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História e Exercício Profissional de FARMÁCIA

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História e Exercício Profissional da Farmácia Aula 01
 
Aspectos históricos da profissão farmacêutica
A busca pelo entendimento das doenças e utilização de tratamento ocorre desde os primórdios da civilização. Historicamente, a medicina moderna se originou na Grécia, sendo que o nome boticário, ou apotecário, deriva-se do grego apothéke, que se referia à uma pequena caixa onde eram guardadas as substâncias utilizadas para o tratamento dos doentes. No Egito, estudos relatam que existia uma divindade Anepu, denominada de o boticário dos deuses, tinha muita importância, sendo o guardião da casa de medicamentos e do quarto de bálsamos, além de preparador das prescrições dos deuses. Na primeira década da era cristã a Farmácia e a Medicina eram unificadas em única profissão. Nessa época, os boticários tinham uma ação efetiva no diagnóstico e tratamento das doenças. As prescrições na antiguidade eram poucas e simples e eram os médicos que preparavam e dispensavam os seus próprios compostos, preparações cercadas de muito mistério e feitas de acordo com ritos supersticiosos.
                    Ainda na antiguidade, em Alexandria tinha a escola empírica, no século 3 a.C., que tinha por fundamento, o estudo experimental dos medicamentos. Somente no século XVIII, que ocorreu o desmembramento das profissões e ficou definido que o médico faria o diagnóstico e o farmacêutico ficaria responsável pela manipulação. Surgindo a partir daí a divisão entre médicos, cirurgiões, raizeiros e farmacópolos, que eram aqueles que preparavam remédios compostos.
                   Desde então, começaram a surgir fórmulas mais complexas, contendo até 54 ingredientes, podendo ser entendido bem posteriormente como a polifarmácia. Somente em 1240, foi escrita a magna carta da profissão farmacêutica, por Frederico II, imperador romano, criando a farmácia como uma profissão independente. O argumento era "o fato de a prática da farmácia requerer conhecimento, habilidades, iniciativas e responsabilidades especiais, com o objetivo de garantir um cuidado adequado às necessidades medicamentosas das pessoas". Depois de Roma, essa regulamentação ocorreu em vários outros locais. Criando de forma regulamentada e separada as profissões de forma distinta: médicos, cirurgiões dentistas e boticários.
                   Os primórdios da profissão farmacêutica não são conhecidos. Pode-se apenas especular sobre os primeiros indivíduos interessados em produzir e dispensar medicamentos. Por outro lado, sabe-se que, desde o início da história do homem, as doenças já existiam e, com elas, surge a procura pela cura. Dessa forma, faremos um breve histórico da profissão farmacêutica e os passos que levaram ao desenvolvimento dos Cuidados Farmacêuticos, enfatizando sua importância no contexto social, suas características e o método de trabalho que permite a sua realização. 
                   O período mágico-religioso. A história da farmácia e do medicamento é tão antiga como a história da humanidade. Há milhares de anos o homem, para curar doenças e ferimentos, tirava partido de práticas mágico-religiosas e preparava misturas com produtos naturais. As inovações de Galeno (131-200 d.C.) na Antiguidade, considerado o “Pai da Farmácia”, sistematizou pela primeira vez, as matérias-primas necessárias à preparação dos medicamentos e a sua preparação como nunca tinha sido feito. Galeno concebia os medicamentos e a arte de os preparar em função da teoria dos humores proveniente da Grécia Antiga, por Hipócrates.
                   No período medieval ocorreu a influência árabe, os quais divulgaram as práticas de alquimia e defendiam uma farmácia voltada para o laboratório. Outro fator importante a ser considerado nessa época é o papel dos conventos que sofreu influência decisiva do cristianismo. Neles havia hortos botânicos para cultivo de plantas medicinais e boticas para a preparação de medicamentos. Surgem as primeiras autorizações para a arte de preparar os medicamentos em estabelecimento próprio — as boticas.
                   Após esse período ocorreu a fundação das primeiras Universidades, até então os descobrimentos no século XVI e suas repercussões na farmácia eram sustentadas nas doutrinas humorais de Galeno, tirando partido de drogas vegetais conhecidas na Europa e bacia do Mediterrâneo com recurso a purgas, sangrias, clisteres e dietas apropriadas. 
A expansão europeia pelo Oriente e pela América proporcionou a chegada à Europa de drogas desconhecidas de grande interesse terapêutico e comercial, permitindo o surgimento da farmácia química através de Paracelso, culminando no final da vigência galênica. Ao longo dos séculos XVII e XVIII as inovações terapêuticas provenientes da América e do Oriente foram sendo introduzidas na terapêutica europeia. Foram publicados tratados botânicos, farmacêuticos e farmacopeias com estas inovações botânicas e farmacêuticas.
                   Na sequência ocorreu a revolução química de Lavoisier (1743-1794) e a revolução botânica de Lineu (1707-1778) que influenciaram diretamente a farmácia.
                   No final do século XVIII ocorreu o declínio galênico e com o surgimento das primeiras farmacopeias oficiais e um marco muito importante foi o surgimento do primeiro medicamento preventivo, a vacina contra a varíola.
                   A partir daí ocorreu um salto na arte farmacêutica culminando à ciência farmacêutica com a descoberta dos primeiros princípios ativos no início do século XIX o que permitiu obter novos medicamentos. Durante o século XIX, a análise química, a química orgânica e outros ramos da química permitiram obter novos medicamentos. O arsenal terapêutico alargou-se. Desenvolvimento da fisiologia experimental, da farmacologia experimental e da terapêutica experimental. No final do século XIX, começam a surgir e consolidam-se indústrias farmacêuticas de grandes dimensões. A farmácia e o farmacêutico tornam-se uma profissão e uma atividade cuja atuação é sustentada em bases científicas.
                   O farmacêutico ampliou sua área de atuação para além do medicamento e avançou suas atividades para diversas áreas de atuação.
                   No século XX ocorreu a revolução farmacológica com inúmeros avanços provenientes de diferentes áreas laboratoriais, como melhoramento de alguns grupos medicamentosos e surgimento de novos grupos, difusão das matérias-primas sintéticas e dos princípios ativos sustentados na síntese química. Melhoramento das formas farmacêuticas já existentes e surgimento de novas formas farmacêuticas. Os novos grupos terapêuticos e os medicamentos industrializados alteraram o exercício profissional farmacêutico nas diferentes áreas.
                   Devido toda essa evolução surgiu o farmacêutico contemporâneos que tornou um profissional de formação universitária exercendo suas atividades de acordo com normas técnicas, científicas e éticas. 
                   O medicamento é um produto que foi sujeito a longo tempo de investigação baseada em rigorosos critérios científicos e de segurança, tutelado por normas jurídicas e regulamentos, que obedece a controlo económico e que contribui para o bem-estar individual e cujos efeitos na sociedade são evidentes.
                   A farmácia tem uma longa história com vários milênios, que remonta à origem do homem. Farmácia é ciência e profissão. A ciência e a profissão dos medicamentos, mas também uma ciência e uma profissão relacionada com a saúde pública. Por isso se pode dizer que o farmacêutico é um especialista do medicamento e um agente de saúde pública.
Assim se torna importante, transmitir uma identidade profissional e científica. Mostrar o posicionamento ímpar das ciências farmacêuticas na articulação com outras profissões e ciências. Deixar claro que a farmácia e as ciências farmacêuticas têm um passado de prestígio, um presente imprescindível à ciência e à sociedade e, por isso mesmo, um futuro relevante aberto aos desafios da sociedade moderna e fazendo sobressaira sua importância atual e futura.
No Brasil a farmácia iniciou com a vinda da família real em 1808, inicialmente os boticários eram trazidos de Portugal, em 1809 foi criada dentro do curso de medicina, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo, na então Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro. Dez anos depois foi instalada na então Academia Médico-Cirúrgica da Bahia, a cadeira de farmácia, matéria médica e terapêutica, sendo designado para ocupá-la em 1821, o médico português Manuel Joaquim Henriques de Paiva. Somente a partir da reforma do ensino médico de 1832, foi fundado o curso de farmácia, vinculado, contudo, às faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. 
Por esta reforma, ficou estabelecido que ninguém poderia "curar, ter botica, ou partejar", sem título conferido ou aprovado pelas citadas faculdades. Isto obrigava os proprietários das farmácias a pagarem farmacêuticos diplomados para darem nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX. Geralmente, o farmacêutico pago ia à botica somente para receber o pagamento correspondente ao "aluguel" de seu diploma; e a manipulação e venda das drogas acabava ficando a cargo de um prático, aprendiz ou sob responsabilidade do proprietário que se transformava num boticário "prático". Foram muitos os casos de farmacêuticos que abandonaram a profissão ou conciliaram as atividades farmacêuticas com a poesia, ou mesmo com a política, projetando-se na vida pública. Caso exemplar foi o do poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto de Oliveira, diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1883. Exercia a profissão como farmacêutico responsável pela Farmácia Granado, no Rio de Janeiro, apenas durante as ausências do seu proprietário. José do Patrocínio, que ficou conhecido como jornalista abolicionista, foi outro exemplo. Diplomando-se em farmácia pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1879, foi prático de botica na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, abandonando a profissão logo em seguida.
