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TCC - Organização Criminosa

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TIAGO ROMMEL LEITE 
Prof. Orientador: LEANDRO MOREIRA MACIEL 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI 
PÓS-GRADUAÇÃO DIREITO PENAL 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
versus 
 
CRIME ORGANIZADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PELOTAS 
2018
TIAGO ROMMEL LEITE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
versus 
 
CRIME ORGANIZADO 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, como exigência parcial 
para a conclusão da pós-graduação em Direito Penal 
pela Faculdade Uniasselvi, sob orientação da Prof. 
Leandro Moreira Maciel. 
 
 
 
 
 
 
PELOTAS 
2018
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha esposa Sandra Aparecida Carvalho de 
Oliveira, pela paciência e apoio durante mais essa jornada de estudos, pois ao me 
dedicar novamente aos estudos acadêmicos, se faz necessário a abdicação de 
horas de lazer e conforto ao lado da minha amada! 
 
 
 
 
Tiago Rommel Leite
Agradecimento 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço а Deus primeiramente, pois nele deposito minha fé e busco a 
perseverança para concluir minha missão, caso contrário não teria chegado ate aqui. 
A minha esposa Sandra, aos meus filhos Kevin e Bruno, pela paciência e 
compreensão, pois nos últimos meses me abdiquei de momentos de lazer ao lado 
das pessoas que amo, em prol do crescimento profissional. 
Ao orientador e amigo Léo, que me motivou a seguir em frente e seguir nos 
estudos, buscando o crescimento profissional e pessoal. 
 
Tiago Rommel Leite
1 
 
1 - ÍNDICE 
 
 
2. RESUMO ...............................................................................................................02 
3. INTRODUÇÃO ......................................................................................................03 
4. LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 ........................................................05 
4.1. Evolução legislativa .................................................................................07 
5. ATRIBUIÇÕES DO DELEGADO DE POLÍCIA NO INQUÉRITO POLICIAL .......13 
5.1. Procedimento escrito ...............................................................................18 
5.2. Sigiloso ....................................................................................................18 
5.3. Oficialidade ..............................................................................................19 
5.4. Oficiosidade .............................................................................................20 
5.5. Autoritariedade ........................................................................................20 
5.6. Indisponibilidade ......................................................................................21 
5.7. Inquisitivo .................................................................................................21 
5.8. Uma das fases do inquérito policial é o indiciamento ..............................22 
5.9. Indiciamento do servidor público frente ao artigo 17 d ............................22 
7. UMA INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA (ENVOLVIMENTO DE FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO ..................................................................................................................27 
7.1. Do devido processo legal ........................................................................27 
7.2. Do contraditório e ampla defesa ..............................................................28 
7.3. Medidas cautelares ..................................................................................30 
8. CONCLUSÃO .......................................................................................................33 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................34
2 
 
SEGURANÇA PÚBLICA versus CRIME ORGANIZADO 
 
 
Tiago Rommel Leite 
 
2. RESUMO: Primeiramente, a presente pesquisa tem como objeto de análise a lei 
12.850/13, lei da organização criminosa e a sua evolução histórica no Brasil, e a 
importância desta lei no âmbito da Segurança Pública Brasileira. Veremos também, 
os seus institutos norteadores, no âmbito federal, estadual e dos municípios. Logo 
após, será analisado o crescimento do crime organizado em nosso país, em suas 
várias formas de estruturação, que vai de pequenos grupos ou quadrilhas, ate 
organizações e facções estruturadas em vários estados brasileiros, muitas vezes 
com alcance e ligações também no exterior. E por fim, será realizado o comparativo 
e estudo da prática delituosa denominada criminalidade organizada e/ou 
delinquência organizada, como também é chamada no ambiente jurídico e criminal. 
Tal prática delituosa vem crescendo com o passar do tempo, e desafia os 
organismos policiais, e com isso, dificulta e muito a persecução processual. Foi 
utilizado para a realização desta pesquisa a legislação vigente, doutrina e pareceres 
jurídicos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Segurança pública. Crime organizado. 
 
3 
 
3. INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo tem por objetivo uma analise sistemática sobre o tipo 
penal denominado criminalidade organizada, que entrou em vigor, após ser 
sancionada a lei 12.850/2013, que visa tornar mais eficiente à persecução penal na 
ocorrência deste crime, tal dispositivo revogou os textos anteriores. 
Crime, é todo comportamento desviante que quebre ou infrinja o código de 
leis escritas vigentes de uma nação, pode ser praticado individualmente, na forma 
de associação criminosa ou na forma de organização criminosa, sendo está o objeto 
do presente estudo, pois tais atividades criminosas requerem grande coordenação 
entre aqueles que participam de suas ações, sendo denominados “Criminalidade 
Organizada”. 
Na abordagem do estudo foi utilizada a pesquisa bibliográfica, através de 
doutrinas com enfoque teórico sobre o tema em questão, bem como, jurisprudências 
e parecer técnico-jurídico. A fim de sistematizar a abordagem, buscou-se 
estabelecer a pesquisa em capítulos. 
No primeiro capítulo, tratar-se-á da lei 12.850/2013, “lei do crime 
organizado”, e sua evolução legislativa, questão ainda controversa, visto tratar de 
tema complexo e de difícil solução. 
O segundo capítulo é destinado ao inquérito policial, aprofundando o estudo 
no que tange as atribuições do delegado de policia, conceito e suas características, 
bem como os meios de obtenção de provas. 
O terceiro capítulo é destinado ao devido processo legal, princípio este que é 
uma garantia constitucional, com previsão no artigo 5º LIV, da Constituição Federal, 
este princípio tem uma grande valia no sistema processual penal Brasileiro. 
Ao tempo em que o crime organizado cresce e se estrutura, a Segurança 
Pública vem perdendo cada vez mais a sua força e com isso torna-se ineficaz o 
combate ao crime organizado. 
 
