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CPC - TJSC

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CPC 
TJ-SC 
P R O F E S S O R A 
J U L I A N A P E R E I R A 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
M A R I C O N C U R S E I R A 
T J - S C 
Natural de São Caetano do Sul , advogada ,
palestrante e consultora jurídica em São Paulo .
Bacharel em Direito desde 2003 , foi aprovada no
exame da OAB aos 22 anos , seguiu seus estudos
dedicando-se principalmente em pesquisas na
área de direito privado . É Pós graduada em
Direito Civil pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie e Pós graduada em Direito Público
com docência para o ensino superior pela Escola
Paulista de Direito (EPD). Atualmente Mestranda
em Função Social do Direito Privado pela FADISP ,
professora de direito processual civil na FMU e
professora convidada de direito civil e processual
civil em universidades e cursos preparatórios para
concursos públicos no país . Foi aprovada nos
concursos públicos de advogada da Fundação
Casa , procuradorias de município e no concurso
público de professor de direito nas escolas
técnicas estaduais de SP , em 1º lugar . No ano de
2017 , em co-autoria com Laíse Helena Silva
Macedo e Francisco da Motta Macedo Neto ,
publicou artigo jurídico na Coleção Repercussões
do Novo CPC , Coordenação Fredie Didier Jr . , v . 14 ,
Editora Jusposdivm . 
P R O F J U L I A N A P E R E I R A 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
1 Profª Juliana Pereira 
INTRODUÇÃO 
Meus queridos alunos, finalmente consegui compilar toda minha experiência nessa apostila, 
espero que gostem. 
O objetivo é facilitar os seus estudos e revisão, tanto daqueles que estão iniciando sua jornada 
de estudos, como para aqueles que já estão caminhando rumo à tão sonhada nomeação. 
Espero, sinceramente, que sua participação nessa turma VIP, o auxilie na sua jornada rumo à 
aprovação. 
Todos os dias, anote na agenda a meta cumprida. 
Utilize seu tempo livre, almoço, transporte, etc. para fazer exercícios. 
Estude pela apostila que tem uma linguagem mais simples e pelos artigos de lei. 
Aprenda a dizer não para tudo que te afasta do seu objetivo, esse é o momento de priorizar 
VOCÊ e o seu futuro. 
Nunca se esqueça que seus “sonhos” determinam onde você quer chegar, mas são suas 
“ações” que determinam sua aprovação. Tenha fé. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça -
a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida (Tiago 1:5). 
 
Professora Ms. Juliana Pereira 
 
 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
2 Profª Juliana Pereira 
TÓPICO 1 
Normas Fundamentais e Aplicação das Normas Processuais 
(artigos 1º até 15 do CPC). 
 
Das Normas Fundamentais do Processo Civil 
O Direito Processual Civil é o ramo do direito que trata das normas reguladoras da jurisdição civil. A 
jurisdição, que é exercida pelo Estado, é realizada através de um método, que podemos chamar de processo. 
O processo se desenvolve através de uma sequência de atos coordenados que chamamos de procedimento. 
Não confunda processo com procedimento. O processo é a relação jurídica de direito público que reúne todos 
os que participam dele (como, por exemplo, autor, juiz e réu) e que se exterioriza, se desenvolve, através de 
uma sequência de atos coordenados tendentes a um fim (procedimento). 
Segundo o artigo 1º do Código de Processo Civil, o processo civil deve ser ordenado, disciplinado e 
interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República 
Federativa do Brasil. 
Esse artigo reforça a ideia da constitucionalização do processo civil, evidenciando que todos que 
participam do processo devem obedecer às normas constitucionais que são balizadoras do processo civil, 
principalmente as normas contidas no artigo 5º e a partir do art. 92 da Constituição Federal. 
Os princípios constitucionais devem, portanto, influenciar diretamente na interpretação e aplicação das 
normas processuais civis. 
São eles: 
➢ Acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF) 
➢ Devido processo legal (art. 5º, LIV, CF) 
➢ Contraditório (art. 5º, LV, CF) 
➢ Ampla defesa (art. 5º, LV, CF) 
➢ Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF) 
➢ Imparcialidade (art. 95, CF) 
➢ Duplo grau de jurisdição (princípio implícito) 
➢ Colegialidade nos Tribunais (art. 96, I, a, CF) 
➢ Reserva do Plenário para declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (art. 97, 
CF) 
➢ Isonomia (art. 5º, caput, e inciso I, CF) 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
3 Profª Juliana Pereira 
➢ Publicidade (arts. 5º, LX e 93, IX e X, CF) 
➢ Motivação (art. 93, IX e X, CF 
➢ Vedação das provas ilícitas ou obtidas por meios ilícitos (art. 5º, X, XII e LVI, CF) 
➢ Assistência jurídica integral e gratuita (art. 5º, LXXIV, CF) 
➢ Duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF) 
➢ Efetividade do processo (art. 5º, XXXV, CF) 
Alguns desses princípios constitucionais expressamente previstos na Constituição Federal de 1988, 
foram incluídos no rol de artigos do Novo Código de Processo Civil como normas fundamentais. 
Princípios processuais: 
1. Inércia da jurisdição 
2. Inafastabilidade da jurisdição 
3. Fins sociais e exigências do bem comum 
4. Publicidade dos atos processuais 
5. Fundamentação necessária das decisões 
6. Incentivo às formas consensuais alternativas de solução de conflitos 
7. Prazo razoável do processo e ordem cronológica 
8. Boa-fé processual e cooperação 
9. Contraditório efetivo ou real 
 
1. Inércia da jurisdição 
O artigo 2º do Código de Processo Civil dispõe que o processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Esse artigo se refere ao princípio da inércia da 
jurisdição, pois a atuação jurisdicional depende do exercício do direito de ação, ou seja, a jurisdição só atua 
mediante provocação da parte ou interessado – nemo judex sine actore. 
Por isso, é correto dizer que, em regra, a jurisdição é inerte. Para reforçar, é importante lembrar que a 
jurisdição é uma das funções do Estado, cujo objetivo é compor os litígios, declarar e realizar o Direito. 
 
