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Disciplina: Teoria das Estruturas II Aula 3: Método das Forças – Temperatura & Recalque nos apoios Apresentação Nesta aula veremos que a variação de temperatura (d ) e/ou os recalques de apoios (d ) provocam deformações e esforços internos em estruturas hiperestáticas. Usaremos o Método das Forças para resolver essa estrutura. Em uma estrutura isostática as variações de temperatura e recalque só acarretam deformações da estrutura, sem gerar esforços internos; já nas hiperestáticas, as vinculações adicionais impediriam esse deslocamento livre, gerando esforços internos e reações diferentes de zero. iT ir Objetivos • Resolver estruturas hiperestáticas devido a variações de temperaturas (d ) e/ou recalques de apoios (d ), usando o Método das Forças; • Traçar os diagramas solicitantes devido a variações de temperaturas (d ) e/ou recalques de apoios (d ). iT ir iT ir Variação de temperatura & recalques de apoio No caso de querermos resolver uma estrutura hiperestática para uma variação de temperatura e/ou para recalques de apoios, teremos tão somente que substituir (ou somar) os d (deformações, no estado zero – só carga) por d e/ou d .i0 iT ir Temperatura A variação de temperatura provoca deformação e esforços internos em estrutura hiperestática. As solicitações térmicas são de grande importância para o dimensionamento de uma estrutura. Vejamos a seguir a fórmula para calcular a variação de temperatura: = E [ Ami + α tg Ani]δiT Jc α ΔTh Onde: E ➔ Módulo de elasticidade longitudinal do material; J ➔c Momento de inércia da seção transversal em relação a seu eixo neutro (uma inércia arbitrária, chamada inércia de comparação (que usualmente é arbritada à menor das inércias das barras)); a ➔ Módulo de elasticidade longitudinal do material; h ➔ Altura da seção transversal; Dt ➔ ti – te ti = temperatura nas fibras internas, te = temperatura nas fibras externas. tg ➔ Variação de temperatura no centroide da seção transversal. Tg = (te + ti) / 2 Ami ➔ Área do diagrama do momento fletor (DMF); Ani ➔ Área do diagrama do esforço normal (DEN). Recalques de apoios A solicitação de recalque de apoio é semelhante à de variação de temperatura, cujo o apoio sofra um recalque conhecido, indicado na estrutura. Se quisermos calcular a estrutura, temos: = −E [ Ripi] = −E [ (Mpm + V pv + Hph)]δiT Jc ∑ Jc ∑ Onde: E ➔ Módulo de elasticidade longitudinal do material; J ➔c Momento de inércia da seção transversal em relação a seu eixo neutro (uma inércia arbitrária, chamada inércia de comparação (que usualmente é arbritada à menor das inércias das barras)); r ➔ recalques; Será explicado detalhadamente pelos exercícios resolvidos a seguir. Exercícios resolvidos Nestes exemplos a nomenclatura de Momento de Inércia será a letra J. Exemplo 1 Obter os diagramas solicitantes e as reações de apoio da viga abaixo, conforme mostra a Figura 1. Dados: • Seção da viga de 6m de comprimento (barra 1): 20cm x 50cm (b x h). • Seção da viga de 8m de comprimento (barra 2): 40cm x 80cm (b x h). E = 8 x 10 kN/m a = 10 /°C 6 2 -5 Figura 1 – Viga com temperatura externa de -16ºC e temperatura interna de 8ºC 1º Passo: Calcular o grau hiperestático (g) da viga G = I – E – R G = 5 – 3 – 0 = 2 ➔ estrutura duas vez hiperistática que desejamos resolver (X1 e X2). Logo o sistema será: e e d1t + d11 X1 + d12 X2 = 0 d2t + d21 X1 + d22 X2 = 0 2º Passo: Sistema Principal (S.P.) Escolher uma estrutura isostática. Colocar os nomes nas barras e nos apoios, para facilitar os cálculos e indicar X1 e