Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 1 13-09-2012 Apresentação da disciplina: objeto e método É uma cadeira essencialmente teórica. Manual de direito fiscal – Glória Teixeira (obra para os dois semestres). 2a edição – reimpressão. A prof vai disponibilizar powerpoint com a matéria, tópicos e bibliografia. Aulas práticas – nas próximas duas semanas não haverá aulas práticas. Códigos anotados ainda não estão impressos (prof depois avisa). Sigarra Æ Cursos Æ I & D (investigação e desenvolvimento) Æ centros de investigação da faculdade de direito. x CIJE (centro de investigação jurídico-económica) x IJI x IDP Pesquisar – CIJE – apoio às aulas, cursos, projetos ao exterior, etc. Nele encontram-se as atividades, conferências, powerpoints. Tem interesse prático e de investigação. Apoia também os trabalhos de investigação. Nas publicações a prof publica os melhores trabalhos dos alunos, etc. Os 10 anos de investigação do CIJE abre com um artigo de licenciados. O centro apoia também esses trabalhos. Devemos pensar em projetos de investigação. Preocupações: 1. Nos exames só há questões teóricas. Nunca dizer “eu acho; eu penso que”. Utilizar sempre linguagem jurídica. Saber o que diz a lei. “A crise que vivemos é da não interpretação da lei.” 2. Orçamento de Estado, receitas, despesas, impostos. 3. Legislação – no sumário terá os anexos que conterá a legislação, os powerpoins e os códigos. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 2 19-09-2012 A noção de Finanças Públicas e ramos conexos; Os meios de financiamento do Estado e a importância das políticas financeiras; A distinção - imposto, taxa e preço. Bibliografia obrigatória: ver documentação em anexo a este sumário. - Horário de atendimento: Quintas das 11h às 13:30h - Aulas práticas a partir do dia 1 de Outubro. x O Estado (central, local, regional) como entidade que define e gere as despesas e receitas de uma coletividade (nação); x A importância da definição das políticas financeiras e da satisfação das necessidades coletivas. Antes de mais, são necessários conhecimentos técnicos do Estado que vivemos presentemente. Finanças públicas é uma matéria teórica por definição. O objetivo é dar a conhecer a perspetiva jurídica, políticas financeiras, etc. É crucial recordar algumas noções do 1º ano. Falamos imenso do Estado. Usualmente diz-se que o Estado somos todos nós. No entanto, não é este Estado que nos preocupa nas finanças públicas. Vamos olhar para o Estado no seu sentido orgânico. Assim, há o Estado central, local e regional. Relativamente ao central, falamos do governo - temos os diferentes ministérios - noutros países pode haver descentralização dos ministérios - Portugal é um Estado demasiado centralizado. Temos o Estado local – as autarquias locais, e depois há diferentes níveis; conhecemos as câmaras municipais e as regiões autónomas Madeira e Açores. Tendo em conta que há três níveis – central, local e regional - isto vai implicar três leis – a lei para o Estado central, a lei das finanças/autarquias locais, lei das finanças regionais. Cada uma tem uma lei própria. Isto vai implicar que, à medida que avançamos na descentralização, tanto as autarquias como as regiões terão mais poderes financeiros desde gestão e também tributários. Estes últimos, os tributários, serão sempre limitados porque, se recordarmos do Direito Constitucional, há Estado unitário com respeito pelas descentralizações. Quanto mais próximo o governo estiver do cidadão mais transparência ao nível das contas haverá. Importância das políticas financeiras (Teixeira Ribeiro) – o Estado em que estamos resulta das nossas decisões e políticas financeiras tomadas que, por vezes, Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 3 constituem más decisões – no caso português p.e. O nosso governo fez demasiado investimento em infraestruturas – são essenciais, mais não em exagero. Será correta esta política financeira de investir excessivamente em infraestruturas enquanto o Estado precisava noutras áreas, como p.e apoio a empresas, segurança social, etc. Olha-se aqui para vários objetivos. Estas políticas são importantes, temos orçamentos anuais mas onde as receitas e despesas são anotadas anualmente. Há uma grande importância da ciência política e das políticas financeiras. Assim, deve olhar-se para as opções do Estado, da comunidade, da nação. Meios de financiamento do Estado x Os preços: públicos e privados – o Estado (central, local, regional) age nas restantes três situações investido no seu poder de autoridade e no exercício de funções exclusivamente públicas. No caso dos preços temos um Estado com uma veste diferente aparecendo como um agente económico que intervém no mercado ao lado de outros agentes económicos – Estado empresarial. Será que o Estado não se deveria limitar, será que deve atuar no privado em concorrência com os particulares? Quando o Estado intervém no mercado como agente económico, pratica preços vendendo bens e serviços criando, sobre eles, preços. Nas empresas públicas, o Estado fornece um serviço como p.e parques de estacionamento – mas pode fazê-lo ao lado dos particulares. Os preços são meios de financiamento que o Estado pode recorrer quando age enquanto agente privado e quando atua no mercado em concorrência com outros. x As taxas – diferenciam-se dos impostos exatamente pela característica da obrigatoriedade. Um habitante pode recusar se não necessitar do serviço. A taxa é o valor que tem de pagar para utilizar um recurso que desejamos. É o preço que tenho de pagar para assegurar os custos da educação, p.e. O imposto é obrigatório, já a taxa é facultativa pois está nas mãos do cidadão que tem nas suas mãos a hipótese de utilizar ou não o serviço. As taxas moderadoras, quando recorremos a um serviço, não são obrigatórias mas temos de as pagar porque temos de recorrer ao serviço de qualquer maneira – logo, são obrigatórias. Todavia, em sede geral, não o são. x Os impostos – são de tal modo evidentes que não é necessário saber uma definição concreta – mesmo camuflados, sabemos que existem. Está aceite pela nossa jurisprudência que as contribuições para a segurança social são Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 4 verdadeiros impostos e, portanto, o Estado chama-lhe contribuições. Dos impostos vamos aprofundar mais adiante. Primeiramente deve-se identifica- los – IRS, IRC, IVA, IMI,IMT, Imposto de selo, impostos aduaneiros. Todavia, este irá ser mais aprofundado mais adiante. Ninguém gosta de pagar impostos, como diria um autor inglês, “são o preço que o preço traz”, são o preço que temos de pagar para termos uma sociedade civilizada. Os impostos servem para financiar a educação, a saúde, a defesa, etc. Os governantes têm de ter precaução nas áreas onde investem as receitas adquiridas pelos impostos (p.e apesar de serem necessários submarinos, há outras coisas mais relevantes das quais o país sente mais necessidade). Deve investir-se na segurança interna, no policiamento. Temos uma polícia de proximidade, ou seja, temos uma polícia que assegurará a nossa segurança. Os impostos são utilizados para áreas como a defesa, etc. Os impostos são obrigatórios, ninguém os paga se não for obrigado, e unilaterais (analisaremos mais adiante). x Os empréstimos (a evitar) – o Estado tem necessidade de contrair empréstimos mas deve evitar o endividamento excessivo, não só do Estado mas do próprio setor privado. O problema é que as entidades financiadoras esgotam - esgotando, deixa de haver financiamentos. No séc.XX, em geral, vivemos com uma fé excessiva nas instituições financeiras - os próprios slogans atraem, desincentivam a poupança até que deixamos de ter noção do valor da própria moeda. O Estado pode financiar-se de múltiplas formas – junto de instituições, bancos nacionais ou estrangeirose não só, como pode financiar-se junto dos particulares. Junto destes últimos há certificados de aforro, de tesouro, etc. O Estado endivida contraindo dívida, dívida essa comprada e paga pelos cidadãos. O Estado hoje emite mais dívida, ou seja, vai ao mercado e adquire a dívida esperando que a taxa de juro seja razoável. Os empréstimos são um meio de financiamento por causa dos juros. No caso da dívida portuguesa estamos a pagar juros na ordem dos 7%. Assim, deve evitar-se a todo o custo os empréstimos. BCE, FMI, Comissão Europeia – o défice tem de baixar. Este reporta-se ao ano sendo que, no final de cada ano, tem um limite. Com a intervenção destas três entidades, obrigou os Estados a reduzir os seus défices. Portugal tem instituições estáveis – tribunais, etc – que permite enfrentar os embates mesmo quando as políticas são más ou menos corretas. Ao nível dos empréstimos há junto das instituições e junto dos particulares. As duas realidades – dívida do Estado e dívida dos cidadãos – são realidades Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 5 diferentes – ver relatório de julho/agosto de 2011 do FMI – retrata muito bem os níveis de endividamento doestado e também dos particulares. O problema não está no endividamento dos particulares. O próprio Estado incentiva a gastar, a possuir propriedades, etc. Se as pessoas não têm possibilidades, recorrem aos bancos endividando-se. Esta dívida foi induzida pelas políticas do governo que são por nós legitimadas. O único problema ao nível do privado é exatamente este. Para além disso há imenso incentivo nos bancos que agravam ainda mais este processo. Deve distinguir-se as Finanças Públicas de outras disciplinas: x Direito Fiscal x Direito Financeiro x Direito Económico x Economia Política Relativamente ao direito fiscal fala-se de direito tributário. O tributo é mais amplo que o imposto; é todo o tipo de prestação pecuniária obrigatória. Direito fiscal é o direito dos impostos que não será nossa preocupação (trata dos impostos). Já direito financeiro, preocupa-se com os aspetos mais amplos, com toda a organização do Estado do ponto de vista financeiro. É o direito institucional das finanças públicas, saber como o Estado está organizado, que instituições financeiras existem e quais as entidades dentro do ministério das finanças que gerem a dívida pública, p.e. É toda a legislação relacionada com o modo de funcionamento do Estado. Há uma autonomização do direito financeiro. O direito económico tem a ver com questões da atuação do Estado no meio concorrencial - Estado enquanto agente económico. Assim, neste direito temos, p.e, o direito da concorrência. É uma subespecialização e atente a estas funções do Estado enquanto agente económico em concorrência com os privados. A economia política – que já conhecemos por fazer parte da unidade curricular do 1ºano - não deve tratar dos impostos, segundo Teixeira Ribeiro. São disciplinas que se relacionam entre si, que se conexam. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 6 x O princípio da proporcionalidade e a sua aplicação em sede de fixação do valor da taxa a pagar; x A importância do exercício de poderes de autoridade em atividades não concorrenciais no contexto das taxas. Devemos distinguir preço de taxa. No preço temos o Estado no exercício da sua autoridade e fora do mercado exercendo atividades que não são concorrenciais. O Estado no seu poder de autoridade providencia bens e serviços que os privados não têm como os fornecer. P.e a defesa nacional, a defesa interna do Estado, a saúde, etc. Os particulares não estão interessados em fornecer porque há atividades que, por definição, só implicam custos. P.e garantir os serviços de apoio aos mais desfavorecidos. Assim, os agentes económicos não estão interessados. Deste modo, o Estado tem de intervir e, para isso é que há impostos e taxas que são utilizadas para financiar o Estado - para que possa dar resposta a estas necessidades. Ao nível da taxa deve falar-se do princípio da proporcionalidade. As taxas devem ser proporcionais e não muito elevadas. Aqui há dois critérios – o do custo do bem ou serviço ou o critério do benefício. Este último leva-nos a taxas mais elevadas porque olha-se ao benefício levando a uma comparação ao nível do mercado. No limite, devemos saber se o valor de uma taxa a pagar pode ser o preço de mercado. No limite, pode lá chegar, mas não deve porque a taxa é pública e por isso não deve ter atividades lucrativas. O objetivo não é a obtenção de lucro. A taxa, na sua fixação, deve corresponder a estes dois critérios. Ainda para a distinção entre preço e taxa deve realçar-se a importância do exercício de poder de autoridade. Se existir, estamos a falar de preço e não de taxa. x Bilateralidade ou antes correspetividade direta e imediata no caso das taxas? x O caráter coativo dos impostos; x O princípio da proporcionalidade em sede de aplicação de taxas. Os impostos são sempre obrigações pecuniárias – no caso de Portugal. O imposto é uma prestação obrigatória, pecuniária e unilateral. Nas taxas é mais ou menos evidente a bilateralidade – sabemos que nos está a ser prestado um bem ou serviço. No caso do imposto, começa a questionar-se a unilateralidade. Os impostos servem para pagar despesas, por isso há contrapartidas. É importante os cidadãos terem consciência para onde o direito vai, deve haver mais transparência para sabermos para onde vai o dinheiro dos impostos uma vez que este serve para financiar as ditas Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 7 necessidades. Então, será que não devemos falar em bilateralidade? Há, de facto, contraprestação. Podíamos contrapor a progressividade dos impostos e a proporcionalidade das taxas. Se recuarmos à Antiguidade clássica, Platão dizia ao nível dos impostos que a proporcionalidade é suficiente. No entanto, a progressividade também pode fazer sentido. Interessa é que haja redistribuição de rendimento que é um dos problemas da nossa sociedade. Proporcionalidade nas taxas e assumiu-se a progressividade ao nível europeu, em defesa de redistribuição de rendimento para acolher às necessidades dos menos capazes ou desfavorecidos. Tópicos para discussão: As políticas financeiras determinam o bom ou mau estado das finanças públicas de um Estado. Comente. A atual experiencias mundial demonstra que os Estados devem evitar o recurso sistemático a empréstimos como meio de financiamento por excelência mas também devem evitar onerar os cidadãos com os impostos e taxas em excesso. Comente criticamente. Mais complexa. Os critérios distintivos da unilateralidade e exercício de poderes de autoridade revelam-se insuficientes nas distinções entre imposto, taxa e preço (público e privado). Comente criticamente. Bibliografia: x Ribeiro, José Joaquim, Lições de Finanças Públicas, Coimbra Editora, 1997, páginas 29 a 46; x Teixeira, Glória, Manual de Direito Fiscal, 2ª edição, Almedina, 2012, páginas 33 a 40. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 8 20-09-2012 Os principais impostos no sistema fiscal português e os fins da tributação. O enquadramento legal das taxas e rendas sociais. Bibliografia: ver em documentação da aula anterior. Orientações de pesquisa para aulas futuras: Ver os seguintes sítios na internet das seguintes instituições: - Direção Geral do Orçamento: www.dgo.pt - Ministério das Finanças: www.portugal.gov.pt - Direção Geral do Tesouro e Finanças: www.dgtf.pt - Autoridade Tributária: www.portaldasfinancas.gov.pt - Tribunal de Contas: www.tcontas.pt - FMI: www.IMF.org Indicações de legislação sobre a disciplina: ver documento em anexo - Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) - Lei das Finanças Locais - Lei das Finanças Regionais - Lei de Bases da Segurança Social - Lei da Contabilidade Pública - Setor empresarial do Estado (nacional, local e regional) Ao longo destaaula, vamos terminar a matéria da aula anterior. Torna-se útil e pertinente atentar no jornal económico de hoje – “governo vai aumentar preços dos divórcios…”; já no subtítulo refere “taxas”. Na aula passada foi abordada a distinção taxas – preços – taxas. Este título não está correto porque não é assim tão concorrencial. No conservatório não são preços mas sim taxas. Os impostos são figuras coativas obrigatórias sem uma correspetividade imediata. Já a taxa pressupõe atuar num mercado não concorrencial. Do ponto de vista jurídico é importante porque existe no direito constitucional o princípio da legalidade – não pode haver preços, taxas e impostos sem que sejam aprovadas pela AR – art.101º e seguintes que nos fala do sistema financeiro e fiscal; art.103º nº2 – “os impostos são criados por lei”. Ao nível das taxas temos leis que indicam esse critério que é o princípio da legalidade. Em anexo, no sigarra, está a legislação que iremos precisar. Já os preços sabemos que são as regras de mercado, têm regras concorrenciais - mas isso será lecionado apenas em Direito Económico. P.e as propinas são taxas; o parque de estacionamento que é propriedade da câmara municipal. E quanto às propinas nas universidades privadas? O que diz a lei é que o ensino deve ser público e que o privado só a nível excecional. Assim, de acordo com a disposição legal, não é concorrencial porque o ensino deve ser público. Há ainda um termo interessante com o qual nos deparamos na fatura do gás etc – tarifas e imposto (IVA). Temos uma empresa que nos diz que o consumo foi de X e que o que temos a pagar é Y. Antes de mais, vamos olhar para entidade em causa, se pública se privada. Depois, recorremos ao segundo critério – se é uma atividade concorrencial (critérios – critério da entidade Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 9 e tipo de atividade exercida). Este tipo de atividade são atividades concorrenciais porque já se iniciou o processo de privatização – consumidores podem escolher – temos liberalização dos setores. O principal é saber se é ou não uma atividade concorrencial. Quando falamos em tendência para a liberalização, devemos ter em atenção, de que não é de tudo. Mais adiante falaremos das contribuições para a segurança social que são, efetivamente, impostos. Nas aulas práticas discutir-se-ão as questões de ontem, sobre as taxas moderadoras, taxa sobre a segurança alimentar, etc. Até que ponto esta é uma taxa ou será um imposto camuflado? Há sempre um serviço indireto. No âmbito das contribuições as obrigatórias para a segurança social são importantíssimas porque são verdadeiros impostos e, para além disso, a discussão está na ordem do dia ao nível político. A confusão e a falta de conhecimento técnico é generalizada. O termo “taxa social única” está incorreto. Nestas contribuições temos duas realidades (no caso dos trabalhadores independentes) – a atividade patronal e o trabalhador. Cada uma destas entidades financia o sistema de segurança social através das ditas contribuições obrigatórias para a segurança social. A carga total fiscal, segurança social para os trabalhadores independentes, é de 104,5% em que 23,75% é parte da entidade patronal e a outra parte, 11%, é descontado no salário do trabalhador. No entanto, quem decide os salários são as entidades patronais. Estas, ao definir um salário, já fazem todos estes cálculos, a todos estes custos. P.e se contrato uma pessoa e vou pagar 100, vou impor a taxa obrigatória dos 23,75%, e deduzo os 11%. Todos os meses a entidade empregadora tem de obter o valor de 34,75% - senão daí advêm problemas. O governo diminui a carga de custos para as entidades patronais e aumenta a taxa do trabalhador de 11% para 18%. Se antes o trabalhador via retirado do salário 11%, agora vê retirado 18%! Fazendo as somas, temos um aumento de carga fiscal claríssimo de 1,25%. No caso dos trabalhadores dependentes, em Janeiro, qual será a