4 
 
4. LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 
 
 
De forma notória e desenfreada, a criminalidade organizada vem se 
tornando uma atividade crescente em nosso país, e com isso, se faz necessário um 
olhar mais apurado e cauteloso sobre essa nova modalidade criminosa. 
Contudo, é importante estudarmos a definição literal de crime, “Crime é todo 
comportamento desviante que quebre ou infrinja o código de leis escritas vigentes 
de uma nação”. Pode ser cometido por um indivíduo, ou um determinado grupo de 
indivíduos, com ou sem preparação para a prática delituosa. Podemos observar nos 
dias atuais, a existência de organizações e grupos dedicados as maias variadas 
práticas criminosas, e que demonstram tamanha habilidade e maestria, confundindo-
se com organizações legítimas. 
Tais grupos, dedicados de forma organizada, em união de esforços e divisão 
de tarefas, integram a categoria de “crime organizado”. Dentre os principais delitos, 
temos o tráfico de drogas e armas, jogo ilegal (jogo do bicho), mercado de 
contrabando, corrupção e roubos nas suas diversas modalidades, essas atividades 
criminosas requerem preparação e cooperação sistemáticadas pessoas envolvidas, 
para que assim cheguem ao seu intento ilícito. 
Também é imprescindível a busca por novas ferramentas e instrumentos 
capazes de acompanhar a evolução criminosa, já que, nosso ordenamento jurídico 
ainda atua na repressão, ao invés de prevenir. 
 
4.1 Evolução legislativa 
 
O primeiro texto normativa a tratar o tema no Brasil foi a lei 9.034/1995, que 
sofreu alterações no ano de 2001, alteração feita através da lei 10.217/2001, que 
dispôs sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de 
ações praticadas por organizações criminosas, sem no entanto, defini-las e tipifica-
las. 
Já no decorrer do ano de 2004, especificamente após a promulgação interna 
do decreto presidencial 5.015/2004, quando foi incorporado ao ordenamento jurídico 
a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, 
5 
 
conhecida também como Convenção de Palermo, assim, trouxe pioneiramente em 
artigo 2º alínea “a”, um primeiro conceito de grupo criminoso organizado1, no 
entanto, não trouxe consigo a tipificação. Então vejamos: 
 
Art. 2º Terminologia: 
Para efeitos da presente Convenção, entende-se por: 
a) "Grupo criminoso organizado" - grupo estruturado de três ou mais 
pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o 
propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas na 
presente Convenção, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um 
benefício econômico ou outro benefício material; 
 
A partir do momento em que entrou em vigência a Convenção de Palermo 
no ordenamento pátrio, surgiram discussões acaloradas, em especial, no tocante a 
redação original do artigo 1º, inciso VII, da Lei 9.613/1998, Lavagem de dinheiro, que 
A legislação brasileira trouxe ao ordenamento jurídico a referida lei, com o 
intuito de inovar e atualizar a lei penal, visando a criação de mecanismos de 
controle, investigação e combate, no tocante ao crime organizado, conforme 
podemos verificar no § 1º do artigo 1º da lei 12.850 de 02 de Agosto de 2013, in 
verbis: 
 
Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação 
criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o 
procedimento criminal a ser aplicado. 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou 
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de 
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, 
ou que sejam de caráter transnacional2. 
 
A conceituação trazida pela referida lei, acabou com as lacunas anteriores, e 
assim, dirimindo dúvidas no tocante a tipificação de crime organizado. Já o artigo 2º 
da lei, traz a tipificação penal bem como a pena a ser aplicada para aqueles que 
fazem parte de organização criminoso. 
 
1 BRASIL. Decreto Lei nº 5.015, de 12 de Março de 2004. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5015.htm> Acessado em: 01 set. 
2017. 
2 BRASIL. Lei nº 12.850, de 2 de Agosto de 2013. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm> Acessado em: 01 set . 
2017. 
6 
 
 
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por 
interposta pessoa, organização criminosa: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas 
correspondentes às demais infrações penais praticadas3. 
 
Como pode-se observar da leitura do referido artigo, ... 
 
3 ______. Lei nº 12.850, de 2 de Agosto de 2013. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm> Acessado em: 01 set . 
2017. 
7 
 
5. INQUERITO POLICIAL 
 
Nesse capítulo, abordar-se-á o Inquérito Policial bem como sobre as 
atribuições do delegado de policia na condução do procedimento investigativo. De 
início cabe destacar trata-se de uma peça informativa, que irá subsidiar o Ministério 
Público, para que este possa formar a sua opinio delicti, e promover a ação penal. 
Trata-se de Procedimento administrativo, realizado pelas polícias judiciárias 
estaduais e federais, sem excluir-se, as autoridades administrativas, a quem a lei 
comete a mesma função. O Inquérito Policial está disciplinado pelo Código de 
Processo Penal Brasileiro4, como principal procedimento investigativo da polícia 
judiciária, (Policia Federal no âmbito nacional e Policias Civis no âmbito estadual) 
utilizado para apuração de determinados crimes, e visando sempre à busca da 
materialidade e indícios de autoria na ocorrência de determinado crime, para que a 
partir de então, possa o indiciado ser qualificado nos autos do Inquérito Policial, 
sendo que logo após, terá cadastro em seus antecedentes policiais tal indiciamento. 
Neste sentido nos explica Vicente Greco Filho: 
 
