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33
DIREITO PROCESSUAL PENAL
INQUÉRITO POLICIAL
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS	3
1.1. Objeto do direito processual penal	3
1.2. Polícia: art. 144 da CF e Lei nº 12.830/13 (entrou em vigor em 20/06/2013).	3
2. CONCEITO/FINALIDADE (AURY LOPES JR.)	4
3. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL	4
3.1. Inquisitivo	4
3.2. Escrito	7
3.3. Discricionariedade	7
3.4. Sigiloso	8
3.5. Unidirecionalidade	9
3.6. Temporário	9
3.7. Indisponível	10
3.8. Oficioso	10
3.9. Oficial	10
3.10. Dispensável	10
4. VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL	13
5. VÍCIOS NA INVESTIGAÇÃO	15
6. INCOMUNICABILIDADE	16
7. ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA OU “COMPETÊNCIA” POLICIAL	16
8. PRAZO	21
9. INDICIAMENTO	22
10. PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL	26
ATUALIZADO EM 30/12/2018[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
INQUÉRITO POLICIAL
	1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Objeto do direito processual penal 
É a persecução penal - que é a persecução do crime -, dividido em: inquérito policial e processo.
1.2. Polícia: art. 144 da CF e Lei nº 12.830/13 (entrou em vigor em 20/06/2013). 
a) polícia administrativa ou ostensiva, que tem o papel preventivo. Figuram como polícia administrativa: polícia rodoviária, ferroviária, marítima, militar. 
b) polícia judiciária ou civil seja ela na esfera estadual ou federal. Polícia civil é o gênero, cujas espécies são as polícias federais e estaduais. O papel da polícia judiciária é repressivo.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Obs: Estrutura. Com o advento da CF 88, a polícia judiciária passou a ser gerida por Delegados de carreira, leia-se concursados e, necessariamente, bacharéis em direito, sendo que o tratamento protocolar é o mesmo dispensado aos juízes, promotores, defensores e advogados - art. 3º da Lei 12.830/13: O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
Obs: Papel funcional. Qual o papel funcional da polícia judiciária? Cabe à polícia civil auxiliar o poder Judiciário e confeccionar o inquérito policial ou outros procedimentos investigativos (art. 2º, §1º, da lei 12.830/13).§ 1o  Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
	2. CONCEITO/FINALIDADE
- É o procedimento administrativo preliminar;
- de caráter informativo;
- presidido pela autoridade policial (delegado: art. 144 CF c/c art. 3º da Lei 12830/13);
- que tem por objetivo apurar a autoria, a materialidade, as circunstâncias do fato e eventuais fontes de prova (art 2º, §1º, da Lei 12.830/13);
- e que tem por finalidade contribuir na formação da opinião delitiva do titular da ação.
Conclusão: percebe-se que o inquérito servirá para CONVENCER o titular da ação, quanto ao início ou não do processo. 
Obs.: Finalidade acidental. O inquérito serve ainda para fornecer lastro indiciário, isto é, a justa causa que viabiliza a decretação de medidas cautelares no transcorrer da persecução penal. 
Obs.: ATENÇÃO! Natureza jurídica. É a essência do instituto. A posição topográfica daquele instituto, o enquadramento no ordenamento. É a classificação. No caso do inquérito ele se enquadra no conceito de mero procedimento administrativo informativo. As regras do ato administrativo lhes são aplicadas.
	3. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
3.1. Inquisitivo
Forma de gestão/administração do inquérito. Causa: concentração de poder em autoridade única. E a consequência? Inaplicabilidade do contraditório e da ampla defesa. 
Obs1. Processualização do procedimento: existe uma corrente no Brasil, minoritária (Miguel Calmon), que define que o princípio do devido processo legal e sua carga axiológica sejam adotados nos procedimentos administrativos, o que permite a tolerância do contraditório e da ampla defesa na dosagem adequada para a preservação dos direitos e garantias fundamentais. No mesmo sentido, Fredie Didier Jr. ao tratar do Inquérito Civil Público e Aury Lopes Jr. ao tratar do Inquérito Policial. Obs. Investigação Criminal Defensiva
*#NOVIDADELEGISLATIVA #DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO[footnoteRef:2]: [2: http://www.dizerodireito.com.br/2017/04/lei-134322017-detetive-particular-e.html.] 
Lei 13.432/2017, detetive particular e investigação criminal defensiva.
A investigação de crimes no Brasil é uma atividade exclusiva dos órgãos públicos (polícia, Ministério Público, Tribunais de Contas etc.)?
NÃO. Não existe uma determinação de que somente o Poder Público possa apurar crimes. A imprensa, os órgãos sindicais, a OAB, as organizações não governamentais e até mesmo a defesa do investigado também podem investigar infrações penais.
Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode investigar delitos, até mesmo porque a segurança pública é “responsabilidade de todos” (art. 144, caput, da CF/88).
Obviamente que a investigação realizada por particulares não goza dos atributos inerentes aos atos estatais, como a imperatividade, nem da mesma força probante, devendo ser analisada com extremo critério, não sendo suficiente, por si só, para a edição de um decreto condenatório (art. 155 do CPP). Contudo, isso não permite concluir que tais elementos colhidos em uma investigação particular sejam ilícitos ou ilegítimos, salvo se violarem a lei ou a Constituição.
Investigação criminal defensiva
Com base no que foi explicado acima, a doutrina defende que é plenamente possível que ocorra a chamada "investigação criminal defensiva".
A investigação criminal defensiva pode ser conceituada como a possibilidade de o investigado, acusado ou mesmo condenado realizar diligências a fim de conseguir elementos informativos ("provas") de que não houve  crime ou de que ele não foi o seu autor.
Renato Brasileiro aponta alguns objetivos da investigação criminal defensiva:
"a) comprovação do álibi ou de ouras razões demonstrativas da inocência do imputado;
b) desresponsabilização do imputado em virtude da ação de terceiros;
c) exploração de fatos que revelam a ocorrência de causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade;
d) eliminação de possíveis erros de raciocínio a quem possam induzir determinados fatos;
e) revelação da vulnerabilidade técnica ou material de determinadas diligências realizadas na investigação pública;
f) exame do local e a reconstituição do crime para demonstrar a impropriedade das teses acusatórias;
g) identificação e localização de possíveis peritos e testemunhas." 
(Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 188).
Apesar de ser mais comum durante a fase do inquérito policial, nada impede que a investigação criminal defensiva ocorra também na fase judicial e mesmo após a sentença penal condenatória considerando a possibilidade de revisão criminal.
Obviamente, a investigação criminal defensiva deverá respeitar a lei e a Constituição, não podendo ser adotadas diligências que violem a ordem jurídicaou direitos fundamentais. Ex: não é possível a realização de uma interceptação telefônica.
O projeto do novo Código de Processo Penal (Projeto de Lei nº 156/2009) prevê, expressamente, o instituto da “investigação criminal defensiva”.
Lei nº 13.432/2017
A Lei nº 13.432/2017 dispõe sobre o exercício da profissão de detetive particular.
Considera-se detetive particular "o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante." (art. 2º).
O detetive particular pode colaborar formalmente com a investigação conduzida pelo Delegado no inquérito policial?
SIM. Essa possibilidade foi expressamente prevista no art. 5º da Lei nº 13.432/2017:
Art. 5º - O detetive particular pode colaborar com investigação policial em curso, desde que expressamente autorizado pelo contratante.
