da pessoa humana.
A ideia de direitos fundamentais surge em 1824 com a primeira constituição brasileira. Os direitos fundamentais estão previstos na lei maior de cada estado, ou seja, na constituição e ele reverbera nas leis infraconstitucionais, como por exemplo, no Código Civil, através dos direitos personalíssimos. Os direitos personalíssimos não são fundamentais, mas são o reflexo dos direitos fundamentais.
Os direitos humanos são filhos do direito internacional público com o direito constitucional. Eles ganham independência em 1948, pois é necessário ter uma proteção global do ser humano. A Carta da ONU menciona os direitos humanos, mas não diz o que eles são. A definição deles vem mais tarde na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tais direitos são frutos da soberania popular, sendo certo que a maioria não possui poderes ilimitados sobre as minorias. 
Os direitos fundamentais e os direitos humanos se complementam. 
Kant diz que os homens não são dotados de valor, mas de dignidade, pois aquilo que é dotado de valor pode ser substituído. 
A reprimenda deve ser justa, proporcional e adequada ao crime, por isso não tem pena de morte no Brasil. 
Fontes de Direitos Humanos
Art. 38 da CIJ.
a) Fontes primárias: convenções internacionais, costume internacional (jus cogens) e princípios gerais de direito.
b) Fontes secundárias: as decisões judiciárias e a doutrina.
O costume internacional é a prova de uma prática geral aceita como sendo o direito. É também uma opinião jurídica dos Estados de que os atos praticados correspondem a uma obrigação jurídica. Quando esse costume for violado ele trará uma responsabilidade internacional. Exemplo: proibição da tortura. Mesmo que o país não tenha internalizado um tratado que proíbe a tortura, tal prática se tornou um costume internacional então todos tem que seguir.
Características
· Historicidade
· Universalidade
· Relativismo (exceções: tortura, tratamento desumano e degradante)
· Transnacionalidade (não tem uma relação específica com uma determinada nacionalidade)
· Imprescritibilidade (civil, de reconhecimento do direito humano, mas alguma consequência econômica pode prescrever)
· Inalienabilidade
· Irrenunciabilidade
· Unidade, Interdependência
· Complementariedade
Os direitos humanos e os direitos fundamentais têm as mesmas características, mas os direitos humanos são históricos. 
A dignidade humana não é absoluta, ela pode ser relativizada no Brasil.
Conflitos das normas internas com as externas
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional
(...)
Art. 84, VIII. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional 
Esses artigos significam que qualquer tratado de qualquer tema até pode ser assinado pelo Presidente da República, mas depende de um referendo do Congresso Nacional. O Congresso faz um controle de constitucionalidade.
TEORIA CRUZADA DOS DIREITOS HUMANOS
Ocorre quando o ordenamento jurídico interno se vale de decisões ou entendimentos sobre Direitos Humanos em outros Tribunais e importa para o Brasil. A exemplo dessa teoria tem-se a ideia de norma supralegal. Os tratados de direitos humanos que não passam pelo rito da emenda constitucional, tem natureza supralegal, já os que passam tem natureza de emenda constitucional. 
A convenção dos Direitos das Pessoas com deficiência, o protocolo dos Direitos das Pessoas com Deficiência e o Tratado de Marrakesh são equivalentes às emendas constitucionais, pois foram aprovados, em Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Ordenamento Jurídico Escalonado é como o Supremo considerada nosso ordenamento, mas há quem defenda a teoria do trapézio, ela coloca todos os tratados de direitos humanos porque afirma que aqueles que tem status supralegal são materialmente constitucionais e por isso também estão no topo.
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE
Trata de um conflito entre um tratado de direitos humanos e um ato ou uma lei. É a verificação se essa lei ou ato está de acordo com o tratado de direitos humanos.
A Convenção de Belém protege a mulher de qualquer tipo de violência além da violência doméstica. Exemplo: Um defensor pode invocar essa convenção em uma ação cuja mulher sofreu violência no trabalho, em uma relação de amizade, etc.
As regras de Bangok trazem regras próprias para as mulheres que estão presas. Exemplo: O defensor pode utilizar essas regras em um caso onde a mulher que está presa e está grávida é levada para dar a luz e permanece algemada. 
