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REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS E O REGISTRO EMPRESARIAL Fernanda Ribeiro Souto Registro público das empresas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Enumerar os órgãos responsáveis e atos do registro de empresas. Caracterizar a inatividade empresarial. Classificar as situações de irregularidade da empresa. Introdução No registro público de empresas mercantis, são inscritas as atividades empresárias, enquanto, no registro civil de pessoas jurídicas, são inscritas as atividades intelectuais. Todavia, o cerne da questão é proceder ao registro da sociedade para que ela não se torne inativa ou irregular, perca benefícios ou seja prejudicada. Neste capítulo, você vai ler sobre os atos de registro de empresas, os órgãos responsáveis e o que caracteriza a inatividade e a irregularidade empresarial. Órgãos responsáveis e atos do registro de empresas A seguir, serão abordadas as características dos órgãos responsáveis e os atos de registro de empresas. Dos órgãos São arquivados no registro público de empresas mercantis e atividades afi ns, independentemente do seu objeto, os atos das fi rmas mercantis individu- ais e das sociedades mercantis, à exceção de previsões legais específi cas. Os serviços de registro público de empresas mercantis e atividades afi ns serão exercidos em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente. Conforme o Código Civil (BRASIL, 2002), o empresário tem como obri- gação inscrever-se no registro de empresas antes de dar início à exploração do seu negócio. O registro das empresas, por sua vez, trata-se de um sistema integrado, com dois órgãos distintos: no âmbito federal, o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI); no âmbito estadual, as Juntas Comerciais. Tais serviços são exercidos pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), que é composto pelo DREI, órgão central do Sinrem, e a Junta Comercial, que consta em cada unidade federativa (Estado). Cabe ao DREI exercer a função supervisora, orientadora, coordenadora e normativa na área técnica e supletiva na área administrativa. Já as Juntas Comerciais terão função executora e administradora dos serviços de registro, ou seja, elas que propriamente farão os registros das sociedades e administrarão os demais serviços relacionados a esses registros. Por sua vez, o DREI é competente para fixar as diretrizes gerais para a prática dos atos de registro de uma empresa, pelas Juntas Comerciais, acompanhando a sua aplicação e corrigindo erros. Conforme previsto na Lei nº. 8.934 (BRASIL, 1994), de 18 de novembro de 1994, art. 4º, o DREI tem como finalidades: supervisionar e coordenar os órgãos incumbidos da execução dos serviços de registro público de empresas mercantis e atividades afins; estabelecer as normas e diretrizes gerais; solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis e dos regulamentos; prestar orientação às Juntas Comerciais; exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do registro público de empresas mercantis e atividades afins; estabelecer normas procedimentais de arquivamento. Por sua vez, haverá uma Junta Comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva, sendo que elas se subordinam ao governo do Estado respectivo e ao DREI. Registro público das empresas2 Às Juntas Comerciais, cabe: realizar os atos de registro de empresa (arquivamento, matrícula e autenticação); elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes, já que, para tanto, há o pagamento de taxas pelos empresários e terceiros interessados; processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intér- pretes comerciais; elaborar os regimentos internos e suas alterações, bem como as resolu- ções de caráter administrativo para cumprimento de suas obrigações; expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente ins- critas no registro público de empresas mercantis e atividades afins; realizar o assentamento dos usos e das práticas mercantis. Dos atos de registro A inscrição do empresário no registro público de empresas mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade, é obrigatória (art. 967 do Código Civil) (BRASIL, 2002). Essa inscrição é feita por meio de requeri- mento, que conterá: nome; nacionalidade; domicílio; estado civil e, se casado, o regime de bens do empresário; firma, com a respectiva assinatura, que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade; capital; objeto; sede