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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
CONCEITO: 
Trata-se da possibilidade de que o MP firme acordo com o investigado afim de, deixar de oferecer denúncia pelo crime praticado.
REQUISITOS: 
Se o acusado tiver confessado as Infrações penais sem violência ou grave ameaça e com pena mínima privativa de liberdade inferior a 4 (quatro) anos, desde que não seja caso de arquivamento das investigações.
O requisito de que o investigado terá que confessar formal e circunstancialmente a prática da infração vem gerando discussões. Guilherme de Souza Nucci falando sobre a ADIn 6304 ajuizada pela ABACRIM – Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, crítica a obrigação de confessar imposta pela Lei, pois fere o princípio da presunção da inocência.
CONDIÇÕES:
São condições do acordo de não persecução Penal:
· Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo na impossibilidade de fazê-lo;
· Renunciar voluntariamente aos bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime;
· Prestar serviços à comunidade por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços;
· Pagar prestação pecuniária;
· Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
VEDAÇÕES A CELEBRAÇÃO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
Não é cabível transação penal:
· Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
· Se o agente tiver sido beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração pelo acordo ou suspensão condicional do processo; 
· Nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar ou praticados contra mulher por razões da condição de sexo feminino.
CONTROLE JURISDICIONAL 
O instituto era previsto na resolução 181/17 do Conselho Nacional do Ministério Publico (CNMP). A doutrina criticava a previsão do acordo de não persecução penal, pois como era previsto apenas em resolução, se fazia necessária sua previsão em lei.
Com o advento da lei n 13.964/19, passou a disciplinar no art. 28-A do CPP. O acordo deve ser formalizado por escrito e firmado pelo Membro do MP, pelo investigado e seu defensor. Esse acordo deve ser homologado judicialmente, em audiência, cabendo o juiz verificar a sua voluntariedade por meio da oitiva do investigado, na presença do seu defensor, bem como a sua legalidade. Se o juiz considerar as condições inadequadas, ineficientes ou abusivas, remete novamente ao MP para reformular as propostas do acordo, com concordância do acusado e de seu defensor (Arts. 28-A, §§3º, 4ºe 5º).
O juiz pode recusar a homologação quando não atender os requisitos ou quando não fizer nenhuma adequação necessária. Recusada a homologação o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para análise de necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia (art. 28-A, §§ 7º e 8º).
No caso de recusa pelo MP de oferecer o acordo. O investigado poderá requerer a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público (art. 28-A, §14).
Homologado, o juiz devolve os autos ao MP para que inicie a execução perante ao juízo da execução penal (art. 28-A, § 6º). Descumpridas qualquer das condições, o Mp comunica ao juízo para rescindir e oferecer a denúncia (art. 28-A, §10). Cumprido integralmente, é decretada a extinção da punibilidade (art. 28-A, §13).

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