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A ATUAÇÃO DA ESTÉTICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Ana Carolina Manes Gomes de ALMEIDA 1* , Andrezza Luciano Pereira de CARVALHO 2 , Clara Gabriela Costa SANTOS 3 , Evanice Geralda da COSTA 4 , Adauto Mendes BERNARDES JÚNIOR 5 1 Graduanda em Estética e Cosmética. anacarolinamanes@gmail.com 2 Graduanda em Estética e Cosmética. a-ndrezza@hotmail,com 3 Graduanda em Estética e Cosmética. claramozi17@hotmail.com 4 Mestre em Bioética, Graduada em Fisioterapia. nanilce@hotmail.com 5 Mestre em Telecomunicações, Graduado em Engenharia da Computação. adauto.inatel@gmail.com Resumo A história da estética voltada para a profissão de esteticista iniciou-se na década de 50, com a francesa Anne Marie Klotz. Foi em 1951 que ela trouxe para o Brasil, técnicas de estética aprendidas na França. Uma profissão importante para o equilíbrio mental, físico, social e espiritual do indivíduo. É uma área que enfrenta preconceitos, pois julgam tratar apenas disfunções estéticas, porém aos poucos, essa questão está sendo revista aos olhos de muitos e ganhando espaço, mostrando que está intimamente ligada com o bem-estar das pessoas. O objetivo do estudo foi verificar a possibilidade de implantação e atuação do profissional de estética e cosmética na equipe multidisciplinar no SUS, para complementar e auxiliar tanto no tratamento como na prevenção de patologias. O estudo foi de abordagem descritiva, transversal e quantitativo, com amostragem intencional. Introduzir o profissional desta área no SUS, é direito e dever de toda comunidade, pois cuidar da saúde física e mental, traz resultados melhores em tratamentos patológicos e preventivos. Os profissionais e estudantes que colaboraram com a pesquisa, compreendem que os esteticistas exercem um papel fundamental para a saúde pública, atuando em prevenção e tratamentos patológicos, proporcionando uma qualidade de vida melhor para pacientes oncológicos e obtêm-se resultados melhores com uma equipe multidisciplinar. Divulgar e pôr em prática a atuação da Estética nos setores da área da saúde eleva o nível de bem-estar dos indivíduos aos quais procuram e necessitam desses atendimentos. Palavras-Chave: Terapia alternativa; Saúde; Estética; Beleza; População. Abstract The history of aesthetics aimed at the profession of esthetician, began in the 50's, with the French Anne Marie Klotz. It was in 1951 that she brought to Brazil, aesthetic techniques learned in France. An important profession for the mental, physical, social and spiritual balance of the individual. It is an area that faces prejudices, as they think they treat only aesthetic dysfunctions, but gradually, this issue is being reviewed in the eyes of many and gaining space, showing that it is closely linked with the well-being of people. The objective of the study was to verify the possibility of implantation and actuation of the professional of aesthetics and cosmetics in the multidisciplinary team in the SUS, to complement and assist both in the treatment and in the prevention of pathologies. The study was descriptive, transversal and quanti- tative, with intentional sampling. To introduce the professional of this area in the SUS, it is the right and duty of the whole community, because taking care of physical and mental health, brings better results in pathological a nd preven- tive treatments . The professionals and students who collaborated with the research understand that aestheticians play a fundamental role in public health, working in prevention and pathological treatments, providing a better quality of life for cancer patients and obtaining better results with a multidisciplinary team.Publicizing and implementing Aesthetics in the health sector raises the level of well-being of the individuals they seek and need these services. Keywords: Alternative therapy, Health, Aesthetics, Beauty, Population. INTRODUÇÃO Surgiu na antiga Grécia a palavra estética, com o significado de sensação, percepção, está conceituada ao estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Estuda a percepção e o julgamento do que é considerada belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, assim como as diferentes formas de arte e da técnica artística. Segundo Kahlow e Oliveira (2012), no Brasil, a história da estética voltada para a profissão de esteticista, teve início na década de 