Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA MEDICINAL AVANÇADA Webconferência I – UNIDADE I Professor: Alexsandro Fernandes Marinho 1. O FÁRMACO • Os fármacos, constituem-se no objeto de estudo da Farmacologia, sendo substâncias químicas obtidas originalmente de fontes naturais, desenvolvidas em laboratórios ou sintetizadas e produzidas em escala industrial (com pureza maior que 98%) e que, ao interagirem com o sistema orgânico vivo, têm a capacidade de alterá-lo ou modificá-lo funcionalmente, modulando uma resposta fisiológica, aplicadas com finalidade curativa, preventiva ou para fins de diagnóstico de patologias. Cloroquina Hidroxicloroquina 1. O FÁRMACO • O principal problema que se enfrenta, com relação ao uso de fármacos em seres humanos, é a dificuldade em se obter substâncias com atividade seletiva e o mínimo ou nenhum efeito tóxico, decorrentes de sua natureza química. Cloroquina Efeitos adversos: • Retinotoxicidade • Anorexia • Cólicas • Náuseas • Diarréia • Prurido • Urticária • Entre outros 2. DESENHO DE ESTRUTURAS • Os fármacos são geralmente ácidos ou bases orgânicas, mas na maioria dos casos recomendam-se usar na forma de sais, pois assim são alteradas suas propriedades físico-químicas, melhorada a biodisponibilidade e promove a redução da toxicidade, e a molécula com a qual a maioria dos fármacos interage é, geralmente, uma macromolécula orgânica e natural do organismo biológico. 2.1 QUÍMICA COMPUTACIONAL • A Química Computacional está direcionada para o cálculo de geometria molecular, reatividade, espectros e outras propriedades, isso implica em uso e aplicação dos seguintes métodos: ➢ Mecânica molecular ➢Métodos ab initio ➢ Métodos semi-empíricos ➢ Métodos da Teoria do Funcional de Densidade ➢ Métodos da dinâmica molecular Equação de Schrodinger 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS ▪ A química teórica vem encontrando embasamento e ferramentas adequadas ao desenho racional de estruturas moleculares e quando se estudam fármacos e moléculas bioativas o procedimento deve ser realizado mediante os seguintes objetivos: ➢ Aumento da atividade biológica. ➢ Redução de efeitos colaterais e indesejáveis. ➢ Facilitar a administração do medicamento assegurando seu trânsito por meio das barreiras biológicas e sua concentração adequada no ambiente químico reacional do organismo. ➢Facilitar e economizar sua síntese. 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS ▪ As buscas podem ser realizadas em bancos de dados que fornecem informações para várias áreas da pesquisa, como a genética, bioquímica e farmacologia; um dos bancos de dados que mais tem sido utilizado para pesquisas em Química Computacional é, certamente, o Protein Data Bank (PDB) que disponibiliza coordenadas atômicas de proteínas e outras diversas estruturas moleculares biológicas até então determinadas. Tadalafila EX: 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS 2.2 DESENHO RACIONAL DE ESTRUTURAS QUÍMICAS 2.3 ALGORÍTIMOS • O termo pode ser entendido como uma sequência de raciocínios, instruções ou operações para alcançar um objetivo, sendo necessário que os passos sejam finitos e operados sistematicamente. • A qualidade de um algoritmo correto deve estar sedimentada em três bases: cada passo deve ser uma instrução realizável, a ordem dos passos deve ser determinada com precisão e o algoritmo deve ser finito. • Alguns exemplos de algoritmos que podemos citar são: receitas culinárias, manual de instrução de aparelhos, funções matemáticas e até mesmo páginas da Web. 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 2.4 ChemSketch 3. RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE • Os fármacos podem se apresentar como estruturalmente inespecíficos (dependente de suas propriedades físico-químicas) ou estruturalmente específicos (dependente da interação em sítios bem definidos); a maior parte dos fármacos conhecidos age em um sítio específico caracterizado por uma ‘macromolécula receptora’ (receptor ou enzima), muitas vezes, denominada de ‘Receptor Farmacológico’. 3.1 LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR ➢As drogas e as substâncias endógenas (hormônios e neurotransmissores) que ativam os receptores são denominados agonistas, e a resposta molecular é a produção do estado ativado do receptor. ➢O Agonista que ativa completamente os receptores é conhecido como agonista completo ou pleno. ➢O Antagonismo ocorre quando uma droga interage com um receptor inibindo a ação do agonista. 