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Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom

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Grau de MESTRE MAÇOM
SOIS?
Grau de 
MESTRE MAÇOM
Viajando com os Mestres do Imaginário...
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Grau de MESTRE MAÇOM
RESUMO DOS TRÊS PRIMEIROS GRAUS 
SEGUNDO ANDRES CASSARD 
O homem e suas paixões, desde a época de seu nascimento 
até sua morte e ainda depois desta, são o objetivo que tiveram em 
vista os fundadores de nossa Instituição. O edifício maçônico foi 
fundado sobre essa base moral. 
A vida do homem divide-se, de ordinário, em quatro 
períodos: a infância, a juventude, a maturidade e a velhice. Poder-
se-ia reduzi-la, com mais propriedade, às duas épocas 
intermediárias: juventude e maturidade. A infância nos aparece 
como uma terra não cultivada, e a velhice, como uma terra 
esgotada.
Para o Maçom, ou seja, para o filósofo, não há nada perdido 
na criação. Tudo é, para ele, objeto de estudo, tanto em sentido 
próprio quanto figurado. Admite todas as idades, todos os talentos, 
mas estabelece uma divisão a sua maneira como a que 
apresentamos: juventude, virilidade e maturidade. Na juventude, 
fundamenta-se o Grau de Aprendiz; na virilidade, o de 
Companheiro; na maturidade, o de Mestre. 
Vejamos a exatidão desta divisão, examinando os três graus 
simbólicos. Cada um vai precedido do resumo do grau e seguido do 
correspondente apanhado da vida do homem em sua divisão 
ternária: a juventude que compreende também a infância; a 
virilidade e a maturidade que abraçam também a velhice. 
O homem que aspira aos benefícios da Iniciação Maçônica é 
apresentado no Templo com uma venda sobre os olhos, sinal da 
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Grau de MESTRE MAÇOM
escuridão em que se encontra todo profano. Não está nem nu nem 
vestido, para representar a inocência. Despoja-se-lhe dos metais, 
emblema dos vícios. Para que percorra a senda iniciática, é 
necessário dar-lhe um guia. Está nas trevas. Busca a Luz. Esta 
agonia moral termina com sua morte para o mundo profano, a fim 
de que ressuscite no mundo maçônico. Bem assim, como na 
religião, se despoja o homem, na hora suprema, de sua forma 
terrestre, para ascender a uma vida toda espiritual. 
Esta sublime idéia da destruição e regeneração dos seres, 
estabelecida pela natureza e reproduzida em todos os antigos e 
modernos dogmas religiosos, é o objetivo moral que nos propomos 
a inculcar, principalmente, no primeiro grau. 
Preparado o aspirante, entregue a profundas meditações em 
meio às borrascas que atormentam seu espírito, oscila longo tempo 
entre temores e esperanças. Se persistir em sua nobre e valorosa 
resolução, será submetido, corporal e espiritualmente, a provas 
físicas e morais. 
As primeiras têm por objetivo conhecer sua força e sua 
resistência; as segundas, sondar seu espírito, conhecer o poder de 
sua alma e penetrar o fundo de seu coração por meio de impressões 
instantâneas. 
Não basta saber que tem a força necessária para lutar com 
um inimigo, senão que conta também com meios morais para 
vencer, tendo a coragem necessária para desprezar os perigos, 
estimulada a alma por uma sublime abnegação. 
Nós nos fazemos donos de suas inclinações, de seus gostos, 
de seus costumes, de suas doutrinas, tanto em moral natural quanto 
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Grau de MESTRE MAÇOM
em moral especulativa ou sistemática. Impomo-nos às suas idéias 
como cidadãos de uma nação e às suas crenças sobre as relações 
que os homens devem ter entre si, enquanto cidadãos do mundo. 
Por isso não admitimos à iniciação senão aspirantes livres e de bons 
costumes que tenham adquirido os rudimentos de uma educação 
liberal e se proponham a fazer bom uso de suas faculdades 
intelectuais. Por isso retificamos suas noções quando são errôneas e 
as fortificamos quando justas, com o duplo poder do exemplo e dos 
preceitos. Conhecemo-lo intimamente, e ele nos conhecerá ainda 
com maior intimidade. O contrato que proporemos, se o aceita, é 
indissolúvel e reciprocamente obrigatório para ambas as partes.
Admitido o aspirante à iniciação, vê, diante de si, um templo 
material e os primeiros utensílios de que se vai servir. Se lhe 
instruiu de que este templo material é o emblema de um templo 
moral. Passa a conhecer, logo após, o uso dos primeiros 
instrumentos da arte. 
O PRIMEIRO PERÍODO DA VIDA DO HOMEM:
A JUVENTUDE
Recém saído o homem do plantel onde se lhe instrui a 
respeito dos primeiros rudimentos da juventude, quando se fixa 
momentaneamente debaixo do teto paterno sem conhecer qualquer 
objetivo, então, não se apresenta senão idealmente na grande cena 
da sociedade com a simplicidade, a confiança e a boa fé da infância; 
mas ardendo em desejos que não sabe moderar e cheio de 
necessidades que sonha satisfazer. 
Sem experiência, percorre os caminhos da humanidade, 
errando, se não for guiado; entregar-se-á a todas as paixões, se não 
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for detido. Imagina que a vida é uma realidade afortunada, ainda 
que não passe de um sonho vão. Mas o que é um prazer sem 
limites? Crê que sempre haverá de ser jovem, cheio de vigor; 
persuade-se de que pode tudo quanto quer e, se for deixado obrar 
sem limites, de tudo abusará. Depois dos erros, virão os vícios; 
depois dos vícios, virão os crimes. Alguns homens encontrará em 
seu caminho, que lhe aconselharão a prudência, que o chamarão à 
razão – dote divino que o jovem desconhece ou conhece pouco. 
Esses homens farão despertar na alma do jovem o desejo de 
instruir-se, após haver-lhe traçado um quadro perfeito. Advertem-
no de que nada deve aprender com pressa; de que deve julgar e falar 
com circunspeção sobre tudo quanto vê e ouve; que não deve 
confundir nunca o bem com o mal, nem se afastar da bela senda da 
virtude. 
Até aqui, tudo é teoria. Tudo vê confusamente em torno de 
si; apenas é visto pelos que o rodeiam; mas o que lhe importa, em 
sua atual posição e em sua posição futura, é haver dado o primeiro 
passo, adquirindo um título de Aprendiz no mundo e tomado um 
posto no primeiro grau da escada social que, de pronto, haverá de 
ascender com glória. 
Eis aqui a juventude: ela é o primeiro período da vida do 
homem, como o grau de Aprendiz é o primeiro da Maçonaria. 
RESUMO DO SEGUNDO GRAU: COMPANHEIRO
Vimos o homem no primeiro grau deixar o mundo profano 
pelo maçônico ou, simbolicamente falando, deixar as trevas pela 
luz. 
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Grau de MESTRE MAÇOM
Se foi dócil aos conselhos, zeloso no trabalho e desejoso de 
instruir-se, é guiado, pela mão do Mestre, até o lugar que ocupam os 
Companheiros. Se, ao aspirar o termo fixado para sua educação 
maçônica, forem felizes suas disposições, se lhe instrui no uso dos 
instrumentos, tanto em sentido próprio quando simbólico; da forma 
e da natureza das pedras; da qualidade dos materiais. O 
Companheiro dirige e vigia os Aprendizes e é o auxiliar dos 
Mestres. 
Recebe novas palavras, novos sinais, novo salário. Seu 
avental, com a beta baixada, anuncia o obreiro laborioso e diligente 
entregue com fervor ao estudo e à prática de sua arte. O trabalho 
manual cessou: da prática passou à teoria. Encontra-se numa esfera 
mais elevada e já não caminha com temor e vacilação: é mais 
segura a senda que percorre e o ponto a que se dirige está mais 
perto. Tudo é estímulo, ânimo e esperança para ele. Possuindo a 
ciência das coisas materiais, é instruindonas morais. O 
Companheiro goza da satisfação que produz a combinação de 
ambas aos olhos de seus irmãos e realça, perante os seus, sua 
própria importância. 
A partir deste momento, é-lhe permitida uma nova e nobre 
ambição. O terceiro e último grau da Maçonaria Simbólica vem a 
ser então toda a sua esperança. Um Companheiro hábil será sem 
dúvida um excelente Mestre. 
A VIRILIDADE 
A espécie de idealidade traçada na primeira fase da vida do 
homem assume aqui um caráter de realidade ainda abrasada pelo 
fogo da juventude. Sai o homem do círculo estreito em que 
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permanecia, entrando no mundo. Nos estudos que realizou, teve a 
parte elementar de todos os estágios; mas não possui ainda uma 
ciência, uma arte ou profissão que lhe assegure uma posição social: 
carece dos conhecimentos necessários a respeito dos costumes da 
sociedade, e é necessário que os estude e trace sobre eles um plano 
de conduta útil a seus interesses e não prejudicial aos interesses dos 
demais. 
A profissão a que é chamado pelo voto de seus pais ou por 
suas próprias inclinações se faz objeto de profundas meditações. 
Trabalha unido a seus novos Irmãos, sob a direção de hábeis 
Mestres. Uma vez instruído, lança-se à carreira dos negócios 
públicos: chega a ser homem de estado, jurisconsulto, médico, 
magistrado, literato, negociante, agricultor, artista, industrial, etc. 
Também associa seu destino ao de uma mulher e torna-se pai de 
família. Os novos deveres que contraiu absorvem todo seu tempo. 
Tudo o interessa ardentemente, tudo o encanta, o arrebata; mas, 
dentro em pouco, já não o satisfazem seus veementes desejos: 
sonha, delira, espera, cede às ilusões e, seja qual for sua sorte, 
deseja mais... É infeliz por sua louca ambição, e o que foi antes um 
sentimento nobre vem a ser agora uma paixão funesta! 