Espécies de Controle de Convencionalidade
a) Controle difuso de convencionalidade: é exercido por todos os juízes. Tem como base todos os tratados e opera sempre que o Direito Internacional for mais benéfico ao cidadão, ou seja, no controle difuso de convencionalidade, independe o status de tratado de direitos humanos. É efeito no caso concreto. Pode ser um tratado de direitos humanos supralegal ou de emenda a constituição, com caráter de emenda.
b) Controle concentrado de convencionalidade requer-se que o tratado tenha equivalência de emenda constitucional, caso contrário, não será apreciado pelo Supremo. No Brasil, são três:
1. A convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência;
2. O protocolo dos Direitos das Pessoas com Deficiência;
3. O Tratado de Marrakesh.
Pode-se utilizar todas as ações do controle abstrato para invalidar leis federais ou estaduais que violem os tratados internacionais de Direitos Humanos constitucionalizados. 
Aqui somente servem os trados de direitos humanos com status de emenda. Os que tem status de norma supralegal não podem ser usados como parâmetro. 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Os Estados tem responsabilidade cível e as pessoas têm responsabilidade penal que é averiguada no tribunal penal internacional ou de HAIA. Essa responsabilidade é objetiva. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Processo de asserção dos direitos humanos: princípio a manutenção da paz e da segurança internacional, direitos humanos e liberdades fundamentais, sem distinção de raça, sexo, cor ou religião. 
Princípio da não ingerência (ou não intervenção) de um Estado sobre o outro.
Como o documento de criação da ONU não trouxe a definição de direitos humanos, foi elaborada a Declaração Universal de 1948, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966. 
Corte Internacional de Justiça
A CIJ é o principal órgão judicial da ONU, cujo Estatuto é parte anexa à Carta das nações Unidas de 1945. Sua atuação, porém, atinge somente Estados, não indivíduos (apenas o Tribunal Penal Internacional julga pessoas físicas) ou organizações internacionais intergovernamentais.
Além de não poderem ser réus, os indivíduos e as organizações intergovernamentais também não podem se autores de qualquer ação contra um Estado perante a CIJ (as organizações internacionais, contudo, têm direito de solicitar pareceres consultivos à Corte). 
O tribunal tem sede em Haia.
É Estado contra Estado. 
O Brasil não pode ser mais condenado pela Corte Internacional de Justiça, pois ele só aceitou isso por 5 anos. Já passou 5 anos e o Brasil não renovou. 
SISTEMAS
Sistema Europeu
Convenção Europeia de Direitos Humanos de 1950. Sua finalidade é estabelecer padrões mínimos de proteção dos direitos humanos naquele Continente, institucionalizando um compromisso dos Estados-partes de não adotarem disposições deDireito interno contrária às normas da Convenção, bem assim de estarem aptos a sofrer demandas na Corte Europeia de Direitos Humanos.
Corte Europeia de Direitos Humanos – maior inovação: foi ter conferido aos indivíduos, organizações não governamentais e grupos de indivíduos o acesso direto à Corte Europeia de Direitos Humanos, com poder inclusive de iniciar um processo diretamente perante ela. Assim, no sistema europeu, já se consagra o chamado jus standi, com a possibilidade de ingresso direto à Corte, para além do mero locus standi, que somente permite que um cidadão deflagra uma ação no sistema regional quando representado por órgão terceiro (como faz a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no sistema interamericano).
A Corte Europeia possui duas competências: uma consultiva e outra contenciosa (esta apenas declara se o Estado violou ou não a Convenção Europeia).
Sistema Africano
O sistema regional africano de direitos humanos nasce somente em 1981, com a adoção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos – Carta de Banjul.
Órgãos de Proteção: Comissão e Corte: originalmente a Comissão dos Direitos Humanos e dos Povos. A Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos foi somente estabelecida pelo Protocolo à Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos de 1998, que entrou em vigor no ano de 2004.
Expressa previsão de acesso direto dos indivíduos perante a Corte Africana, o que consolida o jus standi individual no sistema regional africano (ainda que condicionado ao aceite do Estado, nos termos do art. 34, parágrafo 6), à dessemelhança do que existe no sistema interamericano, no qual o jus standi perante a Corte interamericana ainda é vedado expressamente aos indivíduos.