Em 1836 a Seção de Farmácia da Academia Imperial de Medicina, criada no ano anterior, apresentou à mesma um plano de reorganização do curso de farmácia das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia e propôs a criação de escolas de farmácia nas capitais das províncias de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Ceará e São Pedro do Sul, atual Rio Grande do Sul. Essas deveriam ficar subordinadas àquelas do Rio de Janeiro e da Bahia.
Em 4 de abril de 1839 a Escola de Farmácia de Ouro Preto foi criada pela lei nº 140, votada em na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e sancionada. Primeiro estabelecimento de ensino superior oficial da província mineira, foi a mais antiga escola de farmácia do Brasil e da América do Sul, como unidade individualizada, desvinculada do curso de medicina. As aulas teóricas e práticas eram dadas numa única sala e a Escola era dirigida pelo inspetor de Instrução Pública, ficando sua fiscalização a cargo do diretor do Liceu. Por volta de 1872, foi instalada num sobrado da rua das Mercês de Ouro Preto, prédio que foi mais tarde aumentado e reformado para sede da Escola de Minas.
Devido a inúmeras mudanças o farmacêutico foi cada vez mais conquistando seu espaço e hoje pode atuar em inúmeras áreas como: Acupuntura, Administração de laboratório clínico, Administração farmacêutica, Administração hospitalar, Análises clínicas, Assistência domiciliar em equipes multidisciplinares, Atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência, Auditoria farmacêutica, Bacteriologia clínica, Banco de cordão umbilical, Banco de leite humano, Banco de sangue, Banco de Sêmen, Banco de órgãos, Biofarmácia, Biologia molecular, Bioquímica clínica, Bromatologia, Citologia clínica, Citopatologia, Citoquímica, Controle de qualidade e tratamento de água, potabilidade e controle ambiental, Controle de vetores e pragas urbanas, Cosmetologia, Exames de DNA, Farmacêutico na análise físico-química do solo, Farmácia antroposófica, Farmácia clínica, Farmácia comunitária, Farmácia de dispensação, Fracionamento de medicamentos, Farmácia dermatológica, Farmácia homeopática, Farmácia hospitalar, Farmácia industrial, Farmácia magistral, Farmácia nuclear (radiofarmácia), Farmácia oncológica, Farmácia pública, Farmácia veterinária, Farmácia-escola, Farmacocinética clínica, Farmacoepidemiologia, Fitoterapia, Gases e misturas de uso terapêutico, Genética humana, Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde, Hematologia clínica, Hemoterapia, Histopatologia, Histoquímica, Imunocitoquímica, Imunogenética e histocompatibilidade, Imunohistoquímica, Imunologia clínica, Imunopatologia, Meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, Micologia clínica, Microbiologia clínica, Nutrição parenteral, Parasitologia clínica, Saúde pública, Toxicologia clínica, Toxicologia ambiental, Toxicologia de alimentos, Toxicologia desportiva, Toxicologia farmacêutica, Toxicologia forense, Toxicologia ocupacional, Toxicologia veterinária, Vigilância sanitária, Virologia clínica.
O símbolo da profissão farmacêutica, conforme figura abaixo, significa:
· Taça: representa a cura.
· Serpente: representa o poder, a ciência, a sabedoria e a transmissão do conhecimento compreendido de forma sábia.
· A taça com a serpente nela enrolada: É conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta à Antiguidade, sendo parte da mitologia grega.
Figura1 - Símbolo da profissão farmacêutica
Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Capítulo 1 – Atenção Farmacêutica: histórico, conceitos e contexto atual. 2ª ed. Atheneu, 2018. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168924/pdf/0?code=lC+KYcwOGmnLUIvNW/xvNJ3A+4Jx4sijAQ0PISSjxcFTdAvLqmjsT+nAsfaKZQwPd6o05so6GdEKUXzXD7I7Cg== (Links para um site externo.)
Agora é sua Vez
A seguir está disponível o link de uma aula sobre a história da farmácia e realidade do curso de farmácia.
 Acesse o link abaixo e aprofunde seus estudos.
https://youtu.be/xQvMef4KeYs
Aula 2 
Código de ética da profissão farmacêutica e Legislação farmacêutica
O farmacêutico é o profissional de saúde que mais tem expertise sobre os medicamentos. Como profissional de saúde, está sujeito as normativas que orientam a conduta e postura do profissional, inseridas no seu Código de Ética.
A ética profissional é conceituada como conjunto de normas que definem e direcionam a atuação do profissional. Ser ético é agir dentro dos princípios e valores preconizados pela sociedade e o grupo de trabalho. O Código de Ética da Profissão Farmacêutica preconiza os valores éticos e morais que norteam a atuação desse profissional, embasado na essência da profissão que é o cuidado e na prevenção, promoção e recuperação da saúde através de ações que incentivam a educação em saúde.
A ética farmacêutica permite uma reflexão sobre moral e a conduta do profissional proposta pelo Conselho Federal de Farmácia. Etmologicamente, ética vem do grego  ethos, e significa morada, podendo ser entendida como acolhimento e relacionado com o sentir-se seguro. As discussões éticas estão intrinsicamente relacioandas as reflexões bioéticas que de acordo com os seus princípios beneficência, não meleficência, justiça e autonomia regem os limites relacionados as pesquisas, ciência e atuação profissional.
O farmacêutico é o responsável pela supervisão da dispensação de medicamento nos estabelecimentos de saúde, a Resolução RDC 44/09 exige a presença do profissional farmacêutico, no âmbito das boas práticas, para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos.
O profissional farmacêutico deve estar atualizado, capacitado apresentando conhecimento técnico científico para poder interpretar e estabelecer condições para o cumprimento da legislação farmacêutica atual, exercendo assim sua profissão com excelência.
O órgão que regulamenta a profissão farmacêutica é o Conselho Federalde Farmácia (CFF) apresenta inúmeras normas que orientam o exercício da profissão farmacêutica. Os farmacêuticos devem estar inscritos em Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) podendo assim, exercerem suas atividades respeitando o código de ética farmacêutica de acordo com seus deveres, atribuições e proibições.
Em 2014 o CFF unificou as resoluções anteriores que contemplava o código de ética farmacêutica (Resolução CFF n° 417/04, o processo ético-disciplinar na Resolução CFF n° 418/04 e as sanções decorrentes de infrações ético-disciplinares na Resolução CFF n° 461/07) em uma única, a Resolução CFF n° 596/14. Em 2021 o CFF lançou a resolução 711/2021 atualizando o Código de Ética Farmacêutica.
Essa Resolução deixa claro que as infrações cometidas pelos profissionais poderão sofrer sanções disciplinares. O histórico da regulação da profissão farmacêutica no Brasil teve início com o decreto 20.377/1931, dispositivo legal que regulamentou o exercício do profissional farmacêutico no nosso país. Na sequência foi implementada a lei 3.820/1960, que regulamentou a implementação dos Conselhos Federal (CFF) e Regional (CRF). Os conselhos são órgãos importantes que através dos fiscais, certificam a atuação dos farmacêuticos e quando comprovada conduta inadequada aplicam penalidades disciplinares.
Em 1981, o decreto 85.878, veio estabelecer normas para execução da lei 3.820/1960, sobre o exercício da profissão farmacêutica. Esse decreto esclareceu as atribuições privativas e não privativas do farmacêutico, deixando claro quais as atividades que poderiam ser exercidas somente pelos farmacêuticas e aquelas que poderiam ser exercidas, também, por outros profissionais.
No início do século XXI começou a surgir uma enorme demanda de adequações e regulamentação na profissão farmacêutica, assim algumas resoluções vieram atender essas necessidades como a resolução do CFF nº 417/2004 definindo deveres, proibições e direitos. Ainda no mesmo ano, foi aprovado a resolução nº 418/2004 código de processo ético da profissão farmacêutica no país. Na sequência em 2005 foi publicada a resolução de nº 431/2005 que trouxe as normativas referentes as sanções éticas e disciplinares abrangendo as infrações que deveriam ser aplicadas aos farmacêuticos. Posteriormente essa resolução foi substituída pela resolução 461/2007 que veio fazer alguns ajustes referentes as sanções éticas e disciplinares.
Em 30 de julho de 2021 foi publicada a Resolução Nº 711, que veio trazer algumas mudanças importantes sobre o código de ética do farmacêutico.
A resolução 711/2021 que traz o Código de Ética farmacêutico é composta por três anexos que são descritos logo nas disposições preliminares. 