O inquérito policial é uma peça escrita, preparatória da ação penal, de 
natureza inquisitiva. Sua finalidade é a investigação a respeito da existência 
do fato criminoso e da autoria. Não é uma condição ou pré-requisito para o 
exercício da ação penal, tanto que pode ser substituído por outras peças de 
informação, desde que suficientes para sustentar a acusação. Quem o 
preside é a autoridade policial, da chamada polícia judiciária, estadual ou 
federal, que se distingue da polícia preventiva porque atua em face do fato 
criminoso já ocorrido. A atividade que se desenvolve no inquérito é 
administrativa, não se aplicando a ela os princípios da atividade 
jurisdicional, como o contraditório, a publicidade, as nulidades etc.5 
 
Servirá para subsidiar a posterior ação penal, podendo ser classificado como 
instrumento pré-processual, que geralmente é produzido por uma equipe de agentes 
policiais, como Investigadores de Polícia, Peritos Criminais e Delegados de Polícia. 
Segundo as palavras de Tourinho Filho: 
 
Inquérito policial é um conjunto de diligências realizadas pela Policia Civil ou 
judiciária (como a denomina o CPP), visando a elucidar as infrações penais 
e sua autoria. A Polícia Civil exerce a atividade, de índole eminentemente 
 
4 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
5 GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva. 2012. 
p. 38. 
8 
 
administrativa, de investigar o fato típico e apurar a respectiva autoria. É o 
conceito que se infere do art. 4º do CPP. Contudo, o § 1º, IV, e o § 4º do art. 
144 da CF distinguem as funções de apurar as infrações penais e as de 
Polícia Judiciária.6 
 
O Inquérito Policial tem sua previsão legal no artigo 4°, e parágrafo único, do 
Código de Processo Penal que assim dispõe: 
 
Art. 4° A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e de sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida mesma função.7 
 
Ao enfrentar-se o referido artigo, percebe-se que o legislador buscou 
evidenciar a competência para a composição do inquérito policial, destacando a 
importância o trabalho desenvolvido pela a autoridade policial, tendo em vista ser o 
inquérito policial, em regra, a primeira peça informativa do processo criminal. 
A Constituição Federal por sua vez, estabelece quais os órgãos 
responsáveis pela condução do inquérito policial, bem como suas respectivas 
competências e circunscrições, se não vejamos in verbis: 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, é exercidapara a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:8 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado 
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: 
[...] 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
[...] 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
Embora seja um procedimento administrativo, não sendo atravessado por 
alguns princípios constitucionais como a ampla defesa e o contraditório, a 
competência para a sua confecção restou delineada pela Magna Carta. 
 
6 TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 13 ed. São Paulo: Editora 
Saraiva. 2010. p. 108a. 
7 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
8 ______. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acessado em: 30 maio. 2015b. 
9 
 
A conceituação doutrinária esclarece de forma precisa às funções do 
inquérito policial. Nas palavras de Fernando Capez: 
 
É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração 
de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal 
possa ingressar em juízo (CPP, art. 4º). Trata-se de procedimento 
persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial. 
Tem como destinatários imediatos o Ministério Público, titular exclusivo da 
ação penal pública (CF, art. 129, I) e o ofendido, titular da ação penal 
privada (CPP, art. 30); como destinatário mediato tem o juiz, que se utilizará 
dos elementos de informação nele constantes, para o recebimento da peça 
inicial para a formação do seu convencimento quanto à necessidade de 
decretação de medidas cautelares.9 
 
O doutrinador Edilson Mougenot Bonfim, nos ensina que “O inquérito policial 
é procedimento administrativo. Não é processo, porquanto não se constitui em 
relação trilateral, já que o investigado não é parte do procedimento. Desenvolve-se, 
pois, unilateralmente”,10 neste momento não há que se confundir o investigado com 
réu, pois aqui, o investigado é meramente apontado como suspeito da pratica de 
algum delito e não há ainda uma acusação formal, pois o Ministério Público ainda 
não atua como órgão acusatório. 
Para que exista a relação trilateral é necessário, a presença de três partes 
importantes na relação processual penal, tais sejam: Juiz, autor (Ministério Público 
ou Ofendido) e a figura do réu. Cabe salientar, que a função do Juiz é primordial 
para a relação processual, pois é dele o dever constitucional de julgar e decidir as 
mais diversas e complexas lides, envolvendo autor e réu. 
Por sua vez, o inquérito policial, trata-se de um procedimento presidido por 
autoridade policial, neste caso, o delegado de polícia, que busca materialidade e 
indícios de autoria de um crime, é uma peça informativa, que após sua conclusão, 
será remetido ao Ministério Público, este que é o titular da ação penal, para 
formação da Opinio Delicti. 
A carta magna brasileira prevê em seu artigo 129 inciso I, que o titular 
exclusivo da ação penal é o Ministério Público, assim vejamos: “Art. 129. São 
 
9 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 113. 
10 BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal: ver. e atual. de acordo com as Leis n. 
11.900,12.016 e12.037,2009 - 5. Ed - São Paulo: Saraiva, 2010. p. 142. 
10 
 
funções institucionais do Ministério Público: inciso I - promover, privativamente, a 
ação penal pública, na forma da lei”.11 
Assim nos ensina Guilherme de Souza Nucci: 
 
