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ASSISTENTE SOCIAL NA EDUACAÇÃO TCC

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, autor da minha história, meu guia, meu tudo, aos meus familiares e amigos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me dado força para superar todas as dificuldades me proporcionado chegar até aqui.
Agradeço também a UNOPAR por ter me dado a chance e todas as ferramentas que me permitiram chegar hoje ao final desse ciclo de maneira satisfatória.
Aos meus colegas de turma que vou levar comigo para a vida inteira com muito carinho como Susane Souza Lima e Hellen Fernanda Matos Souza que sempre tiveram presentes e contribuíram de forma significativa nesta jornada.
E um agradecimento em especial para o meu filho, Hiago Bastos, que muitas vezes nesse longo percurso esteve sempre ao meu lado, mesmo nos momentos de ausência que foram muitos, me fortalecendo e me encorajando a alcançar esta realização.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação o meu muito obrigado
Se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade não muda.
Paulo Freire 
BASTOS, Edileide Ferreira. A Atuação do Assistente Social na Educação. 2017. 56 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Seabra-BA, 2017. 
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso teve por objetivo verificar as necessidades e as possibilidades da atuação do Assistente Social no âmbito educacional, sendo o assistente social um orientador e mediador entre a educação e o social, através de ações e projetos tendo em vista que a escola é considerada como um dos principais espaços sociais, pois é por meio dela que a realidade social do aluno é apresentada. Sendo assim, o profissional de serviço social deverá estabelecer com a escola um espaço de escuta e acolhimento dos impasses e dificuldades que podem se apresentar por meio de violência nas adversas expressões, gravidez na adolescência, uso excessivo de drogas, assim como situações de risco e vulnerabilidade social, reflexos da questão social que perpassam o cotidiano escolar. Levando em consideração os programas sociais já existentes no âmbito educacional, salientando a importância da parceria entre Educação e Serviço Social e a partir daí encurtar a distância entre o ambiente escolar e o universo familiar. 
Palavras-chaves: Atuação profissional, Escola, Serviço Social, Família, Acolhimento. 
NASCIMENTO, Valdinéia Gonçalves. The Role of Social Work in Education. 2017. 56 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Seabra-BA, 2017. 
ABSTRACT
This course conclusion work aimed at assessing the needs and possibilities of the social worker acting in the educational context, and the social worker an advisor and mediator between education and the social, through actions and projects with a view to the School is considered one of the main social spaces as it is through it that the social reality of the student is presented. Thus, the professional social work should establish with the school a space for listening and reception of impasses and difficulties that may present themselves through violence in adverse expressions, teenage pregnancy, drug abuse, as well as risk situations and social vulnerability, reflections of social issues that permeate the school routine. Taking into account the social programs existing in the education sector, stressing the importance of partnership between Education and Social Services and from there to shorten the distance between the school environment and the family environment.
Keywords: Professional Practice, School, Social Services, Family
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABESS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO EM SERVIÇO SOCIAL
CFAS CONSELHO FEDERAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
ANAS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PL PROJETO DE LEI
DL DECRETO DE LEI
CFESS CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL
CRESS CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL
GT GRUPO DE TRABALHO
ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
DESENVOLVIMENTO...............................................................................................12
1.	CAPÍTULO 1: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SERVIÇO SOCIAL......................................................................................................................12
1.1 O surgimento da profissão a partir da revolução francesa industrial.....................................................................................................................12
1.2	O amadurecimento e o processo de renovação da profissão.........................16
2.	CAPÍTULO 2: CONTEXTO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO...............................................................................................................19
2.1	A inserção do serviço social na rede pública de ensino..................................23
3. 	CAPÍTULO 3	: A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR..................................................................................................................29
3.1	A função da família na educação dos filhos e a contribuição do assistente social nesse contexto.................................................................................................29
3.2	O papel da escola na formação de cidadãos..................................................34
3.3	Os programas sociais desenvolvidos no espaço escolar................................37
4.	CAPÍTULO 4: A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR......................................................................40
4.1 A atuação do assistente social frente às questões sociais presentes no âmbito escolar........................................................................................................................41 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................52
�
INTRODUÇÃO
O Serviço Social é uma profissão que busca intervir nos problemas sociais. O trabalho do assistente social por meio de políticas sociais tem por finalidade garantir os direitos e prestar assistência aos indivíduos menos favorecidos. 
Atualmente é ampla a atuação profissional de um assistente social. São diversos segmentos tanto no setor público, como no privado, dentre elas estão: Assistência Social Pública: Secretaria de Assistências Sociais, Centros de Atendimento à população em situação de risco social (crianças, adolescentes, idosos e migrantes); Saúde Pública e Privada: Secretarias de Saúde, Unidades Regionais de Saúde, centro de Saúde, Hospitais, Clínicas, Ambulatórios; Previdência Social: Órgãos da previdência social pública ou privadas em nível federal, estadual e municipal; Área Empresarial: indústrias, empresas públicas e privadas; Habitação: Órgãos de financiamento e planejamento habitacional, companhias e cooperativas habitacionais; Educação: Secretarias de Educação, escolas públicas e particulares, centros de educação especial, universidades; Movimentos Sociais; Terceiro Setor; Conselhos de Políticas Públicas. 
O referido trabalho
tem o propósito de conhecer as necessidades e possibilidades da atuação do assistente social na área da Educação, por meio do resgate sócio-histórico, destacando a Política Social de Educação e o Serviço Social, apresentando a trajetória feita pela profissão no espaço da educação. A inserção do Assistente Social no espaço educacional não se resume apenas na ampliação do mercado de trabalho, mas como uma objetivação do compromisso político-profissional em relação às estratégias de lutas pela construção histórica da cidadania e da garantia e ampliação de direitos sociais. 
A justificativa pela escolha desse tema se deu por perceber que no ambiente escolar não existe a inclusão do assistente social, sendo esse de suma importância excluído pelo âmbito educacional, passam a ser reintegrados à sociedade, pois são educados a conhecer seus direitos e a cumprir seus deveres, tal qual rege a lei maior do país. 
Nesse sentido, o objetivo geral é mostrar a importância do assistente social na escola. Para subsidiar esse estudo, foram utilizadas a pesquisa bibliográfica, através em relação à inclusão do assistente social nas escolas.
A escola é considerada como um dos principais espaços sociais, pois é por meio dela que a realidade social do aluno é apresentada, surgindo à necessidade da intervenção do assistente social, junto à equipe escolar, tendo em vista o conhecimento técnico do mesmo, diante das novas situações que presenciamos no ambiente escolar. A escola é o espaço em que se configuram a realidade, o cotidiano dos alunos e suas respectivas famílias. Surgem situações como desemprego, trabalho infanto-juvenil, baixa renda, fome, drogas, violência, exclusão social, dentre outros. E essas situações influenciam diretamente em outros problemas escolares, como baixo rendimento, evasão escolar, indisciplina, bullying, agressividade, desinteresse pela aprendizagem, entre outros. 
Este trabalho de conclusão de curso, de ordem bibliográfica, procurou identificar a importância do serviço social no âmbito da educação. A pesquisa mostrou que é essencial que os profissionais de serviço social estejam sempre em parceria com a família para o desenvolvimento da vida escolar dos alunos a fim de torná-los cidadãos. 
A problemática da pesquisa está voltada para as questões: Qual a importância do Serviço Social no âmbito escolar? E quais as contribuições que os assistentes sociais podem oferecer no combate as questões sociais no ambiente escolar
Diante desses acontecimentos que presenciamos frequentemente nas escolas, torna-se imprescindível à participação do profissional de serviço social no âmbito escolar que saberá atender e encaminhar diferentes casos aos órgãos competentes. 
Para melhor estruturação e organização das ideias, o referido trabalho será dividido em 4 momentos. 
No primeiro momento abordaremos o surgimento da profissão do Serviço Social a partir das Revoluções Francesa e Industrial. No segundo momento dissertaremos sobre o contexto histórico do Serviço social na educação, bem como a inserção da profissão nas escolas públicas de ensino. No terceiro momento falaremos sobre a importância da família no contexto escolar. E no quarto e último momento abordaremos como se dá a atuação do assistente social dentro do contexto escolar, mencionando suas funções, contribuições e atribuições.
