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O Direito Processual Civil é dividido em três partes principais:
· conhecimento — quando o processo é instaurado a fim de que o direito seja reconhecido;
· execução — com o direito reconhecido, é feita a procura da aquisição física dele, utilizando a sentença constituída ou o título executivo extrajudicial;
· cautelar — processo que visa assegurar que um direito não perca sua integridade.
Direito Processual Civil
Direito Processual Civil é o ramo do Direito Público que reúne princípios e normas que regulamentam os procedimentos jurisdicionais, tendo como objetivo administrar as relações civis, o que exclui as áreas criminal e trabalhista. É também o Direito Processual o responsável por estruturar os órgãos de justiça, disciplinando a forma dos processos judiciais na área cível.
O que é o Direito Processual Civil
O Direito Processual, conforme Ada Pelegrini, é o conjunto de normas e princípios que regem o exercício da jurisdição. Ou seja, determina as bases para os procedimentos judiciais e extrajudiciais. Nesse sentido, portanto, o Direito Processual Civil é a segmentação que regula os procedimentos de Direito Civil.
Permite assim, que os conflitos de interesses de natureza civil – discussões acerca de Direito material civil – sejam atendidos conforme padrões formais, previamente estabelecidos, pelo judiciário. Resguarda, portanto, o direito de ação das partes da relação. Mas também garante que ambas tenham suas alegações apreciadas em uma igualdade formal.
Por fim, as normas de Direito Processual Civil são aplicadas subsidiariamente a outras áreas do Direito, como o Direito Penal e o Direito do Trabalho.
Fontes do Direito Processual Civil
As fontes do Direito são os meios de produção ou expressão da norma. Dessa forma, as fontes do Direito Processual Civil informam as bases pelas quais as normas de Processo Civil são formuladas e auxiliam não apenas na interpretação das normas formais, mas também nas hipóteses de lacunas da lei.
A principal fonte do Direito Processual Civil consiste no Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015). Nele se encontram, então, as principais normas norteadores do Processo Civil. Apesar disso, exitem regulamentações específicas na legislação extravagante. É o caso, por exemplo, da Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.099/95) e da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85).
Contudo, não é a única fonte. Pelo contrário, as fontes da norma processual podem ser abstratas ou concretas. As fontes abstratas são comuns ao Direito de modo geral. E configuram-se, desse modo:
· a lei (em sentido amplo, englobando a Constituição Federal e a legislação extravagante);
· os costumes;
· a doutrina;
· a jurisprudência.
Já as fontes concretas do Direito Processual Civil referem-se às fontes que permitem a efetivação das normas processuais abstratas.
Princípios do Direito Processual Civil
Assim como as fontes do Direito fornecem bases para a sua criação, existem noções gerais que norteiam sua aplicação. Os princípios, então, consistem em valores que guiam a interpretação dos aplicadores de direito, de modo a garantir uniformidade na aplicação das normas.
Os princípios do Direito Processual Civil podem ser tanto de natureza constitucional (ou fundamental), previstos na Constituição Federal e aplicáveis, portanto, a todas as áreas do Direito, quanto de natureza infraconstitucional e, portanto, previsto no Novo CPC. O primeiro visa, então, proteger os direitos fundamentais do Direito brasileiro e garantir o acesso à justiça a todos. Ou seja, a garantia de que terão seus direitos tutelados. Já o segundo indica as direitrizes próprias a área do Processo Civil.
Os princípios constitucionais do Processo Civl dividem-se em:
1. Garantia de ingresso e acompanhamento em juízo:
1. inafastabilidade da jurisdição;
2. juiz natural ;
3. assistência jurídica integral e gratuita;
4. indispensabilidade e inviolabilidade do advogado;
2. Garantia de celeridade: duração razoável do processo;
3. Garantia de adequação dos procedimentos e prestação jurisdicional objetiva e efetiva
1. devido processo legal;
2. isonomia;
3. publicidade dos atos processuais;
4. contraditório e ampla defesa;
5. licitude das provas;
6. fundamentação das decisões judiciais;
7. duplo grau de jurisdição;
4. Garantia de segurança jurídica processual: coisa julgada.
E são os princípios infraconstitucionais do Direito Processual Civil:
1. dispositivo;
2. persuasão racional;
3. boa-fé;
4. intrumentalidade.
