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1. O que é semiologia? 2. O que é epidemiologia? 3. O que é visão sistêmica? 4. Existe influência familiar na escolha do curso? 5. A partir de quando o método PBL entrou em vigor? 6. O que é o método? 7. Como funciona? 8. Qual a eficácia? 9. Qual a diferença entre o PBL e o tradicional? 10. Porque foi adotado ao curso? 11. Quais os desafios? 12. Por que deveria iniciar pelos módulos biológicos? 13. O que são e quais são os paradigmas?Como eles influenciam na formação médica? 14. Qual a diferença entre: visão integral, método cartesiano e flexneriano? 15. Quem foi Hipócrates?Quais suas influencias? 16. Qual a primeira escola médica no mundo e no Brasil? 17. Por que faltam médicos? 18. Qual a diferença entre Médicos pelo Brasil e Mais Médicos? (legislação) (entender os benefícios de cada uma) 19. Especialização X visão integral do paciente • ◦ Fechamento 1 1. Descrever a metodologia PBL: princípios, histórico, vantagens, desvantagens, desafios. 2. Diferenciar método tradicioal e PBL. 3. Compreender o surgimento das primeiras escolas médicas no Brasil e no mundo, analisando suas situações atuais. 4. Discutir a legislação atual sobre Mais Médicos e Médicos pelo Brasil 5. Analisar diretrizes curriculares do curso médico- 2014 ◦ Fechamento 2 1. Conceituar semiologia e epidemiologia. 2. Analisar os paradigmas da integralidade, flexneriano e cartesiano, bem como de suas influências na prática médica. 3. Explicar a influência de Hipócrates na educação e prática.. ◦ Princípios/características ◦ Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP, ou do inglês PBL). ◦ Metodologia pedagógica ativa que surgiu com intuito de atender as necessidades de uma nova formação profissional, tornando-os mais articulados, críticos e aptos para solucionar demandas. ◦ Características: ◦ O aluno torna-se ativo ◦ O professor torna-se um tutor cuja função é mediar e facilitar a aprendizagem nas sessões ◦ Foca em “aprender a aprender” ◦ As sessões são organizadas de maneira a, por meio de um determinado problema, forma-se questionamentos, abordar conhecimentos prévios e, depois do estudo individual, expor e discutir conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, orientado-se por objetivos Tutoria 1 Déborah MirandaMedicina- XXX- Funorte Questionamentos Objetivos: Descrever a metodologia PBL ◦ Contexto histórico do PBL ◦ tradicional x PBL Tradicional PBL Aulas mecanizadas Aulas tutoriais Aluno ouvinte - passivo Aluno ativo - responsável pelo conhecimento Não valoriza as individualidades e habilidades de cada um Tem um olhar sobre as competências individuais, estimulando a melhora de dificuldades. Professor passa o conteúdo- transmissão individual de informações Professor é mediador das discussões dos alunos sobre o conteúdo- transmissão coletiva ◦ Pontos positivos e negativos Positivos Negativos Pessoas formadas com maior facilidade de lidar com problemas Falta de familiaridade inicial dos estudantes com o método gerando inseguranças Estudantes autônomos Despreparo dos docentes e profissionais em lidar com o método Melhor habilidade na dimensão social devido ao contato precoce com pacientes, desenvolvendo também uma visão holística Infraestutura da faculdade que, muitas vezes pode ser deficitária em oferecer fontes de pesquisa e biblioteca completa para o estudo autônomo do aluno Desenvolvimento da habilidade de fala, atuação em equipe, superar competição Pode desenvolver maior ansiedade nos alunos ◦ Por que adotar o PBL no curso médico? ◦ O método promove melhorias no aspecto pessoal, no sentido de lidar com inseguranças e buscar pelo conhecimento, a autoformação, fomentada pela busca ativa de informações. Os graduados no método PBL s e sentem mais preparados ou foram avaliados mais positivamente por seus supervisores , principalmente na dimensão social. Tal dimensão inclui: • Comunicação efetiva • Capacidade de estabelecer melhores relações interpessoais • Lidar com pacientes e suas diferentes culturas • Considerar aspectos psicossociais no adoecimento e tratamento • Atuação em equipe 1960 Universidade de MacMaster no Canadá 1984- Harvard 1990 Comissão Interistitucional de Avaliação do Ensino Médico- identificou falhas no processo de formação médica. 