DESENVOLVIMENTO
1.	CAPÍTULO 1: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SERVIÇO SOCIAL
1.1 O SURGIMENTO DA PROFISSÃO A PARTIR DAS REVOLUÇÕES FRANCESA E INDUSTRIAL.
No início o “assistencialismo” era praticado como uma técnica voluntária e filantrópica visando submissão, ação assistencialista que quando desenvolvida pelo estado visavam à retribuição eleitoral. As ações de assistência ou assistencialismo como eram tidos na época não eram classificadas como um direito social ou dever do estado, mas, como uma pratica paternalista acarretando ao assistido uma dependência e relação de apadrinhamento e divida onde o devedor teria que pagar sua divida mesmo tardiamente. 
Não se pode negar que o cristianismo produz uma profunda e radical evolução nas relações humanas: o próximo passa a ser qualquer pessoa necessitada de ajuda, o amor ao próximo é a medida do amor a Deus e o parâmetro de vida cristã. Este amor não deve apenas abranger a família, os amigos e as pessoas do próprio país, mas há de atingir a todos os homens, inclusive aos estrangeiros e doentes... Estas ideias e tudo o que configura o pensamento cristão deram uma nova moldura e novo impulso ás diferentes formas de ajuda aos pobres e doentes (ANDER-EGG, 1995, P.69)
A Revolução Francesa é considerada pelos historiadores a linha divisória que anuncia o fim da Era Moderna e inaugura a contemporaneidade. A repercussão desse fato histórico não está concentrado na Revolução em si, mas na mentalidade da época que paulatinamente derruba as tradições medievais e do Antigo Regime, para impor novos valores para a sociedade. 
Portanto, a relevância da pesquisa se destaca no trabalho do assistente social inserido na educação escolar, sinalizando as principais discussões teóricas sobre o tema, além da sua relevância no processo de transformação da educação brasileira, no sentido do alcance de um ensino público de qualidade, democrático, laico e universalizado. Deixando claro que para isso, devem ser entendidos e superados desafios e contradições que perpassam este espaço. Portanto, os eixos que compõem a pesquisa, assim como seus resultados, reafirmam a importância de se pensar e superar as contradições da sociedade, aqui em especial o âmbito da Política de Educação, no sentido de fomentar a cidadania através da construção de consciências críticas (SEMEONI, 2011).
A revolução não trouxe grandes soluções para o mundo ocidental, mas promoveu as discussões que suscitaram desejos de igualdade e uma busca por ascensão social. A França era predominante rural naquela época, pautada ainda nos valores feudais de servidão do compesinato, governada por um rei absolutista e uma nobreza privilegiada em uma corte que ostentava uma vida luxuosa e farta. 
A tributação sobre os camponeses no século XVIII foi ficando cada vez mais excessiva. Acredita-se que, para o próprio consumo do camponês e sua família, sobravam em média 20% do total da renda que ganhavam, e ainda tinham que pagar o dízimo. Somando essa situação econômica e mais algumas catástrofes naturais, a quantidade de miseráveis que fugiram do campo para Paris chegava ao limite do insuportável. Dessa forma, a fome começou a atingir os trabalhadores urbanos. 
Nesse período, a burguesia desejava evitar esse tipo de crise, pois prejudicava os negócios, necessitando de apoio da política econômica do monarca que barrava o espírito capitalista.
Na França, na segunda metade do século XVIII, o avanço da economia capitalista, sobre cujos fundamentos se tinha edificado o poderio da burguesia, permanecia frenado pelos quadros feudais da sociedade, pela organização tradicional e regulamentar da propriedade, da produção e das trocas. (SOBOUL, 1989, p. 10)
Após a revolução francesa, a base da assistência foi deslocada, sendo posicionada como um direito do cidadão e um dever de todos de prestá-la. Ate meados do século XIX à assistência era encarada como forma de controlar a pobreza e de ratificar a sujeição. Nessa época o individuo encontra-se em constantes conflitos visando apenas à acumulação de bens, comportamento que pode diretamente ter influenciado o aumento da violência, pois o sistema capitalista administrava uma distribuição de renda desigual gerando conflitos entre senhores e mão de obra. 
Desse modo, colocando em consideração as mudanças que ocorreram no século XVIII e que se estenderam ao século XIX, tais mudanças só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela Revolução Industrial marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras que perduraram até os dias atuais.
Mediante a todo esse surgimento decorrente da industrialização, ocorreram novas formas de organização social, pois num certo espaço de tempo, firmaram-se e modificaram o modo de vida de grandes contingentes humanos. Houve a substituição progressiva da do trabalho humano por máquinas; a divisão do trabalho e a necessidade de sua coordenação; as mudanças culturais no trabalho; a produção maciça de bens; o surgimento de novas funções (empresários e operários); entre outros.
Com a transição dos modos de vida e de trabalho motivada pela Revolução Industrial, o problema técnico organizacional, de especialização e divisão do trabalho, estava intimamente ligado a outro: o da gestão do fator humano. 
A inserção do profissional de Serviço Social neste campo de atuação nos impõe uma tarefa desafiadora: construir uma intervenção qualificada como profissionais na área da educação que possa contribuir para dar respostas aos anseios e carências dos sujeitos que compõem a comunidade escolar (LOPES et al. , 2007, p. 2).
Os novos trabalhadores das indústrias ainda mantinham hábitos adquiridos no trabalho agrícola e no trabalho em ambiente doméstico. Os industriais tiveram de impor uma disciplina desconhecida por aqueles trabalhadores rurais e domésticos. Sendo assim, o fator “disciplina” assume um papel fundamental na nova organização da empresa, com a necessidade de desenvolvimento de novos hábitos. 
A divisão do trabalho se efetua entre o empresário ― proprietário dos meios de produção ― e o operário. O industrial tem a propriedade da fábrica, supervisiona o trabalhador, acompanha o ritmo de trabalho da máquina e introduz a disciplina. Os operários, por sua vez, apresentam grandes dificuldades de adaptação ao novo sistema disciplinar, que contrariava frontalmente a antiga tradição de liberdade criativa do artesanato. (MARX, 1978).
Inúmeros são os projetos que podem ser elaborados pelos Assistentes Sociais em parceria com outros profissionais dentro da educação, projetos estes que tendem a contribuir com o desenvolvimento intelectual e social dos alunos.
Com o advento da revolução industrial, surgem novos papéis sociais, principalmente o de empresário capitalista e o de operário. O empresário industrial é o detentor dos instrumentos de produção: máquinas, equipamentos, local de trabalho, e o operário é portador da força de trabalho, fator essencial para a produção industrial. Nesse processo de industrialização, a situação dos operários, particularmente das mulheres e crianças, era miserável. A jornada de trabalho era de 14 a 16 horas por dia, com tarefas repetitivas, numa atmosfera onde predominava o ruído, a fumaça e um ambiente bastante insalubre. É nesse contexto que a questão social vem à tona com toda a força. (MARX, 1978).
Do ponto de vista social, ocorreu uma grande concentração humana nas cidades, devido às profundas transformações que estavam acontecendo nos campos. A agricultura passou por uma profunda reestruturação. O processo de enclosures, que tinha como objetivo, maior produtividade no campo, visando maior lucro. 
O sistema de enclosures levou um grande número de camponeses à miséria, forçando-os a abandonar suas terras em busca de trabalho nas cidades. Como consequência dessas mudanças no campo, as cidades cresceram enormemente, devido ao fluxo das massas de camponeses atraídos para o trabalho nas fábricas, formando o proletariado industrial. As cidades também atraíram as indústrias e aumentou substancialmente o processo de urbanização. 
Nosso país tem uma vivencia de educação escolar que fomenta o conhecimento como fonte de poder social, dedicada a uma parte privilegiada da sociedade, discriminando outras. Neste sentido, devemos buscar soluções que efetivem uma escola capaz de promover o conhecimento de forma universalizada, e assim vencer barreiras cruciais e crônicas do sistema de educação, tais como: evasão escolar, problemas de aprendizagem, formação precária do ensino fundamental, além de qualidade no ensino e a falta de motivação pelo trabalho escolar (TRAVI; MENEGOTTO; SANTOS, 2009).