· Anexo I – CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICA
· Anexo II – CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO
· Anexo III – Estabelecer as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares
O farmacêutico constitui um profissional importantíssimo entre a equipe multidisciplinar, se destaca como o profissional da saúde responsável por executar as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico contribuindo para salvar vidas e cuidar da saúde dos pacientes, de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde e, ainda, é responsável por desenvolver medidas educativas junto a população atuando na prevenção, promoção e recuperação da saúde. O capítulo I dessa resolução trata dos princípios fundamentais que regem a profissão farmacêutica descritos abaixo:
“Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica tem dimensões de valores éticos e morais que são reguladas por este código, além de atos regulatórios e diplomas legais vigentes, cuja transgressão poderá resultar em sanções disciplinares por parte do CRF, após apuração de sua Comissão de Ética, observado o direito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, independentemente das demais penalidades estabelecidas pela legislação em vigor no país.
Parágrafo único - Os farmacêuticos e demais inscritos que transgredirem este regulamento, enquanto no exercício do serviço de atividade militar, não estão sujeitos à ação disciplinar dos conselhos regionais ante ao artigo 5° da Lei Federal nº 6.681/79...”
(Código de Etica Farmacêutica, CFF, 2021) .
Essa primeira parte mostra que o farmacêutico, devido o seu papel como profissional de saúde, devem ter suas ações fundamentadas na ética, honra e diginidade respeitando os preceitos e normas que regulamentam  a profissão exercendo seu rabalho com comeptência, responsabilidade e excelência.
Em relação aos direitos do farmacêutico o Art.12 do Código de ética traz tudo que nós farmacêuticos podemos fazer, vocês poderão familiarizar com todos os direitos do profissional farmacêutico no link disponível para vocês acessarem Código de Etica Farmacêutica, CFF, 2021.
Respeitando os direitos do farmacêutico é necessário exigir condições adequadas de trabalho recebendo um salário justo e pré-estabelecido pelo conselho da classe. Além disso, o farmacêutico tem o direito de conhecer e acessar os dados do paciente para melhor contribuir para sua farmacoterapia ideal, realizando a intercambialidade, se necessário considerando o custo-benefício e acessibilidade aos medicamentos pelos pacientes. O farmacêutico tem o direito de se recusar a dispensar uma prescrição que não estiver adequada de acordo com posologia e indicação do para o paciente e tem total obrigação de entrar em contato com o profissional prescritor e explicar o que está inadequado na prescrição.
Os deveres do farmacêutico vão ao encontro do exercício da profissão com seriedade e comprometimento atuando na prevenção, promoção e controle das doenças. Principalmente na orientação do uso racional dos medicamentos, evitando a automedicação e focando nos benefícios do tratamento objetivando um resultado farmacoterapêutico adequado e esperado para o paciente.
 O farmacêutico tem o dever de orientar o paciente em relação aos principais efeitos adversos e orientar que o procure diante de qualquer reação adversa que surgir diante do uso do medicamento.
Entre outras orientações importantes sobre a conduta ética envolvendo o sigilo profissional no sentido de proteger os dados do paciente em publicação de prescrição, nesse caso, sempre, apagar o nome e não expor o paciente. Cuidados com publicações sem referências e usar o senso crítico nas publicações em relação as informações equivocadas referente ao âmbito farmacêutico.
As proibições descritas no At. 17 ressaltam a seriedade da profissão, por isso a importância realizar as atividades inerentes ao profissional de forma correta, pois qualquer desvio na execução dessas funções pode acarretar danos no controle de qualidade dos medicamentos seja durante a manipulação, armazenamento abrangendo todas as condições gerais relacionadas na manutenção de qualidade do medicamento e que este possa chegar em perfeitas condições até o paciente para seu consumo. Portanto é fundamental que o profissional cumpra todas as suas obrigações de forma efetiva e tranquila.
Na sequência o Código de ética traz o capítulo V que orienta sobre as publicações de trabalhos científicos deixando claro a importância de publicar conteúdos embasados cientificamente, participar da publicação de trabalhos os quais não contribuiu com a pesquisa. Chama a atenção para publicidade de medicamentos que possa induzir ao uso indiscriminado e incentivar a automedicação.
Seguindo o Código de Ética no Título II relata a importância de o farmacêutico fazer parte da equipe multiprofissional contribuindo com sua expertise sobre os medicamentos e a importância de colaborar com os colegas e manter um relacionamento harmonioso e ético.
As infrações são aplicadas diante do desvio de conduta e não cumprimento da legislação exigida no exercício da profissão que varia desde advertência, seguida de multa, suspensão e eliminação do registro profissional.
A profissão farmacêutica foi regulamentada no Brasil pelo Decreto nº. 20.377, de 8 de setembro de 1931, aprovando o exercício da profissão farmacêutica no Brasil.
Após 29 anos da regulamentação daprofissão farmacêutica, no início da década de 60 foi criado os CRFs sancionados pela Lei nº. 3.820/1960, em 21 de novembro de 1960. Os CRFs são responsáveis por cuidar dos farmacêuticos inscritos nesse órgão e suas funções abrange:
· fiscalizar o exercício da profissão;
· exigir a atuação ética do farmacêutico;
· defender a atuação do farmacêutico;
· punir eticamente o farmacêutico que recebe abaixo do piso salarial;
· exigir que o farmacêutico cumpra a legislação sanitária e profissional;
· exigir que as farmácias e drogarias tenham farmacêutico durante todo o horário de funcionamento;
· promover a valorização da profissão farmacêutica.
A profissão farmacêutica foi marcada por inúmeras leis, no sentido de, cada vez, regulamentar e aprimorar as atribuições da profissão farmacêutica, abrangendo diretos, deveres e proibições ressaltando suas obrigações referentes as diversas áreas de atuação.
O Decreto nº. 85.878, de 7 de abril de 1981 dispõe sobre as atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos abrangendo sobre o exercício profissional, questões éticas, morais e civis.  Traz também questões relacionadas a responsabilidade técnica, fiscalização profissional, área de atuação farmacêutica e outras informações pertinentes em relação a profissão.
A Lei nº. 5.991, de 17 de dezembro de 1973 descreve como deve ser feito o controle sanitário do comércio de substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, abrangendo as diretrizes relacionadas a farmácia homeopática.
A Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976 trata das questões relacionadas a vigilância sanitária que fica responsável pela fiscalização de medicamentos, as substâncias, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos que necessitam desse monitoramento.
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 354, de 23 de março de 2020 veio atualizar a Portaria nº. 344/1998 e referente a atualização do Anexo I que consta as substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial.
A RDC nº. 44, de 17 de agosto de 2009 veio trazer a necessidade da elaboração de um manual referente as boas práticas farmacêuticas que deve abranger desde o controle sanitário do funcionamento, dispensação, comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e também deve deixar claro as atribuições e as responsabilidades do farmacêutico, além de ser de fácil compreensão por todos os funcionários.
A Resolução nº. 521, de 16 de dezembro de 2009 trata das questões do registro dos profissionais nos CRFs. A Resolução nº. 577, de 25 de julho de 2013 dispõe sobre a direção técnica ou responsabilidade técnica de empresas ou estabelecimentos farmacêuticos. A Resolução nº. 585, de 29 de agosto de 2013 regulamentou as atribuições clínicas do farmacêutico. A Resolução nº. 586, de 29 de agosto de 2013 veio regulamentar a prescrição farmacêutica como prática multiprofissional. Essa resolução será trabalhada detalhadamente na sequência. A Lei nº. 13.021, de 8 de agosto de 2014 regulamentou a prática da assistência farmacêutica, desde que o profissional esteja habilitado na forma da lei, permitindo que sejam oferecidos os serviços farmacêuticos.
A Portaria nº. 344, de 12 de maio de 1998 foi um grande passo pois regulamentou o controle especial de substâncias e medicamentos que de alguma forma poderiam causar dependência ou riscos à saúde, se usados de forma inadequada. Essa portaria veio regulamentar os medicamentos de controle especial abrangendo forma de aquisição e de dispensação desses medicamentos. Ressaltando que o profissional farmacêutico assume a total responsabilidade sobre o controle desses medicamentos. Devido à grande importância, essa portaria será trabalhada de forma bem detalhada na Unidade 02.
Conhecer e aplicar o Código de ética farmacêutica é fundamental, pois isso fará com que o profissional tenha sempre uma conduta ética, embasada nos princípios éticos da profissão farmacêutica, para isso é preciso agir de forma a promover, prevenir e tratar as doenças dos pacientes orientando em relação ao uso racional dos medicamentos e explicar sobre as possíveis reações adversas dos medicamentos.
Além disso, o profissional farmacêutico precisa exercer sua profissão fundamentada em diversos deveres e obrigações que são importantes fazendo com que todos os farmacêuticos adotem uma conduta única e cumpram suas funções da forma como preconiza o CFF.
Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Capítulo 3 – Aspectos da ética farmacêutica no exercício da atenção farmacêutica, 2ª ed. Atheneu, 2018. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168924/pdf/0?code=3Y/tdmXpwNt9FJ/8S3rdf5BNIowjy+RU4Vl3rcoI7/8/dcLRTuYvXrDfGZ5DDBzeUgAGa0cTBnRFiQO61H1vzg==
Agora é sua Vez
Para saber mais sobre como identificar e discutir os problemas éticos vivenciados por farmacêuticos na atenção básica à saúde, leia o artigo Ética e assistência farmacêutica na atenção básica: desafios cotidianos , disponível no link a seguir:
https://www.scielo.br/j/bioet/a/KrJnQ9MxDZsRk8bHzYn9PSv/abstract/?lang=pt (Links para um site externo.)
Importante salientar que a ética farmacêutica envolve um conjunto de normas e valores que direcionam as condutas profissionais no exercício das atribuições da profissão durente o exercício profissional. Para aprofundar seus conhecimentos e saber mais sobre o Código de Ética da Profissão Farmacêutica, acesse o link abaixo, o qual contém o Código de Ética na íntegra.
 https://in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-711-de-30-julho-de-2021-337525053 (Links para um site externo.)
A seguir está disponível um vídeo sobre o novo código de ética farmacêutica - Resolução CFF 711/2021
 Acesse o link abaixo e aprofunde seus estudos. https://youtu.be/U2SpSjKDB6M
Aula 3
Farmácia Comunitária - Atenção e Assistência Farmacêutica
O farmacêutico é o profissional de saúde que mais tem conhecimento sobre os medicamentos. Dentre os profissionais de saúde, é o que tem contato mais próximo com o paciente, uma vez que o paciente já passou por vários profissioanis como médicos, emfermeiros, fisioterapeutas e outras e quando chega no estabelecimento farmaceutico, devido o contato próximo, consegue tirar todas as suas dúvidas e dar prosseguimento no seu tratamento.
A Farmácia comunitária refere-se aos estabelecimentos farmacêuticos não hospitalares e não ambulatoriais que atendem à comunidade. As farmácias Comunitárias no Brasil são, em sua maioria privadas, de propriedade particular, mas existem também farmácias públicas, sejam elas vinculadas à rede nacional de farmácias populares ou às esferas públicas municipais ou estaduais.
A Lei nº 13.021 de 08 de agosto de 2014 veio confirmou as Farmácias e Drogarias como Estabelecimentos de saúde no artigo 3º:
 “Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos” (LEI Nº 13.021 DE 08 DE AGOSTO DE 2014).
   As atribuições do farmacêutico na farmácia pública abrangem desde o atendimento e orientação ao cliente a responsabilidades burocráticas e legais, onde o farmacêutico juntamente com o dono da drogaria ou farmácia irão responder legalmente pelas atividades da empresa, inclusive criminalmente, caso alguma atividade ou produto não estejam em conformidade com a legislação vigente.
Os farmacêuticos dispensam medicamentos conforme indicado na prescrição, quando legalmente habilitados, os dispensam sem prescrição, atuando como prescritores farmacêuticos.
Os farmacêuticos são responsáveis por assegurar pela Assistência e Atenção farmacêutica. 
A Atenção farmacêutica foi proposta por Hepler e Strand em 1990, utilizaram pela primeira vez na literatura científica o termo “Pharmaceutical Care”, que foi traduzido para o Brasil como Atenção Farmacêutica.“Atenção Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente”.
Nos resultados incluem diminuição do processo da enfermidade; cura da enfermidade; diminuição ou eliminação dos sintomas. Esse serviço é muito confundido com a orientação e assistência ao paciente, porém Atenção Farmacêutica abrange muito mais setores.
Assistência farmacêutica corresponde a um conjunto de ações realizadas por farmacêuticos que tem como objetivo orientar o uso e as restrições de medicamentos aos pacientes, a Atenção Farmacêutica é a relação direta do farmacêutico com o paciente, realizando o controle do uso de medicações com os interesses do próprio paciente. O processo de Atenção Farmacêutica segue uma sequência de passos conhecida como método clínico. O método clínico inclui desde a coleta de dados, identificação de problemas, implantação de um plano de cuidado e seguimento do paciente.
O conceito de assistência farmacêutica foi ampliado por envolver um grupo de atividades relacionadas ao medicamento, compreendendo o ciclo da assistência farmacêutica que incluem: a seleção, a programação, a aquisição, o armazenamento e distribuição, o controle da qualidade envolvendo a prescrição e a dispensação o que deverá favorecer a permanente disponibilidade dos produtos segundo as necessidades da população, identificadas com base em critérios epidemiológicos.
Os farmacêuticos têm assumido progressivamente a tarefa adicional de assegurar a qualidade dos produtos que dispensam. A seguir, descrevem-se as principais atividades dos farmacêuticos comunitários.
Processamento de receitas O farmacêutico verifica a legalidade, segurança e adequação do produto receitado e verifica os dados da medicação do paciente antes de dispensar o medicamento constante na receita (quando esses dados são mantidos na farmácia). O profissional verifica ainda se os medicamentos estão sendo dispensados nas quantidades exatas e decide se o medicamento deve ser entregue ao paciente, com aconselhamento apropriado, por um farmacêutico. Em muitos países, o farmacêutico comunitário conhece a história medicamentosa passada e atual do paciente e, consequentemente, pode fornecer assessoramento essencial ao prescritor.
Trabalhando na atenção aos pacientes o farmacêutico procura coletar e integrar informações sobre o histórico medicamentoso do paciente, esclarece dúvidas do paciente quanto à posologia pretendida e método de administração e aconselha o paciente sobre as precauções que deve tomar com os medicamentos. Em alguns países, o farmacêutico também monitora e avalia a resposta terapêutica.
O farmacêutico deve participar das ações para monitorizar a utilização dos medicamentos, como projetos de pesquisa prática, e esquemas de análise das receitas para a monitorização de reações adversas aos medicamentos. O farmacêutico recebe solicitações de aconselhamento da população a respeito de uma ampla gama de sintomas e, quando pertinente, encaminha a pessoa ao médico. Se os sintomas derivam de enfermidades leves e autolimitadas, o farmacêutico pode dispensar um medicamento que não exija receita, aconselhando o paciente a procurar um médico se os sintomas persistirem além de uns poucos dias. Ou, então, pode fornecer orientação, mas sem dispensar medicamento.
O farmacêutico pode compilar e manter um conjunto de informações sobre os medicamentos e, em especial, sobre os novos medicamentos; compartilhar essas informações conforme necessário com outros profissionais de atenção à saúde e com os pacientes; e usá-las para promover o uso racional dos medicamentos, fazendo recomendações e prestando explicações aos médicos e membros da população.
O farmacêutico atua diretamente na promoção da saúde participando de campanhas locais e nacionais de promoção da saúde, cobrindo um amplo leque de tópicos afins e, em especial, tópicos relacionados com ao uso racional dos medicamentos e outros temas pertinentes como alcoolismo, tabagismo, desencorajar o uso de medicamentos durante a gravidez, abuso de solventes orgânicos, prevenção de envenenamento. Além de orientar em relação a problemas de saúde como doenças diarreicas, tuberculose, hanseníase, infecção pelo HIV/AIDS e planejamento familiar. Também pode participar de atividades educacionais junto a grupos comunitários locais que trabalham com promoção da saúde e em campanhas de prevenção de doenças, como o Programa Ampliado de Imunização e os programas de malária e cegueira.
O farmacêutico pode atuar prestando serviços domiciliares prestando serviços de orientação e abastecimento de medicamentos em asilos de idosos e a pacientes crônicos.
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Capítulo Norteador: Capítulo 3– Aspectos da ética farmacêutica no exercício da atenção farmacêutica, 2ª ed. Atheneu, 2018. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168924/pdf/0?code=3Y/tdmXpwNt9FJ/8S3rdf5BNIowjy+RU4Vl3rcoI7/8/dcLRTuYvXrDfGZ5DDBzeUgAGa0cTBnRFiQO61H1vzg==
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Para saber mais sobre como identificar e discutir a ação do profissional farmacêutico na Farmácia comunitária, leia o artigo ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA ASSISTÊNCIA A SAÚDE EM FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS , disponível no link a seguir:
https://www.scielo.br/j/bioet/a/KrJnQ9MxDZsRk8bHzYn9PSv/abstract/?lang=pt (Links para um site externo.)
 Aula 4
Farmácia Pública e Assistência Farmacêutica
O farmacêutico no SUS te um papel fundamnetal, pois atua como responsável técnico pelas farmácias municipais como está previsto na Lei n. 5.991, de 19 de dezembro de 1973. Além de sua atuação específica como responsável técnico pela unidade de dispensação de medicamentos (farmácia), o farmacêutico é o profissional com formação para atuar nas seguintes áreas de saúde do Município: assistência farmacêutica, vigilância em saúde (vigilâncias sanitária, epidemiológica e ambiental) e nos laboratórios de análises clínicas. Atua diretamente no uso racional impactando na melhoria na qualidade de vida da população e o aperfeiçoamento do SUS.