da empresa. A inscrição será tomada por termo no livro próprio do registro público de empresas mercantis e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos. Tomazette (2017, p. 111): 3Registro público das empresas Uma das obrigações impostas pelo regime jurídico empresarial é o registro no órgão competente dos atos determinados pela lei. Registro tem por finalidade dar publicidade aos atos. Não se trata de condição de eficácia, mas apenas de publicidade dos atos, daí dizer que o registro tem natureza eminentemente declaratória e apenas excepcionalmente constitutiva. Todos os empresários são obrigados a se registrar, se não o fizerem serão empresários irregulares. De acordo com a Lei nº. 8.934/1994 (BRASIL, 1994), são três os atos de registro de uma empresa: 1. matrícula; 2. arquivamento; 3. autenticação. A matrícula é feita perante a Junta Comercial para leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns gerais. O trapicheiro é o administrador de um trapiche (máquina, armazém e depósito de mercadorias). O arquivamento diz respeito à inscrição do empresário individual (aquele que exerce a sua atividade econômica como pessoa física) e da sociedade empresária. É feito com os documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção dessas firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas, bem como aos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (BRASIL, 1976). Além disso, é feito arquivamento de: Registro público das empresas4 atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; declarações de microempresa; atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao registro público de empresas mercantis e atividades afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis. Os referidos documentos devem ser apresentados para arquivamento na Junta Comercial em até 30 dias da sua assinatura, quando os seus efeitos re- troagirão aos do arquivamento. Se apresentados fora do prazo, os documentos somente serão considerados eficazes após e a partir da data do despacho que conceder o arquivamento. Por sua vez, a autenticação ocorre quanto aos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. Serão levados automaticamente a registro os atos e documentos que con- tenham informações meramente cadastrais, definidos por ato do DREI, se puderem ser obtidos em outras bases de dados de órgãos públicos. Por fim, quanto à autenticação, as Juntas Comerciais autenticarão os instrumentos de escrituração das empresas mercantis e dos agentes auxiliares do comércio e as cópias dos documentos assentados. Inatividade empresarial A atividade empresarial é a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Desde que não seja atividade intelectual, científi ca ou artística e não seja realizada por cooperativa, qualquer outra atividade exercida nesses parâmetros caracterizará uma empresa.Mesmo se for atividade intelectual, científi ca ou artística, de forma que o exercício da profi ssão constitua elemento de empresa, haverá a caracterização como atividade empresarial. 5Registro público das empresas A atividade constitui elemento de empresa quando passa a fazer parte de um todo empresarial; ou seja, torna-se um dos elementos da empresa. Considere, por exemplo, o caso de um médico que abre um consultório e contrata uma secretária. Enquanto trabalhar dessa forma, não será considerada empresa. No entanto, se a sua demanda aumentar, se contratar outros profissionais, se incluir serviços de exames laboratoriais ou de imagens no seu consultório, a sua atividade passará a compor um dos elementos da empresa e, portanto, o médico passará a exercer atividade empresária. Assim, se houver o exercício de atividade econômica (que vise ao lucro), realizada de forma habitual, profissional e organizada, há atividade empresarial. Haverá inatividade, por sua vez, se a empresa deixar de exercer a sua atividade operacional. O arquivamento se refere a atos de constituição, alteração, dissolução e extinção de atos ou documentos, que, por determinação legal, sejam atribuídos ao registro público de empresas mercantis e atividades afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis, entre outros. Assim, para a Lei nº. 8.934/1994 (BRASIL, 1994), se o empresário individual e a sociedade empresária não realizarem qualquer arquivamento no período de 10 anos, devem comunicar à Junta Comercial que ainda permanecem em atividade e desejam manter-se em funcionamento, pois, se não o fizerem, serão considerados