O rápido processo de urbanização provocou a degradação do espaço urbano anterior, do meio ambiente e a destruição dos valores tradicionais. As condições de habitabilidade se agravaram como surgimento de novos problemas, tais como contaminação do ar e da água e acúmulo sem igual de detritos humanos e industriais, entre outros. 
Além disso, ocorria uma enorme exploração do homem pelo homem nas fábricas, onde se trabalhava em jornadas de mais de 16 horas por dia e crianças e mulheres eram empregadas por salários ultrajantes e viviam em precárias condições. 
Essa condição urbana provocava problemas sociais gravíssimos advindos da rápida urbanização: doenças, ausência de moradia, prostituição, alcoolismo, suicídio, surtos de violência, epidemias, entre outros. Dentre todas essas questões fica bastante claro por que emergiu com bastante intensidade a questão social. 
Mediante Tais situações de vulnerabilidade social, os operários vinham se mobilizando para que suas condições de miséria fossem reconhecidas pelos capitalistas. Suas reivindicações eram pautadas em melhores condições de vida, dentro e fora das fábricas.
O caminho da profissionalização do serviço social é, na verdade, o processo pelo qual seus agentes – ainda que desenvolvendo uma auto-representação e um discurso centrados na autonomia dos seus valores e da sua vontade – se inserem em atividades interventivas cuja dinâmica, organização, recursos e objetivos são determinados para além do seu controle [...]. Trata-se justamente do espaço que se engendra na sociedade burguesa quando o monopólio se consolida, no conflituoso processo [...] em que se gestam as condições histórico sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho, constitua-se um espaço em que possam mover práticas profissionais como a do assistente social. (Netto, 2001: 71-73)
A profissão do Serviço Social não foi uma conquista da classe trabalhadora, apesar de ter sido institucionalizada pelo fato de haver manifestações dos grupos operários reivindicando atendimento as suas carências. Ela surgi como recurso mobilizado pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da igreja católica, na perspectiva do enfrentamento da questão social, para conter ou amenizar conflitos entre a classe trabalhadora e os industriais, uma vez que tais conflitos ameaçava estes dois segmentos. 
Nesse contexto, surge a primeira contradição do trabalho técnico do assistente social: a necessidade de reprodução do sistema, garantindo os interesses do capital em contraponto à luta dos trabalhadores pela conquista e pela defesa de direitos. Tal contradição coloca ao profissional a necessidade de uma opção política, inserida nas contradições entre as classes e na disputa por interesses.
1.2 O AMADURECIMENTO E O PROCESSO DE RENOVAÇÃO DA PROFISSÃO. 
A dimensão político-organizativa pressupõe um serviço social capaz de propor alternativas de ação e não mero executor de suas ações. Isso, justamente com a participação dos estudantes, engajou a organização de seu compromisso político-partidário, e é nesse contexto que a ABESS (Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social) e o CFAS (Conselho Federal de Assistência Social) buscam a criação do ANAS (Associação Nacional de Assistência Social), em 1983, apoiando a reativação do movimento dos estudantes do serviço social no movimento de lutas no âmbito universitário em geral. 
No campo de formação acadêmica, o que fica posto neste período é o desenvolvimento da pós-graduação, reivindicação que parte justamente da criação da ANAS. 
No que se refere à dimensão interventiva, quase todas as ações eram reprimidas. Como o serviço social possuía a dimensão interventiva na realidade social (teoria que se iniciava tendo uma dimensão crítica do sistema capitalista) ela procura uma análise da nova proposta de formação profissional cujo eixo central é a articulação da profissão nos setores populares, ou seja, se o movimento de
reconceituação pressupõe uma perspectiva dialética que dê conta da análise do capitalismo e da prática institucional, irá propor um avanço crítico as praticas institucionais. 
Neste sentido a categoria profissional irá buscar alternativas para a intervenção diante das profundas desigualdades sociais, da opressão, e da exploração da relação capital e trabalho. 
O traçado dos rumos técnico-acadêmicos e políticos do serviço social aconteceram na década de 1980, período esse que se pode elaborar um projeto profissional que hoje aglutina grande número de assistentes sociais no país e que foi discutido e construído nas últimas décadas. Dos frutos dessa construção podemos citar o Código de Ética Profissional, em 1993 e a Lei de Regulamentação da Profissão de Serviço Social. 
A categoria foi sendo questionada pela prática política dos diferentes segmentos da sociedade civil. E os assistentes sociais não ficaram a reboque desses acontecimentos. Ao contrário, tornaram-se um dos seus coautores, coparticipando desse processo de lutas democráticas na sociedade brasileira. Encontra-se aí a base social da reorientação da profissão nos anos de 1980 (IAMAMOTO, 2000, p.51)
O processo de renovação do serviço social fez-se necessário, pois alguns profissionais traziam suas heranças históricas alicerçadas na prática profissional referenciadas pelo conservadorismo, tendo a necessidade emergente de uma nova prática profissional, visto que as questões relativas à atuação eram pautadas pela Doutrina de Segurança Nacional e Desenvolvimento, no antimarxismo e no pensamento católico tradicional. 
O processo de renovação da profissão assume três direções: perspectiva modernizadora, perspectiva de reatualização do conservadorismo e perspectiva de ruptura. 
Falando da perspectiva de Reatualização do Conservadorismo, é nesta que os profissionais assumem características voltadas à subjetividade, ou seja, dão a volta ao passado, assumindo características onde não se desvincula do tradicional/ conservador. 
Se tratando da Perspectiva de Ruptura, esta busca a ruptura com o método tradicionalista e conservador do Serviço Social, passando a questionar sua vinculação histórica com os interesses do Estado, onde os assistentes sociais começam a desenvolver um intenso processo de discussão interna na busca de um novo perfil profissional, de uma identidade com a classe trabalhadora. 
Analisando a trajetória do assistente social percebe-se que inúmeras são as exigências criticas e criativas impostas ao profissional na contemporaneidade, a formação profissional configura um cenário de constantes inquietações e desafios, haja vista a importância do mesmo enquanto lócus de desenvolvimento de habilidades, saberes e sentidos que configuram a identidade do assistente social.
2.	CAPÍTULO 2: CONTEXTO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
O Serviço Social ganha destaque no campo da educação em 1906, isto é, o acontecimento é pautado em um momento em que centros integradores se estabelecem pela preocupação de acesso educacional ao maior número de pessoas possíveis, a saber as razões do porque muitas famílias inibirem a ida de seus filhos a instituições escolares e ao mesmo tempo a atender as demandas do Serviço Social, que assumia o caráter assistencialista e se preocupava com as reais necessidades dos indivíduos.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988 apud MALASSISE, 2013, p. 19).
O trabalho desenvolvido pelo Serviço Social Escolar integrava a equipe multidisciplinar juntamente com psicólogos e professores. O objetivo era atender os alunos com problemas de aprendizagem. A tendência do Serviço Social era atender as dificuldades de caráter individual e familiar, configurados como problemas sociais, apresentados no espaço escolar. 
É clara a ligação do direito à educação na Lei maior e na LDB, na Constituição vem em primeiro como dever do Estado, na LDB a ordem de dever inverteu-se, sendo primeiro de responsabilidade da família. O Art. 3º trata dos princípios da educação nacional:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extra-escolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996).
Na América Latina, o trabalho profissional na área escolar embora atendesse de forma individual, buscava a relação da escola com a comunidade através da família dos alunos.
No Brasil, a dificuldade de escolarização e do sucesso acadêmico é permeada por inúmeras variáveis, que incluem desde a formação do professor até as condições econômicas do país. A maioria das crianças brasileiras não tem se beneficiado do sistema escolar, de modo que os motivos deste não aproveitamento podem ser visto através da evasão escolar nas camadas menos favorecidas de nossa sociedade. OAKLAND (1992) relata que no Brasil o impacto da educação sobre a formação do indivíduo deve incluir a atitude sobre o valor da educação atribuído pela própria sociedade. (DOROTEU, 2003, p. 01).
A existência do assistente social na área da educação surge no Brasil a partir de 1990, em consonância com o projeto ético-político profissional, onde ocorre um considerável aumento do Serviço Social na área da educação. A partir dessa data podemos verificar que em muitos estados as particularidades da intervenção do Serviço Social na Educação ganharam destaque nos espaços de organização, especialmente no Conjunto CFESS-CRESS, dando origem às Comissões Temáticas de Educação nos CRESS e às discussões, debates e proposições nos encontros nacionais da categoria.
