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Módulo 01 Método PBL x Método Tradicional O método PBL rompe com o acúmulo mecânico de informações antes da inserção dos futuros profissionais médicos em atividades práticas. Sendo assim, o método PBL é caracterizado como método de ensino-aprendizagem ativo e significa Aprendizagem Baseada em Problema. Nesse método a formação ocorre por meio da resolução de problemas estruturados pelos professores para que os alunos aos poucos construam o conhecimento necessário para a resolução dos problemas futuros. Esse método busca que o estudante desenvolva habilidades técnicas, cognitivas e atitudinais que irão se aplicar tanto para a vida profissional no cuidado com os pacientes quanto para a manutenção em relação aos estudos, tendo em vista que o foco está no estudante aprender a aprender estudar. O estudante sai de um ambiente de sala de aula, no qual o conhecimento era passado de forma hegemônica pelo professor, e vai para um ambiente no qual ele passa a construir seu conhecimento somando o seu conhecimento prévio com o conhecimento adquirido durante as discussões nas sessões tutoriais e em outros ambientes. Pode-se dizer que esse método de ensino visa desenvolvimento do raciocínio crítico, de habilidades de comunicação e do entendimento da necessidade de aprender ao longo da vida. Ocorre, portanto, uma aprendizagem por descoberta, em oposição a aprendizagem por recepção, a qual ocorre no método tradicional e o conhecimento é passado ao aluno em sua forma final e não construído ao longo do tempo. Logo, o professor terá papel de provocar no aluno o raciocínio, gerando desequilíbrio cognitivos como forma de obter uma aprendizagem. Outo ponto a ser abordado se refere em como o método PBL é trabalhado, ou seja, em módulos temáticos. Já o método tradicional é dividido em disciplinas fragmentadas. Ademais, as avaliações ocorrem de formas distintas, no método PBL as avaliações envolvem as esferas formativas, cognitivas e somativas. Enquanto isso, as avaliações no método tradicional ocorrem de forma somativa e costumam ser pontuais. No geral, alunos do método PBL apresentam resultados mais positivos em relação aos alunos do método tradicional. Entre esses resultados positivos, é possível citar: comunicação eficiente, levar em conta aspectos psicossociais no adoecimento e no tratamento, atuar em equipe, lidar com questões éticas, articulação entre atenção primaria e hospital. O estudo do módulo ocorre nas seguintes atividades: • Grupos tutoriais; • Estudo auto-dirigido; • Aulas práticas no Laboratório MorfoFuncional; • Aulas práticas no Laboratório de Práticas-integradas; • Palestras; • Consultorias; • Interação Ensino-Serviços-Comunidade (PINESC); 07 passos da tutoria: 1. Ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos; 2. Identificar as questões envolvidas no enunciado; 3. Oferecer explicações para estas questões com base no conhecimento prévio que o grupo tem sobre o assunto; 4. Resumir as explicações; 5. Estabelecer objetivos de aprendizagem que levem o aluno ao aprofundamento e complementação destas explicações; 6. Estudo individual respeitando os objetivos alcançados; 7. Rediscussão pelo grupo tutorial, relativa aos avanços de conhecimento alcançados pelo grupo. Planos Anatômicos da Pelve Feminina Desvantagens da pelve masculina no parto 1. Sacro penetra mais na cavidade pélvica 2. Pelve mais estreita 3. Saída pélvica e cavidade pélvica menos ampla 4. Ângulo Púbico mais agudo Tipos de Pelve A maioria das mulheres tem pelve androide As mais recomendadas são aquelas de entradas mais abertas e ovaladas: ginecóide e antropóide Divisão da Pelve PELVE MENOR/ VERDADEIRA: -Abriga vísceras e o períneo, separados pelos músculos do assoalho pélvico -Importante no parto vaginal, pois delimita o canal de parto PELVE MAIOR/ FALSA: -Área mais alta que os órgãos inferiores se acomodam - A crista ilíaca separa a pelve falsa inferiormente e o abdômen superiormente Marcos Históricos A operação cesariana é, provavelmente, uma das cirurgias mais antigas da história da medicina; O parto, na pré-história, semelhante ao que ocorre com os animais, era solitário e sem a presença do pai da criança; As mulheres mais idosas ajudavam com conselhos e práticas diversas, porém, apesar de sua experiência no processo, costumavam ser consideradas ignorantes e até feiticeiras Na Antiguidade, a Cesariana só era praticada após a morte da parturiente, afim de salvar o feto; Em 1500, Jacob Nufer, um homem simples que castrava porcas, realiza a primeira cesariana em vida, em sua própria esposa; Empirismo, Experimentalismo e Método Científico Atual Empirismo: Se opõe ao racionalismo, já que rejeita a razão enquanto fonte de conhecimento humano sem que este seja embasado na experiência; Antibiótico x Empirismo: Em 1928, Fleming desenvolvia pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. Fleming tirou férias e deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa. Quando retornou ao trabalho, em setembro, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo. Observou que não havia bolor, sendo que os estafilococos não estavam em atividade. O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicillium, de onde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida, e Fleming concluiu que esse fungo destruía a bactéria. Sendo assim, graças a observação empírica se usa o antibiótico. Medicina Baseada em Evidências: Deve ser vista como a integração da experiência clínica com a capacidade de analisar e aplicar racionalmente a informação científica ao cuidar de pacientes No processo de praticar MBE, que vai da identificação do problema à escolha da alternativa a ser adotada, não se pode esquecer que cada pessoa que procura cuidados médicos é um ser único, apesar de possuir características similares a diversos