Chegamos já ao segundo período da vida do homem. 
É o Companheiro que quer ser Mestre. 
Observemos o homem profano e homem maçom e veremos 
mais justificada ainda a propriedade de nossas observações. 
RESUMO DO TERCEIRO GRAU: MESTRE 
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Grau de MESTRE MAÇOM
Ultrapassado o grau de Companheiro, esforça-se para chegar 
ao de Mestre, ou seja, pretende exaltar-se ao último grau do 
simbolismo. Crê fazer jus a isso mediante seus trabalhos. Louvável 
ambição, se a guiam sentimentos nobres e magnânimos; perniciosa, 
se é seu móvel a vã ostentação. São os Mestres os chamados a 
julgar a utilidade desta ambição. 
O Companheiro trabalhou sobre a direção do Mestre: 
adquiriu ciência na prática e na teoria de seu grau. Está mais 
ilustrado e ativo, porque a esperança de uma recompensa próxima o 
engrandece; mais hábil na execução das obras e mais consciente de 
seu próprio valor, quer chegar, de improviso, e sem interstício 
algum, à satisfação de seu desejo. Mas estes mesmos dotes enchem 
sua alma de ambição. Não é bastante, para ele, possuir as 
qualidades que lhe tornarão fácil a viagem por um caminho regular 
e ordenado, mas lento a seus olhos, e o frenesi de desejos 
imoderados conturba suas idéias. Revolta-se contra a regularidade 
que se observa nos trabalhos. Não consegue compreender que a 
multiplicidade destes são as novas e mais severas provas a que lhe 
submetem os Mestres. Não quer vencê-las com constância e labor, 
mas apela para a violência. Quer apressar o fim. Sua audácia o 
torna suspeito, e torna-se o foco da desconfiança geral. 
Eis aqui, em toda sua plenitude, a moral do terceiro grau da 
Maçonaria. 
Para o Companheiro sábio e moderado estas dificuldades 
são emblemáticas; para o Companheiro ambicioso e violento, são 
realidades. 
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Grau de MESTRE MAÇOM
O homem é fraco, de ordinário, em todas as situações da 
vida. Cede ao temor, à força, à perfídia. Há sabedoria e 
generosidade em seus Irmãos, quando o advertem sobre os erros em 
que pode incorrer, livrando-o das penas que o podem alquebrar. 
Uma longa e triste experiência comprovou que o temor faz réus de 
graves faltas também àqueles que pareciam mais fortes e animados, 
salvando-os hoje, com coragem, de um perigo para derrubá-los 
depois num abismo onde caem por fraqueza. 
Ponhamos agora em ação a conduta do Companheiro 
ambicioso. 
Para ser Mestre, tudo esquece, tudo sacrifica. Trata de 
obter, empregando a astúcia ou a ameaça, recorrendo até ao crime, 
aquilo que não pode licitamente alcançar; exercitando todas as suas 
faculdades, engana, despreza, violenta o Mestre. Frustrados todos 
os esforços, vê uma espantosa verdade: foi temerário, 
comprometeu-se: ao partir, fechou com as próprias mãos a porta do 
arrependimento. Na impossibilidade de voltar atrás, chega às 
últimas conseqüências do crime: um erro leva a outro – guardai-vos 
bem de não cometer o primeiro. 
Ferido o Mestre, sucumbe ao impulso dos excessos do 
Companheiro; mas guardou seu segredo, e o Companheiro cometeu 
um crime inútil. Logo se conhecerá sua perfídia. O remorso do 
culpado fará triunfar a razão, e a divindade e a virtude, 
profundamente ofendidas, serão vingadas. 
No Grau de Mestre, reaparece o Companheiro e se 
desenvolve perante seus olhos, em toda sua extensão, a idéia matriz 
dos filósofos antigos e modernos: do seio da morte nasce a vida; 
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Grau de MESTRE MAÇOM
ou, de outro modo, segundo Ovídio: tudo muda de forma, mas nada 
desaparece. 
Esta sublime idéia que alguns homens sistematizaram, 
menos por ignorância do que por má-fé, deve nos predispor às mais 
sublimes meditações. É nesta base que se fundamentam os mais 
belos e consoladores princípios morais e os maiores dogmas 
religiosos, iguais no fundo e na essência, ainda que variados na 
forma. Todos os povos da terra não reconhecem outra fonte. 
Bem-aventurados os homens de virtude e consciência que 
limitam sua ambição à pratica da moral! Glória e prosperidade aos 
que, propagando esta moral protetora da espécie humana, elevam 
seu espírito até o G\A\D\U∴ , implorando graças aos homens 
virtuosos de toda a terra e perdão para o delinqüente arrependido.
A MATURIDADE 
Chegado o homem à maturidade, período da vida entre a 
juventude e a velhice, aspira obter o prêmio de seus talentos por 
meios nobres e decorosos, títulos, honras, glória e felicidade. 
Moderado e prudente, seria suficiente esperar tudo da apreciação de 
seu trabalho ao longo do tempo. 
Entregue a si mesmo, seria a mais inefável das sortes, a mais 
pura das glórias, possuir o que ninguém pode dar ou pagar: a 
tranqüilidade da consciência e lembrança das boas ações. Mas, se a 
ambição o domina, já não haverá nem prudência, nem meditação, 
nem freio; serão seus próprios méritos que o irão enganar, longe de 
se tornarem o baluarte de sua felicidade. O mérito dos demais não 
tem brilho a seus olhos e em cada homem vê um rival que quisera 
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reduzir a pó. O prêmio que lhe está oferecido se afasta cada vez 
mais ante sua inflamada imaginação, porque não o vê chegar 
velozmente. Quer arrebatá-lo e não o detém os meios em seus fins: 
astúcia, perfídia, calúnia, fraqueza, crime, tudo acredita bom e 
legítimo. O egoísmo é seu Norte; o instinto da usurpação, sua 
estrela; a ambição, sua bússola; nesse mar bravio, seu juízo resta 
perturbado e corrompidoseu coração. Junta-se com aqueles que 
obram como ele e meditam e cometem um crime... desmascarados, 
acham o suplício na vergonha. Para o cúmulo do castigo, seu 
coração é torturado pelo remorso sem trégua, sem fim; é estéril para 
os demais, porque o exemplo pode horrorizar por instantes, mas 
raramente corrige. As lições que recebemos são inúteis, quando as 
paixões são superiores ao homem. 
“Sua ambição não é legítima” – disse o ambicioso diante de 
um rival. “Elevar-me-ei onde ele sucumbiu: não venceu porque as 
circunstâncias lhe foram adversas, mas a mim favorecem... a 
audácia ajuda a sorte.” 
Insensato! ... Acredita ver o término feliz de suas 
esperanças, mas não vê os perigos que o rodeiam e, se chega a 
enxergá-los, os experimentará, desperdiçando em vão sua audácia e 
sua fortuna! 
Ambiciosos de todas as épocas e de todas as condições! 
Compreendei que a sorte, quando foi filha do crime ou da loucura, 
por mais brilhante que fosse na aparência, teve sempre cruéis 
remorsos e recônditos pesares. Quando vivíeis cheios de poder, 
reinava o silêncio nas abóbadas do Templo; mas, uma vez na 
tumba (física ou moral), a história ou as tradições vulgares afastará 
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Grau de MESTRE MAÇOM
o véu de vossos crimes e vossos nomes ficarão manchados numa 
eterna afronta. 
Honrai a prudência, o talento, a elevada razão dos 
fundadores da Maçonaria que nos legaram os meios de abater as 
paixões, sobretudo a ambição, cujo extermínio é um dos mais altos 
fins do sublime Grau de Mestre.
A Lenda Interpretada
De todas as instituições humana, a Franco-Maçonaria é a 
única que soube prever sua própria decadência e o modo de 
remediá-la.
Ela não se faz ilusões sobre o perigo interior que ameaça os 
seres vivos, em razão dos germens de morte e de dissolução 
inerentes a todo organismo. Os inimigos exteriores podem entravar 
e ainda paralisar nossa atividade; mas não nos matam senão muito 
excepcionalmente. São as enfermidades resultantes de perturbações 
internas as que, mais amiúde, nos conduzem à tumba.
Toda higiene previdente levará, pois, em conta, os elementos 
dissolventes que tendem a nos minar de maneira sórdida, tendo 
importante papel em nosso funcionamento vital. Para resistir à 
morte, é preciso conhecer seus agentes, a fim de neutralizar 
constantemente sua obra nefasta.
Em Maçonaria, a solidez do edifício não tem nada a temer da 
chuva, do vento ou dos furiosos clamores do exterior; mas os 
obreiros que trabalham com mau espírito comprometem a 
corporação e podem matá-la, se ela não possuir um poder suficiente 
de resistência contra a dissolução.
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Grau de MESTRE MAÇOM
Uma instituição indispensável ao desenvolvimento da 
Humanidade não poderia, de outra parte, desaparecer, porque possui 
um espírito de Vida que, do mesmo modo que a Fênix, a faz 
renascer perpetuamente de suas cinzas. Ao instrumento usado ou 
corrompido que se afasta, este imperecível Arcano, o Fogo 
Construtivo, os substitui incessantemente por organismos novos 
mais e mais adaptados à sua missão.
Cada vez mais, o Filho da Putrefação sucede mais 
resplandecente a seu pai assassinado, como Hórus, o sol da manhã, 
empreende diariamente a carreira de Osíris que declina a partir do 
meio-dia, para submergir, à tarde, nas trevas do Ocidente.
Mas, para ressuscitar mais forte e mais gloriosa, a Maçonaria 
deve precaver-se contra o mal que determina sua perda. Trata-se de 
uma tríplice praga representada pela Ignorância, o Fanatismo e a 
Ambição. Estes são os Companheiros indignos que acometem ao 
respeitável Mestre Hiram, ou seja, a Tradição Maçônica 
personificada. 