50, com a francesa Anne Marie Klotz, que foi considerada precursora de uma profissão importante para o equilíbrio mental, físico, social e espiritual do indivíduo. Atualmente, bem-estar e ausência de do- ença são elementos do conceito de saúde. Para se estabelecer uma definição mais completa de saúde, a criação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é importante. A Constituição da OMS se afirma que “a saúde é um estado de com- pleto bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de en- fermidade” (CARVALHO; FARIAS, 2013). A estética enfrenta preconceitos por ser considerada uma área que visa apenas o embelezamento, porém aos poucos essa questão está sendo revista aos olhos de muitos e ganhando espaço, mostrando que ela está intimamente ligada com o bem estar das pessoas, pois ela previne e trata doenças, tanto físicas como emocionais. É uma área que possui uma importância significativa na saúde das pessoas, por ser capaz de melhorar a autoestima e promover uma melhora no desenvolvimento dos sistemas do corpo humano e que depende da união de todos eles, estando em harmonia para que não haja interferências no seu desempenho. Sendo assim, quando um desses sistemas se encontra desregulado, o corpo responde de alguma forma, seja ela com dores musculares, náuseas ou com estresse (SDREGOTTI; SOUZA; PAULA, 2011). Algumas técnicas realizadas pela esteticista, como uma simples massagem relaxante ou até mesmo uma drenagem linfática, possibilitam a prevenção de doenças trazendo o bem-estar físico e mental mantendo-se assim o equilíbrio orgânico, diminuindo gasto com remédios, afastamentos médicos e possibilitando o indivíduo ter uma vida saudável e com estabilidade para realizar suas atividades diárias (ORASMO, 2015). Os tratamentos que envolvem massagens, por exemplo, são importantes na diminuição de dores musculares, pois atua melhorando a oxigenação e circulação sanguínea do organismo, diminuição da pressão arterial em casos de pessoas com hipertensão, alívio de ansiedade, entre diversos benefícios (SDREGOTTI; SOUZA; PAULA, 2011). Sabe-se que, a maioria das pessoas não possuem condições para realizar esses procedimentos, portanto, deve-se disponibilizar no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de já existir uma lei que regulamente a profissão e inclui alguns tratamentos estéticos no SUS, percebe-se que a demanda e procura são baixas, não possuindo a divulgação necessária para que mais pessoas possam ter acesso. Portanto o objetivo do estudo foi verificar a atuação do profissional de estética e cosmética na equipe multidisciplinar no SUS para complementar e auxiliar na prevenção e promoção da saúde. REVISÃO DE LITERATURA A primeira referência ao substantivo “estética” foi introduzida por Alexander Gottlieb Baumgarten, por volta de 1750, em seu livro Aesthetica, que definia o termo como a ciência da arte e do belo (TISSI, 2018). A questão do belo sempre foi passível de aferição científica, o que advém de muitos séculos, antes mesmo dos primórdios da civilização humana. Percebe-se que a estética sempre esteve ligada à sociologia, à história e à cultura, passando por impactos e influência dos povos e seus costumes. Tudo isso trouxe uma vasta variação no conceito objetivo do belo, sendo essenciais aos reclamos de cada cultura, comunidade e época vivida, sem modificar sua essência (KEDE; SABATOVICH, 2009).Mesmo a estética sendo uma profissão consideravelmente antiga e ter sido recentemente reconhecida, os profissionais atuantes desta área passaram anos trabalhando sem regulamentação, o que sempre dificultou a delimitação de seus direitos e deveres. Por muito tempo, o Esteticista era visto apenas como promotor da beleza e bem-estar. No entanto, o perfil deste profissional vem sofrendo grandes mudanças com o passar dos anos, com o decreto da regulamentação de técnicos, tecnólogos e bacharéis em Estética pelo Congresso Nacional, onde se permitiu a formalização do diploma em instituições, através do MEC, o que o fez mudar em caráter acadêmico-científico. Quanto aos direitos adquiridos por profissionais de estética já é possível afirmar que é uma área que vem ganhando força total no mundo do Direito, sendo legitimado através da regulamentação da profissão (TISSI, 2018). Considera-se a inserção do Profissional de Estética na atual proposta de Medicina Integrativa a partir do conceito de que o indivíduo deve ser