O inquérito é produzido com a finalidade de formar a convicção (Opinio 
Delicti) do órgão acusatório (Ministério Público, nas ações públicas; 
ofendido, nas ações privadas) para a promoção da ação penal. Tem a 
função de fornecer elemento de sustentação à denúncia ou à queixa, isto é, 
para que alguém seja denunciado por um crime, visando a evitar acusações 
infundadas e levianas, deve haver provas pré-constituídas suficientes a 
respeito da existência da infração penal e dos indícios de autoria.12 
 
O Ministério Público, após o recebimento da peça informativa, terá subsídios 
para formar a Opinio Delicti do Parquet, que tão logo tenha sua convicção formada 
através de elementos concretos, poderá oferecer a denúncia para a promoção da 
ação penal, ou requerer seu arquivamento. Nesse sentido disciplina o artigo 28 do 
Código de Processo Penal. 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer 
peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as 
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao 
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.13 
 
A persecução penal dispensa o inquérito policial, por previsão legal, 
doutrinária e decisões do STF e STJ, os quais estabelecem que o inquérito policial 
não é indispensável para a propositura da ação penal. O Código de Processo Penal 
assim dispõe em seus artigos 27 e 39 §5º: 
 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério 
Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por 
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e 
os elementos de convicção.14 
 
 
11 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acessado em: 30 maio. 
2015b. 
12 NUCCI, Guilherme de Souza. Prática Forense Penal. 7 ed. Ver., atual. e ampl. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2013. p. 33. 
13 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
14 Idem. 
11 
 
Como citado acima, nos casos em que caiba ação pública e haja 
informações suficientes, poderá ser provocada a iniciativa do Ministério Público, que 
por sua vez dará inicio a ação penal, sem que se faça necessário, a abertura de 
inquérito policial. 
 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou 
por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou 
oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.15 
[...] 
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a 
ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
 
Nos casos em que caiba a ação privada e quando houver representação do 
ofendido ou de seu procurador devidamente constituído, e juntamente com a 
representação, apresentarem elementos suficientes para habilitação e promoção da 
ação penal, o Ministério Público dispensará o inquérito policial. 
Neste mesmo sentido destaca Fernando Capez: 
 
O inquérito policial não é fase obrigatória da persecução penal, podendo ser 
dispensado caso o Ministério Público ou o ofendido já disponha de 
suficientes elementos para a propositura da ação penal (CPP, art. 12, 27, 
39, § 5°, e 46, § 1°).16 
 
Seguindo nesta senda, assim decidiu a Primeira Turma do STF no HC 
82.24/RJ: “O inquérito policial não é procedimento indispensável à propositura da 
ação penal” (RHC n° 58.743/ES,17 Min. Min. Moreira Alves, DJ 08/05/1981 e RHC n° 
62.300/ RJ,18 Min. Aldir passarinho).” Seguindoessa perspectiva, pronunciou-se a 5° 
Turma do STJ no Recurso de Habeas Corpus 12.308 ES 2001/ 0197235- 8: 
 
Ementa: [...] INQUÉRITO POLICIAL. DISPENSABILIDADE PARA 
PROPOSITURA DA AÇÃO. [...] É imprópria à alegação de inépcia da 
 
15 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
16 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 125. 
17 STF. Habeas Corpus nº 58.743 - ES. Relator: Min. Moreira Alves, DF, 10/03/1981. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%2858743%2ENUME%2E+O
U+58743%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nnz73z2> Acessado em: 
02 jun. 2015e. 
18 ___. Habeas Corpus nº 62.300 - RJ. Relator: Min. Aldir Passarinho,DF, 13/12/1984. Disponível 
em:<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%2862300%2ENUME%2+
OU+62300%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/pj5lw9f> Acessado em: 
02 jun. 2015f. 
12 
 
exordial acusatória, sob o fundamento de que não estaria firmada em 
procedimento investigatório que indicasse a participação do paciente nos 
atos delituosos, se demonstrado o elo entre as condutas dos denunciados, 
inclusive em relação ao paciente, havendo a descrição dos atos praticados 
[...]. (STJ, 5ª T., RHC 12.308/ ES, rel. Min. Gilson Dipp, j. 21-2-2002, DJ,8 
abr. 2002, p. 234).19 (grifo nosso). 
 
Conforme referido, o inquérito policial é realizado pelas policias judiciárias, 
com intuito de apurar fatos que configurem infrações penais, objetivando a 
identificação e respectiva autoria, buscando por elementos que constituam a 
materialidade. Na linguagem policial usualmente denomina-se busca da 
materialidade e indícios de autoria. 
 
5.1 Procedimento escrito 
 
Não se admite inquérito policial na forma verbal, ou seja, não é possível se 
instruir um procedimento sem que ele seja escrito, por todos os seus atos, e devem 
ser resumidos a termo, conforme prevê o Código de Processo Penal em seu artigo 
9o “Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a 
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”.20 
 
5.2 Sigiloso 
 
Para que possa ser executada uma investigação plena, onde a policia 
judiciária tenha autonomia e poder discricionário de investigar, é fundamental que 
tais procedimentos sejam praticados observando-se sempre o critério do sigilo, de 
forma a resguardar tanto o inquérito policial, como a pessoa do investigado, que 
nesta fase é mero indiciado e não pode ter maculada sua imagem, conforme prevê o 
Código de Processo Penal em seu artigo 20, “A autoridade assegurará no inquérito o 
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.21 
Fernando Capez explica: 
 
