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Resumo Informativo: Da Europa Medieval as revoluções nos E.U.A. e na França

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1- Europa Medieval
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estendeu-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média se caracterizou, principalmente, pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.
Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano, geralmente um senhor feudal, era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem, muitas vezes, se estendiam por várias regiões, sendo que o rei era o suserano mais poderoso.
O poder jurídico, econômico e político se concentravam nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). Algumas decisões jurídicas eram, em alguns casos, decididas com a participação do clero (principalmente papas e bispos).
A sociedade era quase estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada (dividida em camadas sociais bem definidas). A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes, etc.) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela "proteção espiritual" da sociedade. Ele era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção) e banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado, puxado por bois, era muito utilizado na agricultura.
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta foi marcada pela influência da Igreja, que ensinava o latim, valores morais e doutrinas religiosas. Havia também algumas escolas, que ensinavam táticas de guerras e outros conhecimentos militares. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam, quase sempre, passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião cristã e passagens bíblicas. Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião católica romana. Na arquitetura, se destacou a construção de castelos, igrejas, pontes e catedrais. No campo da Filosofia, podemos destacar a Escolástica (linha filosófica de base cristã), representada pelo padre dominicano, teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino.
No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi reaberto para os contatos comerciais.
A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obtenção poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. 
Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que, aproximadamente, um terço dos habitantes morreu desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do enfermo, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou espirituais (religiosos).
Após a Peste Negra, a população europeia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França, estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.
2-Direito Inglês
Atribui-se o nome de Common Law, de acordo com Maria Chaves de Mello, ao "Direito consuetudinário, não escrito ou costumeiro (em oposição ao direito legislado)", sendo este, como acentua mais adiante, "o antigo direito nacional inglês que nasceu e se desenvolveu na Inglaterra, estendendo-se aos demais povos do tronco anglo-saxão e cuja eficácia deriva de usos e costumes imemoriais". Embora corretas, as varias definições existentes não abarcam o caráter histórico do Common Law, que pode ser definido como o sistema jurídico resultante da concentração do poder jurisdicional por intermédio da ação centralizadora levada adiante pelos tribunais reais, na Inglaterra medieval.
 O sistema desenvolvido na Inglaterra fundamentou substancialmente o Direito elaborado nos Estados Unidos da América, na Índia, em Israel, na Austrália, enfim em todas as colônias britânicas, ou nações que voluntariamente absorveram o sistema inglês. 	As origens do Common Law ligam-se ao desenrolar dos acontecimentos decorrentes da invasão normanda. Para uma introdução acerca do sistema jurídico desenvolvido na Inglaterra, e principalmente da sua organização judiciária, é imprescindível um estudo de sua história, uma vez que, além do caráter jurisprudencial e processualístico, o Common Law tem uma dimensão histórica. O Direito Inglês divide-se em quatro períodos históricos bem característicos, quais sejam: o período anglo-saxônico, o período de criação e desenvolvimento do Common Law, o período de coexistência dualista entre equity e Common Law, e o período de ascensão do statute.
 Ao direito continental europeu se contrapõe o direito do grupo anglo-americano, constituído do próprio Reino Unido, Irlanda do Norte, País de Gales, Nova Zelândia, Austrália, Canadá (com exceção da província de Québec), Estados Unidos e outros países. O direito inglês, do qual se originou total ou parcialmente o direito dos estados pertencentes a este grupo, não é um direito de origem romanística, nem sofreu, durante a Idade Média, ou mesmo posteriormente,recepção do direito romano. Sua principal característica, conhecida como sistema da Common Law, é que nele o direito legislado não constitui a fonte regular e normal do direito. Ao contrário, a lei ou statute law faz-se necessária para determinar a exceção, para estabelecer a norma que foge aos princípios da common law e exige, por isso, uma interpretação restritiva.