visto como um todo, o que enriquece esta nova linha de pensamento, considerando que a saúde e beleza estão intimamente ligadas. No entanto, é preciso lembrar que não se trata da beleza provinda dos padrões pré-determinados pela mídia, onde se estimam e buscam características muitas vezes inalcançáveis, mas sim a beleza que traz em si o “aspecto saudável”. Quando se proporciona beleza a um indivíduo é possível que o mesmo tenha autoestima e bem-estar, além de saúde mental e física, o que se torna espelho das condições internas e saúde do organismo como um todo (SOUZA, 2010). Segundo a Câmara dos Deputados (2018), a Lei 13.643/18, que regulamenta as profissões de esteticista e de técnico em estética, foi aprovada em novembro de 2016, pela mesma, porém sofreu modificações onde foi votado como substitutivo no Senado em dezembro de 2017, e quando retornou a Câmara em março deste ano, foi alterado novamente. As modificações realizadas foram devido à separação da profissão de estetacosmetólogo em esteticista e cosmetólogo, não deixado de serem esteticista. A Lei 13.643, onde regulamenta a profissão de Esteticista, compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e o Técnico em Estética. A atuação dessa profissão é livre em todo território nacional e não compreende atividade em estética médica (BRASIL, 2018). A estética no SUS atua de forma pre- ventiva cuidando de possíveis agravos e doen- ças desencadeadas por problemas psicológicos e emocionais, recuperação e promoção da saú- de. Essas práticas são chamadas de terapias alternativas, que são técnicas que complemen- tam os tratamentos médicos. Dentre elas estão: shantala, musicoterapia, imposição de mãos, terapia de florais, cromoterapia, aromaterapia, reiki, etc. São procedimentos que promove a auto cura, através de estimulação dos meca- nismos naturais do organismo (MARCHETT et al., 2014). Carvalho (2013) explica que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado em 1991. Foi instituído pela Constituição Federal (CF) no ano de 1988 e consolidado pelas Leis 8.080 e 8.142. Desde então, esse Sistema ficou denominado como Sistema Único de Saúde (SUS). Tem-se a compreensão de que somente médicos e psicólogos, cuidam e proporcionam o bem estar para os pacientes, porém qualquer outro profissional que entra em contato com estes, tem o potencial e buscam melhorar o estado em que se encontra. As técnicas e conhecimentos da área da estética contribuem ativamente para que isto ocorra. A opinião pública esclarecida é capaz de problematizar a atuação do estado, tendo a responsabilidade de obter condições de saúde a toda população, por meio de medidas adequadas. Os tratamentos estéticos são direitos fundamentais á saúde, sendo de suma importância para a vida. Existe uma linha divisória, a qual se impõe, não somente pelo o que é estético ou não estético, mas do que é essencial para manter o bem estar físico e emocional do paciente em perfeita harmonia. Por esta razão, os tratamentos estéticos não podem ser negados nos planos de saúde ou pelo governo. Essa negação vai contra os direitos impostos na regulamentação estabelecida pelo SUS, onde saúde é direito de todos (CARVALHO; FARIAS, 2013). A história da melhoria na saúde no Brasil, necessariamente, passa pela filantropia, incluindo o cunho religioso e a caridade. Os cidadãos eram atendidos pelos médicos de instituições filantrópicas. Em paralelo a isso, o Estado fazia algumas ações para a saúde diante as epidemias da época. No final do século XIX e começo do XX, ocorreu o saneamento do Rio de Janeiro e uma grande campanha de vacinação contra a varíola. Devido ao esforço de guerra na extração de borracha e do manganês, um sistema de saúde foi criado para atender as pessoas envolvidas (CARVALHO, 2013). Tal ação teve inspiração e financiamento dos Estados Unidos, que foi iniciado através de um projeto de ajuda. Denominou-se assim, Serviços Especiais de Saúde Pública (Sesp), que em seguida foi transformado em Fundação Sesp. Dentro das disponibilidades existentes da época, já se trabalhavam com equipes multidisciplinares (CARVALHO, 2013). Foi na época da ditadura que surgiu um sistema de saúde com o objetivo de colocar a saúde como direito de todos os cidadãos e em consequência, ser um dever do Estado. A defesa de um sistema público de saúde com direitos e universalidade ocorreu em pleno regime autoritário. Na década de 1980, na crise da