Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Código de Processo Civil 2 PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, obser- vando-se as disposições deste Código. FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le- são a direito. § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con- sensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad- vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi - co, inclusive no curso do processo judicial. Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí- vel conciliação ou mediação no processo de execu- ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten- ça, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú- blica estão autorizados a aceitar autocomposição. FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a mediação são compatíveis com o processo de recuperação judicial. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so- lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi- dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro- cesso. FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes proces- suais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; de- vem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e transparência. FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja anterior. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve com- portar-se de acordo com a boa-fé objetiva. FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador pro- fira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato aná- logas, ainda que em processos distintos. FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas do- losas de todos os sujeitos processuais e veda seus comporta- mentos contraditórios. JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual. JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as re- gras e princípios dessas Leis. COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA SUPRESSIO (VERWIRKUNG) Supressão a um direito pelo seu não exercício. No campo processual, verifica-se na perda de um poder processual pelo seu não exercício. A chamada “nulidade de algibeira (ou de bolso), por exemplo, que se configura quando a parte, embora tenha o direito de alegar nulidade mantém-se inerte du- rante longo período, deixando para rea- lizar a alegação no momento que melhor lhe convier, não é admitida, por violar a boa-fé processual. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser ale- gada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impe- dimento. 3 SURRECTIO Surgimento de um direito em razão da supressão causada pelo comportamento da parte contrária. Note-se que surrectio e supressio são dois lados da mesma moeda. EXCEPCIO DOLI Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nesse caso utilizada como defesa. No processo vem sendo entendida como a exceção que a parte tem para paralisar o comportamen- to de quem age dolosamente contra si. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Proíbe a adoção de comportamento con- traditório (contrariando comportamento anterior), violando os deveres de confi- ança e lealdade (a legítima confiança de outrem na conservação objetiva da conduta anterior). Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá re- correr. Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação do comportamento contraditório aplica- se ao órgão jurisdicional. TU QUOQUE Como decorrência do princípio da boa-fé processual objetiva não pode a parte criar dolosamente situações que viciem o pro- cesso para, depois, alegar nulidade, ti- rando proveito da situação. Assim, veda- se o comportamento não esperado, ado- tado em situação de abuso. Em decorrên- cia disso, previu expressamente do CPC: “Art. 276. Quando a lei prescrever determi- nada forma sob pena de nulidade, a decre- tação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa”. Aquele que des- preza a norma não pode dela se aprovei- tar. *Tabela montada a partir de informações retiradas do site https:// blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-aspectos-parcelares-da- boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/ Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo de - verá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório, como a realização de audiências públicas, a participação de amicus curiae e outros meios de participação DEVERES DE COOPERAÇÃO DO JUIZ PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corrigir os defeitos sempre que possível. ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz es- clarecer-se quanto às manifestações das partes: questioná-las quanto a obs- curidades em suas petições; pedir que “PECA” esclareçam ou especifiquem requerimen- tos feitos em termos mais genéricos e as- sim por diante. DIÁLOGO (CONSULTA): Impõe-se reco- nhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as partes, mas também como dever de debate do juiz comas partes AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstácu- los que lhes dificultem ou impeçam o exercício das faculdades processuais. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela- ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces- suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu- mental produzida. FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces- so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum , resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida- de e a eficiência. FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídi- co”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulga- ção e publicidade. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, inci- sos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de ca- sos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reiperse- cutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa); III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do au- tor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumpri- mento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate 4 de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (objetiva evitar decisões surpresas) Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser au- torizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMEN- TE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar perma- nentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te- nham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cro- nológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reaber- tura da instrução ou a conversão do julgamento em diligên- cia. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retor- nará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, con- forme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a re- messa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acór- dão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior). FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de compe- tência de processos dos juizados especiais com outros procedi- mentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronoló- gicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais e outra para os demais processos. FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronoló- gica dos julgamentos não implica, por si, a invalidade do ato decisório CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tra- tados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela lei em vigor no momento de sua prática. Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já prati- cado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os próximos atos a serem praticados no processo. Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. LIVRO II DA FUNÇÃO JURISDICIONAL TÍTULO I DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO Inafastabilidade de Jurisdição Inércia (Ne procedat iudex ex officio) Territorialidade Indelegabilidade Juiz Natural Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legi- timidade. CPC/73 CPC/15 Legitimidade Legitimidade Interesse Interesse Possibilidade jurídica do pedi- do OBS: a possibilidade jurídica do pedido passou a ser analisada como questão meritória Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome pró- prio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituí- do poderá intervir como assistente litisconsorcial. FPPC110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição pro- cessual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve de- terminar a intimação deste último para, querendo, integrar o 5 processo. FPPC487. (art. 18, parágrafo único; art. 119, parágrafo único; art. 3º da Lei 12.016/2009). No mandado de segurança, havendo substituição processual, o substituído poderá ser assistentelitisconsorcial do impetrante que o substituiu. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma re- lação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. FPPC111. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajui- zamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial inci- dental Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Súmula 181-STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual. TEORIAS DA AÇÃO Teoria imanentista / civilista / clássica (Savigny): não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito Teoria Publicista: O direito de ação possui natureza pública, sendo um direito de agir, exercível contra o Estado e contra o devedor. Ação como direito autônomo e concreto (Chio- venda): A ação é um direito independente do Direi- to material, mas, o direito de ação só existiria quan- do a sentença fosse favorável ao autor. Ação como direito autônomo e abstrato: O direito a ação é preexistente ao processo, não dependendo da decisão favorável ou negativa sobre a pretensão do autor. Teoria eclética do direito de ação (Liebman): O di- reito de ação é autônomo, mas para o exercício do direito de ação é necessário que estejam presentes as condições da ação. Adotada pelo CPC15. *Tabela montada a partir de informações retiradas do site https:// lfg.jusbrasil.com.br/noticias/404543/teorias-sobre-o-direito-de- acao MODELOS DE PROCESSO ADVERSARIAL (SIMÉTRICO) O processo é conduzido pelas partes, e o juiz ocupa o papel de mero fiscal e julga- dor ("convidado de pedra"); Prepondera o princípio dispositivo. PARTES COMO PRO- TAGONISTAS DO PROCESSO. INQUISITORIAL (ASSIMÉTRICO) Os poderes do juiz vão além do papel de fis- cal e julgador - possui amplos poderes na condução do processo - ex. produção de provas de ofício, execução das decisões de ofício, etc. Prepondera o princípio inquisiti- vo. JUIZ COMO PROTAGONISTA DO PRO- CESSO. Prevalece o diálogo, a lealdade e o equilíbrio entre TODOS os sujeitos do processo. Redi- COOPERATIVO mensionamento do princípio do contraditó- rio. NÃO HÁ PROTAGONISMOS. Aqui o ór- gão jurisdicional assume DUPLA POSIÇÃO: mostra-se PARITÁRIO NA CONDUÇÃO DO PROCESSO e ASSIMÉTRICO NO MOMEN- TO DA DECISÃO TÍTULO II DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO IN- TERNACIONAL CAPÍTULO I DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domici- liado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira pro- cessar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propri- edade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EX- CLUSÃO DE QUALQUER OUTRA: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacio- nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacio- nal; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união es- tável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO IN- DUZ litispendência e NÃO OBSTA a que a autoridade judiciá- ria brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são cone- xas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados inter- nacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasi- leira NÃO IMPEDE a homologação de sentença judicial estran- geira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o proces- samento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacio- nal, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de compe- tência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 6 CAPÍTULO II DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Seção I Disposições Gerais Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por trata- do de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, re- sidentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tra- mitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo pre- vistas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e transmis- são dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autorida- des estrangeiras. § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2o NÃO SE EXIGIRÁ A RECIPROCIDADE referida no § 1o para HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA. § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados in- compatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Seção II Do Auxílio Direto Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida NÃO DECORRER DIRETAMENTE de decisão de autoridade jurisdicional estran- geira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo ór- gão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Es- tado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedi- do. Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em pro- cesso, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proi- bida pela lei brasileira. Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á direta- mente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pe- didos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. Art. 32. No caso de auxíliodireto para a prática de atos que, se- gundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medi- da solicitada quando for autoridade central. Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser exe- cutada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. Seção III Da Carta Rogatória Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça É DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA e deve as- segurar às partes as garantias do devido processo legal. § 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. Seção IV Disposições Comuns às Seções Anteriores Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autori- dade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão enca- minhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem públi- ca. Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960. Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a lín- gua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando- se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando neces- sária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciproci- dade de tratamento. TÍTULO III DA COMPETÊNCIA INTERNA 7 CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA Seção I Disposições Gerais Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. Art. 43. Determina-se a competência no MOMENTO DO RE- GISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO da petição inicial, sendo irrele- vantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorri- das posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciá- rio ou alterarem a competência absoluta. Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organi- zação judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados. FPPC236. (art. 44) O art. 44 não estabelece uma ordem de preva- lência, mas apenas elenca as fontes normativas sobre compe- tência, devendo ser observado o art. 125, § 1º, da Constituição Federal Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos se- rão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a Uni- ão, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na quali- dade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e aciden- te de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. § 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apre- ciação seja de competência do juízo perante o qual foi pro- posta a ação. § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer de- les, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual SEM SUSCITAR CONFLITO se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre BENS MÓVEIS será proposta, em regra, no foro de domi- cílio do RÉU. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele po- derá ser demandado onde for encontrado ou no foro de do- micílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se o autor também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qual- quer foro. § 4o Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão de- mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5o A EXECUÇÃO FISCAL será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS é competente o foro de SITUAÇÃO DA COISA. § 1o O autor pode optar pelo foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou pelo FORO DE ELEIÇÃO se o litígio NÃO RECAIR sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de si- tuação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA ABSOLUTA. Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, AINDA QUE O ÓBITO TENHA OCORRIDO NO ESTRANGEIRO. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecada- ção, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições tes- tamentárias. Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demanda- do, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situ- ação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no anti- go domicílio do casal; d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar , nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) (LEI 13894/19) CFJ 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros concorrentes, mas de foros subsidiários. II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede,para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 8 c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré socieda- de ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alhei- os; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, INCLUSIVE AERONAVES. Seção II Da Modificação da Competência Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela cone- xão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento re- lativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. FPPC237. (art. 55, §2º, I e II) O rol do art. 55, § 2º, I e II, é exem- plificativo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que POSSAM GERAR RISCO DE PROLAÇÃO DE DECISÕES CONFLI- TANTES OU CONTRADITÓRIAS caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Teoria Materialista – Conexão por Prejudicialidade. Súmula 235-STJ: A conexão não determina a reunião dos pro- cessos, se um deles já foi julgado. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando hou- ver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pe- dido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação con- tida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. Art. 59. O REGISTRO OU A DISTRIBUIÇÃO da petição inicial tor- na prevento o juízo. REGISTRO/ DISTRIBUIÇÃO Determina a competência Previne o juízo Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, co- marca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território (COMPETÊNCIA RELATIVA), elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de ins- trumento escrito e aludir expressamente a determinado ne- gócio jurídico. § 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSORES das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que determina- rá a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. Abusividade da Cláusula de Eleição de Foro Antes da citação Após a citação Pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz Cabe ao réu alegar na contes- tação, sob pena de preclusão. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos Súmula 33-STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. • Superada, em parte. • O CPC/2015 prevê uma exceção a essa súmula no § 3º do art. 63 Súmula 206-STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de processo. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL STF Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva ne- cessária, assistente nem opoente. Súmula 501-STF: Compete a justiça ordinária estadual o pro- cesso e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Súmula 508-STF: Compete a justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Ban- co do Brasil, S.A.. Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujei- to a jurisdição da justiça estadual. STJ Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho. • Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o INSS pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho. Súmula 34-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabeleci- 9 mento particular de ensino. Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de econo- mia mista e os crimes praticados em seu detrimento. Súmula 55-STJ: Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal. Súmula 137-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vinculo estatutário. Súmula 161-STJ: É da competência da Justiça Estadual autori- zar o levantamento dos valores relativos ao PIS / PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta. Súmula 218-STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. Súmula 224-STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito. Súmula 270-STJ: O protesto pela preferência de crédito, apre- sentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. Súmula 363-STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as de- mandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contra- tos de planos de previdência privada firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça es- tadual. Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de relação contratual. Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal competente para o jul- gamento da apelação se deferida a intervenção. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL STF Súmula 517-STF: As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou opoente. Súmula 556-STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista Súmula 689-STF: O segurado pode ajuizar ação contra a insti- tuição previdenciária perante o juízofederal do seu domicílio ou nas varas federais da Capital do Estado-Membro. STJ Súmula 32-STJ: Compete à Justiça Federal processar justifica- ções judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei 5010/66. Súmula 66-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização pro- fissional. Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as recla- mações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS. Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas. Súmula 173-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de reintegração em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado antes da instituição do regime jurídico único Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da rela- ção processual ente federal não pode ser reexaminada no Juí- zo Estadual. Súmula 324-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo Ministério do Exército. Súmula 349-STJ: Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS. Súmula 365-STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido pro- ferida por Juízo estadual. Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julga- mento de demanda em que se discute a ausência de ou o obs- táculo ao credenciamento de instituição particular de ensino su- perior no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL Súmula 368-STJ: Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral. Súmula 374-STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA PELO FORO DA SITUAÇÃO DA COISA STF Súmula 363-STF: A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato. STJ Súmula 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competên- cia do foro da situação do imóvel. Súmula 238-STJ: A avaliação da indenização devida ao proprie- tário do solo, em razão de alvará de pesquisa mineral, é proces- sada no Juízo Estadual da situação do imóvel Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial. Seção III Da Incompetência Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imedia- tamente a alegação de incompetência. 10 § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos se- rão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. TRANSLATIO IUDICI FPPC238. (art. 64, caput e §4º) O aproveitamento dos efeitos de decisão proferida por juízo incompetente aplica-se tanto à competência absoluta quanto à relativa. TRANSLATIO IUDICI FPPC488. (art. 64, §§3º e 4º; art. 968, §5º; art. 4º; Lei 12.016/2009) No mandado de segurança, havendo equivocada indicação da autoridade coatora, o impetrante deve ser intimado para emendar a petição inicial e, caso haja alteração de competên- cia, o juiz remeterá os autos ao juízo competente Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. CAPÍTULO II DA COOPERAÇÃO NACIONAL Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, es- pecializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdi- ção, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíp- roca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de coopera- ção para prática de qualquer ato processual. Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser pronta- mente atendido, prescinde de forma específica e pode ser exe- cutado como: I - auxílio direto; II - reunião ou apensamento de processos; III - prestação de informações; IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. § 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código. § 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para: I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimen- tos; III - a efetivação de tutela provisória; IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recu- peração judicial; VI - a centralização de processos repetitivos; VII - a execução de decisão jurisdicional. § 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. FPPC4. (art. 69, § 1º) A carta arbitral tramitará e será proces- sada no Poder Judiciário de acordo com o regime previsto no Código de Processo Civil, respeitada a legislação aplicável. FPPC5. (art. 69, § 3º) O pedido de cooperação jurisdicional po- derá ser realizado também entre o árbitro e o Poder Judiciá- rio. LIVRO III DOS SUJEITOS DO PROCESSO TÍTULO I DAS PARTES E DOS PROCURADORES CAPÍTULO I DA CAPACIDADE PROCESSUAL Art. 70. Toda pessoa que se encontre NO EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOS tem capacidade para estar em juízo . Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Art. 72. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, ENQUANTO DURAR A INCA- PACIDADE; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVO- GADO. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defenso- ria Pública, nos termos da lei. CURADORIA ESPECIAL Incapaz sem representante legal ENQUANTO DURAR A INCAPACIDADE Incapaz quando há colidên- cia de interesses com seu representante legal Réu preso revel ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVOGADO. Réu revel citado por edital Réu revel citado com hora certa Exercida pela Defensoria Pública – art. 4°, XVI, LC 80/94 e art. 72, parágrafo único do NCPC. Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, SALVO quando casados sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de bens. § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casa- dos sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultantede fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 11 § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do au- tor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de com- posse ou de ato por ambos praticado. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprova- da nos autos. Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem jus- to motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, INVALIDA o processo. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou medi- ante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organi- zados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instala- da no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. § 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do fale- cido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. § 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica NÃO PODERÁ opor a irregularidade de sua constituição quando de- mandada. § 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer pro- cesso. § 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compro- misso recíproco para prática de ato processual por seus pro- curadores em favor de outro ente federado, mediante convê- nio firmado pelas respectivas procuradorias. FPPC383. (art. 75, §4º) As autarquias e fundações de direito público estaduais e distritais também poderão ajustar com- promisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante con- vênio firmado pelas respectivas procuradorias Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularida- de da representação da parte, o juiz SUSPENDERÁ O PROCES- SO e designará PRAZO RAZOÁVEL para que seja sanado o vício. § 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na ins- tância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tri- bunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recor- rente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. CAPÍTULO II DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES Seção I Dos Deveres Art. 77. Além de outros previstos neste Código, SÃO DEVERES das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qual- quer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cien- tes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desne- cessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de nature- za provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. § 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTI- ÇA. § 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato aten- tatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao respon- sável multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gra- vidade da conduta. § 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, rever- tendo-se aos fundos previstos no art. 97. § 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independente- mente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o. § 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 vezes o va- lor do salário-mínimo. § 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público NÃO SE APLICA o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade dis- ciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corre- gedoria, ao qual o juiz oficiará. § 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determi- nará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proi- bir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o. § 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA Não cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais e criar embaraços à sua efetivação Praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou di- reito litigioso. Aplicação de multa de até 20% v.c Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m 12 Não aplicação aos advogados públicos ou privados, DP e MP. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. § 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifesta- das oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. § 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte inte- ressada. Seção II Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. Art. 80. Considera-se LITIGANTE DE MÁ-FÉ aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do proces- so; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protela- tório. Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com oshonorários ad- vocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1o Quando forem 2 ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde- nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo. § 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedi- mento comum, nos próprios autos. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ Aplicação de multa de >1% < 10% v.c Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m + indenização + honorários advocatícios + despesas Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé REVERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA Seção III Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justi- ça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a ple- na satisfação do direito reconhecido no título. § 1o Incumbe ao AUTOR adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fis- cal da ordem jurídica. § 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as des- pesas que antecipou. Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo PRESTARÁ CAUÇÃO suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens IMÓVEIS que lhes assegurem o pagamento. § 1o NÃO SE EXIGIRÁ A CAUÇÃO de que trata o caput: I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado in- ternacional de que o Brasil faz parte; II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumpri- mento de sentença; III - na reconvenção. § 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a ga- rantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em ga- rantia e a importância do reforço que pretende obter. JDPC4 A entrada em vigor de acordo ou tratado internacio- nal, que estabeleça dispensa da caução prevista no art. 83, § 1º, I, do CPC, impõe a liberação da caução previamente pres- tada. Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor (honorários de sucumbência). § 1o São DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS na reconven- ção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumu- lativamente. § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito eco- nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condena- ção ou do proveito econômico obtido até 200 salários-mínimos; II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 salários-míni- mos até 2.000 salários-mínimos; III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 salários-míni- mos até 20.000 salários-mínimos; 13 IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 salários- mínimos até 100.000 salários-mínimos; V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários- mínimos. § 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplica- dos desde logo, quando for líquida a sentença; II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em hono- rários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. § 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o va- lor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fi- xação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessiva- mente. § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se in- dependentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclu- sive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolu- ção de mérito. § 7o NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. § 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o. § 