Está ampla reflexão deve levar em consideração as inúmeras possibilidades entre o poder fazer que o assistente social vá desempenhar dentro da Política de educação, no sentido da execução de sua relativa autonomia profissional com competência crítica propositiva, na perspectiva da totalidade (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, acesso em 10 set. 2014). 
A Lei de Regulamentação da Profissão juntamente com o Código de Ética Profissional se constitui em instrumentos legais que assumem para além de sua função jurídica, uma extensão política que norteia a defesa da profissão, bem como a qualidade dos sérvios prestados a população, além do compromisso com a classe trabalhadora no sentido de construção de uma nova ordem societária (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, acesso em 10 set. 2014).
A educação é uma forma de manter controle das massas populares, e isto é mantido por indivíduos que estejam inseridos no processo, mas que tentam se beneficiar diretamente, mantendo o controle social para não perder a posição privilegiada a qual estão. 
Como uma forma de construção de uma política educacional includente, surgiu então o reconhecimento efetivo da educação como direito público, portanto, para entender como se deu esse processo, é importante que avaliemos a importância de sua intervenção até os dias de hoje.
Considerando que o âmbito educacional pode ser compreendido como um espaço tanto de desenvolvimento e empobrecimento do gênero humano, sob a ótica do fortalecimento
do projeto ético-político profissional, o Serviço Social inserido na educação, deve conduzir suas ações sob a referência de uma concepção de educação emancipadora, que conduza os sujeitos de sua ação ao desenvolvimento de seus potenciais e habilidades de gênero humano (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, acesso em 10 set. 2014).
Em 2001, o CFESS constituiu um “Grupo de Estudos sobre o Serviço Social na Educação”, que derivou em um documento intitulado “Serviço Social na Educação” que objetivava contribuir com o processo de discussão que se configurava no cenário nacional, nesta obra se problematizou a função social da escola, a educação como um direito social, a contribuição do Serviço Social para a garantia do direito à educação e a escola como instância de atuação do assistente social. Tratou-se, também, das possibilidades legais dos projetos de lei para a implantação do Serviço Social nas escolas e da discussão sobre a regulamentação da mesma nas instâncias de poder municipal e estadual.
Em 2002 e 2003, o Encontro Nacional CFESS-CRESS realizados em Brasília e Salvador, direcionou a necessidade do mapeamento das discussões sobre a inserção do assistente social na educação no cenário nacional. Em ambos os encontros, surgi a necessidade do acompanhamento dos projetos de lei e das legislações já existentes no país a respeito do Serviço Social na Educação. 
Em 2004 e em 2005 o Conselho Federal de Serviço Social solicitou ao professor Ney Luiz Teixeira de Almeida a elaboração de um parecer sobre os projetos de lei que versavam sobre a inserção do assistente social na área de educação. Naquela ocasião, foi então elaborado pelo referido professor o documento intitulado “Parecer sobre os projetos de Lei que dispõem sobre a inserção do Serviço Social na Educação”. 
No 35° Encontro Nacional, ocorrido em Vitória – ES foi aprovada a proposta de constituição de um Grupo de Trabalho, composto por um representante de cada região e mais quatro representantes do CFESS. No período de 2008 a 2011 o Serviço Social na Educação constituiu-se e se reuniu com regularidade. Em 2008 e 2009 houve um quadro nacional sistematizado referente aos estados e municípios que possuem legislação acerca da implementação do Serviço Social na Educação, bem como dos projetos de Lei que estavam tramitando no âmbito dos poderes legislativos municipais, estaduais e nacional. Foi solicitado também ao CRESS que fizessem avaliação de conteúdo a respeito dos projetos de Lei em tramitação e interferissem nas incorreções conceituais, como a identificação do Serviço Social com a política de assistência social, bem como a necessidade da ampliação da concepção de “Serviço Social Escolar” para “Serviço Social na Educação”.
Em 2010 o GT apontou a necessidade de acessoria para aprofundar o debate e possibilitar maior efetividade de seu trabalho. Em 2011 o GT construiu uma proposta, que foi aprovada no 39º Encontro Nacional, realizado em Florianópolis – SC em 2010, e que segue abaixo relacionado:
“Dar continuidade ao Grupo de Trabalho do Serviço Social na Educação com vista para: 
Provocar a realização de debates estaduais e municipais até o final do segundo semestre de 2011, a partir do documento “Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação”, produzido pelo GT, a ser socializado em dezembro de 2010.
Acompanhar e monitorar a tramitação dos PL´s em nível federal, estadual e municipal e fazer incidência política para aprovação de seus conteúdos.
Organizar o Seminário Nacional do Serviço Social na Educação para o primeiro semestre de 2012, antecedido de seminários regionais.
 Atualizar a bibliografia e pesquisas sobre o tema.
Incentivar a criação e a continuidade das comissões/núcleos/Grupos de Trabalho sobre Serviço Social na Educação junto aos CRESS, estimulando a sistematização das experiências.
Publicar o documento final sobre “Serviço Social na Educação” até o final do segundo semestre de 2012 após a realização do “Seminário Nacional de Educação”.
Confirma-se que atuação do Assistente Social nas escolas torna-se significativa, pois seu trabalho caracteriza-se em articular e mediar tanto as relações externas, como a família, sociedade e entre outros, quanto nas relações internas que são os diferentes conjuntos como, diretores, os docentes e alunos, entre outros que compõem o campo educacional, bem como contribuir com a realização de diagnósticos sociais, indicando possíveis alternativas às várias questões sociais existentes na escola, o que refletirá na melhoria das condições de enfrentamento da vida escolar. 
2.1 A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA REDE PÚBLICA DE ENSINO
A inserção do assistente social em redes públicas de ensino se deu a partir da necessidade de se intervir na realidade social dos alunos, junto à equipe escolar, tendo em vista que a escola é considerada como um dos principais espaços sociais. Sendo então a escola um espaço social, surgi então situações de conflitos e desigualdades sociais. 
Para Frigoto (1998), “o papel da educação na ideologia capitalista atual, expressado pelo conceito de empregabilidade, é produzir um ‘cidadão mínimo’”, carente de uma análise crítica da realidade. A mídia realiza, nesse contexto, o papel que consiste em “fazer adormecer” e aceitar passivamente a realidade que está posta. Assim, para o autor, o sistema capitalista é destrutivo e precisa ser substituído por um sistema mais humano.
Para se tornar efetiva a inserção do assistente social na rede pública de educação, houve a articulação de inúmeros projetos de leis tanto de cunho municipal, quanto de nível estadual e federal, que dispuseram sobre a inserção do profissional de serviço social no âmbito escolar. 
Segundo Mello (2005, p. 175):
Esse pequeno sistema social que chamamos escola, apesar das normativas homogêneas dos sistemas de ensino e de uma aparência uniforme aos olhos mais desavisados, desenvolve seu próprio conjunto de normas e valores e, principalmente, sua própria cultura. Não se trata de tomar as escolas como instituições isoladas do contexto social. Muito ao contrário, os valores da sociedade constituem a matriz da cultura escolar.
Podemos exemplificar alguns projetos de lei de esfera municipal, que preveem a inserção do Serviço Social em escolas públicas, tais são: o PL S/N/05, onde dispõe a criação do Serviço Social nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Educação Infantil do município de Santa Maria/RS e reitera:
Art. 1º_ Fica o poder executivo autorizado a implantar o Serviço Social em estabelecimentos escolares integrantes da rede municipal de ensino (escola de ensino fundamental e educação infantil da zona urbana e rural),com mais de 100 alunos. 
Art. 2º_ O Serviço Social de que trata esta lei atuará no enfrentamento e na prevenção de situações manifestas no cotidiano escolar. 
Art. 3º_ As atividades previstas no Art. 2º incluirão os seguintes itens:
I – apropriação por meio de pesquisa da realidade da população escolar;
II – elaborar e executar programas de orientação sociofamiliares, visando prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho do aluno e sua formação para o exercício da cidadania; 
III – participar, juntamente com equipes multidisciplinares, na elaboração de programas que visem prevenir a violência, o uso de álcool e drogas, as doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, e demais problemas de saúde pública;
IV – desenvolver um trabalho em rede com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimentos de suas necessidades;
Art. 4º_ Executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas pelos artigos 4º e 5º da lei nº 8.662/93 – Regulamentação da Profissão. 
