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A Promessa de Berrr

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2 
 
Série Guerreiros de Zorn 
04 – A Promessa de Berrr 
Laurann Dohner 
 
DISPONIBILIZAÇÃO: SORYU 
TRADUÇÃO: SUSANA 
EQUIPE DE REVISÃO INICIAL: DENY, MARGOT, 
MARIH, SOO JEONG, SELENE, THAY e GI 
VAGLIENGO. 
REVISÃO FINAL E FORMATAÇÃO: RaqB 
LEITURA FINAL: EVANICE 
 
3 
 
SINOPSE 
 
 Raptada da Terra e levada ao planeta Zorn para ser vendida como 
escrava sexual, Shanna estava zangada e assustada, pronta para lutar 
contra qualquer um que tentasse tocá-la. Criada em orfanatos e lares 
adotivos, não se deixaria ser aprisionada por nenhum homem, 
alienígena ou não, mesmo que fossem grandes, terríveis ou 
assustadores. Entretanto, antes de ser vendida, é libertada por um 
enorme e atraente guerreiro Zorn... Um guerreiro com os olhos azuis 
mais incríveis que já vira. Presa naquele planeta, Shanna lhe suplica 
proteção. 
 Hyvin Berrr, o líder dos Zorn, pensa que os seres humanos são 
indefesos e fracos, principalmente suas mulheres. Shanna decide ensinar 
ao extraordinário alienígena que está enganado a esse respeito, mas 
Shanna não estava muito certa se queria brigar contra o que sentia por 
aquele alienígena, mas se uma mulher tinha que perder uma batalha, 
por que não começar por esta? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
INFORMAÇÃO DA SÉRIE 
 
01 – A Mulher de Ral – Distribuído 
02 - O Sequestro de Casey – Distribuído 
03 - Tentando Rever – Distribuído 
04 – A Promessa de Berrr – Lançamento 
A autora pretende lançar mais 3 livros dessa série, 
mas sem data definida. Vamos aguardar! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Avisos 
Aviso 01 
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REDES SOCIAIS, PRINCIPALMENTE FACEBOOK! 
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Aviso 02 
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ELA INFORME QUE LEU OS LIVROS NO IDIOMA PRINCIPAL, MAS, POR FAVOR, 
EVITE TOCAR NO NOME DO PL PARA AUTORAS E EDITORAS! 
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A EQUIPE PL AGRADECE! 
Aviso 03 
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LER ROMANCES, QUE SÃO DISTRIBÚIDOS E TRABALHADOS 
GRATUITAMENTE! 
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SEM NENHUM GANHO FINANCEIRO, DE MODO A INCENTIVAR A CULTURA, 
E A DIVULGAR ROMANCES QUE POSSIVELMENTE NUNCA SERÃO 
PUBLICADOS NO BRASIL. 
SOLICITAR DINHEIRO POR ROMANCE É CRIME, É PIRATARIA! 
SEJAM ESPERTOS (AS). 
 
6 
 
Capítulo 1 
 
Shanna tinha os olhos fixos nos enormes e temíveis alienígenas, que a 
rodeavam. Seus pulsos estavam feridos, mas ignorou a dor ao tentar soltar-se das 
algemas que a seguravam. Quando um dos alienígenas se aproximou novamente, 
tentando agarrá-la, ela gritou de raiva e levantou a perna direita para chutá-lo. 
Acertou o filho de puta na coxa. Ele grunhiu e sua mão enorme esfregava o local onde 
ela o acertou. 
— Chega. — Grunhiu um deles. — Pare com isso. 
— Vá para o inferno, cretino. — Gritou ofegante. 
O sujeito de cabelo negro grunhiu uma vez mais, então ela se voltou para 
enfrentar o alienígena loiro, o responsável por toda aquela situação. 
— Chama isso de submissão? Disse que as fêmeas humanas eram dóceis, mas 
está é a mulher mais selvagem que já vi. 
Gohl grunhiu para Shanna. Seus dentes eram amarelados e afiados e seus olhos 
escuros transmitiam fúria, enquanto a fitava. 
— Está tornando difícil sua venda, humana. 
— Você não faz ideia de com quem está se metendo, miserável. — Gritou mais 
uma vez. 
Estava assustada, dolorida e cansada, mas não ia deixar de lutar até que a 
matassem ou conseguisse escapar. 
— Sou uma pessoa, seu idiota. Não uma propriedade ou animal, não serei 
vendida a um imbecil para ser seu brinquedo sexual. 
Gohl era um alienígena de dois metros de altura, de cabelo loiro longo, 
desalinhado e com a orelha bicuda. Há cinco dias, às 02h20min da madrugada, Shanna 
 
7 
 
ia do trabalho para casa, quando algo atingiu o pneu dianteiro de seu carro, fora 
obrigada a levar o veículo até a beira da estrada e parar. Saiu do carro com o celular na 
mão para chamar o reboque e no instante seguinte àquele alienígena surgiu lhe 
agarrou e pôs algo em sua boca. Percebeu o gosto horrível daquela coisa, enquanto 
esperneava e lutava até ficar inconsciente. 
Quando acordou, estava trancada em uma jaula com outras cinco mulheres 
humanas, que contaram a mesma história. Estavam sozinhas, dirigindo em uma 
estrada deserta, tarde da noite, quando algo atingira os pneus, depois foram raptadas 
e deixadas inconscientes, só para despertar neste inferno. 
Shanna fora raptada pelos mesmos alienígenas idiotas que agora a estavam 
pondo a venda e às outras mulheres como escravas sexuais em algum planeta perdido 
no espaço. Vira como as outras mulheres se rendiam por completo, quando Gohl se 
apresentou a elas, explicando porque as tinham raptado e o que planejara fazer com 
elas. Shanna estava aterrorizada, mas não tinha chorado ou gritado, estava muito 
zangada, não seria escrava de ninguém. 
Quando pousaram em um planeta vermelho para serem leiloadas, as mulheres 
estavam chorando e gritando, enquanto eram examinadas e vendidas, uma a uma. 
Shanna viu com horror, elas serem levadas por homens enormes, que pareciam do 
tipo todo músculo e nada de cérebro. 
Shanna tinha a certeza de que a razão pela qual Gohl e seus homens, esperaram 
até o final para vendê-la, era por ser muito agressiva, quase conseguiu escapar duas 
vezes, aproveitara quando seus captores levavam comida à cela dentro da nave 
alienígena. Shanna conseguira quebrar o nariz de um deles e acertou com toda força 
as bolas do outro, a única coisa pela qual se arrependia, era por não ter tido a 
oportunidade de acertar Gohl. O miserável tivera o descaramento de lhe dizer que a 
tinha escolhido especialmente para trazer da Terra. Só ao pensar nisso, ela tinha uma 
vontade enorme de acabar com ele e o faria de um jeito ou de outro. 
O canalha loiro grunhiu novamente. 
 
8 
 
— Deve ser obediente. — Ordenou. — Ou terei de aceitar muito menos dinheiro 
por sua venda. 
 — Cretino, acha que me importo com seu lucro da escravidão? Farei o 
possível para que perca dinheiro, idiota. 
Seus olhos negros arderam com raiva. 
— Perfeito. — Girou a cabeça na direção dos seis homens na sala. — Aceitarei 
quarenta obbus, de cada um para montar à fêmea alienígena. 
O alienígena que chutara grunhiu zangado. 
— Ela pode não sobreviver, não disse que não a compraria. Somente me opus a 
sua falsa afirmação, de que era dócil. 
Shanna deixou de lutar, seu coração palpitava com força, ela era loira, mas 
nunca fora estúpida, podia imaginar perfeitamente o significado de montar. O terror a 
atingiu com força, o filho da puta a estava oferecendo como prostituta por quarenta, 
sabe-se lá que diabos era um obbus, aos seis sujeitos. Seu olhar se dirigiu para os 
idiotas enormes, viu a luxúria em seus olhos desconfiados. Eram tão grandes e 
musculosos, com mais de 100 kgs e tão altos quanto um jogador de futebol americano, 
mas não passavam de criaturas bestiais, guiadas apenas por instintos básicos, como 
alimento e sexo. 
— Então, aceite o trato. — Exigiu Gohl. — Dê os 500 obbus por ela, ou a 
venderei para ser usada por todos. Essa fêmea humana já causou muito problema. 
Quero me livrar dela e não me importa se sobreviverá ou não. 
O alienígena inclinou a cabeça, seus escuros olhos a percorreram com atenção, 
vagando por todo seu corpo seminu. Gohl e os dois estúpidos companheiros de 
tripulação arrancaram a sua roupa, deixando-a somente com sutiã e sua calcinhapequena, deixando pouco ou nada à imaginação. Sua atenção se voltou ao seu rosto. 
— Prove que vale o preço que pedem por você, se ajoelhe e me dê uma 
mamada. 
 
9 
 
Ele deve estar brincando. Pensou Shanna e seus olhos azuis se entrecerraram. 
— É claro, querido. Venha aqui. 
Ele franziu o cenho, mas se aproximou mais, acariciando a parte da frente de 
suas calças. Assim que a alcançou, soltou um pouco as correntes que a prendiam no 
chão e ficou de pé a sua frente. Ela se preparou, sabendo que as correntes a 
impediriam de se jogar para trás, restara somente uns trinta centímetros para se 
mover. Seu corpo se preparou, antes que ela desferisse um chute violento com toda 
sua força. 
Os olhos do alienígena se abriram imediatamente, mas seus reflexos não eram 
tão rápidos quanto sua perna. Seu pé descalço fez contato com sua virilha. 
O sujeito deu um rugido como o de um leão, um som forte, quase animal. 
Recuou se agarrando a parte dianteira da calça, gemendo, até cair sobre seus joelhos, 
inclinando-se para se envolver como se fosse uma bola. Ela jamais se submeteria a 
isso. Faria com que os idiotas a matassem, antes de tocar qualquer um deles. Se ele 
podia rugir, ela também podia. Ofegando, Shanna gritava de terror e ódio, sem parar. 
As portas de trás, de repente se abriram e mais desses alienígenas selvagens 
entraram. Shanna agora estava mais que assustada, pois toda esperança de escapar 
desvaneceu, ao ver mais alienígenas chegarem. Todos os recém-chegados usavam o 
mesmo uniforme, todos em couro negro. Sabia que um destes alienígenas iria comprá-
la, arrastá-la até sua casa e usá-la como bem quisesse. 
Gohl gritou com os recém-chegados. 
— Vocês não foram convidados. 
Os homens vestidos com uniforme negro olharam ao seu redor com hostilidade, 
com as pálpebras entrecerradas e expondo seus dentes afiados em um grunhido baixo. 
O movimento do grupo chamou a atenção de Shanna ao ver os homens se afastarem e 
um homem mais alto ainda, de cabelo negro se aproximar, avançando acompanhado 
de outros dois. 
 