Nos últimos anos, a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem buscado fornecer um atendimento visando uma atenção à saúde de qualidade no País. Assim, foi proposto a Política Nacional de Medicamentos (PNM) e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), como parte essencial da Política Nacional de Saúde, que constituem instrumentos fundamentais para a efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência sanitária à população. 
Dentre as diretrizes da PNAF, destacam-se: a garantia de acesso e de equidade às ações de saúde incluindo, necessariamente, a assistência farmacêutica; o desenvolvimento, a valorização, a formação, a fixação e a capacitação de recursos humanos; a promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o consumo; a manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede pública de saúde, nos diferentes níveis de atenção, considerando a necessária articulação e a observância das prioridades regionais definidas nas instâncias gestoras do SUS e a qualificação dos serviços de assistência farmacêutica existentes, em articulação com os gestores estaduais e municipais, nos diferentes níveis de atenção.
Ampliar o acesso e garantir o uso racional de medicamentos, integrar a assistência farmacêutica às demais políticas de saúde, otimizar os recursos financeiros existentes, incorporar o farmacêutico na rede municipal de saúde, desenvolver e capacitar recursos humanos para implementar a assistência farmacêutica e tornar a gestão eficiente são alguns dos desafios colocados.
O farmacêutico exerce atua na assistência farmacêutica no SUS definida como política pública estratégica no âmbito do Controle Social do SUS e incorporada como uma das prioridades das ações dos gestores no campo da saúde, sendo o responsável pela gestão e ciclo da assistência farmacêutica enfrentando desafios e elaborando estratégias articuladas superandoo binômio aquisição/distribuição de medicamentos, reduzido aos seus aspectos logístico-administrativos.
Os farmacêuticos precisam estar preparados para suprir as necessidades do sistema de saúde com conhecimentos e competências que viabilizem a implementação da assistência farmacêutica como uma política de saúde. Conhecer e articular os componentes do sistema de saúde com a função de gestão, de planejamento e de avaliação da assistência farmacêutica, é fundamental para a promoção do acesso aos medicamentos com uso racional. Portanto, a inserção do profissional farmacêutico passa a ser uma necessidade e o seu papel, como profissional responsável pelo uso racional e resolutivo dos medicamentos, assume caráter fundamental para a atenção à saúde, entendida em toda a extensão do princípio da integralidade das ações de saúde.
Assim, a Resolução 338/2004, do Conselho Nacional de Saúde, define como um dos pontos básicos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, em seu artigo 1º, inciso IV, o seguinte:
 “As ações de Assistência Farmacêutica envolvem aquelas referentes à Atenção Farmacêutica, considerada como um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica e compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde” (RESOLUÇÃO 338/2004)
Conforme prevê o artigo 1º do Decreto n. 85.878, de 7 de abril de 1981, que regulamenta o âmbito profissional do farmacêutico.
“Art. 1º – São atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos: I – desempenho de funções de dispensação ou manipulação de fórmulas magistrais e farmacopeicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo de natureza privada” (DECRETO N. 85.878)
A Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990) contempla os preceitos constitucionais e estabelece que, entre seus campos de atuação, está incluída a execução da “assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica” e entre as ações, “a formulação da política de medicamentos, (...) de interesse para a saúde (...)” (BRASIL, 1990).
A Política Nacional de Medicamentos (PNM), publicada em outubro de 1998, fortalece os princípios e diretrizes constitucionais do SUS, tendo como finalidade principal “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”
Entre as diretrizes estabelecidas por essa política está a reorientação da assistência farmacêutica, definida como:
 “um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.” (BRASIL, 1998)
A Assistência Farmacêutica (AF) consiste no gerenciamento do medicamento como um todo, não se limita aquisição e distribuição de medicamentos, engloba a elaboração de planos, programas e atividades específicas visando prestar um serviço de qualidade a população, promovendo o acesso, o uso racional e a integralidade das ações.
A AF proposto pela PNM fundamenta-se:
· Na descentralização da gestão;
· Na promoção do uso racional de medicamentos;
· Na otimização e na eficácia das atividades envolvidas na AF;
· No desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução de preços de produtos, viabilizando o acesso da população, inclusive no âmbito privado.
A promoção do uso racional de medicamentos é um dos principais pontos da PNM e para atender essa necessidade foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, por meio da Resolução MS/CNS 338, de 6 de maio de 2004, resolveu englobar entre seus eixos estratégicos:
· Garantia de acesso e equidade às ações de saúde inclui, necessariamente, a assistência farmacêutica;
· Manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede pública de saúde, nos diferentes níveis de atenção, considerando a necessária articulação e a observância das prioridades regionais definidas nas instâncias gestoras do SUS;
· Qualificação dos serviços de Assistência Farmacêutica já existentes, em articulação com os gestores estaduais e municipais, nos diferentes níveis de atenção;
· Desenvolvimento, valorização, formação, fixação e capacitação de recursos humanos; • Promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o consumo. Dentre as formas de promover o uso racional de medicamentos, destacam-se a implantação e utilização de Relação de Medicamentos Essenciais, Formulário Terapêutico e Protocolos Clínicos e Terapêuticos.
O Ciclo da Assistência Farmacêutica envolve a seleção de medicamentos e de organização da assistência farmacêutica no âmbito do SUS se baseia na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME, constituindo um guia para as ações de planejamento do farmacêutico gestor.
Os farmacêuticos precisam atender os blocos de financiamento que incluem a Atenção Básica; Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar; Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS.
O bloco de financiamento para a assistência farmacêutica é constituído por três componentes:
Componente básico da assistência farmacêutica
Componente estratégico da assistência farmacêutica e
Componente de medicamentos de dispensação Especializado (antigo excepcional), Portaria GM/MS 2981/2009.
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se à aquisição de medicamentos e insumos da assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica em saúde e àqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da atenção básica.
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica destina-se ao financiamento para custeio de ações de assistência farmacêutica nos seguintes programas de saúde estratégicos:
I – Controle de endemias, tais como a Tuberculose, Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Chagas e outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional;
II – Antirretrovirais do programa DST/AIDS;
III – Sangue e Hemoderivados; e IV – Imunobiológicos.
São medicamentos destinados a patologias de controle específico do Ministério da Saúde, para atingirem as metas de controle e eliminação exigidos pela Organização Mundial de Saúde, ou por serem medicamentos cuja aquisição depende de processos de licitação internacional.
Os insumos para o combate ao tabagismo e para a alimentação e nutrição passaram a integrar o componente estratégico dos medicamentos.
O componente Especializado da Assistência Farmacêutica, consiste na dispensação de medicamento excepcional, caracteriza-se como uma estratégia da política de assistência farmacêutica, que tem por objetivo disponibilizar medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde para tratamento de agravos inseridos nos seguintes critérios:
· doença rara ou de baixa prevalência, com indicação de uso de medicamento de alto valor unitário ou que, em caso de uso crônico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado; e
· doença prevalente, com uso de medicamento de alto custo unitário ou que, em caso de uso crônico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado desde que:
· haja tratamento previsto para o agravo no nível da atenção básica, ao qual o paciente apresentou necessariamenteintolerância, refratariedade ou evolução para quadro clínico de maior gravidade, ou
· o diagnóstico ou estabelecimento de conduta terapêutica para o agravo estejam inseridos na atenção especializada.
O farmacêutico é o responsável pelas ações de assistência farmacêutica na gestão do medicamento sendo elas:
· Planejar, coordenar e executar as atividades de assistência farmacêutica, no âmbito da saúde pública;
· Gerenciar o setor de medicamentos (selecionar, programar, receber, armazenar, distribuir e dispensar medicamentos e insumos), com garantia da qualidade dos produtos e serviços;
· Treinar e capacitar os recursos humanos envolvidos na assistência farmacêutica, para o cumprimento das suas atividades. Ações de assistência farmacêutica na Assistência à Saúde:
· Implantar a atenção farmacêutica para pacientes hipertensos, diabéticos ou portadores de doenças que necessitem acompanhamento constante;
· Acompanhar e avaliar a utilização de medicamentos pela população, para evitar usos incorretos.
· Educar a população e informar aos profissionais das ESFs sobre o uso racional de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o uso.
Devido ao exposto, percebe que o farmacêutico apresenta um papel super importante no SUS atuando diretamente na Assistência farmacêutica garantindo todo o ciclo da assistência farmacêutica disponibilizando o medicamento para os usuárias e prestando orientação sobre o uso racional dos medicamentos promovendo, prevenindo e cuidando da saúde dos usuários.
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Capítulo Norteador: Parte 3– Promoção do uso racional de medicamentos, pg 487, em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica 2ª ed. Atheneu, 2018. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168924/pdf/0?code=3Y/tdmXpwNt9FJ/8S3rdf5BNIowjy+RU4Vl3rcoI7/8/dcLRTuYvXrDfGZ5DDBzeUgAGa0cTBnRFiQO61H1vzg== (Links para um site externo.)