Vale ressaltar, no entanto, que esta participação somente ocorrerá se a autoridade policial expressamente concordar:
Art. 5º (...)
Parágrafo único. O aceite da colaboração ficará a critério do delegado de polícia, que poderá admiti-la ou rejeitá-la a qualquer tempo.
Assim, como o responsável pelo inquérito policial é o Delegado de Polícia (art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.830/2013), ele tem o poder de rejeitar a participação formal do detetive particular no inquérito.
O detetive particular pode acompanhar o Delegado ou investigadores nas diligências realizadas? Ex: participar de uma busca e apreensão?
NÃO. A Lei nº 13.432/2017 afirma que, mesmo quando for admitida a colaboração do detetive particular na investigação policial, ainda assim ele não poderá participar das diligências policiais:
Art. 10.  É vedado ao detetive particular:
(...)
IV - participar diretamente de diligências policiais;
Uma última pergunta mais polêmica: vimos acima que, pelo texto da Lei, "o detetive particular pode colaborar com investigação policial em curso, desde que expressamente autorizado pelo contratante." (art. 5º). Se o Delegado não autorizar a colaboração do detetive, mesmo assim este poderá realizar, fora do inquérito policial, diligências investigativas a pedido da defesa?
Penso que sim. O art. 5º da Lei nº 13.432/2017 refere-se à autorização do Delegado de Polícia para que o detetive particular colabore formalmente com o inquérito policial. No entanto, ainda que o Delegado rejeite esta participação por entendê-la desnecessária ou impertinente, ele não pode impedir que o investigado realize investigação criminal defensiva utilizando-se dos serviços de um detetive particular.
A investigação criminal defensiva, desde que respeitado o ordenamento jurídico, é possível independentemente de autorização do Delegado, do Ministério Público, do Poder Judiciário ou de quem quer seja. Isso porque essa atividade é uma consequência da ampla defesa e do contraditório, garantias constitucionais asseguradas a todo e qualquer investigado. Em outras palavras, pelo fato de o investigado poder se defender amplamente, ele tem o direito de buscar "provas" de sua inocência.
Para fins de concurso público, contudo, importante conhecer e assinalar, na prova, a redação literal do art. 5º da Lei nº 13.432/2017.
Obs2. Atuação do advogado: exercício exógeno é aquele realizado fora dos autos da investigação. Exs: impetração de habeas corpus, requerimentos ao MP. Exercício endógeno é aquele efetivado nos autos ou nos atos da investigação. Ex.: oitiva do suspeito acompanhado por advogado. 
3.2. Escrito
Por mais rasteiro que possa parecer, prepondera a forma documental. Art 9º CPP: Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Obs.: Inovação. Pode o delegado, havendo estrutura, utilizar as novas ferramentas tecnológicas para documentar o inquérito, como captação de som e imagem e até mesmo a estenotipia, que nada mais é do que uma técnica de redução de palavras por símbolos. (Lei 11.719/08).
3.3. Discricionariedade
Ela se caracteriza por uma margem de conveniência e oportunidade na condução da investigação, de forma que o delegado organiza o inquérito dentro da sua estratégia investigativa.
Obs.: Os artigos 6º e 7º do CPP apresentam um rol de diligências para melhor aparelhar a investigação. Esse é o mínimo contingencial das diligências. ATENÇÃO! O artigo 2º da lei 12.830, de forma não exaustiva, também nos apresenta um rol de diligências que poderão ser adotadas.
Obs.2: os requerimentos apresentados pela vítima ou pelo suspeito poderão ser indeferidos se o delegado reputá-los impertinentes (art. 14 CPP: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade), ressalve-se, contudo, o exame de corpo de delito quando o crime apresentar vestígios (art. 158 CPP: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.). Em que pese à omissão da lei, por analogia para combater o indeferimento caberá recurso administrativo endereçado ao chefe de polícia. Nada impede que o MP seja acionado para requisitar a diligência. Art. 184. Ou até mesmo o juiz, como já decidiu o STJ. 
*#NOVIDADELEGISLATIVA: foi publicada a Lei 13.721/2018, que altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para estabelecer que será dada prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Art. 1º  Esta Lei altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para estabelecer que será dada prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Art. 2º O art. 158 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 158.  ..................................................................
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.”
Obs.3: as requisições emanadas do MP ou do Juiz serão obrigatoriamente cumpridas, por imposição normativa, salvo se forem manifestamente ilegais (*art. 13, II do CPP). Há uma corrente minoritária que afirma que, por filtragem constitucional, ele não estaria obrigado.
Obs.4: o IP não possui rito específico.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
3.4. Sigiloso
O inquérito não se submete à publicidade ordinária, cabendo ao delegado velar pelo sigilo da investigação, em prol da eficiência. Art. 20 CPP - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Obs.: Classificação do sigilo (Luigi Ferrajoli):
a) sigilo externo é o aplicado aos terceiros desinteressados, como a imprensa, preservando-se a imagem do sujeito, em razão do seu estado de inocência. Publicidade restrita ou interna.
*#OUSESABER #OLHAOGANCHO: A veiculaçãode matéria jornalística informando a investigação de determinada pessoa gera direito à indenização? Segundo o STJ, em regra, o jornal não tem o dever de indenizar a pessoa noticiada como investigada, ainda que ela venha a ser absolvida no processo criminal. Nos termos do REsp 1297567-RJ, para que haja a responsabilização da imprensa pelos fatos por ela noticiados é necessário que exista prova de que o agente divulgador conhecia ou poderia conhecer a falsidade da informação divulgada. A mera divulgação de informação não se mostra apta a ensejar o abuso do direito de informação.
b) sigilo interno é o aplicado aos interessados. O sigilo interno é frágil, pois não atinge o acesso aos autos. Conclusão: o MP, o “juiz” (sistema acusatório. Cuidado em chamar de interessado), e até mesmo o advogado e o defensor, poderão acessar os autos da investigação, tendo contato com as diligências já realizadas e documentadas. Esse é o chamado direito retrospectivo, direito de ter acesso ao que já foi produzido e está documentado. ATENÇÃO! O direito do advogado está substanciado no*art. 7º, XIV, do Estatuto da OAB - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; e na súmula vinculante 14 do STF. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.[footnoteRef:3] [3: *CAIU NA SEGUNDA FASE DA DPE ALAGOAS (2017) #CESPE.
] 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013. STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/2/2016 (Info 814).
Obs.: havendo denegação de acesso aos autos do Inquérito, caberá Mandado de Segurança, Reclamação Constitucional – o cabimento de Reclamação não impede o ajuizamento do MS (art. 103-A, §3º, da CF) e, segundo o STJ, até mesmo Habeas Corpus, já que existe risco indireto à liberdade. Esse HC é denominado de HC profilático. ATENÇÃO! Se o objeto da investigação tiver pena de multa como a única cominada (art. 51 do CP) ou for pessoa jurídica, por exemplo, não caberá HC. Súmula 693 do STF.  Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Obs.: Foco na vítima. (Movimento de tutela e resgate do ofendido- Ada Pellegrini). Pode o Juiz, de ofício ou por provocação, decretar segredo de Justiça da persecução de forma que informações não mais poderão ser partilhadas com a imprensa, preservando-se a vítima. Art. 201, §6º, do CPP O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
3.5. Unidirecionalidade
Segundo Paulo Rangel, não deve o delegado emitir opinião quanto à culpa ou não do suspeito ao relatar o inquérito, já que o juízo crítico opinativo é do titular da ação. O inquérito é direcionado ao titular da ação e não possui caráter sancionatório, o que ratifica a inquisitoriedade. “O inquérito é descritivo, e não valorativo.” 
