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FUENTES Princípios de Neurociências e Neuropsicologia

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Curso de Especialização e 
Extensão em Neuropsicologia
Introdução à Neuropsicologia
Daniel Fuentes Ph.D.
Ex-Diretor do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia
Instituto de Psiquiatria - HC – FMUSP
Coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto Neurológico 
do Hospital Beneficência Portuguesa
secretariafuentes@gmail.com
Introdução à Neuropsicologia
Aspectos gerais:
• A Neuropsicologia constitui uma área de 
conhecimento e prática clínica que tem como 
objetivo básico estabelecer a relação entre 
comportamento e funcionamento mental.
• O termo Neuropsicologia surge 
primeiramente com Osler (1913), porém a 
preocupação em compreender a relação 
Cérebro x Comportamento remonta aos 
homens primitivos.
• Há milhares de anos os homens ligam o cérebro às 
funções mentais. Os homens primitivos observavam 
que fortes traumas cranianos eram responsáveis pela 
perda de consciência e de memória, por convulsões e 
alterações da percepção e do comportamento. 
• A mais antiga cirurgia realizada é a trepanação.
Arqueólogos encontraram praticamente em todo o 
mundo milhares de crânios com buracos cirúrgicos.
Histórico
Há 40.000 anos atrás, no período neolítico, já eram 
realizadas cirurgias no crânio.
Crânios trepanados do Neolítico 
Histórico: trepanações...
As trepanações eram realizadas para aliviar 
sintomas mentais, para retirar os demônios e 
espíritos ruins que os médicos antigos acreditavam 
serem os responsáveis pela loucura e doença do 
cérebro. 
Histórico: trepanações...
Trepanação realizada em um 
crânio na América do Sul 
(astecas)
Histórico: trepanações...
Faca de trepanação asteca de bronze 
e ouro (1200-1400 ac)
Trépanos de metal 
da Grécia antiga
Serra de trepanação 
do século 19
Histórico - Antigo Egito:
• As primeiras e mais importantes informações 
sobre as cirurgias cerebrais foram extraídas do 
famoso Papiro Cirúrgico de Edwin Smith (Egito -
1.600 AC)
• Nele são descritos 30 casos clínicos de trauma 
cranioencefálico e da medula, contendo as 
primeiras descrições conhecidas das suturas 
cranianas, da superfície externa do cérebro, do 
fluido cerebroespinal e das pulsações 
intracranianas.
Histórico - Antigo Egito:
• Tal papiro descreve como as lesões cerebrais eram 
associadas a mudanças da função de outras partes do 
corpo, especialmente as dos membros inferiores, tais 
como contraturas hemiplégicas, paralisias, 
incontinência urinária, etc.
Histórico: Grécia antiga:
• Alcmeon, Demócrito, Diógenes, Platão e Teófrasto 
acreditavam que o cérebro detinha o comando das 
atividades corporais e era tido como responsável 
pelas sensações e pensamentos (sec. V AC) 
Histórico - Grécia antiga:
• Hipócrates (460-379 AC) descreve de maneira 
surpreendente a relação entre o cérebro e a mente:
"Deveria ser sabido que ele é a fonte do nosso prazer, alegria, 
riso e diversão, assim como nosso pesar, dor, ansiedade e 
lágrimas, e nenhum outro que não o cérebro. É 
especificamente o órgão que nos habilita a pensar, ver e 
ouvir, a distinguir o feio do belo, o mau do bom, o prazer 
do desprazer. É o cérebro também que é a sede da loucura 
e do delírio, dos medos e sustos que nos tomam, muitas 
vezes à noite, mas ás vezes também de dia; é onde jaz a 
causa da insônia e do sonambulismo, dos pensamentos que 
não ocorrerão, deveres esquecidos e excentricidades".
Histórico - Grécia antiga:
• Aristóteles discorda de seus contemporâneos 
e retoma a noção bastante antiga de que a 
sede das emoções seria o coração. Até hoje 
somos influenciados por esta noção (símbolo 
do amor –coração)
• Posteriormente, Galeno (sec. II AC) um 
estudioso e dissecador, refuta as idéias de 
Aristóteles e propõe que a massa cerebral é 
responsável pelas atividades mentais. 