19 ___. Habeas Corpus nº 12.308 - SP. Relator: Min. Victor Nunes, DF,10/06/1964. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%2862300%2ENUME%2E+O 
U+62300%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/pj5lw9f> Acessado em: 02 
jun. 2015d. 
20 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
21 Idem. 
13 
 
 
O sigilo não se estende ao representante do Ministério Público, nem à 
autoridade judiciária. No caso do advogado, pode consultar os autos de 
inquérito, mas, caso seja decretado judicialmente o sigilo na investigação, 
não poderá acompanhar a realização de atos procedimentais [..].22 
 
Verifica-se neste momento, que o sigilo decretado pelo Juiz competente em 
inquérito policial, não alcançara o Ministério Público nem tão pouco a autoridade 
judiciária. Em se tratando do acesso dos advogados aos autos de inquérito policial, a 
lei 8.906/94, Estatuto da OAB, em seu artigo 7º, XIII a XV, e § 1º, assim dispõe: 
 
Art. 7º São direitos do advogado: 
[...] 
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou 
da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em 
andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, 
assegurada à obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; 
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, 
autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que 
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; 
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer 
natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos 
prazos legais; 
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo 
de dez dias; 
[...] 
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 
1) aos processos sob-regime de segredo de justiça;23 
 
O sigilo no inquérito policial é indispensável à plena elucidação dos crimes 
investigados, contudo, este sigilo não alcança o órgão do Ministério Público, a 
autoridade judiciaria e nem o advogado das partes, salvo este, algumas restrições 
advindas da decretação do segredo de justiça, conforme foi exposto acima. 
 
5.3 Oficialidade 
 
Trata-se de atividade oficial, realizada por órgãos de policia judiciária 
estaduais ou federais, os quais têm a respectiva competência para condução do 
inquérito policial, não se permitindo assim, que o particular (ofendido) tenha o 
domínio do inquérito, mesmo sendo ele titular da ação penal. 
 
22 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 119-120. 
23 BRASIL. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm> Acessado em: 30 maio. 2015c. 
14 
 
 
5.4 Oficiosidade 
 
Tão logo tome conhecimento da infração penal, a autoridade policial deve 
instaurar o inquérito policial, independente de provocação, deve agir de oficio, para 
tanto basta a notitia criminis, (noticia do crime). (CPP, art. 5º, I, §§ 4º e 5º). 
 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
[...] 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá 
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-
la.24 
[...] 
 
A autoridade policial deverá observar as formalidades legais antes de dar 
inicio ao inquérito policial, ou seja, deverá agir de oficio no caso em que o crime for 
de ação penal pública incondicionada, ou no caso de crime de ação penal 
condicionada, somente poderá dar inicio ao inquérito policial após a representação 
do ofendido ou a requerimento do Ministro da Justiça. 
 
5.5 Autoritariedade 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 144, § 4º, trás em seu texto, 
expressa determinação, informando que o inquérito policial será presidido por 
autoridade policial, seja delegado de policia estadual ou federal. Veja-se: “Às 
polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a 
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações 
penais, exceto as militares”.25 
Pode se dizer, que essa característica não apresenta maiores dificuldades 
no seu entendimento, ou seja, a competência fica nas mãos da autoridade policial, 
seja ela estadual ou federal. 
 
24 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
25 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acessado em: 30 Maio. 2015b. 
15 
 
 
5.6Indisponibilidade 
 
O inquérito policial é indisponível, uma vez instaurado pela autoridade 
policial, esta não possui autonomia ne competência para arquivá-lo, conforme prevê 
o Código de Processo Penal em seu artigo 17, “A autoridade policial não poderá 
mandar arquivar autos de inquérito”.26 
 
5.7 Inquisitivo 
 
Dentre as características do inquérito policial, podemos destacar sua 
natureza inquisitiva, significa dizer, que tal atividade se concentra nas mãos de uma 
única autoridade, neste momento não são admitidos os princípios da ampla defesa e 
o contraditório. 
Procedimento inquisitivo, segundo Fernando Capez: 
 
Caracteriza-se como inquisitivo o procedimento em que as atividades 
persecutórias concentram-se nas mãos de uma única autoridade [...]. É 
secreto e escrito, e não se aplicam os princípios do contraditório e da ampla 
defesa, pois, se não há acusação, não se fala em defesa. Evidenciam a 
natureza inquisitiva do procedimento o art. 107 do Código de Processo 
Penal, proibindo argüição de suspeição das autoridades policiais, e o art. 
14, que permite à autoridade policial indeferir qualquer diligência requerida 
pelo ofendido ou indiciado (exceto o exame de corpo de delito, à vista no 
disposto do art. 184).27 
 
Conforme se demonstrou, o procedimento em comento por ser inquisitivo, 
não deixa possibilidades do exercício do contraditório e ampla defesa, em sede de 
inquérito policial. Por essa razão tal procedimento não possui características 
processuais, imprescindíveis na relação processual, ou seja, o contraditório e a 
ampla defesa, conforme preceitua a Constituição Federal. 
 