A Corte Africana detém competência consultiva e contenciosa.
Sistema Interamericano de Direitos Humanos
Originou-se coma Carta de Bogotá de 1948. Tem como instrumento: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969), internalizada no Brasil pelo Decreto 678/92.
Órgãos autônomos e independentes da Convenção:
a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos
É composta por sete peritos votados pela Assembleia Geral da OEA. Eles são escolhidos por suas qualidades individuais e não como representantes de seus governos. Recebem denúncias de violações contra direitos humanos dada por indivíduos ou organizações não governamentais. Os requisitos para o procedimento na Corte estão previstos no art. 46 da Convenção. Ela pode estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América, formular recomendações aos governos dos Estados-Membros, quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos, etc.
Não é possível acionar a Corte sem antes fazer uma petição para a Comissão Interamericana. 
Art. 46 da Convenção. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário: 
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos de jurisdição interna, de acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos;
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e
d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição.
CONTUDO, não se aplicarão as alíneas “a” e “b” quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenha sido violados;
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna ou houver sido ele impedido de esgotá-los.
c) houver demora injustificada.
Pode pedir tutela antecipada, ou seja, medida cautelar no âmbito na comissão de direitos humanos. A comissão pode impor sanções, sem que precise passar para a Corte.
b) Corte Interamericana de Direitos Humanos
É um órgão judicial internacional autônomo do sistema da OEA, criado pela Convenção Americana dos Direitos do Homem, que tem competência de caráter contencioso e consultivo. É um tribunal composto por sete juízes nacionais dos Estados-membros da OEA, com mandatos de 6 anos, permitida uma reeleição.
Competência para conhecer de qualquer caso, desde que os Estados-Partes no caso tenham reconhecido a sua competência. Somente a Comissão Interamericana e os Estados Partes da Convenção Americana sobre Direitos Humanos podem submeter um caso à decisão desse Tribunal.
A Corte Interamericana não revisa decisões do STF.
Somente a Comissão ou os Estados podem acionar a Corte.
A sentença da Corte é internacional, ela se impõe por ela mesma, não necessita de homologação de sentença estrangeira, pois o Brasil fez parte. Só necessita de homologação aquela sentença estrangeira que o Brasil não participou.
Tribunal Penal Internacional
Trata-se de jurisdição criminal permanente, tem personalidade jurídica própria, ou seja, não pertence a nenhum sistema. Foi aprovado por 120 Estados. 
Características
· Supraconstitucional
Tratado de natureza centrífuga, ou seja, rege as relações jurídicas dos Estados ou dos indivíduos com a jurisdição global, universal. Ele regula uma situação que extrapola os limites do Brasil. Exemplo: espanhol entrou no Brasil e cometeu um crime contra a humanidade no Brasil ou vice versa. Será julgado TPI.
No tratado de natureza centrípeta há a regulação de uma situação doméstica, de dentro do Brasil, que não foi solucionada (Convenção Europeia e Convenção Americana de Direitos Humanos). Exemplo: O caso Nova Brasília é baseado em um crime doméstico, interno. Não é o caso do TPI.
· Independente
Seu funcionamento não depende de qualquer tipo de ingerência externa, podendo, inclusive, demandar nacionais de Estados não partes no Estatuto. 
O TPI passa a ser aplicado diretamente (e também contra os mandamentos previstos) nas ordens jurídicas internas dos Estados, inclusive daqueles não aceitaram o Estatuto de Roma como norma vigente e válida. 
· Subsidiário
Caráter subsidiário perante as jurisdições penais internas. A jurisdição internacional só intervirá (subsidiariamente, ultima ratio) quando o direito interno (na esfera criminal) não o fizer segundo os critérios definidos pelo próprio Estatuto de Roma (art. 17).
O TPI não pode interferir indevidamente nos sistemas judiciais nacionais, que continuam com a responsabilidade primária de investigar e processar os crimes cometidos pelos seus nacionais, salvo nos casos em que os Estados se mostrem incapazes ou não demonstrem efetiva vontade de punir os seus criminosos, ocasiões em que o Tribunal deverá atuar. 
