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Educação Especial e os Diferentes Tipos de Necessidades Especiais

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SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 2 
UNIDADE 2 - EDUCAÇÃO ESPECIAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ..................... 5 
UNIDADE 3 - A EDUCAÇÃO ESPECIAL: DOS PRIMÓRDIOS AO SÉCULO XXI .. 17 
UNIDADE 4 - PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS: CLASSIFICAÇÃO 
E CARACTERIZAÇÃO ............................................................................................. 24 
UNIDADE 5 - AS DIFERENTES NECESSIDADES ESPECIAIS .............................. 26 
5.1 DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS .................................................................................. 29 
5.1.1 Deficiência visual....................................................................................... 29 
5.1.2 Deficiência auditiva ................................................................................... 31 
5.2 DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ......................................................................................... 33 
5.3 DEFICIÊNCIAS MENTAIS ....................................................................................... 35 
5.4 CRIANÇAS SUPERDOTADAS.................................................................................. 37 
UNIDADE 6 - ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E OS 
RECURSOS EDUCACIONAIS ESPECIAIS ............................................................. 46 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2
 
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO 
 
Educação especial e inclusão têm sido dois temas que estão em voga neste 
início do século XXI. A mídia e o governo federal que o digam! As propagandas em 
favor da inclusão têm sido persistentes, e observamos que nem todos educadores 
ou demais profissionais da educação estão preparados para trabalhar com esse 
público, muito menos os espaços escolares estão adaptados para receber esses 
cidadãos. 
Todos, de uma forma ou de outra, conseguimos definir “deficiência”, 
“necessidade”, “inclusão”, “exclusão”. Afinal de contas, somos cidadãos do mundo e, 
em algum momento, vivenciamos ou participamos de alguma situação mencionada 
acima, quer seja incluindo ou excluindo o outro. O que quero dizer é exatamente 
isso: fizemos parte ou observamos de perto movimentos de extermínio, de 
marginalização, de confinamento, de omissão, segregação, integração, luta pela 
cidadania, entre outros. 
Pois bem, já estamos no século XXI e os direitos humanos não são 
contemplados em sua totalidade, sessenta e um anos após terem sido proclamados. 
Vivemos injustiças, as mais diversas, como educadores, educandos e cidadãos, 
enquanto pessoas “normais”, com todos os membros, com todos os neurônios 
funcionando “regularmente”. O que dizer então das pessoas portadoras de alguma 
necessidade especial? 
Focando a escola, ambiente onde a maioria dos leitores desta apostila atua, 
podemos inferir que cometemos um grande engano ao subestimar as capacidades 
dos alunos portadores de necessidades especiais, geralmente escolhendo o 
caminho mais fácil para ele percorrer, sem deixar que ele próprio se conscientize da 
necessidade do aprendizado. Por isso, é de fundamental importância o significado 
dessa aprendizagem para cada um. Assim, o professor deve possibilitar atividades 
que sejam significativas e relacionadas à história de cada sujeito. 
 
Esta introdução parece um pouco política, se pensarmos no seu sentido de 
buscar estabelecer mecanismos para a construção coletiva do bem comum, e um 
pouco crítica, é isso mesmo que desejamos, criar um pouco de revolta, pois esse é 
um dos caminhos para que a justiça seja feita e a cidadania seja levada a todos. 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
3
 
Discorrer sobre as necessidades especiais é o objetivo geral desta apostila; 
quem são esses cidadãos “diferentes”?, quais são suas necessidades?, como 
podemos contribuir para que seus direitos sejam respeitados?, pelo menos em 
termos de oportunizar-lhes a educação. 
Oliveira e Amaral (2004, p. 4) afirmam que o tratamento dispensado às 
pessoas que possuem algum tipo de deficiência física, sensorial e mental evoluiu, 
principalmente, nos países desenvolvidos, passando da administração de “cuidados 
asilares”, ao reconhecimento do direito à educação, à reabilitação, à seguridade 
social, ao trabalho, ao transporte, ao lazer e à cultura, mas, no Brasil, os 
investimentos na implementação de serviços e programas de atendimento às 
necessidades individuais e específicas da coletividade têm sido insuficientes e 
inadequados. 
A partir da década de 90, as discussões referentes a educação das pessoas 
com necessidades especiais começaram a adquirir alguma consistência, face às 
políticas anteriores serem caracterizadas pela descontinuidade e dimensão 
secundária. A nova LDB nº 9394/96, em seu capítulo V, coloca que a educação dos 
portadores de necessidades especiais deve se dar, de preferência, na rede regular 
de ensino, o que traz uma nova concepção na forma de entender a educação e a 
integração dessas pessoas. 
Concordando com Martins (2007), o mero fato de constar em Lei, não 
significa muito, não é tanto avanço assim, se as ações ensejadas para a inclusão 
das pessoas com necessidades especiais não são planejadas e estruturadas de 
modo que elas tenham seus direitos plenamente respeitados. Nesse sentido, é 
urgente que pesquisadores e educadores concentrem esforços para discutir e 
pesquisar essa temática, em todos os níveis e modalidades de ensino. 
Nos capítulos que seguem, daremos nossa contribuição discorrendo sobre as 
necessidades especiais, levando um pouco do conhecimento já produzido para 
profissionais que atuam na educação e buscam se especializar em Educação 
Especial. 
Vamos partir das definições para Educação Especial, inclusão, exclusão, 
deficiência, portador de necessidades especiais e outros termos afins; traçar uma 
retrospectiva da Educação Especial dos seus primórdios ao século XXI; classificar e 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
4
 
caracterizar os diferentes portadores de necessidades especiais; discorrer sobre as 
diferentes deficiências que podem acometer o ser humano; explicar o atendimento 
educacional especializado (AEE) e apresentar alguns recursos educacionais 
especiais. 
Deixamos bem claro que esta apostila se trata de uma compilação do 
assunto, ou seja, uma reunião de vários textos analisados pela ótica de vários 
autores que acreditamos ser mais importante dentro da Educação Especial, mas 
ressaltamos que o assunto não se esgota aqui, disponibilizamos no final, alguns 
sites, filmes interessantes que podem ajudar a compreender os temas e referências 
bibliográficas para sanar eventuais lacunas. 
Desejamos a todos uma boa leitura e que sempre estejam comprometidos 
com uma prática inclusiva, justa e solidária. 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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UNIDADE 2 - EDUCAÇÃO ESPECIAL: CONCEITOS E 
DEFINIÇÕES 
 
Nosso objetivo neste primeiro capítulo será conceituar educação especial, 
bem como necessidades especiais, diferenciando dificuldades de aprendizagem de 
deficiência, uma vez que percebemos haver certa confusão nessas duas 
conceituações, além de algumas terminologias pertinentes à Educação Especial que 
vai de encontro à Inclusão. 
Procuraremos ao longo desta apostila, compreender melhor as deficiências 
inerentes ao ser humano e analisar diferentes atitudes face às dificuldades de 
aprendizagem que poderão surgir em decorrência dessa deficiência e, também, 
levá-los a refletirem sobre algumas posturas dos educadores diante de alunos com 
necessidades educacionais especiais. 
Lembramos que toda e qualquer criança tem o direito a uma educação que 
lhe permita realizar o seu máximo potencial humano, independente da sua 
capacidade de aprendizagem! Para tanto, vale expor na íntegra os artigos 58 a 60 
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/96: 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos portadores de necessidades especiais. 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio, especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela da educação especial. 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não 
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na 
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades 
especiais: 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicas, 
para atender as suas necessidades; 
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido 
para conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e 
 