5.8 Uma Das Fases Do Inquérito Policial É O Indiciamento 
 
 
26 ______. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
27 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 121-122. 
16 
 
Indiciar alguém significa em sentido amplo, apontar, indicar, podemos dizer 
também que se trata da escolha de alguém que se encontre na condição de suspeito 
da pratica de um crime, e que recaia sobre si, indícios da autoria do crime 
investigado em inquérito policial, Mougenot assim define, “É o ato pelo qual o 
delegado atribui a alguém a prática de uma infração penal, baseado em indícios 
suficientes e convergentes de autoria”.28 
No mesmo sentido explica Guilherme de Souza Nucci: 
 
Trata-se da formal escolha do suspeito, feita pela autoridade policial, de ser 
ele o autor da infração penal, colhendo seus dados pessoais e 
determinando o registro na sua folha de antecedentes. Logo, não se cuida 
de ato discricionário, devendo estar fundado em provas suficientes, sob 
pena de se configurar constrangimento ilegal, passível de impugnação pelo 
ajuizamento de habeas corpus.29 
 
A partir da instauração do inquérito policial pela autoridade policial, nos 
termos do art. 5° e seguintes do CPP, o indivíduo passa a ser indiciado, que não se 
confunde com réu, pois, a pessoa indiciada em inquérito policial, é meramente 
apontada como suspeita da pratica de algum delito, e sobre si recaem indícios de 
autoria e/ou materialidade do crime, e encontrasse na fase pré-processual. 
Já a condição de réu, diz respeito à pessoa cuja qual recaiu acusação formal 
por parte do Ministério Público ou do ofendido, estando agora vinculado na relação 
processual. 
Como já foi dito, o inquérito policial é um ato administrativo presidido por 
autoridade policial, encontra- se na fase pré-processual, por esta razão, não se 
considera o indivíduo que foi apontado em inquérito como réu. 
 
5.9 Indiciamento do Servidor Público envolvido em organização criminosa 
 
Destacadas as funções do inquérito policial, seu momento dentro do 
processo penal, suas principais características e os princípios que o sustentam, 
cabe direcionar o olhar, precisamente, ao disposto no art. 17-D da lei 9613/98, a fim 
de discutir sua constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
28 BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal: ver. e atual. de acordo com as Leis n. 
11.900,12.016 e12.037,2009 - 5. Ed - São Paulo: Saraiva, 2010. p. 161. 
29 NUCCI, Guilherme de Souza. Prática Forense Penal. 7 ed. Ver., atual. e ampl. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2013. p. 35. 
17 
 
O artigo 17 D, da lei 9613/98, conforme pontuado anteriormente, vem sendo 
alvo de inúmeras discussões, pois tal dispositivo outorgou ao delegado de policia 
autonomia para afastar servidor público de suas funções em caso de indiciamento 
em Inquérito Policial. Ao perceber essa atuação, é possível destacar que tal 
procedimento usurpa a função ministerial do Ministério Público, que é o titular 
exclusivo da ação penal, e afasta a apreciação do Juiz competente, visto a 
decretação de uma medida cautelar estar neste momento nas mãos do Delegado de 
Policia. 
Neste sentido, muito bem explica MENDONÇA: 
 
Sendo o Ministério Público o titular da ação penal, somente ele poderia 
deliberar sobre a oportunidade das cautelares, pois só a ele caberia 
inclusive avaliar se haveria a ação principal (Processo Penal), sabendo-se 
da característica da acessoriedade comum às cautelares. Ademais, sendo a 
Autoridade Policial não dotada de direito de postular em juízo, suas 
manifestações não teriam o condão de servir à legitimação da atuação do 
judiciário. Para isso o pedido deveria partir de um ator processual dotado de 
“jus postulandi”, sob pena de nulidade da decisão judicial correlata. Nessa 
linha de pensamento a atuação da Autoridade Policial deve se ater tão 
somente à investigação e coleta de elementos para a formação da 
convicção ministerial, nada além disso.30 
 
Conforme se pode avaliar, tais discussões e polemicas, foram geradas a 
partir da nova redação dada ao referido artigo, então vejamos: 
 
“Art. 17 - D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será 
afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, 
até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu 
retorno”.31 (grifo nosso). 
 
Verificando o disposto no referido artigo, pode-se perceber que o suficiente 
indiciamento do servidor público no Inquérito Policial, por parte do Delegado de 
polícia, já seria causa de seu afastamento. Importante ressaltar, que o mero 
indiciamento em inquérito policial, não é dizer necessariamente, que o indiciado é 
culpado nem tão pouco classifica-lo como réu, pois aqui se refere apenas à pessoa 
 
30 MENDONÇA, Andrey Borges de. Prisão e outras medidas cautelares pessoais. Rio de Janeiro: 
Forense, 2011, p. 67 – 70. 
31 BRASIL. Lei nº 12.683, de 9 de Julho de 2012. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12683.htm> Acessado em: 19 nov. 
2014h. 
18 
 
investigada em inquérito policial, sobre a qual recaí os indícios de autoria e/ou 
materialidade. 
Por tratar-se de um procedimento administrativo, investigativo, conforme 
referido, as informações contidas em Inquérito Policial são de caráter meramente 
informativo, não devendo ser estas utilizadas como único meio de prova. 
Importante ressaltar, conforme já foi dito que a natureza jurídica do Inquérito 
Policial é Inquisitivo, ou seja, não se aplica o princípio constitucional do contraditório 
e da ampla defesa, assegurado pelo artigo 5º, inciso LV 32 da Constituição Federal. 
Será demonstrado ainda, que não há o que se falar em devido processo 
legal na fase de Inquérito Policial, instituto previsto no artigo 5º, inciso LIV33, da 
Constituição Federal, como já foi mencionado, trata-se de um procedimento 
administrativo que somente subsidia o judiciário. 
 
32 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>Acessado em: 30 maio. 
2015b. 
33 Idem. 
19 
 
7. UMA INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
FRENTE AO AFASTAMENTO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO CASO DO 
ARTIGO 17-D, DA LEI 9613/98. 
 