 
 
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PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
4 Profª Juliana Pereira 
ATENÇÃO!! 
Exceções à regra 
Em algumas situações, permite-se a atuação de ofício do juiz (independentemente de requerimento, o juiz 
atua), de forma excepcional. Exemplo: o procedimento especial de restauração de autos pode ser instaurado 
pelo juiz, de ofício. 
 
 
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das 
partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. 
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo. 
 
2. Inafastabilidade da jurisdição 
O artigo 3º, caput, do CPC, está relacionado com o princípio da inafastabilidade da jurisdição (acesso à 
justiça). Isso significa que nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito será afastada da apreciação do Judiciário. 
O direito de ação é garantido pelo art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, ou seja, todas as pessoas, sem 
distinção, têm direito de obter uma resposta jurisdicional em tempo razoável. 
 
Observação 
A possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de tutela antecipatória do mérito, inaudita altera 
parte, em razão de requerimento formulado nesse sentido pela parte autora em sua petição inicial, 
está diretamente relacionada ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
 
Art. 3º Não se excluiráda apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
 
 
3. Fins sociais e exigências do bem comum 
Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, 
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (art. 8º). 
 
4. Publicidade dos atos processuais 
Importante regra é a de que processos serão públicos, em respeito ao princípio da publicidade. Esse 
princípio poderá ser excepcionado em situações específicas, listadas no art. 189 do CPC, para preservação da 
intimidade ou por interesse público. 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de 
seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
5 Profª Juliana Pereira 
 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, 
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a 
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de 
seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, 
bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. 
 
 
5. Fundamentação das decisões judiciais 
Todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas. O Código de Processo Civil tratou de 
regulamentar o que se considera uma decisão não fundamentada (art. 489, § 1º). 
Art. 489 (...) 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
 
6. Incentivo às formas consensuais alternativas de solução de conflitos 
O novo CPC incentiva expressamente às formas consensuais e alternativas de solução de conflitos. Os 
parágrafos 1º a 3º do art. 3º do CPC mencionam expressamente a mediação, a arbitragem e a conciliação como 
métodos alternativos à jurisdição para solução de conflitos, incentivando-os. 
Art. 3º (...) 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso 
do processo judicial. 
 
Um exemplo desse incentivo está no art. 237, IV, CPC que dispõe: 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
6 Profª Juliana Pereira 
Art. 237. Será expedida carta: 
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua 
competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive 
os que importem efetivação de tutela provisória. 
 
Assim, o Poder Judiciário poderá, inclusive, cumprir carta arbitral, fomentando o uso da arbitragem. 
 
7. Razoável duração do processo e ordem cronológica 
É importante mencionar que as partes, no processo, têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa (art. 4º). Esse artigo trata do princípio da razoável duração do 
processo que também está previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal. O objetivo é garantir uma 
duração razoável do processo, evitando-se a prática de atos inúteis e desnecessários, dando mais efetividade 
nas decisões jurisdicionais. 
O artigo 12 traz importante regra sobre a ordem de julgamento dos processos, conforme abaixo: 
 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão. 
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta 
pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
§ 2º Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do 
pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos 
repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as 
preferências legais. 
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não 
altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão 
do julgamento em diligência. 
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que 
anteriormente se encontrava na lista. 
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência 
ou de complementação da instrução; 
I I - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1040
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
7 Profª Juliana Pereira 
No artigo 4º, extraímos também o princípio da primazia do julgamento do mérito (direito a resposta de 
mérito). Sempre que possível, o juiz dará oportunidade para a parte sanar eventual vício que impeça o 
julgamento de mérito, como exemplo, o artigo 321, CPC. 
 
8. Boa fé processual e cooperação 
O artigo 5º do CPC dispõe que “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-
se de acordo com a boa-fé”. 
A boa-fé deve nortear a participação das partes e de todos que participam doprocesso, incluindo 
terceiros, auxiliares da justiça, magistrados, membros da Defensoria Pública e do Ministério Público, etc. 
Registre-se que a boa-fé se presume, enquanto a má-fé deve ser provada, ensejando a aplicação de 
penalidades. 
Nessa esteira, prevê o art. 6º do CPC, que todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para 
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. A cooperação das partes do processo, 
no entanto, nem sempre será possível, tendo em vista que cada lado estará quase sempre, defendendo direitos 
opostos. 
 
9. Contraditório efetivo 
Desse princípio, a doutrina extrai outros importantes princípios, conforme será explicitado a seguir. 
Contraditório efetivo significa dar às partes concreta possibilidade de influenciar no resultado da causa. 
No processo, é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, 
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório (art. 7º). Esse artigo trata do princípio da isonomia das partes 
na relação processual. 
Importante explicitar que a norma processual civil valoriza a aplicação do princípio do contraditório e 
da ampla defesa. Esse princípio garante o direito de apresentar defesa e de produzir provas, além de saber da 
existência do processo. 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do 
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
 
 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art311ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
8 Profª Juliana Pereira 
Exemplo 
Se qualquer das partes, durante a instrução processual, juntar ao processo documento novo, o juiz dará a parte 
contrário prazo (5 dias) para se manifestar (art. 398, CPC). 
 
Forma de aplicação das normas processuais 
O Código de Processo Civil adota o princípio da territorialidade, ou seja, a jurisdição civil será regida 
pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções 
ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte (art. 13). Por regra, aos processos em curso no país aplicam-
se as normas processuais brasileiras, admitindo-se, excepcionalmente, aplicação de direito alienígena quando 
expressamente previsto em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados 
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
EM RESUMO: Como regra, a lei processual se aplica imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos praticados sob a égide da lei modificada ou revogada. 
 
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos 
pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
§ 1º As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos 
procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o 
início da vigência deste Código. 
§ 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos 
quais se aplicará supletivamente este Código. 
§ 3º Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo 
procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste 
Código. 
§ 4º As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam 
a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código. 
§ 5º A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da 
distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código. 
 
Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições 
do Código de Processo Civil lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Assim, temos que o CPC será 
aplicável subsidiariamente (quando não existe norma na legislação especial) ou supletivamente (quando existe 
norma, mas ela não é completa), quando houver lacuna nas normas específicas. 
 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art1218
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1045
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
9 Profª Juliana Pereira 
 
TÓPICO 2 
Da Jurisdição e Da Ação 
 
Jurisdição 
A jurisdição, que é exercida pelo Estado, é realizada através de um método, que podemos chamar de 
processo. Antigamente dizia-se que jurisdição é o poder de dizer o direito no caso concreto. Modernamente 
podemos dizer que a jurisdição é um poder, uma função e uma atividade do Estado. 
Poder → soberania do Estado, que o exerce através de Poder Judiciário, salvo exceções. 
Função → obrigação do Estado, de prestar a tutela jurisdicional, quando chamado. 
Atividade → realizada através de uma sequência de atos processuais. 
Conceito 
É uma atividade prestada pelo Estado, de aplicar o direito ao caso concreto, em que resolve uma crise 
jurídica de forma definitiva, vislumbrando a pacificação social. 
A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos Tribunais em todo o território nacional. 
Trata-se do princípio da investidura, ou seja, é exercida pelos juízes, que são investidos no cargo através 
de concurso público. É o chamado juiz natural, que tem o poder dado pela lei segundo as regras de competência 
para julgar uma causa. 
A expressão “em todo território nacional” relaciona-se com o princípio da aderência → a jurisdição é 
una e indivisível em todo território nacional. Existe uma repartição de competências, como exemplo, Justiça 
Comum e Justiça Especializada, mas não há hierarquia entre os juízes e Tribunais. 
O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei. Trata-se do princípio da inércia, ou seja, a jurisdição, em regra, só atua como chamada. 
 
ATENÇÃO!! 
Exceções à regra 
Em algumas situações, permite-se a atuação de ofício do juiz, de forma excepcional. O processo então, poderá 
ser iniciado por iniciativa do magistrado. Exemplo: art. 712 do CPC. 
 
O juiz, no processo, não pode se eximir de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico, conforme previsão do art. 140 do CPC. Trata-se do princípio da 
Licenciado para Mariana Morais dAvila - 04160094929 - Protegido por Eduzz.com
PROCESSO CIVIL - TJSC 
 
 
10 Profª Juliana Pereira 
indeclinabilidade/inafastabilidade da jurisdição, ou seja, o órgão jurisdicional quando provocado não pode se 
recusar a julgar. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento 
jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
 
Além disso, o juiz só decide a lide nos limites em que foi proposta e não pode, em regra, dar além do 
que lhe foi pedido. É o chamado princípioda congruência, adstrição ou correlação. 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de 
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
 
Por fim, é importante mencionar que a jurisdição poderá ser contenciosa ou voluntária. Dizemos que 
ela é contenciosa no sentido de que existe uma lide (conflitos de interesses), que será solucionado pela 
jurisdição através dos juízes. Distingue-se da voluntária, que pode ser conceituada como a administração 
pública de interesses privados (em tese não há lide). A jurisdição voluntária está disciplinada no Código de 
Processo Civil, a partir do artigo 719. 
Principais características da jurisdição: 
 
• Una: não se subdivide, não há hierarquia. 
• Inerte: só age quando provocada. 
• Substitutiva: atua em substituição das partes na composição dos litígios. 
• Imparcial: sem interesse no resultado da demanda. 
• Definitiva (produz coisa julgada). Coisa julgada é a decisão judicial de mérito por meio do qual não caiba 
mais recurso. 
 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão 
de mérito não mais sujeita a recurso. 
 
Da ação 
Conforme mencionado, a jurisdição é inerte e não pode ativar-se sem provocação, de modo que 
cabe ao titular da pretensão resistida invocar a função jurisdicional, a fim de que esta atue diante de um caso 
concreto. A ação, portanto, é o direito ao exercício da atividade jurisdicional. Mediante o exercício do direito 
de ação, provoca-se a jurisdição, que, por sua vez, se exerce através daquele complexo de atos que é o processo. 
O direito de ação é bifrontal, porque as partes no processo têm o direito de exercer posturas ativas no processo, 
como acionar, defender, recorrer, etc. 
Condições da ação 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
 
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11 Profª Juliana Pereira 
São requisitos para se obter um provimento sobre o mérito da pretensão. Se faltar uma delas o 
autor será carecedor da ação e o processo extinto sem resolução do mérito. 
Tais requisitos ou as condições da ação são analisados a partir da relação de direito material. 
São condições da ação o interesse e a legitimidade. 
a) Legitimidade (para causa): 
É a autorização para figurar corretamente em um dos polos da ação (pertinência subjetiva da 
ação). 
 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial. 
 
 
Excepcionalmente, admite-se a substituição processual (art. 18): o substituto é parte em nome 
próprio no lugar do substituído (titular do direito). Exemplo: Ministério Público propõe ação civil pública para 
defender direito difuso, nos termos do artigo 81 do Código de Defesa do Consumidor. 
Espécies de legitimidade: 
• Ordinária ou Extraordinária 
• Inicial e Superveniente 
• Originária e Sucessiva 
• Exclusiva e Concorrente 
• Autônoma e Subordinada 
Ordinária 
É a autorização genérica ao próprio titular do direito para defendê-lo em juízo. 
Extraordinária 
É a autorização legal expressa para que alguém, agindo em nome próprio, possa defender interesse alheio 
em juízo. Expressão sinônima: substituição processual. 
Exemplos 
• Sindicato pode defender em nome próprio direito alheio (Art. 8º, III, CF). 
• Sindicato (substituto) 
• Associados (substituído) 
• Ministério Público. 
• Fiscal da Lei 
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12 Profª Juliana Pereira 
• Parte → defende interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos (art. 81 CDC) através da 
ação civil pública (Lei nº 7.347/85) 
 
Inicial 
 É aquela que existe desde o início do processo. 
 