previdência, que nasceu as AIS, Ações Integradas de Saúde. Em 1987, essas ações sofreram modificações e se denominaram Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (Suds), que teve duração até o ano de 1991, onde se implantou o Sistema Único de Saúde (SUS) (CARVALHO, 2013). Foi em um grande acordo entre conservadores e progressistas, que nasceu o Sistema Único de Saúde. A discussão sobre esse assunto continuou em todo o país, pois nem todas as questões envolvidas eram absorvidas pelos constituintes. Segundo Carvalho (2013), para entender exatamente o que representa o SUS, existem algumas definições básicas. A base dessas definições é exclusivamente a Constituição Federal (CF) art. 193-200 e as Leis 8.080 e 8.142, que regem esse Sistema. O Sistema Público de Saúde foi instituído pela CF, em 1988, após décadas de luta em um movimento denominado Movimento da Reforma Sanitária. Consolidado, assim, pelas Leis 8.080 e 8.142. Tal Sistema foi denominado Sistema Único de Saúde (SUS). A característica principal desse sistema de saúde é de que “Saúde é Direito do Cidadão e Dever do Estado”. Tanto a saúde pública como a privada, foram consideradas como de relevância pública. É entendida pelos juristas que haja uma limitação ao simples entendimento de que a saúde seja apenas um bem de mercado. Estão subordinados á Regulamentação, Fiscalização e Controle do SUS, os serviços privados de saúde. Incluindo aí o sistema privado lucrativo, exercidos por pessoas físicas ou jurídicas individuais ou não, proprietárias ou prestadoras de planos, quanto o sistema privado não lucrativo, exercido por filantropos ou não. Incluem-se: consultórios, hospitais, clínicas, laboratórios de imagem, bioquímicos e outros, com todas as ações de saúde e de todas as profissões de saúde (LIMA; MATTA, 2009). Quando se fala de saúde, devem lembrar e destacar que o maior objetivo da saúde é impedir que as pessoas adoeçam, e não necessariamente tratar pessoas doentes. Isso tanto no sistema público como no privado. A promoção da saúde é atuar nas causas do adoecer, com efetiva participação das pessoas como sujeitos de sua própria saúde e vida. Proteção à saúde é a área que trabalha com os riscos de adoecer, tendo como medidas diretas as vacinas, exames preventivos,uso do flúor na água ou na associação à escovação, etc. O ato de cuidar daqueles que já estão doentes é a recuperação da saúde. Essa é a ação mais evidenciada dentro dos serviços de saúde (LIMA; MATTA, 2009). O foco da Organização Mundial da Saúde (OMS) é lidar com questões relativas à saúde global. Na ambitude da criação da ONU (Organização das Nações Unidas), já havia a intenção e preocupação em criar algo exclusivamente dedicada à saúde. Sendo assim, foram aprovados em 22 de julho de 1946 os estatutos da OMS, durante a Confraternização Internacional da Saúde. A Organização, porém, foi realmente fundada em 7 de abril de 1948. O artigo 1° da constituição da OMS tem como principal propósito garantir o nível mais alto de saúde para todos os seres humanos (FERREIRA et al., 2014). Segundo Júnior (2016), as práticas integrativas nos sistemas públicos de saúde, tem origem de longa data. No final do ano de 1970, foi recomendada a implantação da prática nas medicinas tradicionais e complementares em todo o mundo. Aqui no Brasil, ganhou força a partir da Oitava Conferência Nacional de Saúde (1986), e desde então foi expandindo a área. A intenção da OMS nesse assunto é fazer com que os Estados tenham os recursos e sistemas adequados para a abordagem desta prática, buscando a prevenção e recuperação da saúde por meios de tecnologias seguras, onde exista vínculo terapêutico e integração do ser humano com o meio ambiente (TELESI JÚNIOR, 2016). Com a inovação de aparelhos e técnicas, os profissionais da área de estética e cosmética tiveram que atualizar os seus conhecimentos. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ressaltou a importância e o quão satisfatório são os resultados que o trabalho desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, educadores físicos e esteticistas, traz para os pacientes. E claro, a cooperação do próprio paciente é essencial (ORASMO, 2015). O trabalho que essa equipe proporciona é de grande valia para o ser humano. A recuperação de uma cirurgia, por exemplo, é muito mais rápida e o organismo responde melhor com os cuidados do pré e do pós-operatório, o tratamento para analgesias de dores físicas ou até mesmo de dores provocadas por problemas emocionais como a ansiedade que geralmente ataca o estômago e tenciona os músculos, em conjunto e indicação médica, não necessita de remédios para dor muscular ou para alívio estomacal, a massagem traz relaxamento para os músculos e as terapias florais tratam a ansiedade (SDREGOTTI; SOUZA; PAULA, 2011). MATERIAIS E MÉTODOS Delineamento do estudo O presente trabalho foi de abordagem descritiva, transversal e quantitativa, com amostragem intencional. Local do estudo Este estudo foi realizado na Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR) e ESF (Estratégia Saúde Familiar), ambas localizadas na cidade de Três Corações, Minas Gerais (MG). Sujeito da pesquisa Os profissionais e estudantes da área da saúde que trabalhem e estejam estagiando nos ESF de Três Corações e na UNINCOR, totalizando 35 (trinta e cinco) pessoas, que aceitaram participar do estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os profissionais e estudantes da área da saúde que trabalham e fazem estágio nos ESF de Três Corações e na UNINCOR que não assinarem o TCLE, não foram incluídos. Todos os profissionais e estudantes da área da saúde que trabalharem e estejam estagiando nos ESF de Três Corações e na UNINCOR que assinarem o TCLE e desistirem no decorrer da pesquisa foram excluídos. Instrumento de Pesquisa Para a coleta da pesquisa foi utilizado o questionário sociodemográfico com variáveis: sexo, idade, data de nascimento, especialidade médica. Análise de Dados No presente estudo, os dados coletados foram analisados por gráficos, baseado no questionário aplicado em integrantes que compõe a equipe multidisciplinar e interdisciplinar no município de Três Corações – MG. Procedimentos Éticos A pesquisa segue as determinações da Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que define os procedimentos éticos par pesquisa em seres humanos. O trabalho foi incisivo após aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Guirro e Guirro (2006), o es- teticista mesmo estando há pouco tempo no mercado de trabalho tem como vantagem a sua proximidade com os seus pacientes. O preparo acadêmico que o mesmo recebe é importantís- simo na sua relação com a promoção de saúde. Atualmente há fundamentações cientí- ficas que redirecionam o campo da saúde pú- blica para um aspecto muito mais abrangente, impulsionando a multidisciplinaridade dos serviços prestados, valorizando a forma de prevenção como a mais efetiva, em sua forma de conscientização coletiva e que torna opor- tuna a implantação da área da estética como parte integrante da saúde pública, pois traz para o cenário a estética como forma de inte- grar e contemplar o atual conceito de saúde, indo de encontro com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que diz que, saúde é o com- pleto bem-estar do indivíduo (SILVA, 2013). Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi conhecer os diferentes cenários de ações da área da estética em relação à saúde pública, oportunizando o desenvolvimento da área esté- tica em relação aos princípios da humanização em saúde (SILVA, 2013). Os resultados apresentados foram cole- tados de alunos que estão cursando enferma- gem, nutrição, educação física, psicologia e estética na Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR), que já estão estagiando e tendo contato com a comunidade e vivenciando a realidade da saúde pública e suas necessida- des, e profissionais como fisioterapeutas, mé- dicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que trabalham na Colônia Santa Fé e ESF do bairro Boa Ventura, localizado em Três Cora- ções-MG, que responderam o questionário contendo dez perguntas de múltipla escolha, a fim de esclarecer dúvidas a respeito à profis- são de esteticista com relação ao SUS. Logo após as coletas de dados, pode-se analisar que: Figura 1 - Questionamento sobre a função do esteti- cista. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 31 (trinta e um) entrevistados, corres- pondente a 88,6%, responderam sim, sobre conhecer a função de uma esteticista e 4 (qua- tro) entrevistados, representando 11,4%, res- ponderam que não conhecem. Figura 2 - Questionamento referente a atuação do esteticista na saúde pública. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 22 (vinte e dois) dentre os profissionais e estudante, sendo 62,9%, avaliaram como indispensável o papel de uma esteticista na saúde pública e o restante composto por 13 (treze), sendo 37,1% avaliaram como desejá- vel. Figura 3 - Questionamento referente a realização dos exames e tratamentos preventivos. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. Como 100% dos entrevistados, fazem parte da área de saúde, 31 (trinta e um), totali- zando 88,6%, fazem exames e tratamentos preventivos de rotina e 4 (quatro) representan- do 11,4%, não realizam. Figura 4 - Questionamento referente ao auxílio da estética em atendimentos patológicos e na prevenção de possíveis doenças. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 34 (trinta e quatro) pessoas, correspon- dente a 97,1%, concordaram que a Estética auxiliaria nos atendimentos patológicos e pre- ventivos e 1 (um) dos entrevistados concordou que auxiliaria somente na prevenção, compos- to por 2,9%. Figura 5 - Questionamento referente a atuação da esteticista em pacientes oncológicos. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 32 (trintae duas) pessoas, correspon- dente a 91,4% dos entrevistados, concordam totalmente, que as esteticistas podem propor- cionar uma qualidade de vida melhor para um paciente oncológico e 3 (três), sendo 8,6%, concordam parcialmente. Figura 6 - Questionamento referente as terapias alternativas disponíveis no SUS. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. Em seguida, sobre ter conhecimento sobre a existência das terapias alternativas disponíveis no SUS, 15 (quinze) pessoas res- ponderam sim, representando 42,9% e 20 en- trevistados responderam que não, totalizando 57,1%. Figura 7 - Questionamento referente a importância da equipe multidisciplinar na saúde públi- ca. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 33 (tinta e três) pessoas, totalizando 94,3%, responderam que concordam totalmen- te com um tratamento realizado por uma equi- pe multidisciplinar, com isso obteria resultados mais satisfatórios para a saúde pública, 1 en- trevistado concorda parcialmente, representan- do 2,9% e 1 entrevistado discorda parcialmen- te, correspondente a 2,9%. Figura 8 - Questionamento referente a atuação do esteticista com médicos em hospitais. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. 15 (quinze) participantes desta pesqui- sa, sendo 42,9% demonstrou conhecimento sobre a atuação de esteticista juntamente com médicos em hospitais e 20 (vinte) destes, cor- respondente a 57,1% desconhecem esse traba- lho. Figura 9 - Questionamento referente ao conhecimen- to sobre a regulamentação e direitos do esteticista. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. Em relação a regulamentação e aos di- reitos das esteticistas, 10 (dez) dos entrevista- dos, sendo 28,6%, afirmaram conhecê-los e 25 (vinte e cinco) entrevistados, composto por 71,4%, desconhecem a regulamentação. Figura 10 - Questionamento referente ao conheci- mento de atendimento de esteticistas em hospitais e ESF. Fonte: elaborado pelos próprios pesquisadores. Em unanimidade, 35 (trinta e cinco), ou seja, 100% dos entrevistados responderam que desconhecem esteticistas fazendo atendimen- tos e atuando na equipe multidisciplinar em hospitais ou ESF. Pode-se observar que, os profissionais e estudantes que colaboraram com a pesquisa, compreendem que os esteticistas exercem um papel fundamental para a saúde pública, atu- ando em prevenção e tratamentos patológicos, proporcionando uma qualidade de vida melhor para pacientes oncológicos e obtêm-se resulta- dos melhores com uma equipe multidiscipli- nar. Por outro lado, as terapias alternativas disponíveis no SUS, regulamentação e os di- reitos dos esteticistas, recentemente aprovada, não são devidamente divulgados e não se tem o conhecimento e a atuação desta profissão na equipe multidisciplinar presentes em hospitais e ESF, que são órgãos conveniados do Sistema Únicos de Saúde (SUS). Os tratamentos estéticos, como por exemplo, drenagem, corrente russa, eletroterapia, massoterapia, alta frequência (HF) e endermologia, são capazes de auxiliarem na prevenção de possíveis complicações após uma cirurgia e até mesmo na própria recuperação, possibilitando uma resposta mais rápida e eficaz, para o paciente. E quando se inicia os tratamentos no pós- operatório, potencializa ainda mais, pois fazem a preparação do tecido, promovendo a oxigenação e a melhora da circulação sanguínea e linfática do organismo. (SDREGOTTI; SOUZA; PAULA, 