1996- LDB faz algumas alterações e faz uma avaliação curricular que estimulou e possibilitou novas formulações 1997- FAMEMA -SP 1998- UEL- Londrina 2001- Novas Diretrizes curriculares Nacional do Curso Médico, exigindo novas competências na área da saúde como a integralidade do cuidado e desenvolvimento para atender ao SUS ◦ Breve história da medicina: Atenção: Apesar de a medicina apresentar uma evolução quanto às práticas e conhecimentos, o desenvolvimento histórico de determinados povos é heterogêneo, não acompanhando as características ocidentais vigentes. Várias culturas distintas apresentam variantes no processo de formação e desenvolvimento da medicina acarretando métodos distintos no tratamento e prevenção de doenças. Por exemplo, apesar do desenvolvimento científico e da maior racionalização da medicina, não extinguiu-se práticas místicas no tratamento. Um outro exemplo de divergência é a medicina tradicional chinesa que se baseia na energia vital do corpo, chamada de “Chi” que circula pelo corpo na forma de meridianos e se ramifica nos órgãos. A doença é caracterizada pelo desequilíbrio dessa energia vital, sendo o objetivo do tratamento, reestabelecer essa energia, assim são utilizadas técnicas como meditação, exercícios físicos, terapia alimentar, acupuntura, ventosa terapia, entre outras. Pré- história - Doenças possuem justificativas místicas; - Doença era considerada punição divina; - Tratamentos mágicos - Médicos eram curandeiros ou xamãs Idade Antiga - Doença muito ligada à religião - Doença como punição dos deuses. - Médicos eram também sarcedotes - A crença da vida após a morte possibilitou desenvolvimento dos estudos anatômicos e práticas de presenvação dos corpos Há 6000 anos - Surgimento da medicina Ayureda, na Índia - Saúde é harmonia entre corpo- mente-espírito - O médico era um Guru Grécia Antiga - Hipócrates- pai da medicina, instituido conhecimento éticos, princípios de contuta, ações e racionalização - Medicina passa a se racionalizada substituindo o caráter místico - Doença está relacionada ao desequilíbrio dos flúido do corpo (humores) - Quatro tipos de humores: sangue, bileamarela, bile escura e fleuma. -Com a helenização, o conhecimento do gregos foi repassado com o intercâmbio cultural. Com a queda do Império Romano e com a ascensão da Igreja Católica o pensamento religioso tomou lugar do racionalismo na medicina. Idade Média - Doenças eram consideradas castigos divinos e a cura viria da oração; - O corpo era considerado morada de Deus e, portanto não podia ser violado com os estudos da anatomia; - Estagnação do conhecimento - Médicos- sacerdotes - Grandes epidemias e falta de higiene; Cruzadas - Contato com bizantinos e árabes que mantiveram o conhecimento grego e romano - Retomada dos pensamentos gregos - Revolução Urbana - Novas tecnologias para auxiliar na justificação do adoecimento; - A Igreja continuava com a centralização do conhecimento, foi quando surgiu as primeiras escolas médicas ( Escola Médica Salernitana). Primeiras escolas médicas no Brasil e no mundo • Primeiras escolas médicas no Brasil ◦ O estudo era muito limitado a famílias ricas que tinham condições financeiras de fazer o curso na Europa ◦ Como colônia portuguesa, o Brasil ficou proibido de ter o próprio ensino superior por quase 300 anos; ◦ Com a vinda da família real portuguesa e com a necessidade de atender a corte, D. João VI fundou a Faculdade de Medicina da Bahia (FAMEB), Da Universidade Federal da Bahia.,denominada primeiramente como escola de cirurgia da Bahia. ◦ Com a mudança da família real para o Rio de Janeiro, logo fundaram a Faculdade de Medicina na URFJ. • A situação atual das escolas Médicas: ◦ Há 294 faculdades de medicina no país ◦ 164 particulares e 130 públicas ◦ 28119 vagas para o curso médico anualmente ◦ Lei 12871, de 22 de outubro de 2013 isntitui o programa ◦ Finalidade de fornecer recursos humanos para os serviçoss médicos ◦ Com o objetivo de: ▪ Suprir a excassez de médicos, ( lembrando que o problema não é a falta de médicos e sim a distribuição); ▪ melhorar o atendimento na atenção básica, ▪ diminuir carência de profissionais em zonas rurais e interioranas, promover troca de experiencias com os intercambistas ▪ Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016 o prpograma contava com 18,2 mil médicos