Superveniente 
 É aquela que surge durante o curso do processo. 
Exemplo 
Se o cidadão abandonar a execução da ação popular, o Ministério Público passa a ter legitimidade (no começo 
o Ministério Público nunca terá legitimidade). 
 
Originária 
É a reconhecida ao titular originário do direito. 
Exemplo 
O credor para a ação de cobrança. 
 
Sucessiva 
É a reconhecida aos sucessores do titular originário. 
Exemplo 
O espólio do credor. 
 
Exclusiva 
É a reconhecida a um único sujeito. 
Exemplo 
Ações personalíssimas, como por exemplo o divórcio. 
 
Concorrente 
É a reconhecida para dois ou mais sujeitos e que pode ser de duas espécies: 
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13 Profª Juliana Pereira 
• Concorrente Conjunta ➔ quando todos os legitimados tiverem que ir a juízo juntos, formando 
litisconsórcio necessário. Ex.: credores de uma obrigação indivisível e não solidária. 
• Concorrente Disjuntiva ➔ quando os legitimados podem agir em conjunto ou separadamente, 
formando litisconsórcio facultativo. Ex.: credores solidários e Ação Civil Pública. 
Autônoma 
É a autorização para figurar como parte principal (autor e réu). 
Subordinada 
É a que autoriza a ser parte secundária. 
Exemplo 
Assistente (hipótese de intervenção de terceiros). 
 
TERMINOLOGIAS 
• Substituição processual → o substituto é parte em nome próprio no lugar do substituído (titular do 
direito). 
 
• Sucessão processual → ocorre quando alguém passa a ocupar a posição processual de uma das partes 
originárias. O sucessor processual passa a ser parte no lugar do sucedido. 
• Representação processual → é um mecanismo usado para suprir a incapacidade civil de uma das partes 
ou sua impossibilidade. O representante processual não é parte, mas apenas um instrumento usado 
para a parte agir em juízo. Na representação processual alguém age em nome próprio por intermédio 
de outrem que é usado como um instrumento. Exemplo: o filho menor representado pela mãe move 
ação contra o pai. 
 
b) Interesse (de agir): 
 Decorre do trinômio: necessidade, adequação e utilidade do provimento jurisdicional postulado. 
Necessidade. A necessidade existe quando for impossível a solução extrajudicial, quer porque a 
parte contrária resiste, quer porque a lei proíbe. 
Adequação. Para que o provimento seja adequado é necessário que a via eleita pela parte, isto é, 
o tipo de ação escolhido, esteja correto, permitindo obter um resultado útil. Exemplo: se o contrato é de 
locação, a ação adequada é o despejo, se for ajuizada reintegração de posse faltará interesse de agir. 
Utilidade. Haverá utilidade quando o provimento jurisdicional criar uma situação jurídica mais 
vantajosa para o autor. 
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14 Profª Juliana Pereira 
As condições da ação são analisadas pelo juiz a partir das afirmações, das assertivas contidas na 
inicial (não precisam ser provadas). Trata-se da chamada TEORIA DA ASSERÇÃO. 
A teoria da asserção, na sua origem, dispensa a prova das condições da ação e se após a instrução 
do feito for verificado que as alegações da inicial não são verdadeiras, a ação é improcedente. 
ATENÇÃO!! 
NÃO CONFUNDIR CONDIÇÕES DA AÇÃO COM ELEMENTOS DA AÇÃO. 
Os elementos identificadores da ação são muito importantes para o processo civil, sendo inclusive requisitos 
da petição inicial, segundo artigo 319 do Código de Processo Civil. As partes no processo são todos que 
participam da relação jurídica processual e que se sujeitarão à autoridade do juiz. A causa de pedir são os fatos 
e fundamentos jurídicos. O Pedido é a pretensão material a ser formulada, pelo qual se pretende uma decisão 
do Estado-Juiz. 
Art.19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
 Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
Ação declaratória: é aquela que o pedido se restringe pela simples afirmação da existência de uma relação 
jurídica, direito ou obrigação. Exemplo: ação declaratória de paternidade. 
 
Resumindo: 
Conforme previsto no artigo 17 do CPC, para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 Profª Juliana Pereira 
TÓPICO 3 
Dos Limites da Jurisdição Nacional 
 
Competência é a medida de jurisdição de cada órgão judicial. A competência quantifica a jurisdição 
a ser exercida pelo órgão judicial singularmente considerado. Esse capítulo trata dos casos em que a jurisdição 
brasileira tem competência concorrente com a jurisdição estrangeira, e dos casos em que há competência 
exclusiva da jurisdição brasileira e nesses casos não se admite a homologação de sentença estrangeira no Brasil. 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
I I - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
I I I - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda 
ou obtenção de benefícios econômicos; 
I I - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
I I I - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
I I - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
I I I - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não ob sta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de 
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação 
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu 
na contestação. 
§ 1 o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas 
neste Capítulo. 
§ 2 o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
 