3.6. Temporário
Existem prazos no CPP e na legislação extravagante, sendo a regra geral consolidada no art. 10 do CPP - O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. O delegado pode pedir ao juiz a extensão desse prazo quando o caso for de difícil elucidação e o indiciado estiver solto. Aplica-se ao inquérito a duração razoável do “processo” (Aury Lopes Jr.)
3.7. Indisponível
Em nenhuma circunstância o delegado poderá arquivar o inquérito, já que toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada à autoridade competente (art. 17 do CPP). Ou seja, ainda que o fato não exista, for atípico, ou o crime estiver prescrito não há disponibilidade sobre o inquérito.
3.8. Oficioso
Obrigatoriedade de instauração do inquérito quando a autoridade policial toma conhecimento de crime de ação penal pública incondicionada. A discricionariedade está relacionada apenas à forma de gerenciamento das investigações. 
3.9. Oficial
Incumbe ao Delegado a presidência do inquérito. O procedimento fica a cargo de órgão oficial do Estado. 
3.10. Dispensável
Para que o processo comece não é necessária a prévia elaboração de inquérito policial e o titular da ação poderá prospectar lastro indiciário de outras fontes autônomas. 
Obs.: Inquéritos não policiais. São aqueles presididos por autoridades distintas da polícia judiciária. Hipóteses:
a) Inquérito Parlamentar: presidido pelos membros da CPI. Votado o relatório pela casa parlamentar, havendo indícios da ocorrência de crime, haverá a remessa ao MP que deverá analisar o inquérito parlamentar em caráter de urgência. (lei 10.001/00)
b) Inquérito Militar: tem por objeto as infrações militares e será conduzido por um oficial da respectiva instituição militar. 
c) Inquérito judicial da lei de falências: ele tinha por objetivo a apuração das infrações falimentares e comportava, por disposição normativa, contraditório e ampla defesa. O instituto se encontra revogado, pois a nova Lei de Falência não disciplina a matéria. ATENÇÃO! Havendo desejo político, o legislador poderá autorizar a aplicação de contraditório e ampla defesa em procedimento investigativo.
d) Inquérito em face de membro do MP: Havendo indícios de envolvimento de membro do MP em infração penal, o Procurador Geral deve ser provocado, já que o delegado não tem atribuição para indiciar os membros do MP. Lei Orgânica Nacional do MP. LONMP. 
Obs.: Inquéritos não policiais. Havendo indícios de que um magistrado contribuiu para o delito, os autos da investigação ou a notícia do fato serão remetidos ao tribunal a que o magistrado está vinculado (art. 33, parágrafo único, da Lei Complementar 35/79). As autoridades que usufruem de foro por prerrogativa funcional podem ser indiciadas pelo delegado? Não! O indiciamento pressupõe autorização do tribunal – RELATOR – a que a autoridade está vinculada. Havendo prévia autorização, quem deverá realizar a investigação? Segundo o STF, no inquérito 2411 o indiciamento da autoridade pressupõe autorização do tribunal em que ela usufrui da prerrogativa funcional. Uma vez promovida a autorização de indiciamento, subsistem três posições quanto à condução da investigação:
· A condução caberia ao próprio delegado de polícia: o delegado só provocaria o tribunal nas hipóteses submetidas à cláusula de reserva jurisdicional;
· A condução caberia ao próprio tribunal onde a autoridade usufrui o foro por prerrogativa de função (gestão intelectual do procedimento): a investigação seria conferida a um desembargador ou ministro e a polícia judiciária seria provocada para implementar eventuais diligências. Há precedentes jurisprudenciais. Essa posição poderia violar o sistema acusatório;
· Para Paulo Rangel, em homenagem ao sistema acusatório, deve o tribunal encaminhar a condução da investigação para cúpula do Ministério Público Estadual ou Federal, conforme o caso.
Poderes do Relator na investigação instaurada contra magistrado
Havendoindícios da prática de crime por parte de Magistrado, desloca-se a competência para o Tribunal competente para julgar a causa, prosseguindo-se na investigação. Trata-se, pois, pois, de regra de competência. No tribunal, o inquérito é distribuído ao relator, a quem cabe determinar as diligências que entender cabíveis para a apuração, inclusive medidas cautelares, como interceptação telefônica. Vale ressaltar que o Relator poderá delegar à Polícia a realização veados de investigação. O próprio relator é quem iniciará o inquérito judicial destinado a apurar os fatos contra o Magistrado, não sendo necessário que haja prévia autorização do órgão especial do tribunal para isso. (STJ. 6ª Turma. HC 208.657 – MG. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/04/2014). 
(...) o inquérito instaurado para apurar eventual prática de delito por magistrado fica sujeito à presidência do relator, mostrando-se desnecessário que o Tribunal competente para processar o feito autorize. Nos inquéritos instaurados com o fim de apurar a prática de delitos por autoridades com foro privilegiado perante os TJ's, TRF's, STJ e STF, o Desembargador relator é o Ministro relator, respectivamente, acumulam as funções tanto de presidente do inquérito, quanto de relator do processo que será iniciado com eventual recebimento de denúncia oferecida pelo Ministério Público. Nesse papel de presidente do inquérito, o Relator poderá delegar funções aos Delegados de Polícia que atuem nos autos do inquérito, outorgando-lhes atribuição de agir como seu longa manus. Assim, é permitido que um relator delegue a realização de atos instrutórios do inquérito à Polícia Federal, que os executa por expressa autorização legal e regimental.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade. Ex: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o Delegado de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o indiciamento do referido Governador. Chamo atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).
Os dados bancários entregues à autoridade fiscal pela sociedade empresária fiscalizada, após regular intimação e independentemente de prévia autorização judicial, podem ser utilizados para subsidiar a instauração de inquérito policial para apurar suposta prática de crime contra a ordem tributária. STJ. 5ª Turma. RHC 66.520-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 2/2/2016 (Info 577).
*#DEOLHONAJURIS #STF: Restrição ao foro por prerrogativa de função As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Marco para o fim do foro: término da instrução 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
Obs.: Inquérito Ministerial – PIC (Procedimento Investigativo Criminal). 
· Segundo o STF, o STJ e a doutrina amplamente majoritária, o Ministério Público poderá conduzir investigação criminal que conviverá harmonicamente com o inquérito policial, sem que exista usurpação de função. Promotor que investiga não é suspeito ou impedido de atuar na fase processual (Súmula 234 STJ - A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.). O embasamento normativo desse entendimento: a Ministra Ellen Gracie utilizou a teoria dos poderes implícitos, pois a Constituição Federal atribui ao Ministério Público expressamente o poder-dever de processar (art. 129, I, da CF), e quem pode o mais, implicitamente poderá o menos, que é investigar. Isto é, o Ministério Público pode se aparelhar de todos os meios para exercer o macropoder (HC 91.661). ATENÇÃO! A teoria dos poderes implícitos tem origem na Corte Americana no caso do Mc Culloch x Maryland de 1819.