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aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os 
superdotados; 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para 
atendimento especializado, bem como os professores do ensino regular capacitados 
para a integração desses educandos nas classes comuns; 
IV - educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em 
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade 
de inserção no mercado de trabalho competitivo, mediante articulação com os 
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade 
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; 
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de 
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializados e com 
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro 
para o Poder Público. 
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a 
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria 
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas neste artigo. 
Podemos tirar algumas breves conclusões dos artigos acima, sendo a 
primeira delas, concordar que a legislação brasileira evoluiu sobremaneira. A 
inserção de educandos com necessidades educacionais especiais, no meio escolar, 
é uma forma de tornar a sociedade mais democrática. Da mesma forma, a 
transformação das instituições de ensino em espaço de inclusão social é tarefa de 
todos que operam com a alma e o corpo das crianças especiais. Percebe-se 
também que a garantia constitucional que resultou do compromisso liberal do Estado 
brasileiro de educar a todos, sem qualquer discriminação ou exclusão social e o 
acesso ao ensino fundamental para os educandos, em idade escolar, sejam normais 
ou especiais, passou a ser, a partir de 1988 (com nossa nova constituição) um 
direito público subjetivo, isto é, inalienável, sem que as famílias pudessem abrir mão 
de sua exigência perante o Poder Público. 
 
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Segundo Zacharias (2007), no começo da década de 1990, em todo o mundo, 
iniciou-se um processo de reintegração da criança portadora de deficiências ou 
distúrbios de aprendizagem na Escola e classes comuns. 
O nome desse movimento mundial é Educação Inclusiva, que propõe o 
atendimento da criança em classes comuns, garantindo-se as especificidades 
necessárias, com um atendimento de um professor especialista ao professor da 
classe comum. 
O mais importante documento que norteia a Educação Inclusiva é a 
Declaração de Salamanca, que é, ao mesmo tempo, uma Declaração de Direitos e 
uma proposta de ação. Surgiu na Conferência Mundial, patrocinada pela UNESCO, 
em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha. Tem como objetivo maior, garantir o 
direito a todos os alunos com qualquer grau de deficiência ou distúrbio de 
aprendizagem, ao que comumente chamamos de Educação Comum. 
Crianças em idade escolar apresentam dificuldades de aprendizagem, as 
quais podem ser transitórias ou permanentes, decorrentes de condições individuais, 
econômicas ou socioculturais. A essas dificuldades dá-se o nome de Necessidades 
Educacionais Especiais – NEE. 
O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas 
crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou 
dificuldades de aprendizagem. 
 
Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma espécie 
de limitação requerem certas modificações ou adaptações no programa 
educacional, a fim de que possam atingir seu potencial máximo. Essas 
limitações podem decorrer de problemas visuais, auditivos, mentais ou 
motores, bem como de condições ambientais desfavoráveis (ZACHARIAS, 
2007, p. 1). 
 
Apresentar e delinear alguns conceitos sobre a matéria em questão é 
importante para que o leitor entenda o contexto e também porque vem mostrar a 
evolução do pensamento e dos valores que nascem através deles. 
Assim, são expostos abaixo, os conceitos de estudiosos do assunto que 
envolve a inclusão, conceitos estes que entendemos ser de extrema importância 
para a compreensão dos movimentos e das ações exercidas pelos diversos atores 
deste cenário da educação inclusiva. 
 
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Exclusão 
Segundo Fischer e Marques (2001), a exclusão social remonta à Antiguidade 
Grega, onde escravos, mulheres e estrangeiros eram excluídos, mas o fenômeno 
era tido como natural. A exclusão torna-se visível e substanciosa quando ocorre uma 
evidência da pobreza após a crise econômica mundial da idade contemporânea. 
Sobre a origem do termo exclusão social, as mesmas autoras pontuam que 
tomou vulto a partir do livro Les Exclus (1974) de Lenoir, o qual define os excluídos 
como aqueles indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos gloriosos de 
desenvolvimento da França. 
Para Jaguaribe citado por Dupas (1999), exclusão tem “feições de pobreza”. 
Já Buarque citado por Nascimento (1996), infere que a partir da década de 
80, a exclusão social passou a ser vista como um processo presente, visível e que 
ameaçava confinar grande parte da população num apartheid informal, expressão 
que dá lugar ao termo “apartação social”. 
Em essência, a exclusão é multidimensional, manifestando-se de várias 
maneiras e atingindo diferentes sociedades, mas evidentemente, os países pobres 
são afetados em maior profundidade. 
Embora provocada pelo setor econômico, tem também seus meandros 
passando pela falta de vontade política e social. 
Os principais aspectos em que a exclusão se apresenta dizem respeito à falta 
de acesso ao emprego, a bens e serviços, e também à falta de segurança, justiça e 
cidadania (Fischer e Marques, 2001), ou seja, suas manifestações aparecem no 
mercado de trabalho, no acesso à moradia e aos serviços comunitários, aos bens e 
serviços públicos, entre outros. 
Os excluídos, entre outros são: os idosos, os sem-terra, os portadores de 
deficiência, os analfabetos, os grupos étnicos minoritários. 
 
Integração 
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (Brasil, 1994, p.18), “integração 
é um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, 
legitimando sua integração nos grupos sociais, implicando reciprocidade”. 
 
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9
 
Para Mazzotta (1998), integração pressupõe a ampliação da participação nas 
situações comuns para indivíduos e grupos que se encontram segregados, ou seja, 
para aqueles alunos que necessitam e utilizam os serviços de educação especial, 
justifica a busca pela integração. 
Surgido na década de 60, o conceito de integração relacionava-se 
diretamente com as crianças deficientes. Foi um movimento que aconteceu em 
época de grande movimentação social e civil, de luta pelos direitos, pela igualdade e 
justiça. 
Blanco (1998) explica que o movimento de integração surgiu da necessidade 
de promover o direito dos alunos portadores de necessidades especiais à educação 
especial. 
 
Inclusão 
De acordo com Abbamonte (2009), a palavra Inclusão não significa promover 
a adequação ou a normatização de acordo com as características de uma maioria, 
seu significado está mais próximo à possibilidade de fazer parte, conviver e não se 
igualar. Portanto, é com grande cautela que devemos levantar a bandeira da 
inclusão escolar de crianças com graves problemas de desenvolvimento. Ao invés 
de tomarmos o assunto partindo de um ideal, do que diz a lei, é mais apropriado 
levar em consideração a própria criança, verificar o problema que ela apresenta e, a 
partir daí, avaliar a maneira de ingressá-la numa ou noutra sala de aula. 
A colocação da autora é muito pertinente e leva a refletir sobre a 
responsabilidade que se tem à frente quando se trata de avaliar uma criança, pois 
uma vez que a criança é colocada na escola, todos os profissionais estão assumindo 
um compromisso com ela. 
Em Sassaki (1997, p.41), encontra-se que a inclusão é: 
 
[...] Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em 
seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, 
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na 
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual 
as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em parceria, equacionar 
problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de 
oportunidades para todos. 
 