alocados em 4058 municipios brasileiros, dos quais 11,4 mil são médicos estrangeiros. ▪ Observou-se, segundo o Tribunal de Contas da União, um aumento de 33% no número de consultas depois da instalação do programa nos municípios abrigados. ▪ Atuava em três eixos: 1 emergencial (levar médicos para áreas carentes), 2 educativo (aumentar vagas nos cursos de medicina), 3 Infraestrutura (com construção de novas UBS). ▪ A grande polêmica envolvia o eixo emergencial. ▪ Antes de 2013 o Brasil tinha 1,8 médicos para cada 1000 habitantescom 22 estados Renascimento - Visão antropocêntrica em destaque; - Desenvolvimento da anatomia e fisiologia; - Disseminação de conhecimentos sobre higiene; Modernidade - Avanços tecnológicos - Microscópio muda a visão médica que passa a ter noção sobre os agentes etiológicos, permitindo definir sintomas; - Transformação da natureza, transformada em máquina - Surge a visão mecanicista da medicina -Modelo Biomédico- curativista- tratar doenças -Modelo unicausal patológico Segunda Guerra M. - Além dos fatores patológicos, considera-se os fatores sociais e psicológicos no adoecimento - Passa-se a analisar também fatores ambientais em que o indivíduo está inserido - O médico passa a ter uma visão holística e integral do paciente, aproximando-se dele Programa Mais médicos/ More doctors program com o número de médicos abaixo da média nacional ▪ No caso da população indígena, os médicos cubanos representavam 75% dos médicos que os atendiam. ◦ Funcionamento: ▪ Os municípios se inscreviam no programa e o governo enviava médicos para atender esses lugares ▪ O governo oferecia um salario de R$ 11865,00 ▪ Além disso o município custeava moradia e alimentação para todo mundo ◦ Questão dos cubanos: ◦ Os médicos cubanos sempre ofereceram brigadas de médicos para auxiliar no âmbito internacional “essa é sua maior mercadoria”, ex: durante o furacão catrina nos EUA, durante um terremoto no paquis tão, Atualmente atendem 67 países. ▪ A ordem de preferência era: 1 os médicos brasileiros formados aqui ou com diplomas revalidados, 2. médicos brasileiros formados fora, 3. Médicos estrangeiros formados fora, 4 Médicos cubanos ▪ Assim os cubanos ficavam, geralmente, com as comunidades muito rurais e as indígenas ▪ O Brasil pagava uma quantia à Organização Pan Americana da Saúde, que a recebia e repassava para o Ministério da Saúde de Cuba (Em Cuba não existe medicina particular, todos os médicos são funcionários públicos, ou seja, pagos pelo Estado. A formação deles foi toda custeada pelo governo, então uma parte do dinheiro brasileiro vira salário para os médicos e a outra vira imposto, esse imposto é que permite que Cuba pague a formação médica) ▪ Os médicos cubanos se encontravam em uma dificil situação: eram discriminados do ponto de vista do acesso aos processos de capacitação e requalificação profissional; não recebiam o mesmo tratamento dado a outros médicos que compõem o SUS; recebiam, um mísero vencimento básico em torno de R$3.800, por 20 horas semanais, ao passo que os profissionais do Mais Médicos, sem Revalida, não concursados e sem fiscalização dos CRMs, recebem cerca R$14 mil do governo federal; sofrem alijamentos de cursos, treinamentos etc; seus salários ficam bem abaixo dos médicos do INSS. ▪ Então o que era discutido era a equiparação de condições de trabalho, participação e salário entre os médicos participantes do programa. ▪ Bolsonaro, com sua política antagonista ao programa, critica o fato dos médicos cubanos não fazerem o revalida. A QUESTÃO É QUE NENHUM MÉDICO FORMADO NO ESTRANGEIRO QUE VINHA POR COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL (INTERCAMBISTA) FAZIA O REVALIDA PARA PARTICIPAR DOS MAIS MÉDICOS, ELES PASSAVAM POR UM TESTE PRÁTICO. Outra justificativa foi quanto a família dos médicos cubanos ( a primeira opinião de bolsonaro é que não seria justo separar as famílias, a segunda é que os parentes viriam infiltrados, quase como agentes do governo fidel) sem noção! ▪ A birra ideológica de Jair deixou os 63 milhões de brasileiros atendidos pelos mais médicos à merce do programa Médicos pelo Brasil. ▪ Cuba levou as declarações de Jair a sério e os médicos cubanos se retiraram do programa ▪ A justificativa dada pelo presidente foi em relação aos direitos trabalhistas dos cubanos, como