· Posição contrária - Luiz Flávio Borges D’urso: O Ministério não pode presidir investigação criminal no Brasil, porquanto ofenderia o sistema acusatório (acúmulo ou aglutinação de funções não tolerada); não há lei federal disciplinando a matéria e o membro do Ministério Público estaria comprometido subjetivamente para atuar no processo, não sendo razoável a sua atuação. Essa posição é minoritária.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O STF reconheceu a legitimidade do Ministério Público para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal, mas ressaltou que essa investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a seguir listados: 
1) Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 
2) Os atos investigatórios devem ser necessariamente documentados e praticados por membros do MP; 
3) Devem ser observadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente podem ser autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir (ex: interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário etc); 
4) Devem ser respeitadas as prerrogativas profissionais asseguradas por lei aos advogados; 
5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”); 
6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo razoável; 
7) Os atos de investigação conduzidos pelo MP estão sujeitos ao permanente controle do Poder Judiciário. 
A tese fixada em repercussão geral foi a seguinte: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994,art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos membros dessa Instituição.”
STF. Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2015 (repercussão geral) (Info 785).
*O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. A controvérsia sobre a legitimidade constitucional do poder de investigação do Ministério Público foi pacificada pelo STF com o julgamento do RE 593.727/MG (Info 785). STF. 1ª Turma. HC 85011/RS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em 26/5/2015 (Info 787). 
	4. VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Tecnicamente, o inquérito policial não produz provas, e sim elementos indiciários ou de informação. 
Enquadramento classificatório: Por Fauzi Hassan e Rômulo Moreira
	Elementos indiciários ou de informação
	Elementos de prova
	São produzidos na fase do inquérito;
	Em regra, são produzidos na fase processual e, excepcionalmente, de maneira extraprocessual;
	São produzidos de maneira inquisitiva;
	São produzidos de maneira dialética, com respeito ao contraditório e a ampla defesa, real (imediato) ou diferido;
	O juiz é provocado nas hipóteses de cláusula de reserva jurisdicional e funciona como órgão de controle do procedimento, preservando as regras do jogo;
	As provas serão produzidas na presença do magistrado(princípio da imediatidade ou judicialização da prova) e, além disso, o CPP adotou expressamente o princípio da identidade física do juiz (art. 399, §2º, do CPP), de forma que o juiz que preside a instrução deverá, em regra, proferir a sentença; ATENÇÃO! Presença do julgador direta (presença física do juiz na audiência) ou remota (quando se utiliza a videoconferência, Lei nº 11.900/09);
	Finalidade (teleologia): fomentar a formação da opinião delitiva do titular da ação penal e contribuir na adoção de medidas cautelares no transcorrer da persecução;
	Finalidade (teologia): objetiva contribuir no convencimento do juiz para prolação do provimento jurisdicional adequado;
Segundo Fernando Tourinho Filho, o inquérito tem valor probatório relativo, pois serve de base para oferta da inicial acusatória, mas não se presta sozinho a sustentar uma condenação, já que seus elementos foram colhidos de maneira inquisitiva. Essa é a ideologia extraída do art. 155, CPP - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Elementos migratórios: são extraídos do inquérito e levados ao processo, podendo ser validamente valorado em eventual sentença condenatória. 
Quais são os elementos migratórios?
· Provas irrepetíveis: são aquelas provas de iminente perecimento que não tem como ser refeitas na fase processual (a evidência do fato desaparece depois), Exemplo: constatação de embriaguez ao volante; ATENÇÃO! O delegado, em regra, autorizará a confecção da prova irrepetível. 
· Provas cautelares: a cautelaridade é justificada pela necessidade e urgência e, normalmente, contam com a intervenção judicial. Exemplo: interceptação telefônica. Detalhe: quem conduz toda a prova é a polícia e de forma inquisitiva.
As provas cautelares e irrepetíveis são colhidas de maneira inquisitiva e, quando levadas ao processo, se submetem ao contraditório e a ampla defesa de forma diferida ou postergada.
· Incidente de produção antecipada de prova: instaurado perante o magistrado e respeitado o contraditório e a ampla defesa. Dessa forma, o fruto do incidente poderá ser usado validamente na fase processual. Conta com a intervenção das futuras partes do processo. Art. 225, CPP - Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
	5. VÍCIOS NA INVESTIGAÇÃO
São irregularidades existentes na ação penal ocasionados no inquérito pelo desrespeito da legislação processual ou principiologia penal. Existe nulidade na fase do inquérito policial? A doutrina se divide quanto à existência ou não de nulidades na fase do inquérito policial, subsistindo as seguintes posições:
· Para Ada Pellegrini Grinover, o sistema de nulidade é idealizado para a fase processual (é uma sanção), e no inquérito teríamos meras irregularidades ou vícios. 
· Para Paulo Rangel, o sistema de nulidade é também aplicável ao inquérito, já que os requisitos do ato jurídico perfeito são também aplicáveis na fase investigativa (é comum o uso da expressão “nulidades” nas decisões do STF e do STJ – consolidação jurisprudencial).
Consequências: o entendimento prevalente é de que os vícios do inquérito policial ficam adstritos ao procedimento e não tem o condão de contaminar o futuro processo, já que é procedimento meramente dispensável (jurisprudência utilitarista do STF e STJ). Os vícios do inquérito são endoprocedimentais. Para Amilton Bueno de Carvalho (Desembargador do RS), os vícios do inquérito atingem e contaminam o processo, pois o juiz, ao ter contato com a investigação viciada, está impedido de proferir sentença (posição minoritária). Há, porém, uma posição intermediária encampada por Gustavo Henrique Badaró, os vícios do inquérito comprometem o processo quando atingem os elementos migratórios, já que a inicial acusatória assim lastreada está desprovida de justa causa (base única de sustentação da denúncia) e a sentença que eventualmente valora elemento migratório está contaminada por nulidade absoluta.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. Assim, é inviável a anulação do processo penal por alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada no STF, as nulidades processuais estão relacionadas apenas a defeitos de ordem jurídica pelos quais são afetados os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824).
	6. INCOMUNICABILIDADE
Era a possibilidade do preso, durante o inquérito, não ter contato com terceiros, por decisão judicial motivada, pelo prazo máximo de três dias e sem prejuízo do acesso do advogado.
- Filtro Constitucional: Como o art. 136, §3º, IV, da CF - § 3º - Na vigência do estado de defesa: IV - é vedada a incomunicabilidade do preso- não tolera incomunicabilidade, nem mesmo no Estado de Defesa, resta concluir que o art. 21, CPP, não foi recepcionado (a exegese constitucional leva à conclusão de que a incomunicabilidade foi revogada tacitamente). Contudo, há posição minoritária capitaneada por Vicente Greco que sustenta que o art. 21, CPP continuaria em vigor. Assim, para o doutrinador, a incomunicabilidade ainda persiste, já que a Constituição no art. 136 está restrita à lógica do Estado de Defesa.
- Legislação Especial: A lei nº 10.792/2003 inseriu o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) nos arts. 52 e ss, LEP e, mesmo nele, NÃO há previsão de incomunicabilidade, subsistindo apenas a necessidade do agendamento de visitas.
	7. ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA OU “COMPETÊNCIA” POLICIAL
É a quantidade de poder prefixada em lei e que vai delimitar a margem de atividade de determinada autoridade.
