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IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA DE Chlamydia trachomatis

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
MINISTRO PETRONIO PORTELA 
CURSO TECNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNOFLUORECÊNCIA DIRETA DE Chlamydia 
trachomatis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO 
 
 
 
 
 
 
MARIA EDUARDA FERREIRA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
Parnaíba 
2017 
 
 
 
 
IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA DE Chlamydia 
trachomatis 
 
 
 
 
 
 
 
Por 
 
 
 
 
Maria Eduarda Ferreira de Araújo 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado ao Curso Técnico de Análises 
Clínicas, do Centro Estadual de Educação Profissional Ministro Petrônio 
Portela, como requisito parcial para obtenção do grau de 
Técnico em Análises Clínicas. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Aline Veras Aurélio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parnaíba, Piauí, Brasil 
2017 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO 
 
Instituição de Ensino 
Centro Estadual de Educação Profissional Ministro Petrônio Portela (CEEP-MPP) 
 
 
 
Direção do CEEP 
Diretor: Prof.ª Ana Andreia Albuquerque 
Vice-Diretor: 
Coordenador de Curso: Prof.ª Aline Veras Aurélio 
 
 
 
Empresa/Local de Estágio 
Nome: Lab. São Vicente 
Endereço: Rua Almirante Gervasio Sampaio, 836, Centro 
Município: Parnaíba-PI 
Telefone: (86) 3322-1415 
Endereço Eletrônico: não possui 
 
 
 
Estagiário 
Nome: Maria Eduarda Ferreira de Araújo 
Endereço: Rua Edgar Barroso N 226 
Município: Parnaíba-PI 
Telefone: 99548-4396/98185-0296 
Endereço Eletrônico: mariaeduardafdearaujo@gmail.com 
 
 
 
Estágio 
Professor Orientador: Aline Veras Aurélio 
Supervisor na Empresa: Dr. Sergio Thomaz Cajubá de Britto Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................1 
HISTORICO DA EMPRESA.......................................................................................1 
REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................2 
RELATO DAS ATIVIDADE DESENVOLVIDAS......................................................4 
CONCLUSÃO................................................................................................................4 
REFERENCIAS..............................................................................................................5 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A Chlamydia trachomatis(CT) é uma bactéria Gram negativa, intracelular obrigatória, 
sexualmente transmissível, com maior frequência em países desenvolvidos, causa 
doenças como Linfogranuloma Venéreo (LCV), tracoma, conjuntivite de inclusão, 
doenças no trato urogenital e pneumonia em recém-nascidos, tendo maior impacto no 
sistema reprodutivo das mulheres, podendo deixa-las inférteis. 
A transmissão pode ocorrer pelo contato sexual sem uso de preservativo como pelo 
contado da mucosa com outra área afetada ou ainda no parto, pelo contato com o canal 
cervical infectado, o que é o caso dos recém-nascidos. Tem maior frequência em mulheres 
com mais de um parceiro e adolescentes sexualmente ativas. 
Em cerca de 50% dos homens e 70% das mulheres a infecção é assintomática. No homem, 
a CT é responsável por cerca de 30% a 50% dos casos de uretrite não 5 gonocócica e 
quando não-tratada, pode levar à síndrome de Reiter. Na mulher, a infecção genital pode 
ocasionar salpingite, cervicite, uretrite, endometrite, doença inflamatória pélvica (DIP), 
infertilidade e gravidez ectópica. Quando sintomática, pode-se observar corrimento 
vaginal, disúria e sangramento depois de relações sexuais. Em mulheres grávidas, a 
infecção pode acarretar problemas como parto precoce, morte neonatal e doença 
inflamatória pélvica pós-parto. 
Estima-se que em 1999 houveram cerca de 92 milhões de novos casos de infecção por 
Chlamydia trachomatis no mundo, sendo 9,5 milhões ocorridos na américa latina e no 
Caribe. Nos Estados Unidos essa infecção é mais comum que qualquer outra doença 
sexualmente transmissível, já no Brasil não se encontra muitos dados que registrem 
infecções causadas por essa bactéria. 
A Chlamydia trachomatis é uma bactéria imóvel, com ciclo de desenvolvimento bifásico 
e replicação dentro de vacúolos na célula hospedeira, desenvolvendo inclusões 
citoplasmáticas características. Ao longo desse ciclo pode-se encontrar duas formas bem 
distintas são elas os corpos elementares, que consiste na forma infecciosa, adaptada à vida 
extracelular, e os corpos reticulares, que equivale a forma metabolicamente ativa e não 
infecciosa da Chlamydia trachomatis. 
Entre as formas de diagnóstico para detecção direta da Chlamydia está a cultura, a 
imunofluorescência direta, imunofluorescência indireta, o enzimoimunoensaio, a 
microimunofluorescência indireta e as técnicas de amplificação de ácidos nucléicos. 
Dentre as técnicas citadas o presente relatório irá tratar das vantagens e desvantagens do 
diagnostico por imunofluorescência direta, que consiste na visualização direta da C. 
trachomatis por coloração com anticorpos marcados. 
 