 
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10 
 
Após as devidas conceituações, podemos inferir que existe uma diferença 
importante entre integrar e incluir. O primeiro pressupõe adaptar o aluno à escola, e 
incluir, vai muito além, é preparar a escola, como um todo, em seu espaço físico, na 
formação do corpo docente, entre outros, para receber o aluno portador de qualquer 
que seja sua necessidade. Observa-se no primeiro conceito que na integração, a 
escola abre as portas para o aluno, mas não disponibiliza os meios para que este 
possa locomover, acompanhar, aprender. Já na inclusão, que é completamente mais 
justa, quem se movimenta, quem se prepara para receber o aluno é a escola. 
 
Educação Inclusiva 
Para conceituar a educação inclusiva é preciso expressar, pelo menos, 
algumas de suas funções, ou seja, a escola inclusiva precisa cuidar, integrar, 
reconhecer, relacionar-se com crianças e pessoas de um modo geral, com 
necessidades especiais (MACEDO, 2009). 
É uma tarefa nova, restrita até poucos anos, à família ou a alguma pessoa 
que, por alguma razão, assumia esse papel. Na atualidade, espera-se que as 
escolas fundamentais incluam crianças que apresentem limitações. 
 
A educação inclusiva é uma educação democrática, comunitária, pois supõe 
que o professor saia da sua solidão, arrogância, falso domínio e tenha a 
coragem de dizer não sei, tenho medo, nojo, vergonha, pena, não respeito, 
quero aprender ou rever minhas estratégias pedagógicas, pois não consigo 
ensinar para certos tipos de criança, não sei controlar o tempo, não sei 
ajudar – não no sentido da co-dependência, mas no sentido da 
interdependência, – não sei respeitar meu aluno (MACEDO, 2009). 
 
Embora sejam duras e ásperas, as declarações de Macedo (2009) são reais e 
pertinentes ao que acontece com as escolas e seus profissionais quando se propõe 
a exercer o sentido amplo de educação inclusiva. 
De acordo com Mrech (2009), “Por educação inclusiva se entende o processo 
de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de 
aprendizagem na rede comum de ensino em todos os graus”. 
Como se observa na fala de Mrech (2009), seu pensamento vai além, quando 
coloca no processo de inclusão, os portadores de distúrbios de aprendizagem, que 
até certa época não eram considerados para essa educação. 
 
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11 
 
A melhor e mais simples conceituação para educação inclusiva é vê-la como 
um processo de inclusão de alunos que apresentem necessidades educacionais 
especiais, na rede comum do ensino em todos os seus graus ou série, e deste 
modo, conquistar o objetivo maior da educação: educação de qualidade e para 
todos. 
 
Escola Inclusiva 
De acordo com a Declaração deSalamanca - Espanha (1994), nascida da 
Conferência Mundial sobre Educação Especial, UNESCO: 
 
O princípio fundamental é que todas as crianças deveriam aprender juntas, 
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam 
ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas 
dificuldades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos 
diferentes de aprendizagem, assegurando uma educação de qualidade a 
todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, 
estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade [...] 
Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais 
especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para 
que se lhes assegure uma educação efetiva. 
 
Mediante os conceitos para educação inclusiva, a instituição escolar é 
facilmente relacionada a um ambiente onde vamos buscar uma educação justa, 
igualitária e de qualidade. 
Relacionando o processo inclusivo à instituição escola, pode-se definir que 
ela será Inclusiva quando procurar educar todos os alunos em salas de aula 
regulares. Isso significa permitir a educação e a frequência de todos na escola 
regular, bem como oferecer a todos uma série de desafios e oportunidades que 
sejam adequadas às suas habilidades e necessidades, tema tão debatido por 
Perrenoud nos fins dos anos 90. 
Desse modo, o primeiro passo para a escola ser inclusiva é o reconhecimento 
e a aceitação das diferenças individuais, pois as necessidades educativas especiais 
pressupõe outras estratégias de ensino-aprendizagem que não as usadas 
rotineiramente com a maioria dos alunos. 
Sobre a Escola Inclusiva, Gil (2007) citando Staimback (1999, XII) afirma que 
ela é um lugar do qual todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde todos 
 
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ajudam e são ajudados por seus colegas e por outros membros da comunidade 
escolar, para que as suas necessidades educacionais sejam satisfeitas. 
Nesse sentido, Mrech (2009) aconselha que para uma escola apresentar-se 
como inclusiva deveria ser direcionada para a comunidade, ser vanguardista, buscar 
padrões de excelência, ser colaborativa e cooperativa, além de ainda, mudar os 
papéis e responsabilidades da equipe, estabelecer infraestrutura de serviços, como 
promoção do acesso físico, tornar o ambiente educacional flexível, promover 
parceria com os pais, montar estratégias baseadas em pesquisas, estabelecer novas 
formas de avaliação e, por fim, levar todos os participantes da escola a buscarem 
sempre desenvolvimento profissional. 
Esse sentido amplo dado à Escola Inclusiva leva a concordar com o 
pensamento de Sá (2009) quando diz que a educação é para todos, isto é, a 
educação inclusiva é uma educação que visa reverter o percurso da exclusão ao 
criar condições, estruturas e espaços para uma diversidade de educandos. 
Portanto, a escola será inclusiva quando conseguir transformar não apenas a 
rede física, mas a postura, as atitudes e os pensamentos dos educadores e da 
comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com a heterogeneidade e 
conviver naturalmente com as diferenças. 
 
Portador de Necessidades Especiais 
Devido a necessidade da Organização Mundial da Saúde – OMS – em fazer a 
Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID), 
em 1989, definiu-se deficiência como sendo: 
 
Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica ou 
anatômica; a incapacidade como toda restrição ou falta – devida a uma 
deficiência – da capacidade de realizar uma atividade na forma ou na 
medida que se considera normal a um ser humano; e a desvantagem como 
uma situação prejudicial para determinado indivíduo, em consequência de 
uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho 
de um papel que é normal em seu caso (em função da idade, sexo e fatores 
sociais e culturais). 
 
Entende-se que essa definição veio com o propósito de defender a igualdade 
de condições, melhorias na condição de vida, em razão do desenvolvimento e do 
progresso socioeconômico; e estabelecendo inúmeras diretrizes que assegurassem 
 
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direitos individuais e sociais a serem seguidas, uma vez que somente na década de 
60 é que o mundo passou a perceber a existência desses direitos para os 
portadores de deficiência. 
Segundo o MEC (Brasil, 1994, p. 22), a pessoa portadora de necessidades 
especiais é aquela que: 
 
Apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência 
física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, 
necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver mais 
amplamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades. 
No contexto escolar, costumam ser chamadas de pessoas portadoras de 
necessidades educativas especiais. 
 
Valente (2009) nos fornece um quadro simplificado com os tipos mais comuns 
de necessidades especiais, que é de extrema importância, tanto para diagnóstico 
quanto para diferenciação e entendimento do leitor, uma vez que observa-se grande 
desinformação e confusão por parte da sociedade no tocante ao conceito de 
portador de necessidade especial. Essas necessidades serão vistas com 
pormenores mais adiante. 
 