Critérios definidores da atribuição:
· Territorial: a circunscrição em que o crime se consumou figura como linha mestra na definiçãoda atribuição. Observação: nas comarcas com mais de uma circunscrição estão dispensadas as precatórias entre delegados. Apenas nas circunscrições localizadas em outras comarcas é preciso usar precatórias;
· Material: permite especializar a atuação da polícia para determinado conjunto de infrações penais. Teremos delegados especializados no combate a um determinado tipo de delito. Exemplo: Delegacia de Homicídios. 
Obs.: Pelo critério material teremos a bifurcação da polícia judiciária em estadual e federal, já que materialmente esta última, de regra, investiga os crimes federais. Disciplinando o art. 144, da CF, a Lei nº 10.446/2002, autoriza que a Polícia Federal investigue, excepcionalmente, crimes estaduais que exigem retaliação uniforme por sua repercussão no plano interestadual ou internacional. Nesse caso, porém, a intervenção da policia federal não afasta a atuação da polícia dos Estados, determinando a remessa do procedimento para o Ministério Público Estadual e não federal;
#ALTERAÇÃOLEGISLATIVA #PF #MPF #TRF #DPU
ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal investiga apenas crimes de competência da Justiça Federal?
NÃO. Em regra, a Polícia Federal é responsável pela investigação dos crimes que são de competência da Justiça Federal. Isso porque uma das principais funções da PF é exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
No entanto, a Polícia Federal investiga também outros delitos que não são de competência da Justiça Federal.
As atribuições da Polícia Federal estão previstas inicialmente no art. 144 da CF/88:
Art. 144 (...)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
INCISO I DO § 1º DO ART. 144 DA CF/88
Se você observar a redação do inciso I do § 1º do art. 144, acima transcrita, verá que ela é bem ampla, especialmente na sua parte final. Veja novamente:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
Crimes que tenham repercussão interestadual ou internacional
Desse modo, a Polícia Federal tem atribuição para investigar crimes que tenham repercussão interestadual ou internacional e exijam repressão uniforme.
Que crimes são esses?
A CF/88 afirma que a relação desses crimes deverá ser prevista em lei.
Que lei é esta?
A Lei n. 10.446/2002, cuja ementa é a seguinte:
Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição.
LEI 10.446/2002
A Lei n. 10.446/2002, em seu art. 1º, traz uma lista de crimes que foram escolhidos pelo legislador e que podem ser investigados pela Polícia Federal. 
No caso dos delitos previstos neste artigo 1º, não importa se eles serão ou não julgados pela Justiça Federal. A atribuição para investigá-los será da Polícia Federal.
Assim, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, a Polícia Federal poderá investigar as seguintes infrações penais:
I – sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP) e extorsão mediante sequestro (art. 159), se o crime foi praticado por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137/90);
III – crimes em que haja violação a direitos humanos que o Brasil se comprometeu a reprimir em tratados internacionais; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação;
V – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do CP);
*VI – furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação.
**VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
Obs.: a Polícia Federal irá investigá-los sem prejuízo da responsabilidade das Polícias Militares e Civis dos Estados, ou seja, tais órgãos de segurança pública também poderão contribuir com as investigações.
Fora essa lista, a Polícia Federal poderá investigar outros crimes?
SIM. A lista do art. 1º da Lei n. 10.446/2002 é exemplificativa. 
Assim, o Departamento de Polícia Federal poderá investigar outras infrações penais que não estejam nesta lista, desde que: 
• Tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça;
• A infração tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme.
Essa autorização mais genérica está prevista no parágrafo único do art. 1º da Lei n. 10.446/2002. 
O que fez a Lei n. 13.124/2015?
Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei n. 10.446/2002 prevendo um novo rol de crimes que poderão ser investigados pela Polícia Federal. Confira:
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais: (...) VI – furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação.
Desse modo, a partir de agora existe previsão expressa de que a Polícia Federal poderá investigar:
• Furto, roubo ou dano
• contra instituições financeiras (incluindo agências ou caixas eletrônicos)
• quando houver indícios de que se trata de uma associação criminosa que atua em mais de um Estado da Federação.
Obs.: tais crimes acima listados continuam sendo, em regra, de competência da Justiça Estadual. Apenas a INVESTIGAÇÃO de tais delitos é que passou para a esfera federal. Assim, a Polícia Federal realiza o inquérito policial e depois o remete para o juiz de Direito e o Promotor de Justiça que irão dar início e prosseguimento no processo penal.
**#NOVIDADELEGISLATIVA #DIZERODIREITO: 
O que fez a Lei nº 13.642/2018?
Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei nº 10.446/2002 prevendo novas hipóteses de crimes que poderão ser investigados pela Polícia Federal. Confira:
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da ConstituiçãoFederal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
(...)
VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
Desse modo, a partir de agora existe previsão expressa de que a Polícia Federal poderá investigar os crimes praticados pela internet que envolvam a divulgação de mensagens, imagens, sons, vídeos ou quaisquer outros conteúdos misóginos.
Conteúdo misógino é aquele que propaga o ódio ou a aversão às mulheres.
Obs.: esses crimes do art. 1º, VII acima referidos continuam sendo, em regra, de competência da Justiça ESTADUAL. Apenas a INVESTIGAÇÃO de tais delitos é que passou para a esfera federal. Assim, a Polícia Federal realiza o inquérito policial e depois o remete para o Promotor de Justiça e Juiz de Direito que irão dar início e prosseguimento no processo penal.
*#OUSESABER: É verdade que, em razão de o Banco do Brasil ser uma sociedade de economia mista, a Justiça Federal, como regra, não tem competência para julgar os crimes ocorridos contra a Instituição financeira (art. 109, IV, da CF). Por consequência, a Polícia Federal não investiga, também como regra, tais crimes. Porém, a Lei 10.446/02 autoriza a investigação pela PF de crimes que não são tipicamente da competência da Justiça Federal (vale a pena a leitura do texto legal), inclusive "furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação", situação na qual se pode incluir o Banco do Brasil. Assim, cuidado com alguma questão que afirme que em nenhum caso poderá a PF investigar crimes contra sociedade de economia mista.
· Pessoal: defendido por Luiz Flávio Gomes, define que a figura da vítima poderá ser usada como exponencial para delimitação da atribuição da polícia. Contudo, esse critério é ocioso, pois integra o critério material. Exemplo: Delegacia da Mulher.
- E se o cumprimento de quaisquer desses critérios for desrespeitado? Não é relevante, pois os vícios do inquérito, em regra, não contaminam o processo.
Obs.: – Avocatória: O chefe de polícia poderá avocar o inquérito e redistribuir a outro delegado por despacho fundamentado desde que exista interesse público ou quando as regras procedimentais na condução da investigação sejam violadas (§4º e §5º, do art. 2º, da Lei nº 12.830/2013).
	8. PRAZO
1. Delegado Estadual: Se o suspeito estiver preso, o inquérito deve ser concluído em 10 dias (improrrogáveis); Se o suspeito estiver solto, o inquérito deve ser concluído em 30 dias (prorrogáveis por deliberação do juiz, pelo tempo e pelas vezes que ele autorizar, desde que exista provocação. A doutrina prevalente recomenda que o Ministério Público seja ouvido, mas o CPP não faz essa previsão);
1. Delegado Federal: Se o suspeito estiver preso, o inquérito deve ser concluído em 15 dias (prorrogáveis, uma vez, por 15 dias). Se o suspeito estiver solto, o inquérito deve ser concluído em 30 dias (prorrogáveis por deliberação do juiz, pelo tempo e pelas vezes que ele autorizar, desde que exista provocação. A doutrina prevalente recomenda que o Ministério Público seja ouvido, mas o CPP não faz essa previsão);
1. Inquérito Policial no âmbito dos crimes contra economia popular: o prazo é de 10 dias, pouco importa se o indiciado está preso ou solto. Como não há previsão legal, presume-se que o prazo é improrrogável. 