10 
 
Ela o olhou fixamente, não conseguia evitar. O homem era diferente de Gohl e 
seus dois companheiros de tripulação, este tinha as orelhas arredondadas e olhos 
lindíssimos, azul claro e de um brilho impressionante, sua pele bronzeada era mais 
dourada que a dos outros que estavam ao lado dele. Os músculos se sobressaiam sob a 
camisa, os ombros eram largos e o peito enorme, parecia que o seu quadril e a área 
das coxas eram só um pouco menores. Céus, ele parecia grande em todo o lugar. 
— Collis miseráveis. Como se atrevem a vir a Zorn? — Grunhiu. — Achavam que 
não seríamos informados que sua nave aterrissou em nossa superfície? - O olhar 
furioso do grandão se dirigiu a Shanna. 
Não havia nenhuma dúvida de que a surpresa se refletiu em seus olhos, a forma 
como suas sobrancelhas negras se levantaram e o profundo grunhido saído de sua 
garganta, não só estava surpreso por sua presença, mas também parecia muito 
furioso. Seu olhar se afastou dela, para se concentrar em Gohl. 
— Trouxe uma humana? 
Shanna viu o medo e a covardia estampados nas feições de Gohl. O sujeito ficou 
pálido. Isso era dizer muito, já que todos os homens pareciam naturalmente 
bronzeados. Não tinha visto um alienígena de pele pálida, ainda. Seu captor ofegou 
forte, enquanto dava um passo atrás. 
— Ela não é uma mulher Zorn, você não têm autoridade para intervir. Estou 
aqui para negociar minhas posses com seus guerreiros e fêmeas humanas são as 
preferidas. — Gohl olhou para o grandão de olhos azuis, era fácil de ver o seu temor. 
— Tenho uma autorização de vendedor, a menos que você deseje fazer uma oferta por 
ela, é melhor que se vá. 
A fúria brilhou nos olhos azuis do alienígena vestido de couro. 
— Se atreve a falar das leis em meu próprio planeta? 
— Sim Hyvin Berrr, até você deve seguir a lei. — Gohl agora parecia bem 
nervoso, enquanto falava. 
 
11 
 
 — O tráfico de escravos é contra a lei. 
 — É contra a lei, a venda de mulheres Zorn, ou Collis, mas não há nenhuma 
lei sobre as fêmeas humanas. 
 O alienígena grandão sorriu lentamente com uma expressão fria e dura no 
rosto, que não chegou aos seus olhos. Shanna sentiu que sua pele na nuca se 
arrepiava. 
 — Sou eu quem faz as leis e é melhor que escute com muita atenção as 
minhas palavras. Para sua paz de espírito, agora decreto uma nova lei, é contra a lei 
vender seres humanos a partir deste momento. 
 — Não pode fazer isso, Hyvin. — Grunhiu Gohl. 
 — Acabei de fazer. — Hyvin Berrr voltou-se para os homens de uniforme. — 
Levem todos para o julgamento, os Collis pela venda de humanas e os Zorn presentes 
pelo comércio ilegal. 
 O inferno se incendiou em um instante, Gohl virou-se e correu para a parte 
de trás da sala tentando escapar. Os alienígenas que não vestiam trajes de couro 
tentaram lutar para abrir caminho através dos uniformizados. Os dois companheiros 
de Gohl foram os únicos homens na sala que não resistiram, já que puseram suas mãos 
acima das cabeças e caíram de joelhos em silencio total. A luta arrefeceu e de repente, 
o gigante chamado Hyvin Berrr, surgiu à direita de Shanna. Ela o olhou fixamente, 
enquanto ele se aproximava, parando próximo às correntes e de pé com o cenho 
franzido. 
 — Está a salvo. Dou a minha palavra de que não sofrerá nenhum mal, 
humana. Eu sou... 
 — Cuidado! Atrás de você. — Gritou Shanna, ao ver que Gohl vinha correndo 
com uma faca na mão, na direção do alienígena de brilhantes olhos azuis, que estava 
de costas para ele. 
 
12 
 
 Hyvin Berrr se virou a tempo de evitar a faca de Gohl. Um feroz rugido soou 
por toda a sala. Apesar de ser um homem enorme, o alienígena vestido de couro podia 
se mover bem rápido. Esquivou-se da faca que Gohl tentou cravar em seu peito. A mão 
de Hyvin Berrr se moveu mais rápido, lançando um murro potente que atingiu a 
garganta de Gohl, fazendo-o voar para trás, caindo estendido sobre suas costas, a uns 
bons seis metros de distância. 
 Shanna escutou um som horrível vindo do alienígena caído no chão quando 
Gohl segurou a garganta e seu corpo começou a entrar em convulsões. Dois homens 
uniformizados caminharam lentamente até ficar de pé junto a ele, olhando para baixo, 
com os cenhos franzidos, enquanto observavam em silêncio. Um deles virou a cabeça, 
seus brilhantes olhos verdes repletos de admiração, enquanto olhava para o alienígena 
que tinha derrubado Gohl. 
 — Esmagou a garganta Hyvin Berrr. Posso acabar com isto? Ele está 
sofrendo. 
 Hyvin Berrr negou com a cabeça, dando as costas para o homem moribundo. 
 — Deixe-o sofrer por sua falta de honra. — Os brilhantes olhos azuis então se 
fixaram em Shanna. Ele se interpôs entre ela e Gohl, que agora estava literalmente no 
chão, chutando as pernas, enquanto lutava para respirar. — Selou seu destino quando 
chegou a nosso planeta com escravos. 
 Shanna se sobressaltou. Gohl estava morrendo no chão, ninguém o ajudava, 
simplesmente o deixariam morrer. O enorme alienígena que agora estava de pé, 
diante dela, esmagara a garganta de seu algoz, e agora a olhava com atenção. Vai 
querer esmagar minha garganta também? Pensou, lentamente deu um passo atrás, 
titubeando. 
 Ele piscou um par de vezes, olhando-a em silêncio, fazendo-a se fixar em suas 
negras pestanas. Aproximou-se dela e moveu lentamente as mãos para a própria 
cintura. Surpresa, Shanna viu o alienígena agarrar a camisa e de um puxão a abrir, 
mostrando um peito enorme e musculoso. Viu as linhas rígidas de cada músculo, das 
costelas até a cintura. Seus braços eram tão grossos quanto sua própria coxa. Parecia 
 
13 
 
um fisiculturista cheio de esteróides, sem as desagradáveis linhas nas veias que têm a 
maioria deles. 
 Ele segurou a camisa em uma mão, seu olhar assombrosamente brilhante, 
fixo nela. 
 — Está a salvo. — Deixou sua camisa cairpor cima de seu ombro e para sua 
surpresa, ajoelhou-se diante dela, se aproximando mais. — Dou-lhe a liberdade, vista 
esta camisa. A levarei para um lugar seguro, onde não será vendida como escrava. 
 Shanna estava um pouco mais calma, enquanto esperava o homem, que de 
forma insegura, segurava seu pulso algemado. Ele não era Gohl, disse que queria 
libertá-la e decidiu não lutar contra ele. Percorreu com o olhar seu peito enorme e os 
braços musculosos, engoliu em seco, percebendo que mesmo se quisesse, não teria 
nenhuma possibilidade de lutar contra este homem se ele estivesse decidido a lhe 
fazer mal. Este homem era, sem dúvida alguma, muito maior que Gohl e os outros dois 
valentões. 
 Mãos grandes e quentes tocaram em sua pele, enquanto segurava as 
correntes examinando-as, e então com cuidado para não feri-la, quebrou um dos aros 
que prendia seu pulso usando somente os dedos. Deixando cair a corrente no chão e 
soltando finalmente um de seus braços. Este homem era tremendamente forte. Pensou 
Shanna e afastou o olhar de seu rosto, agora prestando atenção no braço, seus pulsos 
estavam avermelhados e sangrando por ela ter tentado se soltar, o metal cortara ao 
longo de seu dedo polegar. Ardia um pouco, mas não chegava a ser tão doloroso. 
Quando o alienígena segurou seu outro pulso, sobressaltou-se, afinal estava muito 
concentrada em seu pulso para perceber o que ele estava a ponto de fazer. 
 Ele ficou imóvel, levantou a cabeça, aqueles olhos incríveis se fixaram nos 
seus. 
 - Calma. Não vou machucá-la, pequena humana. Prometo que estará a salvo 
comigo. — Disse em voz profunda, suave, quase relaxante. 
 
14 
 
 Ela não se moveu quando ele abriu o outro aro da algema. A corrente 
quebrada foi ao chão e lentamente, ele ficou em pé. Shanna olhava-o desconfiada e 
recuou um passo. 
 Aquele alienígena devia medir mais de dois metros de altura. Shanna media 
1.65 e nem sequer chegava ao ombro dele. Tragando saliva, olhou para ele nervosa e 
um pouco assustada. Era enorme, musculoso e o maior homem que já vira. Olharam-
se, observando-se mutuamente. 
 — Hyvin Berrr? — Interrompeu um dos homens que o acompanhava. — 
Todos foram capturados. 
 O grandão fez uma careta. Hyvin Berrr pegou a camisa que estava sobre seu 
ombro e lentamente a entregou a Shanna. Deu meia volta e a soltou, quando suas 
mãos agarraram o tecido, que estava ainda quente. Olhando para as costas larga e 
coberta de músculos, colocou a camisa, cobrindo o seu corpo. 
 Ela sabia que iria sumir dentro daquilo, enquanto passava as mãos pelas 
mangas e o tecido envolveu seu peito, cobrindo o sutiã e a calcinha. Suas mãos se 
perderam nas mangas e a camisa chegava quase até os joelhos, parecia um vestido 
bem folgado. Inspirou o cheiro masculino vindo da camisa, uma maravilhosa 
combinação de almíscar e madeira. Era estranho e ao mesmo tempo tentador, 
admitiu, enquanto permanecia imóvel olhando as costas do proprietário da camisa. 
 — Hyvin Berrr. — O homem voltou a chamá-lo. — Eu não estou vinculado e 
gostaria que ela fosse minha. Sou um bom provedor e protetor. Sei o que terei que 
fazer para manter a mulher humana e estou disposto a fazer o que for necessário para 
tê-la. 
 — Não. — Grunhiu de repente outro alienígena, à medida que avançava. — 
Estou a serviço mais tempo. Se a mulher estiver livre, quero me vincular a ela. 
 Outro dos alienígenas uniformizados avançou da esquerda. 
 — Eu estou a serviço mais tempo. Quero-a, se não estiver vinculada. 
 