se estivessem figurando aqui um trabalho escravo. O mesmo presidente que declarou que o brasileiro deve optar por mais direitos e desempregos, ou menos direitos e emprego. ▪ Com a vasta atuação dos cubanos no mundo e no Brasil, a reclamação deles quanto às condições de trabalho são mínimas. ▪ problema agora será arranjar substitutos. “Os médicos cubanos tiveram uma importância muito grande para o sistema em regiões que estão abandonadas. No início, houve uma reação corporativista de uma parcela de médicos. Mas os cubanos não queriam fazer Medicina como a gente, eles foram contratados para fazer Medicina onde a gente não fazia, onde nós não chegávamos.” Dráuzio Varela ◦ “Um país como o Brasil vai ter sempre dificuldade para distribuir médicos. A gente teria que substituir esses médicos gradativamente, pois é muito difícil conseguir tanta gente capacitada para atender em lugares tão pobres. Há 450 mil médicos concentrados no Sudeste; no Norte e Nordeste eles estão nas capitais e cidades grandes. Temos 300 faculdades de Medicina sem professores para tanto. — Fazem faculdades esperando que os médicos se espalhem. Quem garante isso? As faculdades privadas custam R$ 10 mil, R$ 12 mil reais por mês. Você acha que quem paga esse valor e se forma depois vai para a periferia de Quixadá, no Ceará, atender gente pobre? Vai se especializar e ficar por um grande centro. Precisamos de médicos de família, que resolvem 90% dos problemas. Temos que ter essa formação.” Dráuzio. ◦ A Medida Provisória (MP) nº 890, de 2019, que institui o Programa Médicos pelo Brasil, em substituição ao Mais Médicos, não deixa dúvida quanto à sua essencialidade e a responsabilidade do Ministério da Saúde em levar médicos aos locais de difícil acesso e grande vulnerabilidade, assim como, de alguma forma, tratar da formação médica e “corrigir defeitos do programa anterior”, como por exemplo a regularização do vínculo empregatício dos médicos contratados, salários condizentes com a atividade e constante aprimoramento com supervisão. ◦ Tanto o Mais Médicos quanto o novo programa são voltados para o provimento de profissionais para atuar na atenção primária em municípios mais afastados e com índices de desenvolvimento piores; ◦ A medida cria a Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), responsável tanto pela execução do novo programa quanto por outras ações na área de atenção primária. O Médicos pelo Brasil também oferece uma nova modalidade de especialização diferente do modelo de Residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC). ◦ para médicos com diplomabrasileiro e registro no Conselho Federal de Medicina (CFM) ou Programa Médicos pelo Brasil formados no exterior, mas aprovados por exame de revalidação (Revalida). De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais que vão atuar no novo programa serão contratados pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por meio da Adaps, depois de passarem por um curso de especialização, em que devem receber bolsa-formação de R$ 12 mil, com gratificação de R$ 3 mil para locais remotos e R$ 6 mil para Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). ◦ Diferentemente do programa Médicos pelo Brasil,O Programa Mais Médicos faz parte de um contexto mais amplo: a Lei do Mais Médicos, 12.871, de 2013, é mais abrangente, pois, além da formação e do provimento propriamente dito, avança na política de vagas dos programas de residência no Brasil ◦ a principal alteração é o surgimento da Adaps. “Aos moldes de um cavalo de Troia, ela traz a perspectiva da privatização do SUS” ◦ A MP (890) cria essa agência na forma de pessoa jurídica de direito privado como serviço social autônomo, sem fins lucrativos, com objetivos que transcendem o programa Médicos pelo Brasil. A participação do setor privado na prestação dos serviços de atenção primária é claramente explicitada ◦ Para os profissionais que ingressarem no programa, será obrigatório cursar uma especialização em Medicina de Família e Comunidade com duração de 2 anos. O curso será à distância, com supervisão de um tutor Mais médicos Médicos pelo Brasil Baseava-se em três: de provimento de médicos, de melhoria na formação e da residência médica e de melhoria na infraestrutura das unidades de atenção básica. Abrange o eixo