1. Inquérito no tráfico de drogas e condutas comparadas: prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso (prorrogáveis, uma vez por mais 30 dias – duplicáveis). Se o indiciado estiver solto, o prazo é de 90 dias (prorrogáveis, uma vez por mais 90 dias – duplicáveis).
#ATENÇÃO – no âmbito da lei de tóxicos a deliberação do juiz pressupõe, por imposição normativa, a prévia oitiva do MP. O CPP, no entanto, não traz essa previsão, mas a doutrina recomenda que se faça em homenagem ao sistema acusatório. 
1. Inquérito Policial Militar: se preso, 20 dias (improrrogáveis). Se solto, 40 dias (prorrogáveis, por mais 20 dias). Art. 20, caput e §1º CPPM. 
#FOCONATABELA:
	PRAZOS para conclusão do INQUÉRITO POLICIAL (em dias)
	
	PRESO
	SOLTO
	Regra Geral
(art. 10 do CPP)
	10
	30
	Inquérito Policial
FEDERAL
	15 + 15
	30
	Inquérito Policial
 MILITAR
	20
	40 + 20
	Lei de Drogas
	30 + 30
	90 + 90
	Crimes contra a 
Economia Popular
	10
	10
Todavia, o TSE prevê o prazo de 10 dias (e não 15) para acusado preso e de 30 dias para acusado solto, sem previsão de prorrogação (o que, na prática, é inviável e inoperante, configurando prazo impróprio). Entendemos que essa previsão não se encontra nos termos da Lei n. 5.010/60 e causa embaraços, pois se trata de crime de competência da Justiça Eleitoral (que é federal), e não crime de competência da Justiça Estadual (cuja aplicação do CPP levaria ao prazo de 10 dias em indiciado preso) Entretanto, a Resolução n. 23.396/2013 do TSE, que dispõe sobre a apuração de crimes eleitorais, em seu art. 9º, confirmou esse entendimento, ou seja, prazo para término do inquérito policial Eleitoral de 10 dias.
Obs.: Forma de contagem do prazo: 
(1) Doutrina majoritária: o prazo é de natureza processual, sendo regido pelas regras do art. 798 do CPP, o que nos permite excluir o primeiro dia e incluir o de vencimento. (Mirabete e Denilson Feitosa Pacheco).
(2) Aury Lopes, Nucci: se o sujeito está preso, o prazo deve ser contado de acordo com o artigo 10 do Código Penal, incluindo-se o primeiro dia e sendo descartado o do vencimento. DPU
Obs.: Compensação de prazos: possível. Entende-se atualmente que se o delegado exceder o prazo para conclusão do inquérito com o suspeito preso, nada impede que o promotor, ao denunciar, promova o equilíbrio, antecipando o oferecimento da denúncia e evitando assim eventual alegação de ilegalidade prisional por excesso de prazo. Delegado 12 dias + promotor 3 dias = 15 dias. Obedeceu ao prazo legal de 10 +5. Pode haver, por exemplo, excesso de prazo na instrução, compensado por um processo mais célere. Nestor Távora é totalmente contra. Compensação de prazo é forma de burlar a lei.
Obs.: Preso: excesso abusivo – relaxamento. Excesso brando – nada, pois pode haver a compensação.
Obs.: Prisão temporária: uma vez decretada a prisão temporária, o seu prazo passa a reger o tempo de conclusão do inquérito. Ex: crime hediondo – 30 + 30. O prazo para conclusão do inquérito passa a ser esse. 
Obs: a regra do art. 798, §3º - O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato - não é aplicada para concluir inquérito, pois as polícias funcionam de domingo a domingo.
	9. INDICIAMENTO
O CPP não define o indiciamento, mas a recente lei 12.830/13 regula a matéria.
- Conceito: O Aury Lopes Jr. tem a melhor obra sobre a matéria. Ele diz que indiciar significa direcionar o inquérito, as investigações, à determinada pessoa. Agora não é mais possível que ela seja a responsável, mas sim provável. Segundo o autor, indiciar nada mais é do que atribuir a alguém a prática de um fato delituoso, saindo-se de um juízo de possibilidade para um juízo de probabilidade, mais robusto. É (a probabilidade) o que o Jacinto Coutinho chama de verossimilhança. 
- LEGITIMIDADE PARA O INDICIAMENTO: Caberá ao Delegado, privativamente, promover o indiciamento durante o inquérito policial, não se submetendo a requisições emanadas de juiz ou do MP, nesse sentido. (art. 2o, parágrafo 6o, da Lei 12.830/13).
INDICIAMENTO É ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DA AUTORIDADE POLICIAL, NÃO PODENDO SER DETERMINADO POR MAGISTRADO
O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui atribuição exclusiva da autoridade policial. É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta determinada pessoa como autora do ilícito em apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória,por meio da qual o delegado de polícia externa o seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou determinada pelo magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que determinado indivíduo seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado pelo ordenamento jurídico pátrio. Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. STJ. 5ª Turma, RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552). 
 
- Pressupostos: 
(1) adequada fundamentação: essa fundamentação é exigida no §6º do art. 2º da Lei 12.830/13 - O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. - e na instrução normativa nº11/2011 da Polícia Federal. 
(2) apontar os indícios da autoria, materialidade e as circunstâncias do delito. 
- Momento do indiciamento: Em que pese à omissão da lei, a doutrina recomenda que o indiciamento se realize assim que possível, o que normalmente ocorre após a oitiva do sujeito, para que ele tenha desde logo conhecimento. Segundo Eugênio Pacceli, na prática o indiciamento vem ocorrendo no final do inquérito, quando da apresentação do relatório.
Obs.: havendo prisão cautelar na fase investigativa, presume-se que o indivíduo esteja indiciado.
Obs.: MP/SP: durante o processo, justifica-se o indiciamento daquele que já é réu? Assim como o inquérito policial, o indiciamento é dispensável. Havendo a deflagração do processo, não há razão para que se realize o indiciamento retroativo do fato objeto da denúncia, afinal, assim como o inquérito, o indiciamento é dispensável. Todavia, se durante o processo é descoberto um novo fato criminoso, nada impede a instauração incidental de inquérito, com o respectivo indiciamento.
*#OUSESABER: O indiciamento consiste na atribuição da autoria ou participação de um delito a uma pessoa específica. Com ele, as investigações serão direcionadas a pessoas determinadas. Vale lembrar que, segundo o art. 2º, parágrafo 6º, da Lei 12.830/13, o indiciamento é ato PRIVATIVO do Delegado de Polícia, de modo que o Ministério Público e o juiz não poderão requisitá-lo. Como se percebe, o indiciamento é típico das investigações, não tendo qualquer utilidade após o início da ação penal. Por isso, o STJ tem entendido que, se ocorrer durante a ação penal, configura constrangimento ilegal (HC 182.455/SP). Assim, após o início da ação penal, o indiciamento é vedado.