Contanto que os criminosos da lenda sejam obreiros que 
cooperam conosco para a construção do Templo, não procuremos 
fora da Maçonaria seus mais temíveis inimigos.
Seguramente, os três vícios estendem seus estragos a toda 
humanidade, a qual é preciso curar gradualmente da ignorância, do 
fanatismo e da superstição. Mas antes de nos constituirmos, de 
maneira ambiciosa, em curadores dos demais, sejamos modestos e 
cuidemos, antes de tudo, de nossa própria saúde.
A Maçonaria começará, pois, por si mesma, esforçando-se 
por extirpar de seu próprio seio os vícios dissolventes.
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Grau de MESTRE MAÇOM
Não se achará verdadeiramente à altura de sua missão, senão 
no dia em que seus membros saibam mostrar-se instruídos, 
tolerantes e desinteressados. Então, mas somente então, sua 
influência intelectual e moral afirmar-se-á irresistivelmente.
Desmascaremos agora os matadores de Hiram. São 
numerosos! Mas, amiúde, não sabem o que fazem, encontrando-se 
submersos na ignorância maçônica mais deplorável. É precisamente 
porque ignoram tudo em Maçonaria que censuram com 
intransigência o que ultrapassa sua compreensão impotente. Em 
nome de um racionalismo limitado, reclamam a supressão das 
fórmulas e dos usos, cuja razão de ser não discernem. Seu 
vandalismo inspira-se em uma lógica rígida e em um dogmatismo 
estreito, cuja imagem é a Régua que se arroja sobre o ombro de 
Hiram e paralisa seu braço direito. Privado de seus sinais materiais 
de manifestação, o espírito maçônico encontra-se, com efeito, 
reduzido à impotência, em razão das mutilações ou dos transtornos 
que o simbolismo tradicional tem sofrido. Nenhum ensinamento 
iniciático é possível, se os símbolos sobre os quais se ensina não 
existem. Racionalizada segundo o gosto dos anti-simbolistas, a 
Franco-Maçonaria não seria senão uma escola na qual os alunos que 
não sabem ler houvessem decretado a supressão do alfabeto...
A estreiteza do coração, porém, é ainda pior que aquela da 
inteligência. A Maçonaria ensina os homens a se amarem, apesar de 
tudo que os divide. Devemos nos elevar acima das divisões, para 
comungar, entre nós, pelo efeito dessa mútua tolerância, fora da 
qual não existe Franco-Maçonaria. O que pensar, depois disto, 
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Grau de MESTRE MAÇOM
daqueles pretensos Maçons que, acreditando-se eles sozinhos na 
posse da verdade maçônica, tomam ódio a quem quer que não pense 
como eles? Como se houvessem se proclamado infalíveis em suas 
opiniões, estes pontífices as erigem em dogmas e fulminam 
incessantes excomunhões contra os heréticos postos à sua maneira 
de ver. Eles tendem a desorganizar a Maçonaria, a estreitá-la às 
dimensões de uma igreja restrita, enquanto a Loja deve estender-se 
do Oriente ao Ocidente e do Meio-Dia ao Norte, para expressar até 
que ponto se impõe a universalidade à nossa instituição, 
essencialmente anti-sectária. Assim, infiltrando-se entre nós, 
debaixo de qualquer disfarce que seja, o espírito de sectarismo 
reduz a pó os cimentos de nossa fraternidade universal. Desprende 
as pedras do edifício, pretendendo voltar a talhá-las com maior 
exatidão. É, pois, com o Esquadro de sua concepção particular do 
justo que os intolerantes, os sectários e os fanáticos golpeiam no 
coração o Mestre Hiram.
Como todos os vícios, o fanatismo resulta, de outra parte, do 
exagero de uma qualidade, porque é preciso formar uma convicção 
justa para trabalhar. Eminentemente ativo, o Companheiro não pode 
se ater a uma excepcionalidade flutuante: é-lhe de toda necessidade 
uma base de certeza, ao menos relativa, para edificar. Aceitará, 
pois, com discernimento, certos princípios,e dar-lhes-á crédito, 
enquanto guias de sua conduta. Mas, havendo-se determinado 
livremente, respeitará a liberdade dos demais, dando-se conta de 
divergências de opinião que resultam da complexidade do aspecto 
das coisas, tanto quanto certos Irmãos, — e com maior razão os 
profanos, — podem chegar, com toda sinceridade, a conclusões 
contraditórias.
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Grau de MESTRE MAÇOM
Quando a incompreensão e o sectarismo realizaram sua obra, 
não resta a Hiram mais que receber o golpe de graça. Quebrantado, 
cai sob o malhete dos ambiciosos. Estes não pensam senão em tirar 
partido, em seu proveito, de uma Instituição falseada em via de 
deslocamento. Desviando-a de seu objetivo elevado, mas 
longínquo, assinam um objetivo prático imediato que pode servir 
aos seus desígnios. A Franco-Maçonaria torna-se então o 
instrumento de uma camarilha política monopolizadora do poder ou 
de uma conspiração dirigida contra o interesse geral. Isto é a morte 
do Maçonismo seguida da indiferença pela sorte de seu cadáver.
Oswald Wirth
In-fólio da Câmara do Meio
Ir.'. Adayr Paulo Modena
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Grau de MESTRE MAÇOM
Emulação (York)
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Grau de MESTRE MAÇOM
Painel do Rito até 1928
recópia
SUBSÍDIOS AO ESTUDO DO PAINEL
À guisa de prólogo, convém alertar que o atual Painel de 
Mestre não é o original do Rito Escocês. O deste foi substituído, em 
1928, quando adotamos o ritual vigente, e com ele o painel do Rito 
de York, decorrendo daí algumas discrepâncias entre a descrição 
inglesa e a nossa - acrescidas por modificações feitas nas cópias e 
recópias do painel, pintado pelo Ir:. J. Harrys, em 1823, para o Rito 
Emulation (York).
Ao longo deste texto, apontaremos tais diferenças, e - para 
elucidá-las -, vamos ter que ir e vir entre os dois ritos, o York e o 
Escocês, mas, como somos do segundo, algumas das nossas 
referências talvez soem estranhas, e até esdrúxulas, aos cânones do 
http://mestredoimaginario.blogspot.com/
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Grau de MESTRE MAÇOM
primeiro. Feita a ressalva, e sendo o nosso propósito o de informar 
da forma mais sucinta possível, vamos ver somente pontos não 
enfocados na 1ª Instrução do Ritual de Mestre do R.'. E.'. A.'. A.'. , 
em vigor em nossa Grande Loja. Portanto, percorrendo o painel de 
alto abaixo, vejamos:
1. A orientação - os painéis do Aprendiz e o do Companheiro têm 
o topo para o Leste, o de Mestre fica ao contrário. Isso, dizem uns, 
decorre da liturgia religiosa, onde os ataúdes dos sacerdotes e o dos 
fiéis são posicionados em direções opostas na nave do templo: os 
daqueles, com a cabeceira para o oriente, e os destes, para o 
ocidente. No primeiro caso, simbolizando a despedida do padre à 
paróquia, e, no segundo, a dos leigos à igreja. Inaplicável analogia, 
ilógica, pois para ser válida, teríamos a presença do ataúde também 
nos demais painéis simbólicos. Isso, sem falar que - esotericamente 
-, a orientação do ataúde é inversa, se considerada a paridade 
dignitário religioso = mestre maçom. Portanto, não é a presença 
deste ou daquele símbolo que determina a orientação, e sim a 
tipificação do trabalho expresso no painel, ou seja, ele fica voltado 
para o Oriente porque deve ser "decifrado" pelos mestres no sentido 
oposto ao do afeiçoamento externo da Pedra - feito no Ocidente, 
pela "leitura" dos obreiros da oficina. Aqueles laboram sob a 
Verdadeira Luz, a da Lâmpada Mística; estes, à luminosidade do 
reflexo, à luz da Flamígera. Em síntese, a orientação dos painéis 
obedece ao sentido esotérico do trabalho, o da Câmara do Meio em 
busca do subjetivo; o do Ocidente, dirigido à objetividade.
2. O ramo de acácia - o ato do exaltando segurá-lo, detalhe 
relevante, e que antigos rituais faziam executar, hoje, 
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inexplicavelmente, desapareceu do texto ritualístico, embora sua 
lembrança ainda permaneça inserida na 2ª instrução do mestre. 
Quanto ao significado mítico, simbólico, etimológico etc da acácia, 
a literatura maçônica é pródiga em informações. Assim, pinçamos 
somente três tópicos para este sumário:
a) a fórmula a a.'. m.'. é c.'. é oriunda do rito Héredom (antecessor 
do Escocês);
b) nos Antigos Mistérios, simbolizando o renascimento - "O Eterno 
Retorno" - sempre houve a presença de uma planta que, por vezes, 
personificava o iniciado, vítima inocente de uma morte violenta que 
o conduzia à imortalidade.
c) segundo J. Campbell, em "As Transformações do Mito através do 
Tempo", pode se dizer que o ramo de acácia está plantado acima 
do ataúde, como se "árvore apotropaica" fosse, isto é, como meio 
de defesa contra presenças malévolas e, através do seu poder 
regenerador, também para marcar "o limiar"...
3. O ataúde - pintado em negro, que o fundo branco ressalta, 
propositadamente conduz o raciocínio à imediata especulação sobre 
a morte. No caso, a de Hiram (tal como Osiris) vítima inocente, 
cadáver ocultado, exumado e, com os devidos ritos, reenterrado. 
Sepultar em dois tempos foi, em tempos arcaicos, prática esotérica 
complexa, imposta ao cadáver ou aos ossos daqueles dignitários 
destinados à perpétua lembrança. Expressão alquímica dos estágios 
contíguos, sucessivos e circulares da Grande Obra: ora em Negro, 
ora em Branco. Ambos necessários e complementares à aproximada 
compreensão do Todo.
