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CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS BIOSFERA E SUSTENTABILIDADE A biosfera é a esfera de vida e o significado de vida, de acordo com o Novo dicionário Aurélio, é: “um conjunto de propriedade e qualidades graças às quais animais e plantas [...] se mantêm em contínua atividade, manifestada em funções orgânicas tais como o metabolismo, o crescimento, a reação a estímulos, a adaptação ao meio, a reprodução e outras; existência” A biosfera compreende o conjunto dos seres vivos e dos fatores do ambiente com os quais eles interagem, cada fenômeno natural se relaciona com os demais. A existência da vida depende de vários fatores, por exemplo: energia solar, atmosfera, água líquida etc. O estudo não se baseará somente todos os seres os vivos, mas sim as interações entre eles e o meio. Dessa forma, podemos definir a biosfera como a soma de todos os ecossistemas que existem na superfície terrestre Os ecossistemas são sistemas biológicos em que há uma cadeia alimentar e a interação entre os seres vivos e o meio ambiente. Já a cadeia Alimentar é um conjunto de ecossistemas que se relacionam entre si, no qual existe uma relação de dependência entre os seres vivos, já que uns servem de alimento para outros. Os biomas é a união de ecossistemas comuns. Tudo na natureza tem uma finalidade, nesse sistema tem que haver uma cadeia alimentar. ESQUEMA DE CADEIA ALIMENTAR Apesar de alterar a natureza, o ser humano continua dependendo dos elementos naturais (irradiação solar, atmosfera, água etc.) e dos demais seres vivos (animais e vegetais) para sobreviver. O ser humano também faz parte da Cadeia Alimentar. A Biomassa é na maior parte das vezes conhecida como massa verde, é a massa de matéria viva presente em uma unidade de superfície de um ecossistema, ou seja, é a quantidade de seres vivos, sobretudo vegetais, existente em um hectare ou metro quadrado de um bioma ou ecossistema. A matéria viva é constituída de todos os seres vivos, principalmente de vegetação. Bioma é o conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria, portanto é o conjunto de ecossistemas que possui várias características comuns. O ser humano modifica tudo, mas tudo vem da natureza. A Biodiversidade consiste na diversidade biológica existente em um bioma ou ecossistema é a variedade de seres vivos. Geralmente as paisagens tropicais e equatoriais têm maior biomassa e biodiversidade do que as paisagens temperadas, frias e desérticas, o calor e umidade favorecem o desenvolvimento da vegetação. OS GRANDES BIOMAS DA SUPERFÍCIE DA TERRA: TUNDRA Não existe no Brasil porque é de região polar. Não permanece durante todo o ano, somente na época do verão. • Vegetação rasteira: líquens, fungos, capins, herbáceas, ervas. • Clima frio polar • O solo descongela parcialmente e permite o desenvolvimento de uma vegetação composta de musgos, liquens, capim e outras herbáceas (ervas) • Encontrada nas áreas polares FLORESTAS TEMPERADAS Encontrada na Europa, é uma vegetação que passa pelas quatro estações do ano. • Florestas decíduas, isto é, perdem as folhas durante o outono e o inverno • Clima temperado: estações bem definidas • Árvores mais comuns, são as conhecidas por árvores coníferas: carvalho, faia e nogueira TAIGA, em russo “floresta fria” • Floresta boreal (“que pertence ao norte”) • Clima frio • Pouca variedade de plantas: florestas homogêneas, todas elas muito parecidas • Floresta de coníferas: árvores em forma de cone PRADARIAS No Brasil chamado de “campos” ou “pampas” e na Ásia chamado de “estepes” • Vegetação herbácea: pequeno porte • Clima: temperado continental ou subtropical • Nas áreas centrais de alguns continentes existem enormes planícies de vegetação de gramíneas • SAVANAS, corresponde ao CERRADO A fauna original das Savanas na África é mais densa e fechada, com arvores de maior porte. Já no Cerrado brasileiro a vegetação é de menor porte e até os animais são menores. • Vegetações herbáceas e arbóreas (árvores de maior porte) • Clima: tropical semiúmido FLORESTAS TROPICAIS Vegetação é fechada e densa, mais rica e diversificada do mundo. • Clima: equatorial e tropical úmido • Fauna