X2, conforme a Figura 2. Figura 2 – Sistema Principal. Uma estrutura isostática com X1 e X2 3º Passo: Calcular o comprimento elástico das barras O comprimento elástico das barras: = LL′ Jc J Onde: L’ = comprimento elástico; L = comprimento da barra; Jc = menor momento de inércia de toda a estrutura; J = menor momento de inércia de toda a estrutura;Altura da seção transversal; Calculando o momento de inércia das barras: J =viga barra1 bh /12 = 0,2 x 0,5 /12 = 0,002083m3 3 4 J =viga barra2 bh /12 = 0,4 x 0,8 /12 = 0,017067m3 3 4 Calculando o L’ das barras: Barra 1 ➔ L’ = 6 x 0,002083/0,002083 = 6m1 Barra 2➔ L’ = 8 x 0,002083/0,017067 = 0,9764m2 4º Passo: Estado 1 (só X1) Carga de 1 kN no X1 (no hiperestático), Figura 3. Figura 3 – Diagrama de momento fletor (M1), com a carga de 1kN no X1 5º Passo: Estado 2 (só X2) Calcular as reações de apoio e desenhar o diagrama de momento fletor com a carga de 1kN no X2 (no hiperestático), Figura 4. Figura 4 – Diagrama de momento fletor (M2), com a carga de 1kN no X2 6º Passo: Calcular as E J d Fazemos a multiplicação dos momentos fletores, de cada barra, usando a Tabela de Kurt Beyer. c Barra 1: L’ de 6m com triangulo (6kNm) x triângulo (6kNm). = xδ11 M1 M1 L' M = x 6 x 6 x 6 = 7213 M̄̄̄̄ 1 3 Barra 2: L’ de 0,9764m com trapézio (6kNm a 14kNm) x trapézio (6kNm a 14kNm). x L' [ (2 x MA +MB) + (2 x MB + MA) ]16 MA ¯ ¯¯̄ ¯̄ MB¯ ¯¯̄ ¯̄ x 0, 9764[ (2 x 6 + 14) + (2 x 14 + 6) ] = 102, 8516 6̄̄̄ 14 ¯ ¯¯̄ =δ11 174,85 d12 = d21 Multiplicar o momento fletor do Estado 1 com o momento fletor do Estado 2: = = xδ12 δ21 M1 M2 Barra 1 = 0; Barra 2: L’ de 0,9764m com trapézio (6kNm a 14kNm) x triângulo (8kNm). = x L' x M x (MA + 2MB)16 = x 0, 9764 x 8 x (6 + 2 x 14) = 44, 2616 = = 44, 26δ12 δ12 d22 Multiplicar o momento fletor do Estado 2 com o momento fletor do Estado 2: = xδ22 M2 M2 Barra 1 = 0; Barra 2: L’ de 0,9764m com triângulo (8kNm) x triângulo (8kNm). L'M = x 0, 9764x8x8 = 20, 8313 M̄̄̄̄ 1 3 = 20, 83δ22 δ1t Temperatura para o estado 1. = E [ Ami + a tg Ani]δ1T Jc aΔTh Δt = 8 – (-16) = 24ºC Am = 18m2 (barra1) + 80m2 (barra2) [𝛼 𝑡𝑔 𝐴𝑛𝑖] = 0 → esse trecho é igual a 0, porque não tem esforço normal. h = 0,5m h = 0,8m barra1 barra2 Barra 1: = 8x x0, 002083 [ x18] = 143, 98δ1T 106 x2410 −5 0,5 Barra 2: = 8x x0, 002083 [ x80] = 399, 94δ1T 106 x2410 −5 0,8 = 543, 92δ1T d2t Temperatura para o estado 2. = E [ Ami + a tg Ani]δ1T Jc aΔTh Δt = 8 – (-16) = 24ºC Am = 0 m2 (barra1)+ 32m2 (barra2) [𝛼 𝑡𝑔 𝐴𝑛𝑖] = 0 esse trecho é igual a 0, porque não tem esforço normal. h barra1 = 0,5m h barra2 = 0,8m Barra 1= 0 Barra 2: δ2T=8x106 x 0,002083 x 10-5 x 240,8 x 32=159,97 δ2T=159,97 7º Passo: Sistema Montar o sistema para achar X1 e X2. d1t + d11 X1 + d12 X2 = 0 d2t + d21 X1 + d22 X2 = 0 543,92 + 174,85 X1 + 44,26 X2 = 0 159,97 – 44,26 X1 + 20,83 X2 = 0 Resolvendo: X1 = -2,53kN X2 = -2,31kN deu negativo, significa que o sentido de X1 e X2 está contrário (é para baixo). Voltamos à estrutura hiperestática e colocamos os valores de X1 e X2, conforme a Figura 5. Figura 5 – Estrutura original (hiperestática) com os valores de X1 e X2 Agora calculamos as reações de apoio (Figura 6 e Figura 7) e desenhamos os diagramas solicitantes. Figura 6 – Diagrama de Esforços Cortantes (DEC) na estrutura original (hiperestática) Figura 7 – Diagrama de Momento Fletor (DMF) na estrutura original (hiperestática) Exemplo 2 Obter os diagramas solicitantes e as reações de apoio do pórtico abaixo, conforme mostra a Figura 8. Dados: Temperatura externa (Te) = 35ºC Temperatura interna (Ti) = 10ºC Seção da