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Para saber mais sobre assistência farmacêutica no SUS, leia o artigo Assistência Farmacêutica nos 30 anos do SUS na perspectiva da integralidade, disponível no link a seguir:
https://www.scielo.br/j/bioet/a/KrJnQ9MxDZsRk8bHzYn9PSv/abstract/?lang=pt (Links para um site externo.)
A seguir está disponível um vídeo sobre os componentes especializado da assistência farmacêutica.
https://youtu.be/OHy4RQo7jNM
Aula 5
Farmácia de Manipulação e homeopática
Atualmente, o ramo da farmácia magistral, mais conhecida como farmácia de manipulação, cada vez se destaca no cenário farmacêutico do Brasil. Constitui o setor de maior ascendência nos últimos anos, representando uma importante fonte econômica no mercado brasileiro, é responsável por absorver grande número de farmacêuticos. Devido ao crescimento desse mercado, cada vez mais se torna necessário disponibilizar produtos com qualidade e segurança.
A manipulação de medicamentos constitui-se em um conjunto de operações farmacotécnicas, com a finalidade de elaborar preparações magistrais e oficinais e de fracionar especialidades farmacêuticas para uso humano. Distinguem-se em dois tipos: 
1- a preparação magistral, que é aquela preparada na farmácia, a partir de uma prescrição de profissional habilitado, destinada a um paciente individualizado e que estabeleça, em detalhes, sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar; e
2 - a preparação oficinal, que é aquela preparada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O medicamento magistral é todo medicamento cuja prescrição pormenoriza a composição, a forma farmacêutica e a posologia. É preparado na farmácia, por um profissional farmacêutico habilitado ou sob sua supervisão direta.
De acordo com os dados da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), o Brasil está entre os maiores no mercado mundial de farmácias de manipulação, atingindo faturamento significativo e representando mais de 10% do mercado de medicamentos.
Devido ao grande crescimento de estabelecimentos farmacêuticos de manipulação, acabou levando a ocorrência de problemas na segurança e qualidade técnico-científica dos medicamentos manipulados, em decorrência do processo de manipulação das substâncias. Entre os problemas que ocorreram podem ser citados contaminação microbiológica, quantidade excessiva ou insuficiente de princípio ativo, grande heterogeneidade de conteúdo do fármaco em cápsulas de um mesmo frasco, ausência de controle de qualidade adequado na matéria-prima adquirida empregada na produção do medicamento, ausência ou insuficiente treinamento dos técnicos manipuladores.
 Todos esses aspectos fazem com que seja reaberto o debate, nos últimos anos, sobre a segurança e o papel desse tipo de medicamento no Brasil, sendo necessário um controle de qualidade mais rigoroso, garantindo assim, a qualidade dos produtos manipulados.
Por ser um mercado em plena expansão, é verificado grande procura pela manipulação de fármacos e de cosméticos, aumentando o interesse dos farmacêuticos por este atrativo setor da atividade profissional. Assim, os estabelecimentos de manipulçaõ. Estão entre os que mais possui em seus quadros de pessoal, faramcêuticos exercendo diretamente essa atividade. Outra modalidade que se abre para a manipulação de fármacos é a nanofarmácia que emprega nanotecnologia na preparação de produtos, como filtros de proteção solar, material para proteção (screening) contra raios ultravioletas, pó antibacteriano, cosméticos, etc.
Dessa forma são desenvolvidas inúmeras atividades pelos profissionais farmacêuticos nesse setor, como:
· Manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias-primas, inclusive de origem vegetal;
· Manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico;
· Manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial;
· Manipulação de produtos estéreis;
· Manipulação de medicamentos homeopáticos;
· Manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de medicamentos em serviços de saúde.
O farmacêutico para manipular ou ser responsável por um setor de manipulação, preciso estar devidamente habilitado, e treinar os seus colaboradores, pois existem vários casos de notificação de pacientes com gravidade elevada com relação ao consumo de medicamentos manipulados, causando óbitos, comas, internações hospitalares, intoxicações, queimaduras, além de provocar efeitos adversos, decorrentes dos desvios de qualidade técnica na produção desses produtos.
Os medicamentos com baixo índice terapêutico deve ser evitado de serem manipulados, pois qualquer desvio na quantidade de princípio ativo pode causar graves intoxicações. Dentre esses medicamentos podem ser citados clonidina, levotiroxina, lítio e outros.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária:
“A manipulação de medicamentos compreende um conjunto de operações farmacotécnicas com finalidade de elaborar preparações magistrais e oficinais e fracionar especialidades farmacêuticas para uso humano. Esse processo constitui-se das fases de pesagem, preparação, mistura, embalagem e rotulagem de um medicamento como resultado de uma prescrição de um profissional habilitado” (ANVISA, 2007).
O medicamento manipulado apresenta algumas vantagens para o usuário como o preparo de formulações com componentes ativos não comercializados pela indústria farmacêutica, além de formulações individualizadas, quando o usuário apresenta intolerância ao medicamento industrializado. Além dessa vantagem, o medicamento apresenta a possibilidade de alterar a forma farmacêutica, com o intuito de facilitar o uso em populações especiais como crianças e idosos.
O preparo de medicamentos pediátricos na forma líquida pode ser realizado com adição de flavorizantes e edulcorantes, visando a uma melhor adesão ao tratamento, ou ainda em formas farmacêuticas alternativas. A manipulação é necessária nos casos de medicamentos de difícil estabilidade os quais necessitam ser preparados e utilizados rapidamente, não sendo,portanto, adequados para a produção em escala industrial. Outras vantagens se referem à possibilidade de associações medicamentosas, pois existem certos estágios patológicos que necessitam de uma terapêutica múltipla e facilidade posológica mediante doses individualizadas, evitando sobras.
Existe ainda a possibilidade de resgate de medicamentos que foram descontinuados pelos laboratórios, por não serem economicamente viáveis ou interessantes ao mercado. Por outro lado, esse medicamento apresenta desvantagens que são motivo de preocupação, no que se refere ao seu processo de produção e, principalmente, à segurança de seu uso. Alguns processos tecnológicos avançados que garantem a homogeneidade de misturas em meio sólido, bem como vários testes de controle de qualidade do produto, os quais são usados pela indústria farmacêutica, não são viáveis em escala reduzida personalizada de produção, como nas farmácias magistrais.  A adequação dos equipamentos e instrumentos, a utilização de insumos que atendam aos critérios de qualidade exigidos na legislação vigente, a adoção de procedimentos operacionais validados, bem como a habilidade do farmacêutico têm sido apontados como aspectos relevantes.
Os medicamentos manipulados não estão sujeitos aos processos de aprovação dos medicamentos industrializados, pois são produzidos em pequena escala, de modo que não seria possível estudá-los em ensaios clínicos para estabelecer sua segurança e eficácia.
 No Brasil, o primeiro regulamento técnico que oficializou o setor magistral foi a Resolução RDC 33, publicada no ano 2000 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em cujo documento instituem-se as boas práticas de manipulação em farmácias. Entretanto, muitas falhas decorrentes do processo de manipulação e com consequências graves foram ocorrendo no País com medicamento manipulado.
A própria agência ressaltou, em documento técnico, que a aplicação integral do regulamento técnico levaria à interdição da maioria das farmácias magistrais. Como medida de interesse sanitário, após as mortes de crianças que faziam o uso de medicamento com substâncias de baixo índice terapêutico, em que o teor da substância estava cem vezes acima do prescrito pelo médico, a Anvisa publicou a Resolução RE nº 1.621, de 2003 e, posteriormente, a Resolução RE nº1. 638, de 2003, que suspendeu a manipulação de 20 (vinte) medicamentos que continham substâncias de baixo índice terapêutico, com o objetivo de avaliar as notificações de agravos ocorridas naquele período com medicamentos manipulados. Entretanto, em dezembro do mesmo ano, e contrariando as recomendações de sanitaristas, farmacologistas e técnicos da área, foi publicada a Resolução RDC nº 354, revogando as RE 1.621 e RE 1.638, com exigências além daquelas necessárias para a manipulação de produtos farmacêuticos que continham substância de baixo índice terapêutico.
 A referida resolução introduziu o “termo de consentimento pós-informado”, voltando a permitir a manipulação de medicamentos com essas substâncias, objetivando melhorar as ações de controle e evidenciar a necessidade de programar a legislação referente às farmácias de manipulação.
Todos esses acontecimentos levaram as autoridades sanitárias, assim como farmacêuticos, médicos e as associações de farmácias magistrais a discutir uma nova regulamentação para o setor, objetivando definir categorias de diferentes complexidades para as farmácias, permitindo que estas continuassem suas atividades, desde que restringissem sua atuação à manipulação de substâncias de menor risco. Então, em 12 de dezembro de 2006, a Anvisa publicou a Resolução RDC nº 214, que dispunha sobre as Boas Práticas de Manipulação para Uso Humano em Farmácias.