Histórico - Idade Média:
• Período ainda caracterizado por uma concepção 
metafísica das funções cerebrais.
• Reina a teoria dos spiritus: spiritus naturalis
(fígado) → spiritus vitalis (pulmões)→ spiritus 
animalis (cérebro).
• Descartes (sec. XVII): glândula pineal é a sede 
da atividade mental (esta estrutura foi escolhida 
por ser um órgão único, as demais estruturas 
cerebrais são bilaterias). 
Histórico – Idade Moderna:
Busca de um substrato material dos 
processos psíquicos.
• Meyer - memória → córtex cerebral; 
imaginação e juízo → substância branca; 
vontade → regiões basais; corpo caloso + 
cerebelo → integração de todas as funções.
Histórico:
século XIX - Auge do localizacionismo
Joseph Gall:
• Afirmou categoricamente que o cérebro era o órgão do 
espírito, ou seja era responsável pelos sentimentos e 
pela faculdades mentais.
➢ Foi o primeiro a descrever as diferenças entre a 
substâncias cinzenta e branca do cérebro. 
➢Gall fundou a Frenologia (ciência que acreditava que o 
cérebro era constituído por um agregado de órgãos. 
Cada um desses órgãos possuía uma faculdade 
psicológica específica – os “centros”). 
Histórico - Frenologia (continuação):
• Gall e seus seguidores identificaram 37 faculdades mentais 
e morais que pensavam estarem representadas na superfície 
do crânio ( as proeminências externas do crânio refletem a 
forma interna do cérebro). 
• Portanto, a forma do cérebro podia ser utilizada para dia-
gnosticar faculdades mentais particulares de um indivíduo.
FRENOLOGIA
Grande parte das faculdades 
mentais identificadas referia-
se a características de 
personalidade, tais como 
firmeza, cautela, 
espiritualidade, amabilidade, 
etc.
Histórico:
Histórico:
• Flourens (1820): ao contrário de Gall afirma 
que as funções mentais não eram dependentes 
de partes específicas do cérebro, mas que este 
funcionava como um todo. 
• Séc. XIX: Os neurologistas Paul Broca, na 
França e Karl Wernicke, na Alemanha, 
chamam a atenção do mundo da medicina 
com estudos sobre doentes com lesões 
cerebrais. 
Histórico:
• Broca (1861): surgimento da Neuropsicologia 
Moderna → H.E. cumpre um papel dominante 
na produção da linguagem.
• Wernick (1874):
» centro das imagens sonoras da linguagem 
(compreensão da linguagem).
» área descrita por Broca: centro da representação 
motora da linguagem.
Histórico:
Caso: Phineas Gage – 1848
• 25 anos de idade e supervisor da construção de 
ferrovias em Vermont, EUA. 
• enquanto estava preparando uma carga de pólvora 
para explodir uma pedra, distraidamente socou uma 
barra de aço no buraco. A explosão resultante 
projetou a barra (de 2.5 cm de diâmetro e mais de 
um metro de comprimento) em alta velocidade 
contra o seu crânio. A barra entrou pela bochecha 
esquerda, destruiu o olho, atravessou a parte frontal 
do cérebro, saindo pelo outro lado do topo do 
crânio.
Histórico:
• Phineas Gage – 1848:
Histórico - Phineas Gage: 
• Gage perdeu a consciência imediatamente e 
começou a ter convulsões. Porém, ele recuperou a 
consciência momentos depois, e foi levado a médico 
local, John Harlow. Incrivelmente, ele estava 
falando e podia caminhar. 
• Cage perdeu muito sangue e teve problemas de 
infecção. Todavia, sobreviveu à terrível lesão e se 
recuperou bem, fisicamente.
Histórico - Phineas Gage:
• pouco tempo depois Phineas começou a ter mudanças 
surpreendentes na personalidade e no humor. Ele 
tornou-se extravagante e anti-social, praguejador e 
mentiroso, com péssimas maneiras, e já não conseguia 
manter-se em um trabalho por muito tempo ou planejar 
o futuro. "Gage já não era Gage", disseram seus 
amigos. 
➢O caso de Gage mostrou que existiam sistemas no 
cérebro humano mais dedicados ao raciocínio; às 
dimensões pessoais e socais do raciocínio. 