15 
 
 Grunhidos excitados se ouviam pela sala. Atônita, Shanna viu que todos os 
homens de uniforme não tiravam os olhos dela, alguns se aproximaram mais, olhares 
brilhantes e escuros... Deslizavam o olhar sobre seu corpo, o interesse sexual era 
evidente. 
 — Hyvin. — Um alienígena do canto extremo da sala avançou, empurrando e 
afastando outros machos de seu caminho. — Quero reclamar à humana e me vincular 
a ela. 
 — Basta. — Grunhiu Hyvin Berrr. 
 — Ela não tem compromisso, precisa ser vinculada a um de nós. — Grunhiu 
um dos homens de novo. 
 — Será justo se lutarmos por ela. Todos somos dignos da responsabilidade de 
uma vinculação. Peço uma disputa, o ganhador a leva. 
 — Concordo. — Grunhiu mais de uma voz masculina. 
 Shanna sentiu medo novamente. Eles irão brigar por mim? Isso só pode ser 
uma brincadeira. Pensou, seu olhar percorreu a sala e depois os alienígenas. Nenhum 
deles parecia estar brincando, ao contrário estavam realmente dispostos a lutar para 
ganhá-la. 
 — Por favor, eu não... — Murmurou em voz baixa. 
 O homem a frente dela havia dito que estava a salvo com ele. Sem pensar se 
aproximou de suas costas grandes, quase se escondendo atrás dele, quando vários 
alienígenas se aproximaram ainda mais dela. Levantou o braço e pressionou a palma 
nas costas de Hyvin Berrr. Imediatamente, a pele quente do corpo dele surpreendeu-a. 
 A cabeça de Hyvin Berrr se virou para ela. Ele inspirou profundamente, suas 
fossas nasais se expandiram, e um grunhido suave saiu de sua garganta. Olhou para os 
homens que o rodeavam com raiva. 
 
16 
 
 — Afastem-se dela. Não conseguem sentir o cheiro de seu medo? Ela é de 
outro planeta e não veio voluntariamente a Zorn e nem procura uma vinculação. Mais 
tarde tomarei uma decisão sobre o futuro dela. 
 Shanna notou imediatamente que a declaração não agradou a todos os 
homens de uniforme. Grunhidos de raiva e decepção se escutavam por toda a sala, 
alguns acabaram recuando, outros não. Pelo menos uma dúzia de homens começou a 
tirar o uniforme. Com o coração acelerado, Shanna se aproximou ainda mais do 
homem diante dela. Ele era o maior dos alienígenas que estavam na sala, ela avançou 
para frente até ficar praticamente colada a ele, esperava sinceramente, que ele fosse 
capaz de manter o controle dos homens. Era fácil ver quem estava no comando, afinal 
ele acabara de decretar uma lei, sem precisar dar satisfação a ninguém, tal como tinha 
feito com Gohl sobre a escravidão humana. 
 — Já dei minhas ordens. — Hyvin Berrr grunhiu feroz. — Não haverá um 
desafio. Ela não é uma mulher disposta a se vincular a um de vocês. Dispersem 
imediatamente. 
 Se esticando ao lado das costas largas onde estava escondida, Shanna viu que 
os de camisas tomavam posições, contra os que não o fizeram. Houve uma divisão 
entre os alienígenas sobre quem iria obedecer as ordens do grandão. Alguns 
empurrões começaram entre os homens sem camisa e os homens uniformizados se 
transformando rapidamente em uma briga generalizada. 
 — É minha. — Grunhiu um alienígena sem camisa e de olhos negros, 
tentando passar ao redor de Hyvin Berrr. 
 Hyvin Berrr se moveu rapidamente, lançando um murro que atirou o homem 
para trás, caindo sobre os outros que lutavam. Shanna só conseguiu ofegar, quando 
seu protetor se virou em um abrir e fechar de olhos, para passar seu grande braço ao 
redor de sua cintura, levantando-a e apertando seu corpo menor em seu peito, 
começando a correr com ela. Grunhidos, rugidos e sons de ossos se quebrando 
enchiam seus ouvidos. 
 
17 
 
 Shanna não lutou, quando se estreitou no peito nu quente e grande, 
enquanto o homem que a segurava com firmeza, movia-se com notável rapidez, 
correndo para a parte dos fundos do edifício. Então parou, colocou-a ao lado da 
parede, em seguida, usando os ombros, derrubou a porta que se abriu com um 
estrondo. O ar frio a atingiu, quando o alienígena a levava para fora. 
 Caminhou rapidamente por um beco, entre dois grandes edifícios. Uma 
olhada para cima revelou que o céu daquele planeta era de um vermelho pálido, com 
manchas mais escuras e nuvens vermelhas, como um belo pôr do sol na Terra. 
Shannna afastou o olhar do céu, para ver o rosto que estava a centímetros do dela, 
enquanto ele caminhava sem olhar para o seu rosto, deixando-aver claramente os 
seus traços. 
 Ele é um homem bonito, apesar ser um alienígena. Tinha vários traços 
humanos, exceto as maçãs do rosto, que eram mais pronunciadas, seu nariz mais largo 
e achatado do que seria em um humano. Lábios carnudos escondiam dentes afiados, 
sabia, apesar dos lábios pressionados firmemente em uma expressão fechada. Dobrou 
uma esquina e parou, girando a cabeça para olhar para trás. Ele respirou 
profundamente, o peito dele pressionando o seu, onde a segurava com força contra 
ele, com um braço ao redor de sua cintura a mantinha imobilizada. Lentamente girou 
de novo a cabeça e seus olhos incríveis e luminosos encontraram os dela. 
 — Agora está a salvo. Não fomos seguidos. 
 Ela ficou sem fala, enquanto olhava fixamente para os seus olhos. Eram os 
mais brilhantes que já vira e não eram lentes de contato. Trabalhando em um bar, vira 
vários, ao longo de dez anos como garçonete, em especial no Halloween, ou em noites 
góticas quando alguns dos clientes se disfarçavam de vampiros ou lobisomens, soube 
imediatamente que não estava usando lentes de contato, nem maquiagem e que tudo 
o que estava vendo era cem por cem real. Era realmente um extraterrestre de outro 
planeta. 
 Ele estava tenso, seu corpo estava rígido contra o dela, quando desviou o 
olhar para acima de seu ombro de novo. Um profundo e aterrador rugido fez vibrar 
 
18 
 
seu peito contra os seios esmagados, enquanto se virava e pressionava seu corpo 
firmemente contra a parede atrás deles, quase a esmagando entre a parede e ele. Foi 
quando viu o movimento por cima do ombro dele, sua atenção se dirigiu aos três 
alienígenas uniformizados, que corriam até eles. 
— Estamos aqui para ajudar, Hyvin Berrr. Os homens estão lutando, sem 
entender ainda a razão. Pedi transporte para levar você e a mulher. 
 Outro grunhido escapou de Hyvin Berrr. Parecia realmente zangado, quando fez 
um gesto com a cabeça em agradecimento. 
— Tentem separá-los e os fazer saber que o ganhador não conseguirá à 
humana. Não gostaria de ter que matar um deles se não obedecerem. 
Os três seguiram suas ordens imediatamente e se foram. Pouco a pouco, o 
homem voltou à cabeça, seus rostos separados por centímetros e seu corpo 
firmemente preso ao dele, seus pés a centímetros do chão do beco. Seus olhares se 
encontraram outra vez. 
— Estou no controle da situação, não tenha medo. Fique calma. 
Shanna arqueou as sobrancelhas e falou com ironia. 
 — Está no controle? Chama o fato de ter que escapar de seus próprios 
companheiros, de controle? Por que são seus homens não? É o comandante dos 
homens de uniforme? 
Ele franziu o cenho, seu corpo se moveu contra o dela, pressionando-a entre a 
parede e seu corpo enorme, então os olhos de Shanna se arregalaram. Podia sentir 
toda a frente do corpo, se conseguisse se aproximar mais, ela seria uma parte dele. 
Quando ele pressionou o quadril ao dela, não pôde deixar de notar o órgão definido e 
de grande tamanho, pressionando o V de suas coxas. O sujeito ou tinha uma enorme 
ereção ou uma arma na frente de suas calças. 
 — Sinto o cheiro do seu medo e isso para nós é muito excitante. — O tom 
profundo em sua voz era enganosamente suave. — Agora que você não está lá para 
 
19 
 
provocá-los com seu cheiro de fêmea, irão se acalmar depois de uma boa luta. E 
quanto ao controle, estava me referindo a meu corpo. 
Shanna não pôde evitar mover as pernas, se esfregando na ereção 
extremamente dura e colocada entre suas coxas. 
 — Você chama isto de controle? 
Os olhos azuis se entrecerraram. 
 — Se eu não estivesse controlado, estaria dentro de você neste instante. — Ele 
a observou atentamente e sussurrou. — Nunca pude entender o motivo das mulheres 
humanas serem tão atraentes para nós, até agora. Seu cheiro está me levando ao 
limite do controle. — Um grunhido baixo e suave escapou dele, vibrando em seu peito 
e passando ao dela, uma vez mais. Sua mão livre repentinamente alcançou sua face, 
afastou seu cabelo loiro para trás, expondo parte de seu rosto e pescoço. Seus dedos 
seguravam o cabelo comprido. — Sua pele parece tão suave, estou muito curioso para 
tocá-la, onde eu mais desejo neste momento. Não, não se assuste. Manterei o 
controle, não posso montá-la. 
 Com o coração disparado, Shanna ficou imóvel. Tinha que admitir que o cara 
era muito interessante, com aquele peito nu e tão quente, dono de um corpo tão 
grande quanto atraente sexualmente. Fora o fato de que estivesse ereto e apertado 
entre suas coxas, a fez perceber que ele era grande em tudo, mas tudo mesmo. 
Berrr fechou os olhos, inspirando profundamente e então baixou o rosto, para 
que seu nariz tocasse o seu pescoço. Ele respirou profundamente de novo, parecia 
inebriado, acariciou a pele com o nariz, desde ombro até debaixo da orelha, voltou a 
grunhir e a ajeitou mais a seu corpo, pressionando com mais força o contorno 
inconfundível contra suas coxas, se encaixando ainda mais no espaço que havia 
debaixo em seu osso pélvico. Ofegante, moveu os quadris e se esfregou em seu 
clitóris. 
Shanna estremeceu, tentou se agarrar nos ombros dele, mas suas mãos 
estavam emaranhadas no tecido das mangas, afoita, desejou ter a pele dele sob os 
 
20 
 
dedos, pele contra pele. Seus ombros eram tão amplos, que suas mãos mal 
conseguiam se fechar sobre o ombro coberto de músculos. De repente, ele a lambeu 
debaixo da orelha, Shanna ofegou, a língua quente e úmida, tinha uma textura um 
pouco áspera. Abriu a boca e a mordiscou, deixando os dentes afiados deslizar pelo 
pescoço, foi à coisa mais erótica que já experimentou. Ela se arrepiou toda, quando os 
dentes, lábios e língua começaram a explorar a sua garganta. 
Ele grunhiu mais rouco e profundo, movendo o seu quadril de novo, 
definitivamente se esfregando em seu clitóris, enquanto a pressionava contra a parede 
com mais força, Shanna sem se conter, gemeu de prazer. Só pode ser a adrenalina. 
Conseguiu pensar, já muito excitada. Agarrou-se a ele, seu coração se acelerou a 
respiração se tornou ofegante, enquanto ele continuava o movimento agora mais 
rápido. Deus, mal consigo pensar, se ele continuar a fazer isso vou gozar. Pensou 
desnorteada. 
Um rugido irrompeu em sua mente, um segundo antes que o homem afastasse 
a boca talentosa de seu pescoço. Berrr grunhiu feroz, ao ter que soltá-la e se virar, 
ainda a mantendo atrás de si. Shanna estava presa entre o alienígena grandão e a 
parede, seus joelhos tremiam, estava surpresa de sua reação, o que acabavam de 
compartilhar. 
— Eu a reclamo. — Rugiu um homem. — Ganhei o desafio, Hyvin Berrr. Por 
favor, entregue a minha mulher. 
Um rugido aterrador escapou de Hyvin Berrr. 
— Ela não é sua mulher. Eu não concordei com o desafio, portanto não há 
ganhador. 
O outro homem grunhiu em resposta. 
— É minha. 
O grandão grunhiu mais profundo, mais forte, o corpo enorme e musculoso se 
esticando por completo, os músculos pareciam aumentar, quando Shanna ficou 
olhando para as suas costas. 
 