Nas hipóteses previstas nos artigos 21 e 22 do Código de Processo Civil, o Brasil tem competência 
concorrente com o tribunal estrangeiro. Nesses casos, a ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz 
litispendência e não impede a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são 
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16 Profª Juliana Pereira 
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no 
Brasil. Além disso, a pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença 
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
Exemplo: um mesmo processo pode estar apreciando mesma matéria no tribunal estrangeiro e no 
Brasil. 
Mas professora, nesse caso, qual decisão deve ser cumprida? 
R. aquela que primeiro transitar em julgado. Além disso, mesmo que haja um processo em curso 
no Brasil, não impedirá a homologação de sentença estrangeira para produzir efeitos no Brasil. 
No entanto, nas as hipóteses previstas no art. 23, a competência é exclusiva da jurisdição brasileira, 
não se admitindo homologação de sentença estrangeira. 
 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE (21,22) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (23) 
• Réu, qualquer nacionalidade, domiciliado 
no Brasil; 
• Obrigação a ser cumprida no Brasil; 
• FATO/ATO praticado no Brasil; 
• Alimentos: credor domicílio Brasil; 
• Alimentos: réu com vínculo no Brasil (ex.: 
bens, renda); 
• Relação de consumo (consumidor com 
residência no Brasil); 
• Ações que as partes se submetem, tácita ou 
expressamente, à jurisdição nacional. 
• Bens imóveis situados no Brasil; 
• Sucessão hereditária bens situados Brasil, 
ainda que o autor seja estrangeiro ou tenha 
domicílio fora do Brasil; 
• Divórcio/ Separação/Dissolução UE com 
partilha de bens situados Brasil, ainda que o 
autor seja estrangeiro ou tenha domicílio fora 
do Brasil. 
Da Cooperação Internacional 
Disposições Gerais 
A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao 
acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do 
Estado requerente; 
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17 Profª Juliana Pereira 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
Observação 
1. Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em 
reciprocidade, manifestada por via diplomática. Não se exigirá a reciprocidade para homologação de 
sentença estrangeira. 
2. Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que 
produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. 
3. O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação 
específica. 
A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial de urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
Do Auxílio Direto 
Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional 
estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, 
cabendo ao Estado requerente assegurar aautenticidade e a clareza do pedido. 
Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: 
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos 
ou jurisdicionais findos ou em curso; 
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de 
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com 
outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados 
e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. 
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18 Profª Juliana Pereira 
No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação 
jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. 
Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da 
União, que requererá em juízo a medida solicitada. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada 
quando for autoridade central. 
Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto 
passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
Da Carta Rogatória 
A carta rogatória é o meio de comunicação entre um tribunal estrangeiro e a jurisdição brasileira. 
O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e 
deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento 
judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. 
Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela 
autoridade judiciária brasileira. 
Disposições Comuns à Carta Rogatória e ao Auxílio Direto 
1. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente: 
- será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar 
andamento. 
2. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o 
instruem: 
- serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado 
requerido. 
Observação 
1. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à 
ordem pública. 
2. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta 
rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960. 
3. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive 
tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou 
por v ia diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Essa regra não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de 
tratamento. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art960
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19 Profª Juliana Pereira 
 
TÓPICO 4 
Competência 
A competência é a delimitação prévia, constitucional e legal da jurisdição, segundo critérios de 
especialização da justiça, distribuição territorial e divisão de tarefas. 
A jurisdição é exercida pelos juízes em todo território nacional. Sendo assim, todos os juízes têm 
jurisdição, ou seja, tem o poder de dirimir conflitos, aplicando a lei aos casos concretos. A jurisdição é una e 
indivisível em todo território nacional. No entanto, por uma questão organizacional, levando em conta diversos 
critérios, a lei distribuiu esse poder entre diversos órgãos. A competência, portanto, é a delimitação dos limites 
que cada juízo poderá atuar. É comum dizer que a competência é a “medida da jurisdição”. 
 
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado 
às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
Princípio do juiz natural 
O princípio do juízo natural pode ser vislumbrado sobre dois enfoques: 
a) proibição de tribunais de exceção e respeito às regras objetivas de determinação de 
competência → ENFOQUE OBJETIVO. 
Art. 5ª, XXXVII, da Constituição Federal 
“não haverá juízo ou tribunal de exceção”; 
 
Art. 5ª, LIII, da Constituição Federal 
 “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”; 
 
b) as partes não podem escolher o juízo em que vão demandar → ENFOQUE SUBJETIVO. 
É nesse sentido que se garante a imparcialidade do juízo. Inclusive, se a ação for extinta sem mérito 
e repetida com alteração parcial dos seus polos, será distribuída por dependência para o mesmo juízo, porque 
as partes não podem escolher o juízo que irão demandar. 
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: 
I I - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em 
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; 
Princípio da perpetuação da competência ou perpetuação da jurisdição 
 
A competência é determinada no momento da propositura da ação, sendo, pois, irrelevantes as 
alterações posteriores, salvo quando: 
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20 Profª Juliana Pereira 
a) suprimir órgão jurisdicional; 
b) alterar a competência absoluta. 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem 
órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
Regra 
Apenas a alteração de competência absoluta é capaz de excepcionar a regra da perpetuação da competência. 
Exemplo 
A Emenda Constitucional n. 45/2004 alterou as regras constitucionais de competência da Justiça do Trabalho, 
mas as novas regras não alcançam processos já sentenciados (súmula 367 STJ1). 
Regras de competência no Código de Processo Civil 
 
Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas 
normas previstas no Código de Processo Civil ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária 
e, ainda, no que couber, pelas Constituições dos Estados (art. 44). 
Na Constituição Federal, há distribuição de competência do Poder Judiciário Federal: 
• Supremo Tribunal Federal 
• Superior Tribunal de Justiça 
• Justiças Federais: Militar, Eleitoral, Trabalhista e Federal Comum. 
Observação 
A competência da Justiça Estadual é residual. 
Hipóteses em que o art. 109 da CF define a competência da Justiça Federal 
 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal 
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho 
de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
 
1 A competência estabelecida pela EC n. 45 /2004 não alcança os processos já sentenciados. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.jusbrasil.com/legislacao/96987/emenda-constitucional-45-04
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21 Profª Juliana Pereira 
I I - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo 
perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência 
para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas 
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja 
presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
 
O caput do art. 45 busca disciplinar as hipóteses em que o art. 109 da CF define a competência da Justiça 
Federal em confronto com os casos em que o processo originariamente tramita perante a Justiça Estadual. 
• Recuperação judicial e insolvência civil, por se tratarem de ações coletivas universais, que buscam 
unir todos os credores do devedor para “acertamento’ de seus créditos, deve ser considerado como 
competente o juízo universal e não a justiça federal. 
• O § 1º do art. 45 explicita que se houver pedidos que envolvam as demandas estabelecidas nos 
incisos do art. 45, não será possível a remessa dos autos ao juízo federal. 
• O § 2º explicita que havendo pedidos cumulados, se algum deles for da competência do juízo junto 
ao qual foi proposta a demanda (falência, por exemplo), não deverá ocorrer a remessa dos autos, 
cabendo ao juízo de origem julgar apenas aqueles pedidos que se incluem no âmbito de sua 
competência. 
→ É vedada a apreciação do mérito (pelo juízo comum) do pedido em que exista interesse da União 
Federal, de suas autarquias ou de suas empresas. 
Critérios para fixação da competência 
 