riquíssima • Floresta exuberante, com plantas muito próximas umas das outras e de vários portes • DESERTOS A Amplitude Térmica é muito elevada, devida a continentalidade. • Solo arenoso ou pedregoso • Clima: árido ou desértico (com chuvas esparsas e irregulares) • Vegetação rara, com plantas xerófitas (adaptadas à escassez de água) CONCEITUAÇÃO: Os domínios morfoclimáticos (relevo e clima) e fitogeográficos (vegetação), também conhecidos como domínios paisagísticos, são um modelo de classificação da paisagem natural do Brasil, segundo a qual cada domínio é caracterizado de acordo com o relevo, o clima e a vegetação de uma área do espaço geográfico, com dimensões subcontinentais. É considerado um modelo completo, pois leva em consideração vários elementos geográficos, compondo o quadro natural-paisagístico de uma região. Cada domínio possui sua área core, ou núcleo, com sua características morfoclimáticas e fitogeográficas, sendo separado de outro domínio por faixas de transição. No interior de cada domínio, podem ocorrer diversos tipos secundários de vegetação. É o caso de parte do domínio dos Cerrados, em que há florestas de galeria de Mata Atlântica. Esse modelo paisagístico foi um trabalho criado e desenvolvido pelo geógrafo e professor Aziz Ab’Saber ao longo das décadas de 1960 e 1970. Seu último trabalho publicado sobre o tema data de 2003. De acordo com a última publicação de Aziz Ab’Saber o Brasil é dividido em seis “domínios da natureza”: Amazônico, Cerrado, Mares de Morros, Caatinga, Araucária e Pradarias. Nos dias atuais, o ensino de Ciências utiliza muito a denominação realizada por ele. DOMÍNIO AMAZÔNICO: O domínio amazônico se localiza principalmente na Região Norte do país referente ao Estado da Amazônia e seus arredores, seu relevo é composto por planaltos, depressões e uma faixa latitudinal de planícies. O clima dessa região é o equatorial por estar próximo a Linha do Equador e caracterizado por temperaturas elevadas devida a alta incidência solar e altos índices pluviométricos. A vegetação do domínio Amazônico é perenifólia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e muito densa, o que impede a penetração de cerca de 95% da luz solar e, portanto, o desenvolvimento de herbáceas. Como a vegetação é bem fechada, a região possui um solo pobre em minerais e cuja superfície possui apenas uma restrita camada de matéria orgânica, conhecida como húmos, ou seja, a vegetação é fechada em cima e rasteira no solo. O solo dessa região é bem arenoso, porém, como as folhas que caem das árvores se depositam no solo e o húmos faz com que essa parte superficial do solo seja um pouco melhor. Mas, devido ao alto índice pluviométrico, a vegetação é bem verde e exuberante. O domínio Amazônico pode ser dividido em três subtipos: a mata de terra firme, que corresponde às áreas de terras mais altas, com árvores de grande porte que podem atingir 65 metros de altura; a mata de várzea, área de inundações periódicas de acordo com as cheias dos rios; e o igapó, uma área da floresta permanentemente alagada e onde se encontram espécies nativas, como a vitória-régia, planta adaptada a condições aquáticas. Atualmente, o desmatamento é a grande preocupação em relação ao domínio Amazônico, que vem sendo destruído por diversas atividades econômicas como o cultivo da soja e do gado. DOMÍNIO DA CAATINGA O domínio dos sertões secos, também conhecidocomo domínio da Caatinga, localiza-se na área central da Região Nordeste. Seu relevo é composto por planaltos e depressões, e seu clima é o semiárido, com altas temperaturas e baixos índices pluviométricos e mal distribuídos. Sua vegetação é xerófila, O Brasil é o maior exportador de soja e o segundo maior produtor, perdendo somente para o EUA. plantas com capacidade de armazenar água, geralmente espinhosa, adaptada a ambientes de clima seco e com capacidade de armazenar água em seu interior. A Caatinga, depois da Mata Atlântica e do cerrado, é o domínio mais alterado do Brasil e um dos mais ameaçados do planeta, com mais de 60% de sua vegetação desmatada e um acelerado processo de desertificação. As causas derivam muito da fragilidade hidrográfica do bioma, de sua pequena extensão