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Características gerais das micoses

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Características gerais das micoses 
Professora: Thais Miranda
Alunos: Elpidio, Ezequiel Matos, Isabela Gouveia, João Manoel e Natã
Aspectos gerais dos fungos
Os fungos são microrganismos que pertencem ao Reino Fungi
São eucariotos
Não sintetizam clorofila (aclorofilados)
São aeróbios
Heterotróficos
Unicelulares ou multicelulares
 Saprófitos / parasitas
Possuem hifas e leveduras, que são as duas principais formas
Características gerais das micoses
As micoses são doenças produzidas por fungos, podendo ser classificada conforme o tecido infectado ou grupo de fungos :
Micoses superficiais :
 Superficiais
 Cutâneas ou dermatomicoses
Micoses profundas 
 Subcutâneas
 Sistêmicas
 Oportunistas
Micoses superficiais
Conceito: são infecções fúngicas localizadas nas camadas superficiais da pele e seus anexos, bem como nas mucosas e zonas cutâneo-mucosas.
Dermatomicoses: são infecções oportunistas da pele ou das junções cutânea-mucosas, que resultam do crescimento excessivo de fungos, tais como da espécie de Candida e Malassezia.
Dermatofitoses: estão associadas a invasão e destruição de estruturas queratinizadas por dermatófitos como da espécie de Microsporum e Trychophyton.
Dermatofitoses
Afinidade por estruturadas queratinizadas, colonizam e invadem a pele, pelos e unhas.
Crescem em meios laboratoriais como o Ágar dextrose sabouraud.
São aeróbios obrigatórios.
Podem ser encontrados nos seguintes reservatórios (habitat usual):
Geofílicos: 
 Habitam e replicam-se no solo em associação a material queratinoso em decomposição, como pêlos e penas
 Os animais podem adquirir a infecção por dermatófitos geofílicos a partir do solo ou em contato com animais infectados.
 Ex: Microsporum cookei; M. gypseum; M. nanum.
Zoofílicos e Antropofílicos 
 - Patógenos obrigatórios incapazes de replicar-se no solo.
 - Os Antropofílicos raramente infectam os animais.
 Zoofílicos: Microsporu cans (cães e gatos), Microsporum gallinae (frangos e perus), Trychophyton equinum.
Antropofílicos: Epidermophyton flocossum, Microsporum audouinii, Trychophyton rubrum.
Epidemiologia
Fonte de infecção: animais doentes ou portadores sãos
Via de eliminação: pelos, descamações cutâneas e unhas
Via de transmissão: contato direto (lambeduras) e indireto (fômites, instalações, camas, arreios, cobertores, etc.)
Porta de entrada: pele
Susceptível: todos os animais que possuem queratina e homem
Distribuição cosmopolita (em regiões quentes e úmidas)
Animais jovens, os mais velhos ou debilitados são mais susceptíveis, ou podem ter predisposição genética.
Patogenia
Rompimento do extrato córneo.
Dermatófitos invadem estruturas queratinizadas como o extrato córneo da epiderme, folículo piloso, haste do pelo e penas.
Sinais clínicos 
O desenvolvimento da lesão é influenciado pela virulência do dermatófito e pela competência imunológica do hospedeiro.
Inicialmente observam-se lesões circulares que aumentam progressivamente.
As lesões são descamantes.
Alopecia
Lesões comumente situadas na cabeça, ao redor dos olhos, focinho, patas e pescoço.
Infecções secundarias são raras.
Cães e gatos 
M. canis e T. mentagrophytes:
Manchas tipicamente não inflamatórias,descamativas,alopécicas e podendo haver infecção secundária ocasional.
Em gatos adultos é subclínica, enquanto que em filhotes debilitados pode ser generalizada 
 Cães com alopecia na face.
Lesão alopécica e descamativa no
focinho de gato.
BOVINOS E OUTROS RUMINANTES
 T. verrucosum
Lesão indolor, espessada, placas esbranquiçadas com alopecia local.
EQUINOS
T. equinum, M. gypseum
Lesão ressecada, crostosa, alopécica e não supurativa.
SUÍNOS
 M. nanum:
Lesão crostosa, espraiada, indolor com margens ligeiramente inflamadas e não há alopecia.