outros pacientes. Evidências que vêm de estudos realizados com grupos de pacientes ajudam a tomar as decisões mais acertadas, mas não podem ser desvinculadas da experiência clínica. Flexner X Dawson O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO INÍCIO DO SÉCULO XX • Situação das escolas médicas nos EUA era caótica; • A concessão estatal para o exercício da medicina foi abolida em meados do século XIX, e havia grande proliferação de escolas de Medicina, com abordagens terapêuticas as mais diversas; • As escolas não possuíam nenhuma padronização, estando vinculadas ou não a instituições universitárias, com ou sem equipamentos, com critérios de admissão e tempo de duração diferenciados e independentemente de fundamentação teórico-científica • Positivismo: apontado como único conhecimento seguro o científico, mediante a observação e a experimentação; • A ciência substitui a arte; • O método científico, assumido como a forma legítima de produzir conhecimento, exprime o processo de racionalização que atinge o Ocidente; O MODELO FLEXNER • Flexner era um pesquisador social e educador norte-americano; • Visitou as 155 escolas de Medicina dos EUA e Canadá durante seis meses, pois considerava-as inadequada. Com base nas • avaliações que fez, publicou seu famoso relatório, em 1910. Em sua opinião, das 155 escolas existentes, apenas 31 tinham condições de continuar funcionando; É precursor das metodologias ativas de ensino- aprendizagem • Defendia o ensino de escolas médicas integradas a universidades, ligadas a hospitais-escola, e onde a experimentação, o ensino das ciências básicas e a prática clínica são essenciais; • Propôs a reconstrução do modelo de ensino médico. Segundo ele, as escolas médicas devem estar baseadas em universidade, e os programas educacionais devem ter uma base científica; • De suas recomendações, algumas foram acatadas breve: • Rigoroso controle de admissão; • Divisão do currículo em um ciclo básico de doisanos, realizado no laboratório, seguido de um ciclo clínico de mais dois anos, realizado no hospital; • Exigência de laboratórios e instalações adequadas; • O ciclo clínico deve-se dar fundamentalmente no hospital, pois ali se encontra o local privilegiado para estudar as doenças; • Desconsidera, em sua proposta de reforma, a organização dos sistemas de saúde; • Recriminava, desde seus primeiros trabalhos o ensino por meio de conferências e aprendizado pela simples memorização; Os hospitais se transformam na principal instituição de transmissão do conhecimento médico durante todo o século XX. Às faculdades, resta o ensino de laboratório nas áreas básicas (anatomia, fisiologia, patologia) e a parte teórica das especialidades Flexner via a educação médica como destinada a pessoas da elite. Criticavam-no em relação a preconceitos quanto a pobres, negros e mulheres. Acreditava que o acesso de cidadãos negros era inadequado, julgando serem pessoas para servir às suas próprias e carentes comunidades. O MODELO DAWSON • O Relatório Dawson foi elaborado pelo Ministério de Saúde do Reino Unido em 1920; • É fruto do debate de mudanças no sistema de proteção social depois da Primeira Guerra Mundial e considerado um dos primeiros documentos a utilizar o conceito de Atenção Primária à Saúde em uma perspectiva de organização sistêmica regionalizada e hierarquizada de serviços de saúde, por nível de complexidade e sob uma base geográfica definida; • Influenciou a criação do sistema nacional de saúde britânico em 1948, que por sua vez passou a orientar a reorganização dos sistemas de saúde em vários países do mundo; • Baseado na estreita coordenação entre medicina preventiva e curativa; • Propõe a organização de serviços para atenção integral à população com base formada por serviços "domiciliares" apoiados por centros de saúde primários, laboratórios, radiologia e acomodação para internação. Esta seria a "porta de entrada" do sistema, que empregaria os generais practitioners (GP) - médicos clínicos generalistas, que já então trabalhavam de forma autônoma e/ou contratados pelo sistema de seguro social; • Os centros primários, localizados em vilas, estariam ligados a centros de saúde secundários, localizados nas cidades maiores, com oferta de serviços especializados, cuja localização deveria se dar de acordo com a distribuição da população, os meios de transporte e os fluxos estabelecidos, variando "em tamanho e complexidade, segundo as circunstâncias"; • Os casos que não pudessem ser resolvidos neste nível seriam encaminhados a um hospital de referência, ao qual os centros se vinculariam. Os profissionais trabalhariam de forma integrada(multidisciplinar); • O centro primário foi proposto como núcleo do sistema, onde os médicos generalistas poderiam se relacionar com especialistas e consultores, central ao aperfeiçoamento profissional; • Também elucidou a necessidade de estabelecer-se um sistema uniforme de histórias clínicas; no caso de um paciente ser encaminhado de um centro a outro para fins de consulta ou tratamento, deve ser acompanhado de uma cópia de sua história clínica; • Do ponto de vista da gestão do sistema, todos os serviços - tanto curativos como preventivos - estariam intimamente coordenados sob uma única autoridade de saúde para cada área. É indispensável a unidade de ideias e propósitos, assim como a comunicação completa e recíproca entre os hospitais, os centros de saúde secundários e primários e os serviços domiciliares, independentemente de que os centros estejam situados no campo ou na cidade. • Deveriam ser levadas em conta as condições locais, a forma como a população ocupava o território; • A ideia de organizar serviços para a cobertura de grandes territórios desafiava o conceito de governo local e os custos para a construção e manutenção dos serviços necessários seriam altos. Não se