em relação a outros domínios, e da utilização da região para práticas agrícolas e pecuárias. É importante destacar que, apesar de sua aparência inóspita, a vegetação da Caatinga é extremamente rica, com muitas espécies não catalogadas. DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS O domínio Tropical Atlântico, também conhecido como domínio dos Mares de Morros, está distribuído ao longo da costa brasileira, desde a Região Sul até a Região Nordeste. Seu relevo é caracterizado por serras, morros arredondados e planícies litorâneas e seu clima predominante é o tropical úmido, sem uma estação seca bem definida. A flora típica desse domínio é constituída por uma vegetação perene e latifoliada, com a presença de três estratos florestais (herbáceo, arbustivo e arbóreo), conhecida como Mata Atlântica. O domínio Tropical Atlântico, repleto de espécies endêmicas, foi o que mais sofreu os efeitos da devastação ambiental desde o Período Colonial. O motivo este relacionado à extração do pau-brasil, à expansão das atividades agrícolas (café) e ao crescimento urbano-industrial. Como consequência, restam apenas 7% da floresta original, distribuídos em blocos ao longo do litoral. DOMÍNIO DOS CERRADOS O domínio dos Cerrados, também conhecido como a Savana brasileira, está localizado na porção central do território brasileiro. Seu relevo é caracterizado pelos planaltos e chapadões do centro-Oeste brasileiro, e seu clima predominante é o clima tropical típico, com uma estação seca bem demarcada (no caso brasileiro, a época de seca ocorre no meio do ano, no inverno no Hemisfério Sul). A vegetação típica do Cerrado é arbustiva, com algumas árvores de médio porte afastadas umas das outras, com características de Savana, seus troncos e galhos tem aspecto retorcido e possuem uma casca grossa. DOMÍNIO DOS PLANALTOS DE ARAUCÁRIAS O domínio dos Planaltos de araucárias se localiza nas áreas com mais de 500 metros de altitude da região Sul do Brasil. Seu relevo é caracterizado por planaltos e chapadas, e seu clima predominante é o subtropical, marcado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, por verões quentes e pela forte atuação da massa polar atlântica, responsável pelos invernos frios, em que há congelamento do orvalho (geada). A vegetação típica desse domínio é conífera e aciculifoliada (com folhas em formato de “agulhas”), sendo conhecida como floresta das araucárias ou mata dos pinhais. Esse bioma, repleto de pinheiros da espécie araucária popularmente conhecidos como pinheiros-do-paraná, foi explorado ao longo do século XIX, principalmente por imigrantes italianos e alemães, para a construção de casas. CERRADO Originalmente cobrindo pouco mais de 20% do território brasileiro, o Cerrado é o segundo ecossistema mais modificado pela ocupação humana (atrás apenas da mata Atlântica). É considerado um dos 25 ecossistemas do planeta com alto risco de extinção, e sua destruição comprometeria bastante o abastecimento de água em todo o Brasil, pois abriga nascentes de importantes rios de três grandes bacias hidrográficas do país. Apesar de sua enorme importância biológica e humana, apenas 8% da área do Cerrado é protegida por Unidades de Conservação. Isso faz com que ele seja o bioma com o menor percentual de áreas protegidas. As causas para a redução de sua biodiversidade derivam do desmatamento associado à abertura de rodovias, à construção de Brasília na década de 1950 e às queimadas resultantes da expansão das atividades econômicas do agronegócio. É importante destacar que no Cerrado ocorrem incêndios (diferentes de queimadas) de origens naturais, que são muito importantes para a revitalização do bioma, pois algumas plantas necessitam de um choque térmico para a germinação das sementes. DOMÍNIO DAS PRADARIAS O domínio das Pradarias mistas, também conhecido como Campos, Pampas ou Campanha Gaúcha, se localiza na Região Sul do país, mais especificamente no estado do Rio Grande do Sul. Seu relevo é caracterizado por pequenas colinas levemente onduladas, conhecidas como coxilhas, e seu clima é o subtropical, com temperaturas mais baixas em relação às das demais regiões do Brasil, sendo marcado pela atuação da massa polar