inativos. Portanto, não havendo comunicação do empresário ou da sociedade dentro do período determinado por lei (10 anos), a Junta Comercial respectiva poderá promover o cancelamento do registro. Todavia, antes do cancelamento, a Junta Comercial deverá notificar pre- viamente a empresa mercantil, por meio de comunicação direta ou por edital. Se a empresa atender à comunicação, é desfeita a inatividade. Não atendida, é efetuado o cancelamento do registro, e a receita será informada. Cancelado o registro, há perda automática da proteção ao nome empresarial, ou seja, o nome, algo de caráter tão distintivo e de tamanha importância para uma empresa, poderá ser usado por outra empresa. Ainda, após o cancelamento, a Junta Comercial deve realizar a comuni- cação do cancelamento às autoridades arrecadadoras no prazo de até 10 dias. Para a reativação da empresa ora cancelada, os mesmos procedimentos de constituição deverão ser observados. Registro público das empresas6 Para o Fisco, a pessoa jurídica inativa é aquela que não tenha efetuado qualquer atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-calendário. É essencial informar para a Receita Federal sobre a inatividade da empresa para que a tributação cesse. Querendo o empresário reativar o registro no futuro, deverá obedecer aos mesmos procedimentos relacionados para a constituição de uma nova empresa, sem a possibilidade de reivindicar o mesmo nome empresarial antes adotado. Com a inatividade da empresa e o seu cancelamento, não há automati- camente dissolução da sociedade, mas esta se torna irregular se continuar funcionando. Segundo Coelho (2014, p. 66), “Quer dizer, a sociedade com arquivamento cancelado não deve necessariamente entrar em liquidação; mas sobrevêm as consequências do exercício irregular da atividade empresarial, caso os sócios não a encerrem”. O nome empresarial goza de proteção no Direito, já que visa preservar a clientela e o crédito. Assim, se alguém usa o nome de uma empresa indevidamente ou se um concorrente usa o nome idêntico, haverá consequências. No mesmo caso, o crédito de um empresário pode ser abalado com protesto de títulos ou pedido de falência de eventual usurpador do nome. Logo, o Direito tutela esses interesses. Em razão disso, se a empresa se torna inativa e chega a ser cancelada, mesmo que continue funcionando de forma irregular, seu nome não estará mais protegido. Se a empresa quiser ser reativada, deverá então obedecer aos mesmos requisitos para sua constituição. A inscrição do empresário deve ser feita mediante requerimento contendo a sua qualificação (art. 968 do Código Civil) (BRASIL, 2002): 7Registro público das empresas nome; nacionalidade; domicílio; estado civil e, se casado, o regime de bens; capital; objeto; sede da empresa. Se o empresário individual contratar sócios, poderá solicitar ao registro público de empresas mercantis a transformação de seu registro de empresário, observando-se as normas sobre transformação da sociedade. Além disso, o empresário que constituir filial em outro Estado deve registrar a filial no referido local e averbar a constituição do estabelecimento secundário no registro público da respectiva sede, conforme dispõe o art. 969 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento on-line): Art. 969 O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. Um caso emblemático julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) trata-se de contro- vérsia sobre a legalidade/razoabilidade da exigência de declaração de produção anual de bebidas para empresa inativa. Para o STJ, a norma é dirigida às empresas que efetivamente tenham produzido bebidas no período ou possuam estoque no final do ano. Assim, no caso julgado, entendeu-se que não houve ofensa ao dispositivo legal, mas, sim, simples descuido de um dever objetivo de cuidado na hora de informar o encerramento de suas atividades ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2016). Outro caso julgado pelo STJ foi a utilização de firma individual inativa para cometer ilícito, mediante compra e venda de medicamentos em grandes quantidades, comercializados sem o recolhimento do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), o que resultou na instauração de processo administrativo por parte do Fisco estadual, culminando com sua condenação à imposição de multa. O empresário alegou que teve seu nome utilizado indevidamente pelos requeridos e solicitou indenização, os quais foram condenados ao pagamento de R$ 20.000,00 (BRASIL, 2018). Registro público das empresas8 Situações de irregularidade da empresa Como mencionado, a inscrição do empresário no registro público de em- presas mercantis da respectiva sede, antes do início da sua atividade, é obrigatória (conforme art. 967 do Código Civil) (BRASIL, 2002). Por outro lado, uma empresa é considerada irregular quando inicia as suas atividades sem providenciar o respectivo registro da sua constituição, acarretando-lhe perda de benefícios e proteção, podendo causar multas e sanções ao empresário e à sociedade empresária. A Lei 8.934, de 18 de novembro de 1994, dispõe sobre a publicidade do registro e traz a permissão de que qualquer pessoa, independentemente do motivo ou interesse, poderá consultar os registros existentes nas Juntas Comerciais e obter certidões, mediante o pagamento do preço devido. Ademais, registrar a constituição de uma empresa é essencial para sua proteção para evitar sanções e conseguir benefícios, além de cumprir o requisito da publicidade, segundo o qual qualquer pessoa tem o direito de consultar sobre uma empresa. A sociedade que explora irregularmente a sua atividade econômica, ou seja, que funciona sem registro na Junta Comercial, tem como sanção a responsabilidade ilimitada de seus sócios pelas obrigaçõesda sociedade. Logo, na sociedade irregular, os sócios passam a ter responsabilidade solidária e ilimitada de todas as obrigações da sociedade, sendo que o patrimônio pessoal pode responder então por qualquer dívida da empresa. Dessa forma, o registro dos atos constitutivos, realizado por meio do arquivamento na Junta Comercial, é condição para a limitação da respon- sabilidade dos sócios. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendeu pela responsabilidade direta e automá- tica dos sócios pelas dívidas de uma sociedade, sem necessidade de desconsideração da personalidade jurídica (prescindível), por ausência de registro. Além disso, o mesmo tribunal entendeu ainda que — em relação ao registro derivado (averbação) (art. 999 do Código Civil), que diz respeito às modificações do contrato social — deve ser dado o mesmo tratamento: se não foi realizado, a sociedade encontra-se irregular, pelo qual respondem os sócios ilimitadamente (RIO DE JANEIRO, 2014). 9Registro público das empresas Ainda, a sociedade irregular não tem legitimidade para pedir falência de outro comerciante e não pode pedir recuperação judicial. Aliás, para pedir falência de uma empresa, um credor empresário deve apresentar certidão do registro público de empresas que comprove a regularidade das suas ativi- dades. Ademais, a irregularidade traz também sanções de natureza fiscal e administrativa. Se a sociedade se encontra irregular, não é possível a inscrição da pes- soa jurídica no CNPJ e nos cadastros estaduais e municipais, o que pode ensejar multa pela inobservância da obrigação tributária e impossibilidade de participar de licitações. Não é possível a inscrição ainda da matrícula do empresário no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), até mesmo porque são registros simultâneos (Junta Comercial e INSS). O empresário ficará adstrito a negócios informais e irregulares, podendo dar ensejo à multa por falta de CNPJ por ausência de cumprimento de obrigações tributárias perante o Fisco. Por fim, os instrumentos escriturais mercantis não poderão ser auten- ticados, de forma que não terão eficácia probatória em juízo e poderá, em caso de decretação de falência, incorrer em crime pela não regularidade de seus livros. O empresário rural, o pequeno empresário e o microempresário, por previsão legal, estão dispensados do prévio registro na Junta Comercial, imposta a empresários em geral. Da sociedade em comum A sociedade em comum é uma sociedade despersonifi cada, que não possui personalidade jurídica, porque seus atos constitutivos não foram levados a registro. A sociedade em processo de organização também é considerada sociedade em comum. Registro público das empresas10 As sociedades irregulares ou comuns, que não obedeceram aos ditames legais para registro do ato constitutivo, são reconhecidas pelo Direito. Assim, o registro não é condição de existência dessas sociedades, mas apenas de aquisição da personalidade jurídica. Conforme previsto no art. 986 do Código Civil (BRASIL, 2002), enquanto não inscritos os atos constitutivos, a sociedade será regida, exceto por ações em organização, pelas normas da sociedade em comum, observadas, subsi- diariamente e no que