diminuição da carga fiscal. É o trabalhador quem suporta toda esta taxa. Ver no sumário algumas orientações ao nível mundial. Deve atentar-se no que diz o FMI e as organizações internacionais – ler última declaração do FMI de 11 de Setembro sobre a matéria – estamos em 49% de taxa com a sobretaxa (o normal era 46). Era altamente improvável que o FMI viesse dizer que se devia aumentar. O FMI apenas diz que se devem baixar as contribuições para a segurança social ou seja, o 11% deixa-se estar mas o 23,75% é muito alto. Vamos concentrar-nos nos impostos que ainda fazem parte da matéria anterior. Pág.33 – o principal imposto ao nível português, ou seja, aquele que gera mais receita é o IVA seguido do IRS e depois o IRC. Comparativamente com outros Estados, nós não estaríamos bem porque o imposto que deveria contribuir mais Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 10 deveria ser o IRC – noutros países é o imposto que mais receita gera. Se no nosso caso o imposto que gera mais receita é o IVA, significa que somos um país extremamente consumidor. Ao IRS ainda temos de somar as contribuições obrigatórias para a segurança social – o trabalhador independente vê retirado do seu salário quase 60% do seu rendimento. Se somarmos a isto o IVA que pagamos a 23%, o sistema está de facto sobre pressão. Em termos de impostos temos esta realidade que deve ser alterada. O Estado pode também influenciar o comportamento dos contribuintes atribuindo benefícios fiscais. A política, os estatutos dos benefícios fiscais, é algo que vamos estudar em Direito Fiscal. Fins da tributação – pag.34 e seguintes do manual. Os impostos são uma realidade necessária para pagar o preço de uma sociedade civilizada. Tornar-se útil consultar site das finanças no qual tem um exercício de simulação que nos diz para onde vai toda a tributação que pagamos. Os impostos podem ser proporcionais ou progressivos mas, a regressividade também pode ser benéfica a partir de determinado montante. Todavia, a regra é a proporcionalidade e a progressividade (redistribuição do rendimento). O que está a acontecer é que há cada vez mais concentração de riqueza – fenómeno que está a aumentar por todo o mundo. P.e a classe média dos Estados Unidos está a ser “encaminhada” para o patamar da pobreza. O Secretário de Estado diz que vai haver uma racionalização nas taxas – não podemos criar uma ilusão porque apesar de eliminar escalões, a carga fiscal vai continuar a existir – o que poderá acontecer é estabelecer determinado limite. Ver a lei geral tributaria – LGT – art.4º. Definição de taxa, de imposto, da constituição. Quanto à definição de tarifa e preço ver pag.38 do manual. A lei das finanças locais veio equiparar a tarifa a preço. Possivelmente vamos analisar alguns acórdãos de dois tribunais – DAS e Tribunal de Contas. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 11 26-09-2012 Perspetiva histórica O presente: x A estagnação económica da última década x O aumento do desemprego x O agravamento do desequilíbrio das contas públicas Hoje vamos falar da história das finanças públicas portuguesas. Nas aulas práticas iremos desenvolver um pouco mais este tema. A história tem esta vantagem: parar para refletir, ver como foi o passado, o presente, ver como resolver os problemas para o futuro. No presente, temos a seguinte situação: em finais da década de 90 (98,99), em 96/97 começaram a sentir-se os efeitos – até aos dias de hoje temos sentido uma estagnação económica (não há crescimento da economia). Esta tem desde logo um sério problema – não há criação de emprego. Se o crescimento for muito baixo ou não existir, a economia não cria emprego. Com a estagnação económica, a economia não cresce, não há oportunidades de emprego o que, por conseguinte, leva ao aumento da emigração – ao longo desta década terá sido cerca de 7% da população portuguesa uma vez que o país não oferece emprego.Emigrar é um fenómeno muito natural (apesar de visto com preconceito) em economias desenvolvidas que têm os níveis de desenvolvimento mais elevados. O problema é o facto de não haver emprego e o facto de a economia não dar oportunidades de trabalho. Houve um desequilíbrio das contas públicas sendo que, nos últimos anos, a política de finanças era um suicídio. O século XX x Início do século: a substituição da monarquia pela república x Entre 1910-16: 16 governos x Entre 1918-23: 29 governos x A participação do país na I guerra mundial x 1926: equilíbrio das contas públicas e tem início a maior ditadura europeia do século XX x Finais dos anos 50: industrialização do país e elevadas taxas de crescimento Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 12 No início do século dá-se a substituição da monarquia pela república. Num ambiente económico e social tenso, … o país tinha acabado de sair da bancarrota no séc.XIX e, portanto, substitui-se a monarquia pela república. Entre 1910 e 1916 tivemos 16 governos, tivemos uma sucessão de governos (o que foi algo assustador). Politicamente são equilíbrios muito difíceis por sermos individualistas. Entre 1918 e 1923 tivemos 29 governos: a tensão e o conflito eram permanentes. Entre 1919 e 1918 temos a participação do país na I guerra mundial – apesar de tudo foi muito bem gerido mas tivemos problemas acarretados pela participação na guerra. O equilíbrio das contas públicas dá-se quando se instaura um governo militar. Ao tempo das revoluções, temos um regime militar em que é indicado para ministro das finanças Salazar que sanou as contas públicas desde 1926 até 1964. Portugal foi dado como um país exemplar nas finanças públicas. Em contrapartida, era um ditador – impôs a disciplina num povo e políticos desgovernados. A sua preocupação foi desde logo as finanças públicas (tinha uma visão rígida). Os anos de 1916 e seguintes foram anos de muita disciplina orçamental, resolveu-se uma série de problemas – criação e escolas, etc. Em finais dos anos 50 deparamo-nos com a industrialização do país e elevadas taxas de crescimento. Associado a isto não se deve esquecer o processo de descolonização o qual Salazar soube gerir muito bem – o excesso de população que existia com excesso de emprego e retirar os benefícios das colónias. Permitiu modernizar o país, possibilitar a industrialização, etc. Portugal é um dos países que tem maiores reservas de ouro. O século XX (continuação) x 1974: instauração da democracia em Portugal x 1920-90: o país cresceu a uma taxa média anual acima dos 2% x A adesão à CEE e a implementação de reformas (fiscal, financeiras e sociais) x Na última década (2000-10), o PIB português cresceu quase sempre abaixo de 1% ao ano x O caráter estrutural da crise Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 13 Temos o país sob controlo, desenvolvimento económico, colónias (da Africa, à Asia, à Índia, etc). Em 1974 temos o 25 de Abril com a instauração da democracia em Portugal. Aqui entramos em desequilibro. Era normal que um país que nunca esteve habituado à democracia, quando “apanha” a liberdade, altera-se. Somos uma democracia ainda muito jovem comparada com países que já têm a democracia há séculos. De 74 até 86 – em 86 estávamos a preparar a adesão à União Europeia (12, ao tempo) – foi um feito magnífico. Apesar de tudo houve esta capacidade de adaptação, perdemos as colónias. Entre 1920 e 1990 o país cresceu a uma taxa média anual acima dos 2% (até 1995). O país estava sempre a criar emprego. O que contribuiu para isto? Até 1974 uma ditadura – foi um período de estabilidade. Há na altura CEE atual UE. Ao aderirmos à CEE tínhamos algo que contribui para a modernização social e económica. Como povo tivemos que nos adaptar, saímos de uma ditadura em que não se podia ir para o estrangeiro, os níveis de escolaridades eram muito baixos, a nível dos direitos fundamentais estávamos muito atrasados, tínhamos um código civil muito desatualizado, etc. A adesão à UE obrigou a conjugação dos nossos interesses com os interesses de toda a união. Todas as crises que vamos passando mais não são do que crises de crescimento. Portugal é um país com uma democracia ainda jovem que precisa crescer mais e tornar-se melhor. A reforma fiscal foi importantíssima, reformas financeiras (maior liberalização) e sociais (maior preocupação com questões sociais – segurança social, etc) – permitiram ao país modernizar-se e manter-se nos 12. Na última década temos o descalabro – fins de 1996/princípio do seculo XXI entramos em políticas económicas destabilizadas. O PIB português esteve quase sempre abaixo de 1%, praticamente nulo. Para além disso temos os problemas estruturais da crise. Em 1926 dá-se início à maior ditadura europeia do seculo XX. Portugal foi o país que teve mais tempo um ditador no governo. As causas da crise x O difícil ajustamento ao euro (a adesão em 1999) x A perda de competitividade das exportações nacionais x Os erros da política económica (“a paixão pelas obras públicas”) x Um endividamento excessivo (o incentivo a compra de habitação própria) x O decréscimo da produtividade Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 14 x Difícil ajustamento ao euro (a adesão em 1999): tínhamos o escudo e passamos a ter o euro com a adesão. Subitamente somos atirados para o clube dos ricos e passamos a ter uma moeda forte – produtos tornaram-se mais competitivos. Com o euro temos uma centralização da política monetária ao nível europeu que é dominada pelos países exportadores, p.e Dinamarca e Alemanha. Nota: ditadores estão associados a momentos de grande instabilidade económica e social (mas também afetou os alemães). A política monetária é definida por vários países. Isto será benefício dos países menos industrializados? Precisaríamos adaptar-nos ou aumentar a nossa produtividade ou eficiência. No caso português tem sido sempre uma corrida contra