atlântica. Esse domínio é composto por uma vegetação rasteira, formada basicamente por herbáceas e gramíneas, com matas de galeria nas margens dos rios. Essa região exibe relevo suavemente ondulado, onde se desenvolvem práticas como a pecuárias extensiva e a agricultura da soja e do trigo. O pisoteio constante do gado e a prática da monocultura, respectivamente, têm levado à compactação e à redução da fertilidade do solo, gerando arenização. FAIXAS DE TRANSIÇÃO MORFOCLIMÁTICA As faixas de Transição morfoclimáticas são áreas intermediárias entre as regiões naturais que muitas vezes agrupam características de dois ou mais domínios morfoclimáticos. Além disso, essas áreas reúnem grande biodiversidade, pois nelas encontram-se diversas espécies de vários domínios. Como os climas, que não possuem limites abruptos entre si, a mudanças de uma vegetação para a outra ocorre de maneira gradual, gerando áreas de transição ou ecótonos. É o caso do Pantanal e da Mata dos Cocais. O complexo do Pantanal ocupa poucas partes do sudoeste do Mato Grosso, oeste do Mato Grosso do Sul, além da Bolívia e Paraguai. Sua paisagem apresenta vegetação bastante diversificada, composta de florestas, cerrados e até espécies típicas da Caatinga. O relevo é formado por uma vasta planície, com rios extensos e volumosos. O clima é quente, com uma estação chuvosa (de novembro a maio) e outra seca (de maio a outubro). Na estação chuvosa, os leitos dos rios transbordam e as águas inundam grande parte da planície. Já a floresta de transição entre o domínio seco da Caatinga, no Nordeste, o cerrado (ao Sul) e o domínio úmido da Amazônia é conhecida como Mata dos Cocais. Essa mata, que se encontra principalmente no norte dos estados do Maranhão e Piauí, destaca-se pela presença de duas espécies de palmeira: o babaçu, que pode atingir de 15 a 20 metros de altura e domina a porção oeste, próximo ao clima mais úmido da Amazônia; e a carnaúba, que também pode chegar a 20 metros de altura, predominando na porção leste, de clima mais seco da caatinga. A BIOSFERA É UM ORGANISMO GIGANTESCO Todos os ecossistemas estão interligados, e formam um sistema integrado de vida na superfície terrestre chamado BIOSFERA, por isso a Terra é considerada um planeta vivo, um organismo. Mas, o que mais importa é o todo, as partes só existem em função do conjunto. O DESAPARECIMENTO DOS DINOSSAUROS Os dinossauros são répteis gigantes que dominaram a vida na Terra por não haver rivais, inimigos naturais, à altura. A hipótese para a extinção deles mais aceita é a do choque de um imenso meteorito que teria atingido a Terra, o meteorito teria lançado tanta poeira na atmosfera que acabou impedindo durante algum tempo a passagem dos raios solares, modificando radicalmente o clima e destruindo muitos vegetais que serviam de alimento paraesses enormes répteis. A biosfera substituiu essas formas de vida por outras mais complexas ou diversificadas. O ser humano precisa do planeta e da biosfera para viver e sobreviver, mas esta não precisa de nós; ela poderia continuar sua evolução sem os seres humanos, do mesmo modo que continuou sem os dinossauros. A AÇÃO HUMANA E OS LIMITES DA BIOSFERA A mentalidade moderna é extremamente capitalista, por isso encara a natureza como um mero instrumento, como uma fonte de recursos a serviço da humanidade. Essa visão pragmática e utilitarista enxerga a natureza e o planeta apenas como uma coisa útil, de importância material, econômica. O capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada e no lucro. Para manter a interminável cadeia de produção do sistema capitalista é preciso que haja espaço à vontade e condições materiais inesgotáveis. A sociedade capitalista tem no consumismo seu grande ideal e para sua manutenção ocorre a desigualdade social e na destruição ambiental. Nesse caso, o trabalho do professor é de extrema valia. É ele o responsável por ensinar as crianças a pensar de forma crítica sobre os limites e riscos entre o consumismo e o Planeta Terra. O professor de Ciências, por exemplo, pode trabalhar vários conceitos com os pequenos como a questão da inversão térmica, a decomposição dos lixos, ilha de calor, efeito estufa, chuva ácida, consumismo, ideia de progresso do ser humano, aquecimento global e outros conceitos importantes que serão levados por eles para a vida. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO A primeira Unidade de Conservação a ser criada no território brasileiro foi o Parque Nacional do Itatiaia, em 14 de junho de 1947, por Getúlio Vargas. Essa Unidade de Conservação está situada na Serra da Mantiqueira e abrange os municípios de Itatiaia e Resende no estado do Rio de Janeiro, o Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais. O nome “Itatiaia” deriva do tupi e significa “pedra pontuda”. Com dimensão de 11.943 hectares, o parque possui vários rios integrantes das bacias ÍNDICE DE GINI: Criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de Janeiro, e do Rio Grande. O parque é dividido em duas partes: a parte alta, localizada na região do planalto só Itatiaia, onde se encontra o famoso Pico das Agulhas Negras e que tem como vegetação características os campos de altitude; e a parte baixa, que é caracterizada por sua vegetação exuberante de Mata Atlântica E possui diversas áreas apropriadas para banho. Atualmente, o Parque Nacional de Itatiaia é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio). As Unidades de Conservação (UCs) são áreas naturais possíveis de proteção por suas características especiais. Elas apresentam atributos naturais e relevantes e têm como objetivo preservar o patrimônio natural raro, singular de grande beleza cênica e/ou garantir a representatividade das variáveis ecológicas de diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e águas jurisdicionais. Além disso, é função dessas unidades assegurar às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais e ainda desenvolver atividades econômicas ecologicamente saudáveis ao meio ambiente. Em suma, são áreas altamente protegidas. No Brasil, esse direito é garantido aos cidadãos pela Constituição Federal de 1998, no art. 225: “ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao Poder Público e a coletividade o dever de defende-lo e preserva- ló para as presentes e futuras gerações. “Há que destacar que apenas reconhecer esse direito não é suficiente; faz- se necessário criar meios para realizá-lo, por meio de leis e instrumentos governamentais. Foi nesse contexto que surgiu o Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) em 2002. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO A proteção do meio ambiente é uma responsabilidade não só o Poder Público (Federal, Estadual e Municipal), mas também da iniciativa privada e de MEDIDA MITIGADORA: São aquelas estabelecidas antes da instalação do empreendimento, e visam à redução dos efeitos provenientes dos impactos ambientais negativos gerados por tal ação. Ex.: FURNAS toda sociedade civil. O SNUC é um sistema para organizar a criação e gestão das UCs ( no caso dos entes federados e da iniciativa privada) e para participar na administração e regulação do sistema (no caso da sociedade civil), possibilitando assim o desenvolvimento de estratégias conjunta para as áreas naturais e serem preservadas e a potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente. As UCs federais são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio) por todo o Brasil. Já as UCs estaduais e municipais são administradas por mecanismos ambientais próprios. No caso do estado do Rio de Janeiro por exemplo, a administração é feita pelo Instituto Estadual de Ambiente (Inea); e no município do Rio de Janeiro, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smac). PRESERVACIONISMO x CONSERVACIONISMO O preservacionismo e o conservacionismo podem ser vistos algumas vezes como sinônimos. No entanto, são correntes ideológicas que representam relacionamentos diferentes de ser humano com a natureza. Os preservacionistas tentem a proteger a natureza sem a interferência humano e sem pensar no uso da área que poderia ocorrer. Eles se preocupam em proteger a natureza salvando espécies, áreas naturais, ecossistemas e biomas, preservando- a independência do interesse utilitário e do valor econômico que a área possa ter. Já os conservacionistas acreditam que o ser humano faz parte da nossa natureza