21 
 
— Ela é minha. — Rugiu Hyvin Berrr. 
A surpresa modificou os traços do outro alienígena, que deu um passo atrás, 
mas o cenho franzido e os lábios se curvando para baixo mostrava novo obstáculo. Ele 
sacudiu a cabeça, entrecerrando os olhos escuros. 
— Não pode reclamá-la, Hyvin Berrr. Já está vinculado. 
O homem a frente de Shanna pareceu deixar de respirar, enquanto seu peito 
parava todo movimento e depois deixou cair os ombros. Inspirou profundamente e 
suspirou ruidosamente. 
— Leve-a. — Falou com voz baixa e carregada de dor. — Terá que se vincular a 
ela e se você a ferir ou magoar, irei matá-lo pessoalmente. — De repente, ele se 
afastou dela. 
Surpresa, Shanna olhou o outro alienígena com o torso nu, que se aproximava 
dela. 
 — Você é minha. - Disse com áspera voz, enquanto se aproximava. 
 — Não se aproxime de mim! — Shanna se moveu hesitante para Hyvin Berrr. 
O homem franziu o cenho.— Não vou machucá-la. Levá-la-ei para a minha casa, onde será cuidada, 
protegida, farei tudo para torná-la feliz. 
Shanna olhava para Hyvin Berrr muito confusa e assustada e encontrou os 
incríveis olhos azuis cheios de tristeza, ser uma garçonete a fizera perita em desvendar 
certas expressões. O alienígena tão grande e feroz parecia derrotado. 
 — Não quero ficar com ele. — Sua voz tremia assustada. 
 Os olhos azuis e brilhantes piscaram. 
 — Sinto muito, mas agora é uma cidadã em Zorn, jamais poderá retornar a 
Terra. Somos guerreiros, uma espécie muito agressiva, os machos são dominantes e 
todas as mulheres precisam da proteção de um homem para sobreviver aqui. Oval é 
 
22 
 
um bom guerreiro, muito honrado, que se preciso for, entregará sua vida por você 
pequena humana. Salvei-a da escravidão e do abuso, mas não posso salvá-la de um 
guerreiro que a proteja. Será melhor assim. 
Shanna viu um movimento pela extremidade do olho, o outro alienígena estava 
novamente avançando, na sua direção. Resistia em se afastar do alienígena grandão, 
ainda usava a camisa dele, o homem que de maneira incrível, um minuto antes, 
beijara-a no pescoço, a deixava nas mãos de um desconhecido e em outro planeta. 
Shanna Williams tivera uma infância difícil, seus pais eram alcoólatras, depois 
fora para vários lares adotivos em sua adolescência e então os tribunais consideraram 
que estava melhor no sistema, que em sua casa. Não fora melhor, mas ninguém lhe 
perguntou o que pensava. Como adulta, jurou que ninguém lhe diria onde viver, ou 
com quem, nunca mais. 
Uma mão a pegou no braço, com cuidado de não a machucar. Shanna afastou o 
olhar de Hyvin Berrr, para olhar audazmente o sujeito grande, que agora a segurava. 
Ele não era redondo como dizia seu nome, Oval, mas, provavelmente, significava algo 
completamente diferente neste planeta de céu vermelho. Ela olhou diretamente para 
o par de olhos escuros, quase negros. 
— Tire suas mãos de mim agora mesmo, idiota. 
O homem franziu o cenho, um grunhido suave saiu de sua garganta. 
— Por que me insulta? 
— Se não tirar as mãos de cima de mim, farei mais que insultar. — Voltou o 
olhar para os olhos azuis. — Você diz que tenho que ficar com um homem para estar a 
salvo em seu planeta, não é? 
Hyvin Berrr assentiu firmemente com a cabeça. 
— Deve ser protegida. 
— Quero me vincular a você. — Informou Oval. 
 
23 
 
Olhou Oval, vendo a luxúria arder em seus olhos escuros, enquanto ele olhava 
seu corpo de cima a abaixo. Negou com a cabeça, e se afastou de seu alcance. 
Caminhou para Hyvin Berrr. Ele prometera que estaria a salvo com ele, não sabia ainda 
o porquê, mas acreditava nele. 
— Então ficarei em sua casa. Você me protegerá. 
 A surpresa mudou os traços masculinos de Hyvin Berrr. 
— Já estou vinculado. 
 Shanna entendeu que vinculado era o mesmo que casado, que ele já tinha uma 
mulher com quem tinha relações sexuais. Seu olhar percorreu corpo dele. É provável 
que a matasse se tentasse levá-la para cama. Assentiu com a cabeça, seu olhar foi 
subindo e se fixou no dele. 
— Perfeito. Não precisa se vincular a mim, mas pode me proteger, não? Então 
vamos senhor Hyvin Berrr. Vou para casa com o senhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Capítulo 2 
 Hyvin Berrr não era um extraterrestre feliz. Seus olhos azuis brilharam com 
surpresa, quando Shanna decidiu ficar na casa dele. Oval tinha engolido sua decisão 
não muito bem, rugiu de raiva e tentou forçá-la a ir com ele. E não teve uma 
oportunidade para tocá-la. Hyvin Berrr se interpôs entre eles, grunhindo para o 
extraterrestre ligeiramente menor que ele. 
 — Ela tomou uma decisão, quer viver em minha casa. Recue agora. 
 — Você já é vinculado. — Oval urrou furioso. 
Shanna observou como os dois homens se enfrentavam. Tinha certeza que o 
alíen de olhos azuis ganharia numa luta. Ele fora agraciado por uma montanha de 
músculos e era maior, em altura e massa corporal, que qualquer outro alíen que já 
tinha visto. Oval finalmente baixou a cabeça e Shanna soube nesse momento, que 
esses alienígenas eram de certa forma, bem primitivos, o mais fraco era submisso ao 
maior e mais forte de sua espécie. 
 Hyvin Berrr, então se virou para ela, sem sequer se incomodar em ocultar a 
confusão que ele estava experimentando. Seus lábios se torceram em uma careta. 
— Já estou unido a uma mulher, saiba que não posso me vincular a você. 
Compreendeu? Oval é um guerreiro forte e seria uma honra estar unida a ele. Quero 
que compreenda a decisão que está tomando. Só posso lhe oferecer casa se você viver 
comigo e se colocar sob minha proteção. 
 — Entendi muito bem. — Foi à resposta tranquila. Já tinha cuidado e limpado 
casas antes, isso seria melhor que ser o brinquedo sexual de um alíen. — Se tenho que 
ficar com alguém, você é minha escolha. 
Berrr piscou um par de vezes, finalmente assentiu. 
 
25 
 
— Será como você decidiu. Juro que você estará a salvo em minha casa e será 
bem tratada. 
 Enquanto conversavam chegou um estranho veículo negro dirigido por outro 
alienígena. Seu alíen... Ela estava começando a pensar em Hyvin Berrr dessa maneira... 
 — Vamos. — Apontou para o veículo. — Ele nos levará para minha casa e 
então poderá se instalar. 
 Os alienígenas eram cavalheiros, pelo menos Hyvin Berrr era, enquanto abria 
a porta traseira para que subisse no carro. Observou o veículo, comparando-o com os 
da terra, havia muito mais espaço entre os assentos e era mais alto, viu o grandão 
subir atrás dela, pensando em que o interior tinha que ser maior, afinal eles eram 
enormes. 
 — Hum, posso chamá-lo de Hyvin agora, já que vamos viver juntos? E tenho 
algumas perguntas a fazer. 
 Berrr se moveu no assento para enfrentá-la, tinha uma expressão um pouco 
sombria no rosto. 
 — Pode me chamar de Berrr. Faça suas perguntas. 
 — Como diabos vou voltar para a Terra? 
 Ele franziu o cenho, entrecerrando os brilhantes olhos azuis. 
 — Não pode. Você agora sabe sobre nós. Muitos de meus homens desejam 
visitar seu planeta, querem conhecer as mulheres, se vincular a elas e as trazer para 
Zorn. Se os líderes de seu planeta souberem de nossas visitas a seu planeta, estamos 
certos de que começaria uma guerra, não queremos fazer nada contra seu povo. Se 
você voltar pode colocá-los de sobre aviso e isso eu não posso permitir, agora você é 
uma cidadã de Zorn. 
 — Fui sequestrada de meu planeta, contra minha vontade. — Ela o olhou e 
piscou várias vezes para conter as lágrimas que ameaçavam cair, demonstrando que 
estava tendo um momento de fraqueza. Não vou chorar maldição. Ordenou a si 
 
26 
 
mesma. — Você poderia me levar para casa, por favor? Juro que não direi a ninguém, 
além disso, quem iria acreditar em mim. Pensariam que estou louca, me trancariam 
em uma cela acolchoada e jogariam a chave, principalmente se disser que alienígenas 
me levaram para outro planeta e depois me devolveram a Terra. Não tem com o que 
se preocupar, não direi a ninguém sobre vocês, sou inofensiva. — Ela o olhou nos 
olhos. — Por favor? 
 — Sinto muito, mas deve esquecer isso. Você viu como meus homens reagem 
a sua presença. Se eu tentar procurar uma nave que a leve para fora de Zorn, os 
homens tentariam reclamá-la novamente. — Fez uma pausa. — Nenhum Zorn a levará 
para fora deste planeta, mas há naves que se aproximam do meu mundo. E são cheias 
de homens, como aqueles que a trouxeram aqui, só querem capturar fêmeas, usá-las e 
depois vender pelo melhor preço. — Seus olhos expressavam simpatia. — Sinto muito, 
mas sua vida agora é em Zorn, seu planeta natal está perdido para você. 
 Sua esperança foi esmagada com aquelas palavras, ele fora honesto com ela. 
Respirou profundamente várias vezes para relaxar, fortalecendo suas emoções, 
intimamente, se dizendo que era forte. Uma sobrevivente, a vida a fizera dessa 
maneira e ela acabaria seadaptando a essa realidade, era a única coisa da qual sentia 
orgulho, mas se recusava a perder toda a esperança, algum dia retornaria a Terra, 
apesar da vida miserável que tinha lá. 
 — Não há muitas mulheres neste planeta ou algo assim? — Ele negou com a 
cabeça, recostando-se no assento e cruzando os braços sobre o peito amplo. 
 — A mulher humana tem qualidades que a mulher Zorn não possui. 
 — E quais seriam? — Ela cruzou os braços e se virou para enfrentá-lo. 
 Os olhos azuis percorreram seu corpo, notando que ela imitava a mesma 
postura dele, seus lábios estavam ligeiramente curvados para cima, evidenciando sua 
diversão. 
 — Devo ir adiante e lhe dizer os detalhes específicos? 
 — Isso seria muito bom. 
 