quantitativo, somente, ou seja, foco no provimento de médicos. Foco quantitativo e qualitativo Foco qualitativo Revalida apenas em universidades públicas Inclusão das particulares Medidas de longo prazo, por meio do aumento do número de vagas nas faculdades e residência. Mais vagas no curso de medicina e nas residências é algo que se planta agora e se colhe daqui a 10 anos. Nesse intervalo, uma das saídas foi a importação de profissionais como estratégia organizadora da atenção primária até que nosso aparelho formador conseguisse dar respostas mais efetivas segue o referencial histórico das entidades médicas, principalmente a AMB e o CFM. Para elas há médicos suficientes no Brasil e temos um problema somente de distribuição e de garantir condições de trabalho melhores para que esses profissionais possam se fixar nas diversas regiões do país, especialmente nos locais mais longínquos Contratação por bolsas Contatação pela CLT ◦ O Brasil tem uma quantidade de médicos por população menor que outros países do mundo e conta com um aparelho formador aquém das necessidades de saúde da população. Além desse dado relacionado à quantidade, existe um problema na qualidade da distribuição dos profissionais, agravado pela extensão do território e desigualdades regionais. A distribuição desses médicos no Brasil é extremamente errática e irregular e segue basicamente o mapa da riqueza do nosso país. ◦ Funções da Agência para Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde: Criada como “serviço social autônomo”, na forma de pessoa jurídica de direito privado, a Adaps não apenas vai contratar médicos para atuar no novo programa: segundo a MP 890, ela poderá prestar diretamente serviços de atenção primária à saúde no SUS, firmar contratos e desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão, entre outras atribuições. Ela cumpre funções de um Ministério da Saúde junto com o Ministério da Educação. Deve prestar serviços, desenvolver atividades de ensino, promover a educação continuada, pode contratar serviços privados, comprar tecnologia, firmar convênios e contratos, ou seja, pode praticamente tudo. E, ao fazer este tudo, desloca as atribuições do Estado e ameaça o cumprimento constitucional, sendo que o Conselho Nacional de Saúde (CNS) não está incluído em seu Conselho Deliberativo. Em outras palavras, a Adaps pode corresponder a uma célula cancerosa, sem controle da representação popular. ◦ Não aparece nenhum representante do controle social ◦ o modelo adotado pela agência abre caminho para a contratação direta de planos e operadoras privadas para prestação de serviços de atenção básica no SUS com — transferência direta de recursos públicos para o setor privado. ◦ Empresas privadas, como a Unimed, celebraram a criação da Adaps, pois seria a oportunidade de fazer “ótimas parcerias” com o SUS para a prestação de atenção primária. Existe um grande risco de permitir a contratação de empresas privadas para a provisão e a formação em atenção primária, criando um espaço mercantilizado nesse setor que é o menos mercantil do SUS. ◦ A maior parte do texto da MP 890 trata não sobre o Médicos pelo Brasil, mas sobre o funcionamento da agência. A Adaps é o grande cavalo de Troia do Médicos pelo Brasil. Ela pode ser um importante elo em uma nova lógica de mercantilização por dentro do setor saúde brasileiro, onde seguradoras e planos podem ter a oportunidade de prestar serviços médicos nos médios e grandes centros urbanos” ◦ 2014 ◦ Aborda os princípios, os fundamentos e as finalidades do curso médico ◦ As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina, aprovadas em 2014 pelo Ministério da Educação (MEC), têm o propósito de promover uma formação médica mais geral, humanista e crítica com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, dignidade humana e saúde integral da população. ◦ As novas DCNs definiram que a formação médica deverá: ◦ ser orientada pelas necessidades de saúde dos indivíduos e das populações; ◦ usar metodologias que privilegiem a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e a integração dos conteúdos de ensino, pesquisa, extensão e assistência; ◦ promover a integração e interdisciplinaridade aprendendo e atuando em equipes multiprofissionais; ◦ Ter a presença de ciências sociais e discussões em temas