7.1. Do devido processo legal 
 
O Direito Processual Penal brasileiro adotou o sistema acusatório, o qual é 
contraditório, público, imparcial e assegura a ampla defesa. Neste sistema as 
funções são distribuídas a órgãos distintos; acusação, julgador e defesa. Para a 
formação da opinio delicti, percebe-se que o inquérito policial é imprescindível à 
chegada nessa fase processual, nesse sentido prescreve o art. 4º do Código de 
Processo Penal. In Verbis: 
 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridade administrativa, a quem por lei seja cometida a mesma função.34 
 
Nota-se que o Inquérito Policial é um instrumento utilizado pelas autoridades 
policiais e administrativas, e de suma importância para elucidação dos mais diversos 
crimes e delitos praticados, bem como, chegue-se aos indícios da autoria. 
Após a conclusão do Inquérito Policial, a peça informativa será remetida ao 
Ministério Público, que por sua vez poderá oferecer Denuncia ou Requerer o seu 
arquivamento. “Se de acordo o juiz com o Ministério Público, dá-se o arquivamento 
do inquérito, até que o surgimento de novas provas autorize o prosseguimento das 
investigações se for o caso”.35 
Oferecida a denuncia, será iniciada então a ação penal e somente neste 
momento há de se admitir a invocação do princípio do devido processo legal. 
 
34 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
35 FISCHER, Douglas; OLIVEIRA Eugênio Pacelli de. Comentários ao Código de Processo Penal e 
sua jurisprudência. - 4. ed. rev. e atual. até dezembro de 2011 - São Paulo: Atlas, 2012. 
20 
 
O referido princípio tem previsão constitucional no art. 5°, LIV, da CF, que 
assim dispõe: “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal”.36 
Assim explica Fernando Capez: 
 
Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua 
liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na 
forma que estabelece a lei (due processo of law – CF, art. 5º, LIV). No 
âmbito processual garante ao acusado a plenitude de defesa, 
compreendendo o direito de ser ouvido, de ser informado pessoalmente de 
todos os atos processuais, de ter acesso à defesa técnica, de ter a 
oportunidade de se manifestar sempre depois da acusação e em todas as 
oportunidades, à publicidade e motivação das decisões, ressalvadas as 
exceções legais, de ser julgado perante o juízo competente, ao duplo grau 
de jurisdição, à revisão criminal e à imutabilidade das decisões favoráveis 
transitadas em julgado.37 
 
Como se observa, o ordenamento jurídico brasileiro garante a toda pessoa 
alvo de processos judiciais ou administrativos, o direito a um processo justo e 
devidamente conduzido pela autoridade judiciária, respeitando-se os direitos do réu, 
assegurando os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa; a 
garantia de recorrer de decisões proferidas e em caso de decisões favoráveis, seja 
esta imutável. Por outro lado, restando dúvidas quanto à prática delitiva, deve 
vigorar o princípio do in dubio pro reo. 
 
7.2. Do contraditório e ampla defesa 
 
Como já se viu o inquérito policial é um procedimento administrativo 
presidido por autoridade policial, sua natureza inquisitiva não admite o contraditório 
como assinala Tourinho Filho: 
 
Não obstante a Magna Carta disponha no art. 5°, LV “aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos 
inerentes”, o certo é que a expressão “processo administrativo” não se 
refere à fase do inquérito policial [...]. O que não se concebe é a permissão 
 
36 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acessado em: 30 maio. 
2015b. 
37 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 82. 
21 
 
do contraditório naquela fase informativa que antecede à instauração do 
processo criminal, pois não há ali nenhuma acusação.38 
 
No mesmo sentido destaca o acórdão proferido pela Primeira Turma do STF: 
Ementa: 
 
Inaplicabilidade da garantia constitucional do contraditório e da ampla 
defesa ao inquérito policial, que não é processo, porque não destinado a 
decidir litígio algum, ainda que na esfera administrativa; existência, não 
obstante, de direitos fundamentais do indiciado no curso do inquérito, entre 
os quais o de fazer-se assistir por advogado, o de não se incriminar e o de 
manter-se em silêncio. (STF- HC: 82354 PR, Relator: SEPÚLVEDA 
PERTENCE, Data de Julgamento: 10/08/2004, Primeira Turma, Data de 
Publicação: DJ 24-09-2004 PP- 00042 EMENT VOL- 02165-01 PP-00029 
RTJ VOL- 00191-02 PP- 00547).39 
 
O exercício do direito da ampla defesa no inquérito policial não se admite 
pelas razões já demonstradas. Ampla defesa se aplica em processo Judicial ou 
administrativo que segundo Tourinho Filho, não se confunde com Inquérito Policial. 
Em outras palavras assim dispõe o instituto estudado, pelo autor: 
 
Não bastasse esse princípio, a Lei Fundamental acrescenta o da “ampla 
defesa”. Já aqui se permite à Defesa o direito de produzir as provas que 
bem quiser e entender, dês que não proibidas; direito de contraditar 
testemunhas; direito de recorrer das decisões que contrariem os interesses 
do acusado (...).40 
 
Nessa mesma linha, Tourinho Filho enfatiza a atuação da defesa, que em 
sede de fase processual, utiliza-se do principio do contraditório e ampla defesa para 
contraditar as acusações da parte contraria, bem como assegura-se de todos os 
meios de provas admitidos no ordenamento jurídico. 
Como bem registra Tourinho Filho: 
 
Com substância na velha parêmia audiatur et altera pars – a parte contrária 
deve ser ouvida. Traduz a idéia de que a defesa tem o direito de se 
pronunciar sobre tudo quanto for produzido por uma das partes caberá igual 
direito da outra parte de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que lhe 
 