 A common law não constitui um sistema de direito escrito, ou um direito costumeiro, no sentido que a ciência jurídica dá, em geral, à palavra costume. Afirma-se, entretanto, que o chamado costume geral imemorial é considerado a própria essência da common law. Todavia, esse costume geral imemorial é coisa diversa: consiste no complexo dos princípios que se extraem das decisões proferidas pela justiça real, desde sua instituição no século XIII. Nos países em que o direito romano foi recebido, o legislador é o promotor do direito, enquanto que, nos países da common law, é a magistratura. 									Desse modo, no direito inglês, as decisões judiciais dispõem de uma força específica que não se limita à hipótese concretamente resolvida, mas pode estender-se com efeito normativo aos casos futuros que apresentem a mesma configuração e venham a se enquadrar nos mesmos limites. O direito inglês apresenta-se como direito jurisprudencial, como um direito casuístico, ou case law, em que predomina a regra do precedente, temperada pela aplicação do princípio da equidade. O direito dos Estados Unidos pertence a esse grupo. Nele predomina a concepção da common law e o casuísmo. A lei, no entanto, tem nos Estados Unidos mais importância que nos demais países do grupo, por duas razões principais: o país tem uma constituição rígida, em virtude do que a atividade legislativa é mais intensa; e tendo em vista que o país é uma federação, os estados expedem leis, no âmbito das respectivas competências.
3- Da Monarquia ao Iluminismo
Marcado pelo capitalismo comercial, sistema colonial e Absolutismo Monárquico o processo histórico que desenvolveu o Antigo regime foi longo e tem suas origens na Idade Média, quando começam a renascer o comércio, o monetarismo e a busca por centralização política.
Para exercer o poder, os séculos posteriores demonstraram a necessidade de suprir várias das necessidades da formação de um Estado. Desta forma, para sua criação e controle efetivo era preciso obter uma força de coerção, para isso era necessário ter exército próprio e permanente.
Objetivando obter e manter um exército com essas características o rei deveria buscar conseguir meios econômicos. Assim sendo, tornou-se imperativo tributar os súditos para conseguir o fluxo de dinheiro necessário para essa força de coerção e para o pagamento de uma burocracia, já que, sem ela, tornava-se impossível tributar.
Por fim, era impossível centralizar o poder sem centralizar também a Justiça e racionalizar a burocracia, até porque, muitos processos concomitantes como o Renascimento do Direito Romano auxiliaram nesse sentido.
A teoria mais utilizada pelos monarcas absolutistas e seus seguidores para justificar tamanha centralização de poder foi dada pelo Bispo Jacques Bossuet. Defendendo em sua obra ‘‘Política Extraída da Sagrada Escritura’’ a teoria do direito divino dos reis afirmando que o poder e o direito de governar do rei são sagrados e emanam de Deus, a partir disso, popularizou-se a crença de que o rei é rei porque Deus quis assim e, se é da Vontade Divina, não deve haver nenhum tipo de discussão acerca do assunto porque seria, no mínimo, um pecado.
No século XVIII, uma parte da intelectualidade da Europa reagiu ao Absolutismo Monárquico e tudo o que o acompanhava. Essa reação teve o nome de Iluminismo ou Época das Luzes.
O Iluminismo pode ser definido como um movimento intelectual que tinha como característica uma confiança absoluta no progresso e, principalmente na razão desafiando a autoridade incentivando o livre pensamento como meio de alcançar a felicidade. Tal confiança absoluta no progresso gerou inúmeros avanços científicos e tecnológicos, dentre os quais pode-se citar: a descoberta de um novo planeta (Urano), invenção do termômetro de mercúrio, do condensador e da pilha.
Esses homens iluministas, herdeiros do Renascimento e principalmente da Revolução Cientifica do século XVII, não criaram suas ideias do nada. O movimento pode ser visto de vários ângulos, do ponto de vista político, partindo do individualismo, propunha uma cidadania centrada na liberdade e na defesa burguesa da propriedade, eles também pregavam a igualdade, mas esta, para eles não era manifesta através de uma igualdade total, inclusive de bens materiais. Para eles os homens, mesmo os mais pobres, seriam livres e iguais simplesmente se pudessem escolher para quem trabalhar. Desta forma o trabalho era equiparado a um bem, como o capitalismo faz até hoje.
Fazendo parte do mesmo grupo estava Cesare Beccaria, o homem conhecido por traduzir para o mundo jurídico as ideias iluministas. Assim sendo faz-se impossível conciliar a existência de Estado de Direito tão importante na atualidade sem a influência de Beccaria e dos demais pensadores iluministas. Desta forma também não é possível pensar em direito penal moderado nem ter noção de direitos individuais sem sentir a presença constante desse italiano
 