1. Inafastabilidade da jurisdição
O princípio da inafastabilidade da jurisdição também é conhecido como princípio da inafastabilidade do controle jurisidicional. Assim, visa a garantia do direito fundamental ao acesso à justiça no Direito Processual Civil. Portanto, o direito de ação dos cidadãos deve ser preservado. E, em face disso, nenhum juiz pode se negar a solucionar uma lide, senão em razão de impedimento e suspeição.
Desse modo, dispõe o art. 5º, XXXV, CF:
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Assim, também, dispõe o art. 3º do Novo CPC, o qual afirma que não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
2. Juiz natural
O princípio do juiz natural visa garantir a legitimidade do órgão julgador. Assim, a jurisdição exercida através do Direito Processual Civil não pode ser arbitrária. É preciso, dessa forma, que o legitimado para jugar seja pré-estabelecido, independentemente das partes envolvidas ou da causa. Consequentemente, assegura, dentro dos limites, a imparcialidade do juízo.
O princípio está consubstanciado nos incisos XXXVII e LII do art. 5º, CF, que dispõem:
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
3. Assistência jurídica integral e gratuita
A assistência jurídica integral e gratuita é também um dos princípios do Direito Processual Civil. E, como os demais princípioss visa a garantia do acesso à justiça. Deve-se ressaltar, contudo, que assistência jurídica é diferente de assistência judiciária. Enquanto a segunda é restritas a um processo ou ato, a primeira engloba outros procedimentos dentro do universo jurídico.
Dispõe, dessa forma, o art. 5º, LXXIV, CF:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Dentro dela, prevê-se também a assistência jurídica extrajudicial do art. 154, CF, que dispõe acerca da Defensoria Pública.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
4. Indispensabilidade e inviolabilidade do advogado
Segundo o art. 133, CF:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Embora o princípio comporte exceções, como em causas de pequeno valor ajuizadas no Juizado Especial Cível, o peticionamento é uma prerrogativa do advogado.
Assim também estabelece o Estatuto da Advocacia e a OAB (Lei 8.906/940:
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.
5. Celeridade ou duração razoável do processo
O princípio da celeridade ou da duração razoável do processo está consubstanciado no art. 5º, LXVIII, CF e no art. 4º, Novo CPC. Segundo eles, então:
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoávela solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
A explicação desse princípio do Direito Processual Civil está na impossibilidade de um processo estender-se indefinidamente no tempo, mas também na necessidade de se oferecer uma resposta satisfatória às partes em tempo hábil.
6. Devido processo legal
O princípio do devido processo legal à necessidade de as garantias da partes serem resguardadas durante to o processo. Assim, deve respeitar as etapas e os modo previstos ele, para que não venha a prejudicar as partes da lide.
Dessa forma, estabelece o inciso LIV do art. 5º, CF:
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
7. Isonomia ou igualdade de tratamento
Pelo princípio da isonomia, todas as partes devem ser tratadas de igual forma. Por essa razão, também é conhecimento como o princípio da igualdade de tratamento no Direito Processual Civl.
O art. 5º, caput, CF, dispõe:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Da mesma forma, prevê o art. 7º do Novo CPC:
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Esse princípio visa garantir que amabas as partes recebam igual tratamento dentro do processo, e que uma não se sobreponha à outra quanto ao direito de estar em juízo, vendando a imparidade de direitos e deveres.
8. Publicidade
O princípio da publicidade no Direito Processual Civil corresponde ao princípio do julgamento público, execeto em se tratando de defesa de intimidade ou se o interesse social assim exigir. Do contrário, dessa forma, todos os atos serão públicos, sob pena de nulidadade. Visa, assim, dar uma satisfação à própria sociedade através da informação. E não obstante, permite a efetividade do contraditório.
