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1 Classified Personnel Information UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA BRUNO MATHEUS REIS COELHO SOARES – D2984G9 CESAR GUSTAVO FLORIANO – D31EIG0 ISABELA DE CÁSSIA DA SILVA – N1288F0 JOSÉ HENRIQUE DA ROCHA DANETTI – N1298F6 NATHÁLIA MARLA GERALDO MACEDO – N181290 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS CLÍNICOS NO BRASIL Campinas - SP 2020 2 Classified Personnel Information SERVIÇOS FARMACÊUTICOS CLÍNICOS NO BRASIL Trabalho apresentado à disciplina de Farmácia Integrada, ministrado pelo professor Humberto Stelita, do 7º Semestre do Curso de Farmácia da UNIP – Universidade Paulista. Campinas – SP 2020 3 Classified Personnel Information RESUMO O farmacêutico executa importante papel no cuidado ao usuário da atenção primária, ao proporcionar ações emancipadoras de autocuidado, educação em saúde, promoção da saúde e do uso racional de medicamentos. Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo, fazer uma revisão integrativa da literatura, que objetivou analisar os tipos e os benefícios dos serviços farmacêuticos clínicos desenvolvidos na atenção primária à saúde do Brasil. O seguimento farmacoterapêutico é o serviço mais estudado, enquanto a dispensação e a orientação são as atividades realizadas com maior frequência pelos farmacêuticos da atenção primária. Já na esteira dos benefícios, a literatura demonstra a coexistência, a importância e a multidimensionalidade dos serviços farmacêuticos clínicos na promoção da saúde e do uso racional de medicamentos pela comunidade adstrita. Palavras-chave: assistência farmacêutica, uso racional de medicamentos, atenção farmacêutica 4 Classified Personnel Information SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................5 2. ATRIBUÇÕES DO FARMACÊUTICO E FARMÁCIA CLÍNICA....................................7 3. RESOLUÇÃO Nº 585 DE 29 DE AGOSTO DE 2013..................................................8 3.1 CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE....................................................................8 3.2 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS....................................................................8 3.3 PLANO DE CUIDADO...............................................................................................9 3.4 CONSULTA FARMACÊUTICA...............................................................,..................9 4. DEFINIÇÃO DAS ATRIBUÇÕES................................................................................,,.........10 5. PERSPECTIVAS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL..........................................12 6. CONCLUSÃO........................................................................................................................14 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................15 5 Classified Personnel Information 1. INTRODUÇÃO Nas décadas passadas, após inúmeros eventos trágicos correlacionado ao uso de medicamentos, diversos países entenderam que o profissional farmacêutico seria importante para a gestão e controle do uso racional de medicamentos. Baseada nessa concepção nasceu a chama farmácia clínica, uma área na qual o farmacêutico é agregado a equipes multiprofissionais de saúde e oferece seus conhecimentos para assegurar uma maior segurança do paciente com ligação ao uso de medicamentos (ROSSIGNOLI et al, 2019). A princípio, a execução da farmácia clínica esteve mais focada no processo de uso dos medicamentos. Resultado disso foi a emissão do relatório da conferência da Organização Mundial de Saúde em Nairob (Quênia), em 1985, denominado Uso Racional de Medicamentos. Tempos depois passou a ser chamado de cuidados farmacêuticos. É significativo destacar que nesse período (antes, durante e após o surgimento da farmácia clínica), a responsabilidade do farmacêutico passou da produção de medicamentos para o controle de uso do produto, para chegar, por fim, à contribuição na melhoria dos resultados em saúde (ROSSIGNOLI et al, 2019). Essa área nova de atuação, não atingiu um nível de efetivação esperado. Com isso, foram realizados diversos estudos (em farmácias) com o intuito de reconhecer os obstáculos para a implementação de serviços farmacêuticos. Concluiu-se que a maior barreira para a implementação deste serviço estava na remuneração dos profissionais, mas também a falta de apoio dos encarregados e entidades profissionais. (Hossain et al, 2017). Pesquisas praticadas no sistema público de saúde, apresentou de forma clara a falta de apoio dos governantes da saúde como um dos obstáculos (BRAZINHA et al, 2014). Ainda que alguns países já tenham começado a resolver os impasses para a implementação, surge um novo desafio que é garantir a sustentabilidade deste serviço. Predispunha-se que existia um número de serviços farmacêuticos limitado a ser realizado, o que foi confirmado por entendimentos definido quais seriam eles. Uma visão mais avançada, apontou um elenco não limitado de serviços. A concepção atual de desenho dos serviços, fundamentada nas instruções da chama ciência de implementação, determina que os primeiro passo para um desenho racional de serviços passe por uma análise da