3.1 LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR 3.1 LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR ➢Os agonistas podem ser divididos em duas classes: agonistas parciais que produzem uma resposta mais baixa, na ocupação total do receptor, do que os agonistas plenos. Ex: Buspirona nos receptores 5-HT1A pós-sinápticos atua como agonista parcial, enquanto nos receptores 1A autossômicos dos Núcleos da Rafe atua como agonista pleno. 3.1 LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR 3.1 LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR 4. FORÇAS INTERMOLECULARES ➢ Forças Eletrostáticas Tipos: íon-íon (interação iônica); íon- dipolo e dipolo-dipolo. ➢ Forças de dispersão de London (Van der Waals) Acontecem quando moléculas apolares com dipolos induzidos momentâneos se aproximam provocando uma densidade eletrônica entre grupos apolares adjacentes. 4. FORÇAS INTERMOLECULARES ➢ Interações Hidrofóbicas interações apolares entre cadeias promove saída de água de solvatação entre as cadeias. ➢ Ligação de Hidrogênio (mais importante interação não- covalente) Heteroátomos eletronegativos. Átomos de H – ex: N, O;– ligados a átomos ou grupos elétrons retiradores (ex: O-H; N- H). ➢ Ligação Covalente (pouco frequente e mais fortes) Formação de ligações sigma entre fármaco e sítio de ligação e podem provocar efeitos irreversíveis. 4. FORÇAS INTERMOLECULARES 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ É a área da química que estuda a influencia do arranjo espacial dos átomos em uma molécula (tridimensional). ➢ Ex: A isomeria e o desvio de um feixe de luz sobre uma amostra. 1 2 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Carbono quiral ou assimétrico: o átomo de carbono que se liga à quatro ligantes diferentes. ➢ Isomeria óptica: este é um tipo de isomeria espacial, ou seja, onde os isômeros são identificados pela sua disposição espacial. 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ A isomeria pode ocorrer de várias formas, são algumas delas: • Isomeria de cadeia • Isomeria de função • Isomeria dinâmica ou tautomeria • Enantiomeria • Diasteromeria Constitucionais Estereoisômeros 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Isomeria de cadeia: os átomos ou radicais mudam de posição na cadeia carbônica sem alterar a função química do composto. Cadeia normal Cadeia ramificada Cadeia aberta insaturada Cadeia fechada saturada 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Isomeria de função: alguns átomos (geralmente oxigênio) mudam de posição na cadeia carbônica e alteram a função química do composto. Álcool Éter Cetona Aldeído 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Isomeria dinâmica ou tautomeria: Quando temos um par de isômeros sendo um aldeído e outro enol, ou um cetona e outro enol temos o caso de tautomeria. Estes isômeros estabelecem equilíbrio dinâmico entre si em uma fase líquida. 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Enantiômeros: são moléculas orgânicas que são chamadas assim em razão da sua forma, pois para cada enantiômero existe um de forma idêntica porém invertida, como se esta estivesse em frente a um espelho. São a imagem especular um do outro. ➢ A mistura de dois enantiômeros em uma solução denomina-se mistura racêmica. 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Um caso de erro por falta de conhecimento de isomeria foi o da Talidomida que causou inúmeras deformidades em bebês de mulheres que ingeriam medicamento para ansiedade e que acabavam tendo efeito na formaçãofetal por ser utilizado o isômero do composto. (S)-Talidomida Teratogênico (R)-Talidomida Sedativo e hipnótico 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Diasteroisômeros: são estereoisômeros que NÃO são imagens especulares um do outro. Ex: Aminoácido Treonina (ácido 2-amino-3- hidroxibutanóico). Possui 2 centro de quiralidade (C2 e C3), então 2n = 4 estereoisômeros. 4. 1 ESTEROQUÍMICA Estereoisômeros Enantiômero com Diasteroisômero com 2R,3R 2S,3S 2R,3S e 2S,3R 2S,3S 2R,3R 2R,3S e 2S,3R 2R,3S 2S,3R 2R,3R e 2S,3S 2S,3R 2R,3S 2R,3R e 2S,3S 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Diasteroisômeros: De acordo com a IUPAC, os diasteroisômeros podem ser classificados como cis ou trans. Os isômeros cis apresentam os substituintes no mesmo lado da molécula; os trans apresentam os substituintes em lados contrários. 4. 1 ESTEROQUÍMICA ➢ Diasteroisômeros: Nessa nomenclatura, consideramos como átomos ou grupos de átomos ligantes “iguais” os que apresentam maior número atômico. A letra E vem da palavra alemã entgegen, que significa “opostos”, e Z vem da palavra alemã zusammen, que quer dizer “juntos”. ➢ Número atômico: F (Z=9), I (Z=53), Cl (Z=17), H (Z=1), C (Z=6). OBRIGADO!
Compartilhar