Buscar

CRIATIVIDADE EM WINNICOTT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESENHA ASPECTOS GERAIS SOBRE O CONCEITO DE CRIATIVIDADE EM WINNICOTT
PIRES, Felipe Augusto Ribeiro. Criatividade no processo de amadurecimento em Winnicott. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, 2010.
O autor discorre acerca do conceito de criatividade em Winnicott, que se revela como uma nova forma de compreensão do ser humano ao abrir um campo até então inexplorado, e que se difere da psicanálise tradicional que correlaciona a criatividade aos conceitos de sublimação, de reparação ou ainda como sendo esta o resultado da projeção de algo introjetado. A teoria Winnicottiana, apresenta a criatividade primária, como sendo um potencial inerente ao ser humano. Ou seja, surge antes de qualquer estruturação psíquica e se expressa em um impulso original. 
A mãe nessa acepção, torna-se o primeiro objeto de exploração da criatividade primária. Segundo Winnicott, para que esta se desenvolva é necessário um mundo no qual ela o crie, e isso se dá na primeira mamada teórica. O bebê, tem a ilusão de criar aquilo que encontra, por isso, a mãe ao conceber ao bebê a oportunidade de iniciativa própria de contato com o mundo, propicia neste a espontaneidade criativa por meio da elaboração mágica do seio como sendo sua própria criação. Se tudo ocorrer de forma satisfatória, nesse início de contato, essa experiência criativa pode ser experimentada e desenvolvida no decorrer da existência. 
Ainda de acordo com a teoria apresentada, a criatividade original, embora seja inata, precisa de um mundo objetivamente organizado para ganhar forma e sentido. Mas independentemente de qualquer internalização de objetos pelo indivíduo, que serão projetados posteriormente, a criação não se configura uma reprodução, mas sim, uma elaboração pessoal com sentido singular. Conforme essa concepção, existe um núcleo da personalidade, o eu verdadeiro que não se conforma com a realidade imposta, e a manutenção deste é o que permite ao ser humano criar e imprimir um sentido particular pôr toda vida. 
Dessa forma, criatividade e singularidade estão sempre juntas e ambas se constituem de fundamental importância para os alicerces da personalidade e da saúde psíquica. Quando não é concebida ao bebê a oportunidade da experiência criativa, na infância, pode implicar em um adulto que não age no mundo por vontade própria, mas apenas, respondendo as demandas sociais sem que a vida faça sentido. Porque para Winnicott o sentido se encontra no criar, e quando assim não acontece resulta em uma vida patológica.
Portanto, a criatividade é o que propicia ao indivíduo ser de fato um Ser no mundo, é o que permite que ele imprima sua essência atribuindo, assim, sentido a sua realidade. É um processo que vai além da arte propriamente dita, mas constitui-se enquanto capacidade de elaboração pessoal em todos os âmbitos da vida. 
DEIZIANE CARDOZO ROCHA

Continue navegando

Outros materiais