· Justiça Automática
Contrariamente aos tribunais internacionais em geral, o TPI não depende, para o seu pleno funcionamento, de qualquer aceite do Estado da sua competência jurisdicional, operando automaticamente desde a data de sua entrada em vigor. Em outros termos, não obstante ter o Estatuto de Roma exigido ratificações dos Estados para ter entrado em vigor, dotou a Corte Penal Internacional de poderes tais que a possibilita exigir o cumprimento de uma ordem de prisão a pessoa que se encontra em território de Estado não parte do Estatuto. 
Estrutura e funcionamento do TPI
Os crimes referidos no preâmbulo do Estatuto são imprescritíveis. Os crimes são divididos em 4 tipos de matérias: crime de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra e agressão.
Não é qualquer crime contra a humanidade que o Brasil vai abraçar, tem que ter uma relação com os crimes que nós temos equivalência no nosso ordenamento jurídico para aplicar o TPI. Não temos previsão de crime de guerrae de agressão, mas pode ser interpretado.
Qualquer imunidade que uma pessoa possa ter em razão de função exercida em cargo estatal não prevalece sobre o TPI. Não constitui impedimento para que o TPI exerça sua jurisdição sobre as pessoas. 
Os crimes que prescrevem no Brasil devem seguir a sua prescrição penal e não serem entregues ao TPI pelo fato de ele possuir imprescritibilidade. 
CONDENAÇÕES DO BRASIL
· Caso Damião Ximenes Lopes
Direito à integridade física e psíquica da pessoa humana.
Em novembro de 1999, o paciente psiquiátrico Damião Ximenes Lopes foi torturado e morto na Casa de Repouso Guararapes, clínica conveniada ao SUS, na cidade de Sobral/CE.
Sentença de julho/2006, a Corte Interamericana condenou o Brasil a indenizar os familiares da vítima e a levar a julgamento os responsáveis pelo crime.
A União cumpriu a obrigação de indenizar e autorizou o pagamento de R$ 250 mil à família da vítima. Em 2009, a Justiça estadual cearense condenou os seis responsáveis pelo crime de maus tratos (art. 136, parágrafo 2º, do CP), entre eles médicos e enfermeiros, a pena de 6 anos de reclusão.
Consequências do caso:
1. Supervisão por ricochete: o reconhecimento que a Convenção Interamericana sobre os Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção da Guatemala – o Brasil é signatário – Decreto 3956/2001) é vetor de interpretação dos direitos do Pacto de San José da Costa Rica, quando aplicado a casos envolvendo pessoas com deficiência. Caso o Brasil desrespeite a Convenção da Guatemala, pode tal desrespeito ser considerado uma violação de algum dos direitos genéricos do Pacto de San José e, com isso, ser desencadeado o mecanismo de controle do pacto.
2. Presunção do livre-arbítrio da pessoa com deficiência mental e a autodeterminação do tratamento (Decreto 6949/09 e Lei 13.146/2015)
3. Direito à vida é um direito que exige políticas públicas para implementar um mínimo existencial
4. Direito à duração razoável do processo (garantias processuais)
· Caso Sétimo Garibaldi
Direito à vida e os deveres estatais de persecução criminal e de prestação jurisdicional em tempo razoável 
Conflito agrário
Em novembro 1998, o trabalhador rural Sétimo Garibaldi foi morto por pistoleiros encapuzados num acampamento do MST na Fazenda São Francisco, Loanda/PR.
Pagamento de indenização à família de Garibaldi
A Corte IDH também ordenou a conclusão do inquérito e a responsabilização dos servidores públicos que conduziram a apuração inicial. O suposto mandante e os alegados executores do crime não foram processados pelo MP do Estado do Paraná que promoveu o arquivamento do inquérito policial em 2004, o que foi aceito pela juíza competente. O STJ manteve o arquivamento ao julgar o RESP 1.351.177/PR.
· Caso Escher
Caso das escutas contra o MST
Direito à intimidade e ao devido processo legal
Escutas e interceptações telefônicas em terminais telefônicos utilizados por uma cooperativa de trabalhadores rurais ligados ao MST. As escutas teriam sido realizadas sem o cumprimento dos requisitos do art. 5º, inciso XII, da Constituição e da Lei 9.296/1996.