27 
 
 — As mulheres Zorn tem o corpo um pouco diferente das humanas de 
acordo com os nossos curadores, médicos para você. As mulheres Zorn têm a unis 
dentro do corpo, enquanto as humanas têm uma fora do corpo e sobre o seu sexo. Seu 
unis pode ser estimulado dezenas de vezes, enquanto que a mulher Zorn, depois de ter 
sido montada uma única vez no dia, terá um inchaço interno, ela sentirá dor se for 
montada de novo. O homem Zorn precisa montar muitas vezes no dia, é por isso que 
as fêmeas humanas são muito desejadas em nosso planeta. 
 Mordendo o lábio, Shanna observou o homem com os olhos entrecerrados, 
sua mente trabalhando rapidamente antes de falar. 
 — Não sei de que diabo está falando. O que é uma unis? 
 O homem hesitou um pouco. 
 — Acho que o termo que devo usar é vagina. 
 — Vagina? — Ela franziu o cenho e logo seus olhos se arregalaram. — Quer 
dizer clitóris? 
 Ele assentiu com a cabeça. 
 — Se esse termo se refere à superfície carnuda, sexualmente estimulante 
entre suas coxas, então sim, o termo é clitóris. Desculpe-me pela confusão. Embora 
tenha lido informações, não tive acesso à anatomia de uma mulher humana ou a 
experiência de falar tanto, com uma. — Ele se tocou nas orelhas. — Os Collis que a 
raptaram, devem ter implantado em você os tradutores de ouvido com tecnologia 
obsoleta de Zorn. Temos um novo programa de tradução que será implantado em você 
para que possamos nos entender melhor, as poucas mulheres humanas em Zorn estão 
sempre atualizando os diálogos. O programa mais recente traduzirá o unis e outras 
palavras para o termo humano. 
 Impressionada Shanna se limitou a olhá-lo durante longos segundos. 
 — Então aqueles homens estavam brigando para ter sexo comigo. 
 
28 
 
 — Foi visto um vídeo de um homem Zorn com uma fêmea humana. Aquilo foi 
muito excitante para todos os que assistiram essa união de corpos. Somos uma espécie 
muito sensual, apreciamos muito a cópula sexual, qualquer um que se vinculasse a 
você, teria descoberto a maneira que mais pudesse lhe agradar, então você iria querer 
que lhe desse prazer muitas vezes. Somos vorazes no que diz respeito a cópula e 
precisamos nos aliviar muitas vezes durante o dia ou podemos adoecer. 
 Entrecerrando os olhos outra vez Shanna brincou. 
 — Deixe-me adivinhar, sem sexo suas bolas se tornam azuis e podem cair se 
não as usar? — Sua atenção se concentrou na frente de suas calças de couro negro, 
onde as pernas estavam um pouco separadas, antes de levar seu olhar ao rosto dele. 
— Entendi a parte dos tradutores. O cretino que nos sequestrou, disse que foi 
implantado um pequeno dispositivo em nossos ouvidos enquanto estávamos 
inconscientes, todos falavam em diferentes idiomas e droga, o que você diz e o que 
estou escutando não corresponde aos movimentos de sua boca. Isso é um pouco 
irritante. 
 Berrr assentiu com a cabeça. 
 — Em breve vai se adaptar ao movimento dos lábios e as variações do som. 
Não entendi a parte das bolas azuis ou o resto do que disse. Por que está franzindo o 
cenho? 
 Shanna levantou o olhar rapidamente, ao perceber que estava com o olhar 
fixo na virilha dele de novo. 
 — É difícil de acreditar que os homens desse planeta adoecem se não 
tiverem sexo. Eu escutei essa merda dos homens que tentaram se meter em minhas 
calças durante toda a vida. 
 — Por que os homens querem vestir as suas calças? 
 De repente Shanna sorriu, divertida. 
 — Eles queriam... Hum, me montar, não usar minhas calças. 
 
29 
 
 Ele assentiu, seu olhar se deslizou pelo seu corpo. 
 — Todo varão deve desejar montá-la. 
 Ela o fitou levantando as sobrancelhas. Berrr falara como se isto fosse um 
fato. Aquilo a fez se perguntar em pensamento. O que esse Zorn acharia das 
coelhinhas bronzeadas e saradas de vinte um, que entravam no bar em que trabalhava 
nos finais de semana. Apostaria que depois disso, ele não a acharia tão atraente e 
gostosa, o bastante para que todo homem a desejasse. Shanna achava que estava bem 
para seus trinta e quatro, mas não podia competir com aquelas garotas. Shanna 
adorava comer bem, era muito branca, afinal tinha que dormir de dia para trabalhar 
todas as noites no bar e tampouco tinha tempo para ir a uma academia para manter-
se em forma. 
 Quando o veículo parou, Shanna voltou sua atenção à janela, surpresa com a 
paisagem a sua frente. Estavam em um bosque todo vermelho e negro... A cor das 
árvores e das plantas era espetacular. No meio disso tudo estava um edifício de pedra 
enorme, com esquinas arredondadas. Era grandioso, grandioso demais para ser só 
uma casa. Admirada se virou para encontrar o olhar atento e desconfiado de Berrr. 
 — É aqui que mora? 
 Ele assentiu com a cabeça e abriu a porta. 
 — E é aqui que viverá também. - Saiu do veículo. Hesitante lhe estendeu a 
mão, oferecendo-se para ajudá-la a sair. 
 — Obrigada. — Shanna colocou a mão muito menor na dele, permitindo 
apoiar seu peso enquanto o seguia ao sair, uma vez mais, percebeu o quão quente era 
sua pele comparada com a sua e os calos ásperos da palma sob a sua. O olhar de 
Shanna se dirigiu novamente ao edifício. Era muito elegante, branco e arredondado, 
tinha janelas enormes por toda parte e o teto devia ser muito alto, era térrea. — É 
realmente grande. 
 — Pela minha posição social é na realidade muito pequena. Essa residência é 
a mais próxima da cidade e é mais conveniente para ir trabalhar. — Berrr continuava a 
 
30 
 
lhe segurar a mão e a levou a porta principal. — Devo avisá-la que atualmente tenho 
seis empregadas domésticas em minha casa que cuidam de minhas necessidades. 
 Ela lançou um olhar ao tamanho da casa e assentiu com a cabeça. 
 — Estou certa de que precisa de cada uma delas. Deve ser um inferno manter 
este lugar limpo. 
 Ele fez uma pausa enquanto virava a cabeça e a olhava. 
 — Ficará com a maior parte dos deveres delas, agora que está aqui e é uma 
humana. 
 Shanna franziu o cenho. Divino, pensou, ele a está discriminando por ser 
humana. Certamente serei a faxineira das sextas-feiras, se ele ordenar as outras 
empregadas para que deixem para mim as suas tarefas, elas vão me querer no prato. 
Afastou sua mão da dele, irritada diante da ideia de que tinha sido amável com ela, só 
para jogá-la na merda. Vir a ser uma prostituta particular de um alienígena qualquer, 
para ela, era como uma sentença de morte, além da desvantagem de não receber 
pagamento algum por isso. 
 Inclinando a cabeça, Berrr franziu o cenho. 
 — Parece zangada. Alguma coisa a desagradou? 
 — Não tem idéia de como isto é insultante? Estou certa que as tarefas que 
me serão destinadas me manterão bem ocupada, sem ter também de me encarregar 
de você. 
 O cenho dele se aprofundou. 
 — Mas é uma humana. 
 — E o que tem isso? Não estou aqui porque queria estar de férias. Fui 
sequestrada, colocada em uma jaula, transportada pelo espaço como se fosse um 
animal raro, nada disso é culpa minha. Quero ser tratada como as mulheres Zorn, 
maldição. Quero os mesmos direitos. 
 
31— Igualdade... De direitos? — Ele quase disse as palavras gaguejando. 
 — O que é tão estranho, hein, grandão? — Franziu o cenho para ele. Dando-
se conta da expressão aturdida e desconcertada dele. — É isso mesmo, quero ser 
tratada da mesma maneira que mulheres deste planeta são tratadas, o que elas fazem, 
eu farei, nada mais, nada menos. Está claro para você? Não serei discriminada por 
ninguém. Isso é racismo e exijo ser tratava como qualquer outra mulher deste planeta. 
Você disse que sou uma cidadã de Zorn, não quero ser tratada de maneira diferente. 
Isso é igualdade de direitos. 
 — Mas estava dizendo que as mulheres humanas... 
 — Não quero saber. — Ela o interrompeu. — Quero ser tratada igual a todas 
as ajudantes de sua casa. Não é assim que as chama, não? Pois bem, as tarefas da casa 
que elas fazem, também farei, me limito a fazer o que elas fazem e só, é justo para 
todos. Não sei que tipo de humana conhece, mas não sou como elas. Não vou afundar 
em nenhuma merda. 
 A surpresa se desenhou em seu rosto. 
 — Está bem. Não queria lhe deixar zangada, pequena humana. 
 — Meu nome é Shanna, então o use. 
 — Não queria lhe ofender ou deixá-la zangada, Shanna. Estava tentando 
fazer o contrário, ao lhe oferecer todos os deveres das outras ajudantes da casa... 
 — Bem, pois não me faça nenhum favor, Berrr. — Interrompeu-o. — Só peço 
que me leve para dentro, me mostre onde dormirei e espero que seja um quarto só 
meu, e depois que suas ajudantes de casa me mostrarem o que tenho que fazer por 
aqui. Se vir o que fazem, posso aprender. Isso é tudo o que peço. 
 Berrr continuava de cenho franzido. 
 — Se for isso que quer. 
 — Quero agora me mostre o caminho. 
 