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o per- centual de honorários incidirá sobre a soma das prestações venci- das acrescida de 12 prestações vincendas. § 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fi- xados anteriormente levando em conta o trabalho adicional rea- lizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fi- xação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultra- passar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à exe- cução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumpri- mento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e TÊM NATUREZA ALIMENTAR, com os mesmos privilégios dos crédi- tos oriundos da legislação do trabalho, sendo VEDADA a com- pensação em caso de sucumbência parcial. § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorá- rios que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad- vogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipó- tese o disposto no § 14. § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de su- cumbência, nos termos da lei. FPPC7. (art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omi- tido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser ob- jeto de ação autônoma. FPPC8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunciado 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor doCPC (“Os ho- norários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”). FPPC239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado n. 472 da súmula do STF (“A condenação do autor em honorá- rios de advogado, com fundamento no art. 64 do Código de Processo Civil, depende de reconvenção”), pela extinção da no- meação à autoria. FPPC240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art. 85. FPPC241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucumbên- cia recursal serão somados aos honorários pela sucumbên- cia em primeiro grau, observados os limites legais FPPC242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência recursal são devidos em decisão unipessoal ou colegiada FPPC243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em pri- meiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal FPPC244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da sú- mula do STJ (“Os honorários advocatícios devem ser compensa- dos quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direi- to autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte”) e a tese firmada no REsp Repeti- tivo n. 963.528/PR, após a entrada em vigor do CPC, pela ex- pressa impossibilidade de compensação FPPC384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá su- primir a titularidade e o direito à percepção dos honorários de sucumbência dos advogados públicos FPPC621. (arts.85, §14, 771, 833, § 2º) Ao cumprimento de sen- tença do capítulo relativo aos honorários advocatícios, aplicam- se as hipóteses de penhora previstas no §2º do art. 833, em ra- zão da sua natureza alimentar. JDPC5 Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão par- cial fundada no art. 485 do CPC, condenar-se-á proporcional- mente o vencido a pagar honorários ao advogado do vence- dor, nos termos do art. 85 do CPC. JDPC6 A fixação dos honorários de sucumbência por aprecia- ção equitativa só é cabível nas hipóteses previstas no § 8º do art. 85 do CPC. JDPC7 A ausência de resposta ao recurso pela parte contrá- ria, por si só, não tem o condão de afastar a aplicação do disposto no art. 85, § 11, do CPC. JDPC8 Não cabe majoração de honorários advocatícios em agravo de instrumento, salvo se interposto contra decisão interlocutória que tenha fixado honorários na origem, res- peitados os limites estabelecidos no art. 85, §§ 2º, 3º e 8º, do CPC CJF 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação 14 de produção antecipada de provas na hipótese de resistência da parte requerida na produção da prova. Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os venci- dos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos hono- rários. § 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput. § 2o Se a distribuição de que trata o § 1o não for feita, os vencidos responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despe- sas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os inte- ressados. Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os ho- norários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reco- nheceu. § 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será pro- porcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu. § 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente. § 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanes- centes, se houver. § 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultane- amente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os ho- norários serão reduzidos pela metade. JDPC9 Aplica-se o art. 90, § 4º, do CPC ao reconhecimento da procedência do pedido feito pela Fazenda Pública nas ações re- lativas às prestações de fazer e de não fazer. JDPC10 O benefício do § 4º do art. 90 do CPC aplica-se ape- nas à fase de conhecimento. Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requeri- mento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defen- soria Pública serão pagas ao final pelo vencido. § 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministé- rio Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova. § 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente públi- co. Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir senten- ça sem resolver o mérito, o autor não poderá propor nova- mente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado. Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for neces- sária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição. Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo. Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técni- co que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. § 1o O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo paga- mento dos honorários do perito deposite em juízo o valor corres- pondente. § 2o A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será corrigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, § 4o. § 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser: I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente pú- blico e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado; II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça. § 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da de- cisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas proces- suais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão pú- blico, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no art. 98, § 2o. § 5o Para fins de aplicação do § 3o, É VEDADA a utilização de re- cursos do fundo de custeio da Defensoria Pública. FPPC622. (arts.95, §4º e 98, §§2º, 3º e 7º) A execução prevista no §4º do art. 95 também está sujeita à condição suspensiva de exigibilidade prevista no §3º do art. 98. Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé RE- VERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA, e ovalor das sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à União. Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de moderniza- ção do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das sanções pecuniárias processuais destinadas à União e aos Esta- dos, e outras verbas previstas em lei. SÚMULAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DESPESAS PROCESSUAIS STF Súmula vinculante 47-STF: Os honorários advocatícios incluí- 15 dos na condenação ou destacados do montante principal devi- do ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou re- quisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza. Súmula 257-STF: São cabíveis honorários de advogado na ação regressiva do segurador contra o causador do dano. Súmula 450-STF: São devidos honorários de advogado sempre que vencedor o beneficiário de justiça gratuita. Súmula 616-STF: É permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente. STJ Súmula 14-STJ: Arbitrados os honorários advocatícios em per- centual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento. Súmula 201-STJ: Os honorários advocatícios não podem ser fi- xados em salários-mínimos. Súmula 232-STJ: A Fazenda Pública, quando parte no proces- so, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorá- rios do perito. Súmula 326-STJ: Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fa- zenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas. Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença. STF - Após as ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser permitida a condenação do ente federativo em honorários advocatícios em demandas patrocinadas pela Defensoria Pú- blica, diante de autonomia funcional, administrativa e orça- mentária da Instituição. STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017 Súmula 453-STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omiti- dos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria. • Superada, em parte, com o novo CPC. • Vide o art. 85, § 18 do CPC 2015 Súmula 462-STJ: Nas ações em que representa o Fundo de Ga- rantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa Econômica Federal (CEF) não está isenta de reembolsar as custas pela parte ven- cedora. Súmula 488-STJ: O parágrafo 2º do art. 6º da Lei 9.469/97, que obriga à repartição dos honorários advocatícios, é inaplicável a acordos ou transações celebrados em data anterior à sua vigên- cia. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ EDIÇÃO N. 128: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - I 1) O marco temporal para a aplicação das normas do Código de Processo Civil de 2015, a respeito da fixação e da distribuição dos honorários de sucumbência, É A DATA DA PROLAÇÃO DE SENTENÇA/ACÓRDÃO que as impõe. 2) Não se aplica a regra do art. 85, § 2º, do CPC/2015, direcionada ao arbitramento dos honorários advocatícios sucumbenciais, na hipótese em que a sentença tiver sido proferida na vigência do antigo diploma processual civil. 3) É inviável o arbitramento de honorários advocatícios de sucumbência, diretamente pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ, com base no art. 85 do Código de Processo Civil de 2015, sob pena de configurar supressão de grau de jurisdição e de desvirtuar a competência recursal da Corte. 4) Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de março de 2016 será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do NCPC. 5) O § 11 do art. 85 do CPC/2015, que disciplinou a hipótese de majoração da verba honorária em grau de recurso, tem dupla funcionalidade: atender à justa remuneração do patrono pelo trabalho adicional na fase recursal e inibir o exercício abusivo do direito de recorrer. 6) Os honorários recursais não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo por que na hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários recursais. 7) Para a majoração de honorários advocatícios na instância recursal, não é exigível a comprovação de trabalho adicional do advogado, que será considerado apenas para a quantificação de tal verba. 8) Os honorários recursais incidem apenas quando houver a instauração de novo grau recursal e não a cada recurso interposto no mesmo grau de jurisdição. 9) Os honorários recursais de que trata o art. 85, § 11, do CPC/2015, são aplicáveis tanto nas hipóteses de não conhecimento integral quanto de não provimento do recurso. 11) O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em litisconsórcio. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 do CPC/2015 - TEMA 973) EDIÇÃO N. 129: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - II 1) Os honorários advocatícios têm natureza alimentar, sendo possível a penhora de verbas remuneratórias para o seu pa- gamento. 2) O § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil de 2015 transmite regra excepcional, de aplicação subsidiária, em que se permite a fixação dos honorários sucumbenciais por critério de equidade, para as hipóteses em que, havendo ou não condenação: (I) o proveito econômico obtido pelo vencedor seja inestimável ou irrisório; ou (II) o valor da causa seja muito baixo. 3) Não é possível a compensação de honorários advocatícios quando a sua fixação ocorrer na vigência do CPC/2015 - art. 85, § 14. 4) A majoração da verba honorária sucumbencial recursal, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, pressupõe a existência cumulativa dos seguintes requisitos: a) decisão recorrida publicada a partir de 18.03.2016, data de entrada em vigor do novo Código de Processo Civil; b) recurso não conhecido integralmente ou não provido, monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente; e c) condenação em honorários advocatícios desde a origem no feito em que interposto o recurso. 5) Quando devida a verba honorária recursal, mas, por omissão, o relator deixar de aplicá-la em decisão monocrática, poderá o colegiado arbitrá-la ex officio, por se tratar de matéria de 16 ordem pública, que independe de provocação da parte. 6) O recurso interposto pelo vencedor para ampliar a condenação - que não seja conhecido, rejeitado ou desprovido - não implica honorários de sucumbência recursal para a parte contrária. 7) Por critério de simetria, não é cabível a condenação da parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em favor do Ministério Público nos autos de ação civil pública ou de ação coletiva, salvo comprovada má-fé. 8) São devidos honorários advocatícios nas reclamações julgadas a partir da vigência do Código de Processo Civil de 2015, quando angularizada a relação processual. 10) São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada. (Súmula n. 517/STJ) 11) Não é possível a modificação do valor de verba honorária fixada em sentença transitada em julgado, sob pena de ofensa à coisa julgada. 12) São devidos honorários advocatícios sucumbenciais pelo exequente em virtude do acolhimento total ou parcialmente de exceção de pré-executividade.
Compartilhar