A Corte IDH considerou o Estado brasileiro culpado pela instalação dos grampos, pela divulgação ilegal das gravações e pela impunidade dos responsáveis pela sua implantação.
Garantias processuais não cumpridas.
· Caso da Guerrilha do Araguaia
Mortes e desaparecimentos forçados ocorridos na região do Bico do Papagaio, nas divisas do Maranhão, Pará e Tocantins nos anos 1970 (ditadura militar no Brasil) tendo como vítimas militantes do PCdoB.
Denegação de Justiça.
Entre abril de 1972 e janeiro de 1975, três mil e dez mil integrantes do Exército, da Marinha, da Força Aérea e das Polícias Federal e Militar empreenderam campanhas de informação e repressão contra os membros da Guerrilha do Araguaia. Nas primeiras campanhas, os guerrilheiros detidos não foram privados da vida, nem desapareceram. Em 1973, o Presidente Médici, assumiu diretamente o controle sobre as operações repressivas e a ordem oficial passou a ser de eliminação dos capturados. No final de 1974, não havia mais guerrilheiros no Araguaia e há informação de que seus corpos foram desenterrados e queimados ou atirados nos rios da região. O governo militar impôs silêncio absoluto sobre os acontecimentos do Araguaia e proibiu a imprensa de divulgar notícias. O exército negava a existência do movimento. 
Júlia Gomes Lund, nome da autora que inicia a petição, é uma mãe que tinha como objetivo buscar notícias ou os restos mortais de seu filho Guilherme Gomes Lund. Essa é apenas uma entre os vários familiares na busca da verdade sobre o desaparecimento forçado.
A Comissão Interamericana, no processo perpetrado, indicou que os desaparecimentos forçados ocorreram em um contexto de prática de detenções arbitrárias, torturas, execuções e desaparecimentos forçados, perpetrados pelas forças de segurança do governo militar, nos quais os agentes estatais utilizaram a investidura oficial e recursos outorgados pelo Estado para fazer desaparecer todos os membros da Guerrilha Araguaia.
Em 2006, a Corte se pronunciou declarando a invalidade das leis de autoanistia, no caso Almonacid Arellano e outros versus Chile, referentes aos crimes ocorridos entre 1973 e 1978, durante o regime Pinochet, entendendo que as leis de autoanistia promulgadas pelo Estado não podem surtir efeitos nem no presente nem no futuro. 
Sentença do caso Gomes Lund é proferida em novembro de 2010
ADPF 153 – Justiça Transição 
O Brasil foi condenado por não ter investigado tais violações e a Corte declarou, por unanimidade, que “as disposições da Lei de Anistia Brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros casos de graves violações de dh consagrados na Convenção Americana ocorridos no Brasil.
O Brasil ainda não criminalizou o desaparecimento forçado. Esse caso é semelhante aos casos Velásquez Rodriguez versus Honduras, Barrios Altos vs Peru, Almonacid Arellano e outros vs. Chile, etc.
· Caso trabalhadores da Fazenda Brasil Verde
Julgado em 2016, a Corte IDH entendeu que o Brasil violou o direito de liberdade (especificamente o direito de não ser submetido a qualquer forma de escravidão ou servidão), o direito de acesso á justiça e a garantias judiciais e o direito à razoa´vel duração do processo das 85 vítimas escravizadas no ano 2000 na Fazenda Brasil Verde, situada no Município de Sapucaia, no Estado do Pará, e também os direitos de outros 43 trabalhadores que foram resgatados na mesma propriedade em 1997.
Tem-se notícia de que as violações aos direitos dos trabalhadores naquela propriedade rural remontam aos anos 1980.
Condenação por violação dos direitos dos indivíduos de não serem submetidos a qualquer forma de escravidão ou servidão, bem como de nãos erem submetidos ao tráfico de pessoas.
Trabalho escravo – pobreza – vulnerabilidade – vulnerabilidade econômica – cárcere privado. Indenizações e reabertura de inquéritos para apuração de crimes. 
