Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE Profa. Camilla Bernardes OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL PRINCIPAL Acolher a mulher desde o início da gestação, assegurando, ao fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia de bem-estar materno e neonatal. ESPECÍFICOS Visa, sobretudo, a saúde física, mental e social da gestante + desenvolvimento normal do feto (diminuição da mortalidade materno- infantil); Orientação sobre desconfortos da gravidez; Preparo para a maternidade; Diagnóstico e tratamento de patologias ou sintomas associados à gestação; Profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças específicas da gestação. 10 PASSOS PARA O PRÉ-NATAL DE QUALIDADE NA ATENÇAO BÁSICA GARANTIR RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS, MATERIAIS E TÉCNICOS TODA GESTANTE DEVE TER ASSEGURADO SOLICITAÇÃO, REALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO EM TERMO OPORTUNO DO RESULTADO DOS EXAMES PRECONIZADOS PROMOVER A ESCUTA ATIVA DA GESTANTE E SEU (SUAS) ACOMPANHANTES [RODA DE GESTANTES] É DIREITO DO(A) PARCEIRO(A) SER CUIDADO [PRÉ-NATAL DO(A) PARCEIRO(A)] 10 PASSOS PARA O PRÉ-NATAL DE QUALIDADE NA ATENÇAO BÁSICA GARANTIR O TRANSPORTE PÚBLICO GRATUITO DA GESTANTE PARA ATENDIMENTO PRÉ-NATAL GARANTIR ACESSO À UNIDADE DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA, SE NECESSÁRIO ESTIMULAR E INFORMAR SOBRE OS BENEFÍCIOS DO PARTO NORMAL ( PLANO DE PARTO ) TODA GESTANTE TEM DIREITO DE CONHECER E VISITAR O SERVIÇO DE SAÚDE NO QUAL DARÁ À LUZ [VINCULAÇÃO] AS MULHERES DEVEM CONHECER E EXERCER DIREITOS GARANTIDOS POR LEI NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO Orientar as mulheres e famílias sobre pré-natal (importância, periodicidade das consultas), amamentação e vacinação Realizar cadastramento da gestante no SisPreNatal e fornecer Cartão da Gestante devidamente preenchido Realizar consulta de pré-natal de gestação de baixo risco Solicitar exames complementares de acordo com protocolo local Realizar testes rápidos Prescrever medicamentos padronizados para o programa pré-natal ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO Identificar gestantes com algum sinal de alarme e ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citológico do colo uterino Desenvolver atividades educativas e em grupos Orientar gestantes e equipe quanto a fatores de risco e vulnerabilidade Realizar busca ativa de gestantes faltosas Realizar visitas domiciliares no período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar mulher e companheiro sobre planejamento familiar ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO Ministério da Saúde “o profissional enfermeiro pode acompanhar inteiramente o pré-natal de baixo risco na rede de atenção básica de saúde” LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL (DECRETO 94.406/87) “a consulta de enfermagem é privativa do enfermeiro “ Solicitar exames de rotina e complementares Prescrever medicamentos estabelecidos em programas de saúde e em protocolo institucional NOMENCLATURA OBSTÉTRICA PRENHEZ, , GESTAÇÃO, GRAVIDEZ: estado peculiar da mulher que concebe e desenvolve o produto conceptual GESTANTE: mulher que está grávida GESTA ou GRÁVIDA: termo utilizado para designar a mulher grávida NULIGESTA: 0 G – mulher que nunca gestou I G = primigesta, II G = secundigesta, III G = tercigesta NOMENCLATURA OBSTÉTRICA PARTURIENTE: termo designado à mulher grávida, que se encontra em trabalho de parto PARA: termo utilizado para designar mulher parturiente ( número de partos) NULÍPARA (0 Para): mulher que nunca pariu (nunca deu a luz a um feto vivo ou morto) NOMENCLATURA OBSTÉTRICA MULTÍPARA: mulher que deu a luz duas ou + vezes PUÉRPERA: mulher que já deu à luz NUTRIZ: mulher