o tempo. Em termos de sociedade civil somos “brilhantes”. Ao entrar para a CEE tivemos que nos sujeitar às regras. No entanto houve muitos benefícios, tivemos sempre a balança positiva. x A perda de competividade das exportações nacionais – com a moeda forte os nossos produtos passam a ser vendidos a preços muito elevados. Foram os erros da política económica que nos arrumaram, não foi o ajustamento do euro. Um dos principais euros foi exatamente a: x Os erros da política económica (“a paixão pelas obras públicas”). Para além disso temos caraterística sociais e culturais. P.e as mordomias que os ministros possuem – os cidadãos veem isto com maus olhos. O facto de gostarmos de grandezas, exibirmos o nosso estatuto, retrata o país que temos, um país centralizado que esquece a realidade. Temos a paixão pelas obras públicas, os ministros sabiam disso, mas continuaram nessa onda. x Um endividamento excessivo (o incentivo a compra de habitação própria) – endividamento excessivo do Estado e dos cidadãos. A Europa ao ver do FMI é transparente. O endividamento de facto existe no caso do Estado; e no caso dos cidadãos? Também, mas ao ver do FMI, este último endividamento (dos cidadãos) era desculpável. Os códigos fiscais, o próprio IRS incentivava porque os juros vão ser reduzidos à… São poucos os que são proprietários, temos sociedades ainda desequilibradas. Assim, há o sonho de sermos proprietários. Então, o governo cria ilusão de sermos proprietários – empréstimos acrescidos, economia sobreaquecida com preços de habituações elevadas, e caros impostos – de facto é uma realidade negativa mas o investimento foi supérfluo. Por um lado, as políticas económicas empurram os cidadãos, e por outro é desculpável porque não foi endividamento para consumo (houve uma pequena percentagem mas não foi muito significativa), tivemos um bom senso para não gastar só em consumo. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 15x O decréscimo da produtividade – perceber as causas disto. No tempo de Salazar tínhamos uma produtividade elevada; depois, já na fase democrática, houve um contínuo decréscimo de produtividade (talvez devido ao nosso modo de estar, não se sabe muito bem). Reforma da tributação do património; impostos atuais – IMI, IMT, imposto de selo, etc – precisam ser mais reformados. Bibliografia obrigatória: x Santos Pereira, Álvaro, Portugal, “Na hora da verdade, como vencer a crise nacional”, Gradiva, 2012, Pág.29-54. x Teixeira, Glória, Manual de Direito Fiscal, 2ª edição revista e ampliada, 2012, págs.48-51. Questões, dúvidas: Causas da crise, insustentabilidade do Estado social: a questão da segurança social é uma questão muito sensível. Também contribuiu para as políticas sociais mas, não será o tal preço que temos de pagar para uma sociedade civilizada? Pensa-se que sim. Ver trabalho que está no sigarra. A Inglaterra estava a viver maus momentos em termos de segurança social devido a subsídios “chorudos”. A segurança social estava a ter efeitos perversos porque em vez de estar a acudir situações sociais preocupantes, estava a atirar as pessoas para a pobreza e incentivar a preguiça. No nosso caso, estamos a uma grande distância de corrigir erros que outros já corrigiram em termos de segurança social. Um dos jornais de hoje, diz que o FMI critica o governo por não ter conseguido perceber o funcionamento da segurança social. A posição do FMI é clara e transparente, pede um abaixamento da fiscalidade, das taxas dos contribuintes obrigatórias para a segurança social. Isto está diretamente relacionado com os impostos- contribuições para a segurança social são verdadeiros impostos. Isto tem implicações também no consumidor, que precisa de emprego para consumir. Quando dissemos que a SS pode ser um fenómeno inibidor do trabalho – se os cidadãos fossem socialmente responsáveis, talvez esta questão não se desse? Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 16 No fundo, queremos ser reconhecidos na nossa coletividade. O problema da SS prende-se fundamentalmente com as incapacidades, pessoas que à partida não têm as capacidades necessárias para o trabalho, p.e inválidos, pessoas que tiveram acidentes e não conseguem competir no mercado. Há quem diga que esses são os coitadinhos, os inabilitados. No entanto há outra caraterística: aqueles a quem não foram dadas oportunidades ou, algumas exceções, em que conseguiram encontrar uma ou outra oportunidade. Quando estas não são fornecidas, tudo se torna num espiral do qual os cidadãos não saem. Aí entra o Estado com a segurança social. P.e a suíça – os mais ricos suporta, de facto, os menos favorecidos – tem um sistema forte (com apoio na velhice, entre outros apoios sociais). O Estado é importante mas também a coletividade – importância do coletivo na comunidade. Amanhã vamos iniciar com o orçamento (é das matérias mais complexas). 27-09-2012 Conceitos fundamentais: x A previsão de receitas e despesas x A necessidade de autorização x A regra da anualidade (1 de Janeiro a 31 dezembro) x A distinção orçamento/conta Hoje vamos tratar a matéria orçamental. Existe dois lados do orçamento (receita e despesa). Primeiro, o que é o orçamento e diferença para conta. O orçamento é uma previsão. A conta é o resultado. São conceitos importantes tanto para as finanças públicas como para o direito fiscal. Em ambos importa conhecer as normas jurídicas e a sua interpretação. Nas finanças públicas não se trata a contabilidade, mas sim a contabilidade pública. Não a vamos tratar porque é matéria mais para economistas embora na nossa legislação tenha a lei da contabilidade pública – será necessária para o futuro. Distinção fundamental a fazer: orçamento e conta. É importante termos bons técnicos que prevejam devidamente a evolução. É sempre uma previsão e, qualquer previsão pode estar sujeita a acertos. Nos dois últimos anos, quando lemos “orçamento retificativo” significa que a previsão não foi correta. No caso português temos tendência a ser demasiado otimistas nestas matérias quando devíamos ser mais realistas. Por vezes temos a preocupação de fazer boa figura (convém ter realismo). Previsão de Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 17 receitas e despesas. No âmbito das receitas, as principais receitas são os impostos, as taxas e os preços – não esquecer as contribuições para a segurança social como verdadeiros impostos. Relativamente às despesas, é muito importante a visão realista. Previsão de receitas e despesas. Há um princípio fundamental que é a necessidade de autorização ou seja, o governo só pode gerir o país através de previsões se estas forem legitimadas pela AR. Trata-se de um documento bastante complexo – tem de ser aprovado, autorizado pela AR, tal como os impostos. Os orçamentos são anuais – vamos fazer previsão relativa a um determinado ano. Não é assim em todos os países. No final do ano o governo executa o orçamento. A previsão termina quando o ano termina e se vê a conta. Princípios e regras fundamentais x A regra da unidade: é uma regra muito importante; é uma regra capital. Devia ser uma regra que não deveria admitir exceções. O orçamento de Estado, como foi dito na 1ª aula, o Estado é centralizado pelo menos nas constituições atuais, são Estados que cada vez mais se querem práticas em que os cidadãos possam participar ativamente – descentralização. Nos Estados unitários, há esta descentralização, Estado central governo, ministérios, e alguma descentralização – os órgãos dependentes; e depois temos a descentralização com as autarquias locais e regiões autónomas. O orçamento de Estado, para cumprir esta regra, deveria incluir todas as receitas e despesas do Estado seja ele Estado central, local e estado regional, para evitarmos os problemas que estamos a ter. Isto é o que deve ser. Contudo, na verdade, temos uma pluralidade de orçamentos. O Estado central elabora o seu orçamento, as autarquias locais têm também o seu orçamento e as regiões autónomas têm também o seu orçamento. Isto desde logo em termos de orçamento não dá uma ideia completa, engloba o ministério das finanças. A regra da unidade - deve existir apenas um único orçamento. O orçamento de Estado - e note-se a timidez do Estado português nesta matéria que já foi alertado por OI’s - inclui receitas e despesas e dentro do orçamento, vamos ter um orçamento autónomo relativo à segurança social. Há um orçamento mas temos um suborçamento no orçamento de Estado. Na Holanda o orçamento é um, são as políticas sociais e os impostos para cobrir essas despesas – na saúde, educação, etc. Temos, portanto, principio regra, regra da unidade; no caso português admite exceções – temos orçamentos das regiões Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 18 autónomas e locais e, dentro do próprio orçamento, temos o orçamento para a SS. SEE – setor empresarial do estado; SEL – setor empresarial local. Esta realidade está em vias de transformação por exº no caso português. O setor empresarial do Estado é chamado aqui porquê? Porque o setor empresarial do Estado, embora tenha muitas despesas, não consolida nem nas despesas nem nas receitas, está fora do orçamento do estado. Com a crise, em Bruxelas dizem: o Estado atuando com empresas públicas… . O que nos diz o TUE: quando um Estado atua no mercado, sai da esfera pública – mal. O Estado não sai da esfera pública. Estamos a pagar o preço de toda a atuação do Estado na esfera comercial – as PPP, etc. – são empresas comparticipadas pelo Estado. Não é dado aos cidadãos o acesso a essa informação porque o Estado atua na sua veste privada – é uma contradição; não há transparência. É o estado, somos todos nós, a atuar na sua veste privada. Tudo isto fugiu do orçamento. Todavia, para efeitos de dívida, tudo o que é Estado conta. Assim, começou-se afazer um levantamento