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CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS


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CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Analisando todas as sete constituições brasileiras, vemos o avanço nos direitos sociais, assistências e políticas públicas e suas características principais. 
A primeira Constituição brasileira foi no ano de 1824, em governo de Dom Pedro I, foi a primeira após a independência do país de Portugal. Tinha características como:
· Voto censitário (só para os ricos) em dois graus: eleitores da paroquia / eleitores da província.
· Estado confessional – Totalmente ligado à igreja
A respeito de direito, o título oitavo da Constituição garantiu alguns direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, considerado "cidadão" qualquer pessoa livre natural ou naturalizada no Brasil: o direito à liberdade, à segurança pessoal e à propriedade.
A constituição de 1891, segunda delas, surge com o fim do império e após a proclamação da república, onde o Brasil era governado por Marechal Deodoro da Fonseca, trazendo grandes mudanças no regime político. Com o fim da escravidão, teve que lidar com os conflitos de interesses de uma sociedade essencialmente agrária, pobre, politicamente centralizadora e socialmente fragmentada. Sofreu influencias da constituição dos Estados unidos, com visão positivista e determinando o Estado Laico.
Tinha características como:
· Voto universal (apenas homens e com exceções)
· Estado Laico
· Província para Estado
Manteve os direitos dos cidadãos conforme primeira constituição. Porém no Art. 71 suspendem-se os direitos de cidadão por incapacidade física ou moral.
A Terceira Constituição, em governo de Getúlio Vargas foi promulgada em 1934 onde o direito e assistência começam a ser implementados. Getúlio Vargas também foi o criador dos ministérios: do trabalho , indústria e comercio e Ministérios da educação e saúde, mais tarde desmembrados. A constituição teve por características:
· Reforma eleitoral – voto secreto e feminino
· Criação de Leis trabalhistas como: Jornada de 8 horas diárias, repouso semanal, férias remuneradas
No artigo 113 da constituição assegura: a brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade dos direitos concerne a liberdade, a subsistência, a segurança individual e a propriedade, nos termos seguintes: (...) 34) A todos cabe o direito de prover a própria subsistência e á de sua família, mediante trabalho honesto. O Poder público deve amparar, na forma da lei, os que estejam em indigência. 
“Art 138 – Incumbe a União, aos Estados e aos Municípios, nos termos das leis respectivas:
a) Assegurar amparo aos desvalidos, criando serviços especializados e animando os serviços sociais, cuja orientação procurarão coordenar.”
Embora tenha sido a constituição menos duradoura, a Carta de 1934 deixou heranças cruciais para o direito constitucional brasileiro, estabelecendo o sufrágio feminino e o voto secreto, maior independência do poder judiciário, direitos trabalhistas e, por fim, noções de liberdades básicas (como de livre expressão e movimento) junto com os três direitos fundamentais já em voga (segurança individual, liberdade e propriedade).
Denominando o Estado Novo, a Constituição de 1937, também em governo de Getúlio Vargas, foi claramente visto como inspiração fascista. Teve características como:
· Intervenção do estado na economia
· Abolição dos partidos políticos e a liberdade de imprensa
· Fascista
· Imposta
Em assistência temos: “Art. 127 – (...) Aos pais miseráveis assiste o direito de invocar o auxílio e proteção do Estado para a subsistência e educação de sua prole.”
“Art 136 – O trabalho é um dever social. O trabalho intelectual, técnico e manual tem direito a proteção e solicitude especiais do Estado. A todos é garantido o direito de subsistir mediante o seu trabalho honesto e este como meio de subsistência do indivíduo, constitui um bem que é dever do Estado proteger, assegurando-lhe condições favoráveis e meios de defesa.”
A Constituição de 1946, no governo de Eurico Gaspar Dutra, foi a quinta delas, e tinha características como:
· Defesa da propriedade privada
· Garantia da Liberdade de opinião e de expressão
· Direito a greve e livre associação sindical
Além de assegurar os direitos básicos de liberdade, propriedade e segurança individual, a Carta redemocratizadora garantiu o direito de livre expressão sem medo de censura, a inviolabilidade do sigilo de correspondências e da liberdade de livre associação (para fins lícitos) e a proteção dos direitos do cidadão independente de suas convicções religiosas, filosóficas ou políticas. Em direito vemos os artigos:
“Art 145 – A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano.