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Em síntese, por não podermos "viver" a morte (i.é, expressá-
la em todos os seus momentos e nuances), ela somente nos é 
inteligível quando ritualizada ou simbolicamente expressa, no caso, 
pelo ataúde contido no painel, mas este, concomitantemente, pela 
presença da acácia, nos acena com a perenidade da vida...
4. Os utensílios do mestre - vistos em conjunto, têm a 
particularidade de apresentar a seqüência 1, 2, 3, decorrente do 
mínimo número de marcas que cada um deles pode assinalar sem 
descaracterizar-se em seus fins: o lápis, com o ponto; o compasso, 
com a medida; e o cordel Œ, com o ângulo. Coincidência ou não, 
tais números correspondem aos graus simbólicos que o mestre 
sintetiza, expressa e amplia.
5. a lápide - é a placa em forma de cartucho hieroglífico (sinal de 
distinção entre os antigos egípcios), gravada com caracteres 
maçônicos e algarismos arábicos, identifica, pelas iniciais, o nome 
do morto, sua profissão, linhagem e a época do passamento �. Deve 
ser decifrada da direita para a esquerda, e, na forma inglesa de 
expressão, assim:
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nos semicírculos - Tubal, no primeiro, e Cain, no segundo 
(Tubalcaim, o bíblico primeiro artífice - a P.'.P.'. );
no retângulo – 1ª linha, Hirão Abiff the Builder (H.'. A.'. , o 
construtor); 2a linha, Anno Lucis 3000 (para nós, A.'. V.'. L.'. ).
Cumpre esclarecer que o sentido da leitura, da direita para 
esquerda, não decorre da presunção do texto ter sido feito nos 
moldes das escritas sagradas, mas sim porque foi gravado segundo a 
imagem vista num espelho (antiga prática de segredo), o que se 
comprova pelo exame do algarismo 3 dos três mil anos, voltado 
para a direita (ao contrário), mostrando ser um reflexo. E mais, a 
presença de algarismos arábicos no dístico exclui, por incompatível, 
ter sido seguido o modo hierático de escrita Ž.
Os três milêniostranscorridos da criação do mundo até a 
morte de Hiram são, evidentemente, míticos. No entanto, 
historicamente reais, se tomados como tempo começado no IV 
milênio anterior a nossa Era (3000 anos antes da construção do 
Templo), quando o mundo conhecido se restringia ao Mediterrâneo 
oriental e adjacências - época dos primórdios da escrita, da 
metalurgia, da arquitetura etc. - isso, aliado à instituição do Estado e 
da religião, agregando as comunidades isoladas e as crenças 
esparsas, fez surgir um mundo novo, não doado, mas gerado pelo 
trabalho humano e concebido por seu espírito demiúrgico. Portanto, 
nesse nível, aproximadamente, coincidem as datações: a profana, a 
hebraica e a maçônica. Finalizando este tópico, deveríamos, por 
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certo, fazer algumas considerações sobre os artífices nominados na 
lápide; dispensável para com Hiram abiff, pois, em decorrência do 
contexto da Lenda, está suficientemente justificada a menção de seu 
nome no painel. Mas, quanto a Tubalcaim, sua inserção necessita 
ser explicada. Ela advém das Antigas Lendas Operativas, quando os 
maçons buscaram uma nobiliarquia bíblica, mítica e até histórica, 
que enobrecesse a origem e justificasse a antigüidade da 
Corporação obreira. Muitos nomes então foram agregados à 
Instituição: Noé, Nemrod, Euclides, Pitágoras, Jabal, Salomão e 
outros; a maioria não deixou traços nos atuais rituais. Mas o de 
Tubalcain, que manejou o martelo, e foi artífice em toda a 
qualidade de obras de cobre e de ferro (Gen. 4.22), um dos míticos 
grão-mestres e lendário ancestral de Hiram Abiff, ficou na Palavra 
de Passe. O porquê de tal continuidade credita-se ao esoterismo 
implícito ao ofício de ferreiro, detentor do segredo do fogo e da 
transmutação dos metais, possibilitando a "passagem" do Homem à 
condição ativa de "posse do mundo" (do hebraico, tebel e kanah), o 
que nos reconduz e, concomitantemente, reafirma a gênese dos 
3000 anos.
 
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6. 0s ossos - decussados (cruz de Santo André) são fêmures, e não 
as tíbias ditas na Instrução; tal evidência ainda não sensibilizou os 
ritualistas, apegados à letra, e não sensíveis ao símbolo. Este, no 
formato do conjunto (caveira e fêmures), alegoriza a figura do 
atanor alquímico com suas tenazes, simbolicamente pertinente, pois 
nele se buscava a transmutação do chumbo em metais nobres. No 
caso, a regeneração iniciática do homem através da ultrapassagem 
do Portal da Morte purificadora. Mas morte que é vida, pois o 
vocábulo grego, raiz de atanor, thanatos = morte, antecedido da 
negação "a", é não-morte, imortalidade ou a maçônica ressurreição 
de Hiram no novel mestre. Também é válido lembrar que, na 
cabalística Árvore da Vida, as sefiras Kether, Hod e Netzach 
correspondem, na figura humana, respectivamente, ao crânio e aos 
fêmures e, em loja, ao Ven.'. e aos VVig.'. . 
7. As palavras - abaixo dos ossos e acima do pórtico estão as letras 
maçônicas MB (iniciais das PPSS:. do grau). Lidas da mesma 
forma do dístico, da direita para a esquerda. Alguns desenhos 
deformaram tais signos, deixando-os iguais às letras UE do alfabeto 
profano, dificultando a correta decodificação. A origem dos 
vocábulos provém de uma lenda, posteriormente adaptada à estória 
de Hiram, segundo a qual, em busca de um segredo, o corpo de Noé 
teria sido exumado por seus filhos S:.C:.J:.. A dupla acepção da 
palavra substituta, M:. ou MB:., 
decorre do desacordo entre os Modernos e os Antigos sobre qual 
teria sido a exclamação pronunciada na mítica exumação; derivadas 
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do hebraico, como querem uns, ou do dialeto gaélico (uma das 
vertentes do idioma escocês) como postulam outros, o importante 
não é o significado literal, mas sim a idéia transmitida: o 
desligamento do espírito da "carne-morta" e o "re-nascer" do 
Mestre! 
8. O pórtico - seu lugar central sobre o ataúde está em consonância 
com a sua importância esotérica, geralmente despercebida, pois 
embora já o tenhamos visto à entrada do templo (na 2ª instr. de 
Apr.'. e na 1ª de Comp.'. ), somente o associamos com a utilitária 
idéia de passagem ou de embelezado ornamento, e então, não 
despertamos para ver o seu real e extenso simbolismo, calcado 
sobre: Centro, Gênese, Início, Fundamento. Idéias todas pertinentes 
à mítica primeira loja que, segundo antigos manuscritos, reunia-se 
no Pórtico do Templo de Salomão. Além disso, passagem e 
ornamento significam, respectivamente, iniciação e litúrgica 
cobertura. E, afora isso tudo, ainda temos a acepção do pórtico 
sobre o ataúde representar o 25º Caminho da Árvore da Vida (entre 
a Porta dos Homens e a dos Deuses, ou seja, da séfira Yesod = O 
Fundamento à Tiphereth = a Harmonia), pois cobre, do plexo solar 
ao baixo ventre do corpo prostrado, em síntese: do Sol à Lua, do 
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Meio-Dia à Meia-Noite. Aprofundar o estudo de tais idéias foge ao 
escopo do presente trabalho, a digressão foi feita somente no 
sentido de apontar caminhos e, principalmente, de ressaltar o valor 
esotérico do Pórtico - o ornamento principal da loja de mestre. 
Os dois outros ornamentos, o Pavimento e a Lâmpada 
Mística, são a reafirmação esotérica do liame entre terrestre e 
celeste - matéria e espírito -, e presentes em todas as lojas 
simbólicas, expressos pelo Piso e pela Luz, conexão que, por velada 
ou compartimentada no estudo de cada um dos graus, às vezes nos 
escapa... Especulações à parte, existem alguns detalhes importantes 
a assinalar no pórtico, tais como: 
8.1 - a abóbada no estilo românico relembra os primórdios 
operativos, anteriores ao advento do gótico; sua superfície interna, à 
vista, tem o traçado dos raios solares e, acentuada, a marcação do 
meridiano (algumas versões acrescentam: os trópicos, o equador, e 
até gravam o tetragrama); em sua extremidade oriental - como se 
fora o Sol nascente - está a trapeira, dando passagem à Luz (a 
nossa Lâmpada Mística); 
8.2 - o dístico em hebraico no frontispício é obra de maçons 
inventivos, pois não consta do desenho original dos idos de 1820 
(hoje é aceitável dizer-se que expresse Kodesh Ha-Kodashim = 
Santo dos Santos, ou Holiness to the Lord = Deus Altíssimo = 
Glória ao Altíssimo = À G.'. A.'. D.'. U.'. ). � 
8.3 - as colunas conservam-se em estilo coríntio desde a primeira 
estampa, mas o seu número, quantas são, tem sofrido acréscimos ao 
sabor das preferências dos copistas, originariamente foram oito, 
depois dez e já existem painéis com doze colunas. Portanto, não 
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faremos considerações quanto ao simbolismo numérico, pois, se o 
fizéssemos, teríamos que especular, e muito, o que nos levaria a 
ultrapassar os limites desta dissertação. No entanto, quanto ao 
número original das colunas, não podemos esquecer que ele está 
conforme o espírito bíblico e lendário do rito inglês, pois quatro 
pares significam a família de Noé, os noaquidas, patronímico que 
Anderson, na segunda edição de sua Constituição, diz ter sido o 
primitivo nome dos maçons. Reforçando o mítico oito, e ligando-o 
à arquitetura, há também o aspecto documental Inglês, o dos anais 
de construção da abadiade Vale Royal em 1277, quando, pela 
primeira vez, historicamente, está expresso que oito canteiros 
(artífices) compõem um grupo denominado loja. Quanto ao estilo, o 
coríntio, supomos que sua escolha possa ter sido feita em 
decorrência de ter sido o último, o mais belo e completo, criado 
pelo gênio grego, conotações essas, de síntese e pináculo, 
perfeitamente cabíveis à Loja de Mestre. 