Necessidade Descrição 
Física Hemiplégicos, paraplégicos, tetraplégicos (incluindo 
sujeitos com membros amputados). 
Sensorial Cegos, surdos e surdos-mudos. 
Mental Síndrome de Down (ou trissomia) apresentando as 
seguintes características: rosto redondo, cabelos finos e 
de textura peculiar, olhos amendoados, membros curtos, 
mãos e dedos pequenos, baixa estatura, tendência a 
sobrepeso, e rebaixamento intelectual. 
São indivíduos altamente sociáveis e facilmente 
integráveis em qualquer ambiente. Em sala de aula, em 
função de algum rebaixamento intelectual (que pode ser 
muito brando ou severo), apresentam dificuldades em 
acompanhar o currículo, sendo clientes de salas de reforço 
(salas de recursos especiais). 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
14 
 
Paralisia Cerebral Também não se trata de doença, mas, na maioria dos 
casos, sequela de parto acidentado ou mal feito. Outros 
casos de ocorrência se dão por aneurisma de vaso 
sanguíneo na caixa craniana (geralmente problema 
congênito) ou por sequelas após convulsões ocasionadas 
por febres muito altas, comuns em crianças de pouca 
idade. Nota-se que muitos dos casos de paralisia cerebral 
se dão por ignorância, miséria e falta de interesse do 
poder público em instituir campanhas que estimulem a 
gestação acompanhada por médico ou parteira. 
Os portadores de paralisia cerebral não possuem controle 
de sua musculatura e, na maior parte dos casos, 
apresentam deficiências múltiplas: cegueira, surdez, 
mudez, paralisia total ou parcial de membros e mesmo 
rebaixamento intelectual. É nesses quadros que se dão a 
maioria dos casosseveros ou muito severos, tornando 
impraticável a inclusão escolar em salas de aula regulares, 
devendo o sujeito ser atendido em classes especiais ou 
classes hospitalares. 
Autismo Até hoje a ciência não conseguiu definir com precisão a 
manifestação patológica, suas causas e tratamentos. O 
indivíduo autista vive em outra dimensão do psiquismo, 
diferente das pessoas comuns. Não nutre ou manifesta 
afetos e geralmente é dotado de rebaixamento intelectual. 
Muitos executam movimentos automáticos, de balançar a 
cabeça, mover os membros ou pronunciar 
interminavelmente palavras ou frases aparentemente sem 
sentido - os estereótipos. O problema acomete mais a 
pessoas do sexo masculino. O diagnóstico preciso, quanto 
à sua intensidade, é prejudicado pelo fato de o autista não 
se comunicar, ou fazê-lo de modo restrito ou precário. Da 
mesma forma, sem um quadro diagnóstico apontando a 
 
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15 
 
intensidade do problema, é quase impossível a elaboração 
de currículos adaptados ou flexibilizados para esses 
sujeitos quando em escolas. 
TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - 
recentemente descrito como caso psiquiátrico, passível de 
tratamento com medicação, psicoterapia e fisioterapia. 
TDA Transtorno de Déficit de Atenção - também controlável 
através de medicação específica. 
Dislexia e 
disgrafia 
Distúrbios de aprendizagem, perfeitamente controláveis, 
correspondendo a uma dificuldade do sujeito em 
decodificar o código linguístico (o disgráfico não consegue 
escrever com a mão, mas consegue digitar perfeitamente 
bem). 
Gagueira Emocional de causas variadas, passíveis de tratamento 
através da intervenção concomitante de profissionais de 
fonoaudiologia e psicologia. 
Lentidão Distúrbio de aprendizagem - alunos que apresentam 
dificuldades em acompanhar o desenvolvimento do 
currículo regular (geralmente baseado em conteúdos 
lógico-dedutivos ou de memorização), e ocasionados por 
motivos variados, entre eles problemas emocionais ou Q.I. 
(Quociente de Inteligência) muito abaixo da média. São 
facilmente recuperáveis através da dispensa de atenção 
redobrada, com reforço nos conteúdos curriculares 
Fonte: Adaptado de VALENTE (2009, p.4-5). 
 
Valente (2009) alerta ainda que os superdotados, aqueles indivíduos que 
possuem uma capacidade intelectual muito acima da média, também são portadores 
de necessidades especiais, porém, não por deficiência (dedicamos um tópico 
específico para falar sobre os superdotados). 
Devido essa condição, a legislação recomenda aceleração de currículo ou 
encaminhamento para serviços especializados, os quais são praticamente 
 
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16 
 
inexistentes no Brasil. Isso leva a inferir que muitos superdotados se perdem no 
anonimato, o que vem caracterizar exclusão social. 
 
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17 
 
UNIDADE 3 - A EDUCAÇÃO ESPECIAL: DOS PRIMÓRDIOS 
AO SÉCULO XXI 
 
A história da educação inclusiva passa pela história da educação especial que 
surgiu por volta de 1500, quando se iniciaram na Europa os primeiros movimentos 
para ensinar a pessoa deficiente. Até então, os deficientes ficavam em asilos, 
protegidos, pois não se acreditava em seu desenvolvimento. 
Famílias de boa situação financeira contratavam professores particulares que 
se interessavam em tornar preceptores1 de crianças com deficiência, inicialmente 
com crianças surdas (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). 
Em 1700, houve a expansão para o trabalho com crianças cegas, contudo, as 
crianças com problemas mentais continuavam internadas. 
As primeiras instituições especializadas surgiram na França, em 1760 – 
Instituto Nacional de Surdos-Mudos e em 1784 – Instituto dos Jovens Cegos, mas 
ainda sem apoio da sociedade (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). Nessas escolas, 
a educação dos cegos era voltada para trabalhos manuais, e dos surdos, 
comunicação por gestos. Não preconizavam o aprendizado da leitura, da escrita, dos 
cálculos nem das artes, o que veio acontecer somente por volta de 1824. Ambos se 
sustentavam da venda dos trabalhos realizados. 
Já para as pessoas com deficiências físicas, o primeiro instituto surgiu na 
Alemanha, em 1832. Em 1848, nos Estados Unidos, passam a ter atendimento 
oficial para aprenderem comportamentos sociais básicos (CARMO, 2007; 
FRAGELLI, 2005). 
Sahb (2004) pontua a II Guerra Mundial como um marco para a preocupação 
com os portadores de necessidades especiais, quando os países centrais 
começaram a se preocupar em identificar os sub e superdotados, com o objetivo de 
encaminhá-los para um tipo de educação mais condizente com seus dotes 
intelectuais. 
O mesmo autor (2004, p.3) cita as considerações de Edler (2000, p.15): 
 
 
1 Preceptor: professor encarregado da educação de crianças no lar. (FERREIRA, 2001, p.551). 
 
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18 
 
Historicamente, a educação especial tem sido considerada como a 
educação de pessoas com deficiência, seja ela mental, auditiva, visual, 
motora, física, múltipla ou decorrente de distúrbios invasivos de 
desenvolvimento, além das pessoas superdotadas que também têm 
integrado o alunado da educação especial. 
 