de todo o setor do Estado, e concluiu-se que estava deficitário. O perímetro do Estado ficou muito circunscrito para efeitos de fiscalização. Se está fora do perímetro, está “escondido”. Não sairá para o exame o setor empresarial do estado porque é uma matéria que está a ser analisada e revista. Assistimos a nacionalizações de bancos, p.e, e ao mesmo tempo assistimos ao seguinte: o Estado deve retirar-se de áreas em que, de facto, não tem competências – mais grave é que são setores altamente deficitários. Temos um processo de privatizações em que o Estado pensa, um pouco forçado, privatizar em 40% a CGD. Privatização da TAP – empresa deficitária, setor empresarial do Estado, privatizou-se porque as despesas são excessivas. x Regra da especificação: as receitas e as despesas devem ser especificadas. Crítica: as receitas, são sempre muito bem especificadas – os impostos, etc; o problema está do lado das despesas. Neste lado existe a especificação, a despesa tem de estar lá, mas do ponto de vista contabilístico têm de ser agregadas. Tudo tem de ser agregado, somado, para dar uma visão da realidade. Não há suficiente especificação nos orçamentos portugueses. Deviam ser mais transparentes e deveríamos ter mais conhecimento do lado da despesa. A constituição diz que o orçamento deve especificar as receitas e as despesas dizendo que as despesas devem ser elencadas de acordo com duas classificações: a classificação funcional e uma classificação orgânica. No caso da despesa temos Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 19 especificação por ministério – classificação orgânica (despesas são apresentadas em função do organismo que necessita). A classificação funcional tem em vista o fim da despesa - se é uma despesa de natureza social, cultural, etc - isto é o que obriga a constituição. São classificações relativamente gerais. Não deveríamos pensar em regras mais objetivas para sabermos no fundo as coisas? São, efetivamente, regras muito gerais. x Regra da não compensação (universalidade): todas as receitas e despesas devem ser incluídas no orçamento sem qualquer desconto ou compensação. P.e, previsão e arrecadação de IRS, não se vai deduzir às receitas de IRS as despesas com a cobrança, as despesas com eventuais incumprimentos. x Regra da não consignação: não pode haver alocação/afetação de receitas a despesas específicas. P.e, no caso de consignação, no orçamento de Estado não pode existir uma rubrica que diga: 10% não pode, 1% da receita de IRS vai ser consignada a pagamento de bolsas aos estudantes do ensino superior – consignação de receitas; estaríamos a afetar 1% das receitas de IRS a que despesa? Financiamento do ensino superior, em caso concreto, atribuição de bolsas. Há exceções. Em que áreas fundamentais? Os sucessivos governos têm afetado parte da receita do iva 5% para a cobertura das despesas da SS – consignação e exceção há regra. Não deveria haver consignação. Exceções há regra da não consignação: consignação do IRS para instituições de beneficência – parte do IRS pode ser entregue a instituições. Assim, pode haver exceções no caso da unidade e do princípio da não consignação. Disposições legais relevantes x Os artigos 105º a 107º da CRP x A lei do Enquadramento Orçamental: artigos 1º a 8 Nos sistemas civilistas, as normas são gerais e abstratas. No caso português ainda mantemos algo mais antiquado. O CC já devia ter sido atualizado. Nas normas gerais e abstratas cada palavra pesa. Nos sistemas civilistas é muito importante o que significa cada palavra. Quem tem mais poderes ao nível judicial? São os juízes civilistas ou os juízes da anglo-saxónica? Nos sistemas anglo-saxónicos, a norma é de Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 20 raiz jurisprudencial, eram os juízes que iam fazendo a lei (com base nos casos concretos que iam sendo julgados). Os juízes, nos países de tradição civilista acabam por ter mais poderes do que os juízes dos sistemas anglo-saxónicos; se a norma é mais específica o juiz está mais “preso”, não há muito azo a interpretação, à medida que se especifica a norma, reduz-se. À nossa simplicidade de sistematização contrapõe-se a complexidade de interpretação. O que diz a constituição: O orçamento de Estado contém: a discriminação das receitas e despesas dos Estados incluído… (ver artigo). O que está fora do Estado centralizado: autarquias locais, regiões autónomas e setor empresarial do Estado. O que contém o orçamento de Estado: as receitas e despesas; o orçamento da segurança social. nº2 105º nº3 – orçamento é unitário e especifica as despesas segundo a respetiva classificação orgânica e funcional. 105º nº4 – execução orçamental que se vai falar mais adiante. 106º – Elaboração do orçamento (vamos falar na próxima aula) - respetivas fases. A 3ª fase ao nível orçamental é a fiscalização – fase muito importante. A fiscalização tem sido extremamente deficiente. Os nossos representantes devem ser mais incisivos, mais ativos e estarem mais atentos à execução orçamental pedindo mais contas ao governo. Se atentarmos no parlamento europeu, os deputados são muito interventivos e específicos. Temos normas mais que suficientes. A fiscalização é feita por três entidades: AR – fiscaliza a execução orçamental; fiscalização do tribunal de contras; fiscalização da inspeção geral de finanças. Deficiência desde logo ao livel parlamentar – no setor empresarial do Estado, não tínhamos acesso. Alargou-se o âmbito de fiscalização do tribunal de contas. O nº de inspetores foi muito reduzido. Falhas ao nível da AR que deveria estar atenta às atuações do Estado. A empresa pública é concorrencial, pratica os seus preços – são os nossos impostos a financiar tudo isso. Lei do enquadramento orçamental ler apenas os arts.1º a 8º - para efeitos de exames, apenas os mencionados nas aulas teóricas. Bibliografia Teixeira Ribeiro, José Joaquim, Lições de Finanças Públicas, Coimbra editora, 1997 (reimpressão), páginas 49 a 90. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 21 3-10-2012 O orçamento: continuação. Bibliografia: ver documentação em anexo. x O equilíbrio do orçamento: os vários conceitos de equilíbrio 1. Equilíbrio despesas efetivas e receitas efetivas (ver art 9 nº2 LEO e a opção do legislador pelo equilíbro primário que incentiva o endividamento do Estado e consequente agravamento da dívida pública) 2. Equilíbrio despesas ordinárias e receitas ordinárias 3. Equilíbrio entre despesas correntes e receitas correntes 4. Equilíbrio (equidade) intergeracional (ver art 10 LEO) 5. A estabilidade orçamental (ver art. 10º-A LEO) Ficamos na aula passada na página 90 do livro de Teixeira Ribeiro. Equilibrio orçamental tem extrema importância e, no caso português, tem sido bastante desporada. Fica a questao se a própria lei não terá contribuído para os desiquilíbrios que vivemos hoje. Esta matéria na prática é bastante complexa. - livro de Teixeira Ribeiro está desatualizado. O slide 5 tem uma novidade na legislação, ds sistemas anglosaxónicos, a utilização de distinções e noções fundamentais. O que é o equilíbrio orçamental? Um orçamento em equilíbrio ou está em posiçao 0 ou tem superavit, em que as receitas excedem as despesas. O objetivo que deveria estar expresso na legislaçao é que os orçamentos devem ser equilibrados e o equilíbrio significa saldo 0 ou positivo. LEO e LOE são diferentes. A LEO regula o orçamento, desde a sua preparação, execução e fiscalização. Vamos disciplinar as regras orçamentais, como o orçamneto deve ser feito, executado e fiscalizado. Nota: podemos usar breviaturas no exame. A própria lei dá-nos várias noções de equilíbrio. Isto faz sentido? Não deveriamos ter só uma noção de equilíbrio? A legislação portuguesa não é clara nem perfeita. 1. Equilíbrio entre receitase despesas efetivas: O orçamento pode estar Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 22 equilibrado em relação as receitas e despesas efetivas, (pág.92 teixeira ribeiro) - são as despesas que diminuem e as receitas que aumentam o património do Estado. Na noção de património incluimos bens móveis, imóveis, ativos financeiros, todo o tipo de bens materiais ou imateriais com valor económico. Mas o que nos diz a lei? www.oa.pt (site da ordem dos advogados) Noção de equilíbrio do art.9º LEO – equilíbrio entre receitas e despesas efetivas (aumentam e diminuem o património do Estado) – a noção estaria perfeita se no art.9º parte dessa noção do equilibrio entre receitas e despesas efetivas mas inclui uma excepção: “sem prejuizo dos arts. 23º, 25º e 28”. Aqui adere à noção de equilibrio das receitas e despesas efetivas no nº2. Nº 3 – temos a constituição do património financeiro. Nº4 – a diferença entre receitas e despesas efetivas coresponde o saldo global mas no nº5 diz-se que é a diferença mas deduzida dos encargos com os juros da dívida. Não é uma noção rigorosa porque vai tirar da despesa os juros da dívida, que obviamente que são despesas também Teixeira Ribeiro diz que isto faz com que se diga que o orçamento do Estado está equilibrado quando de facto não esta, está endividado. É uma das críticas feitas. Este equilibrio, que é o adotado no orçamento de Estado, distorce e incentiva aos empréstimos, a criação de dívida. Este equilíbrio entre receitas e despesas efetivas – nós sabemos que dentro do orçamento de Estado, temos o orçamento da SS – ao nível do orçamento de Estado qual a posição do legisador em sede de SS? Em sede de SS o legislador é rigoroso, não ha excepção dos juros da dívida. Também nos orçamentos das regiões autónomas isto acontece. Como sabemos, os orçamentos das regiões autónomas são autónomos do orçamento de Estado – noção de equilíbrio para as regiões autónomas é entre receitas e despesas efetivas, sem a exceçao dos juros da dívida. Opção do legoislador pelo equilibtrio primário que incentiva o endividamento. 