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América Pré Colombiana (Flamarion)

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Licenciatura Plena Em História 
 
História da América I 
Professora: Talita 
 Data: 13/05/2019 
Estudante: David Nascimento Da Silva Filho Turma: 5° Período 
CARDOSO, Ciro Flamarion S.: América Pré-Colombiana. Ed. Brasiliense, 1996. Págs. 114. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Ciro Flamarion neste livro constrói uma narrativa sobre a América pré-histórica, 
abordando como se deu o processo de transformação de geográfica do continente até a 
chegada dos primeiros grupos humanos e mais, aborda como se dava as relações entre eles. 
Sabemos que as populações indígenas foram dizimadas tanto fase de descobrimento quanto 
pelo processo de conquista europeia e esses processos de conquistas acarretaram para a 
História segundo Flamarion vários problemas como a falta de documentação e problemas com 
interpretação. 
1. SOCIEDADES PRÉ-AGRICOLAS 
1.1 O POVOAMENTO DA AMÉRICA 
Sobre o povoamento da América, Flamarion traz alguns discursos gerais que foram 
encaradas como teorias consideradas com mais possibilidades de serem reais. Havia ainda um 
debate sobre como poderia os povos ameríndios terem chegado ao Continente Americano, a 
primeira delas é que não há possibilidade do Homem ter se produzido na América, pois os 
esqueletos encontrados são de Homo Sapiens Sapiens. A segunda teoria é que a Rota de 
Bering é considerada a principal. A terceira teoria apresentada por Flamarion é a que admitia-
se que haveria a existência do Paleolítico Americano. Outros vetores também foram 
apresentados por flamarion como por exemplo, acreditava-se que o povoamento foi executado 
completamente pela raça mongoloide, porém também é aceito que o povoamento foi feito 
pelas ondas asiáticas, polinésios e melanésia. 
1.2 EXISTIU NA AMÉRICA UMA ETAPA CULTURAL ANTERIOR AO 
PALEOLÍTICO SUPERIOR 
 Vemos neste tópico uma discussão a respeito dos caçadores, sobre se na Ame´rica 
havia grupos que usavam instrumentos que possibilitavam o ataque frontal o use eles 
aproveitam de animais que estavam presos nas matas ou então doentes, outra teoria era sobre 
a estatura dos povos, se em sua maioria eles eram baixos. 
Para Flamarion há uma certa quantidade de provas que podem ser contestadas como 
por exemplo: Alguns sítios arqueológicos são superficiais, alguma datações com o Carbono 
14 foram contestadas e precisaram ser revistas, existe duvidas se os artefatos encontrados 
foram feitos por ação natural e também alguns sítios são tão pobres que não há possibilidadde 
de afirmar o paleolíto superior. 
1.3 O PALEOLÍTICO SUPERIOR 
Sobre o paleolítico superior, Flamarion afirma que entre 11000 e 7000 a.C grupos 
dotados de tecnologia lítica já caçavam e que alguns exames arqueológicos mostra há ua 
quantidade maior de sítios, ou seja, havia uma densidade demográfica maior, também indica o 
surgimento de uma variedade de tipos de projéteis (ponta de pedra), porém para o autor é uma 
erro afirmar que todos os nativos americanos fossem caçadores, mas em algumas regiões a 
coleta era predominante. 
1.4 O MESOLÍTICO 
O fim do ultimo período glacial segundo Flamarion é marcado pela transição 
Pleistoceno e o Holoceno e começou com atraso em relação à Europa. Ocorreu um processo 
lento de extinção da Fauna e a Flora também modificou-se. Para Flamarion fica evidente que 
todas as mudanças ocorridas provocaram as transformações do modo de vida e padrões dos 
Nativos. 
1.5 ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS GRUPOS PRÉ-AGRICOLAS 
Neste tópico Flamarion define um grupo de caçadores e coletores como um “bando”. 
Neste bando há uma diversidade de famílias nucleares ou restritas e cada bando tem em média 
25 individuos e integram uma tribo com aproximadamente 500 pessoas. Sobre o trabalho ele 
examina que a coleta era responsável pelas mulheres e caça pelos homens. Idade e sexo são a 
única diferenciação entre eles e os objetos produzidos por eles são mínimos. 