Previso no art. 5º, inciso LX, CF, ele estabelece:
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
De igual forma, prevê, então, o art. 93, IX, CF:
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
9. Contraditório e ampla defesa
Tanto o princípio do contraditório quanto os princípio da ampla defesa estão previstos no inciso LV do art. 5º, CF. Assim, ele dispõe:
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Também, nesse sentido, dispõem os arts. 9º e 10º do Novo CPC:
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I. à tutela provisória de urgência;
II. às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III. à decisão prevista no art. 701.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
A garantia do contraditório – ou do princípio da dialeticidade – no Direito Processual Civil dá ao processo uma estrutura dialética, ao oportunizar que as partes se oponham as alegações da outra, contradizendo seus argumentos e apresentando sua perspectiva e justificativa em todas as fases do processo.
O princípio à ampla defesa, por sua vez, visa proteger o direito de, em resposta às alegações da parte contrária, a parte demandada possa utilizar-se das formas processuais cabíveis de recurso, entre provas e procedimentos.
10. Licitude das provas
Acerca do princípio, dispõe o art. 5º, LVI, CF:
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
O princípio da licitude das provas, então, refere-se ao princípio de que apenas prova lícitas serão consideradas na decisão do juízo. Garante, dessa forma, que condutas ilícitas sejam empregadas para obtenção de provas que favorecem uma das partes. Apesar de impor um limite ao princípio da ampla defesa no Direito Processual Civil garante que a decisão tomada seja ela também embasada nos princípios da justiça
Petição inicial
Como a jurisdição não age de ofício (art. 2º), é necessário que o autor a provoque, o que é feito por meio da petição inicial, instrumento adequado à propositura da ação. Protocolada a petição inicial, a ação considera-se proposta e a partir de então, forma-se uma relação linear entre autor e juiz.
Feita a citação do réu, a relação processual que antes era linear, passa a ser angular, estabelecendo vínculos jurídicos entre o autor e o juiz, o juiz e o réu bem como entre o juiz e os demais sujeitos do processo.
Petição inicial e demanda
A relação entre a petição inicial e a demanda é a mesma que se estabelece entre a forma e o seu conteúdo. Do mesmo modo que o instrumento de um contrato não é o contrato, a petição inicial não é a demanda. A petição inicial é o instrumento pelo qual se apresenta a demanda, revelando a lide ao juiz e apresentando um pedido de providência jurisdicional. O autor, portanto, faz duas manifestações na inicial:
(I) A demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará a instauração do processo, com a convocação do réu;
(II) O pedido de uma providência contra o réu, que será objeto do julgamento final da sentença de mérito;
Por isso, petição inicial e sentença são os atos extremos do processo. Aquela determina o conteúdo desta.
a. Requisitos da petição inicial
A petição inicial, que só pode ser elaborada por escrito e que, salvo a exceção do art. 103, há de ser firmada por advogado legalmente habilitado, constituído representante judicial do demandante, deverá conter os seguintes requisitos, indicados pelo art. 319 do CPC:
(I) O juízo a que é dirigido: indica-se o órgão judiciário e não o nome da pessoa física do juiz.
(II) Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, domicílio e a residência do autor e do réu: são dos dados relativos à qualificação as partes, necessários para a perfeita individualização dos sujeitos da relação processual e prática dos atos de comunicação (citações e intimações).