Parágrafo único – A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obrigação social.”
“art. 157 – A legislação do trabalho e da previdência social obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros que visem a melhoria da condição dos trabalhadores:
XV – Assistência aos desempregados”
A penúltima Constituição, reflete o golpe de ditadura de 1964 e é promulgada em 1967 pelo congresso nacional sob grande pressão militar, no governo de Costa e Silva, sendo autoritária e abandonando a fachada democrática.
Com os direitos perdidos, a Constituição de 1967 instituía, os atos institucionais como o AI-5 que foi o mais duro de todos os Atos Institucionais, foi emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado. Instituiu também o fim das eleições diretas para o Executivo federal (na prática, o AI-3 anulou qualquer possibilidade de pleitos justos), a capacidade do Executivo de legislar por decretos, a extinção dos partidos políticos existentes (AI-2), o fim da liberdade de expressão e do direito à greve. A família só tinha direito pelo casamento á proteção dos poderes públicos, onde instituía assistência a maternidade, a infância e a adolescência.
Para ter acesso a maioria dos direitos sociais o cidadão tinha o dever de trabalhar, tratados como uma espécie de parente pobre no âmbito das políticas sociais, à assistência restava as ações residuais ligadas a saúde ou a previdência social. Todas as constituições anteriores a de 1988, vigente até a data de hoje, a assistência social não era prevista constitucionalmente como um direito. Eram realizadas de forma assistencialista e seletiva, direcionados aos indigentes, desvalidos, filhos de pais miseráveis ou visando a inserção novamente ao mercado de trabalho.
Na década de 80 começam-se a articular debates e instalam-se a Assembleia nacional constituinte, com objetivo de implementar a assistência social como política integrante da seguridade social, onde na última constituição, a de 1988, a assistência será reconhecida como direito social, no governo de José Sarney.
Apelidada de Constituição Cidadã, a constituição de 1988 é o ápice dos direitos e assistência no Brasil, passando a cidadania ser um dos fundamentos da Republica, com objetivos fundamentais como uma sociedade livre, justa e solidária; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e por meio de seguridade social. Onde vemos nos artigos:
“ Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção á maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
    Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
        I -  universalidadeda cobertura e do atendimento;
        II -  uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
        III -  seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
        IV -  irredutibilidade do valor dos benefícios;
        V -  eqüidade na forma de participação no custeio;
        VI -  diversidade da base de financiamento;
        VII -  caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
        I -  a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
        II -  o amparo às crianças e adolescentes carentes;
        III -  a promoção da integração ao mercado de trabalho;
        IV -  a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
        V -  a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Como podemos ver, a assistência é tida como a quem dela necessitar, assumindo diversas características, antes não vistas. Portanto a assistência estabelece um sistema de proteção social, integrando o tripé da seguridade deixando para traz seu caráter subsidiário de política complementar.
LOAS – LEI ORGANICA DE ASSISTENCIA SOCIAL
Articulando debates para regulamentar os direitos da constituição e consolidar a democracia social, aprova-se leis como o ECA – Estatuto da criança e do adolescente em 1990 e também no mesmo ano o LOAS - Lei orgânica de Assistência Social, é apresentada e totalmente reprovada no governo de Fernando Collor, e em 1993 finalmente foi regulamentada onde em seu artigo 1º define a assistência social como “Direito do cidadão e dever do Estado.”
LBA
Em 1991, sob a gestão de Rosane Collor, foram feitas diversas denúncias de esquemas de desvios de verbas. A LBA foi extinta através do art. 19, inciso I, da Medida Provisória nº 813, de 1º de janeiro de 1995, publicada no primeiro dia em que assumiu o governo o Presidente Fernando Henrique Cardoso. 
REFERENCIAS
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/anteriores.html
https://www.insper.edu.br/conhecimento/direito/constituicao-brasileira-completa-30-anos/
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_194_.asp
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_203_.asp