38 TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, volume 1 - 34. ed. rev e de acordo com 
a lei nº 12.403/2011. São Paulo: Saraiva. 2010c. p. 75-76. 
39 STF. Habeas Corpus nº 82.354 - PR. Relator: Min. Sepúlveda Pertence, DF, 10/08/2004. 
Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2047334> Acessado 
em: 02 jun. 2015g. 
40 TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 13 ed. São Paulo: Editora 
Saraiva. 2010a. p. 64. 
22 
 
convenha, ou, ainda, de dar uma interpretação jurídica diversa daquela 
apresentada pela parte ex adversa. Assim, se o acusador requer a juntada 
de um documento, a parte contrária tem o direito de se manifestar a 
respeito. E vice-versa. Se o defensor tem o direito de produzir provas, a 
acusação também o tem. O texto constitucional quis apenas deixar claro 
que a defesa não pode sofrer restrições que não sejam extensivas à 
acusação.41 
 
Como podemos analisar, o principio constitucional do contraditório e ampla 
defesa, somente encontra lastro em processos judiciais e administrativos, 
administrativos este que não se confunde com Inquérito Policial, pois na fase de 
Inquérito Policial não se admite tal principio, conforme já estudado. 
 
7.3. Medidas cautelares 
 
No dia 4 de maio de 2011 foipublicada a Lei 12.403 que, dentre outras 
providências, altera dispositivos legais do Código de Processo Penal relativos à 
prisão processual, fiança, liberdade provisória e demais medidas cautelares. 
A inovação em questão teve como objetivo principal a adequação da lei à 
regra jurisprudencial já pacificada no âmbito do Supremo Tribunal Federal, segundo 
a qual a prisão de natureza processual tem caráter excepcional e não deve ser 
utilizada de modo a se revestir de verdadeiro pleito antecipatório da pena que 
eventualmente será aplicada.42 
Conceito segundo o Supremo Tribunal Federal: 
 
É um procedimento intentado para prevenir, conservar ou defender direitos. 
Trata-se de ato de prevenção promovido no Judiciário, quando da gravidade 
do fato, do comprovado risco de lesão de qualquer natureza ou da 
existência de motivo justo, desde que amparado por lei. Deve-se examinar 
se há verossimilhança nas alegações (fumus boni iuris); e se a demora da 
decisão no processo principal pode causar prejuízos à parte (periculum in 
mora). 
A medida cautelar será preventiva, quando pedida e autorizada antes da 
propositura do processo principal. Quando requerida durante o curso da 
ação principal, a medida cautelar será incidental.43 
 
 
41 Id. Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2005b. p. 58. 
42 GUSMÃO, Marcus. Cabimento e Substitutividade à Prisão. Disponível em: 
<http://jus.com.br/artigos/29617/o-uso-das-medidas-cautelares-previstas-no-artigo-319-do-codigo-de-
processo-penal> Acessado em: 03 maio 2015. 
43 STF. Glossário Jurídico. Disponível em: 
<http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/verGlossario.php?sigla=portalStfGlossario_pt_br&in
dice=M&verbete=176214> Acessado em: 02 jun. 2015c. 
23 
 
Observado os requisitos necessários a sua aplicação, as medidas cautelares 
deverão obedecer, os preceitos legais, de forma a tornar a restrição de direitos uma 
exceção, e não a regra, conforme disciplina o artigo 282 do Código de Processo 
Penal. 
 
Artigo 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser 
aplicadas observando-se a: 
[...] 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do 
Ministério Público.44 
 
As medidas cautelares estão disciplinadas no Artigo 319, do Código de 
Processo Penal, se não vejamos: 
 
Artigo 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
[...] 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para 
a prática de infrações penais;45 
 
Em se tratando de afastamento cautelar de funcionário público, para a 
apuração de crimes de improbidade administrativa, até mesmo a lei nº 8429 de 02 
de Junho de 1992, em seu artigo 20 paragrafo único, demonstra o caráter 
excepcional da aplicação da medida cautelar. In Verbis: 
 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá 
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual.46 
 
Podemos observar preliminarmente, que o afastamento cautelar do 
funcionário público é de caráter excepcional, conforme determina a lei. 
 
44 BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm> Acessado em: 30 maio. 2015a. 
45 Idem. 
46 _______. Lei nº 8.429 de 2 de Junho de 1992. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.htm> Acessado em: 13 out. 2015e. 
24 
 
Neste mesmo sentido, conforme irá ser demonstrado, há a necessidade de 
se garantir o contraditório e ampla defesa, antes da restrição de direitos, ou seja, o 
afastamento de funcionário público de suas funções, quando for alvo de investigação 
policial. 
25 
 
9. CONCLUSÃO 
 
26 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ARAS, Vladmir. A investigação criminal na nova lei de lavagem de dinheiro. 
Disponível em: <http://www.ibccrim.org.br/boletim_artigo/4671-A -investigao-criminal 
- na- nova- lei-de-lavagem-de-dinheiro>. Acessado em: 11 out. 2015a. 
 
______, Vladmir. O art. 17-D da Lei de Lavagem de Dinheiro. Disponível 
em:<www.ibadpp.com.br/804/o-art-17-d-da-lei-de-lavagem-de-dinheiro>. Acessado 
em: 13 Out. 2015b. 
 
BRASIL. Código de Processo Penal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm> Acessado em: 30 de 
Maio de 2015a. 
 
______. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> 
Acessado em: 30 de Maio de 2015b. 
 
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