Art. 5º_ As despesas com a execução desta lei ocorrerão por conta de dotações próprias do orçamento do município. (Brasil, 2005, p. 01)
Ainda se tratando do Projeto de Lei PL S/N/05, a sua fundamentação é justificada a partir da seguinte afirmação:
Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a escola tem a competência de garantir a educação e o desenvolvimento integral do aluno, compreendendo os aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, buscando sua formação para o exercício da cidadania, preparando o aluno para o ingresso no mundo do trabalho e participação na sociedade. Neste sentido, o Serviço Social será de grande importância no cumprimento das determinações da LDB, contribuindo:
- no acompanhamento sistemático e efetivo das políticas governamentais de atendimento às famílias com crianças em idade escolar;
- no trabalho na perspectiva de rede, estabelecendo vínculos com a rede socioassistencial; 
- no desenvolvimento de trabalho em parceria com a comunidade local, buscando, construir uma relação comunidade – escola – família (Brasil, 2005, p. 01).
Dando outro exemplo de projeto de lei de esfera municipal que preveem a inserção do Serviço Social em escolas públicas, podemos citar a PL 004/09, sendo este criado nas Escolas Municipais de Ibirubá/RS, onde o mesmo ressalta que: 
Art. 1º. Este Projeto dispõe sobre a criação do Serviço Social Escolar nas Escolas Municipais. 
 Parágrafo Único.Compete ao Serviço Social Escolar:
I – efetuar levantamento de natureza socioeconômico e familiar para caracterização da população escolar; 
II – elaborar e executar programas de orientação sócio-familiar, visando à prevenção da evasão escolar e melhorar o desempenho do aluno;
III – integrar o Serviço Escolar a um sistema de proteção social mais amplo, operando de forma articulada outros benefícios e serviços assistenciais, voltados aos pais e alunos no âmbito da Educação em especial, e no conjunto das demandas políticas sociais, instituições privadas e organizações comunitárias locais, para atendimento de suas necessidades; 
IV – coordenar os programas assistenciais já existentes na escola, como o de merenda escolar e outros;
V – realizar visitas domiciliares com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do aluno, possibilitando assisti-lo adequadamente.
VI – participar em equipe interdisciplinar, da elaboração de programas que visam a prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como ao esclarecimento sobre doenças infectocontagiosas e demais questões de saúde pública; 
VII – elaborar e desenvolver programas específicos nas escolar onde existam classes especiais; 
VIII – empreender outras atividades pertinentes ao Serviço Social, não especificadas neste artigo (BRASIL, 2009,p. s/nº). 
O Projeto de Lei nº 442 apresentado em 1995 por Clóvis Volpi, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi uma tentativa de implantação do Serviço Social nas escolas estaduais. No artigo 2º do Projeto de Lei encontram-se todas as competências do assistente social, citaremos algumas relevantes: 
Artigo 2° - Compete ao Serviço Social Escolar: 
II- elaborar e executar programas de orientação sócio- familiar, visando a prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho do aluno;
 III- articular-se com as instituições públicas, privadas e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; 
IV- promover, juntamente com a Associação de Pais e Mestres, eventos com finalidade assistencial; 
VI- realizar visitas domiciliares com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do aluno, possibilitando assisti-lo adequadamente; 
VII- participar, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem a prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como ao esclarecimento sobre doenças infectocontagiosas e demais questões de saúde pública; 
VIII- elaborar e desenvolver programas específicos nas escolas onde existam classes especiais;
 IX - empreender outras atividades pertinentes ao Serviço Social, não especificadas neste artigo. 
Artigo 3°- O Serviço Social Escolar será exercido por profissionais habilitados nos termos da Lei Federal n° 8662 de 7 de junho de 1993. (SÃO PAULO, 1995, p. 1).
A legislação aprovada em Pernambuco no ano de 1949 conceituava a atuação do assistente social nas escolas como uma atividade complementa à educação. O Serviço Social não era visto como profissão da área da educação, mas entendia a lei que esta era uma profissão na qual sua intervenção se fazia essencial. 
Os estudos de Almeida (2003, p. 74) relatam sobre a atuação do Assistente Social e sua contribuição para o contexto educacional.
O campo educacional torna-se para o assistente social hoje não apenas um futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho em diferentes áreas de atuação que precisa ser desvelado, visto que encerra a possibilidade de uma ampliação teórica, política, instrumental da sua própria atuação profissional e de sua vinculação às lutas sociais que expressam na esfera da cultura e do trabalho, centrais nesta passagem de milênio.
Dessa forma, podemos constatar que a inserção do assistente social no espaço educacional é contemplada através de projetos de leis, mas que acontece de maneira diferenciada nas demais realidades brasileiras, entretanto todas visando o mesmo objetivo. 
O campo da educação se constitui um ambiente de diversidades, onde os sujeitos com suas diferentes culturas, valores e perspectivas de vida, se agrupam com o objetivo de aprimoramento intelectual. É neste contexto tão plural que expressões da questão social vêm se tornando cada dia mais presentes, o que traz preocupação no que diz respeito à formação dos sujeitos constituintes de uma sociedade futura, tendo em vista que, todo este ambiente hoje complexo, interfere diretamente na formação de crianças e adolescentes (SCANDELAI; CARDOSO, 2005).
Dessa maneira justifica-se a inserção do assistente social, que se insere neste cenário com o objetivo de receber e encaminha essas demandas. 
A contribuição do Serviço Social na área escolar consiste em identificar os fatores sociais, culturais e econômicos que determinam os processos que mais afligem o campo educacional no atual contexto, tais como: evasão escolar, o baixo rendimento escolar, sexualidade, violência doméstica e que precisam necessariamente de intervenção conjunta com educadores, psicólogos, dirigentes governamentais, possibilitando consequentemente uma ação mais efetiva. (ALBUQUERQUE, 2017, p. 01).
A intervenção do Serviço Social situa-se numa perspectiva crítica e participativa na busca da transformação social, assim, segundo Novais (2001, p. 13), o profissional do Serviço Social deverá por meio de sua intervenção desenvolver as seguintes atividades:
• Pesquisa de natureza sócio-econômica e familiar para a caracterização da população escolar; 
• Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar, visando prevenir a evasão escolar e melhor o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício da cidadania; 
• Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a violência; o uso de drogas e o alcoolismo, bem como visem prestar esclarecimento e informações sobre doenças infecto-contagiosas e demais questões de saúde pública;
• Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; 
• Somente com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sóciofamiliar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente;
 • Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes especiais; 
• Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas pelos artigos 4º e 5º da lei 8662/93.
Dessa forma o assistente social atua junto ao aluno e sua família identificando os problemas e desafios que repercutem o aproveitamento escolar,
propondo ações ou requisitando serviços que torne possível a adaptação do escolar ao seu meio e ao ambiente escolar. 
 
O assistente social se fortalece no campo da educação por atuar em um espaço onde a diversidade humana, cultural e econômica estão presentes, as relações interpessoais estão em constante processo de ruptura e aliança, a competição, o individualismo, a dualidade de poderes reclamam ações que transformem o ser humano enquanto autor e ator de uma história com posturas éticas. Apesar de a educação escolar ainda não ser um campo fértil de trabalho dos assistentes sociais são as próprias alterações processadas no mundo educacional, da informação e da tecnologia que demandam a sua inserção em articulação com os demais profissionais. (SOUZA, 2005, p. 38-39).
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), os problemas sociais a serem trabalhados pelo assistente social na área de educação são: 1. Evasão escolar; 
2. Desinteresse pelo aprendizado; 
3. Problemas com disciplina; 
4. Insubordinação a qualquer limite ou regra escolar; 
5. Vulnerabilidade às drogas; 
6. Atitudes e comportamentos agressivos e violentos (CFESS, 2001, p.23).
Almeida, (2003, p.74) em seus estudos relata sobre a atuação do assistente social e suas contribuições para o contexto escolar.