AVES
T. gallinae
Lesão descamativa esbranquiçada semelhante a pó de giz na crista e barbela e não inflamatória.
Diagnóstico
Epidemiológico : Sintomacologia + isolamento do agente
Clínico: Aspecto e localização das lesões, e o não comprometimento do estado geral do animal.
Laboratorial :
Raspado superficial dos bordos das lesões.
Lâmpada de Wood (triptofano)
Pêlos e crostas em lâmina.
Tratamento:
Soluções de iodeto de potássio
 Cetoconazol
 Prevenção e controle:
Isolamento e tratamento dos animais acometidos
Quarentena
Descontaminação do ambiente com água sanitária 
Desinfecção de todos os fômites após o uso em animais acometidos
Importância para a Saúde Pública
Zoonose – risco de transmissão ao homem, principalmente aos indivíduos que tem contato direto com animais de estimação ou tratadores de animais acometidos.
Micoses profundas
Conceito: refere-se a micoses que se caracterizam por uma predileção por tecidos subcutâneos, membranas mucosas ou órgãos internos do organismo.
Subcutâneas:
Esporocitose
Sistêmicas:
Histoplasmose
Oportunistas:
Criptococose
Esporocitose:
Agente etiológico : Sporothrix schenckii
Epidemiologia:
Plantas e o solo são os reservatórios naturais
Distribuição mundial
Os mais afetados são jardineiros, caçadores e mineiros
No Brasil casos estão associados ao contato com palhas e gramíneas.
 Etiologia:
Sporothrix schenckii
Fungo dimórfico (que existe no solo, é filamentoso, se converte em fase leveduriforme na temperatura corpórea 37ºC.)
Fungo é saprofítico na vegetação morta e em decomposição (madeira, feno, palha, etc.)
Etiologia e epidemiologia:
 Doença subaguda ou crônica
Doença subaguda: normalmente benigna, limitada a pele e tecido celular subcutâneo.
Doença crônica: pode disseminar-se para os ossos e órgãos internos.
Distribuição cosmopolita
Animais infectados transmitem a doença por mordedura, arranhadura e picada. 
Micose profunda de maior prevalência global
Infecção animais (cavalo, cachorro, gato) - vetores da doença
Patogenia:
Forma cutânea:
Traumatismo penetração na pele levedura
 
 reprodução
nódulos se fixam à pele formação de nódulos pequenos,
adquirem coloração avermelhada indolores, móveis, não aderentes
e depois negra. e duros
Sinais clínicos
Pequenos e múltiplos nódulos cutâneos se desenvolvem nas partes inferiores dos membros. 
Os nódulos são indolores, desenvolvem uma crosta saliente, eliminam uma pequena quantidade de pus e cicatrizam em 3 a 4 semanas.
Esporotricose em cães, gatos e cavalos é uma condição multinodular no tronco e na cabeça. Nódulos são encontrados na derma e tecidos subcutâneos e pode ou não haver presença de ulcerações.
Esporocitose em gatos
Em gatos, a maioria dos nódulos são encontrados no aspecto distal dos membros, cauda e cabeça. O gato apresenta feridas perfurantes em forma de crostas grandes.
Gatos podem disseminar a lesão neles próprios ao lamberem se.
A maioria dos gatos tem a forma disseminada da doença.
Importância para a Saúde Pública:
Zoonose: 
 Transmissão ocorre por meio de contato com uma ferida infectada
ou exsudatos de um gato infectado.
 Os gatos apenas são responsáveis pela transmissão zoonótica para
humanos por causa do número alto de organismos Sporothrix encontrados nos nódulos. 
Infecção pode ocorrer com exposição a gatos infectados.
 A doença em humanos começa com um nódulo ou pústula no local
onde a pele foi aberta.
A infecção pode permanecer local ou pode se espalhar e formar
nódulos próximo dos ductos linfáticos intumescidos – podem ulcerar.
Diagnóstico: 
Ágar Sabouraud - 25ºC (formas filamentosas – cor branca – cresce rapidamente tornando-se negras ou marrons, rugosas e duras).