2. SOCIEDADES PRÉ-URBANAS 
2.1 A “REVOLUÇÃO NEOLÍTICA” E SUA DIFUSÃO 
A noção de uma “revolução neolítica” que pode ser entendida como o surgimento de 
novas tecnologias que possibilitou aos grupos humanos a transição da situação de predadores 
da natureza para produtores foi popularizada há meio século pelo arqueólogo V. Gordon 
Childe. Hoje ela sofre diversos ataques, esse termo pode dar a ideia de algo rápido e 
“explosivo” quando na verdade se estendeu por milênios. É claro que se colocarmos as 
transformações do neolítico na perspectiva global da pré-história humana, elas parecem serem 
rápidas em comparação com os dois milhões de anos do paleolítico. 
Tinha-se em mente que no passado, havia apenas só um foco de desenvolvimento da 
agricultura e da criação, situado no Oriente Próximo, e que de lá essa tecnologia se espalhou 
pelo mundo, se adaptando aos mais variados ambientes. Hoje acredita-se na teoria de que 
houve uma invenção da agricultura na América independente da do Velho Mundo, embora 
ainda haja alguns problemas ligados à origem botânica de certas plantas cultivadas na 
América. No caso da América, a domesticação de plantas podemos dizer que adquiriu um 
potencial superior do que a de animais. Na Meso-América, a partir de 7.000 a.C foram 
domesticados o milho, o feijão, a pimenta, a cabaça, uma espécie de cão comestível e o peru, 
na zona Andina por volta de 5.000 a.C a batata, a quinoa, a cabaça, o feijão e a lhama, na 
América do Sul a mandioca. 
Acerca do surgimento da agricultura, diversas teorias dialogam entre essa prática e nos trazem 
diversas respostas diferentes e outra questão também seria sobre o surgimento das cerâmicas, 
onde pode se assemelhar com as produzidas no período Jomon Médio do Japão. 
2.2 A DIVERSIFICAÇÃO CULTURAL DOS GRUPOS AGRÍCOLAS PRÉ-
URBANOS 
Ao fim da era pré-colombiana (séc XV), Pierre Chaunu divide o continente 
americano em três áreas de acordo com à agricultura e o povoamento: 1) Uma área de 2 
milhões de Km² (5% do continente) e que continha 90% da população do continente: a ilha do 
Haiti e República Dominicana, planaltos centrais do México, a região do chibchas na 
Colômbia e região quíchua-aimará nos Andes Centrais. Tinha uma densidade demográfica 
média de 35 a 40 habitantes por Km². Com uma dieta composta de batata e milho e possuindo 
tecnologias de irrigação e plantio em terraços. 2) Outra região de 2 milhões de Km²: planícies 
e planaltos maias. Agricultura baseada no milho e apresentando uma densidade demográfica 
de 2 a 5 habitantes por 2 milhões de Km². 3) No resto do continente, onde a caça, a coleta e a 
pesca predominavam, e quando muito uma agricultura primitiva que só permitiam densidades 
baixas e modos de vida nômades. 
2.3 A ORGANIZAÇÃO ECONÔMICO-SOCIAL DOS AGRICULTORES 
PRÉ-URBANOS. 
Na organização das econômico social temos uma divisão entre eles entre tribo e 
chefia. As tribos são sociedades subdivididas e multifamiliares. As relações de parentesto 
servem com o mesmo propósito político e ideológico. As chefias surgem quando há uma 
hierarquia de prestígio entre linhagens, chegando a ser hereditário o cargo de chefe. Obvio 
que não há uma divisão em classes sociais e a sociedade ainda se baseia no parentesco. Com o 
inicio da agricultura o poder da mulher atinge a supremacia, pois elas dirigiam a comunidade 
enquanto os homens estavam fora caçando ou guerreando. 