forem compatíveis, as normas da sociedade simples. Segundo Tomazette (2017, p. 321): No sistema brasileiro, a personalidade jurídica das sociedades nasce com o registro dos atos constitutivos no órgão competente (art. 985 do Código Civil de 2002). Sem tal registro, não importa se exista ou não o ato constitutivo, não se pode falar em personificação da sociedade, mas em sociedade em comum, ou eventualmente em sociedade em conta de participação. Ora, não se tratando de uma pessoa jurídica, não há que se cogitar de autonomia patrimonial, não havendo a possibilidade do uso desta autonomia para fins escusos. Mesmo a sociedade irregular ou em comum pode ter provada sua existência, desde que por escrito, pelos sócios, nas relações entre si ou com terceiros. Os terceiros, por sua vez, podem prová-la de qualquer modo. Na sociedade em comum, os bens e as dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Conforme art. 988 do Código Civil (BRASIL, 2002), os bens sociais res- pondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Quanto à responsabilidade dos sócios, todos respondem solidária e ilimi- tadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem aquele que contratou pela sociedade. 11Registro público das empresas BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da União, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 27 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 8.934, 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Diário Oficial da União, 21 nov. 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L8934.htm. Acesso em: 27 dez. 2019. BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/ l10406.htm. Acesso em: 27 dez. 2019. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (2ª Turma). Agravo Regimental no Agravo em recurso Especial nº. 825.284/RS 2015/0309706-3. Relator: Min. Herman Benjamin, 10 mar. 2016. Diário da justiça Eletrônico, 23 maio 2016. Disponível em: https://jurisprudencia.juristas. com.br/jurisprudencias/post/agrg-no-aresp-825284-rsagravo-regimental-no-agravo- -em-recurso-especial20150309706-3. Acesso em: 27 dez. 2019. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (4ª Turma). Agravo Interno no recurso Especial nº. 1.621.663 MT 2016/0218527-8. Relator: Min. Lázaro Guimaraes, 11 set. 2018. Diário da justiça Eletrônico, 19 set. 2018. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurispruden- cia/628783189/agravo-interno-no-recurso-especial-agint-no-resp-1621663-mt-2016- -0218527-8?ref=serp. Acesso em: 27 dez. 2019. COELHO, F. U. Curso de Direito Comercial: Direito de Empresa. 18. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. v. 1. MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (9ª Câmara Cível). Apelação Cível nº. 1.0567.15.000062-6/001. Relator: Des. Pedro Bernardes, 18 dez. 2018. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 28 jan. 2019. Disponível em: https://www5.tjmg. Em recente decisão, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou uma sociedade irregular ao pagamento de danos morais por falha na prestação de serviços. A referida sociedade tentou alegar que seria parte ilegítima para responder à ação, visto que não se encontrava devidamente registrada. No entanto, o tribunal entendeu que, mesmo não havendo personalidade jurídica, há capacidade para ser parte (MINAS GERAIS, 2019). Registro público das empresas12 jus.br/jurisprudencia/ementaSemFormatacao.jsp?numero=undefined. Acesso em: 27 dez. 2019. RIO DE JANEIRO (Estado). Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (24ª Vara Cível). Agravo de Instrumento nº. 0068338-70.2013.8.19.0000 Rio de Janeiro Capital. Relator: Rogério de Oliveira Souza, 19 dez. 2013. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, 9 jan. 2014. Disponível em: https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/378671406/agravo-de-instrumento- ai-683387020138190000-rio-de-janeiro-capital-24-vara-civel?ref=juris-tabs. Acesso em: 27 dez. 2019. TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário. 8. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2017. v. 1. Leituras recomendadas GAGLIANO, P. S.; PAMPLONA FILHO, R. Manual de Direito Civil. 1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. 1.696 f. TEIXEIRA, T. Direito Empresarial sistematizado. 7. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovadono momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 13Registro público das empresas
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