2. Equilíbrio entre receitas e despesas primárias - esta distinção foi usada no passado; sao as despesas ou receitas que são frequentes, periódicas. A estas contrapoem-se as extraordinárias (despesas - ex investimentos, contratos pluri anuais, etc; receitas –ex património do Estado vendidos). 3. Equilíbrio entre receitase despesas correntes – ha uma similitude com a noção anterior. Aqui podemos incluir as despesas de capital. As despesas correntes são as normais, p.e água, pagamento de funcionários,etc. As despesas de capital são as dos juros da dívida, etc. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 23 4. Equilíbrio (equidade) intergeracional - Atualização em relação ao manual de Teixeira Ribeiro – embora a LEO não fale de equilíbrio, implicitamente está lá que tem que existir equilíbrio entre receitas e despesas não só para o ano em que se reporta o orçamento mas também um equilíbrio intergeracional (da SS). É necessario olhar também para o futuro das próprias gerações. É muito importante estar atento aos grandes investimentos, etc, que vão comprometer e afetar as gerações futuras. Agora a LEO enquadra esta preocupação. Tem de estar ciente e informar os cidadãos dos compromissos que vão ser assumidos por futuro (deve existir transparência). Este equilíbrio intergeracional é, de fato, importante e, os nossos governantes, têm que informar os eleitores. Esta noção está a dar os primeiros passos. Estabilidade orçamental – pressupõe que as previsões sejam o mais aporoximadas possível da realidade, tanto as despesas como as receitas. Os orçamentos retificativos significam que as previsões são demasiado otimistas. Preparação e votação do orçamento O ponto de partida é sempre um PEC (plano de estabilidade e crescimento). É um passo prévio na preparação do orçamento. O segundo é de natureza política. Do ponto de vista formal que entidades estão envolvidas na preparaçao do orçamento? Dentro do governo, a entidade competente é o ministério das finanças e, dentro deste, é a direçao geral do orçamento, e por fim as finanças, a autoridade tributária, que é cobrador de impostos, etc. Há também outras entidades que participam na elaboração do orçamento. Temos o prazo limite para apresentaçao da proposta de lei do orçamento pelo gov à AR – tem de ser apresentado até 15 de outubro. Nós estamos hoje a 12 dias do prazo limite. Deixamos sempre tudo para o último momento, falta de planeamento, etc. As coisas não estão bem, isto dá uma sensação de insegurança para os eleitores, é porque falta analisar ainda informaçoes. Entra a proposta de lei na AR e a fase seguinte é a discussão, na generalidade e especialidade, em comissões especializadas (art.12-F LEO). A proposta de lei terá que ser aproovada para se transformar em lei e há prazo para isso – votação da proposta de lei de orçamento no prazo de 45 dias após a data de emissão. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 24 Hipóteses de resultados de discussão da proposta de lei do orçamento: 1. Aprovação sem alteração da proposta de lei de orçamento; 2. Aprovação com alteração da proposta de lei de orçamento – isto acontece com muita frequência, principlamnete quando o orçamento é discuitdo na especialidade; 3. Nao aprovação – neste caso o governo terá de preparar uma nova proposta. Aprovada a lei, terá de ser publicada do diário da repúlica Pergunta que sai muitas vezes no exame: Distinga Lei do Enquadramento Orçamental ( é a lei que serve de base para a elaboração, execução e fiscalização do orçamento) de Leis Orçamentais (são as leis aprovadas pela AR). Estrutura do OE É constituido pelo articulado e pelos mapas orçamentais. O articulado é a parte mais jurídica, onde encontramos por arts. Os mapas é quando se entra na discriminação das receitas e despesas. Geralmente, os mapas e outra informação que é muito pesada nem sempre são publicados ao mesmo tempo no OE, lei permite um período de tempo para tal. Ver art.30º LEO. O orçamento de Estado começa a ser executado, em rigor, logo a 1 de janeiro do ano respetivo, ou seja, começa toda a máquina do setor público administrativo a realizar as despesas necessárias para as funçoes mínimas do Estado. Execução orçamental Ao nível da execução orçamental deve fixar-se uma série de princípios ou critérios ordenadores. A execução orçamental tem por base a lei da contabilidade pública. Em termos de contabilização de despesas e receitas há o SNC (sistema de contabilização de despesas e receitas) e a contabilidade pública – esta lei não sei no exame. O orçamento que vai ser executado de 1 de janeiro a 31 de dezembro. Em principio se as previsões forem o mais aproximadas possível, não haverá orçamentos retificativos – deverá vigorar para todo o exercício económico, tais como não poderão ser lançados novos impostos, de acordo com o princípio da legalidade e da anualidade do orçamento. As leis são para se cumprir. O que é que nos dizem os artigos 42º, 44º, 45º da LEO. No âmbitor do equilírio orçamental, não esquecer ler as ressalvas dos arts.23º,25º e 28º. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 25 Critérios: x Princípio da segregação das funções – implica que as entidades responsáveis, aquelas que têm autoridade para autorizar os pagamentos não podem ser as mesmas que efetuem a despesa. Tem de haver uma separação entre a entidade que ordena e a entidade que executa. P.e realizaçao de uma determinada despesa de um determinado serviço - tem de ser autorizada pelo diretor de serviço e este autoriza. Não pode ser ele a assinar o cheque uma vez que o pagamento tem de ser feito por uma entidade diferente – isto ao nível das despesas. Já ao nível das receitas, tem de haver uma separação entre liquidação e o cobrança. Quem cobra são as finanças, e os elementos de liquidação são dados pelos contribuintes.Tem de haver separação de funções para evitar abusos ou falta de transparência. x A despesa tem de ser realizada por duodécimos - se a despesa está prevista para um ano não pode um serviço num mês gastar toda a verba que lhe estava reservada. A despesa tem de ser distribuida proporcionalmente pelos 12 meses para garantir que o Estado tenha dinheiro para pagar os vencimentos dos trabalhadores ou despesas de eletricidadde, etc – preocupação de eficiência. x Tem de haver autorização de despesa e do pagamento – despesas têm de ser autorizadas bem como o respetivo pagamento. x 4º - é muito importante. As receitas têm de estar, tanto ao nível da contabilidade pública como ao nivel do orçamento, devidamente classificadas e inscritas. A classificaçao dos impostos, p.e receitas, o IRS, IRC, IVA, etc. Inscritas, ou seja, tem-se de fazer uma previsão; inscrição pressupoe uma previsão da receita mas aqui, contrariamente à despesa, a receita não precisa de estar obrigatoriamente fixada. Aqui é que a previsão tem de funcionar como uma previsão. Previsão para 2012 é X – não chegou, a receita caíu. O mesmo nao se passa ao nível da despesa – esta tem de estar inscrita, classificada. Depois, há também um outro termo que é extremamente importante - cabimento orçamental das despesas. Não pode ser ultrapassado o montante máximo ao contrário das receitas. Despesa tem de ter cabimento. Se é apresentada uma que excede o montante autorizado então não pode nem deve ser autorizada. 1º tem de estar prevista, inscrita. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 26 Algumas distinções fundamentais A execução do orçamento pressupõe a execução das receitas e execução das despesas. Obedecendo a regras de execução, o objetivo é que no final e ao longo do ano o orçamento esteja equilibrado mas pode não acontecer. As despesas estão certas, estão cabimentadas mas o problema é com a receita que tem vindo a cair. Se a receita não atinge os níveis exigíveis temos uma situação de desiquilíbrio. Pede-se que os diferentes serviços executem e mantenham um equilíbrio nos respetivos orçamentos. Ao nível do setor público administrativo admite-se três níveis – temos a administração central, administração autárquica e admnistração regional. Cada um destes setores tem o seu orçamento que obedecem evidentemente à constituição, temos os orçamentos das autarquias locais e orçamentos das regiões autónomas. Dentro do setor público administrativo temos a administração central temos dois tipo de serviços – integrados (dotados de autonomia admin) e serviços e fundos autónomos que se distinguem dos outros por terem autonomia financeira; podem realizar a sua despesa mas com respeito pelas normas de execução orçamental nomeadamente o cabimento – nao ultrapassar as despesas. Entram nesta area das universidades p.e que sao entidades com autonomia administrativa e financeira. Nos arts 23, 25 e 28 fala-nos nestes tipos de serviços, daí a importância desta distinção. Tópicos para discussão: x Distinçao entre LEO e LEO. - Ver a dgo, ver o orçamento de Estado para ter uma visão geral do mesmo. x A LEO contém vários conceitos de equilíbrio. Concorda com esta afirmaçao? Esta questão é extremamente relevante. A questao do equilíbrio orçamental e os seus varios conceitos. Aqui temos de fazer uma interpretaçao dos artigos que a prof nos explicou. Para efeitos de exame é recomendável atentar nestes artigos. A complexidade da questao faz apelo ao trabalho de cada um. Nesta questão era exigido o seguinte: 1º definir os vários tipos de equilíbrio orçamental; depois, o prof Teixeira Ribeiro dá uma perspetiva histórica destes conceitos, é útil; dizer que em determinadas fases se adotou esta noçao de equilibrio; entrando mesmo na questao, deve olhar-se para a LEO, art.9º e falar de um equilíbrio geral e do primário. Depois, e aqui é mesmo para refletir, no fundo entao qual é a posiçao do legislador nesta matéria? Que tipo de equilíbrio, olhando para este art.9º e interpretando os arts.23º, 25º e 28º. Noutros artigos o legislador dá-nos alguns assentos (p.e o equilíbrio da SS). Devemos criticar sempre o dito equilibrio primário uma vez que este é criticavel Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 27 pelo facto de nao integrar os juros da divida nas despesas efetivas. Bibliografia obrigatória: x Teixeira Ribeiro, José Joaquim, Lições de finanças públicas, Coimbra Editora, 1997, pág.90 a 103. Nota: Amanhã falaremos da fiscalização, entidades fiscalizadoras e terminaremos a parte do orçamento. 