conseguiu chegar a uma proposta final e o relatório foi engavetado; • Apenas durante a Segunda Guerra Mundial, no âmbito da discussão de uma nova política de proteção social, apresentada pelo Relatório Beveridge em 1942, o relatório voltaria a servir de base à proposta de organização do novo sistema de saúde universal e equitativo; Diretrizes Curriculares Nacionais Busca um perfil do egresso com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Preconiza a inserção precoce dos alunos nos meios de interação social (na UNIME: ocorre por meio do PINESC), também define que as faculdades devem adotar metodologias de ensino ativas. O conceito de educação baseada na comunidade (EBC) no contexto da formação de profissionais da saúde deu início em 1970. Promove a responsabilidade social da escola médica e da necessidade de aprender e trabalhar com profissionais de outras áreas da saúde. O EBC potencializa o desenvolvimento de algumas das competências gerais estipuladas nas DCNs, sobretudo atenção à saúde, tomada de decisão, educação permanente e comunicação CAPÍTULO III -DOS CONTEÚDOS CURRICULARES E DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Art. 23. “Os conteúdos fundamentais para o Curso de Graduação em Medicina devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade e referenciados na realidade epidemiológica e profissional, proporcionando a integralidade das ações do cuidar em saúde” Art.29. “Inserir o aluno nas redes de serviços de saúde, consideradas como espaço de aprendizagem, desde as séries iniciais e ao longo do curso de Graduação de Medicina, a partir do conceito ampliado de saúde, considerando que todos os cenários que produzem saúde são ambientes relevantes de aprendizagem” Art. 35. “Os Cursos de Graduação em Medicina deverão desenvolver ou fomentar a participação dos Profissionais da Rede de Saúde em programa permanente de formação e desenvolvimento, com vistas à melhoria do processo de ensino-aprendizagem nos cenários de práticas do SUS e da qualidade da assistência à população, sendo este programa pactuado junto aos gestores municipais e estaduais de saúde nos Contratos Organizativos da Ação Pública Ensino-Saúde” Marcos Históricos da Medicina 3000 a.C: Mesopotâmia O código de Hamburabi- 1700 a.C Regulamentou o exercício da medicina no Império Babilônico, colecionando leis para a prática médica na época, e recompensando o médico em caso de cura, ou punindo-o em caso de agravo ou morte do doente 2600 a.C: Egito Mumificação ou embalsamento do corpo humano, afim de conservá-lo Iniciaram o estudo da circulação sanguínea e fisiologia cardíaca Possuíam uma farmacologia ampla(foram os preparadores de drogas) 2600 a.C: China Acupuntura 460-370 a.C: Grécia Hipócrates criou a anamnese 130-200: Grécia Galeno demonstrou que as artérias conduzem sangue, e não ar, embora tenha cometido erros em anatomia, pois dissecava animais Idade Medieval 1348: Peste Negra dizimava 1/3 da população 1500: Jacob realiza a primeira cesariana em vida 1543: Andrea Vesalius disseca cadáveres humanos, descobrindo a Anatomia Moderna Idade Moderna 1628: Circulação sanguínea descoberta, através de William Harvey 1675: Antony Van Leeuwenhoek descobriu as bactérias 1796: Edward Jenner descobre a vacina da varíola Idade Contemporânea 1842: Crawford Long descobre a anestesia, utilizando o éter Joseph Lister lança as bases da assepsia cirúrgica (lavagem de mãos e instrumentos com àcido fênico, além de borrifação da sala cirúrgica) 1895: Wilhelm Rontgen descobriu raios-x1906: Ross Harrison descobre a cultura de tecidos 1929: Alexander Fleming descobre os antibióticos 1953: Maurice Wilkins descobre o DNA Medicina de Família e Comunidade e Método Centrado na Pessoa MCF O Brasil é um país de dimensões continentais e com forte desigualdade socioeconômica entre as diversas regiões e estratos da sociedade. Possui um modelo federativo que confere importante autonomia a estados e municípios na gestão e controle de suas políticas públicas, o que favorece a existência de uma heterogeneidade na forma como se expressam no território; A Medicina de Família e Comunidade no Brasil ainda é exercida predominantemente na atenção primária à saúde do SUS, incluindo a Estratégia da Saúde da Família (ESF), prestando atendimento médico geral, integral e de qualidade a indivíduos, famílias e comunidades. Inclui também professores, preceptores, pesquisadores e outros profissionais que atuam ou estão interessados nesta área ; Uma segunda contribuição diz respeito ao papel que a Medicina de Família e Comunidade pode ter para consolidar um novo marco legal para a regulação do trabalho interdisciplinar em saúde no Brasil. Por terem um forte histórico de defesa e atuação multiprofissional, os médicos de família estão em posição privilegiada para dialogar e participar de arranjos legais e institucionais que priorizem o diálogo com outras profissões da saúde, superando uma relação conflituosa entre as corporações por reserva ou ampliação de seus mercados de trabalho; Uma terceira contribuição se refere à Medicina de Família e Comunidade como disciplina e às pontes com outros campos de conhecimento. Enquanto especialidade médica, a Medicina de Família e Comunidade vem investindo nos últimos anos na consolidação de um núcleo de conhecimentos e práticas caracterizado por uma clínica centrada na pessoa (e não na doença), no cuidado continuado e na gestão de planos terapêuticos individuais e familiares; Para exercer bem tal especialidade, o médico deve possuir uma visão holística, considerando sempre os contextos biológico, psicológico e social e suas interações. Deve também realizar a continuidade da atenção mesmo quando a pessoa precisa ser vista por outros profissionais, idealmente mantendo contato e coordenando as atividades dos mesmos para a obtenção de melhores