Obs.: “menor”. O CPP considerava os suspeitos entre 18 e 21 anos como relativamente capazes, exigindo-se a nomeação de curador. Atualmente, resta concluir que o art. 15 do CPP está tacitamente revogado pelo artigo 5º do CC/2002, afinal ou os maiores de 18 anos são absolutamente capazes. O CPP foi moldado na égide do CC 16, que considerava as pessoas entre 18 e 21 anos como menores. E essas pessoas quando indiciadas deveriam ter um curador. ATENÇÃO! A figura do curador acabou? NÃO! Continua existindo para os doentes mentais, se num processo incidental de insanidade mental se chegar a essa conclusão, e para os índios não adaptados ao convívio social. O representante legal do enfermo ou retardado mental é o curador civil (representante legal), mas se ele não tiver ou os interesses forem conflitantes, o juiz criminal lhe nomeará um. Permanecem as normas de direito material que lhes são favoráveis. Art. 115 CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos
*Súmula 605-STJ: A SUPERVENIÊNCIA DA MAIORIDADE penal NÃO INTERFERE na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de MEDIDA SOCIOEDUCATIVA em curso, inclusive na liberdade assistida, ENQUANTO NÃO atingida a idade de 21 ANOS.
Obs.: Desindiciamento.
(1) Conceito: é a retirada do status de indiciado atribuído ao agente, o que não caracteriza desistência do inquérito. 
(2) Modalidades: I. Voluntário – é aquele realizado por iniciativa do próprio delegado. II. Coacto – é aquele designado pela procedência do HC impetrado (ou MS caso não haja pena privativa de liberdade) para trancar o inquérito, em virtude de patente ilegalidade. Hipóteses de trancamento.
Obs.: sujeitos do indiciamento: a regra geral é de qualquer pessoa pode ser indiciada. Exceções:
(1) Membros do MP: não podem ser indiciados pelo Delegado. Art. 41, II, da Lei 8625/93 (lei orgânica do MP). Os autos devem ser enviados ao Procurador Geral. 
(2) Membros da Magistratura: os juízes não poderão ser indiciados pela polícia judiciária. Art. 33, parágrafo único, da LC 35/79 - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
(3) Autoridades com foro por prerrogativa de função não poderão ser investigadas ou indiciadas pela polícia judiciária, sem prévia análise do Tribunal onde usufrui da prerrogativa funcional. Decisão do STF - Inquérito 2411. Para instaurar inquérito precisa de autorização do Min Relator.
*ATENÇÃO: Essa decisão do STJ não foi divulgada em informativo. O acórdão se refere a desnecessidade de autorização judicial para a instauração de inquérito policial de autoridades com foro por prerrogativa de função. Não se pode afirmar que houve mudança de entendimento. Basta saber a posição mais atualizada da Quinta Turma do STJ, especialmente em provas discursivas e orais:
PENALE PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. 1. VIOLAÇÃO AO ART. 5º, II, DO CPP. PROCEDIMENTOINVESTIGATÓRIO CRIMINAL. PODERESDE INVESTIGAÇÃO DO MP. RE 593.727/MG. 2. INVESTIGADO COM FORO POR PRERROGATIVADE FUNÇÃO. PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO. AUSÊNCIA DENORMA CONSTITUCIONAL OU INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 3. CONTROLEPRÉVIO DAS INVESTIGAÇÕES. VIOLAÇÃO AO SISTEMA ACUSATÓRIO. PRECEDENTEDO STF. 4. PREVISÃO DE CONTROLE JUDICIAL DE PRAZOS. ART. 10,§ 3º, DO CPP. JUÍZOCOMPETENTE PARA O PROCESSO. 5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 593.727/MG, assentou que "os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos III e VIII, e 144, inciso IV, § 4º, da Constituição Federal, não tornam a investigação criminal exclusividade da polícia, nem afastam os poderes de investigação do Ministério Público". Dessarte, não há dúvidas sobre a constitucionalidade do procedimento investigatório criminal, que tem previsão no art. 8º da Lei Complementar n. 75/1993 e no art. 26 da Lei n. 8.625/1993, sendo disciplinado pela Resolução n. 13/2006 do Conselho Nacional do Ministério Público. 2. No que concerne às investigações relativas a pessoas com foro por prerrogativa de função, tem-se que, embora possuam a prerrogativa de serem processados perante o Tribunal, a lei não excepciona a forma como se procederá à investigação, devendo ser aplicada, assim, a regra geral trazida no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, a qual não requer prévia autorização do Judiciário. "A prerrogativa de foro do autor do fato delituoso é critério atinente, de modo exclusivo, à determinação da competência jurisdicional originária do tribunal respectivo, quando do oferecimento da denúncia ou, eventualmente, antes dela, se se fizer necessária diligência sujeita à prévia autorização judicial". (Pet 3825 QO, Relator p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes, Pleno, julgado em 10/10/2007). Precedentes do STF e do STJ. 3. A ausência de norma condicionando a instauração de inquérito policial à prévia autorização do Judiciário revela a observância ao sistema acusatório, adotado pelo Brasil, o qual prima pela distribuição das funçõesde acusar, defender e julgar a órgãos distintos. Conforme orientação do Supremo Tribunal Federal no julgamento de MC na ADI n. 5.104/DF, condicionar a instauração de inquérito policial a uma autorização do Poder Judiciário, "institui modalidade de controle judicial prévio sobre a condução das investigações, em aparente violação ao núcleo essencial do princípio acusatório". 4. Não há razão jurídica para condicionara investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a prévia autorização judicial. Note-se que a remessa dos autos ao órgão competente para o julgamento do processo não tem relação com a necessidade de prévia autorização para investigar, mas antes diz respeito ao controle judicial exercido nos termos do art. 10, § 3º, do Código de Processo Penal. De fato, o Código de Ritos prevê prazos para que a investigação se encerre, sendo possível sua prorrogação pelo Magistrado. Contudo, não se pode confundir referida formalidade com a autorização para se investigar, ainda que se cuide de pessoa com foro por prerrogativa de função. Com efeito, na hipótese, a única particularidade se deve ao fato de que o controle dos prazos do inquérito será exercido pelo foro por prerrogativa de função e não pelo Magistrado a quo. 5. Recurso especial provido, para reconhecer violação ao art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, haja vista a desnecessidade de prévia autorização do Judiciário para investigar autoridade com foro por prerrogativa de função. (REsp 1563962/RN, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 08/11/2016, DJe 16/11/2016)
Obs.: classificação do indiciamento
(1) Direto: quando o suspeito está presente (regra)
(2) Indireto: quando o suspeito está ausente, foragido.
Obs.: consolidando o entendimento doutrinário prevalente, o §6º, do art. 2º, da Lei 12.830/13, assevera que o ato de indiciar é privativo do delegado, não se submetendo a requisições do MP ou do Juiz ou CPI.
Obs.: Funcionário público. Por previsão do inciso VI, do art. 319 do CPP São medidas cautelares diversas da prisão: VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais., o afastamento do servidor pressupõe deliberação do juiz, sendo necessário pertinência temática. Leia-se vínculo funcional na atividade delituosa. (art. 17-D da Lei 9613/98 – Lavagem – com redação da Lei 12.683/2012). – Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. Alguns doutrinadores – Badaró, Brasileiro – entendem que é inconstitucional por viola a presunção de inocência e o princípio da jurisdicionalidade, por uma autoridade policial tomar a decisão. 