Tratamento:
Solução de iodeto de potássio
Cetoconazol
Prevenção: 
Higienizar os fômites e o local onde os animais enfermos estão abrigados
Cuidados com o tratamento dos doentes, pois a doença é uma zoonose
Histoplasmose
Agente etiológico: Histoplasmacapsulatum 
Epidemiologia:
Causa infecções naturais em várias espécies animais
Histoplasma capsulatum cresce bem nos solos ricos em substâncias orgânicas, onde há dejeção de aves de criação, morcegos ou pássaros. 
Fungo dimórfico que existe no solo, em fase micelial, se converte em fase leveduriforme na temperatura corpórea do homem (37ºC).
Modo de transmissão :
A infecção é transmitida por via respiratória através da inalação de esporos do fungo dimórfico Histoplasma capsulatum 
A histoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, não existe contagio direto dos animais para o homem
A histoplasmose é conhecida como a “Doença da caverna”, devido a alta concentração de dejetos de morcegos
Sinais clínicos:
São frequentes ulcerações da cavidade naso-oro-faringeana e intestino
Doença disseminada (tosse crônica, diarreia persistente e emagrecimento)
Diagnósticos:
Exame radiológico é muito utilizado para diagnóstico da histoplasmose pulmonar
Exame hematológico: observa-se leucopenia e anemia hipocrômica
Tratamento:
Anfotericina B e Ketaconazol 
Patogenia:
Fezes de aves e morcegos pneumonia intersticial,
 ou para forma progressiva,
Inalação de esporos formas subcutâneas,
 muco cutâneas, pulmonar
Infecção primária no pulmão crônica, forma articular 
 ou ainda forma
Parasita intracelular de macrófagos disseminada
e linfócitos 
Criptococose
Agente etiológico: Cryptococcus neoformans
Epidemiologia:
Embora o gênero Cryptococcus tenha cerca de 37 espécies, somente C. neoformans produz infecções.
Acomete animais e o homem em todo o mundo.
O animal doméstico mais frequentemente acometido é o gato.
Em toda as espécies, há tendências a ocorrer envolvimento do SNC 
Reservatório (var. neoformans)
 Superfícies poeirentas e sujas enriquecidas por excremento de pombos e outras aves.
 Solo.
Fezes secas de pombos (rico em creatinina que inibe outros microrganismos) – pombos podem ter o microrganismo no intestino e excretá-lo por anos.
Transmissão:
 A infecção ocorre pela inalação de células fúngicas em poeira contaminada ou raramente pela via percutânea.
Patogenia:
Disseminação a partir do trato respiratório para regiões do cérebro, pele e ossos geralmente esta associada a defeitos na imunidade mediada por células.
 Gatos e cães - lesões ulcerativas na mucosa do nariz, boca, faringe, etc.
 Bovinos – mastite, iniciada principalmente durante a medicação intramamária (raramente avança além dos linfonodos regionais).
Patogenias:
Fruta, fezes de pombo 
 e solo
 
 Inalação pele 
 meningite
Vias aéreas pulmão 
Doença nos animais domésticos:
Gatos: infecções respiratórias, cutâneas, nervosas e oculares
Cães: doença disseminada com sinais neurológicos e oculares
Bovinos: mastite e granuloma nasal
Equinos: granuloma nasal, sinusite, lesões cutâneas, pneumonia, meninge encefalite e aborto
Diagnóstico laboratorial:
Exame direto(cultivo/material biológico)-Tinta nanquim (tinta da China)
Sinais clínicos
A infecção sempre se torna disseminada e os sinais são variáveis e inespecíficos dependendo dos órgãos envolvidos
Observa-se lesões na mucosa nasal e oral e são acompanhadas de tosse.
Nas infecções que acometem o SNC, os sinais incluem ataxia, alterações no comportamento, andar em círculos, disfunção locomotora e cegueira.
As lesões cutâneas são geralmente nodulares, geralmente ulceradas.
Em bovinos que apresentam mastite comumente o quadro é agudo, com anorexia, redução na produção leiteira, aumento dos linfonodos supramamários.
Equinos observa-se uma obstrução da cavidade nasal.
Tratamentos:
Lesões pulmonares : Anfotericina B
Lesões cutâneas : drenagem e sulfatiazina
Lesões no SNC: Anfotericina B (via endovenosa), ketaconazol

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