8.4 - o pavimento não é o nosso, composto de losangos, mas sim, o 
de York, em quadrados. Tal diferenciação não encontrou o seu 
exegeta final, pois ainda é discutível até a existência de tal 
ornamento no Templo de Salomão. Maçonicamente bizantina tal 
pesquisa e discussão, pois é inamovível a tradição de cada um dos 
ritos a tal respeito (v.g. o rito Schroeder não especifica o 
pavimento). É consensual que a disposição e o tamanho dos 
ladrilhos sejam módulos da posição dos pés nos passos regulares. O 
que não elide, e de certa forma até reforça, a reminiscência 
"operativa" do grande quadriculado de medidas, destinado ao corte, 
talhe, entalhe e ajuste das peças estruturais, possibilitando que, 
justas e perfeitas, fossem encaixadas na construção. � 
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O pavimento em exame, tanto pode ser visto como o 
conjunto de 7x7=49 ladrilhos, correspondendo assim ao Quadrado 
Mágico de Vênus, no caso, simbolizando a Fraternidade, ou, 
unitariamente tomados como padrão de medida, localizam o túmulo 
de H.'. A.'. no texto York (três de cada Ponto Cardeal, apontando o 
Centro - e cinco ou mais de profundidade). Ressalte-se que não há 
contradição entre o não sepultar no Templo e o sepultar sob o 
Pavimento, pois o Pórtico não é o Templo! Não é o Sanctus 
Santorum. Este está após o pavimento quadrangular e além do 
cortinado que deixa entrever a Arca da Aliança. Portanto, seja o 
dizer escocês (exceto os números) quanto o inglês, ao 
estabelecerem que H.'. A.'. foi sepultado o mais próximo possível 
do S.'. S.'. , são coincidentes na velada alusão à honrosa inumação 
do Grande Mestre sob o piso da Loja que dirigiu. ‘ 
9. As ferramentas - são as de antanho, do passado Operativo, e 
que, segundo o Rito York, foram empregadas no mítico homicídio. 
Estão empilhadas na seqüência dos golpes desferidos: primeiro, a 
régua de prumo; depois o nível de assentar; por último, o malho 
pesado.Hoje, compreensivelmente, na representação do drama 
mítico, os IIr:. daquele rito, observando os fins, adequaram-se ao 
ferramental de uso dos pedreiros atuais, ou seja, utilizam a 
chumbada do prumo, o nível de bolha e o malho. Nós, escoceses, 
empregamos a régua de 24" e o esquadro (coincidimos no malho), 
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pois a nossa versão da Lenda nos impõe essas e não aquelas 
ferramentas. 
10. O esquadro - não carece de maiores explicações, pois é sabido 
que ele representa a Lei em seu mais amplo aspecto e, no caso, a 
condição de maestria de Hiram Abiff. 
11. A tríade dos 5 - no rito inglês, tais números correspondem às 
três lojas de Companheiros (cinco em cada uma), constituídas por 
Salomão para pesquisar o paradeiro do mestre desaparecido, e que 
partiram das três portas do Templo. Findas as buscas, os 15 obreiros 
foram honrados com a participação nas exéquias de H.'. A.'. . Entre 
nós, escoceses, tal dizer fica difícil, pois a nossa lenda alude 
somente a quinze conspiradores, e não a igual número de leais e 
dignos CComp.'. . Assim, somente nos ficou a presença de um mau 
companheiro em cada porta (os três facínoras) ou, numa 
interpretação numerológica: a acepção maléfica do 15 (o fogo dos 
ínferos). E, por falar nisso, vamos ao último item de nossa 
complementação. 
12. O triplo sinal aos pés do ataúde - os copistas fizeram algumas 
estampas apresentar três jotas em vez da tripla repetência da críptica 
letra "c" (adiante veremos por quê). Para os ritos ingleses são as 
iniciais de chalk (giz), charcoal (carvão) e clay (argila) - 
alegoricamente: liberdade, fervor e zelo, apanágios do perfeito 
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maçom. Condições essas que, ao longo dos rituais, são, juntas ou 
separadamente, diversas vezes mencionadas. 
No preâmbulo deste trabalho aludimos às mudanças de 1928 
(rituais e painéis), realizadas no sentido de marcar diferenciação 
litúrgica entre a ex-obediência (o GOB) e as novéis GGLL, mas 
feitas, é compreensível, no calor dos acontecimentos, daí 
decorrendo senões que não foram até hoje sanados. Dentre eles está 
a não correspondência pontual entre a Lenda Hirâmica escocesa e o 
Painel de Harrys. No sentido de conciliar a tradição escocesa com a 
mensagem do York, buscamos dar aos "cês" a interpretação que os 
nossos desenhistas quiseram ver ao transformarem tais signos em 
"jotas". Assim, dos Operativos da Escócia trouxemos três cowans - 
pedreiros grosseiros - não possuidores da Palavra (mason's word), 
os algozes de Hiram, inominados no York, mas personalizados nos 
nossos J.'. J.'. J.'. , simbolicamente presos na caverna do remorso e 
calcados aos pés da vítima... 
Iniciamos, com um exíguo prólogo, este trabalho de 
complementação à dissertação sobre o Painel do Mestre, é 
compatível que o finalizemos da mesma forma. Concluímos, pois, 
dizendo que o painel da Lenda Hirâmica, ao apresentar as 
ferramentas e o esquadro colocados abaixo do Pórtico e acima dos 
cowans, faz remissão ao justo e perfeito trabalho de levantar 
templos e cavar masmorras. 
NOTAS 
Œ - nos ritos ingleses, Emulation (York) e outros, o utensílio cordel 
não é simplesmente um cordão, é um dos instrumentos dos 
Operativos, o skirret: carretel com eixo em ponta que, fixado no 
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solo, permitia desenrolar a linha de marcação da obra e também 
esquadrejar o canteiro da construção ao formar o triângulo com 
lados na razão 3-4-5 (teorema de Pitágoras). 
 - retângulo com extremidades em oval, dentro do qual se escrevem� 
os nomes dos faraós, a partir da 4ª dinastia. Exemplos 
pormenorizados mostram que o sinal representa um nó de corda 
com laçada, de modo a não ter fim, simbolizando o retorno cíclico, 
possivelmente relacionado com o sol. Os faraós tinham dois nomes 
em cartucho, o primeiro era o de sua entronização (praenomen = 
"nome de trono") e o segundo o próprio - talvez daí tenha se 
originado o costume do Mestre, ao atingir a realeza dos iniciados, 
fazer a escolha do seu nome simbólico (!?). 
Ž - copistas "inventivos" colocaram um ponto no críptico A de 
anno, transformando-o em J; outros, da mesma estirpe, fizeram 
mais, além da dita inclusão, excluíram o ponto antecedente ao 3, ali 
aposto para marcar, assinalar, a singularidade de tal algarismo. 
 - tais dísticos, em hebráico ou em inglês, constavam dos brasões� 
das duas primeiras Grandes Lojas Britânicas. 
 - é possível que a forma do pavimento que adotamos tenha sido� 
escolhida em homenagem a Christopher Wren, maçom Operativo e 
também Aceito, arquiteto real e construtor da Catedral de S. Paulo 
(o seu pavimento é composto de ladrilhos quadrados, 
alternadamente pretos e brancos, dispostos diagonalmente); no átrio 
daquele templo reunia-se uma das quatro lojas fundadoras da 
Grande Loja de Londres e Westminster. 
‘ as dimensões do túmulo York sugerem um ossuário ou um túmulo 
vertical; a primeira hipótese é congruente com o arcaico ritode 
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sepultar em dois tempos, a "impura carne" não ficaria sequer 
próxima ao SS - a segunda, lembra o costume da Antiga 
Mesopotâmia: sepultar seus reis em fossos verticais. 
’ - em vez de ferramentas, simbolizando-as, antigos rituais 
escoceses determinavam o uso de canudos de cartolina, talvez para 
evitar acidentes decorrentes de pancadas mais fortes. 
FONTES DE CONSULTA (as básicas em negrito): 
A Maçonaria Operativa - N.Aslan - Ed. Aurora 
Apreciação Sumária do Painel de Mestre - Trab. do Ir.'. José 
Wainberg 
A Simbólica Maçônica - J. Boucher - Ed.Pensamento 
As Transformações do Mito através do Tempo – Joseph Campbell – 
Cultrix 
Dic. Judáico de Lendas e Tradições - A. Unterman - Ed. J.Zahar 
Ferreiros e Alquimistas - M. Eliade - Ed. Relógio d'água 
Free Mason at Work - Harry Carr (ainda não public. em 
português) 
Grande Dic. Enciclop. de Maç. e Simbologia - N.Aslan - Ed. Arte 
Nova 
Instruç. p/Loja de Mestre - IIr.'. Assis e F.S. Paschoal - A Trolha 
(nota abaixo) 
Mesopotâmia - Ed. Del Prado 
O Mestre Maçom - Assis Carvalho - Ed.A Trolha (nota abaixo), 
O Mundo Egípcio - Deuses, Templos e Faraós - Ed. Del Prado 
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O Painel nas LLoj. do R.'. E.'. A.'. A.'. - Modena - O Vigilante, 
Jun/92 
O Pórtico - Modena - A Renascença, Ago/96 
O Templo de Salomão na Tradiç.Maç. - Alex Horne - Ed. 