Caso não disponha dos dados relativos ao réu, poderá o autor, na petição inicial, requerer diligências necessárias à sua obtenção (art. 319, §1º);
Não será indeferida se, mesmo com a falta de alguma informação, for possível a citação do réu. Na verdade, em nenhum caso será justificado o indeferimento da petição inicial por incompletude dos elementos identificadores do réu, “se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça (art. 319. §3º);
(III) O fato e os fundamentos jurídicos do pedido: todo direito subjetivo nasce de um fato, que deve coincidir com aquele que foi previsto, abstratamente, pela lei como capaz de gerar a faculdade de que o agente se mostra titular. Daí que, ao postular a prestação jurisdicional, o autor tem de indicar o direito subjetivo que pretende exercitar contra o réu e apontar o fato do qual ele decorre. Incumbe-lhe, assim, descrever não só o fato material ocorrido como atribuir-lhe um nexo jurídico capaz de justificar o pedido que está apresentando.
(IV) O pedido com as suas especificações (causa de pedir): é a revelação do objeto da ação e do processo. Demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz; 1ª, umasentença (pedido imediato) e 2ª uma tutela específica ao seu bem jurídico que considera estar sendo ameaçado ou violado (pedido mediato), consistindo em condenação do réu, declaração ou constituição de estado ou relação jurídica, conforme a sentença pretendida seja condenatória, declaratória ou constitutiva.
(V) O valor da causa: a toda causa o autor deve atribuir um valor certo (art. 289).
(VI) As provas com que pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: não basta ao autor alegar os fatos que justificam o direito subjetivo a ser tutelado. Deve também, sob pena de sucumbência na causa, o ônus de provar todos os fatos pertinentes à sua pretensão. Daí a necessidade de indicar, na petição inicial, os meios de prova de que vai se servir. Basta indicar a espécie, como testemunhas, perícia, depoimento pessoal etc.
(VII) A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou mediação: Finalmente, de acordo com o art. 106, I, deve o advogado declarar, quando postular em causa própria, na petição inicial, o endereço em que receberá as intimações no curso do processo.
Despacho da petição inicial
Chegando a petição às mãos do juiz, caberá a este examinar seus requisitos intrínsecos e extrínsecos antes de despachá-la positiva ou negativamente. Após o devido exame, proferirá uma decisão que pode assumir quatro naturezas:
(I) De determinação da citação: se a petição estiver em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para responder;
(II) De saneamento da petição: quando a petição inicial se apresentar com lacunas, defeitos ou irregularidades, mas esses vícios forem sanáveis, o juiz não a indeferirá de plano. “Determinará que o autor, no prazo de 15 dias (quinze dias), a emende, ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado” (art. 321).
(III) De indeferimento da petição: do exame da inicial, ou do não cumprimento da diligência saneadora de suas deficiências pelo autor, pode o juiz ser levado a proferir uma decisão de caráter negativo. Trata-se de uma decisão meramente formal ou de rito, o que não impede o autor de voltar a propor a mesma ação, evitando, logicamente, os defeitos que inutilizaram sua primeira postulação.
Se ao analisar os fatos narrados pelo autor e o pedido, o juiz concluir que este não decorre logicamente dos fatos que foram levantados, poderá proferir decisão ao indeferir a inicial (art. 330, §1º, III), o que ocasionaria a perda da faculdade de propor a mesma ação novamente, uma vez que o mérito já foi resolvido.
(IV) De improcedência liminar do pedido: o juiz profere julgamento de rejeição do pedido, mediante julgamento de mérito negativo imediato, independente de citação do réu. São casos excepcionais apontados de forma taxativa pelo art. 332.
a. Indeferimento da petição inicial
O indeferimento da petição inicial é decisão judicial que obsta liminarmente o prosseguimento da causa, pois não se admite o processamento da demanda. Somente ocorre no início do processo: só há indeferimento da liminar antes da ouvida do réu. Após a citação, o juiz não mais poderá indeferir a petição inicial. A inépcia, por exemplo, pode ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo após a contestação, mas, nesse caso, não implicará indeferimento da petição e sim, extinção do processo sem análise do mérito (art. 485, IV).
