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Pedagogia do Oprimido - Resumo

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RESUMO
No geral o livro Pedagogia do Oprimido nos apresenta um método de alfabetização dialético, defendendo o diálogo de forma simples, não somente como um método, mas como um modo de termos uma instituição de ensino democrática. 
Apresentando uma proposta de uma educação para liberdade, uma educação problematizadora que gere uma reflexão sobre a realidade e por consequência a ação na realidade, não uma educação bancaria (método que consiste em transmitir ao aluno verdades prontas).
O capítulo III tem como tema “A dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade” e demostra o quanto é importante o desenvolvimento do diálogo no processo educativo em oposição ao método bancário de transmissão de conhecimento. Na prática o método bancário, funciona assim: o professor questiona os alunos sobre o seu dia a dia, apresenta uma explicação ideológica para os problemas e insatisfações relatados, e depois discute com eles o que acharam desse conteúdo. Se os alunos discordarem da explicação, o professor argumenta em favor do seu próprio ponto de vista ideológico. Ao fim do diálogo, o professor conclui que os alunos que ele conseguiu convencer estão agora “conscientes” da sua “verdadeira” condição de oprimidos e explorados pela sociedade de classes. 
O diálogo não anula o “eu”, pois parte das nossas próprias experiências, mas em comunhão com o outro, que também trazendo sua experiência se constrói uma nova visão nessa troca de saberes. Assim a liberdade é alcançada, através de uma consciência crítica, onde o eu e o outro estarão em um constante diálogo na transformação da realidade. 
Freire defende a pedagogia do diálogo, “a palavra verdadeira seja transformar o mundo”, o educador não pode ser apolítico, se manter em uma situação confortável de comodismo que não desagrade ninguém, nem os opressores, nem estimule a consciência de oprimido em que o é.
Freire fundamenta o diálogo no amor e aborda também a práxis, que tem como dimensões: a ação, reflexão e ação transformadora. A palavra tem nesse sentido um valor de transformação, transformar o mundo e aos homens. E para libertar os oprimidos de sua condição de opressão, utiliza-se do diálogo. Sendo a palavra um direito de todos, e não um privilégio como muitos defendem e uma ação amorosa, pois: “Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens.”.
Para nos libertamos das garras dos nossos opressores precisamos encontrar no diálogo a nossa arma de defesa. O diálogo é a base, por via dele que conhecermos o outro, suas carências e necessidades. Se eu não escuto o outro eu não o conheço. A palavra é a chave da libertação do oprimido. E Freire volta ao tema do amor como fundamento para o diálogo.
Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que o funda. 
Então só é possível uma verdadeira educação através do diálogo, ninguém diz a palavra verdadeira sozinho. Não posso dialogar se me sinto superior, se quero impor a minha verdade. A proposta de diálogo é expor o meu ponto de vista e respeitar o ponto de vista do outro, para isso é preciso humildade, é preciso amor, compromisso amoroso e dialógico.
É extremamente danoso uma sociedade sem o diálogo, sem a troca de experiência, onde o “eu” é detentor da verdade absoluta, e o outro não deve interferir em seus conceitos. Sem diálogo a sociedade se divide e se torna alvo fácil dos opressores que induzem pessoas fragilizadas e egoístas, onde a liberdade será quase que impensável.
Para nos libertamos das garras dos nossos opressores precisamos encontrar no diálogo a nossa arma de defesa. A maioria das pessoas são coagidas a ficarem silenciadas, não podendo expressar suas opiniões tornando-se pessoas submissas aos detentores do poder da sociedade vigente. O diálogo é a base da comunicação, por via dele que conhecermos o outro, suas carências e necessidades. 
 Somente posso ouvir a voz de quem está ao meu redor se eu tiver amor ao mundo e aos homens, porque é praticando uma relação harmoniosa que saberei as suas necessidades. O diálogo é o encontro dos homens mediatizados pelo mundo. O mundo será o que me ligará aos outro homens e mulheres, nossas leituras de mundo nos farão reconhecer a importância da comunicação entre o eu e o tu.
 A educação tem que ser pautada na conversa, na comunicação entre professor e aluno e entre os colegas, assim a educação se tornará uma educação para a libertação onde todos terão direito em expressar suas opiniões.
Freire descreve também alguns elementos chave do seu “método”, como a utilização de temas geradores para fomentar o diálogo e o aprendizado. Segundo Freire, “investigar o ‘tema gerador’ é investigar, repitamos, o pensar dos homens referido à realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis”. Os temas geradores são importantes e devem partir sempre da realidade e não como a educação tradicional que se baseia em conteúdos pré-estabelecidos. Não é possível ensinar as pessoas simplesmente com palavras que não sejam do domínio do educando. A busca do tema gerador começa com diálogo, entre o educador e o educando sobre o que irá se dialogar. O que na educação bancária não aconteceria, pois o educador iria se perguntar a respeito do programa o qual dissertaria a seus alunos. “A educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B...”