Pensamento 
Sentido Oculto dos Ritos Mortuários - J.P.Bayard - Ed. Paulus 
Wren - Margaret Whinney - Thames and Hudson Ltd, London, 
1971. 
NOTA - tais obras dizem que J.Harrys fez um outro Painel para 
uma loja hebraica, e no qual deu uma visão mais completa de sua 
concepção acerca do tema. Na verdade, tal pintura foi feita pelo Ir.'. 
Esmond Jefferies para o Rito Logic, conforme consta de minúscula 
legenda ao pé da estampa reproduzida e textualmente expressa por 
H.Carr em "The Freemason at Work". Além disso, seus autores 
incidem no erro de uma pretensa retificação de 3000 para 2992 
como origem da V.'. L.'. , quando, na verdade, o que Jefferies 
apontou, com a segunda data em hebraico, e sem omitir a primeira 
em algarismos arábicos, foi o término da obra: mais de sete anos de 
trabalho. Mas, afora isso, nos é particularmente importante assinalar 
que tal painel faz constar abaixo das crípticas letras "ces" as iniciais 
de liberty, fervency e zeal - dispensáveis no nosso entendimento, a 
não ser que tal redundância seja aparente e, então, a nossa 
interpretação dando ao triplo "c" = cowans, não é só uma hipótese, 
mas assertiva válida, pois também está no contexto maçônico 
inglês. 
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Nove Estágios do Grau de Mestre Maçom segundo 
Oswald Wirth
I. O RETORNO AO PONTO DE PARTIDA 
Os ensinamentos da vida são de ordem prática. Eles 
formam o Obreiro, tendo em vista a tarefa que lhe incumbe, 
desenvolvendo sua habilidade, esclarecendo-o sobre a especialidade 
de sua escolha. Por preciosa que seja esta educação, ela não poderia 
ser considerada como respondendo ao supremo ideal iniciático. 
Tornando o Obreiro humanamente sábio, a educação corresponde à 
via média, normal e segura que se recomenda aos homens sinceros, 
fortes em sua boa vontade. 
Mas quem quer agir, deve fazer-se convicto, adotando 
hipóteses de trabalho baseadas sobre a fé. Ora, a Iniciação integral 
esforça-se por discernir a verdade sincera, despojada de tudo aquilo 
que lhe torna comumente aceitável. Mesmo refugiada nua no fundo 
de um poço, a verdade aparece sob formas sedutoras sob as quais se 
esconde um esqueleto. É até a ossatura da realidade que deve 
penetrar a visão do pensador. Não lhe é suficiente ver, agora, a 
Estrela Flamígera, porque ela está extinta para o Companheiro 
digno de conquistar o Grau de Mestre. 
Tudo se obscurece, com efeito, para o adepto preocupado em 
examinar a fundo aquilo que acredita saber. Para repassar em seu 
espírito as aquisições de sua inteligência, deve retornar sobre o 
caminho da Iniciação. Triunfando, ao término do Segundo Grau, 
não pode caminhar em direção ao Terceiro, senão voltando sobre 
seus passos. 
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Reconhecendo que, a despeito de seus esforços, não realizou 
a imagem do homem-tipo figurado no Pentagrama, o Companheiro 
retorna à Pedra Cúbica atingida por numerosas imperfeições 
mostradas através do controle minucioso da Régua e do Esquadro. 
Estes instrumentos lhe permitem reparar as negligências de seu 
trabalho. Ele retoma a Alavanca e censura-se por não a haver 
manejado escrupulosamente na iniciação. Muito freqüentemente, 
não desejou estar inspirado por motivos rigidamente direitos, como 
exige a régua. Deve acabar de disciplinar sua vontade. Sua razão 
não foi nunca arrastada para fora dos limites que traça o Compasso? 
E, a seu governo, foi seu julgamento sempre aplicado a ele mesmo 
com severidade? Discernindo estas faltas, desembaraçou-se delas 
sem pena, através de golpes de Malho assentados com vigor sobre 
um cinzel bem dirigido? 
Perscrutando sua consciência, o Companheiro reconhece que, 
a despeito de sua aplicação ao trabalho, está longe de haver 
realizado a perfeição. Sua primeira instrução iniciática deve ser 
retomada, porque se pergunta se a venda da ignorância profana 
realmente saiu da frente de seus olhos. São tantos os preconceitos 
tenazes que o cegam ainda, que deve, mais do que nunca, lutar para 
conquistar a luz. Depois, deseja o Cálice da Amargura, que nem 
sempre teve a coragem de esvaziar até as fezes, pois o homem recua 
perante as crueldades contínuas da vida, ainda que tenha coragem 
para lançar-se ao Fogo purificador da grande prova, porque é mais 
fácil consentir em morrer bruscamente por um ideal, do que viver 
exemplarmente, sem desfalecer, ao curso de peripécias de uma 
longa e monótona existência renovadas incessantemente por 
torturas mesquinhas. A constância é a virtude daqueles que a água 
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fortaleceu, ao mesmo tempo em que os lavou das imundícies 
contraídas por contatos impuros. Mas quem pode gloriar-se de 
escapar a toda mácula moral? Mesmo intelectualmente, 
conseguimos nos defender sempre de todo o preconceito? As 
discussões humanas não nos atraem para um dos campos 
antagônicos? Para que o ternário discreto se torne verdadeiro, é 
indispensável que saibamos planar acima do terreno das querelas 
estéreis, porque dois pontos figuram dois contraditores que não 
conseguem se ouvir, enquanto um terceiro ponto mediano não se 
colocar acima deles como árbitro e conciliador. 
Síntese, apreciação imparcial
Tese, afirmação Negação, antítese 
Elevar-se ao terceiro ponto é fazer prova de serenidade de 
julgamento própria daquele que alcançou o cume da montanha onde 
foi purificado pelo Ar. Mas uma visão clara não se adquire senão 
ao preço de um prévio aprofundamento. Disso resulta que a 
elevação do espírito à sublimação filosofal é acompanhada de um 
esforço equivalente na descida a si mesmo. 
É por esta razão que o Companheiro, desejoso de entrar na 
posse integral dos dois primeiros graus da Arte Real, retorna à 
Câmara de Reflexões onde começa por se submeter à prova da 
Terra: ei-lo de regresso ao ponto de partida, chamado, pela segunda 
vez, a morrer voluntariamente.Em realidade, está se examinando a ele mesmo, tal e qual na 
Iniciação e sua incompetência o abate: ele nada sabe e permanece 
impuro, a despeito das purificações sofridas. Tudo está para 
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recomeçar, se quer tornar-se Maçom, realizando o ideal maçônico, 
ou melhor, ambicionando o Mestrado. 
II. A CÂMARA DO MEIO
Quando, voltando sobre seus passos, no aprofundamento dos 
ensinamentos recebidos, o Companheiro chega ao ponto de partida, 
não há lugar para mostrar-se orgulhoso de si mesmo. Ele quer 
tornar-se um Iniciado, um homem mais esclarecido que os outros e 
não se furtará das penas para instruir-se, praticando a virtude. Seus 
estudos o fazem, finalmente, reconhecer que nada sabe e os 
esforços consagrados à realização do bem o deixam convencido de 
sua impotência. Átomo perdido na imensidão, é ínfimo. É loucura 
de sua parte aspirar ao cumprimento da Grande Obra. Não seria 
mais sábio resignar-se ao inevitável e deixar o mundo tal como é, 
vivendo o menos mal possível encouraçado numa desdenhosa 
indiferença? 
Desencorajado, o pensador se fixa em suas reflexões. Onde 
elas conduzem? Ele retorna para contemplar o lugar onde 
mergulhou em suas meditações. É uma caverna tenebrosa onde não 
brilha nenhuma claridade. Nada se manifesta à sua vista, mas 
escutam-se surdos gemidos que parecem provir de fantasmas. 
Esses lamentos são sugestivos, pois evocam imagens lúgubres. O 
Companheiro, adepto da vida, tem a impressão de haver descido ao 
antro da Morte onde esqueletos o rodeiam. 
E ele não se engana, porque está na cripta da segunda morte 
dos Iniciados, no centro simbólico da Terra onde tem lugar a 
Câmara do Meio, o santuário da desilusão absoluta. Penetrando-o, 
somos chamados a morrer, não mais simplesmente para as 
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grosseiras ilusões do mundo profano, como no começo de nossa 
iniciação, mas para tudo o que é frívolo e mesquinho. Desta vez, 
não é bastante se despojar dos metais, operação fácil 
comparativamente ao despojamento integral que exige a segunda 
morte: trata-se de se pôr a nu além da pele e das carnes, a fim de 
não ser mais que um esqueleto, porque o futuro Mestre deve se 
identificar com o Arcano XIII do Tarot, aquele que corta as 
cabeças do Rei Razão e da Rainha Imaginação, mas que, ceifando, 
faz surgir da terra, a cada movimento, mãos para agir e pés para 
caminhar. Isso significa que ser desencorajado pela desilusão 
torna-se fecundo para o homem de ação, discípulo do progresso. A 
tarefa é positiva e a evolução vital se afirma como realidade. 
Que, aliás, ensina a Geometria? O ponto matemático sem 
dimensão nada é, mas, posto em movimento, este nada engendra a 
linha, geradora da superfície, mãe de todos os corpos de três 
dimensões. Não somos nada enquanto permanecemos imóveis, mas 
nosso movimento deixa um traçado luminoso, mesmo que não 
sejamos mais que efêmeras estrelas cadentes. Se concebermos que 
tudo não é mais que o nada em marcha, tornamos ativa nossa 
inação, sem nos enganarmos sobre nosso próprio valor e nossa 
capacidade. Agimos, sem nos debater em pura perda, porque 
vamos construir, porque este é o objetivo da vida. 