O indeferimento ocorrerá apenas na observação dos itens do art. 330, ou seja: (I) quando a inicial for inepta; (II) quando a parte for manifestamente ilegítima; (III) quando o autor carecer de interesse processual; (IV) não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321;
b. Inépcia
O art. 330 do CPC traz as hipóteses de inépcia:
- Ausência de pedido ou causa de pedir (inciso I): sem um pedido ou alguma demonstração de que o pedido é valido, será impossível ao órgão jurisdicional saber os limites da demanda e por consequência, os limites da sua atuação. A parte não pode expor suas razões de modo genérico, nem alegar a incidência de algum conceito jurídico sem demonstrar as razões da sua aplicação ao caso.
- Pedido indeterminado (inciso II): o pedido tem de ser determinado (art 324, caput), salvo em algumas hipóteses excepcionais. Sendo indeterminado fora dessas hipóteses, o caso é de inépcia.
- Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente o pedido (inciso III): a petição tem de ser coerente. Se o pedido não resulta logicamente da causa de pedir, há contradição, ocasionando hipótese de inépcia.
- A cumulação de pedidos incompatíveis entre si (inciso IV): a compatibilidade dos pedidos é requisito para que se permita a cumulação, não podendo um pedido aniquilar o outro. Nessa situação o órgão julgador deverá determinar que o autor a corrija, escolhendo um dos pedidos ou trocando um deles por outro, agora compatível.
Observação importante
O art. 331, por sua vez afirma que, se for indeferida a inicial, o autor poderá apelar. Se de fato apelar, o juiz terá um prazo de 5 dias para se retratar e retomar a análise do processo (caput). Se o juiz não se retratar, deverá mandar citar o réu para responder o recurso (§1º).
Se a sentença que determinou o indeferimento for reformada, o tribunal devolverá os autos, sendo que a sua chegada ao órgão primitivo inicia a contagem do prazo para que o réu conteste (§2º). Por último, se o autor não apelar, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença (§3º).
O pedido
O núcleo da petição inicial é o pedido, que exprime aquilo que o autor pretende do Estado frente ao réu. É a revelação da pretensão que o autor expressa ver acolhida e que, por isso, é deduzida em juízo. Nele, portanto, se consubstancia a demanda, sem a qual não pode atuar a jurisdição.
Possui dupla finalidade: obter a tutela jurisdicional do Estado e fazer valer um direito subjetivo frente ao réu. Assim, é possível distinguir um objeto imediato e um objeto mediato. Imediato sendo a providência jurisdicional que se pretende (a condenação, constituição de nova situação jurídica etc.), sempre determinado e mediato sendo o bem da vida que o demandante espera ver atingido pela providência do poder judiciário, que pode ser genérico nos casos do art. 324.
a. Requisitos do pedido
Recomendam os arts. 322 e 324 do NCPC que o pedido deve ser certo e determinado, lembrando que a certeza e a determinação não são sinônimas nem requisitos alternativos. Devem os dois serem cumpridos individualmente.
Entende-se por certo o pedido expresso, pois não se admite que possa o pedido do autor ficar apenas implícito, salvo exceções definidas pela lei. Já a determinação se refere aos limites da pretensão. O autor deve ser claro e preciso naquilo que espera obter da prestação jurisdicional, bem como ao explicar qual a espécie de tutela jurisdicional está solicitando.
b. Cumulação de pedidos
O código de processo expressamente autoriza o cúmulo de pedidos no art. 327, e ela se configura quando mais de um pedido for formulado dentro de um único processo.
A cumulação pode ser simples, quando o acolhimento ou a rejeição de um pedido não afeta o outro. Pode ainda ser sucessiva, quando o acolhimento de um pedido pressupõe o acolhimento de um pedido anterior (ex: rescisão do contrato e consequentes perdas e danos). Pode ainda ser alternativa ou eventual.
A primeira, aliás, só impropriamente pode ser considerada modalidade de cumulação, pois a pluralidade que se mostra não é de pedidos, mas de objetos (mediatos). A diferença entre os dois é que, em caso de procedência, no pedido alternativo é a parte quem determina qual dos possíveis resultados serão aproveitados, enquanto na cumulação eventual essa decisão fica por parte do órgão judicial.