Devemos então partir de que os temas geradores devem falar sobre uma situação concreta, presente, como problema que o desafie e lhe exija resposta, não só intelectual, mas também lhe exija ação. Podemos dialogar sobre a sua e a nossa visão de mundo, mas jamais impor a nossa visão. Por isso o conteúdo programático deve ser eleito por todos os envolvidos no diálogo.
Quando investigamos os temas geradores não investigamos os homens como se fossem objetos, mas o pensamento que se refere a realidade, como percebem esta realidade. A coleta desses temas que fazem parte do convívio social do povo que se quer ensinar. É possível vermos professores que acreditam que os conteúdos são mais importantes do que a experiência que o aluno traz da vida, o sujeito não tem um conhecimento e se faz necessário inserir os conhecimentos no indivíduo sem se preocupar com a historicidade. E os temas geradores são propulsores para novos diálogos. A investigação tem que construir-se na comunicação. Os temas geradores surgem da relação homem-mundo. Há temas que podem não terem sido sugeridos pelos educandos, mas que pela própria dialogicidade da educação podem ser sugeridos pelos educadores, a estes temas chamamos de “temas dobradiças”. Um programa que sai do povo fará com que ocorra uma identificação e não a estranheza, o professor deverá explicar a presença do “tema dobradiça” e sua significação. Através deste tema os envolvidos no diálogo demonstram sua consciência da realidade e este é um tema que abre portas para que surjam outros temas.
Com isso o autor nos mostra a importância do contexto social e cultural trazido pelo aluno à sala de aula. É a partir dessa reflexão da cotidianidade, dos elementos que compõem a realidade do aluno que deverá ser baseado o conteúdo programático da educação, como propõe Paulo Freire. Dessa forma a aprendizagem ocorrerá de forma mais rápida, pois é mais fácil trabalhar com palavras que estejam no dia a dia do povo, onde eles naturalmente veem o sentido. “Nosso papel não é falar ao povo sobre nossa visão de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas dialogar com ele sobre a sua e a nossa”. O método da dialogicidade ganha importância ao conceder aos participantes do processo de ensino e aprendizagem a liberdade de expressão. Aqui o direito de refletir já não está restrito ao professor que repassa sua visão de mundo, sua realidade, mas abre-se espaço para que o aluno também possa expressar sua percepção da realidade.
Vemos assim como Freire construiu um importante instrumento educativo na formação de uma consciência do povo na transformaçãosocial: uma educação do povo para o povo e com o povo.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987
CONCLUSÃO 
A base para uma educação transformadora é o diálogo, a problematização que gere reflexão. Nos faz compreender sobre a prática da liberdade com uma nova pedagogia de ação reflexiva e crítica, abrindo fronteiras para o pensar do homem , e isso tudo se deve na comunicação com o outro, ou seja, no diálogo.
Porém a reflexão sem ação é inútil, tanto quanto é inútil a ação sem reflexão. O povo precisa saber pelo que agir, fazer essa descoberta. Ao educador cabe auxiliar nessa descoberta problematizando situações, interrogando, pesquisando, mas o educador não pode apenas investigar, mas sim tentar enxergar a situação do ponto de vista do investigado.
Ao analisar essa obra de Freire, percebe-se que até hoje, em nossas escolas, o conceito de educação problematizadora ainda não conseguiu ser implantada. O professor formador de conscientização vive um drama entre ensinar o que pensa ou cumprir com o currículo que lhe é imposto pelos órgãos educacionais. Vive pesquisando para preparar uma aula que muitas vezes os alunos nem param para ouvir por que o conteúdo que o professor tem que cumprir não condiz com a realidade que seus alunos vivem. Então podemos entender que o sistema educacional de hoje também continua a disseminar a opressão. Não tanto por causa do professor, mas pelas condições de trabalho que lhes é imposto. O educador hoje é tão vítima como o oprimido, pois é meramente mais um deles.
 Na teoria o discurso de Freire é realmente encantador e nos faz analisar essa educação libertadora e dialógica que amplia o senso crítico e faz-nos acreditar como seres iguais na capacidade de absorver, transformar e desenvolver novos conhecimentos, porém, sabemos que a realidade vivenciada é total e/ou parcialmente diferente. E que para que tal discurso possa se efetivar de fato, na prática, é preciso colaboração, união e organização das classes populares, em diálogo permanente para a transformação da realidade opressora em que vivemos.

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