• Objetivo (pessoa, matéria, valor da causa) 
• Funcional 
• Territorial 
Pelo critério objetivo, se analisa os elementos da ação para determinação da competência, qual sejam: 
partes, pedido, causa de pedir. 
Pelo critério funcional, se analisa o conjunto de atribuições que as leis conferem a diversos órgãos 
judiciários que irão atuar no processo. 
Pelo critério territorial, se analisa a divisão da jurisdição em razão dos foros ou circunscrições judiciárias 
e, que está dividido o país. 
 
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22 Profª Juliana Pereira 
Competência em razão do valor da causa (critério objetivo) 
 
Esse critério não é adotado pelo Código de Processo Civil para fixação da competência, mas uma vez 
determinada a competência de foro, em razão do território, podem as normas de organização judiciária utilizar-
se o critério do valor da causa para criarem normas especiais de competência. A competência em razão do valor 
da causa está prevista em legislações especiais. 
O valor da causa é requisito obrigatório da petição inicial. 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
V - o valor da causa; 
 
Exemplos de competência em razão do valor da causa: 
1. Juizado Especial Cível Estadual, criado pela Lei nº 9.099/95. Conforme previsão do art. 3º, I, poderá julgar 
causas de valor igual ou inferior a 40 salários mínimos. 
 
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das ca usas cíveis 
de menor complexidade, assim consideradas: 
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; 
 
2. Juizado Especial Cível Federal, criado pela Lei nº 10.259/2001. Conforme previsão do art. 3º, poderá julgar 
causas que de valor igual ou inferior a 60 salários mínimos. 
 
ATENÇÃO!! 
A COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA É RELATIVA, SALVO DISPOSIÇÃO CONTRÁRIA NA LEI. 
EXCEÇÃO: 
O § 3º, do art. 3º, da Lei 10.259/2001, prevê competência territorial absoluta em razão do valor da causa quando 
existir Vara do Juizado Especial Cível Federal instalada. 
Competência em razão da matéria e em razão da pessoa (critério objetivo) 
 
Essas normas são também excluídas do Código de Processo Civil e determinadas pelas normas de 
organização judiciária. 
A competência em razão da matéria considera o direito material discutido e em regra fixada a partir da 
análise do pedido formulado pelo autor. 
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23 Profª Juliana Pereira 
• Justiças especializadas → militar, eleitoral e trabalhista. 
• Varas especializadas → cível, família, infância. 
Como exemplo, na Justiça Estadual de São Paulo, ações em que uma das partes é o Estado, é distribuída 
na Vara da Fazenda Pública (competência em razão da pessoa). 
A Constituição Federal adota critérios para definir a competência civil da Justiça Federal em razão da 
matéria (ratione materiae), em seu artigo 109, incisos III a XI e da pessoa (ratione personae), em seu artigo 109, 
incisos I, II e VIII. 
O artigo 114 da Constituição Federal determina a competência da Justiça do Trabalho → competência em 
razão da matéria, de natureza absoluta. 
 
ATENÇÃO!! 
A COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA SÃO ABSOLUTAS, PORQUE NÃO PODEM SER 
MODIFICADAS POR VONTADE DAS PARTES. 
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção 
das partes. 
Competência funcional 
 
O critério funcional para determinação de competência poderá ser dividido da seguinte forma: 
→Competência funcional pelas fases do procedimento: regulada pelo Código de Processo Civil, como por 
exemplo, a oitiva de testemunhas que se encontram fora da circunscrição territorial do juiz da causa. 
→Competência funcional originária e recursal dos tribunais: regida pelas normas das Constituições da 
República e dos Estados e pelas normas de organização judiciária. 
Regra geral, as ações são propostas em primeira instância (órgão monocrático), relegando-se ao tribunal 
apenas a competência recursal (órgão colegiado). Excepcionalmente, o tribunal desfruta de competência 
originária, como exemplo, a ação rescisória, que é processo de competência originária dos tribunais superiores. 
A competência funcional dos tribunais, é regulada pela Constituição Federal (artigos 102 e seguintes) e é 
chamada de competência hierárquica. 
ATENÇÃO!! 
A COMPETÊNCIA FUNCIONAL É ABSOLUTA. 
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24 Profª Juliana Pereira 
Competência territorial 
 
O Código de Processo Civil regula exaustivamente a competência territorial estabelecendo um foro geral 
ou comum e diversos foros especiais. 
Essa competência considera a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias. 
Foro é sinônimo de Comarca (São Paulo, Santos, Porto Alegre), enquanto que juízo é sinônimo de Vara 
(1ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, 2ª Vara de Família da Comarca de João Pessoa). 
Comarca no âmbito estadual designa-se Foro. 
Comarca no âmbito federal designa-se Seção Judiciária. 
A competência territorial, salvo exceções, pode ser modificada pela vontade das partes. 
ATENÇÃO!! 
A COMPETÊNCIA TERRITORIAL É RELATIVA, ou seja, pode ser modificada por vontade das partes (regra), 
salvo exceções previstas na lei. 
É a mais cobrada nas provas de processo civil 
 
 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde 
será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a 
determinado negócio jurídico. 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessoresdas partes. 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo 
juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob 
pena de preclusão. 
 