32 
 
 Berrr parecia aturdido, mas se dirigiu para a porta, abriu-a e entrou. Shanna o 
seguiu pela enorme sala de estar, olhando com sincero assombro a área de teto alto. A 
sala tinha o piso de pedra branca, os tetos e as paredes eram de pedra lisa e de cor 
vermelha, negro e cromada. Os móveis em sua maioria eram púrpura escuro ou negro. 
O contraste com o branco era impactante e elegante de alguma forma estranha. Um 
movimento lhe chamou a atenção, quando duas mulheres se apressaram em entrar na 
sala, vinda de outro lugar da casa. 
 A boca de Shanna se abriu enquanto via embevecida às mulheres altas e 
musculosas, de cabelo comprido e negro, caindo por suas costas até os joelhos. Ambas 
se vestiam com vestidos largos e disformes, parecidos com um saco de batatas que 
chegava ao meio da coxa. Seus olhos eram castanhos escuros quase negros, vinham 
correndo e quando chegaram à frente de Berrr, caíram de joelhos no chão, baixando as 
cabeças diante de Berrr. 
 Que planeta infernal era aquele? O olhar dela se dirigiu a Berrr, que franziu o 
cenho para as mulheres e seu azul olhar deslizou para o seu, observando com cuidado 
e então suspirou ruidosamente. 
 — Aia e Kalo, fiquem de pé. Esta é a humana Shanna. 
 Ambas se levantaram imediatamente ao seu comando e mesmo de pé 
baixaram seu olhar, boquiabertas para ela. As mulheres se moveram para mais perto 
dele. A mais alta das duas franziu o cenho, com atenção total em Berrr. 
 — Trouxe uma mulher humana, Hyvin? Nós o desgostamos de algum modo? 
— Sua voz era suave, hesitante e sem dúvida triste. 
 — Você pode ter tudo de nós. Não precisamos de uma humana em nosso lar. 
 Maravilha. Shanna pensou. Todos na casa são intolerantes com os humanos. 
Ela não estava neste planeta por querer estar. Eram tão estranhos para ela como ela 
para eles. Não estava sendo grosseira e nem insinuando que as mulheres Zorn eram 
grandes demais e desmazeladas. E que nenhuma delas jamais depilou as pernas, o que 
pôde comprovar dando uma rápida olhada para baixo. 
 
33 
 
 Shanna nem morta usaria aqueles sacos de batatas. Se essa era a moda em 
Zorn, sem chance, nem sequer queria abordar o tema de ficar de joelhos e se arrastar 
diante de um homem, Shanna jamais faria isso, era por demais degradante. Olhou 
fixamente para Berrr, esperando para ver o que ele faria. Se este miserável estiver 
esperando que me ponha de joelhos terá uma grande decepção. 
 — Ela foi prisioneira dos Collis e foi libertada, agora está sob minha proteção 
e isso é tudo o que precisam saber. Farão com que se sinta muito bem-vinda e a 
tratarão com respeito. — Sua voz era profunda. — Esta é minha casa e vocês são 
minhas ajudantes domésticas. Não tenho que prestar contas a vocês sobre quem trago 
a minha casa, entendido? 
 Ambas empalideceram um pouco e baixaram a cabeça docilmente. A que o 
tinha questionado assentiu com a cabeça, sua cabeça mais baixa ainda e colocou as 
mãos atrás das costas. 
 — Sinto muito, Hyvin. 
 Shanna agora estava assustada. Ele lhe dissera que o chamasse de Berrr, mas 
para as outras era pelo primeiro nome. Aquilo era uma forma a mais de lhe mostrar 
qual era o seu lugar naquele planeta. Ela chegou a pensar que gostava dele, 
especialmente depois daquele pequeno incidente compartilhado no beco, mas estava 
completamente errada. Ele ordenou às demais empregadas que a tratassem com 
respeito, no entanto não estava lhe dando muito e a forma como se comportavam as 
mulheres de Zorn, era difícil de engolir. Se ele pensar que eu vou baixar a cabeça e lhe 
fazer reverência... Ela suspirou. Aquilo não ia prestar! 
 A mais alta novamente levantou o olhar para Berrr. 
 — O senhor está se desfazendo de nós para tê-la como única ajudante de 
casa? 
 Ele sacudiu a cabeça. 
 — Ela não quer isso. Tudo ficará como esta agora Kalo. 
 
34 
 
 A surpresa transformou o rosto da mulher, parecia aliviada também. Chegou 
até a sorrir, o que fez com que seu aspecto melhorasse muito. 
 — Bem. Tem fome ou precisa de mais alguma coisa? 
 Ele hesitou. 
 — Prepara a comida enquanto mostro o quarto dela. 
 A mais baixa, em termos, tinha no mínimo 1,90 de altura, franziu o cenho. 
 — Ela terá um quarto só para ela? 
 Berrr grunhiu. 
 — É minha casa. 
 As mulheres baixaram a cabeça humildemente de novo, recuaram e depois 
fugiram na direção de onde vieram. Shanna viu às mulheres desaparecerem 
rapidamente de vista. Franzindo o cenho retornou a atenção a Berrr, que a fitava em 
silêncio. Em seguida ele levantou o braço, indicando a outra parte da casa. 
 — Deixe-me mostrar seu quarto. 
 — As outras ajudantes da casa dividem um quarto? — Ela não queria ser 
tratada de maneira diferente das outras, tampouco. Essa era a maneira mais rápida de 
fazer inimigos no trabalho, sabia disso em primeira mão, uma vez que se casou com o 
seu patrão, agora ex-marido. — Se elas dividem um quarto então eu ficarei com elas. 
 Ele grunhiu. 
 — Você é uma raridade em Zorn, não estou certo de que as outras mulheres 
responderão bem a sua presença, será melhor que tenham tempo para se ajustar a 
ideia, você notou que elas não ficaram contentes ao vê-la. 
 Ela o seguiu através de um longo corredor com várias portas e pararam 
diante da última à esquerda. Berrr ficou olhando aquela porta por alguns segundos, 
franziu o cenho antes de virar o trinco e a abriu. 
 
35 
 
 Shanna ficou estarrecida ao entrar, era muito grande, especialmente 
decorado para uma mulher, da cama enorme com rendas e dosséis com cores suaves e 
femininas. Uma lareira dominava uma das paredes e as portas abertas revelando uma 
banheira grande o bastante para quatro pessoas. Céus, se esse era o quarto de uma 
empregada, como será o quarto do dono da casa. Pensou maravilhada. 
 — Uauuu... 
 Berrr entrou no quarto e fechou a porta atrás deles para olhar ao redor com 
desgosto. 
 — Não venho aqui há anos, mas as ajudantes da casa limpam e trocam a 
roupa de cama toda semana. Elas sempre mantêm este quarto pronto, não 
importando quantas vezes digo a elas que não há razão paraisso. Bem, foi bom que 
elas não me escutassem, não é? 
 Shanna se virou e perguntou intrigada. 
 — Pronta para quem? Convidados? Não recebe visitas aqui? 
 Seu olhar azul se encontrou com o dela, levantou os braços e cruzou-os 
diante do peito. 
 — Este quarto pertenceu a minha vinculada, Alluwn. 
 Agora foi Shana quem franziu o cenho, inclinou a cabeça. Pertenceu? Era 
passado? Lembrou-se de Oval dizendo que estava vinculado, presente, começava a 
ficar confusa. 
 Enquanto o olhar dele percorria o quarto, sem sequer vê-la, ele comentou de 
repente. 
 — Ainda somos vinculados, mas não vivemos juntos. Já se passaram dez anos 
desde que se recusou a estar sob minha proteção e foi viver em outro lugar, mas este 
era o seu quarto quando estávamos vinculados, ela exigiu o seu próprio espaço e se 
negou a compartilhar a cama onde dormíamos, por isso fiz esse cômodo para 
 
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preencher as necessidades dela. — Seu olhar finalmente se voltou para Shanna de 
novo. — Alluwn nunca mais voltou aqui, agora este quarto lhe pertence. 
 Aturdida Shanna se limitou a olhá-lo. 
 Cabisbaixo ele continuou. 
 — Vocês fazem isso, também na Terra? Por que aqui é muito incomum. Aqui 
os casais vivem juntos até a morte de um deles, mas Alluwn nunca quis ter nada 
comigo. Assim que nossos filhos cresceram e tinham o seu próprio espaço onde viver, 
ela arrumou os seus pertences e me deixou. 
 Shanna não estava certa do que mais a surpreendeu. Que tinha filhos 
adultos, ou por parecer tão jovem para a idade, pelo rosto e o corpo não parecia ter 
mais de trinta e cinco anos e só conseguia ver pequenas linhas ao redor de seus olhos 
e boca. Do pescoço para baixo ele estava em perfeita forma. Ela engoliu em seco. 
Talvez tenha se casado muito jovem. 
 — Se entendi corretamente vincular é o equivalente a casamento, certo? 
 Ele assentiu com a cabeça. 
 — Acho que é essa a palavra em seu mundo. 
 — Porque não se divorcia dela se ela não vive com você? Na Terra se um 
casal se separa, pede o divórcio. Eu me divorciei de meu marido, hum, vinculado. 
 — Esta vinculada? — Ele não parecia muito contente. 
 — Não mais. 
 A ira brilhou nos olhos de Berrr. 
 — Por que deixou o seu vinculado? 
 Dando um passo atrás, pois o homem parecia zangado, Shanna respondeu. 
 
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 — Porque era um cara ruim e um bêbado. Eu deveria ter desconfiado que a 
bebida fosse à parte mais importante de sua vida, quando me disse que não só tinha 
um bar como vivia dele. 
 Berrr a fulminou com o olhar, mas parecia um pouco desconcertado. 
 — Um cara ruim é um homem que bate nas mulheres e o miserável me bateu 
duas vezes. Na primeira vez estava bêbado e quando chorou suplicando para que eu o 
perdoasse, fui muita estúpida em lhe dar outra oportunidade. Na segunda vez que me 
bateu fugi dele e pedi o divórcio. Era um bêbado miserável, a bebida o dominou. 
Consegue entender? 
 A ira se fundia ao seu rosto. 
 — Ele não devia ter se vinculado a você, se só queria lhe fazer mal. Entendi o 
que quis dizer. Nós também temos bebidas que tornam os guerreiros estúpidos. 
 Shanna relaxou. 
 — Porque você e Alluwn se separaram? 
 O peito de Berrr se elevou enquanto inspirava profundamente. 
 — Foram os nossos pais que fizeram o acordo para o nosso vínculo, éramos 
jovens e não ficou feliz por entrar em minha casa ou em minha cama, mas ficou 
comigo até que nossos quatro filhos tiveram maturidade, foi quando a deixei ir com 
outro. — Sua mandíbula se apertou, com o rosto tenso de ira enquanto olhava para 
longe de Shanna. — Alluwn queria me deixar para ficar com o outro, disse que tinha 
cumprido com seus deveres de prover a família com ao menos dois descendentes 
machos, nossa linhagem se perpetuaria através deles, deu-me também duas 
descendentes fêmeas e quatro machos. 
 — Oh que loucura, isso deve ter sido bem difícil. Por que ela não disse que 
gostava de outro? 
 Sua voz ao responder estava rouca. 
 