Todavia, após haver sondado a profundidade de nossa 
ignorância, como podemos trabalhar em segurança, certos de que 
não nos enganaremos em nossa empresa? Ora, a desilusão paralisa: 
ela destrói a confiança adquirida pelo Companheiro e a certeza dos 
princípios segundo os quais ele trabalha. Perdendo sua fé ativa, ele 
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abandona seus utensílios para permanecer desamparado entre 
aqueles que sucumbem, como ele, na grande prova da decepção. 
Em que o desiludido poria sua confiança? Está sem ilusões 
mesmo quanto à Maçonaria, instituição que formula os bons 
princípios, mas não os aplica mesmo em seu próprio seio. Os 
maçons pretendem fazer reinar a harmonia no mundo: ora, eles se 
agrupam em organizações que se opõem umas às outras e se 
recusam a confraternizar entre elas. As Lojas recrutam mal e são 
invadidas por ignorantes vaidosos, incapazes de se iniciar 
realmente: também a iniciação é ela fictícia, e a Maçonaria vegeta 
como um corpo sem alma do qual o espírito foi retirado. 
Tal é, eis, a irreparável catástrofe prevista pelo Ritual: o 
Espírito não mais governa. O Arquiteto do Templo está morto, e 
ninguém é capaz de substituí-lo. Os Mestres que recebiam suas 
instruções estão desamparados. Estão reunidos na Câmara do Meio, 
mas avaliam a situação sem saída e se abandonam à dor de não ter à 
sua cabeça o sábio Hiram, detentor dos supremos segredos da Arte 
de construir. 
 III. O MESTRE DOS MESTRES
A Bíblia não faz alusão a Hiram, o arquiteto do Templo de 
Salomão: artista hábil em trabalhar os metais, esse fundidor não 
intervém senão tardiamente para preparar o Mar de Bronze, uma 
espécie de vaso sagrado, sem esquecer as colunas Jakin e Boaz que 
se desenhavam exteriormente à direita e à esquerda da entrada 
principal do santuário. 
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Nenhum escritor judeu faz alusão à morte de Hiram, o que 
faz supor que retornou a Tiro após o término dos trabalhos que 
aceitara executar em Jerusalém. O que os Maçons contam a esse 
respeito é, pois, pura lenda, um mito que não tomou de empréstimo 
da Bíblia senão o nome de seu herói. 
Para os iniciados, tornou-se o arquiteto que traçava os planos 
e dirigia os trabalhos dos obreiros construtores que dividiu em 
Aprendizes, Companheiros e Mestres. Todas as classes de obreiros 
recebiam salários de forma diferente: Os Aprendizes, junto à 
Coluna Boaz; os Companheiros, em Jakin; os Mestres, na Câmara 
do Meio. Mas cada categoria, para esta finalidade, deveria fazer-se 
reconhecer pelos mistérios particulares do grau. 
Ora, três Companheiros haviam, inutilmente, solicitado o 
mestrado. Foram julgados insuficientemente instruídos pelos 
Mestres que, assim, adiaram sua exaltação. Porém, satisfeitos deles 
mesmos, os três obreiros acreditaram-se vítimas de uma injustiça e 
resolveram obter, pela astúcia, o que lhes fora recusado. 
Seu plano era o de constranger Hiram a comunicar-lhes o 
segredo dos Mestres. Postaram-se, então, perto do meio-dia, junto 
às três portas do Templo, porque o trabalho era interrompido nesse 
horário e o arquiteto tinha o costume de percorrer sozinho o 
canteiro de obras, a fim de controlar o avanço da construção. 
Tendo acabado sua inspeção, Hiram quis sair pela porta onde 
espreitava o primeiro dos três conspiradores. Um diálogo se engaja. 
O Companheiro julga-se digno de passar a Mestre e intima Hiram a 
revelar-lhe imediatamente o segredo do terceiro grau. Hiram recusa 
com indignação, daí o furor do Companheiro que desfere no Mestre 
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um violento golpe com a Régua. Visava à cabeça, mas um 
movimento de sua vítima desviou o instrumento que se abateu sobre 
o ombro, perto do pescoço. 
Hiram retira-se e dirige-se para outra saída, onde se choca 
com o segundo conjurado, mais insolente ainda que o primeiro em 
suas pretensões. Permanecendo firme em sua recusa, o Mestre é, 
desta vez, atingido na região do coração com a ajuda de um 
Esquadro – ou de uma alavanca, segundo certos Rituais.Cambaleante, Hiran encontra forças para ganhar a terceira 
porta que está guardada pelo mais exaltado dos três malfeitores. O 
Mestre declara insensatas as suas exigências, o que lhe vale um 
mortal golpe de Malhete sobre a fronte. 
Apavorados com seu inútil crime, os assassinos escondem o 
corpo de Hiram sob escombros. Depois, com a vinda da noite, eles 
o transportam para longe, enterrando-o num local pouco propício. 
O desaparecimento de Hiram consternou a todos os Obreiros, 
em particular, os Mestres que, em seu abatimento, se puseram a 
gemer, sentindo-se incapazes de substituir o Arquiteto 
traiçoeiramente entregue à morte, porque o crime, – isto era 
evidente, – unicamente maus Companheiros o teriam podido 
perpetrar. 
Enquanto os Mestres se lamentavam, um Companheiro 
penetrou em seu asilo de luto e recolhimento. Não seria este um 
dos assassinos de Hiram vindo confessar seu crime movido pelo 
remorso? 
 IV. OS ASSASSINOS DE HIRAM
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Exata em seu significado, a lenda é mais verídica, a seu 
modo, que a História, muito freqüentemente edificada com a ajuda 
de informações equívocas. O fundidor Hiram dos textos bíblicos, 
por hábil que fosse, é um personagem de muito pouca importância 
histórica, não tendo em comum senão o nome com o Mestre Hiram 
do Ritual maçônico. Todavia, o que personifica esse arquiteto 
imaginário é uma formidável realidade. Não é, pois, de nenhum 
modo, pueril exigir de um candidato a Mestre a prova de sua 
inocência no assassinato de Hiram. 
Para o Iniciado, Hiram não é outro senão o espírito maçônico. 
Enquanto ele vive, a Maçonaria persiste em sua tarefa construtiva, o 
Templo é construído e, bem inspirados, os maçons trabalham com 
método, satisfeitos com o progresso que constatam. Mas trata-se de 
um período conturbado, em que Hiram não mais dirige o trabalho 
maçônico, pois caiu vítima dos conspiradores da lenda que, eles 
também, não são reais. 
O primeiro encarna a ignorância. Não mais aquela dos 
profanos, mas a dos maçons que deveriam ser instruídos em suas 
qualidades de Companheiros, iniciados nos mistérios da Estrela 
Flamígera. Infelizmente, certos portadores de insígnias ignoram 
tudo a respeito da Maçonaria que eles pretendem, melhor que 
ninguém, compreender, pois que foram admitidos entre aquela 
maioria de obreiros que sabem trabalhar. Colocando tudo a seu 
nível que é, a seus olhos, unicamente a intelectualidade racional, 
têm eles por certo que nada poderia ultrapassar sua compreensão, 
salvo se fosse absurdo. Armados dessa Régua inflexível, golpeiam 
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o Mestre. Não o matam imediatamente, mas o paralisam em sua 
ação (braço direito). 
O candidato ao terceiro grau nunca pactuou com espíritos 
superficiais sempre prontos a condenar aquilo que não 
compreendem? Não se pronunciou pela supressão daquilo que não 
se enquadrava em sua lógica estreita, muito solícito em atrelar-se à 
tradição maçônica? Qual foi sua atitude em presença de criticas 
inconsideradas, formuladas à vista dos usos pretendidos ridículos 
ou, no mínimo, ultrapassados? Está certo de não haver nunca 
participado da mentalidade que fez abater sobre o Mestre a pesada 
Régua do primeiro assassino? Se pecou, reconhece seu erro e toma 
a resolução de repará-lo? 
O segundo assassino representa o fanatismo. Não aquele dos 
inimigos exteriores da Maçonaria. As organizações são ameaçadas 
por maus internos que simbolizam os maus Companheiros, 
promotores da morte de Hiram. São os que medem com o 
Esquadro, aplicando a outrem este instrumento de controle, quando 
deveriam servir-se dele para assegurar o corte correto de sua própria 
pedra: proclamam-se eles mesmos justos e impecáveis e se impõem 
como modelo. 
Infeliz daquele que se recusa conformar-se com sua norma! 
Os maçons que não partilham de sua opinião são denunciados como 
heréticos e rejeitados como falsos irmãos. A tradição vital da 
tolerância é assim ignorada. Hiram é perigosamente atingido no 
coração pelos maçons que tomam ódio de seu contraditor, 
contestando sua boa fé. 
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O futuro Mestre admite que alguém possa pensar e agir de 
outra maneira que ele? Considera como válida apenas sua própria 
interpretação da lei maçônica? Legislando arbitrariamente, segundo 
o particularismo de suas estreitas concepções, não espreita Hiram 
perfidamente, armado de um Esquadro falseado pela intolerância? 
Aqui, agora, a falta deve ser confessada e reconhecida em 
todas as suas conseqüências e depois expiada por um 
arrependimento profundo. 
Isso não é tudo. O pior dos criminosos figura a ambição dos 
exploradores da ignorância e do fanatismo. Esses perversos 
apoderam-se do Malhete que mata Hiram: são os políticos que 
põem a Maçonaria a serviço de sua ideologia particular. Todos 
aqueles que desviam a Instituição de persistir em sua Grande Obra 
construtiva, tornam-se culpados do crime irreparável contra a 
tradição simbolizada por Hiram. 