viga: 20cm x 40cm (b x h) Seção dos pilares: 20cm x 30cm (b x h) E = 3000MPa a = 10 /°C-5 Figura 8 – Pórtico com temperatura externa de 35ºC e temperatura interna de 10ºC 1º Passo: Calcular o grau hiperestático (g) da viga: Ge = I – E – R Ge = 4 – 3 – 0 = 1 estrutura uma vez hiperistática, que desejamos resolver (X1). Logo o sistema será: d1t + d11 X1 = 0 2º Passo: Sistema Principal (S.P.) Escolher uma estrutura isostática. Colocar os nomes nas barras e nos apoios, para facilitar os cálculos e indicar X1, conforme a Figura 9. Figura 9 – Sistema Principal. Uma estrutura isostática com X1 3º Passo: Calcular o comprimento elástico das barras O comprimento elástico das barras: L' = L Jc J Onde: L’ = comprimento elástico; L = comprimentoda barra; Jc = menor momento de inércia de toda a estrutura; J = J = menor momento de inércia de toda a estrutura;Altura da seção transversal; Calculando o momento de inércia das barras: PILAR bh /12 = 0,2 x 0,3 /12 = 0,00045m 3 3 4 J =VIGA bh /12 = 0,2 x 0,4 /12 = 0,001067m3 3 4 Calculando o L’ das barras: Barra 1 ➔ L’ = 3 x 0,00045/0,00045 = 3m1 Barra 2 ➔ L’ = 6 x 0,00045/0,001067 = 2,53m2 Barra 3 ➔ L’ = 3 x 0,00045/0,00045 = 3m3 4º Passo: Estado 1 (só X1) Carga de 1kN no X1 (no hiperestático), Figura 10 e Figura 11. Figura 10 – Diagrama de momento fletor (M1), com a carga de 1kN no X1. A área do diagrama de momento fletor é de: (4,5m ; 18m ; 4,5m ).2 2 2 Figura 11 – Diagrama de esforço normal (DEN), com a carga de 1kN no X1. A área do diagrama de esforço normal é de 6m2. 5º Passo: Calcular as E Jc d Fazemos a multiplicação dos momentos fletores, de cada barra, usando a Tabela de Kurt Beyer. δ11 = xδ11 M1 N1 Barra 1: L’ de 3m com triângulo (3kNm) x triângulo (3kNm). = xδ11 M1 N1 Barra 2: L’ de 2,53m com retângulo (3kNm) x retângulo (3kNm). L'M = 2, 53x3x3 = 22, 77M̄̄̄̄ Barra 3: L’ de 3m com triângulo (3kNm) x triângulo (3kNm). L'M = x3x3x3 = 913 M̄̄̄̄ 1 3 = 40, 77δ11 d1t Temperatura para o estado 1. Δt = 10 – 35 = -25ºC Tg = (te +ti) / 2 = (35 + 10) / 2 = 22,5ºC h = 0, h = 0,4m = E [ Ami+ a tg Ani]δ1T Jc aΔth pilar viga = 3x [ x(−25) x ( + + )]+ x22, 5x(−6)δ1T 107 10−5 −180,4 −4,5 0,8 −4,5 0,3 10 −5 = 234, 90δ1T 6º Passo: Sistema Montar o sistema para achar X1 e X2. d1t + d11 X1 = 0 234,90 + 40,77 X1 = 0 Resolvendo: X1 = -5,76kN Se deu negativo, significa que o sentido de X1 está no sentido contrário (é para outro lado). Voltamos à estrutura hiperestática e colocamos o valor de X1, conforme a Figura 12. Figura 12 – Estrutura original (hiperestática) com o valor de X1 Após colocar o valor de X1, calculamos as reações de apoio e desenhamos os diagramas solicitantes: Figura 13 – Diagrama de Esforços Normais (DEN) na estrutura original (hiperestática) Figura 14 – Diagrama de Esforços Cortantes (DEC) na estrutura original (hiperestática) Figura 15 – Diagrama de Momento Fletor (DMF) na estrutura original (hiperestática) Saiba mais Continue esse estudo analisando outros Exercícios Resolvidos. <galeria/aula3/anexo/doc1.pdf> Atividade 1. Calcular pelo Método das Forças as estruturas abaixo e desenhar os diagramas de esforços internos. EI = 100000MPa. Te = 25ºC e Ti = 10ºC. a = 10-5/ºC. 2. Recalque nos apoios A e B de rV = 2 cm (para baixo). 3. Recalque no apoio A rV = 3cm (para baixo). Notas 4. Recalcular todas as estruturas vistas nesta aula com outro Sistema Principal (S.P.). A Tabela de Kurt Beyer, na Figura 49. Figura 49 – Fonte: https://engcivil20142.files.wordpress.com/2017/03/tabela-kurt-beyer.jpg Notas
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