e, portanto, deve também fazer parte da conservação, conciliando sempre com o objeto de proteger determinada área. São os conservacionistas que defendem o desenvolvimento sustentável, segundo o qual as pessoas podem explorar os recursos naturais, porém, sem você esgota- lós. É a partir desses conceitos que o SNUC se organiza e agrupa as Unidades de Conservação em 12 categorias e 2 blocos, de acordo com os objetivos de manejo e tipos de uso: Proteção Integral (Preservacionista) e Uso Sustentável (conservacionistas). UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL Elas têm como principal objetivo preservar a natureza sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou danos a esses recursos. São exemplos desse uso recreação em contato com natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre outros. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL Elas têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, considerando a presença humana nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de forma a manter constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos. O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado ao mundo no ano de 1987, em um estudo realizado pela ONU, chamado de “Nosso Futuro Comum”. Nos últimos dois séculos, com o desenvolvimento da atividade industrial, houve um aumento muito grande da emissão de gases nocivos na atmosfera devido as queimadas, chaminés das fábricas, escapamentos dos veículos, aquecimento de residências no inverno. Esses são os principais responsáveis pela poluição atmosférica: Crescimento da população que ocasiona a expansão da indústria, entre os inúmeros gases tóxicos que poluem a atmosfera, aqueleque mais preocupa atualmente é o Gás Carbônico – Dióxido de Carbono CO2, a Concentração de CO2 aumentou após Revolução Industrial. EFEITO ESTUFA O efeito estufa é um fenômeno natural que retém o calor irradiado pela superfície do planeta, causando um aumento da temperatura das camadas atmosféricas inferiores. Esse fenômeno garante que a diferença de temperatura entre o dia e a noite na Terra não seja tão grande, e a existência da vida na Terra. Contudo, o desenvolvimento industrial aumenta a quantidade dos gases que causam o efeito estufa através de: fábricas, veículos, desmatamentos e queimadas. A camada de ozônio, localizada na estratosfera, é responsável pela filtragem dos raios ultravioleta do Sol. Nela há um buraco que é uma região da atmosfera em que a camada de ozônio é mais rarefeita. Os CFCs são um dos responsáveis pela diminuição da camada de ozônio e estão presentes, principalmente, em sprays e geladeiras. A crescente escassez de água potável no mundo, ou seja, apropriada para o consumo humano é resultante do grande crescimento populacional, da expansão industrial e urbana da poluição de rios, lagos, lençóis subterrâneos etc., do desmatamento e da compactação dos solos. Com a Revolução Industrial o volume de detritos despejados nas águas cresceu e superou a capacidade natural de autolimpeza e purificação dos rios e oceanos, deixando visível a poluição de rios, lagos, lençóis subterrâneos etc. Além disso, passou-se a lançar na água uma grande quantidade de elementos não biodegradáveis materiais que não se decompõem na natureza. A auto limpeza é a homeostase, ou seja, a capacidade de autorregulação e de mudar para manter o equilíbrio sempre que ocorrem alterações no ambiente. CONFERÊNCIAS As conferências sobre o meio ambiente são reuniões onde os maiores líderes do planeta comparecem para discutirem soluções relacionadas à conservação da natureza e elaborarem projetos de desenvolvimento sustentável. Durante o século XX, o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e das técnicas utilizadas em pesquisas de observação dos fenômenos naturais tornaram possíveis ao homem detectar os danos decorrentes da evolução capitalista e industrial. Áreas do conhecimento, como a ecologia, já apontavam para esse discurso no século anterior e consolidaram a base para diversos cientistas abrirem caminho para um “despertar da consciência ecológica”. Todo esse processo foi caracterizado, principalmente, pela adoção de práticas alternativas de