· Requisitos para a cumulação
A cumulação de pedidos deve preencher alguns requisitos, sob pena de não ser admitida.
Como já salientado, a cumulação indevida de pedidos não pode implicar indeferimento da petição inicial sem que se dê ao demandante uma oportunidade de corrigir o vício. Vejamos os requisitos:
(I) Compatibilidade dos pedidos: também é requisito para a cumulação de pedidos que eles sejam compatíveis entre si (art. 327,§1º, I). A incompatibilidade dos pedidos decorre do direito material, razão pela qual alguns autores usam a expressão “incompatibilidade substancial”.
(II) ompetência: somente é possível a cumulação se o juízo tiver competência absoluta para conhecer de todos os pedidos formulados (art. 327, §1º, II). Caso tenha competência para um e não tenha para o outro, poderá haver cumulação. Deverá o magistrado, no entanto, admitir o processamento do pedido que lhe é pertinente, rejeitando o prosseguimento daquele que é estranho à sua parcela de jurisdição.
(III) Identidade de procedimento: exige-se ainda, para a admissibilidade da cumulação, uma compatibilidade procedimental entre os pedidos formulados. Todos devem tramitar pelo mesmo procedimento (art. 327, §1º, III). Ainda que os pedidos correspondam a procedimentos diversos, será possível a cumulação se puderem ser todos processados pelo procedimento comum.
c. Pedidos implícitos
Em regra, o pedido tem de ser certo e determinado (arts. 322 e 324), o que repele a viabilidade de pedido oculto, indeterminado ou implícito. Todavia, o Código admite alguns pedidos que dispensam formulação expressa pela parte
O pedido implícito é aquele que, embora não explicitado no instrumento da postulação, compõe o objeto litigioso do processo em razão de determinação legal. Mesmo que a parte não peça, deve o magistrado examiná-lo e decidi-lo.
São exemplos de pedido implícito: a) os juros legais (art. 322, §1º); b) ressarcimento das despesas processuais e dos honorários advocatícios (art. 322, §1º); c) correção monetária (art. 322, §1º); d) pedido relativo a obrigações com prestações periódicas, pois o autor está desobrigado a pedir as obrigações que ainda não venceram. Sendo assim, o magistrado deve inclui-las na decisão, assim como as prestações não pagas.
d. Ampliação da demanda
Salvo os casos em que se admite pedido implícito, incumbe ao autor formular na petição inicial todos os pedidos que puder contra o réu. Poderá o autor, contudo, aditar a petição inicial antes da citação, desde que arque com as despesas do aditamento (art. 329, I).
Após a citação do réu e até o saneamento do processo, o autor pode aditar a demanda, desde que o réu autorize — há aqui um negócio processual típico: ampliação negociada do objeto litigioso do processo. Obviamente, garante-se ao réu o direito de defender-se em relação ao novo pedido (art. 329, II).
Há, porém, algumas ponderações importantes:
Se o novo pedido for conexo ao pedido originário, não há razão para impedir o aditamento, mesmo após o saneamento do processo. Isso porque, em razão da conexão, se o pedido for apresentado em demanda autônoma, os processos haveriam de ser reunidos.
Autor e réu podem acrescentar, em eventual auto composição, lide que não componha o objeto litigioso originário (art. 515, §2º).
A regra do Código é a da liberdade de alteração do pedido, que pode ser feita pela vontade exclusiva do autor, se o fizer até a citação. Sendo possível a modificação do pedido após a citação, deve-se observar se o réu é, ou não, revel. Continua sendo necessária a renovação da citação no caso do réu que não contestou a ação, pois é impossível alguém responder processualmente por pretensão que não tenha sido objeto de prévia citação.
Após o saneamento, é vedada qualquer alteração objetiva promovida pelo autor, mesmo com o consentimento do réu. Em razão disso, não se pode alterar objetivamente o processo em fase recursal.

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