➢ "Gage foi o início histórico dos estudos das bases 
biológicas do comportamento“. (Antônio Damasio)
Histórico
Séc. XX - Duas grandes correntes: 
» Subordinação das funções isoladas às 
regiões concretas do encéfalo (cérebro 
como um conjunto de órgãos ou centros 
funcionais) → localizacionismo.
» Cérebro como um conjunto que origina 
uma atividade psíquicaúnica e que não se 
decompõe →Integracionismo.
Histórico: localizacionismo X intregracionismo
• Neuroanatomista Korbinian Brodmann 
(1909): diferenciação histológica e grande 
número de regiões estruturais = separação 
espacial das funções. 
Mapa citoarquitetônico 
de Brodmann
Histórico: localizacionismo X intregracionismo
Lashey (1929): 
• estudo com ratos lesionados em tarefas de labirintos.
• A organização cerebral é mais dinâmica e envolve o 
todo o “Sistema Cerebral”. 
Outros autores integracionistas, partindo de suas 
investigações sobre a linguagem, afirmam que os 
complexos sistemas de semântica e de abstração não 
se restringem a regiões ou sistemas, mas envolvem 
toda a massa cortical. 
Histórico:
Goldstein (1934): 
• Cunha o termo NEUROPSYCHOLOGICAL 
para se referir a processos de pensamentos 
aberrantes em pacientes com lesões 
cerebrais. 
• Era nomeado o novo campo de investigação 
e tratamento (já em exercício), relacionando 
sistematicamente o conhecimento da 
Psicologia e da Neurologia. 
Histórico:
Penfield (1947): 
• Confirmou o papel das áreas de Broca e Wernicke 
com estimulação elétrica de cérebros vivos antes da 
cirurgia para epilepsia. 
• Com esta técnica fez o mapeamento das área somato-
sensitivas primárias 
Foot
Hip
Trunk
Arm
Hand
Face
Tongue
Larynx
Histórico:
Caso H.M. (1953):
• Paciente com epilepsia intratável. 
• Neurocirurgião Willian Scoville, removeu as 
partes internas do lobo temporal em ambos 
os lados do cérebro. 
• Após a operação, HM parecia normal. 
Mantinha uma conversa normal e teve um 
desempenho tão bom em testes de 
inteligência quanto antes da operação. 
Histórico:
• Todavia, HM esquecia de suas experiência 
diárias assim que elas aconteciam. Não 
conseguia lembrar-se de conversas tidas 
minutos antes; não conseguia reconhecer 
médicos que o tratavam diariamente; quando 
se mudou para uma casa nova não conseguiu 
aprender o endereço novo, nem achar 
sozinho o caminho de casa. 
• Conseguia lembrar-se de seus primeiros anos 
de vida e reter pequenos volumes de material 
durante breves períodos. 
Histórico:
•Millner (1957): correlaciona memória ao hipocampo.
Histórico:
MacLean (1957):
• introduziu o termo Sistema Límbico
• contribuiu para o estudo das especializações 
hemisféricas. 
Histórico:
• Na década de 60, Roger Sperry e Joseph Bogen, 
da Cal Tech, inventaram um tratamento radical 
para epilepsia grave: cortar o corpo caloso, 
numa cisão cerebral. 
Esse tratamento avançou o conhecimento 
sobre a lateralização cerebral.
Histórico:
H. E. 
Linguagem
Atividades lógicas
Pensamento linear
Analítico
Preciso
Sensível ao tempo
H.D.
Percepção da forma e do 
espaço (Atividades espaciais)
Pensamento analógico
Holístico
Simbólico
Percepção sensorial
Música 
Histórico: a Psicometria
Paralelamente ao desenvolvimento das neurociências, 
desenvolve-se também a Psicometria. 
Séc. XIX:
• Esquirol (1838): 
➢ distinção entre indivíduos que nunca desenvolveram as 
capacidades intelectuais e indivíduos “doentes mentais” 
que perderam as habilidades que antes possuíam. 
➢Métodos de avaliação baseados em aspectos físicos e 
mentais.
Histórico: a Psicometria
• Galton (1884): estabelece o laboratório psicométrico 
em Londres. Desenvolve testes de discriminação 
visual e coordenação motora.
• Pearson: desenvolve cálculos estatísticos e 
correlações para determinar a fidedignidade das 
observações experimentais. 