que está amamentando NOMENCLATURA OBSTÉTRICA ABORTO: é o produto de uma gravidez que não atingiu período de viabilidade (20 semanas) desenvolvimento fetal (24 semanas): produção de surfactante nos pulmões, movimentos respiratórios definidos, 800 g, 34 cm IVG IP IIA: mulher que ficou grávida 4 X (inclui a gestação atual), teve 1 parto e 2 abortos IIIG 0P II: mulher que gestou 3 X, nunca pariu e teve 2 abortos DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ Considerar: HISTÓRIA DA MULHER (atraso menstrual, náusea, suspensão ou irregularidade uso de contraceptivo, desejo de engravidar) EXAME FÍSICO : atraso maior 12 semanas – confirma gravidez pelo exame físico (ausculta de BCF) TESTE LABORATORIAL: MS – recomenda Teste rápido de gravidez – acelerar processo de confirmação da gravidez e início do pré-natal (captação precoce) Beta HCG sérico: detectável no sangue 8 a 11 dias da concepção e pico entre 60 e 90 dias da concepção – sensibilidade = 25 a 30mUI/ml (falso + = 2 a 25 mUI/ml, na prática = é negativo quando menor 5mUI/ml SINAIS DE PRESUNÇÃO DE GRAVIDEZ ATRASO MENSTRUAL MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS : NÁUSEA, VÔMITOS, TONTURAS, SALIVAÇÃO EXCESSIVA, ALTERAÇÃO APETITE, POLACIÚRIA, SONOLÊNCIA MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS: AUMENTO VOLUME MAMAS, HIPERSENSIBILIDADE MAMILOS, SAÍDA DE COLOSTRO PELO MAMILO, COLORAÇÃO VIOLÁCEA VULVAR, CIANOSE VAGINAL E CERVICAL, AUMENTO VOLUME ABDOMINAL SINAIS DE PROBABILIDADE DE GRAVIDEZ AMOLECIMENTO DO COLO UTERINO (sinal GOODELL), COM POSTERIOR AUMENTO DE SEU VOLUME PAREDES VAGINAIS AUMENTADAS COM AUMENTO DE VASCULARIZAÇÃO ( sinal KLÜGE) + PULSAÇÃO DA ARTÉRIA VAGINAL NOS FUNDOS DE SACO LATERAIS BETA HCG SÉRICO POSITIVO A PARTIR DO OITAVO OU NONO DIA APÓS FERTILIZAÇÃO SINAIS DE CERTEZA DE GRAVIDEZ PRESENÇA DE BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (SONAR – 12 SEMANAS E PINARD – 20 SEMANAS) PERCEPÇÃO MOVIMENTOS FETAIS (18 A 20 SEMANAS) ULTRASSONOGRAFIA: SACO GESTACIONAL (4 A 5 SEMANAS GESTACIONAIS – via transvaginal) e ATIVIDADE CARDÍACA DO EMBRIÃO (6 SEMANAS) MULHER COM SUSPEITA DE GRAVIDEZ (ATRASO MENSTRUAL, NÁUSEA, USO CONTRACEPTIVO, DESEJO DE GRAVIDEZ) Consulta de Acolhimento (avaliar ciclo menstrual, DUM, atividade sexual e uso contracepção) atraso menstrual > 15 dias DUM > 20 semanas Beta HCG, teste rápido AUSENTE ausculta BCF Gravidez confirmada Captação gestante para pré-natal Solicitação de exames Realização testes rápidos de HIV e sífilis Preenchimento do SisPreNatal Preenchimento do cartão pré-natal e prontuário GRAVIDEZ CONFIRMADA ACOLHER NO PRÉ-NATAL Orientar acompanhamento Tirar dúvidas Expressar opiniões Sensibilidade para gravidez indesejada - MEDIDAS A ADOTAR Cartão pré-natal Exames conforme protocolo Recomendar vacinas e vitaminas + atividades profissionais e físicas Orientar: atividades educativas, VD, visita à maternidade de referência CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) Duração da gestação: 10 meses lunares, 9 meses solares ou 40 semanas Gravidez de termo: 37 a 42 semanas Aborto: até 22 semanas REGRA DE NAEGELE: consiste em somar 7 ao 1° dia do último período menstrual e diminuir 3 meses DUM = 10 / 06 / 2015 + 7 - 3 DPP = 17 / 03 / 2016 DUM = 28 / 08 / 2015 dia: 28 + 7 = 35 – 31 = 4 mês: 8 – 3 = 5 + 1 (35 >31 dias) DPP = 04 / 06 / 2016 CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL Consulta de Pré-natal em 24/09/2015 Data da última menstruação (DUM) = 17/04/2015 Somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta dividindo o total por 7 (1 semana) Soma: 13 dias (abril) + 31 (maio) + 30 (jun) + 31 (jul) + 31 (ago) + 24 (set) Total: 160 Dividido por 7: IG = 22 6/7 semanas CALENDÁRIO DE CONSULTAS Recomendação: iniciar pré-natal precocemente (primeiro trimestre) – CONSULTA Total de consulta esperado: no mínimo, 6 (intercalar médico e enfermeiro) Até 28 semanas – mensalmente Da 28 até 36 semana – quinzenalmente Da 36 até 41 semana – semanalmente ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA PRÉ-NATAL HISTÓRIA CLÍNICA Identificação Características socioeconômicas Grau de instrução Profissão e ocupação Estado civil Número e idade dependentes Renda familiar Condições moradia e saneamento Violência doméstica ANTECEDENTES Familiares Pessoais Ginecológicos: ciclos menstruais, cirurgias, doença inflamatória pélvica, IST, mamas e última citologia Sexualidade: início,dispareunia, práticas na gestação ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS Número de gestações Número de partos (tipo, indicação e local) Abortamentos Número de filhos vivos + natimortos + morte neonatal precoce (até 7 dias e tardia 7 a 28 dias) Idade na primeira gestação Complicações no puerpério Aleitamento anterior Número e tipo de RN Baixo peso Pré-termo (menor 37 semanas) Pós-termo (maior 42 semanas) Com icterícia Isoimunização Rh GESTAÇÃO ATUAL Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação (DUM) Peso prévio e altura Sinais e sintomas na gestação em curso Hábitos alimentares Hábitos: fumo, álcool e drogas ilícitas Uso de medicamentos Ocupação habitual (esforços e exposições agentes nocivos) Fraca rede de suporte social Aceitação da gravidez Internação na gestação atual CÁLCULOS IDADE GESTACIONAL Certeza DUM Uso calendário (somar dias entre DUM e data consulta dividir por 7) DUM desconhecida mas época do mês conhecida Considerar DUM nos dias 5, 15 ou 25 DATA PROVÁVEL DO PARTO duração da gestação: 280 dias 40 semanas a partir da DUM Operações: Somar 7 dias ao primeiro dia DUM Subtrair 3 meses do mês DUM EXAMES DE ROTINA – primeira consulta Hemograma completo Repetir com 28 a 30 semanas Eletroforese de hemoglobina Grupo sanguíneo ABO e fator Rh Sorologia para sífilis Repetir com 28 a 30 semanas Glicemia de jejum Repetir com 28 a 30 semanas Urina tipo I Diagnóstico bacteriúria assintomática Repetir com 28 a 30 semanas Sorologia anti HIV Repetir com 28 30 semanas Sorologia toxoplasmose + Hepatite B EXAMES DE ROTINA – primeira consulta Protoparasitológico fezes Colpocitologia oncológica Bacteriologia de secreção vaginal (exclusivo mulheres com antecedente de prematuridade) Ultrassonografia obstétrica 10 a 13 semanas 20 a 24 semanas Cultura específica : coleta do Estreptococo tipo B Período: 35 a 37 semanas EXAMES DE ROTINA complementar com 1ᵃ consulta – acolhimento (1º trimestre): – Hemograma completo Hemoglobina (Hb) : ≥ 11g/dl = ausência de anemia sulfato ferroso (a partir 20ᵃ semana) < 11g/dl e > 8g/dl = anemia leve a moderada complementação conforme protocolo (MS: suplementação de 40mg/dia ferro elementar – 200mg sulfato ferroso) < 8g/dl = anemia grave pré-natal alto risco EXAMES DE ROTINA Protoparasitológico Urina I, urocultura Glicemia de jejum Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) Sorologia para HIV Sorologia para hepatite B (HbsAg e AntiHBc) Sorologia para rubéola (IgG e IgM) – ver situação vacinal Sorologia para sífilis (incluir parceiro) Tipagem sanguínea (ABO) com fator Rh (Rh negativo: Coombs indireto - se negativo, repetir a cada 4 semanas) USG obstétrico (preferencialmente entre 11 à 20 semana) EXAMES DE ROTINA 2º TRIMESTRE: Urocultura Teste de sobrecarga glicêmica, a partir da 24ᵃ semana quando há fator risco para diabetes gestacional Colpocitologia oncótica: se nunca colheu ou se colheu há + 3 anos 3º TRIMESTRE – COM 28 SEMANAS Urocultura Glicemia de jejum Sorologia para sífilis Sorologia para HIV 3º TRIMESTRE – ENTRE 35 E 37 SEMANAS Cultura de secreção vaginal e anal para Estreptococo grupo B
Compartilhar