O campo educacional torna-se para o assistente social hoje não apenas um futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho em diferentes áreas de atuação que precisa ser desvelado, visto que encerra a possibilidade de uma ampliação teórica, política, instrumental da sua própria atuação profissional e de sua vinculação às lutas sociais que expressam na esfera da cultura e do trabalho, centrais nesta passagem de milênio. 
3.	CAPÍTULO 3: A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR
3.1 A FUNÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS E A CONTRIBUIÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NESTE CONTEXTO
A educação está em constante crescimento. Ela acontece de maneiras diferentes, nos mais variados lugares, e ainda sim todos participam dela, como afirma Moraes 1997.
Para tanto, a educação deverá oferecer instrumentos e condições que ajudem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar, a conviver e a amar. Uma educação que ajuda a formular hipóteses, construir caminhos, tomar decisões, tanto no plano individual quanto no plano coletivo. (MORAES, 1997, p. 211)
Dessa forma, diversos são os espaços onde a educação se manifesta, e o primeiro é no convívio familiar. A família contemporânea vem passando por um processo constante de mudanças, modificações adversas enquanto rupturas de padrões tradicionais da família nuclear, mudanças culturais, de atitudes e comportamentos das crianças e adolescentes, fragmentação na unidade familiar, manifestações das questões sociais, entre outros, são fatores que influenciam direta e indiretamente no entorno escolar de cada individuo. Sabe-se que a família é a principal responsável pela formação do cidadão, é também apoio indispensável para adaptação das crianças para a vida em sociedade já que é seu primeiro referencial de caráter social, é no seio familiar que as crianças alcançam seus primeiros traços característicos de acordo com o ambiente que esta inserida. 
MARCHESI (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a instituição que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se levarmos em consideração que Família e Escola buscam atingir os mesmos objetivos, devem elas comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e suas famílias.
O presente momento nos mostra que tanto a comunidade escolar como a família, vem passando por grandes transformações e modificações ao longo dos anos. E com isto faz- se um momento de desafios, onde deve- se procurar construir uma relação entre a escola e a família que venha favorecer a aprendizagem da criança e do adolescente. Pois através destas mudanças surgiram algumas implicações que interferem tanto na estrutura familiar e na dinâmica escolar. 
Sendo assim, o ato de educar se constrói no processo em que o indivíduo convive com o outro, de modo que sua forma de viver se faz progressivamente mais congruente com o outro no espaço de convivência. 
A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006).
Observando-se de perto situações de ausência familiar na educação dos indivíduos, percebe-se que inúmeras são as consequências geradas em sua formação, como valores egocêntricos em um mundo de vícios e futilidades.
A educação familiar torna-se necessária e de suma importância para a convivência em sociedade, porque é na família que se inicia o processo de aprendizagem de como se viver em grupo. A família é o primeiro grupo de pessoas em que se fomenta o convívio, com isso, terá que aprender através desta vivência como se portar e comportar adequadamente em grupo. Através da educação dos filhos dada pela família, por intermédio da convivência do grupo familiar, será cumprido um papel importante no investimento pessoal e comportamental de qualquer indivíduo, que é o respeito de limites. Certamente será muito mais fácil para o cidadão que teve uma boa educação no meio familiar ter facilidade em respeitar o próximo, as autoridades, as leis e a ordem descrita em qualquer lugar.
No entanto, é de fundamental importância que família trabalhe em conjunto com a escola sabendo aproveitar os resultados positivos dessas relações, podendo resultar em princípios facilitadores para o ensino aprendizado da criança e uma melhor evolução na formação emocional e intelectual da mesma, conforme ressalta Parolin (2003, p.99).
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIN, 2003, p.99)
A escola configura um espaço de emancipação da criança a respeito de seu grupo familiar, onde propicia a criança estar e conviver com outras pessoas além de seus pais. Sendo um lugar onde estabelece outros vínculos que se tornem possível receber recursos que poderá utilizar futuramente. Dito isso, fica claro que a escola possibilita a socialização da criança, entretanto, é a família e sua função um dos maiores responsáveis pela educação e desenvolvimento dos filhos.
Haja vista, que a separação, o desemprego e o problema na convivência com os filhos são algumas dessas interferências. Frisa-se que a família por si só já é um espaço natural de educação e ela contribui para o desenvolvimento moral da criança e do adolescente. Nisto, a escola, a família e o aluno devem manter uma relação de sintonia, haja vista que a escola é uma complementação da família.
De acordo com Bello (1963, p. 89), quando se parte de um adequando conceito de educação, que não é uma mera adaptação ao meio ambiente, a educabilidade do ser humano é uma consequência de sua imperfeição original, como um ser que, possuindo algumas qualidades atuais, possui numerosas qualidades potenciais, que se aperfeiçoam pela ação educativa. E ainda, a hereditariedade não implica na negação da educabilidade humana, pois, se bem que exista um caráter inato, que até certo ponto, é solidário da herança, esse
caráter é perfeitamente modificável pelas influências do meio e, sobretudo, por aquelas que constituem a educação. Daí surge os primeiros questionamentos: Por que a inclusão dos assistentes sociais não acontecem no ambiente escolar? 
É necessário compreender que a escola depende diretamente da família e a família depende diretamente da escola. E ambas devem estar entrelaçadas na busca de um melhor futuro para os alunos. Vale destacar que é imprescindível que se faça um estudo da relação escola/família e aluno para compreender a realidade que ambos se encontram. Destarte, a família e a escola devem se unir visando uma ajuda mutua tanto no que diz a respeito aos professores como os alunos. 
A família pode participar de várias maneiras na vida educacional do estudante, segundo Freitas, Maimoni & Siqueira, (1994) e de Maimoni & Miranda, (1999), elas podem: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, verificar se o filho fez as atividades solicitadas pelo professor, estabelecer horário de estudo, informar- se sobre matérias e provas, entre outras.
O vínculo entre família e estudos e, primordialmente, o método como a família de cada aluno procede em relação ao seu desempenho escolar, influencia os proventos alcançados por crianças e adolescentes, independente de classe social. Uma base concreta, com pais que se interessam e, até mesmo, ajudam no cumprimento das tarefas escolares faz com que este aluno obtenha melhores rendimentos em todos os âmbitos de seu percurso escolar.
Em relação às perspectivas da família com relação à escola com seus filhos encontram-se várias idéias de que a instituição escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz e que ele seja preparado para obter êxito profissional e financeiro. A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006).
É essencial que família e escola manifestem vínculos recíprocos de confiança, estando abertas a diálogos e a convivência autenticamente humana, sendo parceiras no convívio escolar. A família como socialização primária, deve compreender o seu alto grau de valor, na formação da construção da criança e na ação influenciadora que preside em toda socialização secundária, entre elas, a escola. Em contra partida, a escola deve valorizar as vivências trazidas pela criança, levando-a ao saber, proporcionando uma educação libertadora baseada nas experiências e na realidade em que vivem e compreender qual o papel desempenhado pela família e pela escola no que se refere à participação efetiva dos pais na vida escolar dos filhos, examinando a contribuição dessa parceria para a formação plena do indivíduo. 
Segundo Ackerman (1986, p. 17), “o momento histórico em que nos encontramos, tem alterado a configuração da vida familiar e tem abalado os padrões estabelecidos de Indivíduo, Família e Sociedade. [...] Seres humanos e relações humanas foram lançados em um estado de turbulência, enquanto a máquina cresce muito, à frente da sabedoria do homem sobre si mesmo. A redução do espaço e a intimidade forçada entre as pessoas vivendo em culturas em conflito exigem um novo entendimento, uma nova visão das relações do homem com o homem e do homem com a sociedade”.
A parceria ideal entre escola e família pressupõe, de ambas as partes, a compreensão de que a relação família-escola deve se configurar de forma que os pais não responsabilizem somente a escola pela educação de seus filhos, mas sim promova uma união entre ambos. Isso não isenta a escola de sua responsabilidade como agente formador, porém atribui a ela a função que realmente lhe cabe.
A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006).
O ensino reflete o processo de otimização da aprendizagem, a qual ajuda na formação do ser humano e nas relações sociais no contexto social em que vivem. A criança aprende na escola da mesma forma que também aprende na família. Assim, tanto a escola quanto a família devem estar em acordo para que haja uma harmonia nesta aprendizagem. A família precisa acompanhar o desenvolvimento da criança na escola e a escola deve também acompanhar os valores que são vividos na família. 