fundamentais para a formação ética do estudante como a segurança do paciente e a diversidade na garantia de direitos sociais, debatendo questões de gênero, etnia, entre outras condições; ◦ prever a inserção do aluno na rede de serviços de saúde desde as séries iniciais da formação e ao longo de todo o curso proporcionando ao estudante oportunidade de lidar com problemas reais assumindo responsabilidades crescentes; ◦ dar centralidade para o ensino da atenção básica organizado e coordenado pela área de Medicina de Família e Comunidade e fortalecer também áreas como a atenção às urgências e saúde mental. • Entre as mudanças: ◦ ao menos 30% da carga horária do internato médico na graduação serão desenvolvidos na Atenção Básica onde são solucionados 80% – dos problemas de saúde dos cidadãos e nos – Serviços de Urgência e Emergência do SUS, respeitando-se o tempo mínimo para o internato de dois anos.Tudo isso com acompanhamento acadêmico e técnico. ◦ avaliações progressivas para o estudante do 2º, 4º e 6º anos e induz o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) para os cursos de graduação em medicina; ◦ existência de programas de desenvolvimento e aperfeiçoamento docente no interior dos cursos de Medicina, e medidas de valorização da atividade docente; ◦ Criação de programas permanentes de formação de profissionais dos serviços de saúde, que serão campos de prática e aprendizado, além de tratar de novos Diretrizes curriculares do Curso médico instrumentos para garantir uma integração ensino/serviço com mais segurança e qualidade; ◦ Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do médico,a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas seguintes áreas: ▪ I - Atenção à Saúde; ▪ II - Gestão em Saúde; e ▪ III - Educação em Saúde. ◦ Da atenção à Saúde: ◦ Na Atenção à Saúde, o graduando será formado para considerar sempre as dimensões da diversidade biológica, subjetiva, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, cultural, ética e demais aspectos que compõem o espectro da diversidade humana que singularizam cada pessoa ou cada grupo social ◦ Da gestão em saúde: Na Gestão em Saúde, a Graduação em Medicina visa à formação do médico capaz de compreender os princípios, diretrizes e políticas do sistema de saúde, e participar de ações de gerenciamento e administração para promover o bem estar da comunidade ◦ Da educação à saúde: Na Educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço, autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempo em que se compromete com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, • Paradigmas são um conjunto de premissas e definições que tem como característica a possibilidade de aplicação a situações da realidade numa determinada época. • São realizações científicas universalmente reconhecidas, que durante algum tempo fornecem problemas e soluções modeladoras para uma comunidade de praticantes de um sistema. • Ou seja, paradigma é uma visão que permite análise da realidade. • Paradigma cartesiano ◦ XVI e XVII ◦ Influenciado por Descartes ◦ Mecanicista: concebia o homem e o mundo como máquinas., estando sujeitos às leis da mecânica ◦ Rejeita qualquer forma de saber subjetivo, só considera o que for palpável, objetivo e quantificável ◦ Começa a ser questionado no século XIX, por meio do surgimento dos estudos eléetricos e magnéticos e no século XX com a teoria da relatividade e a física quântica. Assuntos científicos não tão quantificáveis. ◦ Por meio do mecanicismo via-se o homem como máquina é valorizar o funcionamento das suas partes mais do que o todo ◦ Supervalorização das especializações médicas na saúde ◦ As causas quase sempre são relegadas ao segundo plano, priorizando a cura do problema e o bom desempenho; ◦ Da mesma forma que o nome da máquina não é importante, o nome do indivíduo é ocultado por sua doença ◦ O dualismo corpo e mente criado por Descartes dificultou aos médicos tratar a parte psicológica e aos psicoterapeutas cuidarem do corpo. ◦ Atualmente sabe-se que há uma valorização de outros métodos que trazem benefícios ao corpo, que o equilibram com mente e alma. Como Yoga, atividade física, psicoterapias etc. Associando o poder positivo da mente à capacidade de cura. ◦ Com o método racionalista, Descartes acreditava que a