2011). Segundo Pietruk, Castellano e Oliveira (2011), os profissionais da estética, podem proporcionar ás pacientes oncológicas, uma melhora da autoestima, ensinando dicas de maquiagem, uso de sutiãs apropriados, mostrar diferentes formas de utilização de lenços e perucas, orientando sobre as mudanças que o seu corpo irá sofrer, como por exemplo, a unha enfraquecida, utilizar mangas compridas ou proteção quando há retirada de linfonodos e da mama e realizar a drenagem como forma de prevenção ao linfedema. São esses cuidados que ajudam o paciente fisicamente e emocionalmente, cooperando para seguirem os seus tratamentos e suas vidas da melhor forma possível. Segundo Telesi Júnior (2016), cerca de mais de 520 unidades de saúde localizada no estado de São Paulo, disponibilizam pelo menos um tipo de terapias alternativas como formas de tratamentos. Todas essas mudanças e nova visão sobre a estética vêm sendo discutida através da Medicina Integrativa, com mudança de paradigma, onde a doença deixa de ser o principal foco da atenção, enfatizando a necessidade de acolher a pessoa como um todo, incluindo corpo, mente e espírito. A noção de Direitos Humanos (DH) deve ser considerada ganho inequívoco para toda a humanidade, pois foi o que permitiu o surgimento da necessidade de garantir a todas as pessoas a mesma dignidade inerente. Pensar em termos de igualdade, desigualdade e diferença – para todos os seres humanos – é uma conquista do século XX, que advém da consolidação dessa noção (ORASMO, 2015). Por ser uma área muito ampla, a área da saúde precisa que a equipe multidisciplinar dentro do SUS funcione na prática, e não fique apenas no papel. A atuação do profissional da estética nesse sistema, contribui tanto fisiologicamente como mentalmente para pacientes, trazendo diversos benefícios. Divulgar e pôr em prática a atuação da Estética nos setores da área da saúde elevará o nível de bem-estar dos indivíduos aos quais procuram e precisam desses atendimentos (CARVALHO e FARIAS, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS A profissão da Estética, apesar de ter sido regulamentada há pouco tempo, ainda precisa da abertura de um Conselho para que se tenha uma fiscalização adequada. Porém, isso não justifica e não deveria tirar créditos dessa profissão que, sem dúvida alguma, a especialização e formação nesta área só têm a acrescentar benefícios e contribuir para o crescimento da saúde pública (GUIRRO, 2006). A pesquisa teve um resultado satisfatório e significativo, onde os futuros e presentes membros atuantes na área da saúde pública, perceberam a necessidade de profissionais capacitados em estética prestando serviços à comunidade, devido à carência desses atendimentos, acreditando que exercem um papel primordial a estes, visando à valorização e dando devido reconhecimento a esta profissão. A implantação da profissão de esteticista na equipe multidisciplinar dentro da saúde pública é algo de extrema relevância, onde o benefício de tal ação seria para todos os envolvidos. Como perspectiva futura da pesquisa, os profissionais capacitados da área da estética, podem atuar junto com médicos em hospitais e ESF, proporcionando um aumento da autoestima, trazendo técnicas de massagem, como a drenagem, por exemplo, onde é possível reequilibrar o organismo, diminuindo edemas e dores no corpo. Baseado nisso, os tratamentos disponíveis no SUS estariam com um suporte melhor para atender a população como um todo, mente, corpo e espírito. REFERÊNCIAS BRASIL, Câmara dos Deputados. Lei n° 13.643, de 03 abril de 2018: Regulamenta as profissões de Esteticista, que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Brasília, 2018. CARVALHO, Gilson. Saúde Pública: A Saúde Pública no Brasil. São Paulo: Estudos Avançados, 2013. CARVALHO, João C. C.; FARIAS, Rosileide S. Do culto à beleza ao direito à estética: problemas abertos para uma filosofia jurídica da complexidade. Cadernos de Graduação – Ciências Humanas e Sociais, Facipe: v. 1/n.2/p. 75-83. Recife, 2013. FERREIRA, Clara Fontes; DIAS, Gustavo Nobre; FRANCISCON, Isabela Nunes; MOTA, João Paulo Tavares; OLIVEIRA, Thamires Quinhões. Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia de Estudos: SINUS 2014 - Compartilhando responsabilidades na promoção da Justiça. SãoPaulo, 2014. GUIRRO, Rinaldo; GUIRRO, Elaine Caldeira De O. 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