resultados. Além disso, precisa fazer um atendimento centrado na pessoa atendida, estabelecendo com ela uma boa comunicação e abordar uma abordagem familiar e comunitária, reconhecendo que as interações com outros são parte fundamental dos processos de saúde e doença individuais Segundo o Relatório de Pesquisa do Conselho Federal de Medicina 2011 - Demografia Médica no Brasil, são mais de 350 mil médicos no Brasil, dos quais cerca de 155 mil médicos são generalistas não especialistas, cerca de 45% do total, e somente 2.632 são especialistas generalistas, ou seja, Médicos de Família e Comunidade (MFC). Os MFC são pouco mais de 1% dos médicos brasileiros. MEC Aborda em suas DCN´s que o médico, deve possuir formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano MCCP Na década de 1980, durante seu desenvolvimento conceitual e seu uso inicial em pesquisas e na educação, a medicina centrada na pessoa era vista como uma “ciência mole”: a atenção e a compaixão eram reconhecidas como aspectos importantes do cuidado humanitário, mas poucos estavam conscientes do papel central da comunicação centrada na pessoa na medicina científica moderna Para ser centrado na pessoa, o médico precisa ser capaz de dar poder a ela, compartilhar o poder na relação, o que significa renunciar ao controle que tradicionalmente fica nas mãos dele; Os quatro componentes interativos do método clínico centrado na pessoa Explorando a Saúde, a Doença e a Experiência da Doença: percepções e experiência da saúde, pessoais e únicas (significados e aspirações) histórico, exame físico, exames complementares dimensões da experiência da doença (sentimentos, ideias, efeitos no funcionamento e expectativas) Entendendo a Pessoa como um Todo: a pessoa (p. ex., história de vida, questões pessoais e de desenvolvimento) o contexto próximo (p. ex., família, trabalho, apoio social) o contexto amplo (p. ex., cultura, comunidade, ecossistema) Elaborando um Plano Conjunto de Manejo dos Problemas: problemas e prioridades metas do tratamento e/ou do manejo papéis da pessoa e do médico Intensificando a Relação entre a Pessoa e o Médico: compaixão e empatia poder cura e esperança autoconhecimento e sabedoria prática transferência e contratransferência Mudanças na Educação Médica Com a reforma universitário de 1968, o conteúdo curricular das escolas médicas passou a ser baseado no método flexneriano. Esse método tornou obrigatório o ensino centrado no hospital e formou profissionais com características mecanicistas, biologistas e individualistas. Sendo assim, na segunda metade da década de 1970 , no Brasil, surgiu o Movimento Sanitário, o qual se caracteriza pela luta contra a ditadura, a forma de atenção do complexo médico-industrial e a favor da necessidade de associar a saúde pública e a assistência médica. 1978: Conferência de Alma-Ata • Estabelece a atenção primaria como estratégia prioritária para se alcançar a meta de saúde para todos até os anos 2000. Estabeleceu que os 03 eixos para se alcançar mais qualificação na APS seria: • Educação baseada na comunidade> Utiliza a comunidade, durante toda a experiência educativa • Educação orientada à comunidade> Leva em conta as necessidades de saúde da comunidade • Aprendizagem baseada em problema (PBL)> Metodologia de ensino ativo que integra as várias disciplinas em torno do problema de saúde dos indivíduos, das comunidades e da sociedade. Essa conferência também definiu a saúde como um estado de completo bem-estar, físico, mental e social- e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade. Também buscava preencher as lacunas na desigualdade da saúde entre os países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos 1988: Declaração de Edimburgo • Teve papel fundamental nas mudanças curriculares da educação médica. • Essa declaração visava: • Ampliar os ambientes em que os programas educacionais são realizados para incluir todos os recursos de assistência à saúde da comunidade • Garantir que os conteúdos curriculares reflitam as prioridades de saúde do país e a disponibilidade de recursos • Garantir a continuidade de aprendizado durante toda a vida, mudando de uma ênfase aos métodos passivas para os métodos ativos • Criar currículos e sistema de avaliação dos alunos para atingir a competência profissional como valores sociais e não apenas a retenção de informações • Promover treinamento dos professores como educadores e não apenas como especialistas em determinados assuntos • Promover a promoção e a prevenção das doenças • Propõe um envolvimento mais amplo da sociedade, o qual inclui os Ministérios da saúde e comunidade 1986: Carta de Otawa • Estabelece fatores de importância para o alcance de uma política de saúde para todos. • Defende a promoção da saúde como fator fundamental da melhoria da qualidade de vida e, também a capacitação da comunidade nesse processo, salientando então a responsabilidade de todos na busca pelo bem estar geral. • Apresenta requisitos para alcançar seus objetivos: • Pré-requisitos fundamentais para a saúde: paz, habitação, educação, alimentação • A defesa da causa: a busca pela saúdepata todos deveria ser conhecido por todas as esferas - A capacitação através do acesso à informação, experiências e a liberdade de escolha para uma vida mais sadia - A mediação traves da demanda de uma ação coordenadora de todas esferas. A adaptação dos programas de saúde às necessidades locais e possibilidades de cada país e região. -Construção de políticas públicas saudáveis. 1902- Organização Pan-Americana da saúde (OPAS): Organização internacional especializada em saúde, se dedica a melhorar as condições de saúde dos países das Américas. A OPAS se tronou o Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde e ocorreu após a integração das Nações Unidas. 