As classes especiais, dentro das escolas regulares, só apareceram a partir de 
1950 e, evidentemente, a partir de movimentos organizados pelos pais que lutavam 
pelos direitos dos seus filhos (CARMO, 2007; FRAGELLI, 2005). 
Esses primeiros movimentos para atender às pessoas portadoras de 
deficiência que refletiam as mudanças significativas, em termos educacionais, e que 
estavam nascendo nos grupos sociais, foram concretizadas primeiramente na 
Europa e depois se expandiram para os Estados Unidos, Canadá e, recentemente, 
para o Brasil. 
Mazzota (1996, p. 15) enfatiza que: 
 
A defesa da cidadania e do direito à educação das pessoas portadoras de 
deficiência é atitude muito recente em nossa sociedade. Manifestando-se 
através de medidas isoladas, de indivíduos ou grupos, a conquista e o 
reconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficiência podem ser 
identificados como elementos integrantes de políticas sociais, a partir de 
meados deste século. 
 
Enfim, pode-se constatar que a mobilização da sociedade moderna é um 
fenômeno recente que deve muito mais a homens, mulheres, leigos ou profissionais, 
deficientes ou não, que se envolveram nas questões sociais ligadas aos direitos 
sociais e humanos, mais especificamente ao atendimento às pessoas deficientes, 
buscando o direito à qualidade de vida dessas pessoas, do que aos governos, osquais deveriam ser os promotores de fato da implantação e efetivação desse direito 
de cidadania, oportunidade e igualdade. 
 
No Brasil 
O ano de 1854 marca o início do atendimento aos portadores de deficiência 
no Brasil, quando foi criado, no Rio de Janeiro, o primeiro instituto para cegos 
(CARMO, 2007). 
 
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19 
 
Inicialmente esses institutos tinham como objetivo somente oferecer abrigo e 
proteção para os deficientes, tendo sido reproduzidos, de acordo com modelos 
europeus. 
No período entre 1905 a 1950, a grande maioria dessas instituições eram 
particulares e com caráter assistencialista. E, mesmo existindo algumas oficiais, não 
resolviam o problema da demanda de portadores de deficiência existente. 
Em relação aos serviços públicos, estes eram prestados através das escolas 
regulares, as quais ofereciam classes especiais para o atendimento aos deficientes2 
(CARMO, 2007). 
A mobilização social começa nas décadas de 50 a 60 com o surgimento e 
fortalecimento de algumas organizações e de movimentos educativos como os 
trabalhos de Paulo Freire. 
O governo brasileiro assume, em 1957, a educação do deficiente, a nível 
nacional e, em 1961, quando já vigorava a primeira Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, nº 4.024/61, em seu título X, os artigos 88 e 89 faziam 
referência à educação dos excepcionais, garantindo, assim, a educação aos 
deficientes: 
 
Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que fôr possível, enquadrar-
se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. 
Art. 89. Tôda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos 
estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá 
dos poderes públicos tratamento especial mediante bôlsas de estudo, 
empréstimos e subvenções. (LDBEN nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961). 
 
Há que ressalvar o seguinte: existia a lei, mas de fato, a história mostra que a 
escola não funcionava bem assim, embora no artigo 89, encontra-se que o governo 
ajudará a iniciativa privada prestar serviços às pessoas deficientes, ou seja, a escola 
regular não estava preparada nem recebia de fato os portadores de necessidades 
especiais. 
 
2 Abre-se aqui uma ressalva para explicar que no começo, esses indivíduos eram chamados de 
“deficientes”, e, nos dias atuais, “portadores de necessidades especiais”, portanto, justifica-se, no 
corpo deste trabalho, o uso sem preconceito das duas denominações. 
 
 
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20 
 
Nas análises dos artigos citados, observa-se que existe uma ambiguidade, ou 
seja, ao mesmo tempo em que propõe atendimento integrado na rede regular de 
ensino, delega às instituições sob administração particular, a responsabilidade de 
parte do atendimento, através de apoio financeiro. 
A LDBEN nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, para os ensinos de 1º e 2º 
graus, faz referência à educação especial em apenas um artigo (artigo 9), deixando 
claro que os conselhos estaduais de educação garantiriam aos deficientes o 
recebimento de tratamento especial nas escolas. 
Hoje, é claramente observável que a educação especial ficou a cargo de 
instituições filantrópicas, algumas subsidiadas com apoio do governo, outras 
buscando parcerias com a iniciativa privada e que, nas escolas regulares, embora 
seja lei, as condições mínimas necessárias, tanto em relação ao suporte financeiro, 
pessoal qualificado e estrutura física adequada ao recebimento, não condizem, 
portanto, a escola se esquiva de sua parcela de compromisso. 
Com a Constituição Federal de 1988, vários capítulos, artigos e incisos sobre 
educação, habilitação e reabilitação da pessoa deficiente, além da sua integração à 
vida comunitária foram inseridos. 
A ambiguidade do dever do estado é novamente observável na CF/88 (artigo 
205) e na nova LDBEN/96 (artigo 58): 
 
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho (CF/88) 
Art. 58 - Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
(LDBEN/96). 
 
Voltando o olhar para o surgimento da educação inclusiva e o caminho que 
tem seguido nos dias atuais, nota-se uma evidente preocupação em igualar as 
oportunidades ao acesso ao ensino escolar, em proporcionar continuidade dos 
portadores de necessidades especiais na escola regular. 
 
A política educacional inclusiva, integradora, pressupõe um modo de se 
construir o sistema educacional que considere as diferenças e necessidades 
de todas as crianças, jovens e adultos, sem discriminá-los ou segregá-los 
 
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21 
 
por quaisquer dificuldades ou diferenças discriminatória que possam ter. A 
escola inclusiva pressupõe uma nova escola, comum na sua organização e 
funcionamento, pois adota os princípios democráticos da educação de 
igualdade, equidade, liberdade e respeito à dignidade que fortalecem a 
tendência de manter na escola regular os alunos portadores de 
necessidades especiais (SAHB, 2004, p.6). 
 
A legislação educacional vigente não é completamente clara e específica, 
mas o Brasil segue pelo caminho que busca meios adequados e justos para que as 
instituições promovam o acesso e a permanência nas escolas regulares, de forma 
democrática. 
No quadro abaixo, encontram-se as leis e seus principais artigos que levará o 
leitor a perceber que em termos de legislação não há o que se queixar, faltando 
entretanto, fazê-las funcionar na prática. 
Lei O que propõe 
Constituição 
Federal de 
1988. 
Artigo 208: atender aos portadores de deficiência na rede regular de 
ensino, sendo obrigatório e gratuito. 
Art. 227: cria programas de prevenção e atendimento especializado para 
portadores de deficiência física, sensorial ou mental e integração social 
do adolescente portador de deficiência, facilitando acesso aos bens e 
serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos 
arquitetônicos. 
Lei 10.172/01 
– Aprova o 
Plano 
Nacional de 
Educação 
São 27 objetivos e metas voltados para educação de portadores de 
necessidades especiais. Vão desde educação infantil até qualificação 
profissional; ações preventivas, atendimento extraordinário em classes 
especiais até formação continuada de professores. 
Lei 853/89 - 
Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências, sua integração 
social, assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e 
sociais. 
Lei 8.069/90 – 
ECA – 
Estatuto da 
Criança e do 
Adolescente 
"A criança e o adolescente portadores de deficiências receberão 
atendimento especializado.” 
 
"Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer formade 
negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão, punido na 
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos 
fundamentais." 
Lei 9394/96 - 
LDBEN 
Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. A oferta de educação 
especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de 
zero a seis anos, durante a educação infantil. 
Os sistemas de ensino deverão assegurar: 
 I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
 
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22 
 
 II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o 
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de 
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o 
programa escolar para os superdotados; 
 III – professores com especialização adequada em nível médio ou 
superior, para atendimento especializado, bem como professores do 
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas 
classes comuns; 
 IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva 
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para 
os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, 
mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para 
aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora; 
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais 
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
Decreto 
3.298/99 
regulamenta a 
Lei 7.853/89 
Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras 
providências. 
Portaria MEC 
n° 1.679/99. 
Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas portadoras de 
deficiências para instruir processos de autorização e de reconhecimento 
de cursos e de credenciamento de instituições. 1.8 - Lei n° 10.098/00. 
Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida e dá outras providências. 
Declaração 
Mundial de 
Educação 
para Todos e 
Declaração de 
Salamanca 
(1994 – 
Espanha). 
O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo 
ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, 
firmada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e ao mostrar consonância 
com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na 
Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: 
Acesso e Qualidade. Entre outras premissas, tem-se: 
 "(...) Toda pessoa com deficiência tem o direito de manifestar seus 
desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade de estar 
certa disso. Os pais têm o direito inerente de serem consultados sobre a 
forma de educação que melhor se ajuste às necessidades, 
circunstâncias e aspirações de seus filhos" [Nesse aspecto último, por 
acréscimo nosso, os pais não podem incorrer em lesão ao direito 
subjetivo à educação obrigatória, garantido no texto constitucional]; 
 "As políticas educacionais deverão levar em conta as diferenças 
individuais e as diversas situações. Deve ser levada em consideração, 
por exemplo, a importância da língua de sinais como meio de 
comunicação para os surdos, e ser assegurado a todos os surdos 
acesso ao ensino da língua de sinais de seu país. Face às necessidades 
específicas de comunicação de surdos e de surdos-cegos, seria mais 
conveniente que a educação lhes fosse ministrada em escolas especiais 
 
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23 
 
ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns"; 
Fonte: PARECER CEB CNE 17/2001. 
 
Segundo Francisco Cordão, presidente da Câmara de Educação Básica, 
esses dispositivos legais e político-filosóficos possibilitam estabelecer o horizonte 
das políticas educacionais, de modo que se assegure a igualdade de oportunidades 
e a valorização da diversidade no processo educativo. 
A compreensão nesse sentido é de que tais dispositivos devem converter-se 
em um compromisso ético-político de todos, nas diferentes esferas de poder, e em 
responsabilidades bem definidas para sua operacionalização na realidade escolar. 
 
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24 
 
UNIDADE 4 - PORTADORES DE NECESSIDADES 
ESPECIAIS: CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO 
 
Os termos: diagnóstico, classificação, avaliação, testagem são utilizados e 
definidos de diferentes maneiras nas várias áreas médica, psicológica, educacional, 
entre outras. 
O diagnóstico educacional consiste na utilização de recursos, meios e 
técnicas para analisar e avaliar as situações educacionais, os problemas e as 
dificuldades dos alunos, bem como, tomar conhecimento de suas causas para 
preveni-las e corrigi-las, quando possível. 
Todo diagnóstico tem duas funções básicas: 
1- Localizar e analisar as causas das dificuldades dos alunos em todas as 
áreas das suas atividades; 
2- Identificar e avaliar as áreas de aprendizagem e ajustamento, tanto as 
positivas, quanto as negativas. 
Zacharias (2007) diz que embora sejam muitas as desvantagens e desvios 
existentes na classificação de pessoas em categorias, elas acabam tornando-se 
necessárias, principalmente do ponto de vista da administração do Sistema 
Educacional, e apresenta a classificação abaixo, a qual decorre do modelo clínico, 
combinado sempre que possível ao modelo educacional. 
1. Excepcionais Intelectuais 
1.1 Superdotados 
1.2 Deficientes mentais 
 a) educáveis 
 b) treináveis 
 c) dependentes 
 2. Excepcionais por desvios físicos 
 2.1 Deficientes físicos não sensoriais 
 2.2 Deficientes físicos sensoriais 
 a) deficientes auditivos 
 b) deficientes visuais 
 
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25 
 
3. Excepcionais psicossociais 
 3.1 alunos com distúrbios emocionais 
 3.2 alunos com desajustes sociais 
4. Excepcionalidade múltipla 
 4.1-alunos com mais de um tipo de desvio (ZACHARIAS, 2007). 
 
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26 
 
UNIDADE 5 - AS DIFERENTES NECESSIDADES ESPECIAIS 
 
Para falarmos das diferentes necessidades especiais, faz-se necessário uma 
breve introduçãoaos nossos sistemas sensoriais com os quais conhecemos e nos 
relacionamos com o mundo que são: a gustação; o olfato; o tato; a audição; a visão 
e a propriocepção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Os sentidos 
Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos1.asp 
 
Legarda e Miketta (2008, p. 20) destacam três aspectos importantes e que 
estão relacionados aos sistemas sensoriais: 
1. O uso integrado que fazemos dos sentidos em nossos primeiros anos de vida 
vai decrescendo com o passar dos tempos, devido à desvalorização da 
acuidade sensorial em nossa cultura e sistema educativo. Lamentavelmente, 
os currículos de estudo de crianças com mais de seis anos, descuidam, 
 
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27 
 
quase que completamente, desse importante aspecto do desenvolvimento 
que não se restringe apenas a uma forma de conhecer o meio ambiente, mas 
é também uma maneira de conhecermos a nós mesmos; 
2. Os sentidos são nossa primeira fonte de conhecimento. No nascimento, não 
há o pensamento simbólico e nem o raciocínio lógico, somente o mundo 
sensorial e perceptivo. Assim sendo, estímulos variados são fundamentais 
nos primeiros anos de vida; 
3. Nós, humanos, mostramos diferenças em nossos padrões sensoriais e em 
nossa capacidade de aprender por meio de um ou outro sentido, ou seja, 
alguns utilizam melhor a visão, outro a audição. 
 