A competência pelo critério territorial (conforme regras dos artigos 46 até 53) fixa-se: 
- pelo domicílio das partes; 
- pela situação da coisa; 
- pelo lugar de certos atos ou fatos. 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, 
no foro de domicílio do réu. 
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou 
no foro de domicílio do autor. 
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do 
autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
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25 Profª Juliana Pereira 
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer 
deles, à escolha do autor. 
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde 
for encontrado. 
 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre 
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência 
absoluta. 
 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a 
arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha 
extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
I I - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
I I I - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também 
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. 
 
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou 
assistente. 
 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, 
no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 
 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito 
Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na 
capital do respectivo ente federado. 
 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união 
estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
I I - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
I I I - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade 
jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em 
razão do ofício; 
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IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito 
ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
 
Observações importantes 
1. As ações de direito pessoal estabelecem litígios em torno de questões obrigacionais, como exemplo, ação de 
indenização por perdas e danos, ação de despejo, ação de cobrança, ação declaratória de nulidade de cláusula 
contratual. 
 
2. Ações de direito pessoal excluem ações que discutem direitos reais, como por exemplo, propriedade, 
usufruto, habitação, conforme artigo 1.224 do Código Civil. 
 
QUADRO SINÓTICO: 
 
Direito pessoal ou em Direito real sobre bens móveis Domicílio do réu 
Direito real sobre imóveis Situação da coisa (competência absoluta) → se o 
litígio recair sobre direito de propriedade, vizinhança, 
servidão, divisão e demarcação de terras e de 
nunciação de obra nova 
Situação da coisa ou domicílio do réu ou pelo foro de 
eleição → se o litígio não recair sobre direito de 
propriedade, vizinhança, servidão, divisão e 
demarcação de terras e de nunciação de obra nova 
Ação possessória imobiliária Situação da coisa → competência absoluta 
Execução fiscal Domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar 
onde for encontrado 
Ausente réu Último domicílio 
 
Espólio réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro 
Domicílio do autor da herança 
Incapaz réu Domicílio de seu representante ou assistente 
União autora Domicílio do réu 
União demandada Domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato 
que originou a demanda, no de situação da coisa ou 
no Distrito Federal 
Estado ou DF autor Domicílio do réu 
Estado ou DF demandado 
Domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato 
que originou a demanda, no de situação da coisa ou 
na capital do respectivo ente federado 
 
 
Divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável 
 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
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b) do último domicílio do casal, caso não haja filho 
incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes 
residir no antigo domicílio do casal; 
 
Ré pessoa jurídica Lugar em que está a sede 
Estatuto do idoso Residência do idoso 
Reparação de dano por ato praticado em razão do 
ofício 
Sede da serventia notarial ou de registro 
Reparação de danos em razão de delito e acidente de 
veículos, inclusive aeronaves 
Domicílio do autor ou do local do fato 
Modificação da Competência 
 
A competência de um juízo pode ser modificada: 
a) conexão → pedido ou causa de pedir (decisão conjunta, salvo trânsito em julgado); 
b) continência → identidade de partes + causa de pedir, com pedido mais amplo; 
c) incompetência relativa → territorial/provocação; 
d) prevenção → o que conhece primeiro – juiz prevento (o que registrou ou distribuiu a petição inicial nos 
termos do art. 59); 
e) conflito de competência → suscitar ao tribunal; 
f) impedimento; 
g) suspeição. 
Conexão e Continência 
 
A competênciarelativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência (art. 54). 
A conexão (art. 55) e a continência (art. 56) alteram a competência por determinar a reunião das causas 
v inculadas perante o juízo prevento. 
A reunião das causas conexas ou continentes, em princípio, é obrigatória, mas norteia-se pelo binômio 
economia/harmonia. Logo, não haverá reunião se já houver sentença em uma delas ou for antieconômico. 
Há conexão quando 2 (duas) ou mais ações tiver em comum o pedido OU a causa de pedir. 
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Há continência quando entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa 
de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo 
à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão 
necessariamente reunidas (art. 57). 
• Quando a ação continente (mais ampla) for proposta antes da ação contida (menos ampla), esta 
será extinta através de sentença sem julgamento de mérito. 
• Quanto a ação continente (mais ampla) for proposta depois da ação contida (menos ampla), serão 
necessariamente reunidas. 
ATENÇÃO!! 
Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões 
conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de 
pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver 
sido sentenciado. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; 
I I - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de 
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e 
à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
 
Exemplo de ações conexas: 
Um propõe ação de despejo por falta de pagamento e outro propõe ação de consignação de pagamento 
dos alugueres; um propõe ação de investigação de paternidade e outro propõe ação de alimentos. 
Exemplo de ações continentes: 
Um propõe ação de anulação de contrato e outro propõe anulação de uma cláusula do mesmo contrato. 
 
Observações: 
• A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas 
simultaneamente (art. 58). 
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29 Profª Juliana Pereira 
• O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo (art. 59). 
• Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a 
competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel (art.60). 
• A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal (art. 61). Exemplo: 
tutela provisória de urgência cautelar antecedente. 
Competência absoluta e relativa 
 
A competência absoluta é fixada por norma cogente e a princípio não pode ser alterada. O juiz pode 
reconhecê-la de ofício. Pode ser alegada a qualquer tempo pelas partes e autoriza ação rescisória. Não se altera 
pela vontade das partes, tampouco por conexão ou continência. 
A competência relativa é fixada por normas dispositivas, que podem ser alteradas pela vontade das partes 
(foro de eleição) ou por fenômenos processuais (continência, conexão e prorrogação da competência). Uma 
vez reconhecida, os autos são encaminhados para o juízo competente, mas não há que se falar, contudo, em 
nulidade dos atos decisórios. Em regra, o juiz não pode reconhecer de ofício, com exceção do disposto no art. 
63, § 3º do CPC que prevê que “a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício 
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu”. 
A incompetência, seja ela absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação (art. 
64 e art. 337, II). 
Os atos praticados pelo juízo cuja incompetência é posteriormente reconhecida, não são 
necessariamente inválidos, podendo o juízo competente aproveitá-los (art. 64, § 4º). 
A incompetência relativa poderá ser alegada pelo Ministério Público nas causas que atuar (art. 65, 
parágrafo único). 
Regra geral, a competência em razão da matéria, pessoa ou função é absoluta e a competência em razão 
do valor e território é relativa, salvo exceções. 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA 
Em razão da matéria Territorial 
Exceções: ações fundadas em direito real sobre imóveis e 
ação possessória imobiliária (art.47), ação civil pública (Lei 
nº 7.347/85, art. 2º) 
 