Para SANTOS (2012) a atuação do assistente social em auxílio coma família é de fundamental importância para a resolução das questões sociais, uma vez que instituído o vínculo entre o serviço social, família e os profissionais da educação potencializamos o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. 
Sendo assim, é notório que a interação do serviço social unido à escola, acompanhado com a participação da família resulta num bom resultado tanto para a educação quanto para a sociedade. Dessa forma, essa relação conjunta (serviço social, educação e família) deve ser conservada a fim de alcançarmos uma boa ação social. 
3.2 O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS
De modo tradicional a educação tinta como principio o professor em sala de aula, e a transmissão de conteúdos programáticos de cada disciplina. Todavia, com o decorrer do tempo essa abordagem foi se tornando antiquado e atualmente, a escola não se limita a representar apenas a função de educadora, mas sim um papel de formadora de consciência cidadã, pois é considerada a extensão da família, é um lugar onde as crianças podem explanar suas relações sociais, porque é na escola que as crianças e jovens passam a maior parte do tempo. Por esse fator faz-se necessário que a escola esteja e se mantenha presente no convívio familiar do aluno e trazer o universo familiar do mesmo para o âmbito escolar.
A construção do futuro deverá ser realizada mediante um processo que ordena um pensar e um repensar ininterrupto e ações integradas onde consiga alcançar objetivos, mas esse processo deve se dar de forma integrada, coletiva, incluindo todos os interessados de maneira direta. Sobre a integração na escola:
Uma escola sem pessoas seria um edifício sem vida. Quem a torna viva são as pessoas: os alunos, os professores, os funcionários e os pais que, não estando lá permanentemente, com ela interagem. As pessoas são o sentido da sua existência. Para elas existem os espaços, com elas se vive o tempo. As pessoas socializam-se no contexto que elas próprias criam e recriam. É o recurso sem o qual todos os outros recursos seriam desperdícios. Têm o poder da palavra através da qual se exprimem, confrontam os seus pontos de vista, aprofundam os seus pensamentos, revelam os seus sentimentos, verbalizam iniciativas, assumem responsabilidades e organizam-se. As relações das pessoas entre si e de si próprias com o seu trabalho e com a sua escola são a pedra de toque para a vivência de um clima de escola em busca de uma educação melhor a cada dia. (ALARCÂO, 2001, p. 20) 
A maneira habitual de proceder da escola, através de um relacionamento mais direto com a sociedade, deve tornar possível a intervenção e a transformação da realidade social, consentindo assim compreender e averiguar problemas para então desenvolver ações que conduzam à conquista do desenvolvimento humano da sociedade, priorizando atividades na área da educação que, como resultado, oportunize a construção de novos conhecimentos, a reconstrução de um novo pensamento e a participação social, voltados
para as necessidades sociais mais emergentes de seu meio. A interação entre escola e comunidade está sendo um espaço crescente como elemento para a construção da cidadania.
A Cidadania é conceituada como o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais instituídos na Constituição Federal. Uma boa cidadania exige que direitos e deveres estejam interligados e o respeito e a execução dos mesmos contribuem para uma sociedade mais harmonizada. 
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações, é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício é um dos objetivos da educação. Candau (1999, p. 112) complementa.
Educar para a cidadania exige educar para a ação político-social e esta, para ser eficaz, não pode ser reduzida ao âmbito individual. Educar para a cidadania é educar para a democracia que dê provas de sua credibilidade de intervenção na questão social e cultural. É incorporar a preocupação ética em todas as dimensões da vida pessoal e social.
A escola tem buscado incessantemente esse equilíbrio e procurado enxergar a sua comunidade não apenas como usuários de seus serviços, porém como sujeitos que se tornem parceiros e que tem muito a contribuir para a formação de um sujeito crítico, na dimensão dessas mudanças que se fazem necessárias para o desenvolvimento humano e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Mais do que formar cidadãos adaptados ao novo mundo que se avizinha, é preciso propor alternativas de desenvolvimento para esse mundo.
Constata-se então que, a educação escolar é determinada pela realidade em que se insere ao mesmo tempo em que contribui para determinar a construção dessa mesma realidade. 
“A escola não pode ser pensada independentemente do modo de vida e de produção das condições de existência em seu conjunto, ou seja, de uma estrutura social determinada, contraditória e em movimento. Deve ser pensada sempre tendo como referencia a sociedade concreta da qual faz parte integrante e indispensável, isto é, o conjunto das relações sociais próprias do capitalismo”. (FRANCO, 1988, P 75/76)
A escola é a formadora de indivíduos onde é trabalhado cientificamente o potencial de cada um, ela prepara o indivíduo a enfrentar a sociedade com saberes que o torne capaz de tomar as próprias decisões e enfrentar seus próprios desafios. O trabalho educacional da escola é diferente do trabalho educacional da família, uma vez que na escola exige-se um conhecimento especializado. No entanto, o trabalho educacional da escola não pode prescindir do trabalho educacional da família, já que a formação moral do indivíduo tem suas bases na família.
“O trabalho deve ser tomado como um importante ponto de inflexão nas discussões sobre o campo educacional numa sociedade onde as formas de socialização, a cultura, os processos de demarcação nos lugares e visões sociais tem como valor basilar as relações travadas no, e para o, mundo do trabalho. As formas de vida, de organização social, de acesso aos meios de sobrevivência e de tomada de consciência da imensa maioria da humanidade ainda são mediadas pelo trabalho. Desta forma, além de elemento constitutivo das formas de sociabilidade humana pode ser tomado também como principio formativo e pedagógico de largo alcance em nosso tempo”. (NEY TEIXEIRA, 2000, p 66). 
A escola é na realidade um espaço socialmente reconhecido para desenvolver o ato pedagógico, é uma instituição em que o ser humano passa longa e importante etapa de sua vida. Por sua missão educativa ser complementar à missão da família, a escola contribui na construção de valores pessoais e dos significados atribuídos a objetos e situações, entre eles a saúde, a cidadania e socialização. É um espaço onde, educadores e educandos trabalham valores sociais, ética e cidadania na busca de uma sociedade justa e ciente de sua força política. 
LÜCK ET AL. (2000, P. 9) afirma que: 
“O ensino publico no Brasil está experimentando transformações profundas. Reformas nacionais juntamente com iniciativas em âmbito estadual e municipal estão alterando as praticas pedagógica e a organização escolar, na tentativa de dar eficácia à escola e universalizar o seu acesso. Nunca antes na historia do Brasil a questão da educação pública foi tão evidente na mídia, na vida política e na consciência do cidadão comum. Vem se reconhecendo amplamente que a educação é um elemento fundamental no desenvolvimento social e econômico e que o ensino no Brasil, especialmente aquele oferecidos por setores públicos é insatisfatório diante dos padrões internacionais, tanto na sua quantidade, quanto na sua qualidade”. 
O papel da escola como uma instituição educadora é preparar o aluno para o exercício da cidadania para o reconhecimento dos direitos associados às suas responsabilidades, procurando formar pessoas conscientes e críticas para o convívio em sociedade. 
É notória a importância que a escola tem quando contribui na melhoria da qualidade de vida das pessoas, portanto deve se integrar na comunidade e interagir com a sua realidade e permitir a participação de todos os indivíduos na vida escolar. Cabe sim a escola um grande destaque no alargamento das condições de exercício da cidadania, e do ensino-aprendizagem dos valores. 
(PIANA, 2009 p 75) sustenta: 
“com essa política de descentralização educacional e de gestão na escola publica, tem se dado ênfase a participação da comunidade escolar, como as famílias, os alunos, funcionários da escola, educadores em geral, para a elaboração da proposta pedagógica de cada escola. E um espaço privilegiado para a experiência desse processo participativo é o Conselho Escolar. Entretanto sua constituição e o funcionamento não determinam uma efetiva participação cidadã. Mas a sociedade civil organizada espera uma verdadeira representatividade politica dos conselheiros e que possam influenciar nas decisões e na dinâmica cotidiana das escolas. Busca-se por meio dos conselhos a abertura de espaço para o exercício da cidadania, o aprendizado das relações sociais democráticas e a formação de cidadãos participativos na luta por uma escola flexível, aberta e sensível aos interesses da comunidade e que rompa com uma cultura autoritária, centralizadora e dominante”. (PIANA, 2009 p 75)
O espaço educacional dá auxílios aos indivíduos para que possam atuar em sociedade como cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres. Por isso repensa-se educação enquanto prática educacional e social. Prática esta que busca considerar o conhecimento do aluno na prática educativa, pois tudo o que o aluno traz para a sala de aula é de extrema importância no seu desenvolvimento pessoal e social.