situação e das necessidades dos pacientes e do sistema todo de saúde (SABATER-HERNÁNDEZ et al, 2016; DURKS et al, 2017). Após vencer essa 6 Classified Personnel Information etapa, devem ser determinados os objetivos específicos do serviço e operar com uma busca de protótipos e posicionamentos teóricos que aguentem a efetividade das intervenções e a sustentabilidade do serviço como um todo. Exclusivamente após finalizar essas etapas é que se deve desenhar o serviço em termos operacionais. Certamente, um dos equívocos mais importantes no desenho de alguns serviços farmacêuticos que não tiveram êxito tenha sido determinar um serviço ímpar e vasto, com objetivos excessivamente cobiçosos. Deste modo, a baixa taxa de efetivação de serviços farmacêuticos poderia estar mais agregada a desenhos inadequados do que às barreiras anteriormente mencionadas. Reconhecido este problema, seria adequado iniciar um processo de redesenvolvimento que questionem cada um dos fundamentos do serviço, afim de assegurar que o serviço farmacêuticos clínico tenha evidência de sua eficácia (ROSSIGNOLI et al, 2019) 7 Classified Personnel Information 2. ATRIBUIÇÕES DO FARMACEUTICO E FARMÁCIA CLÍNICA No que se diz respeito ao conceito de farmácia clínica, existem várias definições, embora todas elas englobam as mesmas características. Entre uma delas podemos citar: Farmácia Clínica é a área do currículo farmacêutico que lida com a atenção ao paciente com ênfase na farmacoterapia. A Farmácia Clínica procura desenvolver uma atitude orientada ao paciente. A aquisição de novos conhecimentos é consequência do desenvolvimento de habilidades de comunicação interprofissional e com o paciente. (MILLER-HOBERT at el 1968) As atribuições clínicas do farmacêutico visam à promoção, proteção e recuperação da saúde. Segundo a proposta, são atribuições clínicas do farmacêutico estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente, segundo preceitos profissionais e bioéticos, e participar da avaliação da farmacoterapia. Ele deve contribuir para que o paciente utilize os medicamentos nas doses, vias de administração e duração adequadas e de forma segura, pois assim ele terá condições de realizar o tratamento conformerecomendado pela equipe de saúde. A farmácia Clínica reconectou o farmacêutico com a área da saúde, elevando esse profissional a um novo patamar e reaproximando-o da figura central, o paciente, trouxe um novo sentido para a profissão farmacêutica. Vamos falar um pouco sobre o papel deste profissional na farmácia clínica e na saúde. O Uso Irracional de Medicamentos é um problema de saúde mundial, anualmente milhares de pessoas morrem devido a intoxicações com fármacos. O farmacêutico é o profissional responsável por promover o uso racional de medicamentos, através da educação em saúde, dispensação segura de medicamentos, otimização da farmacoterapia, garantindo segurança e efetividade no tratamento farmacológico, além de ser o profissional responsável pela identificação e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM). Dessa forma, atuando junto à equipe multidisciplinar, o farmacêutico promove, saúde e qualidade de vida para os pacientes. Por esses motivos, o farmacêutico tem papel de grande relevância na saúde sendo necessário difundir conhecimento sobre a importância de se ter esse profissional atuante nos serviços de saúde junto à equipe multidisciplinar. As atribuições do farmacêutico clínico foram definidas pela resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013 https://pfarma.com.br/ 8 Classified Personnel Information 3. RESOLUÇÃO Nº 585 DE 29 DE AGOSTO DE 2013 Esta resolução regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico que, por definição, constituem os direitos e responsabilidades desse profissional no que concerne a sua área de atuação. É necessário diferenciar o significado de “atribuições”, escopo desta resolução, de “atividades” e de “serviços”. As atividades correspondem às ações do processo de trabalho. O conjunto de atividades será identificado no plano institucional, pelo paciente ou pela sociedade como “serviços”. Os diferentes serviços clínicos farmacêuticos, por exemplo, o acompanhamento farmacoterapêutico, a conciliação terapêutica ou a revisão da farmacoterapia caracterizam-se por um conjunto de atividades específicas de natureza técnica. A realização dessas atividades encontra embasamento legal na definição de atribuições clínicas do farmacêutico. Abaixo, seguem listados alguns conceitos indispensáveis para o entendimento da resolução. 3.1 Cuidado centrado no paciente: Relação humanizada que envolve o respeito as crenças, expectativas, experiências, atitudes e preocupações do paciente ou cuidadores quanto as suas condições de saúde e ao uso de medicamentos, na qual o farmacêutico e paciente compartilham a tomada de decisão e a responsabilidade pelos resultados em saúde alcançados. 3.2 Uso racional de medicamentos: A Organização Mundial de Saúde diz que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. 9 Classified Personnel Information 3.3 Plano de cuidado: Planejamento documentado para a gestão clínica das doenças, de outros problemas da saúde e da terapia do paciente, delineado para atingir os objetivos do tratamento. Inclui as responsabilidades e atividades pactuadas com o farmacêutico, a definição das metas terapêuticas, as intervenções farmacêuticas, as ações a serem realizadas pelo paciente e o agendamento para retorno e acompanhamento. 