· Caso Favela Nova Brasília
Em 2017, foi julgado o caso Favela Nova Brasília vs. Brasil. Duas chacinas ocorreram naquela comunidade carente, situada no complexo do Alemão, em 18 de outubro de 1994 e 8 de maio de 1995. Os fatos são atribuídos a policiais do Rio de Janeiro, e poderiam ser classificados como homicídio de 26 pessoas, tortura (mas nossa lei é de 1997), estupro de três adolescentes e abuso de autoridade. A Corte determinou as reparações devidas, ordenou a reabertura das investigações e indicou a PGR deveria analisar o cabimento de incidente de deslocamento de competência (IDC).
· Caso do povo Xucuru
Em 2018, ao sentenciar o Caso do povo indígena Xucuru e seus Membros vs. Brasil, a Corte IDH tratou do direito à propriedade coletiva da terra. Acomunidade indígena Xucuru, perto de Pesqueira, em Pernambuco, aguardava há anos a demarcação de suas terras. O governo demorou 16 anos para reconhecer a titularidade da terra e demarcá-las e para retirar invasores dali (desintrusão).
O Brasil também foi condenado por negar-lhes proteção judicial. Em razão da sentença, o Estado brasileiro deverá complementar o procedimento para assegurar os direitos dos indígenas e pagar as indenizações devidas aos posseiros. 
· Caso Herzog
A Corte determinou que os fatos ocorridos contra o jornalista Vladimir Herzog devem ser considerados crime contra a humanidade, de acordo com a definição do direito internacional. O Brasil não pode invocar prescrição ou aplicar o princípio bis in idem, a Lei de Anistia ou qualquer outra disposição simular do direito interno para escusar-se de seu dever de investigar e punir os responsáveis pelos crimes de que foi vítima Vladimir Herzog. 
Delitos cometidos em um contexto sistemático e generalizado de ataques à população civil.
Dever do Estado brasileiro de retomar a investigação criminal e de dar início a ação penal sobre os fatos ocorridos em 25 de outubro de 1975, com o fim de identificar, processar e, em sendo o caso, punir as pessoas responsáveis pela tortura e pelo homicídio do jornalista Vlado Herzog.
O Estado brasileiro também deverá adotar medidas idôneas para que se reconheça, sem exceção, a imprescritibilidade das ações emergentes de crimes contra a humanidade e internacionais – o que contraria o CP vigente.
· Casos empregadores da Fábrica de Fogos de Santo Antônio de Jesus e seus familiares (2020)
Corte Interamericana de Direitos Humanos considerou o Estado brasileiro responsável internacionalmente pelas violações aos direitos humanos de 60 pessoas falecidas e seis pessoas feridas, como consequência da explosão de uma fábrica de fogos de artifício. Além disso, estabeleceu-se a responsabilidade pelo sofrimento causado a 100 familiares das pessoas falecidas e feridas na explosão. Neste caso, a Corte declarou a violação dos direitos à vida, à integridade pessoal, aos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, no que diz respeito ao trabalho em condições equitativas e satisfatórias, aos direitos da criança, à igualdade e não discriminação, à proteção e às garantias judiciais. 
Princípio de estoppel: impossibilidade das partes envolvidas em um litígio nas instâncias internacionais de direitos humanos alegarem ou negarem um fato ou direito, estando esta negação em desacordo com uma conduta anteriormente adotada ou anuída. O princípio funciona como uma espécie de preclusão e é fundado no brocado venire contra factum proprium.
O pacto de direitos civis e políticos traz esse Comitê de Direitos Humanos. 
As regras de Bangok se refere as mulheres adultas e para as adolescentes também. As presas não devem dar mais a luz algemadas. Elas são uma resolução e não um tratado para integrar o ordenamento jurídico como EC.
Se uma pessoa é refugiada, os filhos dela não serão refugiados. 
· Caso do campo do algodoeiro
Aconteceu no México nos anos 2000. Essa Fábrica foi instalada sem nenhuma política pública em volta. Era majoritariamente composta por homens. Estavam aparecendo mulheres mortas e com violência sexual. Elas eram encontradas nesse campo por pessoas que passavam perto desse campo. Quando as famílias buscavam ajuda, a polícia culpava as mulheres mortas e buscava entender o que elas tinham feito. Usou a Convenção de Belém.

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