O sentido do paladar ou gustação encontra-se nos receptores localizados na 
língua, as papilas gustativas. Esse sentido distingue quatro sabores básicos: amargo 
(parte posterior da língua); azedo e salgado (bordas da língua) e doce (ponta da 
língua). A gustação é nosso sentido mais fraco, devido a língua ter de cumprir outras 
funções como articular a fala, por exemplo. 
O sentido do olfato funciona com quimiorreceptores localizados no nariz e que 
captam as substâncias voláteis dispersas no ar. Há uma estreita relação entre 
gustação e olfato, o que pode ser experimentado cheirando e degustando ao mesmo 
tempo um pedaço de bolo. 
Os mesmos autores destacam que existe uma associação entre olfato e as 
lembranças e que essa relação pode ter um fundo adaptativo para nos proteger de 
perigos como alimentos venenosos, por exemplo, mas é uma associação pouco 
explorada no contexto pedagógico. 
O tato é um dos primeiros sentidos a amadurecer, tendo seus receptores na 
pele, onde há células especializadas para a percepção do calor, do frio e da dor. É 
importante no desenvolvimento emocional, no conhecimento do corpo e na formação 
de vínculos afetivos (Legarda e Miketta, 2008). 
A sensibilidade auditiva proporciona não só o reconhecimento objetivo dos 
sons ambientais (chuva, sons de instrumentos musicais, entre outros), mas participa 
efetivamente no processo de comunicação entre os indivíduos e, deste modo, 
constitui um importante elemento da linguagem. A perda da sensibilidade auditiva ou 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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a surdez dificulta esse aspecto da relação humana, pois o nosso principal meio de 
comunicação é através da linguagem falada. O próprio mecanismo de aprendizado 
da linguagem falada depende da audição (NISHIDA, 2007). 
Nabuco e Cortez (2005) esclarecem que, no início, os recém-nascidos 
enxergam apenas borrões. Entre a 4ª e 6ª semana de vida, passam a fixar o olhar 
em objetos, uma vez que se completa a formação da região da retina que permite 
visualizar detalhes. A partir dos dois meses, as imagens que eram acinzentadas 
ganham matizes de vermelho, branco e azul. A visão evolui rápido, de modo que ao 
completar quatro meses a criança já distingue as demais cores e segue os objetos 
com os olhinhos. O passo seguinte é apanhar os objetos que vê. Posteriormente, 
passa a reconhecer as pessoas e estranham rostos e locais diferentes. Geralmente, 
até os cinco anos a criança atinge o desenvolvimento total da visão. 
A propriocepção é definida por Legarda e Miketta (2008, p. 19) como “aquele 
sentido que informa sobre a localização de uma parte móvel do corpo, a mão, por 
exemplo, em relação a outra de posição fixa, o tronco”. 
A propriocepção acontece por meio de diversos sensores específicos 
espalhados pelo corpo que reconhecem as mudanças de posição e de movimento. A 
propriocepção nos ajuda a manter a posição adequada em uma cadeira, segurar 
utensílios tais como uma caneta ou um garfo de maneira adequada, a julgar a 
distância que estamos de um objeto para não bater nele, quanta pressão 
precisamos fazer para evitar quebrar um lápis (Dutra, 2007). 
Apresentados os sentidos, vamos partir para as deficiências que podem 
acometer o ser humano. 
 
 
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Fonte: <http://www.4.bp.blogspot.com/.../s400/D.M.03.gif> 
 
5.1 Deficiências sensoriais 
Várias são as deficiências que um ser humano pode apresentar. Dentre elas 
temos as deficiências sensoriais, que serão nosso ponto de partida para refletirmos 
sobre a relação existente entre elas e práticas pedagógicas para promover a 
educação inclusiva. 
Outro objetivo deste capítulo é refletir sobre a utilização dos sentidos para 
conhecimento e relacionamento com o mundo, além de valorizarmos o 
desenvolvimento da acuidade sensorial no sistema educativo. 
Dentre as deficiências sensoriais analisaremos a deficiência auditiva e a 
visual, mas também há a múltipla deficiência sensorial onde acontece a associação 
entre surdez e/ou deficiência visual a outras deficiências (intelectual e/ou física), bem 
como distúrbios (neurológico, emocional de linguagem ou no desenvolvimento 
global) que podem acarretar atrasos no desenvolvimento, devido às dificuldades de 
interação com o meio. 
 
5.1.1 Deficiência visual 
Um primeiro contato com uma pessoa cega, geralmente, é suficiente para que 
ela retenha na memória a sua voz, reconheça-lhe pelo toque ou talvez pelo seu 
perfume. Não que ela seja um ser extraordinário, mas por necessidade esses 
sentidos lhe são estimulados e favorecem sua interação com o meio. 
 
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Em relação às pessoas com baixa visão, aquelas com visão reduzida e cuja 
deficiência é corrigível por lentes, cirurgias ou tratamento, inúmeras pesquisas 
comprovam que a estimulação da visão residual favorece o ganho de eficiência na 
utilização da visão preservada. 
A deficiência visual é uma situação irreversível de diminuição da resposta 
visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento 
clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A deficiência visual inclui dois 
grupos: cegueira, visãosubnormal (FIOCRUZ, 2009). 
 
Cegueira 
Têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam 
aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam 
relacionados com o uso da visão. Deverá, no entanto, ser incentivado a usar seu 
resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível. 
 
Visão Subnormal ou Baixa Visão 
É considerado portador de baixa visão aquele que apresenta desde a 
capacidade de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira 
ou limita seu desempenho. Sua aprendizagem se dará através dos meios visuais, 
mesmo que sejam necessários recursos especiais. 
Tanto a cegueira total quanto a visão subnormal pode afetar a pessoas em 
qualquer idade. Bebês podem nascer sem visão e outras pessoas podem tornar-se 
deficientes visuais em qualquer fase da vida (FIOCRUZ, 2009). 
Ela também ocorre independentemente de sexo, religião, crenças, grupo 
étnico, raça, ancestrais, educação, cultura, saúde, posição social, condições de 
residência ou qualquer outra condição específica. 
A deficiência visual interfere em habilidades e capacidades e afeta não 
somente a vida da pessoa que perdeu a visão, mas também dos membros da 
família, amigos, colegas, professores, empregadores e outros. O mais importante é 
criar o ambiente propício para a criança com deficiência visual conseguir alcançar 
um desenvolvimento compatível com o estágio de vida que se encontrar até que 
possa ter a capacidade de se tornar independente e ativa socialmente. Para tanto, é 
 
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extremamente importante que pais, amigos, professores e profissionais de saúde 
formem uma "equipe humana", onde cada um terá seu papel na estimulação 
precoce da criança, inserindo-a verdadeiramente na circunstância social em que se 
encontre (HADDAD, SEI, BRAGA, 2009). 
 
5.1.2 Deficiência auditiva 
As pessoas com surdez, por sua vez, são extremamente visuais, o que 
favorece o domínio de uma linguagem visual-espacial. Também é importante 
considerar as pessoas que apresentam resíduo auditivo e que, portanto, carecem de 
estímulos dessa natureza (FIOCRUZ, 2009). 
Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre o 
desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo 
com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 
1989). 
Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para 
detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição). 
A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e 
na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar 
como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por 
dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos. 
Dentre os tipos de deficiência auditiva temos a condutiva, sensório-neural, 
mista, central ou surdez central. 
 
Condutiva: 
Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o 
conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências 
auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. 
Essa deficiência pode ter várias causas, entre elas podem-se citar: corpos estranhos 
no conduto auditivo externo; tampões de cera; otite externa e média; malformação 
congênita do conduto auditivo; inflamação da membrana timpânica; perfuração do 
tímpano; obstrução da tuba auditiva; entre outras. 
 
 
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Sensório-Neural: 
Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células 
ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Esse tipo de deficiência auditiva é 
irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária, 
como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, 
toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes, entre outros. Também podem ser 
causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de 
parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, entre outros. 
 
Mista: 
Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial 
associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra 
geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com 
comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea. 
 
Central ou Surdez Central: 
Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de 
diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de 
dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos 
mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (SNC). 
Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a 
linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um 
mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é 
chamada de Libras. 
Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – 
FENEIS, um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um 
ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a 
capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para 
aprender, por ter se habituado à linguagem oral (FIOCRUZ, 2009). 
 
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5.2 Deficiências físicas 
Encontramos na literatura diferentes conceitos para deficiência física, mas 
vamos tomar com base o conceito explicitado no art. 4º do Decreto nº 3.298/99 da 
Legislação Brasileira. 
 
Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo, 
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob 
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, 
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de 
membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou 
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho das funções. 
 
Essa definição nos leva a entender que a função física pode ficar 
comprometida quando faltar algum membro (quando houver amputação), sua má-
formação ou deformação (alterações que comprometam o sistema muscular e 
esquelético). 
Quanto às lesões motoras decorrentes de lesão do sistema nervoso, estas 
podem ser de diferentes tipos, como alterações de: 
• ordem muscular – hipertonias, hipotonias, atividades reflexas, movimentos 
descoordenados e involuntários; 
• ordem nervosa, no que diz respeito à sensibilidade e à força muscular – 
hemiparesias, paraparesia, monoparesia e tetraparesia (BRASIL, 1999). 
 
Ainda encontraremos alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do 
Sistema Nervoso e, nesses casos, observaremos principalmente a alteração do 
tônus muscular (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentosinvoluntários e incoordenados). As terminologias “para, mono, tetra, tri e hemi”, diz 
respeito à determinação da parte do corpo envolvida, significando respectivamente, 
“somente os membros inferiores, somente um membro, os quatro membros, três 
membros ou um lado do corpo” (BRASIL, 1999). 
 
A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor 
que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema 
Nervoso. 
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente 
ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e 
 
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gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de 
lesão ocorrida (BRASIL, 2006, p. 28). 
 
Dentre as causas da deficiência física temos: 
• Lesão cerebral (paralisia cerebral); 
• Lesão medular; 
• Miopatias (distrofias musculares); 
• Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla); 
• Lesões nervosas periféricas; 
• Amputações; 
• Malformações congênitas; 
• Distúrbios posturais da coluna; 
• Reumatismos inflamatórios; 
• Acidentes; 
• Traumatismos crânio-encefálico. 
A paralisia cerebral é uma das causas mais frequentes que encontramos 
como deficiência física e que chega até a escola, portanto, faz-se necessário dar 
uma atenção especial ao seu estudo. 
As crianças que sofrem dessa patologia são motivo de grande preconceito e 
discriminação na escola, principalmente porque as pessoas pensam que é uma 
deficiência mental, o que é um grande equívoco. 
Muitas dessas crianças têm dificuldades de se comunicar e expressar devido 
às suas limitações motoras e não cognitivas e demonstram um comportamento 
alheio à realidade, por falta de oportunidades e de mediações que lhes auxiliem na 
expressão de toda sua vontade. 
A principal característica da paralisia cerebral é o déficit motor, entretanto, 
quase sempre se pode encontrar um ou outro distúrbio decorrente da lesão 
neurológica como: convulsões que podem levar ao déficit cognitivo, alterações 
oculares e visuais, distúrbios de deglutição, comprometimento auditivo, alterações 
nas funções corticais superiores, distúrbios do comportamento (BRASIL, 2007). 
Importante ressaltar que esses distúrbios que acompanham a paralisia 
cerebral podem ser decorrentes também do meio em que a criança vive, suas 
condições de higiene, nutrição, tratamentos e oportunidades em geral. 
 
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Como causas da paralisia cerebral que podem ocorrer isoladas ou 
associadas, Braga (1995 apud Brasil, 2007) sintetiza assim: 
• Pré-natais – infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalia, 
herpes e sífilis), anóxia fetal, exposição à radiação ou a drogas, erros de 
migração neuronal e outras malformaç ões cerebrais; 
• Peri-natais – complicações durante o parto (traumatismo cerebral ou anóxia 
em trabalho de parto difícil ou demorado), prematuridade, nascimento com 
baixo peso, entre outros; 
• Pós-natais – traumatismos crânio-encefálicos, infecções do sistema nervoso 
central (encefálicos e meningites), anóxia cerebral (devido a asfixias, 
afogamentos, convulsões ou paradas cardíacas) e acidente vascular 
cerebral. 
 
5.3 Deficiências mentais 
Na procura de uma compreensão mais global das deficiências em geral, em 
1980, a Organização Mundial de Saúde propôs três níveis para esclarecer todas as 
deficiências, a saber: deficiência, incapacidade e desvantagem social. 
• Deficiência – refere-se a uma perda ou anormalidade de estrutura ou função. 
É relativa a toda alteração do corpo ou aparência física, de um órgão ou de 
uma função, qualquer que seja sua causa. 
• Incapacidade – refere-se à restrição de atividades em decorrência de uma 
deficiência. Incapacidades refletem às consequências das deficiências em 
termos de desempenho e atividade funcional do indivíduo. 
• Desvantagem – refere-se à condição social ou prejuízo resultante de 
deficiência e/ou incapacidade. As desvantagens dizem respeito aos prejuízos 
que o indivíduo experimenta devido à sua deficiência. Sua deficiência e 
incapacidade refletem, pois, a adaptação do indivíduo e a interação dele com 
o seu meio. 
Em 2001, essa proposta, revista e reeditada, introduziu o funcionamento 
global da pessoa com deficiência em relação aos fatores contextuais e do meio, 
(re)situando-a entre as demais e rompendo o seu isolamento. Ela chegou a motivar 
a proposta de substituição da terminologia “pessoa deficiente” por “pessoa em 
 
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situação de deficiência”: com o intuito de destacar os efeitos do meio sobre a 
autonomia da pessoa com deficiência. Assim, uma pessoa pode sentir-se 
discriminada em um ambiente que lhe impõe barreiras e que só destaca a sua 
deficiência ou, ao contrário, ser acolhida, graças às transformações deste ambiente 
para atender às suas necessidades (BATISTA E MANTOAN, 2007). 
A Convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira pelo 
Decreto nº 3.956/2001, no seu artigo 1º, define deficiência como “[...] uma restrição 
física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a 
capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada 
ou agravada pelo ambiente econômico e social”. Essa definição ratifica a deficiência 
como uma situação. 
A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e 
para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do 
seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo. 
A dificuldade de diagnosticar a deficiência mental tem levado a uma série de 
revisões do seu conceito. A medida do coeficiente de inteligência (QI), por exemplo, 
foi utilizada durante muitos anos como parâmetro de definição dos casos. O próprio 
CID 10 (Código Internacional de Doenças, desenvolvido pela Organização Mundial 
de Saúde), ao especificar o Retardo Mental (F70-79), propõe uma definição ainda 
baseada no coeficiente de inteligência, classificando-o entre leve, moderado e 
profundo, conforme o comprometimento. Também inclui vários outros sintomas de 
manifestações dessa deficiência, como: a “[...] dificuldade do aprendizado e 
comprometimento do comportamento”, o que coincide com outros diagnósticos de 
áreas diferentes. 
O diagnóstico da deficiência mental não se esclarece por supostas categorias 
e tipos de inteligência. Teorias psicológicas desenvolvimentistas, como as de caráter 
sociológico, antropológico têm posições assumidas diante da deficiência mental, 
mas ainda assim não se conseguiu fechar um conceito único que dê conta dessa 
intrincada condição (MANTOAN, 2004). 
A Psicanálise, por exemplo, traz à tona a dimensão do inconsciente, uma 
importante contribuição que introduz os processos psíquicos na determinação de 
diversas patologias, entre as quais a deficiência mental. A inibição desenvolvida por 
 
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