Em 08 de outubro de 2007, com algumas modificações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publica a Resolução RDC 67, que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias. A Resolução RDC 67, alterada pelas RDC 87, de 21 de 17 novembro de 2008 e a RDC 21 de 20 de maio de 2009, aprova o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, em vigor.
As ações sanitárias nas farmácias magistrais socorrem através de inspeções para verificação do cumprimento das boas práticas de manipulação de medicamentos, realizadas pelos órgãos de vigilâncias sanitárias dos estados e municípios, de acordo com as disposições do Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias. A Resolução RDC 67 – documento que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias, alterada pelas RDC 87, de 2008 e a RDC 21, de 2009 – aprova o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, cujo aparato legal fixa o seguinte:
“[...] os requisitos mínimos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle de qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, 26 manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação de preparações e de outros produtos de interesse da saúde, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção de seu uso seguro e racional” (BRASIL, 2007).
A homeopatia é um sistema terapêutico que tem por base a observação e aplicação do princípio da similidade e no emprego de doses infinitesimais, ou seja, no princípio da diluição ou atenuação da substância ativa e nos princípios da especificação do doente e do remédio.
A Homeopatia foi criada pelo médico Samuel Hahnemann, a homeopatia é um tipo de terapia de tratamento liberada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma medicina alternativa e complementar, para quase todos os tipos de doenças físicas e psicológicas.
A homeopatia é baseada em quatro pilares principais:
1 - Lei dos Semelhantes: Essa é a base, a ideia é que as mesmas substâncias naturais capazes de desenvolver sintomas e doenças também têm o poder de curá-las. É a mesma lógica de usar o veneno da cobra para curar alguém picado, porém com algumas diferenças explicadas nos outros pilares.
2 - Experimentação: como o nome já sugere, Hahnemann, tinha a ideia de que qualquer tratamento homeopático deveria ser, primeiramente, experimentado em pessoas saudáveis. Só após os estudos se mostrarem eficientes, deveriam ser utilizados em pacientes doentes. Essas experimentações nunca poderiam serem feitas em animais, uma vez que era preciso que as cobaias fossem informadas sobre os sintomas e as reações subjetivas.
3 - Doses mínimas: A homeopatia trabalha com a extrema diluição das substâncias que causam as doenças. E quanto menor a quantidade dessa substância, mais energia o remédio tem e, portanto, maior o seu poder de cura.
4 - Remédio único: Esse é um pilar que causa divergência dentro da própria homeopatia. A proposta é que se faça uso de um medicamento por vez, privilegiando aquele que englobe o tratamento para a maior quantidade de sintomas que o paciente apresente. Ao longo das consultas, com o médico conhecendo melhor o seu paciente, ele pode fazer alterações, até que encontre o remédio que trata o todo. 
No entanto, há duas linhas nessa medicina: a Unicista, que utiliza apenas um medicamento por vez, e a Pluralista, que prefere fazer uma combinação de medicamentos por vez.
A homeopatia engloba mais de 2 mil tipos de remédios, que podem ser extraídos de fonte vegetal, mineral ou animal. Na grande maioria das vezes, os remédios são vendidos em forma de pequenas bolinhas brancas, a serem colocadas debaixo da língua até se dissolverem.
Essa medicina é utilizada para o tratamento de doenças ginecológicas, respiratórias, dermatológicas e de trato gastrointestinal, além de alergias e casos frequentes de infecções virais e bacterianas. Elatambém pode ser indicada como um tratamento complementar à depressão, desde que seja parte de um controle multidisciplinar que envolva, principalmente, psicoterapia.
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Capítulo Norteador: Parte 3– Promoção do uso racional de medicamentos, pg 487, em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica 2ª ed. Atheneu, 2018. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168924/pdf/0?code=3Y/tdmXpwNt9FJ/8S3rdf5BNIowjy+RU4Vl3rcoI7/8/dcLRTuYvXrDfGZ5DDBzeUgAGa0cTBnRFiQO61H1vzg== (Links para um site externo.)
 Agora é sua Vez
Para saber mais sobre Farmácia de manipulação, leia o artigo Guia prático da farmácia magistral, disponível no link a seguir:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/far-108 (Links para um site externo.)
Abaixo segue o link de dois vídeos explicando sobre farmácia de manipulação:
https://youtu.be/FJ8x5sGbQjM
 
Aula 6 
Farmácia Hospitalar
No início do século XX, o farmacêutico atuava e exercia influência sobre todas as etapas do ciclo do medicamento. Para a sociedade, era um profissional de referência nos aspectos do medicamento sempre consultado por todas as classes de cidadãos. Responsável pela guarda e dispensação de medicamentos, nesta fase inicial, o farmacêutico hospitalar, também, manipulava praticamente todo arsenal terapêutico disponível na época. Com a expansão da indústria farmacêutica, a prática de formulação pela classe médica foi abandonada, somando-se a diversificação do campo de ação do profissional farmacêutico, levaram-no a se distanciar da área de medicamentos, descaracterizando a farmácia. Entre 1920 e 1950, as farmácias hospitalares converteram-se num canal de distribuição de medicamentos produzidos pela indústria devido à intensificação da descaracterização das funções do farmacêutico.
A partir de 1950 os serviços de farmácia, representados na época pelas Santas Casas de Misericórdia e Hospital das Clínicas de São Paulo, passaram a desenvolver-se e modernizar-se.
No ciclo da assistência farmacêutica, a aquisição de medicamentos é uma das principais atividades, visto que ele é um insumo fundamental de suporte às ações de saúde. Uma boa aquisição de medicamentos deve considerar primeiro o que comprar (seleção); quando e quanto comprar (programação); e como comprar. O monitoramento e a avaliação dos processos são fundamentais para aprimorar a gestão e intervir nos problemas.
A seleção de medicamentos é uma das estratégias para promoção do uso racional de medicamentos. As equipes de seleção dependem de informação atualizada sobre as doenças mais comuns, dos limites orçamentários e dos avanços farmacoterapêutico, assim como outras informações provenientes de médicos e farmacêuticos. Neste sentido, a contribuição das etapas subsequentes de aquisição, distribuição e utilização subsidiam o processo de seleção e mantém o ciclo gerencial da assistência farmacêutica em movimento. A seleção de medicamentos é uma etapa fundamental no desenvolvimento de um sistema de gerenciamento efetivo de medicamentos. Até 70% de todos os medicamentos disponíveis no mercado mundial são, possivelmente, inseguros e de efetividade não comprovada. Os profissionais da saúde devem avaliar quais, dentre os muitos medicamentos disponíveis, realmente precisam e podem ser adquiridos, considerando as restrições dos limitados orçamentos.
A seleção de medicamento contribui para maior acesso a medicamentos seguros, eficazes e voltados às doenças prevalentes na população; maior eficiência administrativa; melhor atenção à saúde; escolha adequada do regime terapêutico; melhor manejo de medicamento; racionalidade da prescrição e utilização de fármacos; uniformizar condutas terapêuticas, baseando-se em evidências científicas, tornando impessoais as decisões de escolha dos medicamentos; promover o uso de Denominação Comum Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI); auxiliar nas ações de farmacovigilância, facilitando o monitoramento de medicamentos e a identificação de reações adversas e menor custo. Os serviços de saúde podem reduzir os custos, aumentar a provisão e promover a utilização mais racional dos medicamentos. A identificação de medicamentos essenciais forma a base para os três principais itens que institucionalizam a seleção apropriada dos medicamentos:
- Relação de medicamentos essenciais;
- Formulários terapêuticos com informação monográfica sobre os medicamentos;
- Diretrizes de tratamento padronizadas (DTP).
Além de assegurar todo o ciclo da Assistência farmacêutica que inclui: estoques suficientes dos medicamentos apropriados, as atividades profissionais dos farmacêuticos incluem o aconselhamento dos pacientes no ato de dispensar medicamentos com ou sem receita; fornecimento de informações sobre os medicamentos aos profissionais de saúde, aos pacientes e ao público em geral; participação em programas de promoção de saúde; e constante articulação com outros profissionais de atenção primária de saúde.
 A área da saúde está usando um leque cada vez maior de produtos novos e análogos, incluindo produtos biológicos de alta tecnologia e radiofármacos.
Existe também um grupo heterogêneo de produtos para a saúde, incluindo certos produtos análogos aos medicamentos, alguns dos quais exigem conhecimentos especiais relativos a seus usos e riscos (por exemplo, curativos, produtos para o tratamento de feridas etc). O ciclo da assistência farmacêutica inclui: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação.
A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), contribui intensamente para a dinamização da profissão e para o desenvolvimento da produção técnico-científica nas áreas de assistência farmacêutica hospitalar. O farmacêutico que atua na fase clínico-assistencial da farmácia hospitalar, como expressa o conceito da SBRAFH: “unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por profissional farmacêutico, ligada, hierarquicamente, à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente”. A atuação da farmácia hospitalar se preocupa com os resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção deve estar no paciente, nas suas necessidades e no medicamento, como instrumento.