 
A transformação do homem em pastor e agricultor dá a ele primazia, relegando a 
mulher a segundo plano. O clã se torna patrilinear e patrilocal. O casamento por grupos 
apaga-se, cedendo lugar aos casais estáveis. Sobre os opiniões marxistas sobre a assunto, elas 
recebem duras críticas entre as teorias, tentou-se criar novas teorias que poderiam substituí-la 
porem não alcançou a mesma veracidade. 
3. A CULTURA INTENSIVA E A URBANIZAÇÃO: AS ALTAS CULTURAS 
PRÉ-COLOMBIANAS 
3.1 A “REVOLUÇÃO URBANA” 
Flamarion neste tópico aborda sobre as principais transformações que as sociedade 
pré-colombianas sofreram. Parafraseando Karl Max, ele aborda as relações de cidade/campo.A noção “revolução urbana” também é um conceito de Golden Childe constitui o núcleo do 
processo que conduz das culturas tribais aldeãs às verdadeiras civilizações 
3.2 SEQUÊNCIAS HISTÓRICO-CULTURAL NA MESO-AMÉRICA 
3.2.1 A MESO-AMÉRICA 
Neste trecho do livro, Flamarion delimita-se a falar sobre a zona cultural que forma a 
meso-américa, para ele, vale considerar que como meso-americanas as áreas cujo a 
agricultura ocupa, esse território inicia em uma parte do México situada ao sul dos desertos 
setentrionais, a Guatemala e Belize, outra parte a oeste de Honduras, E l Salvador, a, parte do 
sudoeste da Nicarágua e a península de Nicoya na Costa Rica. Flamarion também destaca que 
a meso-américa apresentava algumas regiões, como por exemplo: 1) Noroeste: culturas de 
Colima, Jalisco e Nayarit; 2) Planalto mexicano: culturas de Teotihuacan, tolteca e asteca; 3) 
Costa do Golfo do México; culturas olmeca, totonaca e huasteca; 4) Zona maia: Iucatã, 
Campeche, Tabasco, parte de Chiapas e Quintana Roo (no México), Guatemala, Belize, 
Honduras ocidental; 5) México meridional (entre o vale do México e a zona maia): 
civilizações zapoteca e mis teca. 
Entre as principais características apresentadas por Flamarion, podemos destacar que 
a agriculta era baseada no bastão de semear onde poderiam produzir o milho, a existência da 
escrita: hieróglifos maias, Glifos no México Central, calendário duplo solar e litúrgico, 
instrumento como zarabatanas com projeteis de argila, pirâmides em degrais com pátios 
recobertos por estuques, sistema numérico vigesimal entre outras características. 
3.2.2 A CULTURA OLMECA E OUTRAS CULTURAS 
CONTEMPORÂNEAS (1200-1 A. C, APROXIMADAMENTE) 
Podemos destacar que este período pode ver uma hierarquização social mais visível. 
Segundo Flamarion “inexistiam então, porém, verdadeiras cidades”. Para o autor essas 
sociedades meso-americanas já possuíam um sistema de agricultura “sustentável” onde 
poderiam passar uma boa parte do ano sem cultivar a terra. Podemos vê-lo destacar que o 
termo “olmecas” originalmente “designava um grupo que vivia no sul de Veracruz em tempos 
históricos e nada tinha a ver com os monumentos antigos”. 
Essa região será nomeado por A. Caso como a “Mesopotâmia da Meso-América”, 
por ser uma região irrigada por muito rios e também pelo fato de ser uma região chuvosa. A 
dieta desse grupo era composta por milho, feijão e abóbora, produzidos pela agricultura de 
coivara e ao longo das margens dos rios, complementada possivelmente pela caça e pesca. 
Podemos também destacar que essa sociedade era hierarquizada, seguindo o mesmo padrão, 
dividida em tribos e chefias. 
Podemos destacar no texto que Flamarion cita os centros olmecas mais importantes: 
San Lorenzo (1200-900 a. C ) , La Venta (1000-600 a. C.) e posteriormente Tres Zapotes. Os 
olmecas não conheciam os metais; o jade para eles era o minério mais precioso, e era 
encontrado em zonas distantes. Desenvolveram a escrita e o calendário, porém não se tem 
muitas inorfações sobre. Sua cerâmica era de má qualidade, em contraste com a escultura 
monumental de pedra, onde na qual era de perfeita qualidade. Muitos restos arqueológicos 
procedem de oferendas rituais, incluindo figurinhas de jade e peças de cerâmica. Não 
construíam estradas, pois usavam os rios e trilhas naturais. 