• Kraepelin: introduz testes complexos para avaliar 
percepção, memória, funções motoras e atenção. 
• Binet e Simon (1905): primeiro teste de inteligência 
prática: Escala de Inteligência Binet-Simon.
Histórico: a Psicometria
• Terman (1916): revisa a escala Stanford-Binet 
e adota o conceito “Quociente Intelectual” 
(relação entre idade mental e cronológica)
• David Wechsler (1936): publica sua primeira 
escala marcando início de uma série de baterias 
de inteligência e memória.
Histórico – técnicas de neuroimagem
• Evolução das técnicas de neuroimagem, 
tanto estruturais como funcionais →
contribuições para a Neuropsicologia 
clínica e localização de lesões.
Histórico – técnicas de neuroimagem
CT MRI SPECT
PET fMRI
Neuropsicologia
Contudo, que informações faltam nos exames de 
neuroimagem? 
As dimensões do comportamento: 
1. Cognição 
percepções, representações, pensamentos, 
conhecimentos e lembranças
2. Emoção
sentimentos e motivação
3. Funções executivas
como o comportamento é expressado
Histórico – Neuropsicologia
A construção de instrumentos para avaliação das 
funções mentais e a evolução das técnicas de 
neuroimagem permitiram o estudo aprofundado das 
relações cérebro-comportamento. 
• Halstead (1947): nos EUA, juntamente com seu aluno 
Reitan, desenvolvem uma bateria de testes para 
identificar indivíduos portadores de disfunções 
cerebrais – Bateria Halstead-Reitan.
• Luria (1966): na União Soviética, examinou pacientes 
com lesões adquiridas na Segunda Guerra Mundial. 
Histórico – Neuropsicologia 
Luria
• Visão dinâmica do funcionamento cerebral.
• Funções psíquicas superiores constituem sistemas 
funcionais complexos, cada um tendo sua participação 
no conjunto como um todo (Sinfonia).
• Teoria dos sistemas funcionais: 1) Unidade de atenção 
(sist. Reticular), 2) Unidade Sensorial (áreas primárias, 
secundárias e terciárias), 3) Unidade de Planejamento 
(áreas primárias, secundárias e terciárias).
Histórico : Neuropsicologia 
• Freud (1891): On Aphasia. O livro apresenta um modelo 
neuropsicológico especulativo para as funções de 
linguagem em indivíduos normais e indivíduos doentes.
• Brenda Milner (dec. 50 →): em Montreal, desenvolveu 
estudos sistemáticos nos quais aplicava testes da 
Psicologia Clássica em pacientes epilépticos submetidos à 
cirurgia.
• Geschwind (EUA): relacionou a lateralidade cerebral a 
doenças imunológicas e a casos de distúrbio de 
desenvolvimento, como por exemplo, a dislexia. 
Histórico : Neuropsicologia
Mesulam: 
• Re-mapeou o cérebro a luz dos conhecimentos 
modernos. 
• Propõe que as fundações estruturais dos 
domínios cognitivo e comportamental tomam a 
forma de redes de larga escala, parcialmente 
superpostas que são organizadas em torno de 
epicentros corticais reciprocamente 
interconectados. 
Histórico : Neuropsicologia
Mesulam:
• Os componentes das redes podem ser dividir em áreas 
críticas e áreas participativas.
• As lesões que prejudicam irreversivelmente a 
performance num determinado domínio cognitivo ajuda a 
identificar os componentes da rede que são críticos para 
sua integridade. 
• Enquanto que as ativações obtidas pelos métodos de 
imagem funcional, que são feitas quando um sujeito está 
realizando uma tarefa de um determinado domínio, 
revelam as áreas que participam na sua coordenação. 
Histórico : Neuropsicologia
Mesulam:
Pelo menos 5 redes de larga escala são identificadas no 
cérebro humano: 
1- uma rede no H.D. dominante para atenção espacial, 
cujo epicentro está na córtex parietal dorsal posterior, 
nos campos visuais frontais e giro-cíngulo.
2- uma rede no H.E. dominante para linguagem cujo 
epicentro está nas áreas de Wernick e Broca. 