	10. PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
- Início:
(1) Portaria: é a peça escrita que demarca o início da investigação policial. A Portaria contém o fato a ser investigado, os eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências imediatamente cumpridas e o desfecho onde o delegado determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-se assim o inquérito
Obs: A portaria pode ser substituída por outras peças. Eventualmente o auto de prisão em flagrante ou até mesmo a requisição emanada do juiz ou do MP funcionam como portaria, dispensando que o Delegado baixe uma nova. 
#ATENÇÃO! Eventualmente, na esfera militar, o auto de flagrante pode se constituir no próprio inquérito, desde que não sejam necessárias outras diligências para evidenciar a autoria e a materialidade. Art. 27 do CPPM. Brasileiro entende ser possível aplicar essa previsão subsidiariamente ao direito processual penal comum.
(2) Notícia crime: é a comunicação da ocorrência do delito à autoridade que possui atribuição para agir. Não falar em queixa. 
2.1. Legitimidade passiva da notícia crime. Quem são os destinatários da notícia crime? Observa-se a tríade da persecução penal: o Delegado, o MP e o Juiz. 
· MP: O promotor pode requisitar ao Delegado a instauração do inquérito ou, desde que já haja lastro probatório, oferecer a denúncia. Em que prazo? 15 dias para oferecer a denúncia, contados da provocação do MP. Se ele não o fizer caberá ação peal subsidiária da pública. Se o promotor chega à conclusão, a partir da noticia crime, que não há crime a apurar, requer ao juiz que a arquive. 
#ATENÇÃO! Há arquivamento de qualquer peça de informação, não só de inquérito.
· Juiz: pode requisitar a instauração do inquérito policial. Para Paulo Rangel e Renato Brasileiro, em homenagem ao sistema acusatório, é mais adequado que o juiz remeta a notícia ao MP, para que o Promotor delibere quanto a que deve ser feito. 
2.2. Legitimidade ativa da notícia crime.
Classificação da notícia crime
· Notícia crime direta ou de cognição imediata: é aquela atribuída às forças policiais ou papel desempenhado pela imprensa.
· Notícia crime indireta ou notícia crime de cognição mediata: é aquela prestada por pessoa estranha à polícia, mas devidamente identificada. O seu conteúdo é a exposição do fato criminoso e suas circunstâncias; a indicação do suposto autor do crime, com os sinais existentes para detectá-lo; e o apontamento das testemunhas.
A legitimidade ativa seria:
- Vítima ou representante legal (vítima menor de 18 anos), através de requerimento.
#ATENÇÃO! : havendo denegação de instauração do inquérito, caberá recurso administrativo ou recurso inominado ou recurso interna corporis. Na prática, se o crime é de ação pública, o ofendido poderá provocar diretamente o MP para que requisite a instauração do inquérito. Não cabe MS.
#ATENÇÃO! : nos crimes de ação privada e de ação pública condicionada, a instauração do inquérito pressupõe manifestação de vontade do legítimo interessado. Delatio criminis postularória
- MP ou Juiz, através de requisição. E o delegado, segundo entendimento doutrinário prevalente (Levy Magno), estará obrigado a instaurar o inquérito, mesmo não havendo vínculo hierárquico, em razão do princípio da obrigatoriedade. Art. 5º, II, do CPP. De maneira minoritária, entende-se que o delegado não está obrigado a cumprir a requisição, já que não existe vínculo hierárquico. Art. 144, CF. (CESPE- Delegado/BA 2013).
- Qualquer do povo: é denominado de delação. Só é possível nos crimes de ação pública incondicionada. Art. 5º, §3º, CPP. Tem o dever de informar a existência de crime: (1) aquele que estiver no exercício de função pública e (2) no exercício da medicina ou outra profissão sanitária, salvo nos casos em que exponha o seu paciente a processo criminal.
 (3) autoridades públicas, sob pena de responder por prevaricação. Para Brasileiro a delatio pode ser tanto noticia criminis direta como indireta.
#ATENÇÃO! : Notícia crime apócrifa ou inqualificada é a conhecida denúncia anônima. Scarance Fernandes diz que, diante dessa notícia, deve o delegado aferir plausibilidade e verossimilhança por meio da Verificação de Existência Prévia (VEP), para só então instaurar o inquérito. Não é outro o entendimento do STF, que entende que a notícia crime apócrifa, por si só, não autoriza a instauração de inquérito policial, afastando a notícia anônima como elemento único para deflagrar a investigação. STF HC 95244[footnoteRef:4].[footnoteRef:5] [4: #FICADEOLHO: CAIU NA 2ª FASE DA DPE ALAGOAS (2017) #CESPE.] [5: #FICADEOLHO: CAIU NA 2ª FASE DA DPE/AC (2017) #CESPE.] 
#OLHAOGANCHO: “Denúncia anônima” e quebra de sigilo Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no documento apócrifo. A Polícia, com base em diligências preliminares para atestar a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada em informações recebidas pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a decretação da interceptação telefônica do investigado. O STF entendeu que a decisãodo magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi feita com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após a realização de diligências investigativas e também com base nas informações recebidas dos órgãos públicos de fiscalização. Renovação das interceptações A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova." (art. 5º). A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
Obs.: notícia crime com força coercitiva. É aquela da prisão em flagrante, podendo ser direta ou indireta, nesta última quando o flagrante for determinado por qualquer do povo. Art. 301 CPP.
Obs.: delatio criminis com força postulatória: é a representação típica dos crimes de ação penal pública condicionada. São expressões sinônimas.
- Evolução da investigação
O inquérito ganha densidade com o cumprimento de diligências que podem ou devem ser cumpridas pela autoridade policial para melhor aparelhar o inquérito. Cumpre ao Delegado na evolução do inquérito realizar as diligências que entender pertinentes, tendo por parâmetro discricionário os artigos 6º e 7º do CPP. Os citados artigos não exauriram a matéria, pois funcionam como mínimo contingencial, afinal são meramente exemplificativos.
 Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)(Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colherinformaçõessobre a existência de filhos, respectivasidades e se possuemalgumadeficiência e o nome e o contato de eventual responsávelpeloscuidados dos filhos, indicadopelapessoapresa.           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
 Art. 7o  Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei 13.344/2016: Em 06 de outubro de 2016, foi editada a Lei 13.344/2016, que dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas; altera a Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto do Estrangeiro), o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga art. 231 e art. 231-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
As principais mudanças no CPP (âmbito do Inquérito Policial) foram:
“Art. 13-A.  Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.” 
“Art. 13-B.  Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. 
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. 
§ 2o  Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. 
§ 3o  Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. 
§ 4o  Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.”
Obs.: não há a restituição de coisas quando: Art. 118.  Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.  Art. 119.  As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 (instrumentos e produtos do crime) do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.Art. 120.  A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
Obs.: apreensão de coisas através de busca pessoal:  Art. 244 A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
· Principais diligências 
a) Identificação criminal: ela se caracteriza pela colheita de elementos que nos permitem diferenciar o indivíduo das demais pessoas, como fotografia, impressão digital- datiloscópica- e colheita material biológico para realização de DNA. (Art. 5º-A da lei nº 12.654/12 (que alterou a lei nº 12037/09): Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.  § 1o  As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas

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