3.4 Consulta farmacêutica: Atendimento realizado pelo farmacêutico ao paciente, respeitando os princípios éticos e profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde. 10 Classified Personnel Information 4. DEFINIÇÃO DAS ATRIBUÇÕES O papel do farmacêutico clínico foi definido nas atribuições destacadas para esse profissional na resolução. São atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo: I – Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente; II - Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe de saúde, ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde; III - Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados, contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos; IV – Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos; V – Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente; VI – Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais membros da equipe de saúde; VII - Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento; VIII - Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente; IX - Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente; X - Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de proceder à avaliação farmacêutica; XI - Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia; XII - Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento para individualização da farmacoterapia; XIII - Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de farmacocinética clínica; XIV - Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde; 11 Classified Personnel Information XV - Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia; XVI - Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes; XVII - Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente; XVIII - Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde, as ações de seu plano de cuidado; XIX - Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, família, cuidadores e sociedade; XX - Avaliar, periodicamente, os resultados das intervenções farmacêuticas realizadas, construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados; XXI - Realizar, no âmbito de sua competência profissional, administração de medicamentos ao paciente; XXII - Orientar e auxiliar pacientes, cuidadores e equipe de saúde quanto à administração de formas farmacêuticas, fazendo o registro destas ações, quando couber; XXIII - Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente; XXIV - Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo paciente durante os processos de admissão, transferência e alta entre os serviços e níveis de atenção à saúde; XXV - Dar suporte ao paciente, aos cuidadores, à família e à comunidade com vistas ao processo de autocuidado, incluindo o manejo de problemas de saúde autolimitados; XXVI - Prescrever, conforme legislação específica, no âmbito de sua competência profissional; XXVII - Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento, e realizar ações para a sua promoção; XXVIII - Realizar ações de rastreamento em saúde, baseadas emevidências técnico- científicas e em consonância com as políticas de saúde vigentes. 12 Classified Personnel Information 5. PERSPECTIVAS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL Seguindo tendência mundial, o Brasil vive um movimento de intensa reestruturação na área do medicamento que permeia o sistema de saúde, envolvendo a formação e prática dos profissionais de saúde, bem estar e qualidade devida. A implantação e implementação de ações preconizadas pelo SUS, a reestruturação das diretrizes curriculares dos cursos da área de saúde, em especial a farmacêutica (Brasil, 2001), a atuação conjunta da ANVISA, do Ministério da Saúde e da OPAS, vem fortalecendo as ações voltadas à racionalidade no emprego dos medicamentos, principalmente após a implantação dos genéricos. Este cenário favorece mudanças e abre possibilidades para a introdução de novas práticas na atenção primária à saúde. No entanto, como estão estruturadas as unidades de saúde, básicas ou distritais (SUS), o modelo tecnológico de Atenção Farmacêutica é difícil, porém não impossível, de ser implantado, devido em parte às condições inerentes ao atendimento. Na maioria das unidades de saúde, o fluxo de usuários é alto e os recursos humanos escassos, portanto o tempo de atendimento é sacrificado em benefício do processo de gestão. O serviço farmacêutico é o elo final da cadeia, o usuário, quase sempre, cansado pela espera, na fila da farmácia ou outra, está mais preocupado com a redução do tempo do que com a orientação propriamente dita. Nesta realidade, o tempo investido na orientação representa para o usuário maior desconforto e para o farmacêutico maior probabilidade de reclamações (Araújo, Freitas, 2006). Segundo Oliveira et al. (2005), a implantação da Atenção Farmacêutica nas Farmácias Comunitárias enfrenta obstáculos que incluem o vínculo empregatício do profissional farmacêutico e a rejeição do programa por gerentes e proprietários, além da insegurança e desmotivação por parte dos farmacêuticos, devido ao