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PROBLEMA DE ENGENHARIA: O EXPERIMENTO DE REYNOLDS O experimento de Reynolds foi apresentado por Osborne Reynolds em 1883. No experimento, é construído um dispositivo com um tubo transparente horizontal, pelo qual água flui a partir de um reservatório, conforme mostra a Figura, inicialmente em repouso. Por meio de um injetor, um filete de uma substância corante é injetado na corrente de água no tubo, o que propicia a visualização do escoamento através do comportamento deste filete colorido. Quando o filete escoa retilineamente pela tubulação, sem ocorrer sua mistura com a água, o escoamento é dito laminar. No caso de mistura rápida com a água, resultando na dispersão do filete, o escoamento é dito turbulento. Precisamos reproduzir o experimento de Reynolds, a 25ºC, utilizando um tubo transparente de 25mm de diâmetro interno e controlando a vazão de saída d’água por uma válvula. O gráfico (ao lado) mostra a vazão de passagem de água para cada posição (percentual de abertura) da válvula. Deseja-se observar a formação de um filete linear do corante escoando dentro do tubo transparente. Desconsiderando efeitos viscosos na experimentação, você deve encontrar o percentual de abertura da válvula que devemos aplicar para atender o solicitado. Resposta de engenheiro: Neste problema precisamos primeiro devemos “manipular” a velocidade para que ela não seja alta suficiente para provocar turbulência, ou seja, velocidades abaixo de um determinado limite. O limite, portanto, é aquele que define o regime laminar, ou seja, Re ≤ 2000. Assim: 𝑅𝑒 = 𝜌𝑉𝐷 𝜇 → 𝑉 = 𝑅𝑒 𝜇 𝜌 𝐷 Onde propriedades da água a 25ºC são: ρ = 997kg/m³ e μ = 0,89x10-3kg/m.s. Daí, para o regime laminar (Re < 2000): 𝑉 = 𝑅𝑒 𝜇 𝜌 𝐷 = 2000𝑥0,89. 10−3 𝑘𝑔 𝑚. 𝑠 997 𝑘𝑔 𝑚³ 𝑥 0,025𝑚 = 0,0714𝑚/𝑠 Portanto, para observamos o regime laminar no tubo, precisaremos que a válvula esteja aberta permitindo a passagem de água a velocidades inferiores a 0,0714m/s. Para esta velocidade: 𝑄 = 𝑉. 𝐴 = 𝑉. 𝜋𝐷² 4 0,0714 𝑚 𝑠 𝑥 𝜋(0,025𝑚)² 4 = 3,50. 10−5 𝑚3 𝑠 𝑥 1000𝐿 1𝑚3 = 0,035 𝐿 𝑠 Agora, para saber o percentual de abertura da válvula, basta substituirmos a vazão desejada na equação da curva da válvula: 𝑄 = 1,3812𝐴2 + 0,5965𝐴 → 1,3812𝐴2 + 0,5965𝐴 − 3,50. 10−2 = 0 O problema agora é encontrar as raízes da equação: 𝐴 = −𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −0,5965 ± √0,59652 − 4 𝑥 1,3812 𝑥 (−3,50. 10−2) 2 𝑥 1,3812 𝐴 = { +0,052 −0,484 Como “aberturas negativas” não têm sentido físico, as posições de abertura da válvula que nos permitiriam apreciar o escoamento laminar são inferiores a 5,2%. Pode-se verificar o resultado substituindo qualquer valor de A menor que 0,052 e a vazão deverá ser inferior a calculada (0,035L/s). Por exemplo, se A = 5,0% (ligeiramente menor que 5,2%) a vazão que passaria pela válvula seria de: 𝑄 = 1,3812𝑥(0,052)2 + 0,5965𝑥(0,052) = 0,0348𝐿/𝑠 Abaixo da vazão máxima para escoamento laminar, de 0,035L/s, calculada anteriormente para este problema.
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