desenvolvimento, que tinham como objetivo a preservação da natureza e de todos os seus recursos. Nesse contexto, surgiram as grandes conferências mundiais sobre o meio ambiente, que reúnem de tempos em tempos as lideranças globais. • CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO: Também conhecida como Conferência das Nações Unidos sobre o Meio Ambiente, foi realizada no ano de 1972, em Estocolmo, na Suécia. Essa foi a primeira conferência ambiental no. É considerada um marco histórico, pois, a partir dela, surgiram políticas de gerenciamento ambiental envolvendo o engajamento dos Estados na tentativa de diminuir os impactos ambientais negativos. Um dos resultados da Conferência de Estocolmo foi a Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, também chamada de Declaração de Estocolmo. Esse documento aborda sete questões principais e vinte e seis princípios referentes às responsabilidades dos países com a preservação do meio ambiente. Além da Declaração de Estocolmo, outro resultado dessa conferência foi o Plano de Ação para o Meio Ambiente, que compreende cento e nove recomendações. Esse plano convoca os países e as organizações internacionais a buscarem soluções e alternativas para os problemas que assolam o meio ambiente. Essa conferência também impulsionou a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nova instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar de assuntos ambientais. A criação desse programa foi determinante para dar continuidade aos debates sobre o meio ambiente. • ECO-92: Foi uma Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, ocorreu no Rio de Janeiro, Brasil. Os assuntos tratados foram: a poluição do ar e das águas, a destruição das florestas, o extermínio de animais, os perigos do armamentismo e a camada de ozônio e reconheceu que os problemas que antes tinham abrangência local eram, agora, globais. Um dos pontos abordados é o modelo de desenvolvimento vigente na sociedade, que visa à exploração máxima dos recursos naturais para obtenção de lucro. Constatou-se que esse modelo não conseguiria sustentar-se no século seguinte, em decorrência da escassez de recursos naturais. A Agenda 21, foi um dos principais resultados da ECO-92, é um documento aprovado na Declaração do Rio cujo objetivo é desenvolver uma proposta de ação que vise ao desenvolvimento sustentável. A ECO-92 visou a alcançar o desenvolvimento sustentável por meio da mudança dos padrões de consumo estabelecidos no modelo de desenvolvimento econômico vigente. Ficou também estabelecido que, em um período de dez anos, seria realizada uma nova conferência a fim de discutir e avaliar os resultados obtidos a partir das propostas apresentadas na ECO-92. • PROTOCOLO DE KYOTO Foi a terceira conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ocorreu em 1997 na cidade de Kyoto, no Japão. Mas, entrou em vigor somente em 2005. Teve por objetivo propor metas para a redução da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, responsáveis por acelerar a questão do aumento das temperaturas globais. Para que isso fosse possível, foram definidos compromissos e metas para todos os países, o que ficou conhecido como Conferência das Partes. Em 1995, ocorreu a Conferência das Partes I (COP-1) em Berlim. Em 1996, a COP- 2 em Genebra; e em 1997, foi realizada, em Kyoto, a COP-3, que resultou no Protocolo de Kyoto. O Protocolo de Kyoto estabeleceu metas para que os países reduzissem a emissão de gases de efeito estufa e foi uma das mais importantes determinações da conferência, pois definiu compromissos rigorosos a respeito do aquecimento global. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 2005, com a ratificação de 55 países responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa. É válido salientar que os três maiores emissores de gás carbônico, EUA, China e Índia, não assinaram o acordo, justificando que os compromissos iriam prejudicar a economia. • Rio +10: Ocorreu em 2002 em Johannesburgo, cidade da África do Sul. Foi uma conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Os assuntos tratados foram as diretrizes estabelecidas na ECO 92 sobre a biodiversidade, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Nessa conferência, realizada na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, foram debatidas questões a respeito da preservação do meio ambiente e foram discutidos também problemas de cunho social, como a pobreza. Um dos resultados dessa conferência foi a Declaração de Joanesburgo. Esse documento destacou problemas de ordem mundial associados à globalização, como a miséria e a fome. Além disso, reforçou que o empenho dos países deveria convergir para o estabelecimento do desenvolvimento sustentável. A Rio +10 também retomou os compromissos firmados na ECO-92, destacando o dever de cobrar dos líderes mundiais a prática das metas firmadas pela Agenda 21. Contudo, essa conferência não obteve resultados significativos, visto que os países desenvolvidos não concordaram em cancelar as dívidas dos países mais pobres. Além disso, os países que fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não assinaram o acordo que tinha como meta o uso de 10% de fontes energéticas renováveis. O principal ponto positivo dessa conferência está relacionado com o abastecimento deágua, visto que os países concordaram em reduzir pela metade, até 2015, o número de pessoas que não têm acesso à água potável. • Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas: Ocorreu em Nairóbi, no Quênia. O assunto tratado foi o Protocolo de Kyoto. • RIO + 20: Foi uma Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Ocorreu no Rio de Janeiro, no Brasil. Representou um retrocesso pois evidenciaram as dificuldades para conciliar crescimento econômico, preservação ambiental e justiça social, que são os pilares do desenvolvimento sustentável. Esse documento, além de reforçar o compromisso das conferências anteriores com o desenvolvimento sustentável, incentivou a criação das Metas de Desenvolvimento Sustentável, que se baseavam na Agenda 21, elaborada na ECO-92. Essas metas tinham por objetivo adequar a realidade dos países para que conseguissem atender às questões do desenvolvimento sustentável. De acordo com o documento, uma das principais medidas para alcançar-se essa sustentabilidade é por meio da erradicação da pobreza. A TERRA NÃO É O CENTRO DO UNIVERSO Antes do século XVI, pensava-se que o ser humano era uma criatura privilegiada e, portanto, deveria habitar um astro que ocupasse o centro do Universo. Hoje, existem pessoas que pensam que os demais seres vivos, animais e plantas, existem simplesmente em função dos seres humanos e, por isso, são vistos como meros recursos à nossa disposição. O ser humano é parte integrante da biosfera e, portanto, sofre as consequências das profundas mudanças que vem provocando no meio ambiente. CARTA AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos, um chefe indígena do século XIX percebeu claramente essa atitude pragmática dos conquistadores, que tomavam as terras dos nativos e destruíam a vegetação e a fauna. Em uma carta enviada ao então presidente norte-americano, ele dizia o seguinte: Como se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha […] Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos […] O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais em breve acontecerá com o homem. Há uma ligação em tudo […] Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. O que acontece com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo […] Sabemos que o homem branco não compreende os nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista prossegue seu caminho. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas […] Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto. Carta do chefe indígena Seattle escrita em 1854. A sobrevivência da humanidade depende da nova postura em relação à natureza. Mas existem governos e empresas que criam projetos nocivos ao meio ambiente. E eles vão continuar agindo assim se as pessoas continuarem passivas, apáticas, sem protestar contra esses atos. É importante lembrar que todo governo e toda empresa dependem dos cidadãos, dos consumidores, enfim, de toda a população. Por isso todos juntos temos uma enorme força que, muitas vezes, não usamos ou não sabemos usar.
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