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Capítulo Norteador: Capítulo 1 – Farmácia Hospitalar e satélite, em Estruturação, elaboração de projetos e farmácia satélite / Fabrine Cecon. Curitiba: Contentus. 2020. Biblioteca Virtual.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184500/pdf/0?code=zHuhLrqCvz9e+IxpOZJXC8jNgo7iJYWXuh8Osjzjq53tBgrf6J328ULNw9NST2oU5qjBzBJ2StnomzKbVtIdwQ== (Links para um site externo.)
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Para aprofundar seus conhecimentos sobre a resolução Nº 300 de 30 de janeiro de 1997 que regulamenta a farmácia hospitalar, acesse o link abaixo essa resolução na íntegra
https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/300.pdf (Links para um site externo.)
 Indicação de vídeo
A seguir está disponível um vídeo interessante sobre farmácia hospitalar.
Acesse o link abaixo e aprofunde seus estudos.
https://youtu.be/BIllE26xyaU
Aula 7
Análises Clínicas e Toxicológicas
O Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas atua contribuindo para o diagnóstico, prognóstico, terapêutica e prevenção de doenças, no âmbito da Patologia Clínica e da Saúde Pública.
O mercado de análises no Brasil está em franca expansão. A estabilização econômica, o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, o crescimento do número de beneficiários em planos privados de assistência médica, o envelhecimento populacional e a elevada porcentagem de decisões médicas baseadas em exames laboratoriais são algumas das razões que concorrem para esse crescimento (SBPC, 2010). Para atuar no segmento de análises clínicas os farmacêuticos precisam estar, permanentemente com seus conhecimentos técnicos e na gestão de qualidade atualizados. São também imprescindíveis, para aqueles que querem atuar como empresários, conhecimentosnas áreas administrativa e mercadológica. O setor sofre constantes mudanças tecnológicas, o que altera o perfil dos profissionais, exigindo-lhes maior capacitação. Dentro desse contexto, devemos mencionar o Controle de Qualidade, que contribui para melhorar cada vez mais a precisão e exatidão das análises para garantir a segurança do paciente. Atualmente, graças aos avanços tecnológicos dos equipamentos médico-científicos, ao desenvolvimento de programas de controle de qualidade interno e externo por meio de amostras e calibradores, às padronizações, às boas práticas de laboratório, aos treinamentos e aos exames de proficiência, a qualidade de um exame laboratorial pode ser sentida, e também cobrada, tanto pela sociedade quanto pela classe médica.
É necessário que os farmacêuticos que atuam e os que querem atuar na área estejam prontos e conscientes da importância de participar e implementar controles de qualidade interno e externo nos laboratórios em que trabalham, sendo ou não responsáveis técnicos. O farmacêutico é um profissional adequado às exigências desse mercado. Os conhecimentos técnicos, farmacológicos e bioquímicos são essenciais para a atuação e o sucesso no mercado laboratorial.
Dentre as inúmeras especialidades do setor farmacêutico, a de análises clínicas e toxicológicas é uma das mais completas e abrangentes. O profissional que pretende atuar nesta área necessariamente deverá ter conhecimentos em:
· Biologia molecular e genética;
· Bioquímica básica e clínica; Citologia clínica (para atuar é necessário curso de especialização);
· Citopatologia (para atuar é necessário curso de especialização);
· Conhecimento dos diversos líquidos biológicos e derrames cavitários;
· Endocrinologia básica e clínica;
· Fisiologia humana;
· Gestão da qualidade laboratorial;
· Hematologia clínica e suas subclasses, tais como: coagulação, onco-hematologia e imuno-hematologia;
· Imunologia básica e clínica;
· Micologia básica e clínica;
· Microbiologia básica e clínica;
· Parasitologia básica e clínica;
· Química analítica e instrumental;
· Toxicologia analítica voltada, principalmente, para as áreas ocupacional, forense e ambiental.
Com estes requisitos, o farmacêutico conseguirá atender às necessidades do laboratório. Vale ressaltar que, em função do extenso leque de conhecimentos exigidos, este profissional não deverá, necessariamente, ter amplo conhecimento de cada uma dessas áreas. O farmacêutico poderá se especializar em uma das áreas acima descritas, conhecendo-a de forma mais profunda, o que não exclui a necessidade de conhecimento básico nas demais.
 
ÂMBITO DO FARMACÊUTICO EM ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS
De acordo com o Decreto nº 85.878/1981, o farmacêutico pode exercer a direção, o assessoramento, a responsabilidade técnica e outras funções especializadas em: laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública; estabelecimentos em que se pratiquem exames de caráter quimiotoxicológico, quimicobromatológico, quimicofarmacêutico, biológico, microbiológico, fitoquímico e sanitário; tratamento e controle de qualidade da água (para consumo humano, indústria farmacêutica, piscina/praia/ balneário).
Importante ressaltar que o farmacêutico está apto para realizar todos os exames laboratoriais e exercer a responsabilidade técnica pelos laboratórios de análises clínicas e afins. Desta forma, o farmacêutico analista clínico poderá assumir a responsabilidade técnica de todo o laboratório, bem como a corresponsabilidade, quando pertinente. Além disso, ele poderá ser o responsável por apenas um dos setores do laboratório, assumir a gerência de qualidade ou realizar a supervisão técnica, operacional e administrativa deste. Vale lembrar que este profissional, independentemente de seu cargo e função no laboratório, deverá sempre pautar seu trabalho pela ética e competência profissional.
Os farmacêuticos que são responsáveis técnicos de laboratórios precisam exercer sua atividade com muita seriedade e ética de forma a cumprir seus deveres. As RDC nº 302/2005 e 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trazem em seus textos normas que obrigam os profissionais responsáveis por serviços de Análises Clínicas e Toxicológicas a prestar serviços com qualidade, evitando a concorrência desleal. Para assumir a responsabilidade técnica (RT) de um laboratório clínico, o farmacêutico precisa ter a clareza do seu papel como gestor. É necessário estar comprometido constantemente com a excelência, buscando novas metodologias e conhecendo os mais recentes equipamentos e processos de automação. O RT também não pode deixar de se preocupar com o treinamento e educação continuada da equipe em todas as fases do processo, desde a coleta do material até a entrega do resultado. É preciso, ainda, conhecer os interferentes analíticos.
Independentemente de assumir a responsabilidade técnica, todo farmacêutico deve trabalhar pautado pela legislação vigente e pela ética profissional. Além de possuir todos os requisitos técnicos, o responsável técnico (RT) deve conhecer muito bem os aspectos éticos e legais da sua área de atuação, a fim de assegurar à população a devida assistência. O RT deve estar atento à legislação inerente ao exercício das análises clínico-laboratoriais, e também à legislação tributária, fiscal e social, bem como ao Código Civil Brasileiro e ao Código de Defesa do Consumidor.
O profissional interessado em constituir laboratório de análises clínicas e/ou toxicológicas deverá consultar previamente a Prefeitura com relação à viabilidade da proposta. Assim como qualquer outra “empresa”, deve-se verificar o Plano Diretor do Município, que é a lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade. Deve-se também constatar a Lei de Zoneamento Urbano, que é um instrumento amplamente utilizado nos planos diretores, por meio do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso, e, especialmente, os índices urbanísticos. Para funcionar regularmente, o laboratório deverá providenciar os seguintes documentos : Alvará da Vigilância Sanitária Local; Alvará de funcionamento da Prefeitura; Alvará do Corpo de Bombeiros Militar; Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”; Inscrição no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde); Inscrição na Junta Comercial;  Inscrição na Secretaria da Receita Federal (CNPJ); Inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda; Licença Ambiental expedida por órgão competente; Licença de Funcionamento da Polícia Federal; Licença de Funcionamento da Polícia Civil; Licença de Funcionamento do Exército; Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS);  Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO); Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT); Registro de Responsabilidade Técnica expedido pelo CRF.
Em relação ao campo de atuação o farmacêutico analista clínico torna-se cada vez mais importante nos serviços de saúde, em órgãos governamentais e privados. 
A abrangência de sua atuação profissional estende-se a diversas instituições, como: hospitais, bancos de sangue, unidades básicas de saúde (UBS), clínicas, postos de coleta de material biológico, centros avançados de reprodução humana, centros de produção e desenvolvimento de vacinas, laboratórios de controle de qualidade de reagentes e equipamentos para análises clínicas, laboratórios forenses, laboratórios de monitorização de danos ambientais e ocupacionais, laboratórios veterinários, centros de pesquisas, instituições de ensino superior, centros técnicos, centros de vigilância sanitária e epidemiológica.
A seguir, são descritas as principais áreas de atuação do farmacêutico analista clínico. Análises de líquidos biológicos e efusões cavitarias - As análises dos líquidos biológicos e de efusões cavitárias são exames complexos realizados por métodos bioquímicos, imunológicos, citológicos e microbiológicos, para auxiliar o médico em seu

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