4- As Revoluções: E.U.A. e França
 	O iluminismo não ficou restrito à França e se expandiu não só pela Europa, mas chegou à América, se tornando uma das principais influências da Independência dos EUA e de outros movimentos emancipacionistas do continente americano como a Inconfidência Mineira. Vamos agora entender como se deu o processo de emancipação das Treze Colônias inglesas, que originaram os Estados Unidos da América.
Inicialmente, é necessário atentar para o fato de que as Treze Colônias tiveram um processo de colonização diferente do encontrado em outras colônias da América. A parte norte era composta por colônias de povoamento, enquanto a sul, por colônias de exploração. Além disso, a Inglaterra adotou um modelo de colonização nas colônias do norte, principalmente, que ficou conhecido como “negligência salutar”, caracterizado pelo pouco intervencionismo da metrópole nas questões coloniais. No entanto, a mudança nessa postura vai começar a desencadear o processo emancipatório.
Com o envolvimento da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos, aumentou o intervencionismo inglês na América, a partir da criação de leis que visavam taxar as atividades coloniais, como a lei do chá, a lei do selo e a lei do açúcar. No entanto, outro fator que teria influenciado esse intervencionismo foi a tentativa de financiamento da Revolução Industrial inglesa, a partir de uma exploração mais incisiva de suas colônias. Portanto, a Guerra dos Sete Anos e a Revolução Industrial inglesa marcaram o fim da negligência salutar nas Treze Colônias.
Diante das inúmeras taxações da Inglaterra aos colonos das Treze Colônias são iniciados uma série de atritos que desencadearam uma Guerra de Independência. Durante a Guerra de Independência das Treze Colônias, o apoio da França, como uma forma de retaliação aos ingleses na Guerra dos Sete Anos, aos colonos americanos foi fundamental para consolidar o processo de emancipação em relação à Inglaterra.
As Treze Colônias consolidaram assim um processo de independência ao contestar a autoridade da metrópole inglesa, influenciados por ideais iluministas também presentes na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e na constituição americana. No entanto, essa independência foi bastante conservadora por manter a estrutura social colonial, com a manutenção da escravidão e das disparidades entre colônias do norte e do sul.
 A Revolução Francesa faz parte de um movimento global, atlântico ou ocidental, que começou nos Estados Unidos em 1776. Entre todas as revoluções que se seguiram na Europa e na América a partir daí, não há dúvida de que existam traços comuns. Mas a Revolução Francesa teve identidade própria, que se manifestou na participação popular, na ruptura radical com asinstituições feudais do Antigo Regime e nas formas democratas.  
A França ainda era um país agrário no fim do século XVIII. Embora o capitalismo já tivesse começado a provocar mudanças em sua estrutura, sua organização social ainda estava baseada em estamentos. 
O terceiro estado arcava com o peso dos impostos e contribuições para o rei, o clero e a nobreza. Os outros dois estados não pagavam tributos e ainda viviam a custa do dinheiro público. 
A indústria francesa sofreu séria crise a partir de 1786 e em 1787, uma seca diminuiu a produção de alimentos. A situação do tesouro na França estava em crise. Na tentativa de vencer essa crise o ministro das Finanças, o banqueiro Jacques Neckes, convocou a Assembléia dos Estados-Gerais com o objetivo de fazer o terceiro estado pagar mais impostos. O terceiro estado rejeitou. 
Em 17 de junho de 1789, o terceiro estado proclamou-se Assembléia Nacional. Em represália, o rei Luís XVI mandou fechar a sala onde se reuniam no Palácio de Versalhes, estes foram então para a sala de Jogo da Péla, onde receberam a adesão de parte do clero e de nobres influenciados pelo Iluminismo. O rei não teve alternativa senão aceitar a Assembléia Nacional. 
Em 9 de julho, a Assembléia Nacional Em 9 de julho, a Assembléia Nacional transformou-se em Assembléia Constituinte. Os deputados juraram só se dispersar depois de dar uma Constituição à França. Três dias depois, a demissão de Necker tornou ainda mais tensa a situação. No dia 14 de julho, o povo parisiense tomou de assalto a fortaleza da Bastilha. A explosão revolucionária alastrou-se então por todo país. É a época do grande medo. 
Em 26 de agosto de 1789, a Assembléia aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Com 17 artigos e de inspiração iluminista, o documento proclama o direito à liberdade, à igualdade perante a lei e à inviolabilidade da propriedade, assim como o direito de resistir à opressão. 
Em 1791 fica pronta a Constituição Francesa que estabelecia o estado com uma Monarquia Constitucional, preservando um caráter burguês: o voto censitário. Em novembro desse mesmo ano a Assembléia confisca os bens da Igreja e da nobreza, causando pânico entre o clero e a nobreza. 
Em julho de 1791, Luís XVI tenta, sem êxito, fugir para a Áustria, mas é detido e afastado de suas funções públicas. O rei tornava-se assim, prisioneiro da Revolução.
DIREITO
HISTÓRIA DO DIREITO
MARCCO ANTÔNIO DA HORA
JANICE SILVEIRA
RESUMO INFORMATIVO
ITABUNA-BA
2019
 
MARCCO ANÔNIO DA HORA
JANICE SILVEIRA
 
 RESUMO INFORMATIVO
 
 Trabalho apresentado à disciplina de Projeto Integrador I da Faculdade de Tecnologia e Ciências como requisito parcial de avaliação da disciplina sob orientação do Prof. Jeffson Oliveira Braga
ITABUNA-BA
2019

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