 
2 HISTÓRICO DA EMPRESA 
 
 
O laboratório São Vicente foi fundado pelo farmacêutico Vicente de Paulo Costa em 
1953, tendo como endereço inicial a Praça Lima Rebelo, N° 1042. Atualmente localiza-
se na rua Almirante Gervasio Sampaio, número 836, bairro Centro. 
Funciona de 7 horas ás 17 horas e realiza exames nas áreas de hematologia, bioquímica, 
parasitologia e uranálises. Efetua exames particulares e pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS), atende também aos hospitais Santa Casa da Misericórdia e Nossa Senhora de 
Fátima. 
 
1 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
Inicialmente classificada como um vírus, a Chlamydia trachomatis é uma bactéria 
intracelular obrigatória incapaz de produzir sua própria energia usando assim o ATP e 
outras substancias produzidos pela célula hospedeira para suprir-se, por possuir uma 
parede celular, DNA, RNA e ribossomo, foi posteriormente reclassificada como bactéria 
(Silva, 1999). Sua parede celular possui uma estrutura trilaminar rígida, parecida com as 
da bactérias gram-negativas, e por isso, mesmo não sendo possível sua coloração pelo 
método de Gram é classificada como gram-negativa (SILVA FILHO, 2000). A parede 
externa da CT possui muitas proteínas antigênicas, que incluem uma proteína maior de 
membrana denominada MOMP (major outer membrane protein) e ainda proteínas 
responsáveis pela ligação da bactéria com células eucariontes que são proteínas de 31 e 
18 kd. (SILVA, 1999) 
 
As mais comuns alterações clínicas que a Chlamydia trachomatis pode causar são: 
bartolinite; endocervicite; síndrome uretral aguda, caracterizada por disúria, polaciúria e 
piúria em mulheres com urocultura negativa; doença inflamatória pélvica, que pode ter 
como sequela a infertilidade; infecções neonatais, mais comum nos partos vaginais e 
síndrome de Fitz-Hugh-Curtis, processo inflamatório agudo peri-hepático. Por não se 
desenvolver no epitélio vaginal a C. trachomatis não causa vaginite (GIRALDO, 2000) 
Possui quinze sorotipos diferentes são eles: A, B, Ba, C, L1, L2, L3, D, F, G, H, I, J e K. 
Sendo os tipos A, B, Ba, C ligados ao tracoma endêmico; L1, L2, L3 relacionados ao 
LCV; D, F, G, H, I, J e K associados a infecções genitais e em neonatos. (CAMPOS, 
1986; WARD, 1995) 
 