A ignorância corrige-se pela instrução, e a intolerância 
sectária é uma enfermidade curável. Mas o egoísmo que a ambição 
possui revela-se indigno da Arte Real. O mestrado não convém 
senão àquele que se esquece dele mesmo e não sucumbe à 
fascinação de qualquer miragem de vaidade. O orgulho de 
comandar ou brilhar num posto eminente não conduz senão a 
grandezas ilusórias. Para tornar-se realmente Mestre, o indivíduo 
deve concentrar seus desejos sobre o desenvolvimento de sua 
capacidade de servir a outrem. Esforcemo-nos por nos tornar úteis 
na medida de nossos talentos e de nossa energia, se quisermos nos 
elevar. 
V. O CADÁVER DA TRADIÇÃO
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A imperfeição humana tende a matar continuamente o 
Arquiteto do Templo humanitário. Hiram morre diariamente 
quando os homens erram, porque os Iniciados têm por tarefa 
constante a de ressuscitar. Mas, para proceder a uma ressurreição, é 
indispensável encontrar-se em presença do despojo mortal do 
defunto. A procura do cadáver de Hiram se impõe, pois, aos 
adeptos que a morte do Mestre mergulhou no luto e na 
consternação. 
Chorando Hiram, rendem em sua alma um culto ao ideal 
desconhecido e mantêm vivo o espírito que cessou de dirigir o 
trabalho maçônico. Eles permanecem fiéis ao sentimento pela 
tradição que está intelectualmente perdida. São os bons maçons que 
fazem confusamente uma idéia muito alta da Maçonaria, instituição 
gloriosa no passado, mas atualmente enfraquecida, doente e em vias 
de desorganizar-se. Eles sofrem e choram, porque têm consciência 
de uma palavra perdida e do apagar das luzes que esclareceram 
outrora os verdadeiros iniciados. 
Nós não sabemos mais nada, – dizem eles, – tudo foi 
esquecido; mas restam-nos os vestígios mortos do antigo saber 
vivente. Essas relíquias são sagradas para nós, porque, se nada 
mais subsiste nas ruínas do edifício do qual queremos retomar a 
construção, como poderemos persistir na eterna Grande Obra? Eis 
o que resta de pé na tradição morta para compreensão do maçons, 
uma conjuntura supersticiosa da Maçonaria são seus usos 
inveterados, os símbolos obrigatórios e os ritos iniciáticos que a 
prática impõe. Tal é o cadáver de Hiram que se presta à evocaçãode seu espírito animador, se não for subtraído às homenagens dos 
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fiéis à tradição pelos maus Companheiros. Encontrar esse cadáver 
é, pois, a tarefa que se impõe aos Mestres, desde que, dominando 
sua dor, tomem consciência daquilo que exigem deles as 
circunstâncias. 
Nove Mestres se dispersam por grupos de três, para procurar 
o corpo de Hiram. Isis, em luto, percorreu toda a terra para 
descobrir, um a um, os pedaços do corpo de seu esposo, porque 
Osiris não pode ser chamado à vida, se seu cadáver não for 
reconstituído em sua integridade. Em Maçonaria, o esoterismo é o 
mesmo: deve-se restabelecer o simbolismo maçônico em seu 
conjunto coerente, a fim de tomar sua significação e fazer reviver o 
espírito daqueles que praticam apenas uma rotina supersticiosa. 
Como o de Osíris, o corpo de Hiram sofreu mutilações. Em 
seu falso racionalismo, os Companheiros amputaram-lhe os 
membros; outros, por sectarismo, enxertaram estranhos apêndices 
aos organismo normal do Mestre. Convém restituir aqueles que os 
primeiros arrancaram, desembaraçando das adjunções heteróclitas 
dos segundos o corpo do Mestre que vai ressuscitar. Distinguir o 
que é maçônico daquilo que não é – tal deve ser o cuidado dos 
expertos encarregados de encontrar o cadáver de Hiram. Eles se 
dirigem para o Ocidente, Oriente e Meio-Dia, concordando em se 
reunir ao Norte. Isso quer dizer que se informam por tudo o que é 
universalmente tradicional, fazendo abstração das fantasias locais e 
não retendo senão aquilo que é incontestavelmente iniciático. Uma 
ciência positiva não é seu guia; também eles erram muito tempo 
antes de encontrar indícios satisfatórios. Finalmente, um deles deita 
vistas sobre um ramo de Acácia. 
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Para se chegar a compreender o alcance do mito maçônico, é 
necessário lembrar que a planta de que se trata aqui aparece como a 
única em meio às areias desérticas. Trata-se de um arbusto 
espinhoso entre os Orientais que vêem nele um emblema da 
imortalidade. Em Maçonaria, os adeptos que se gabam de conhecer 
a Acácia, têm-se como iniciados nos mistérios do terceiro grau da 
Arte Real. Uma particular importância liga-se, então, ao ramo 
verde que sinala a terra sob a qual se descobrirá o corpo de Hiram. 
Que significa esse ramo revelador? O verde, cor da 
esperança, faz alusão à que subsiste ainda em meio ao desespero. A 
crença no amanhã reanima a coragem daqueles que o presente 
desilude. Ora, esta confiança nasce de um sentimento indestrutível 
que liga o homem à Vida e à Grande Obra que ela persegue. 
Conhecer a Acácia é tomar consciência do incessante trabalho vital, 
é adquirir a certeza de que esse trabalho necessário não sofrerá 
qualquer interrupção prolongada. Se pára momentaneamente, é 
para ser retomado de imediato com novo vigor. Direcionado por 
um falso caminho, sofre curta interrupção que o obriga a melhor 
orientar-se. Hiram não saberia permanecer morto: ele não foi morto 
senão em vista de sua ressurreição. 
 VI. O TÚMULO DE HIRAM
Fixado na terra entre um Esquadro e um Compasso, o ramo 
de Acácia revela o lugar da sepultura do Arquiteto assassinado. 
Hiram foi enterrado a pouca profundidade e as trolhas postas em 
ação não tardam em remover a areia que recobria o corpo do Mestre 
venerado. 
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Esse trabalho de liberação é efetuado por aqueles maçons 
que aprofundaram a Maçonaria, porque, enquanto ela permanecer 
incompreendida, não representará senão o túmulo da Tradição 
morta, essa colina que se eleva acima da banalidade do deserto 
humano, mas que o Esquadro e o Compasso, acompanhando a 
Acácia, designam à atenção dos fiéis de Hiram. A Maçonaria não é, 
vista do exterior, senão uma coisa muito pobre, um acúmulo de 
insignificantes grãos de areia; mas o que ela esconde sob essa 
modéstia é inestimável aos olhos dos sábios, porque a tradição 
iniciática está morta, mas intacta, reconstituída em sua síntese 
orgânica. 
Sem dúvida, um gesto de horror escapa daqueles que são 
postos em presença desse majestoso conjunto. Como semelhantes 
ensinamentos puderam se perder? Que perversão ousa matar aquele 
que, acima de tudo, merece viver? O crime cometido é abominável 
e enche de horror aqueles que o avaliam em toda a sua ignomínia. 
Se a Maçonaria estivesse viva, se seus adeptos se compenetrassem 
em trazê-la à vida, praticando-a em espírito e verdade, que não seria 
ela em comparação com o que mostra presentemente? 
Contemplando os traços imóveis do Mestre, os adeptos fiéis 
admiram a Tradição, mas desesperam de o fazer reviver, em 
presença das disposições refratárias de muitos maçons 
contemporâneos. 
Todavia Hiram repousa em tal calma serena, que parece 
dormir. Dá a ilusão de respirar ainda e de estar prestes a despertar. 
Um dos Mestres não consegue se impedir de tomar a mão direita do 
morto que pressiona como Aprendiz, pronunciando a palavra 
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sagrada do primeiro grau. Hiram permanece insensível a esta 
primeira tentativa que não tem outro resultado senão uma 
desoladora constatação: a carne se desprende dos ossos. 
Deve-se conhecer integralmente a Maçonaria, seus usos e 
seu simbolismo para ressuscitar Hiram, reanimando espiritualmente 
o cadáver da Tradição morta. Limitada aos mistérios do primeiro 
grau, a Iniciação é impotente para expulsar dele a morte e permitir 
que fique de pé, caminhe e viva. Os segredos de Companheiro 
mostram-se, eles também, impotentes, porque Hiram permanece 
inerte, mesmo quando a palavra sagrada do segundo grau lhe é 
soprada na orelha e lhe é dado o toque correspondente. Eis: tudo se 
desune – uma compreensão parcial é insuficiente; deve-se tomar em 
conjunto o espírito vital da Iniciação, para reanimar o corpo de 
Hiram. 
Isso significa que um conhecimento experimental da 
Maçonaria, tal como se pratica, – Compagnonnage ou 
Companheirismo, – não confere ainda o poder de despertar o 
Mestre. A tradição que deve reviver é mais augusta do que aquela 
da qual os maçons atuais detêm a herança parcial. A Arte Real 
excede-os em sua insuficiente compreensão iniciática. Eles 
possuem os símbolos e os ritos, as exterioridades corporais, mas o 
espírito animador lhes escapa. 
Este espírito de vida permanece surdo ao apelo do 
racionalismo dos Aprendizes: o raciocínio desagrega e os 
argumentos lógicos não engendram, em sua frieza, qualquer calor 
vital; d’outra parte, a galvanização sentimental dos Companheiros 
não consegue vencer a inércia cadavérica. 
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É, todavia, possível conjurar a Vida que circula através da 
cadeia dos seres viventes. Ela se deixa capturar e dirigir sobre o 
organismo que merece reviver. Esta captação se opera pela 
constituição, em ponto menor, de uma universal cadeia de Vida. 
Unidos por aspirações comuns, os homens de coração tornam-se 
poderosos, vibram por um único desejo desinteressado. Se se 
aproximam estreitamente, para formar um circuito fechado, 
determinam uma corrente indutora na qual a ação vitalizante se 
torna real. Quando o valor do simbolismo tradicional reconstituído 
em seu conjunto é reconhecido, o desejo

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