Contudo, a escola não é a única instância educacional. A Constituição de 1988 postulou, no seu art. 205, que a "educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania". Percebe-se que para se formar um cidadão não é necessária apenas à contribuição da escola, mas de todas as instituições que a cercam, é, assim, dever de todo cidadão, escola, família e governo. E é nesse contexto que o assistente social precisa ser inserido de forma a subsidiar e garantir direitos mediando à relação escola e família, partindo do pressuposto que a escola é a instituição sócio educacional de maior influência social podendo abrir espaço para as demais formas de inclusão desde programas sociais voluntários a programas governamentais como o Programa Mais Educação e o programa Bolsa Família.
3.3 OS PROGRAMAS SOCIAIS DESENVOLVIDOS NO ESPAÇO ESCOLAR
Programas sociais são medidas tomadas por lei, para amparo e diminuição das desigualdades em uma nação para seus cidadãos. Um programa social tem como objetivo o apoio ao acesso ao progresso em um país. Percebe-se que já podemos identificar alguns programas sociais desenvolvidos no campo da educação dentre eles destacam-se
os seguintes:
O Programa Mais Educação do MEC é uma importante parceria da SENARC por meio do Programa Bolsa Família e visa aumentar o acesso dos beneficiários do PBF às ações de Educação Integral. O programa tem por objetivo induzir e subsidiar a implantação da Educação Integral nas escolas públicas do país, os três princípios centrais do programa são: a articulação das disciplinas curriculares com diferentes campos de conhecimento e práticas socioculturais; a constituição de territórios educativos para o desenvolvimento de atividades de educação integral; a integração entre as políticas educacionais e sociais; e a valorização das experiências históricas das escolas de tempo integral. O critério central de expansão do Programa Mais Educação a seleção de escolas em que a maioria dos alunos faça parte de famílias beneficiárias do PBF.
O Programa Bolsa Família é um Programa de transferência direta de renda com condicionalidades que beneficia famílias com renda mensal por pessoa de até R$120,00. O benefício financeiro é pago diretamente às famílias, preferencialmente às mulheres, por meio de cartão magnético. O Programa opera de forma articulada entre as três esferas de governo e ainda pressupõe o trabalho integrado entre as áreas de saúde, educação e assistência social. A gestão do Programa Bolsa Família no âmbito municipal é apoiada financeiramente pelo Governo Federal, por meio da transferência de recursos para o aprimoramento das ações de cadastramento de famílias pobres, gestão de condicionalidades e de benefícios e para o desenvolvimento de ações complementares para as famílias beneficiárias. As condicionalidades para concessão do benefício, se dar através do acompanhamento feito pelo MEC sobre a frequência escolar de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Para a família não perder a bolsa é necessário que os filhos entre seis e dezessete anos frequentem, no mínimo, 85% das aulas todos os meses. Certamente, essa é forte motivação para os altos índices de frequência registrados, mas, uma vez na escola, esses meninos têm conseguido terminar o ensino fundamental e prosseguem no ensino médio. São cerca de 16 milhões de crianças, adolescentes e jovens, o que corresponde a perto de 40% do total dos alunos do ensino fundamental. 
O Programa BPC na escola, visando garantir o acesso e a permanência na escola de crianças e adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiários do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC, com a participação da União, dos Estados e dos Municípios.
Tem como principal diretriz a identificação das barreiras que impedem ou dificultam o acesso e a permanência de crianças e adolescentes com deficiência na escola e o desenvolvimento de ações intersetoriais, envolvendo as Políticas de Educação, de Assistência Social, de Saúde e de Direitos Humanos, com vista à superação destas barreiras encontradas no contexto social em que a criança e o adolescente estão inseridos.
Segundo Reichenheim,
O engajamento de programas que tenham a família como alvo de intervenção nas estratégias de ação também deve ser considerado, visto que as atividades realizadas tendem a estreitar as relações entre o serviço de saúde e a continuidade; facilitar a identificação de famílias de risco (adolescentes grávidas e famílias onde haja abuso de álcool e drogas ilícitas, por exemplo); Possibilitar o levantamento das possíveis redes sociais de apoio disponíveis; e permitir uma frutífera prática interdisciplinar de profissionais envolvidos com o atendimento das famílias.( reichenheim et al, s.i., p. 119). 
No espaço escolar é preciso salientar que as ações são pensadas e efetivadas em conjunto, pela equipe escolar, onde o assistente social apresenta-se como um parceiro das ações desenvolvidas na escola com outros profissionais (psicólogos, pedagogos, Direção, Supervisão).
É importantíssimo que a equipe reconheça que todos fazem parte do processo de ensino e aprendizagem. Suas ações e reações serão resultados então de um trabalho executado em conjunto com um único objetivo que é o de garantir a permanência do aluno na escola a fim de transforma-lo num cidadão através de uma educação de qualidade. 
4.	CAPÍTULO 4: A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
Relata-se que o que impulsionou a reflexão da atuação do Assistente Social na rede escolar pública foi perceber os problemas socioeducativos dentro da instituição. Deste modo, este profissional pode contribuir na realidade social na qual os alunos estão inseridos, para melhoria das condições de estudo para os educandos, como também para os pedagogos que, muitas vezes, não conseguem lidar com os desafios impostos no dia a dia.
COELHO 1980, especifica atividades próprias do Assistente Social inserido nas Escolas:
- Conhecimento e diagnóstico da comunidade educativa, em relação com a comunidade global.
- Identificação de problemas sociais, hierarquização dos mesmos, sempre de acordo com a área em que se trabalha.
- Formação e orientação de grupos de ação social.
- Treinamento em grupos de capacitação de líderes naturais e institucionais.
- Desenvolvimento de comportamento grupal e de atitude de cooperação.
- Acompanhamento e orientação de alunos encaminhados que apresentam problemas sociais, psicológicos, neurológicos ou de aprendizagem lenta.
- Estabelecimento de canais para tratamento especializado aos alunos que apresentam os problemas acima.
- Realização de atividades extra-classe, em grupos que contribuam para a formação de clubes de leitura, clubes de teatro, jornal, etc.
- Fomento de integração – escola –comunidade. 
- Dinamização ou fortalecimento das formas associativas dos alunos, pais e professores, Conselhos Comunitários.
- Promoções de reuniões comunitárias de líderes, de grêmios de funcionários.
- Expansão do atendimento aos infratores. (COELHO, 1980, p. 53).
O Assistente Social inserido na área educacional compete, de acordo com o CFESS, intitulado no livro “O Serviço Social na Educação” (2011) as seguintes atribuições: 
Pesquisa de natureza socioeconômica e familiar para caracterização da população escolar;
Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar visando prevenir a evasão escolar, a disparidade série/idade, e melhorar o rendimento do aluno e sua formação para o exercício de sua cidadania;
Participação em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como prestar esclarecimento e informação sobre doenças infectocontagiosas e demais questões que envolvam saúde pública;
Articulações com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades;
Realizações de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminha-lo adequadamente;
Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes especiais; previstos pelos artigos 4º e 5º da Lei 8662/93, segundo Parecer Jurídico 23/00 de vinte e dois de outubro de 2000, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2000 apud LOPES et al., 2007, p. 5)
O Assistente Social se fortalece no campo da educação por atuar em um espaço onde a diversidade humana, cultural e econômica estão presentes, as relações interpessoais estão em constante processo de ruptura, E as diversas problemáticas que atingem os alunos, causando assim baixo rendimento e falta de interesse pelo aprendizado, vulnerabilidade às drogas e à exploração sexual, atos e comportamentos agressivos e violentos, evasão escolar. Os níveis atuais da pobreza e da miséria têm expressão direta na educação escolar despontando, portanto, a necessidade de ações estratégicas e categorias profissionais de diferentes especialidades para trabalhar com esses desafios. 
Sob está perspectiva,

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