A CT é uma bactéria imóvel, com ciclo de desenvolvimento bifásico e replicação dentro 
de vacúolos na célula hospedeira, formando inclusões citoplasmáticas características. Ao 
longo do ciclo encontram-se duas formas bem distintas: os corpos elementares (CE) e os 
corpos reticulares (CR). Os corpos elementares é a forma infecciosa, adaptada à vida 
extracelular e dão partida o processo de infecção da célula epitelial através de receptores 
superficiais. Depois da adesão, os CE penetram na célula por endocitose e ficam em 
vacúolos intracelulares chamados corpos de inclusão. Por volta de oito horas após a 
entrada na célula,os CE mudam para uma forma metabolicamente ativa originando os 
CR, os quais estão adaptados à multiplicação intracelular e replicam-se por divisão 
binária, completando-se o ciclo dentro do endossoma. O CR é maior em tamanho e mais 
rico em RNA; é a forma metabolicamente ativa e não infecciosa da CT. Em 24 a 72 horas 
o CR retorna à forma CE, formando vacúolos contendo de 100 a 1.000 CE. Quando estes 
vacúolos substituem quase todo o citoplasma da célula hospedeira, ocorre lise e 
lançamento de CE para o meio extracelular, podendo dar início a um novo ciclo de 
infecção (Arráiz et al., 2008; Poiares et al., 2008). 
 
Uma das técnicas laboratoriais mais utilizada por seu baixo custo e rápido resultado (cerca 
de 30 minutos) é a imunofluorescência direta, que utiliza anticorpos monoclonais 
marcados com fluorescência (ALENCAR et al., 1993). A técnica baseia-se na 
visualização da bactéria por meio de um anticorpo monoclonal combinado com 
florescência. O anticorpo reage com a principal proteína na membrana externa (MOMP) 
ou lipopolissacarídeos (LPS) dos corpos elementares e dos corpos reticulares, e permite 
detectar os 15 sorotipos da CT, sendo que o MOMP oferece um resultado mais confiável, 
por ser mais especifico, já o LPS favorece reações cruzadas com outras bactérias ou 
2 
3 
 
 
subtipos da Chlamydia. Quando depositado numa lâmina com a amostra o anticorpo reage 
com antígeno presente na amostra. Observada no microscópio de fluorescência a C. 
trachomatis apresenta uma fluorescência verde-maçã, sobre um fundo contra corado em 
vermelho. (BIO-RAD®, SEADI et al., 2002) Apresenta uma sensibilidade que varia de 
80,0% a 90,0%, e uma especificidade de 98,0% a 99,0% em relação à cultura quando 
ambas são realizadas em condições ótimas (BLACK, 1997). A desvantagem do método é 
a necessidade de um microscopista treinado e a dificuldade em se processar uma grande 
quantidade de amostras. A prática na interpretação da imunofluorescência é essencial, 
pois pode ocorrer a ligação inespecífica do anticorpo a outros microrganismos, levando a 
um resultado falso-positivo (SEADI et al., 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 RELATO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 
 
As atividades realizadas durante o período de estágio na sala de coleta foram punção 
venosa, punção capilar para realização de coagulograma, esfregaço sanguíneo, 
recebimento de amostras de fezes e urina e identificação de laminas, tubos e amostras 
recebidas. 
 
 Na área de hematologia foi efetuada leitura de VHS, dosagem de hemoglobina e 
leucócitos, coloração das laminas e a tipagem sanguínea, que é feita colocando-se o 
sangue em uma placa escavada, uma gota de sangue para cada reagente, na primeiro gota 
adicionava-se o reagente anti-A, na segunda o reagente anti-B e na terceira o anti-D, para 
a determinação do fator Rh, homogeneíza-se cada gota com seu respectivo reagente e 
observa se em quais acontece aglutinação. 
 