4-10-2012 A fiscalização do orçamento. A conta geral do Estado. Bibliografia: Teixeira Ribeiro, Finanças Públicas, Coimbra editora (qualquer reimpressão é válida) Conclusão da matéria sobre o orçamento de Estado. Vamos falar da fiscalização orçamental. Fiscalização do orçamento e conta x Bibliografia: Teixeira Ribeiro, pág.126 à pág.130 Com esta matéria está terminado o livro do professor Teixeira Ribeiro. No livro de Teixeira ribeiro há legislação que não está atualizada. Devemos atentar ao conteúdo mas a referência a legislação é para ignorar. Estivemos a falar de orçamento e há desde logo uma definição importante que deve ser tomada em consideração – diferença entre orçamento e conta. Orçamento é uma previsão, deverá ser a mais aproximada possível. Os nossos políticos serão tanto mais competentes quanto mais as previsões fossem mais próximas da realidade. A previsão, seja das receitas seja a execução das despesas – tem sido complicado porque formalmente as despesas têm de ser classificadas, têm de ser inscritas no documento organizado e têm de ter cabimento, ou seja, não pode ser ultrapassado o limite máximo na respetiva rubrica tudo isto na lei de contabilidade pública. Previsão que se pretende que seja a mais aproximada possível. Falamos seguidamente da execução que vai de 1 de janeiro a 31 de dezembro. Quando chegamos a 31 de dezembro o orçamento foi completamente executado e, a partir desse momento, o governo começa a preparar a chamada conta. Isto porque o orçamento, todo ele já se executou e, Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 28 depois, temos o resultado. Este, não é mais do que a conta; vamos olhar para o saldo, para toda a execução das receitas e das despesas e vamos ver em que estado estamos. A situação é de equilíbrio ou superavit. O equilíbrio incentiva o endividamento, dá a sensação que temos capacidade para nos endividarmos. Os bancos, no caso BPN, a divida para nós, contribuintes, pode ascender a 6 milhões que vão ser pagos por nós através de impostos. As próprias políticas e a própria legislação induziram neste sentido. Foram avisados mas as teorias económicas e financeiras sempre acreditaram que o melhor seria o endividamento. Todavia, esse não será o melhor caminho. Na conta, temos um resultado e o ideal era que fosse positivo. Porquê? Porque défices e dívidas permanentes levam ao aumento do desemprego porque a economia não cresce, não crescendo não gere emprego e, por conseguinte, conduz a desigualdades sociais. Ou temos superavit ou um défice. Quem é a entidade competente para a elaboração da conta? É o governo que elabora a conta. Esta, é apresentada na AR para aprovação no parlamento. Tem de ser acompanhada do parecer do tribunal de contas – entramos aqui na fiscalização. Toda a atividade do governo, toda a sua gestão (conta) vai ter de estar plasmada nessa conta que antes de aprovada na AR é enviada ao tribunal de contas que vai emitir um parecer. O parecer acompanha a conta e, então, o governo apresenta na AR a conta juntamente com o parecer. A conta pode ser rejeitada pela AR – pensa-se que isso nunca aconteceu mas poderia acontecer. Muitas vezes, o parecer do tribunal de contas não é muito favorável da conta geral do estado; o tribunal de contas coloca muitas reservas e muitas dúvidas. Só quando se apresenta a conta é quetemos o resultado, depois vai ao tribunal de contas e depois à AR. Será que esse é o único nível? Não. Há uma fiscalização sucessiva quase contínua no caso português da execução orçamental. De que modo? A fiscalização faz-se desde logo pelo próprio ministério das finanças através de uma direção própria, e através da fiscalização da aplicação de regras de contabilidade pública ou seja, a entidades públicas têm de aplicar/seguir a lei da contabilidade pública e, portanto, há uma fiscalização pelo ministério. Há mesmo inspeções dentro da própria AP. Para além da lei de contabilidade pública há uma segunda – que é feita pelo inspetores de finanças. Estes, vêm periodicamente e visitam as próprias instalações para verificar faturas, contratos, documentos. Há, portanto, este processo de fiscalização ao longo do ano. M 3º nível de fiscalização é o que é feito ao nível da AR – há uma comissão especializada encarregue de levar a cabo a fiscalização também da execução orçamental. Temos aqui três níveis de fiscalização ao qual ainda juntaríamos um 4º que é o do próprio tribunal de contas. Este fiscaliza também previamente, sucessivamente. De que modo? Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 29 Aparece aqui a figura do visto, ou seja, despesas de maior valor têm de ser previamente validadas pelo tribunal de contas. O governo tem de consultar o tribunal de contas e este tem de autorizar a respetiva despesa. Este visto tem vindo a ser aligeirado. P.e há 10 ou 15 anos atras qualquer contratação de um funcionário público estava sujeita a visto do tribunal de contas. Tinha de ir ao tribunal de contas para ter a respetiva autorização, Todavia, agora já não é assim. Só mais ao longo dos últimos que apareceram estas figuras hibridas. Não vai ser pedido no exame os pormenores mas, se quisermos, vamos ao site do tribunal de contas e encontramos legislação, jurisprudência. Não é informação exigível, apenas em mestrados. Noções fundamentais: orçamento e conta geral do Estado (contrapõem-se) – sai muito em exame. Ao nível da fiscalização: descreva os diferentes níveis de fiscalização do orçamento/execução orçamental. Aqui teríamos de falar da fiscalização da AR e depois a fiscalização sucessiva – AP, inspetores de entidades tributárias e tribunal de contas. Ao nível da constituição relativamente a esta matéria: art.105º, 106º nº1, nº2 (conteúdo – articulados e mapas), nº3 (diferentes documentos que devem acompanhar o orçamento de estado); 107º cuja epígrafe é exatamente fiscalização. No exame, trazer para além da legislação, trazer os artigos da constituição. Relativamente ao art.107º tem praticamente condensado tudo isto que foi explicado hoje: quem faz a fiscalização, atividades desenvolvidas, etc. Só não fala na fiscalização sucessiva (só fala no manual de Teixeira Ribeiro). Na próxima semana vamos começar com a matéria das receitas, dos impostos – receitas fiscais, análises técnicas, etc. 10-10-2012 Acórdão do STA – é muito elucidativo porque trata de diversos aspetos em sede de orçamento de Estado desde a questão de inscrição e classificação das receitas, desde a questão da aplicação de alguns artigos da LEO. Relativamente ao acórdão é o Recurso 1159/11 de 26/09/12. Este recurso/acórdão será analisado nas aulas práticas. Hoje vamos iniciar a matéria das receitas, dos impostos (consultar legislação). Lecsite – contém os códigos aos quais podemos aceder mas apenas na faculdade. São códigos relativos ao direito comercial e fiscal (código do IRS, IRC, IVA, e outros). O que é obrigatório em termos de códigos são os três principais impostos: o IRS, o IRC, o IVA e a lei geral tributária (do IVA). Para o exame pode levar-se códigos Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 30 anotados.Útil em termos de exame: o ponto de partida e de chegada nesta disciplina são sempre os conhecimentos teóricos, o domínio do princípio e das técnicas é fundamental. No 2º semestre, continuaremos, e a preocupação será olhar para o direito fiscal em ação, para a sua colocação prática através da análise de jurisprudência (aplicar a lei aos factos). Logo no início do livro, verificamos referência à jurisprudência do STA, principalmente os tribunais centrais administrativos. No exame de finanças públicas, só conterá questões teóricas, ao contrário do exame de direito fiscal que conterá casos práticos (semelhantes aos casos práticos realizados nas aulas práticas). Logo na 1ª página afirma-se que, em Portugal, mais de 35% da riqueza produzida anualmente é entregue ao Estado. Esta afirmação dá-nos conta do peso dos impostos. Em Portugal, de facto, a carga fiscal é extremamente elevada (estamos em 2º lugar; em 1º lugar temos a Argentina como o país que nos últimos tempos tem feito recair mais carga fiscal sobre os contribuintes). Análise do direito fiscal: vamos analisar em termos teóricos nas FP e depois em termos práticos do DF, os impostos. Temos um rol, de facto, extenso de impostos. Todavia, culpa-se a troika pelo ônus, pela carga fiscal. No entanto, as recomendações da troika são no sentido de que não se agrave demasiado a carga fiscal. O anúncio de propostas agora para o orçamento de estado para 2013 para um aumento brutal de impostos. Ao nível internacional, as recomendações para Portugal são claras – carga fiscal tem de ser justa e reduzida. As despesas do estado são necessárias e temos de contribuir de acordo com o rendimento e património de cada cidadão como é óbvio. Temos impostos sobre o rendimento, impostos sobre o consumo e impostos sobre o património. Quando se refere os 35% temos de ter uma visão geral e completa do sistema fiscal. Só recentemente e por imposição da troika é que tivemos a unificação ao nível orgânico destes diferentes departamentos. Os impostos sobre o rendimento e consumo geridos por um departamento, e os impostos sobre o património eram geridos por outro departamento. Não havia sequer um departamento orgânico unificado. É necessário um organismo unificado com visão central. Agora há a chamada autoridade tributaria que tem um diretor geral e coordena todos os diferentes impostos. Este é um primeiro passo essencial. Ao nível orgânico, vamos num bom caminho apesar de obrigados. Temos uma autoridade tributária. Ao nível dos impostos temos uma carga fiscal muito elevada. Com a jurisprudência os próprios impostos se sobrepõem uns aos outros. Tem de existir mais aperfeiçoamento. Nos impostos sobre o rendimento temos o IRS (IVA é o imposto que mais receita gere). Nesta categoria de impostos, o IRS é o que mais receita gere. O das entidades coletivas tem muito maior capacidade económica (IRC). Isto significa apenas que temos um tecido empresarial reduzido. O IRC devia ser o imposto que Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 31 mais receita geraria, mas de facto é o IRS. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) em exame podemos utilizar a abreviatura “CIRS”. Ao nível dos impostos sobre o consumo: temos à cabeça os impostos aduaneiros (importantes ao nível de saber qual o tratamento fiscal das importações e exportações). Perceber o seu modo de funcionamento, enquadramento legal, etc que será feito posteriormente. Temos também o IVA, que é um imposto geral sobre o consumo, incide sobre os bens e serviços em geral; tributa-se o consumo em geral. Deve haver precaução porque temos também impostos especiais sobre o consumo (IECs). Estes impostos, como o nome indica são especiais incidindo sobre determinados produtos. Estes são os principais impostos sobre o consumo (IVA, impostos aduaneiros e IECs).Relativamente aos impostos sobre o património temos o IMI e o IMT. Todavia, falta um terceiro: imposto de selo (IS). Se atentarmos nesta listagem de impostos, rapidamente verificamos que há aqui, claramente, sobreposições. Umas são permitidas, outras têm de ser pensadas. No rol destes impostos, ainda nos faltaum imposto que não aparece com o nome de imposto – as contribuições obrigatórias para a segurança social (são verdadeiros impostos). Neste momento, o valor de impostos ultrapassa a fasquia dos 50%. Os 35% referidos anteriormente aumentaram para uma carga fiscal global superior aos 50%. Quando consumimos bens, é rendimento que já foi tributado e esse rendimento vai ser sujeito novamente a imposto. Ao nível do património, quando adquirimos imoveis, também vai ser objeto de tributação e, portante, teremos mais impostos sobre o rendimento. As rendas que advém do imóvel são tributadas. E depois, ainda, as contribuições obrigatórias para a segurança social. Há impostos fáceis de detetar, são instantâneos (IVA). Todavia, sobre o património não é bem assim. É todo um ambiente de impostos bastante pesado. Temos ainda as taxas, pagamos taxas, tarifas (equiparadas a preços). Ao nível do direito fiscal e das receitas vamos analisar três níveis que temos de ter em consideração: nível internacional (falamos dos tratados com dupla tributação). Ao nível legislativo, temos, x Em primeira instância, a constituição e os princípios constitucionais, seguindo- se os tratados sobre dupla tributação (são publicados no DR e encontra-se disponíveis no sitio da autoridade tributária; são sempre tratados bilaterais celebrados entre os Estados). x Num segundo nível, temos a legislação da UE (há dois instrumentos legislativos muito importantes que são as diretivas – têm de ser transpostas - e Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 32 os regulamentos; no direito fiscal encontramos ainda um código comum aos 27 países – código aduaneiro – regulamento). x Num terceiro nível, temos a legislação interna na qual se inserem os diferentes códigos que regulam os diferentes impostos (e são imensos). A classificação dos impostos e as matérias relativas aos instrumentos legislativos mais importantes será analisada no direito fiscal. Ler nota de abertura da 2ª edição uma vez que dá um enquadramento geral destes desenvolvimentos. É muito importante para os exames, ler, para além dos comentários e das anotações, o código em si (anotar a que parte diz respeito). Bibliografia: Glória Teixeira, Manual de Direito Fiscal, pág.27 a 31. Os restantes acórdãos já estão incluídos nos códigos anotados. 11-10-2012 Pág.34 do manual – definição de imposto e fins da tributação. No manual podemos recordar definições de imposto, taxa e a questão dos preços (quando o Estado atua na sua veste privada). O Estado, devido à sua intervenção na economia (intervém nas mais diversas áreas), faz com que esta matéria seja relevante. Fins da tributação Alguns impostos são progressivos, p.e o IRS. O principal fim é o da redistribuição da riqueza, uma missão um pouco tradicional. Hoje em dia fala-se na igualdade de oportunidades, isto é, dar a todos a oportunidade a de aceder a essa riqueza. O fim essencial é a cobertura das despesas e só depois a redistribuição. De facto, os impostos não estão talhados para redistribuir riqueza, pelo contrário. Se integrarmos as contribuições para a segurança social no conceito de imposto, assume-se como a figura que mais contribui para a redistribuição da riqueza. Recebemos rendimentos através do sistema de segurança social sendo que permite corrigir estas desigualdades. As próprias estatísticas mostram-nos esta realidade, isto é, este problema da redistribuição da riqueza tem sido uma luta permanente. Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 33 A concentração de riqueza é um problema relevante e, em pleno séc.XXI, assiste-se a uma classe média que começa a ser atirada para a pobreza. Temos fortunas na ordem dos triliões de dólares e isto é problemático. De que forma se redistribui a riqueza? Através do sistema de segurança social. O FMI tem estudado outras vias, nomeadamente através de impostos. Em Portugal, já sabemos qual o imposto – imposto de selo (imposto de património). São as transmissões gratuitas que são tributadas e são sujeitas a imposto de selo. Antigamente tínhamos o imposto sobre sucessões e doações que veio a ser substituído pelo imposto de selo. Os impostos sobre o património, nomeadamente o imposto de selo, podem funcionar como corretor do sistema de impostos (?). Quem tem capacidade económica de meio milhão p.e, evidentemente que tem uma capacidade e rendimento que não terá um cidadão comum. Estes aspetos estão ser tratados e, cabe aos Estados analisar estas situações. Da pág.36 à pág.40 – conceito de taxas. Na pág.40 entramos na integração e interpretação da lei fiscal. Mas antes deve voltar-se a algumas matérias – a lei geral tributária, (os códigos regulam a vida de cada um dos impostos), é um guia pedagógico fiscal, contém definições que estatui alguns regimes servindo como uma espécie de dicionário fiscal. Estas definições serão úteis para efeitos de exame. Começando pelo art.1º da lei geral tributaria – regula relações jurídicas tributárias dizendo que essas são as que são estabelecidas entre a organização tributária, as pessoas singulares e coletivas. O art.1º nº3 está desatualizado mas, no respetivo comentário, tem tudo explicado – o imposto pressupõe relação jurídica entre o Estado e os contribuintes. Estes, os contribuintes, podem ser pessoas singulares (cada um de nós) ou pessoas coletivas (é um conceito mais complexo). Diz-nos também que pessoas coletivas é que estão sujeitas ao código de IRC. Mas o que importa analisar agora é o art.1º nº3 – em que consiste esta administração tributária. No ano passado tínhamos uma administração fiscal com diversas Direções Gerais, direções gerais de várias coisas. Se virmos o art.1º n3, serve um pouco de história, uma vez que explica como a organização fiscal estava organizada. Todavia, todas estas direções foram fundidas na autoridade tributária. O art.2º da LGT é um artigo subsidiário. Art.3º - classificação dos tributos. Este artigo é importante porque as classificações dos tributos têm o seu sentido útil em sede de procedimento do processo tributário. No 4º ano vamos repescar estas distinções. A LGT dá-nos as classificações dos tributos (engloba impostos taxas e contribuições – definição mais ampla). Esta classificação tem um efeito útil sendo uma espécie de orientação. Devemos centrar-nos nas classificações enunciadas pela doutrina nacional e internacional (pág.43 do manual) – impostos diretos e indiretos. O que nos diz a doutrina internacional? É uma distinção muito criticada. O que incide Finanças Públicas 2012/2013 FDUP 34 direta e indiretamente é muito difícil saber. No entanto, é uma distinção muito utilizada. Distinções juridicamente relevantes – impostos reais e impostos pessoais (é fundamentalmente teórico, na vida pratica não nos serve de muito). Os impostos reais são, desde logo, os que incidem sobre as coisas (direitos reais, direito das coisas), sendo que a sua base de incidência é o património. Já nos impostos pessoais, a base de incidência são os sujeitos passivos, pessoas singulares ou pessoas coletivas. Uma distinção que realmente tem repercussões práticas muito importantes é a distinção de impostos periódicos e impostos de obrigação pública – ver nota de rodapé o exº. Os impostos periódicos, olhando para os casos concretos, são os impostos sobre o rendimento uma vez que os sujeitos passivos (pessoas singulares ou coletivas) são tributados no seu rendimento que deve ser imputado a um período de tempo (que no ano português, é de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro). Nestes impostos temos rendimento gerado desde 1 de Janeiro até 31 de Dezembro. Esta é a regra geral mas há exceções. Obtenção de rendimento que não são imputadas a um ano civil são várias. Os contribuintes também podem optar por períodos de tempo, períodos fiscais, diferentes – são exceções à regra. A regra é o princípio da anualidade. Já noutros
Compartilhar