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 — Ela fingiu que se importava comigo enquanto esperava que déssemos aos 
nossos pais os filhos queriam que procriássemos juntos. Eles são da classe acomodada 
e queriam que a linhagem fosse compartilhada através de mim e Alluwn. 
 — Classe acomodada? 
 Hesitante ele explicou. 
 — Amigos de toda a vida, preservam à amizade como um vínculo de sangue 
sem as linhas de sangue. Entendeu? — Seus olhares se encontraram de novo. 
 — Entendi. Então ela o deixou? 
 Negou com a cabeça. 
 — A princípio meu orgulho não o permitiu. Preocupava-me com ela e não 
queria deixá-la partir, independentemente de seu desejo por outro, era minha 
vinculada e era a mãe de meus filhos que ainda precisavam dela. Não há um modo de 
evitar a gravidez entre casais vinculados. Tivemos dois filhos e uma filha depois que me 
falou do ódio que crescia por mim, a cada nova vida que eu depositava minha semente 
em seu ventre e que queria me deixar. Ela finalmente ameaçou atacar-me se a 
engravidasse novamente. 
 Em silêncio, Shanna se limitou a olhá-lo enquanto evitava os seus olhos, 
vendo qualquer coisa, menos ela. Uma centena de perguntas passou por sua mente, 
mas antes que pudesse perguntar, ele voltou a falar. 
 — Pensei que poderia recuperar sua afeição por mim se lhe desse mais 
atenção, mas isso não funcionou. Meu desejo de fazê-la feliz falhou, então fizemos um 
trato, assim que nosso último filho respirou a vida. Prometi a ela que jamais a tocaria 
de novo e que também continuaria vinculado a ela até a morte. Em troca ela se 
comprometeu a ficar em minha casa até que o último de nossos filhos tivesse sua 
própria vida. Fiz esse acordo pelo bem de nossos filhos, para que não perdessem a 
mãe. 
 — Então ela foi procurar o outro? 
 
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 Berrr murmurou. 
 — A libertei de nosso vínculo quando nosso filho caçula se foi, ela queria ficar 
com outro homem então se vinculou a ele. 
 Confusa Shanna franziu o cenho. 
 — Então não está mais vinculado a ela? 
 Ele hesitou. 
 — Libertei-a de nosso vínculo, entreguei-a a ele, mesmo sendo difícil fazê-lo. 
É uma grande desonra ser trocado por outro homem, mas eu prometi libertá-la e 
cumpri minha palavra. Sempre mantenho minha palavra, Alluwn se foi com ele, mas 
ele não estava bem da mente. — Berrr finalmente olhou nos olhos de Shanna. — Ele 
não só quis tomar meu vínculo, mas também queria minha vida. Entrou na casa que 
tenho nas montanhas, tentou me atacar. Estava escuro e eu não sabia quem estava ali 
tentando me matar. O matei em defesa própria. Alluwn ficou histérica e queria que eu 
sofresse, então exigiu vincular-se novamente comigo como castigo por tomar o 
homem que ela sempre quis. Nunca poderei me vincular a outra mulher, já que matei 
a seu vínculo escolhido. 
 — E você aceitou? Está vinculado a ela de novo? Mas por quê? 
 O queixo dele se levantou com os olhos entrecerrados. 
 — Sempre mantenho minhas promessas e lhe tinha dado minha palavra de 
lhe dar o que ela pedisse. Tenho honra. Sou Hyvin Berrr. 
 Shanna ficou atônita enquanto fitava o alienígena, ele cumprira com a 
palavra, casou-se pela segunda vez com a ex-esposa sabendo que era uma maneira 
dela se vingar dele e mesmo assim o fizera. O sujeito só podia ser masoquista. Ela 
pensou, guardando silêncio para não insultá-lo. O nariz dele se levantou um pouco e 
torceu os lábios para baixo, enquanto seu olhar percorria o corpo dela. Em um instante 
se ajoelhou a sua frente. Surpresa, Shanna observava-o enquanto ele inspirava fundo. 
 
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Céus, parecia que a estava farejando como um cachorrinho, ou melhor, um cachorrão. 
Um suave grunhido irritado saiu de sua garganta quando seus olhares se encontraram. 
 — Sinto o cheiro de sangue em você. Tire a camisa e me mostre os 
ferimentos para que possa tratá-los. Depois que tudoisso que aconteceu, acabei por 
me esquecer de que foi machucada. Peço desculpas. 
 — Só machuquei meus pulsos, as algemas acabaram ferindo a minha pele. 
Estou bem. 
 Berrr ficou de pé. 
 — Tire a camisa ou o farei por você, quero ver se está ferida e onde. Você se 
pôs a meus cuidados e levo muito a sério os meus deveres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Capítulo 3 
— Posso fazer isso sozinha. — Shanna estava irritada enquanto o enorme 
homem a pegava pelo braço quase a arrastando até o banheiro. 
— É meu dever cuidar de você e vou fazer justamente isso — grunhiu ele. 
Ofegante, Shanna encontrou-se sendo levantada por Berrr, que a agarrou pelos 
quadris e suavemente a sentou no longo balcão do banheiro. Ele alcançou sua camisa 
antes que ela percebesse quais eram suas intenções, sentindo esta abrir abruptamente 
para mostrar seu corpo. Ele puxou com força, quase a derrubando do balcão enquanto 
baixava camisa dela baixando por seus braços. 
— Pare com isso — disse Shanna zangada, dando uma palmada na mão que 
segurava seu pulso, falhou visto que, ele tinha reflexos muito bons. Ele segurou sua 
mão e puxou seu braço para trás, grunhindo, seus brilhantes olhos azuis entrecerraram 
enquanto mostrava os dentes afiados quando seus lábios se abriram. Ele olhou para 
ela. 
— Deixe de resistir. 
— Deixe de me tocar. — Não poderia evitar sentir-se nua e exposta em calcinha 
e sutiã. Isso sem mencionar o frio que fazia no banheiro, que teria que estar em pelo 
menos 15 graus centígrados. Ao tentar se distrair de seu desconforto, sua curiosidade 
vagou pelo cômodo de bom tamanho e viu outra lareira menor no canto direito da 
parede. Suas sobrancelhas se levantaram. — Outra lareira? 
Berrr virou a cabeça seguindo-a com os olhos. 
— Alluwn dizia que sempre sentia frio vivendo comigo, então exigia calor em 
cada cômodo onde eu não estava. 
Estremecendo por dentro, Shanna voltou sua atenção ao homem que estava de 
frente para ela. Ou Alluwn era uma cadela ou Berrr tinha graves falhas como marido 
 
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para que a sua não tão ex-esposa realmente o odiasse tanto. Não o conhecia bem o 
bastante para decidir quem era o vilão do filme na relação, julgando só uma parte, 
havia um montão de crianças, assim que talvez a mulher se ressentisse de ter ficado 
grávida tantas vezes. 
Ele se afastou dela e se dirigiu a um armário embutido na parede, o abriu e tirou 
uma caixa de dentro. Shanna acertou ao pensar que se tratava de um estojo de 
primeiro socorros, quando Berrr se colocou ao seu lado do balcão e o abriu para 
revelar o conteúdo. Ela respirou profundamente e o observou, enquanto o homem 
tirava as coisas da caixa. 
— Realmente posso fazer isso sozinha — disse em voz baixa. — Você não 
precisa fazer. 
Ele se ajoelhou diante dela e mesmo assim era extremamente alto. Shanna 
olhou para seu rosto, que estava agora ao nível de seus olhos. Ele franziu o cenho, 
baixou o olhar e pegou uma de suas mãos. 
 — É uma honra, um dever e um privilégio cuidar de você quando está 
machucada Shanna. Esse é o costume Zorn e você exigiu ser tratada como uma de 
nossas mulheres, então me permita fazer isso. Nunca te faria mal, então fique quieta e 
não tente lutar contra mim. 
Isso fez com que ela arqueasse uma sobrancelha. Será que ele falava sério? Seu 
ex-marido nunca tinha limpado nada, principalmente, o sangue em sua pele, e isso era 
exatamente o que Berrr estava fazendo. Teve o cuidado de não machucá-la enquanto 
tocava ao redor de seu corpo, em seguida abriu a torneira e delicadamente começou a 
dar pequenos golpes sobre os arranhões de cada pulso. Shanna afastou a atenção do 
seu rosto para ver como suas grandes mãos a tocavam suavemente, enquanto utilizava 
uma toalha de mão para secá-la. Ele examinou os pequenos arranhões durante um 
longo momento antes de alcançar a caixa novamente. 
— Realmente não tem que fazer isso Berrr. 
Uns olhos incrivelmente azuis se levantaram, fixando-se aos de Shanna. 
 
43 
 
— Em primeiro lugar você não deveria ter sido ferida absolutamente. Os Collis 
são nossos aliados, mas ultimamente estamos tendo problemas com eles. Atacaram as 
nossas naves e agora se atrevem a vir aqui com escravas humanas, tratando de vendê-
las a meus guerreiros, tentando-os com essas mulheres e quebrando minhas leis. 
— Eu tampouco estou muito contente com essa situação. Tinha uma vida na 
Terra, você já sabe, estava cuidando da minha vida enquanto indo ao trabalho, de 
repente, bam! Sou atacada, desperto em uma jaula e depois sou despida para ser 
vendida a seus... Ah... Guerreiros. O que aconteceu com as outras mulheres que foram 
sequestradas junto comigo? 
Ele franziu o cenho. 
— Alguém nos alertou sobre o leilão. Meus guerreiros estão caçando a todos 
que participaram, no entanto, pensávamos que haviam trazido mulheres Collis para 
vender. Se as mulheres se vinculam aos guerreiros que as compram, ficam onde estão. 
Meus guerreiros serão severamente punidos e se eles estiverem fazendo elas de 
escravas serão liberadas e como você estarão sob minha proteção. 
— Assim que vão terminar ficando em sua casa também? 
Ele sacudiu a cabeça. Berrr passou suavemente sobre os cortes um creme 
branco aromático, depois ela viu como ele cuidadosamente envolvia a cada um dos 
seus pulsos com uma fina gaze, de material similar a uma fita adesiva, para mantê-las 
no lugar. Era um pouco exagerado, mas não iria reclamar das bandagens do tamanho 
de pulseiras em cada pulso. Quando ele terminou, fechou a caixa e lentamente se 
levantou. 
— Não haverá mais seres humanos em minha casa. — Ele parecia chateado ao 
dizê-lo. — Um é mais que suficiente. 
O temperamento de Shanna explodiu. 
— Qual é o seu maldito problema com os humanos? 
As sobrancelhas negras se arquearam enquanto a olhava franzindo o cenho. 
 