Em razão da pessoa 
 
Em razão do valor da causa 
Exceção: Juizados Especiais Cíveis Federais, art. 3º da Lei 
nº 10.259/2001 Funcional 
Prevenção 
 
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30 Profª Juliana Pereira 
A prevenção significa a definição prévia de competência de uma determinada de determinado órgão 
jurisdicional em razão de circunstâncias relativas à demanda ou recurso anteriormente a ele distribuído. 
 A prevenção definirá o juízo para qual serão distribuídas, por dependência, novas ações, nos termos do 
artigo 286 do Código de Processo Civil e quando ocorrer a prorrogação da competência em razão da conexão 
ou da continência. 
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: 
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; 
I I - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que 
em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; 
I I I - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento. 
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação 
objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. 
 
O juízo prevento será sempre aquele que primeiro registrou ou distribuiu a petição inicial. 
 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 
 A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas 
simultaneamente. 
Da Incompetência 
 
A incompetência absoluta deve ser reconhecida de ofício pelo juiz e arguida pela parte como preliminar 
de contestação. 
A incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e deve ser arguida pela parte como 
preliminar de contestação, sob pela de prorrogação (art. 65). 
O juiz deve dar a parte contrária oportunidade para se manifestar e decidir imediatamente. 
Se o juiz se declarar incompetente, os autos (processo), serão remetidos para o juízo competente. 
 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
§1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
§2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. 
§3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. 
§4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo 
incompetente até que outraseja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art55§3
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Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de 
contestação. 
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que 
atuar. 
Conflito de competência 
 
Há conflito de competência quando 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo) 
ou se consideram incompetentes (conflito negativo) e também no caso de controvérsia acerca da reunião ou 
separação de processos. 
O juiz que receber o processo e não aceitar a competência declinada pelo outro juiz deve suscitar conflito 
e competência a ser decidido pelo tribunal. 
 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
I I - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; 
I I I - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a 
atribuir a outro juízo. 
 
 
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32 Profª Juliana Pereira 
TÓPICO 5 
Sujeitos do Processo 
 
A relação jurídica processual é o conjunto de situações jurídicas ativas e passivas que envolvem os sujeitos 
do processo. Em regra, faz parte dessa relação o autor, o juiz e o réu. No entanto, os peritos, o escrivão, o 
Ministério Público e os terceiros intervenientes também se incluem nesse conceito, pois integram a relação 
jurídico processual. 
Teoria triangular  os vínculos se estabelecem entre os três sujeitos, do autor com o Juiz, o autor e o réu, 
e o Juiz e o réu. 
 Juiz 
 
 
 
 Autor Réu Réu 
 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
 
Capacidade de ser parte: tem capacidade de ser parte quem é sujeito de direitos e obrigações na órbita 
civil, ou seja, as pessoas naturais e jurídicas. 
ATENÇÃO!! 
Não confundir: 
 
Capacidade para estar em juízo (capacidade processual)  essa capacidade pressupõe capacidade civil. Se a parte 
for incapaz deve ser representada. Se relativamente incapaz deve ser assistida. 
Capacidade de ser parte  essa capacidade tem toda pessoa que se encontrar no exercício dos seus direitos por 
si só. 
A capacidade processual pressupõe a capacidade de ser parte, mas a recíproca não é verdadeira. Nem 
todo aquele que tem capacidade para ser parte, terá capacidade processual. Exemplo: os absolutamente 
incapazes têm capacidade para ser parte, mas não tem capacidade para estarem em juízo, devendo ser 
representados pelos seus pais, tutores ou curadores. 
Como nem todos terão capacidade para estar em juízo e para proporcionar pleno acesso à justiça, a lei 
criou os institutos da representação, assistência e curadoria especial. 
Representação processual → é um mecanismo usado para suprir a incapacidade civil de uma das partes 
ou sua impossibilidade. O representante processual não é parte, mas apenas um instrumento usado para a 
parte agir em juízo. Na representação processual alguém age em nome próprio por intermédio de outrem que 
é usado como um instrumento. Exemplo: o filho menor representado pela mãe move ação contra o pai. 
 
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33 Profª Juliana Pereira 
Conforme prevê o art. 72 do Código de Processo Civil, o juiz nomeará curador especial ao: 
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto 
durar a incapacidade; 
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for 
constituído advogado. 
Observação: A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. 
Capacidade processual dos cônjuges 
 
As pessoas casadas têm capacidade processual plena, mas em alguns casos específicos dependerão da 
outorga do cônjuge para agir em defesa de seus direitos ou para se defender em juízo, conforme art. 73 do 
Código de Processo Civil. 
 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real 
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separaçã o absoluta 
de bens; 
I I - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um 
ou de ambos os cônjuges. 
§2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas 
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 
§3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um 
dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o 
processo. 
 
A falta de autorização ou da outorga não suprida pelo juiz, quando necessária, invalida o processo (art. 
74, parágrafo único). 
Capacidade processual dos entes referidos no art. 75 
 
As entidades mencionadas no art. 75 têm representação necessária, nos temos da lei, tanto quando 
postularem em juízo na qualidade de autoras, como também quando forem rés. 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art73
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34 Profª Juliana Pereira 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; 
I I - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
I I I - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VI I - o espólio, pelo inventariante; 
VI II - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa 
designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela 
pessoa a quem couber a administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou 
sucursal aberta ou instalada no Brasil; 
X I - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
§1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual 
o espólio seja parte. 
§2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua 
constituição quando demandada. 
§3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber 
citação para qualquer processo. 
§4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso

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