compreensão do Universo era sinônimo de matemática, assim distúrbios que se encontram fora do plano biológico, como por exemplo os mentais, não eram adequadamente considerados ◦ Fatores que contribuiram para abalar o paradigma cartesiano: ▪ Dificuldade em conceitualizar os problemas modernos de saúde ▪ Alto custo acarretado pela medicina medieval Paradigmas da Medicina ▪ Grande número de doenças degenerativas não tratáveis pelo modelo unicausal • Paradigma flexneriano ◦ Sinônimos: ▪ Modelo Biomédico ▪ Modelo Hospitalocêntrico ▪ Modelo verticalizado ▪ Modelo médico-industrial Biologicista As doenças são sempre causadas por um agente causal (biológico, físico, químico), não leva em consideração fatores biológicos Curativismo Dá enfase à cura das doenças, em detrimento da promoção em saúde e mesmo da prevenção de doenças. Individualismo Focaliza no indivíduo, negando os grupos sociais e comunidade Tecnificação Centraliza os processos de diagnósticos e cura nos procedimentos e equipamentos tecnológicos Mecanicismo Considera o corpo humano uma máquina Fragmentação Especialização, ensino com ênfase na anatomia, estudando segmentos do corpo humano, dando origem às múltiplas especialidades médicas. Positivista Tem a verdade científica Hospitalôcentrico O melhor ambiente para tratar as doenças é o hospital, porque tem todos os exames acessíveis e se administra medicamentos na hora certa. ◦ O Relatório flexner1 1910- passou a ser criticado na década de 70-80 ◦ Homenagem a Flexner que reformou as escolas de medicina do Canadá e Estados Unidos, que não possuíam padrões de entrada, nem de abertura, sem padronização ◦ Baseou-se no positivismo: o que está na ciência, é a verdade (hoje sabemos que medicina não é matemática, a medicina muda o tempo todo) ◦ Fragmentação e especialização: expert em determinado segmento do corpo humano, esquecendo da sua interligação com os outros. ◦ Mecanicismo: O corpo humano é uma máquina, funciona como eu o estudo ◦ Biologicismo: a doença sempre tem uma causa ◦ Tecnificação: o que vale são os exames e diagnóstico ◦ Individualismo: focar só no individuo como ser físico, sem se preocupar com seu grupo social e seus hábitos ◦ Curativismo: Foco é a doença 5 ◦ Hospitalocêntrico: O melhor local para se aprender ◦ É Considerado modelo biomédico: desconsidera saúde mental, saúde pública e ciências sociais, como consequência estamos vindo de uma escola de medicina focalizada no médico, esquecendo do paciente, uma posição muitas vezes autoritária ◦ Os médicos, assim, ganhavam muito dinheiro com a doença e não com a saúde ◦ Assim há uma relação da desumanização da medicina, sem sensibilidade, sem compaixão com a pessoa ◦ Além dessas características, o modelo biomédico nega a saúde pública, a saúde mental e as ciências sociais, bem como considera seitas outros modelos como a homeopatia. ◦ O conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico. ◦ Como consequência a medicina torna-se fragmentada ◦ Isto tem como consequência uma posição autoritária, unidisciplinar e com intenso uso do aparato que lucra com a doença: hospitais, exames, remédios, medicina altamente especializada: o chamado complexo médico- industrial. • Paradigma da integralidade • Sinônimos ◦ Holístico ◦ Ecológico ◦ Abordagem holística da assistência ao indivíduo ◦ Saúde deixa de ser um estado estático de perfeito bem-estar, subtendendo mudanças contínuas aos desafios ambientais ◦ Ou seja, é um bem-estar resultante do equilíbrio dinâmico do organismo, envolvendo aspectos físicos, psicológicos, sociais, mentais e espirituais. ◦ A partir da Segunda Guerra Mundial houve a necessidade da análise da saúde tanto no plano individual quanto no coletivo. ◦ Acontece que todo detalhamento acerca da vida e do organismo, quando aplicados à clínica, de modo mecanicista, passa a prejudicar a saúde das pessoas, na medida em que vai perdendo de vista o caráter global, individual do ser. ◦ Combinação de conhecimentos e práticas adotadas no ocidente, oriente, na modernidade e antiguidade, abordando o homem em todas suas dimensões. Ainda hoje, Observa-se muitos profissionais focando no tratamento da doença não considerando em vez de abordar os múltiplos aspectos que englobam o indivíduo e que interferem no processo saúde-doença. ◦ Hipócrates nasceu no século V