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— Não me relaciono com os seres humanos. 
— Qual é o seu problema? O que diabo tem contra nós? Isso é o que estou 
perguntando. Em primeiro lugar se incomoda de que alguém se atreva a nos vender, o 
que me faz pensar que os humanos te agradam. E tenho certeza de que você achou 
meu pescoço fascinante, gostou muito dessa parte de mim e ainda mais pela sensação 
dele. Entretanto, desde que cheguei a esta casa, você me mostrou o que realmente 
pensa da minha espécie. Tratou de jogar sobre mim todas as tarefas domésticas e não 
me deixa sequer te chamar pelo nome. Acredita que não percebi? Sou uma cidadã de 
segunda classe? É isso? Você deveria ter visto o desgosto em seu rosto, quando te 
perguntei se iria trazer outras mulheres para cá. Você não gosta dos humanos, 
verdade? — Franzindo o cenho, Berrr grunhiu suavemente. 
— Não tenho nenhum problema e os humanos não me desagradam. E você não 
é uma cidadã de segunda classe, mesmo não entendendo o que isso quer dizer. Agora 
é uma cidadã de Zorn, deste planeta, como qualquer outro. — Ele respirou 
profundamente. — Eu lhe disse para me chamar por meu nome. É um insulto na Terra 
você me permitir um gesto tão íntimo? — Levantou a vista para olhá-lo fixamente, a 
confusão de Shanna cresceu. 
— Gesto íntimo? 
— Ofereci a você o privilégio de me chamar por meu nome e não por meu 
título, quando apenas alguns têm esse privilégio. — Ela começava a compreender. 
 — Merda. Hyvin não é seu primeiro nome, não é? Você é como um general ou 
algo parecido, por isso todo mundo te chama por esse termo Hyvin. 
 — Hyvin é meu título. 
 — Pensei que você estava me fazendo chamá-lo por seu nome formal, mas 
maldição, Berrr é o seu primeiro nome. Eu realmente lamento por ter me irritado com 
isso, mas pensei que você estava sendo grosseiro comigo. — Um pouco de culpa a 
consumia por ter pensado que ele estava sendo um esnobe com ela, quando na 
realidade havia sido o contrário. Estudou seus lindos olhos brilhantes. — Embora, você 
não goste dos humanos, e disso tenho certeza. O que você tem contra minha espécie?— Ele suspirou olhando-a. 
 
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 — Três de meus quatro filhos se vincularam a mulheres humanas e deram um 
mau exemplo ao meu povo. Sou o líder, e os meus guerreiros vão querer seguir meu 
exemplo e o de meus filhos. — Seu olhar desceu lentamente sobre o corpo de Shanna, 
absorvendo cada centímetro, antes de levantá-lo de novo. — Os seres humanos são 
pequenos, e ainda assim, meus filhos estão tendo crianças com essas mulheres. 
Preocupa-me que não tenham filhos fortes, que sejam capazes de manter a linha de 
sangue Zorn como líderes. Nossa família é uma das mais fortes, mas meus filhos estão 
optando por mulheres mais fracas. — Seus olhos se estreitaram enquanto os lábios se 
apertaram em uma linha fina de raiva. — Admito que não esteja contente em sentir 
atração por você, mas eu sinto. — Ela se surpreendeu pela confissão, o vendo dizer 
que se sentia sexualmente atraído por ela, sabia ao que se referia, mas mesmo assim 
estava chateada. 
 — Me incomoda quando você diz que eu sou fraca. — Empurrando-o do 
balcão, ela ficou de pé, olhando-o. — Vocês são uns alienígenas realmente grandes, 
mas eu não sou uma covarde. Eu cresci entrando e saindo de lares adotivos, depois eu 
vivi com dois alcoólatras em alguns bairros bastante patéticos. Sei judô, kickboxing, e 
tive que lutar muitas vezes em minha vida para não levar um pontapé na bunda, só 
porque pensavam que podiam se aproveitar de mim, por não ser uma mulher alta. 
Nunca confunda que por uma pessoa ser pequena signifique que ela é fraca. Eu 
consegui evitar que seus guerreiros abusassem de mim neste leilão, mesmo estando 
acorrentada como um maldito cachorro. 
 Ele cruzou os braços sobre o peito. 
 — Creio ter entendido a maior parte do que disse, mas você continua sendo 
fraca. Todas as mulheres são e necessitam da proteção dos homens, mas as mulheres 
humanas são ainda mais fracas que as mulheres Zorn. — Shanna quase podia sentir o 
vapor saindo de suas orelhas. Ele a estava enfurecendo ainda mais e era sério que 
realmente pensasse que ela fosse uma cadela patética, que precisava de alguém para 
lutar suas batalhas como se fosse uma inútil. Seu olhar percorreu o enorme e 
musculoso corpo, e então se moveu sem lhe dar aviso, sabendo que era a única 
vantagem que tinha. Vou mostrar a ele quem é fraca. 
 Berrr cambaleou para trás uns bons dois metros, quando o pé nu de Shanna fez 
contato com seu estômago, provocando um gemido nele enquanto se dobrava pelo 
golpe. Shanna virou, chutando-o novamente, atingindo-o no ombro com um chute 
giratório. Isso fez com que o grandalhão caísse de traseiro no chão do banheiro. Ela 
retrocedeu, cruzando os braços no peito, apertando-os, observando cautelosamente 
enquanto ele levantava a cabeça. Seus impressionantes olhos azuis se encontraram 
com os dela por alguns instantes antes que ele grunhisse novamente. 
 
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 — Isto é Kickboxing, Berrr. Meu pequeno chute é terrível e nocivo. É 
suficientemente forte para chutar o seu enorme traseiro. O que é que você dizia sobre 
a fraqueza das mulheres humanas? — Ela arqueou as sobrancelhas e, em seguida, 
estendeu a mão gesticulando com os dedos. — Você está pronto para se retratar ou 
gostaria que te deixasse sob seu traseiro a cada vez que se levantasse, até que você 
esteja disposto a admitir que estava errado? 
 Ele pôs as mãos no chão e se colocou de joelhos, olhando-a atentamente, 
enquanto outro suave grunhido saía de seus lábios carnudos entreabertos. 
 — Você quer brincar? 
 — Não estou brincando. 
 A surpresa se estampou em seu rosto. 
 — Você quer brigar comigo? 
 Franzindo o cenho, ela encolheu os ombros. 
 — Se isso é o que você precisa para se convencer de que os seres humanos não 
são fracos. Maldição, só porque eu tenho seios não significa que não posso cuidar de 
mim mesma. 
 Um sorriso curvou seus lábios enquanto lentamente ele levantava em toda sua 
altura de puro músculo. Shanna admitiu se sentir um pouco intimidada ao dar-se conta 
de que realmente ele poderia lhe machucar, se chegasse a colocar as mãos nela. Vou 
ter que mantê-lo à distância e sob seu traseiro, pensou. Durante anos havia recebido 
lições de defesa pessoal quando era apenas uma adolescente ainda em um lar adotivo, 
quando algumas crianças mais velhas a intimidava e começavam a bater nela. Os 
voluntários do Centro Comunitário haviam se oferecido para ensiná-la aulas de defesa 
pessoal. Depois que deixou o orfanato, se inscreveu em uma academia e teve aulas 
para continuar aprendendo as habilidades de combate. Havia deixado de praticar a 
alguns anos atrás, mas era como andar de bicicleta ou assim ela esperava que fosse. 
 — Você quer brincar. 
 — Vou te dar uma lição, não estou brincando. — Sorrindo ele se inclinou para 
tirar as botas, tirou uma e depois outra, as jogando num canto e revelando que não 
usava meias. Shanna engoliu em seco. Quando o seu olhar cruzou com o dele, ela viu 
que o grande bastardo parecia divertido. Nunca havia tido um adversário tão 
malditamente grande no ringue, mas quanto maior a altura, maior a queda, o ditado 
passou por sua mente. Ela recuou até sair do banheiro para o quarto muito maior. 
Olhou rapidamente ao redor da área para reconhecer o ambiente, e esperava que 
 
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mais espaço a ajudasse a evitar suas mãos. Berrr lentamente a seguiu com os olhos 
entrecerrados, enquanto outro suave grunhido saia dele. 
 — Deveria deixar você cair de joelhos, baixar a cabeça e mostrar obediência, 
Shanna. Isso é o que uma mulher Zorn faria, e você disse que queria ser tratada igual a 
elas, no entanto você não está agindo como uma. 
— Vi essas mulheres se ajoelharem diante de você. — Ela franziu o cenho 
olhando-o furiosamente. — Não sou o tipo de submissa com a qual esteja acostumado 
a tratar. Tampouco sou fraca nem patética e não vou suportar nada dessa merda. — 
Ela hesitou. — Além do mais, você poderia ficar de joelhos, baixar a cabeça e me 
mostrar obediência. 
Ele inclinou ligeiramente a cabeça, enquanto observava-a com os seus 
brilhantes olhos divertidos. Seus braços se abriram pouco a pouco, como se quisesse 
abraçá-la um segundo antes de ir adiante na tentativa de pegá-la. Shanna saltou para 
trás, escapando por pouco de suas mãos quando ele investiu contra ela... Se agachou e 
deu um giro, dando um chute com sua perna, acertando primeiro seu estômago. Ela 
intencionalmente golpeava-o no alto, porque não queria atingi-lo na virilha. Até então 
ele havia sido amável com ela, e não jogaria sujo a menos que fosse absolutamente 
necessário. 
Berrr recuou alguns metros cambaleando, mas sem dobrar-se desta vez, no 
entanto, franziu o cenho enquanto esfregava com a mão o ponto onde tinha sido 
atingido. Todo rastro de diversão desapareceu de seu rosto. O olhar de Shanna 
verificou ao redor da sala em busca de uma rota de fuga e de objetos que poderiam 
ser usados para colocar entre eles, se ele novamente se lançasse sobre ela. Um suave 
grunhido fez com que sua atenção retornasse a Berrr. 
— Você não pode ganhar Shanna. 
— Não tenho que ganhar. Só tenho que demonstrar meu ponto de vista, de que 
não sou patética ou fraca. Eu sou muito mais forte que suas mulheres Berrr. Não me 
verá cair ao chão de joelhos, só porque falo algo que você não gosta e que o faz 
grunhir. Não me importa se você gosta ou não do que digo. 
 
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Ele não queria ouvir essa zombaria e demonstrou com seus lábios firmemente 
apertados e com a expressão sombria em seu rosto, entretanto dessa vez ele não 
grunhiu. Respirou fundo, aspirando o ar fortemente, fazendo com que seu amplo peito 
nu e se expandisse antes de novamente se lançar sobre ela. Shanna se jogou sobre a 
cama e escapou por pouco, enquanto pousava rodando e saindo do seu caminho. 
Os lençóis da cama onde aterrissou Shanna foram puxados com força, era uma 
cama