1985- Rede UNIDA • Surgiu como “Rede de Integração de Projetos Docente-Assistenciais – Rede IDA”, e consistia num grande movimento de mudança na formação de profissionais de Saúde. • Ela tem seus primórdios no início dos anos 70, com o movimento social: Reforma Sanitária. • Foram desenvolvidas lideranças e elaboradas propostas abrangentes para a saúde no país que foram levadas a VIII • Conferência Nacional de Saúde (1986), e culminou no capítulo Da Saúde, na Constituição Federal Brasileira (1988), e na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). • No bojo da Reforma Sanitária Brasileira, foi constituindo-se um movimento pela mudança na formação dos profissionais de saúde, que ganhou mais vigor a partir dos anos 90, durante o processo de implementação do SUS. • Em meados dos anos 90, com o desenvolvimento do Programa UNI (Uma Nova Iniciativa na Educação dos Profissionais de Saúde: união com a comunidade), ocorreu uma evolução da Rede IDA através da articulação com os projetos UNI, e sua denominação passou a ser Rede UNI-IDA, e, posteriormente, Rede UNIDA. • Reúne projetos, instituições e pessoas interessadas em mudar a formação dos profissionais de saúde e consolidar um sistema de saúde equitativo e eficaz com forte participação social. • Promove parcerias entre universidades, serviços de saúde e organizações comunitárias, em uma modalidade de co-gestão do processo de trabalho colaborativo, em que os sócios compartilham poderes, saberes e recursos. • Secretaria executiva em Londrina, procura dinamizar as relações entre membros, propondo debates e intervenções • organizadas em eventos, e questões relevantes das políticas de saúde e educação do país. Programa UNI • “Uma nova iniciativa na formação dos profissionais de saúde: união com a comunidade” • Criado no início dos nos 90 pela Fundação W. K. Kellogg. Parte de avaliação crítica das experiências de integração docente-assistencial e visava a implantação de prática pedagógica inovadora, articuladamente com mudanças na assistência à saúde no âmbito dos sistemas locais de saúde - SILOS, e acompanhada de novo tipo de participação social, voltada à promoção da saúde e à melhoria da qualidade de vida. Colaboradores: Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e Network of Community Oriented Educational Institutions for Health Sciences”. Três componentes: universidade, serviços de saúde e comunidade. Foi implantado em universidades de vinte e três cidades da América Latina, seis das quais, no Brasil: Botucatu - SP, Marília - SP, Londrina - PR, Natal - RN, Salvador – BA e Brasília - DF. Objetivos: • Promover movimentos de progresso sincrônico na educação, prestação de serviços de saúde e na comunidade; • Criar e difundir modelos, passíveis de replicação, envolvendo três parceiros - universidade, serviços de saúde e comunidade; • Apoiar modelos de Integração Docente Assistencial no âmbito de sistemas locais de saúde - SILOS, baseados no trabalho interdisciplinar e multiprofissional e na inovação de métodos pedagógicos; • Promover o aprimoramento da formação profissional dos graduandos na área de saúde, adequando-os às necessidades de saúde na comunidade e às características da futura prática profissional; • Promover a participação comunitária nas decisões relativas ao setor da saúde; • Apoiar o desenvolvimento de lideranças (na universidade, nos serviços de saúde e na comunidade). 1991- Projeto CINAEM - Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico Participantes: ABEM (Associação Brasileira de Ensino Médico) ANM (Academia Nacional de Medicina) CFM (Conselho Federal de Medicina) AMB (Associação Médica Brasileira) FENAM (Federação Nacional dos Médicos) CREMESP (CRM de São Paulo) CRUB (Conselho de Reitores das Univ. Brasileiras CREMERJ (CRM do Rio de Janeiro) ANDES (Assoc. Nacional de Docentes do Ensino Superior) ANMR (Assoc. Nacional dos Médicos Residentes) DENEM (Diretoria Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina) Objetivo: avaliar a qualidade do ensino médico para atender às necessidades médico-sociais da população, propondo medidas de curto, médio e longo prazos para sanar as deficiências encontradas e criar mecanismos permanentes de avaliação das escolas médicas e, também, mecanismos para o desenvolvimento de Educação Médica Continuada. Término: 2002, após o desenvolver 4 fases de trabalhos, tendo cumprido seu papel de indutor de transformações fundamentais no ensino médico brasileiro, podendo ser considerado como o maior movimento social no campo da educação superior brasileira nos últimos anos. Fruto: Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina Juramento de Hipócrates • Criado no Século V a.C; • A escola hipocrática separou a medicina da religião e da magia, afastou as crenças em causas sobrenaturais das doenças e fundou os alicerces da medicina racional e científica; • Estabeleceu as normas éticas de conduta que devem nortear a vida do médico, tanto no exercício profissional, como fora dele; • Algumas escolas médicas usam versões modernas do JH, outras a Declaração de Genebra ou um juramento próprio. A utilização de juramento médico; O Juramento "Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Princípios basilares da Medicina Hipocrática A Medicina hipocrática é a origem da Medicina ocidental contemporânea, de ascendência grega, ela foi adaptada de acordo com a evolução do conhecimento científico moderno. 