a.C em uma Ilha grega ◦ É considerado o pai da medicina ◦ Transformou-a em uma ciência ◦ Teoria Humoral ◦ Ou teoria dos temperamentos ◦ A condição de saúde dos seres humanos seria mantida pelo equilíbrio entre quatro humores (fluidos corporais): ▪ Sangue, - procedente do coração ▪ Fleuma- Sistema respiratório ▪ Bílis amarela- fígado ▪ Bílis negra - Baço ◦ Cada um destes humores teria diferentes qualidades: ▪ o sangue seria quente e úmido; ▪ a fleuma, fria e úmida; ▪ a bílis amarela, quente e seca; ▪ a bílis negra, fria e seca. ◦ As doenças seriam causadas por um desequilíbrio entre os humores, que por sua vez seriam produzidos ou alterados pelos alimentos assimilados peloorganismo. Por exemplo, a febre seria uma reação do corpo para coser os humores em excesso. O papel da terapêutica seria ajudar a physis a seguir os seus mecanismos normais, ajudando a expulsar o humor em excesso ou contrariando as suas qualidades. ◦ Ainda de acordo com a teoria humoral, a predominância de um desses humores na constituição dos indivíduos (e suas diferentes combinações) também seriam responsáveis pelas características temperamentais (i.e., "temperamentos") do ser humano. Dentro da classificação adotada por Galeno, haveriam quatro temperamentos básicos: o popular sanguíneo, o sereno fleumático, o forte colérico e o soturno melancólico. Influência de hipócrates Humor Nome antigo Elemento Características modernas Bílis amarela colérico fogo Dominante São muito ativas ao lidar com problemas e desafios. São egocêntricas, diretas, ousadas, dominadoras, exigentes, enérgicas, determinadas, estrategístas e racionais Sangue Sanguíneo ar Influente Gostam de influenciar os outros através de conversas e atividades e tendem a ser emocionais. São entusiastas, persuasivas, convincentes, amistosas, comunicativas, confiantes, otimistas, sentimentais e instáveis. Fleuma Fleumático Água Estável Apreciam ritmo constante, segurança e não gostam de mudanças súbitas. São pacientes, confiáveis, calmos, leais, persistentes, gentis, previsíveis, sensatos, previsíveis e realistas Bílis negra Melancólico Terra Conforme Valorizam aderir a regras, regulamentos e estrutura. São cautelosas, sistemáticas, precisas, analíticas, perfeccionistas, lógicas, intensos, profundos e analíticos ◦ Epidemiologia ◦ Ciência que utiliza métodos quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações ◦ Estuda os diferentes fatores que intervém na difusão e propagação de doenças, sua frenquência, seu modo de distribuição, sua evolução e os meios necessários para sua prevenção ▪ Descrever a magnitude e a distribuição dos problemas de saúde ▪ proporcionar dados essenciais para o planejamento, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades ▪ Identificar fatores etiológicos (causas e origens) das enfermidades ◦ Considera-se que Hipócrates lançou as primeiras bases do renhecimento epidemiológico, considerando-se que para se fazer uma correta investigação das doenças era necessário conhecer as peculiaridades das doenças em um contexto populacional ◦ Está muito relacionado com o trabalho na ESF ◦ Semiologia ◦ É a clínica médica ◦ Meios e modos de se analisar um doente ◦ É a análise dos sintomas e sinais gerais e específicos ◦ Utiliza-se da anamnese para colher informações e fazer análises ◦ Registro no sistema SOAP ▪ Subjetivo ▪ Objetivo ▪ Avaliação ▪ Plano de ação ◦ Dentro da anamnese é importante levar em consideração a integralidade do indivíduo, visto que há sintomas cansaço e outros problemas relacionados com a vida do paciente, como por exemplo, perda de emprego ou de um ente querido. Epidemiologia x Semiologia ◦ A anamnese que é a história clínica e as análises do exame físicas despertam medo nos pacientes de que possam encontrar algo errado ◦ É importante a atuação médica no sentido de tranquilizar o paciente, na própria conversas Semiologia Epidemiologia Diagnóstico individual comunitário Informações necessárias História clínica, exame físico, exames complementares Dados populacionais, fatores de risco, espaço geográfico Ação Tratamento, reabilitação Programas de saúde, promoção Monitoramento Acompanhamento clínico/evitar doenças/melhorar /curar Mais complexo: mudança dos estados de saúde da população e de hábitos
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