3.2.3 AS CIVILIZAÇÕES DO I MILÉNIO D. C. 
Sobre esse tópico podemos destacar que essas civilizações foram consideradas 
“clássicas”, pois é apontado como o período de surgimento das sociedades teocráticas. Para 
esta fase podemos citar o registro arqueológico com a carência de fontes escritas, “embora 
tenha ocorrido então o desenvolvimento da escrita, da numeração e do calendário, além do de 
uma arte diversificada” (Pág. 65). Teotihuacan, situada num vale do planalto central 
mexicano a nordeste da atual cidade do México, surgiu a partir de quatro aldeias, entrando em 
fase claramente urbana por volta de 100 d. C, ela é a primeira cidade meso-americana 
segundo arqueólogos. Ela possuía um centro urbano planificado, contendo um imenso centro 
cerimonial com pirâmides, prédios públicos, palácios, zonas artesanais dentre outros. 
Teotihuacan necessitava obter matérias-primas inexistentes na sua região — algodão, cacau, 
plumas, jade —, e em troca exportava cerâmica e objetos de obsidiana (Pág. 67). Segundo 
hipóteses ela foi destruída por incêndios camponeses por volta de 750 a. D. 
3.2.4 O ÚLTIMO PERIODO DA HISTÓRIA PRÉ-COLOMBIANA DA MESO-
AMÉRICA (APROXIMADAMENTE 900-1519 A. D.) 
Podemos caracterizar esta fase por dois processos sócio-culturais. O primeiro deles é 
o encontro entre dois modos de vida, agricultores sedentários com guerreiros nômades, 
provocando confusões e conflitos.Em segundo lugar temos a fusão da herança Teotihuacan, 
recolhida em diversos centros menores e passada posteriormente aos toltecas, com a mais 
recente tradição misteca-Puebla, com centro em Cholula, surgindo a partir disto novas 
concepções urbanísticas, arquitetónicas, artísticas, etc (Pág 72). Este período passa por 
diversas transformações na urbanização, devido a expansão agrícola e na arquitetura há o 
aparecimento de diversos elementos, uns desses elementos são a coluna-serpente e a coluna-
atlante. Flamarion conclui que houve um começo tardio da metalurgia nos povos da Meso-
América. 
 
4. REFLEXÕES FINAIS 
Ciro Flamarion encerra seu livro fazendo uma reflexão sobe por que é importante 
investigar, pesquisar e buscar compreender essas “sociedades assassinadas” sua pergunta é a 
seguinte: “ Por que interessar-nos, hoje, por essas remotas "culturas assassinadas", varridas da 
face da Terra na época da conquista e dos inícios da colonização europeia da América, ou por 
suas ainda mais remotas antecessoras?”. Ele mesmo responde essa questão: “(..) podemos 
simplesmente Interessar-nos pelo passado pré-colombiano por si mesmo, como copioso feixe 
de variadas e interessantíssimas experiência humana. A curiosidade é o impulso humano dos 
mais legítimos e desconfiamos muito de qualquer exagero do imediatismo pragmático quando 
se trata de justificar uma dada atividade. Para ele ao analisarmos estas sociedades, não 
podemos generalizar as fontes, nem mesmo achar que tais modos de vida são singulares. A 
história da conquista, e a da colônia, foram profundamente influenciadas pela história 
indígena anterior — por exemplo, pela distribuição diferencial da população pré-colombiana 
(Pág. 111). Podemos analisar que a América pré-colombiana, em algumas teorias, nos 
mostram um parâmetro de uma sociedade com suas “tecnologias” e características únicas. 
Alguns achados arqueológicos nos apontam que apesar de alguns lugares os sitos 
arqueológicos estivessem com más condições de pesquisa, essa sociedades tinham suas 
estruturas, economias e alimentação baseada na caça e na agricultura.

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