1)Favorecer e não prejudicar (primo non nocere, primeiro, não fazer o mal) que significa estar escolhendo o mal menor; 2)Abster-se de tentar procedimentos inúteis (os médicos gregos não atendiam aos moribundos e aos doentes considerados incuráveis, porque o consideravam fora doalcance de sua profissão); 3)O dever de dedicar lealdade prioritária ao paciente (fidelidade e altruísmo, colocando sempre em primeiro lugar os interesses do doente e depois, os interesses da cidade, inclusive os interesses dos demais médicos, todos estes postos acima dos próprios interesses); 4)Atacar, de preferência, as causas da enfermidade (o tratamento dos efeitos é sempre considerado pelos hipocráticos uma pobre alternativa à terapêutica etiológica); 5)Princípio da dignidade especial do homem, diante dos demais seres da natureza e da Medicina, diante das outras atividades humanas na sociedade, e que produziu o humanismo greco-romano; Papel das Entidades Médicas CRM Órgão supervisor da ética profissional no estado, cabendo-lhe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético e moral da Medicina e o prestígio dos que a exerçam legalmente. Ao CRM cabe disciplinar e julgar os médicos a ele jurisdicionados, exigindo o fiel cumprimento do Código de Ética Médica (CEM), das normas referentes ao exercício profissional e à legislação sanitária a) CARTORIAL - É um órgão que reconhece e registra títulos e diplomas dos médicos, habilitando-os ao exercício legal da medicina; b) FISCALIZADOR - Fiscalização do exercício profissional perante as pessoas físicas e jurídicas, em todos os ramos e especialidades da atividade médica; c) JUDICANTE - Obrigação de receber, conhecer e julgar as denúncias de infrações no âmbito Ético-Profissional; AMB • A Associação Médica Brasileira • É uma sociedade sem fins lucrativos, fundada em 26 de janeiro de 1951, cuja missão é defender a dignidade profissional do médico e a assistência de qualidade à saúde da população brasileira; • Buscando o aprimoramento científico e a valorização profissional do médico, desde 1958, a AMB concede Títulos de Especialista aos médicos aprovados em rigorosas avaliações teóricas e práticas; • A AMB tem atuado junto ao Ministério da Educação e no Congresso Nacional para combater a abertura de cursos de Medicina de má qualidade e rever as autorizações de funcionamento dos hoje existentes. Uma faculdade qualificada precisa ter requisitos básicos como: corpo docente capacitado na área médica, oferta de vagas de residência, unidades próprias de internação, ambulatorial e de emergência, centros cirúrgicos e obstétricos; • Desde 2000, a AMB elabora as Diretrizes Médicas baseadas em evidências científicas com o intuito de padronizar condutas e auxiliar o médico na decisão clínica de diagnóstico e tratamento; FENAM • Criado em 1973 para defender os direitos dos profissionais de medicina em diversas instâncias, como condições de trabalho, remuneração, melhoria na qualificação profissional, reconhecimento entre outros; • Ela criou sindicatos médicos por todo o país e conseguindo realizar uma das tarefas mais difíceis, que é de unificar a categoria; • Brasil possuía apenas seis representações sindicais de médicos, nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. E apesar da situação política do país na ocasião, os dirigentes desses sindicatos desejavam que uma entidade fosse centralizadora, para ter força o suficiente para lutar pela categoria em todo país; • Fenam recebeu a Carta de Reconhecimento do Ministério do Trabalho, oficializando o grupo diante do governo federal; CFM O Conselho Federal de Medicina, CFM, é um órgão que possui atribuições constitucionais de fiscalização e normatização da prática médica Criado em 1951, sua competência inicial reduzia-se ao registro profissional do médico e à aplicação de sanções do Código de Ética Médica. As atribuições e o alcance das ações deste órgão estão mais amplas, extrapolando a aplicação do Código de Ética Médica e a normatização da prática profissional. Atualmente, o Conselho Federal de Medicina exerce um papel político muito importante na sociedade, atuando na defesa da saúde da população e dos interesses da classe médica. Empenha-se em defender a boa prática médica, o exercício profissional ético e uma boa formação técnica e humanista, convicto de que a melhor defesa da medicina consiste na garantia de serviços médicos de qualidade para a população. Programa Mais Médicos X Médicos Pelo Brasil Programa Mais Médicos Objetivos • Prevê cobertura equitativa e universal da atenção primária à saúde no mundo; • É uma prática de cooperação sul-sul na Região das Américas; • Instituído por meio da Medida Provisória no 621 de 8 de julho de 2013, convertida na Lei no 12.871, de 22 de outubro de 2013; • Preconiza suprir carência de médicos nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da Saúde, sendo uma estratégia para viabilizar a garantia mínima de pelo menos um profissional médico em cada município do Brasil e a ampliação da cobertura médica; • Aprimora a formação médica no País e proporciona maior experiência no campo de prática médica durante o processo de formação. • Fortalecer a política de educação permanente com a integração ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos. Mecanismos de oferta do Mais Médicos: a) por chamadas públicas de adesão b) por cooperação técnica internacional: aos médicos formados em instituições de educação superior estrangeiras, por meio de intercâmbio médico internacional. Ordem de prioridade para a seleção e ocupação das vagas ofertadas: 1-médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado no País, inclusive os aposentados; 2-médicos brasileiros formados em instituições estrangeiras com habilitação para exercício da Medicina no exterior; 3-médicos estrangeiros com habilitação para exercício da Medicina no exterior. A República de Cuba opera cooperações em diversos países, e os médicos formados pelo sistema público de ensino segundo as normas deste país são contratados para cumprimento temporário de missões. O ingresso e a atuação do médico cubano no Brasil e no Programa Mais Médicos têm legitimidade por meio do seu vínculo com o governo cubano e deste com a Opas. Impacto do Programa • Expansão da cobertura de Atenção Básica e Saúde da Família; • Melhoria