excesso de trabalho e falta de tempo para se dedicar ao atendimento, perdendo a concorrência para os balconistas em busca de comissões sobre vendas. Há necessidade de estimular a atuação profissional, principalmente de acadêmicos, sendo esse o primeiro passo para o sucesso da Atenção Farmacêutica, uma vez que a sociedade começa a reconhecer a importância do atendimento realizado pelo farmacêutico (Oliveira et al., 2005). Segundo a análise dos autores dessa revisão, para a implementação da Atenção Farmacêutica, no Brasil, são necessárias: a) mudança de paradigma, ou seja, as tecnologias devem ser adequadas e baseadas no acolhimento e nas necessidades dos usuários. Esta mudança, não 13 Classified Personnel Information depende só da prática do farmacêutico e, sim, todo o serviço deve estar empenhado em estabelecer uma relação de confiança e respeito mútuo, entre o usuário e o provedor do cuidado, permitindo a superação das barreiras que impedem o estabelecimento do diálogo; b) avaliar a capacitação e o perfil do profissional farmacêutico para esta nova atividade e, se necessário, desenvolver estratégias para prepará-los e treiná-los, cuja pedra fundamental, pelo menos no plano teórico, foi lançada nas novas diretrizes curriculares para os cursos de Farmácia “Formação Generalista” (Chaud, Gremião, Freitas, 2004; Brasil, 1996; Brasil, 2001). O sistema formador deve aproveitar as modificações propostas no “Farmacêutico Generalista”, incluir nos currículos dos cursos de Farmácia treinamento clínico e em ambulatórios, aprendizagem baseada em soluções de problemas, de modo a ampliar seus conhecimentos em fisiopatologia, medicamentos e terapêutica. Além do conhecimento técnico, a formação deve contemplar o desenvolvimento de habilidades de comunicação em linguagem adequada com a equipe de saúde e, principalmente, com o usuário; c) criação e validação, social e econômica, de modelo tecnológico de Atenção Farmacêutica. Este deve permitir, frente à nossa realidade, demonstrar ou não que os benefícios por ela proporcionados, ou seja, redução das reações adversas, das interações medicamentosas e dos agravamentos da patologia, devido a maior adesão ao regime terapêutico prescrito tenha maior valor monetário do que os custos de sua implantação e manutenção. Em caso positivo, este seria o argumento decisivo para convencer os gestores dos serviços de saúde da necessidade e das vantagens da implantação do serviço de Atenção Farmacêutica. No Brasil, há farmacêuticos, isoladamente, que buscam alternativas para desenvolver a Atenção Farmacêutica, entretanto pode-se observar que, na maioria dos casos, esse novo processo está associado às Universidades e seus docentes. De maneira geral, podemos considerar que a atividade de Atenção Farmacêutica ainda é incipiente no Brasil, tanto no setor público quanto no privado. Para a implementação efetiva da Atenção Farmacêutica no setor público, devem-se conscientizar os gestores que esta atividade reduz custos para o sistema saúde e melhora a qualidade de vida. No setor privado, pode representar o diferencial de atendimento, que contribui para a fidelidade do cliente. 14 Classified Personnel Information CONCLUSÃO A expansão das atividades clínicas do farmacêutico ocorreu, em parte, como resposta ao fenômeno da transição demográfica e epidemiológica observado na sociedade. A crescente morbimortalidade relativa às doenças e agravos não transmissíveis e à farmacoterapia repercutiu nos sistemas de saúde e exigiu um novo perfil do farmacêutico. Nesse contexto, o farmacêutico contemporâneo atua no cuidado direto ao paciente, promove o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde, redefinindo sua prática a partir das necessidades dos pacientes, família, cuidadores e sociedade. Por fim, é preciso reconhecer que a prática clínica do farmacêutico em nosso país avançou nas últimas décadas. Isso se deve ao esforço visionário daqueles que criaram os primeiros serviços de Farmácia Clínica no Brasil, assim como às ações lideradas por entidades profissionais, instituições acadêmicas, organismos internacionais e iniciativas governamentais. As distintas realidades e as necessidades singulares de saúde da população brasileira exigem bastante trabalho e união de todos. O êxito das atribuições descritas nesta resolução deverá ser medido pela efetividade das ações propostas e pelo reconhecimento por parte da sociedade do papel do farmacêutico no contexto da saúde. 15 Classified Personnel Information REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF CLINICAL PHARMACY. The definition of clinical pharmacy. Pharmacotherapy, v. 28, n. 6, p. 816-7, 2008. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE SISTEMAS E REDES ASSISTENCIAIS. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas: medicamentos excepcionais. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 604 p. BRAZINHA, Isabel; FERNANDEZ-LLIMOS, Fernando. Barriers to the implementation of advanced clinical pharmacy services at Portuguese hospitals. International journal of clinical pharmacy, v. 36, n. 5, p. 1031-1038, 2014. DURKS, Desire et al. Use of intervention mapping to enhance health care professional practice: a systematic review. 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