No setor de bioquímica as atividades realizadas foram: centrifugação das amostras para a 
separação do soro e do plasma, dosagem de glicose, colesterol, triglicérides, ureia, 
creatinina, TGO, TGP, cálcio, magnésio, bilirrubina, gama-GT, entre outros. 
Em parasitologia foi realizado o método de Hoffman, após a sedimentação das fezes, era 
realizada a confecção das laminas colocando uma gota do sedimento, uma gota de lugol 
e uma lamínula em seguida. 
 
Na parte de uranálises fazia-se o exame físico e químico da urina, observando a cor e 
aspecto da mesma e fazendo-se a leitura das tiras reagentes, que eram mergulhadas na 
urina para determinar o pH, a presença de leucócitos, de sangue e hemoglobina, a 
densidade da urina, a presença de glicose, de proteínas, de cetonas, de nitrito e de 
bilirrubina. Após a leitura das tiras reagentes, levava-se as amostras para centrifugação e 
logo após fazia-se a confecção das laminas para analise em microscópio. 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
 
A imunofluorescência direta é um procedimento eficiente e rápido para a detecção da 
Chlamydia trachomatis, muito utilizado por ser um método barato se comparado as 
técnicas modernas e mais rápido que as técnicas convencionais, como a cultura. Por meio 
da imunofluorescência direta pode-se chegar a um diagnóstico de infecção por CT em 
aproximadamente 30 minutos, possibilitando ainda avaliar simultaneamente a adequação 
da amostra e a presença dos antígenos MONP e LPS, permitindo a identificação de seus 
diferentes sorotipos. 
 
A desvantagem do método está na dificuldade de se processar um grande número de 
amostras e a necessidade de um microscopista experiente e habituado a técnica, pois pode 
haver ligações inespecíficas dos anticorpos a outros corpos presentes na amostra 
induzindo assim a um resultado de falso-positivo. 
 
O estágio é de grande importância para a formação do técnico em análises clínicas, pois 
possibilita a prática do que foi aprendido em sala de aula, e além disso permite que se 
adquira experiência e mais conhecimento da rotina laboratorial. 
4 
 
 
6 REFERÊNCIAS 
 
 
ALENCAR, A. A. F.; FERREIRA, L. C. L.; LOUREIRO, J. A. S. Detecção de 
Chlamydia trachomatis por imunofluorescência direta em esfregaços 
endocervicais. Rio de Janeiro: Ed J. Bras. Ginecol, 1993. 
 
BLACK, M.C. Current methods of laboratory diagnosis of Chlamydia trachomatis 
infections. Clin. Microbiol, 1997. 
 
CAMPOS, E. P. As Chamydias, São Paulo, 1986 
 
SILVA, C. H. P. M. Chlamydia, Mycoplasma e Rickettsia, Rio de Janeiro: 
EdEventos, 1999. 
 
WARD, M. E. The immunobiology and imunopathology of Chlamydial infections, 
Copenhagem: EdAPMIS, 1995. 
 
ARRÁIZ N., MARCUCCI R., URDANET B, COLINA S., ROMERO Z. Diagnóstico 
molecular en la evaluación de infecciones urogenitales por Chlamydia trachomatis. 
Revista de Obstetricia y Ginecología de Venezuela. 2008 
 
POIARES L. A., SANDRINI F., OSÓRIO P. S., LARGURA Á., SIMÃO R. C. G. 
Validação do método de detecção de Chlamydia trachomatis por Reação em 
Cadeia da Polimerase em tempo real. Rev. bras anal clin. 2008. 
 
BIO-RAD LABORATORIES. Pathfinder Chlamydia trachomatis direct specimen, 
30704. Califórnia, 2003. 
 
SEADI CF, Oravec R, Poser B von, Cantarelli VV, Rossetti ML. Laboratory diagnosis 
of Chlamydia trachomatis infection: advantages and disadvantages of the tests. 
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2002 
 
GIRALDO PC, Simões JA. Clamídia e micoplasmas. In: Halbe HW. Tratado de 
ginecologia. 3a ed. São Paulo: Roca; 2000. 
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