da saúde da população: melhoria de indicadores de saúde e redução de internações; • Satisfação e aprovação dos usuários, médicos e gestores. • 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 Distritos Indígenas; • 72,8% dos municípios brasileiros atendidos; • 63 milhões de brasileiros beneficiados; Programa Médicos Pelo Brasil LEI No 13.958, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019 A inovação deste programa, é o Plano de Carreira, com registro dos profissionais na CLT Serão selecionados para atuar no programa: I - médicos de família e comunidade; e II - tutores médicos. Art. 25. Preconiza que a contratação de médico de família e comunidade e de tutor médico será realizada por meio de processo seletivo público. São requisitos para inscrição no processo seletivo o profissional: I - tenha registro em Conselho Regional de Medicina; e II - seja especialista em medicina de família e comunidade ou em clínica médica, nos termos previstos no edital da seleção, para a seleção de tutor médico. Relação Médico Paciente Atual A relação médico-paciente é um tema de interesse para a Saúde Pública, particularmente para o contexto do Programa Saúde da Família (PSF). De acordo com as diretrizes dessa estratégia, espera-se que o médico valorize a relação com os pacientes e as famílias, compreendendo essa relação como parte de um processo terapêutico A RMP vai além do encontro situacional entre esses dois intérpretes, algo maior do que fazer perguntas e exames físicos, receitar medicamentos e prescrever condutas. Empatia, no contexto médico, remete à sensibilizaçãodo médico pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pelo paciente. Talvez a empatia encontre seu significado mais compreensível na célebre frase de Ambroise Paré: “curar ocasionalmente, aliviar frequentemente e consolar sempre”. PNH Busca pôr em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. ACOLHIMENTO O QUE É? Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/ populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva. COMO FAZER? Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. Isso assegura, por exemplo, que todos sejam atendidos com prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. Ou Seja, a PNH luta por um SUS mais humano, construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um Demografia Médica Brasileira Perfil Geral Abertura sem precedentes no número de cursos e escolas médicas levou ao aumento no tamanho da população médica, a qual carece de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação de profissionais em áreas do interior e menos desenvolvidas Outro problema diz respeito a maior concentração de médicos em serviços particulares, em detrimento do SUS Logo, os principais problemas são: precariedade dos vínculos de emprego ;falta de acesso a programas de educação continuada ;ausência de um plano de carreira ;inexistência de condições de trabalho e de atendimento Distribuição Melhor distribuição: Sudeste(2,81 médicos por 1.000 habitantes) Pior distribuição: Norte(1,16 médicos por 1.000 habitantes) e Nordeste(1,41 médicos por 1.000 habitantes) Da mesma forma, aqueles que vivem em uma capital contam em média com duas vezes mais médicos que os que moram em outras regiões do mesmo estado. • Pela primeira vez, em 2009, mulheres em cena. Como consequência, e também pela primeira vez, as mulheres passaram, já em 2011, a ser maioria dentro do grupo de médicos com 29 anos ou menos. • Somente o estado de São Paulo concentra 21,7% da população e 28% do total de médicos do país. Por sua vez, o Distrito Federal tem a razão mais alta, com 4,35 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio De Janeiro, com 3,55. • Brasil atingirá em 2020 a razão de 2,20 médicos por 1.000 habitantes, • “A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) não definem ou recomendam o número desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante. (...) A definição de índices, como número de leitos ou médicos por habitantes depende de fatores regionais, sócio econômicos, culturais e epidemiológicos, entre outros, que diferem de região para região, país para país. O papel do médico O médico, como agente social, deve: I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito Federal), observadas as disposições legais da profissão; III - Realizar estratificação de risco e elaborar planos de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais , mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Código de Ética Médica A Resolução CFM n° 2.217, de 27 de setembro de 2018, é um documento que norteia os princípios e atribuições que devem ser seguidas pelo médico. Esse Código feito pelo CFM, atualizou a versão anterior, de 2009, incorporando abordagens pertinentes às mudanças do mundo contemporâneo, como: inovações tecnológicas, comunicação em massa e relações em sociedade. Possui 26 princípios fundamentais, sendo que alguns se destacam, como: Princípios Fundamentais * VII- O médico deverá exercer sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de emergência, ou quando a recusa pode trazer danos à saúde do paciente. * IX- A medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio * XI- O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei. * XXI- No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. * XXIII- Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico agirá com isenção, independência, veracidade e honestidade, com vista ao maior benefício para os pacientes e para a sociedade Direito dos Médicos *IV- Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará com justificativa e brevidade sua decisão ao diretor técnico, ao CRM de sua jurisdição e à Comissão de Ética da instituição, quando houver. É vetado ao médico → Responsabilidade profissional *Art. 1- Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência *Art. 3- Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente *Art. 5- Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou. *Art. 8- Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave. *Art. 13- Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença. *Art. 14- Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País. → Sigilo profissional *Art. 74- Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. * Art. 75- Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou imagens que os tornem reconhecíveis em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médico em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. Código de Ética Do Estudante De Medicina • Elaboradoem 2016 (2 anos para ficar pronto), pela Comissão Especial do Conselho Federal de Medicina, com o apoio dos Conselhos Regionais de Medicina. Está sempre sendo atualizado. • É uma carta de princípios universais, aplicáveis a todos os contextos; feito por médicos, professores e estudantes de medicina do País. Possui 45 artigos organizados em 6 diferentes eixos. Funciona como orientação não só para os alunos, mas também para os professores e responsáveis pelas instituições de ensino. • Entre os principais pontos abordados no CEEM estão: a organização de trotes responsáveis; o respeito ao sigilo; uso ético de cadáveres durantes as atividades de ensino e prevenção ao assédio moral e às relações abusivas nas Escolas Médicas Relação com o cadáver (eixo 2): Destaca o respeito com o cadáver, incluindo qualquer peça anatômica utilizados com finalidade de aprendizado. Sigilo médico (eixo 3): Orienta o estudante a guardar sigilo a respeito das informações obtidas a partir da relação com os pacientes e com os serviços de saúde. E veda ao acadêmico a quebra do sigilo. Assédio moral (eixo 3): Orienta o estudante a se posicionar contra qualquer tipo de assédio moral ou relação abusiva de poder entre internos, residentes e preceptores. Exercício Legal (eixo 3): Proíbe o acadêmico identificar-se como médico, podendo qualquer ato por ele praticado nessa situação ser caracterizado como exercício ilegal da medicina Supervisão obrigatória (eixo 3): Instrui que a realização de atendimento por acadêmico deverá obrigatoriamente ter supervisão médica. Remuneração (eixo 4): O estudante de medicina não pode receber honorários ou salário pelo exercício de sua atividade acadêmica institucional, com exceção de bolsas regulamentadas. Respeito no atendimento: Orienta o estudante a demonstrar empatia e respeito pelo paciente, dedicando sua atenção ao atendimento, evitando distrações com aparelhos eletrônicos e conversas alheias. Mensagens WhatsApp: Permite o uso de plataformas de mensagens instantâneas para comunicação entre médicos e estudantes de medicina, em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas sobre pacientes. Equipe multiprofissional (eixo 6): Orienta os estudantes a se relacionarem de maneira respeitosa e a respeitarem a atuação de cada profissional da saúde. Além de alertar em casos de situação de risco. Biossegurança 1984- Primeiro Workshop de Biossegurança(em laboratórios)- FioCruz, RJ 1986- Primeiro Levantamento de riscos em laboratório na FioCruz- INCQS 1985- Lei brasileira de biossegurança O que é Biossegurança? É um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Ou seja, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Esterelização: destruição por meio de agentes químicos ou físicos, de todas as formas de vida presentes em um material. Dessinfecção: destruição, remoção ou redução dos microorganismos infecciosos ou nocivos presentes em um material inanimado-somente na forma vegetativa(inanimada) Antissepsia: técnicas que previnem ou impedem o crescimento e a ploriferação de microorganismos em tecido vivo. Assepsia: ausência de patógenos nos tecidos vivos Riscos Físicos: Calor-> EPI- Luva térmica e exaustores Frio-> EPI- Luva térmica e Câmara fria Químicos: Gases e vapores(irritantes, asfixiantes) Solventes orgânicos Metais pesados Ergonômicos: Esforço físico intenso Postura inadequada Alta responsabilidade Trabalhos em turnos noturnos Jornadas de trabalho prolongadas Biológicos: Vírus Parasita Fungo Bactéria Níveis NB1: O risco para comunidade é ausente ou muito baixo Agentes conhecidos Não provoca doença em seres humanos sadios NB2: O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo Exemplo: Vírus da febre amarela e Schistosoma Mansoni Agentes de risco moderado Treinamento específico no manejo de agentes patogênicos NB3: O risco individual é alto e para a comunidade é limitado Exemplo: Vírus da Encefalite Euina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis Supervisionado por profissional altamente qualificado Agentes com elevado risco individual e baixo para comunidade NB4: O risco individual e para a comunidade é elevado Exemplo: Vírus Marbug e Vírus Ebola Contenção máxima Funcionamento sob controle direto das autoridades sanitárias Essa classificação ocorre com base na capacidade de ploriferação dos microorganismos manipulados Classificação dos Resíduos: A: POTENCIALMENTE INFECTANTES Lixeiras revestidas com sacos brancos B: QUÍMICOS Galões coletores específicos C: RADIOATIVOS Caixas blindadas D: COMUNS Lixeiras revestidas com sacos pretos E: PERFUROCORTANTES Coletor específico Equipamento de Proteção individual: Jalecos; Máscaras e filtros; óculos, semi-máscara e protetores auriculares; luvas e calçados em geral Símbolos Incêndio: forma retangular, fundo vermelho e pictograma branco Emergência: forma retangular, fundo verde e pictograma branco Aviso: forma retangular, o contorno e pictograma preto e fundo amarelo Obrigação: forma circular, fundo azul e pictograma branco Proibição: forma circular, o contorno vermelho, pictograma preto e fundo branco
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