3- uma rede de memória e emoção cujos epicentros estão 
nas regiões hipocampais entorrinais e no complexo 
amigdalóide 
Histórico : Neuropsicologia/Mesulam
Mesulam: 
4- uma rede de funcionamento executivo e 
comportamental cujos epicentros se encontram 
na córtex pré-frontal lateral, córtex órbito-
frontal e córtex parietal posterior.
5- uma rede de identificações de faces e objetos
cujos epicentros se situam na córtex temporal 
lateral e temporopolar. 
Histórico : Neuropsicologia
• Elizabeth Warrington (Inglaterra): elaborou 
vários testes de memória, pesquisou sobre as 
diferenças entre a evocação e o reconhecimento, 
realizou estudos detalhados sobre as correlaçõespatológicas dos subtestes do WAIS-R. 
Histórico : Neuropsicologia
Daniel Schacter (EUA): 
• pesquisa comportamentais e de neuroimagem 
envolvendo vários aspectos da memória.
• Sistematizou os sistemas e as falhas de 
memória. 
Histórico : Neuropsicologia
Daniel Schacter: 
As falhas de memória podem ser classificadas da 
seguinte maneira: 
• Transitoriedade: enfraquecimento da memória com 
o passar do tempo.
• Distração: interface entre a memória e a atenção. A 
informação não é recuperada, porque nunca foi 
registrada.
• Bloqueio: não conseguir resgatar uma informação no 
momento necessário (sensação de estar com a 
informação na “ponta da língua”)
Histórico
Atualidade
• A concepção de que funções elementares são 
regionalmente delimitadas se une a idéia de 
uma interconectividade de redes neuronais 
multifuncionais. Ou seja, quanto mais 
complexa a função, mais regionalmente difusa e 
quanto mais elementar mais delimitada.
Neuropsicologia
Avaliação neuropsicológica:
aplicação de testes e interpretação cuidadosa 
dos resultados 
+
análise da situação atual e do contexto do 
indivíduo 
Neuropsicologia
Avaliação neuropsicológica: 
• Permite aferir competências, inferir déficits 
sutis, estabelecendo um ponte entre função, 
emoção e comportamento. 
• Um déficit cognitivo pode causar 
deteriorações sociais e perda de auto-estima.
• É importante saber investigar e reconhecer 
um déficit orgânico, perceptivo ou cognitivo, 
para poder dar o melhor encaminhamento 
para o problema. 
Neuropsicologia 
• Desta forma a avaliação neuropsicológica 
tem uma participação importante no 
diagnóstico diferencial de demências, 
depressão e outros déficits cognitivos.
Neuropsicologia
Conclusão
• O desenvolvimento futuro das pesquisas do 
substrato neuronal e funções mentais 
superiores conduzirá não somente a uma 
melhor compreensão de lesões e conseqüentes 
transtornos cognitivos, como também capacita 
o estabelecimento de procedimentos de 
Reabilitação Neuropsicológica.
Indicações para Investigação Neuropsicológica
• Neuropsicologia: ramo das neurociências que 
estuda as relações entre o cérebro e o 
comportamento. Tem aplicações práticas e 
teóricas.
• Racional subjacente: a interação dos 
indivíduos com o meio se faz através do SNC. 
O potencial adaptativo é determinado pela 
capacidade de receber, analisar, armazenar e 
responder à estímulos internos e externos.
Indicações para Investigação Neuropsicológica
• Capacidades: podem se reduzir ou modificar 
dependendo das circunstâncias. Identificando 
e medindo de forma controlada forças e 
fraquezas no funcionamento dos indivíduos, a 
investigação estabelece as bases para:
diagnóstico
revelar alterações cerebrais não suspeitadas
prever riscos a certos tipos de tratamento
planejamento das intervenções 
(re) estabelecer a Qualidade de Vida
Indicações para Investigação Neuropsicológica
• Aplicações práticas:
a) condições nas quais ocorreram prejuízos ou modificações 
cognitivas, afetivas e sociais, devido a eventos que atingiram 
primária ou secundariamente o SNC.
b) condições nas quais o potencial adaptativo não é suficiente
para o manejo da vida prática, acadêmica, profissional ou 
social, pelo fato dos indivíduos apresentarem formas e 
organizações de suas funções mentais diferentes ou 
discrepantes do que é esperado.
c) condições geradas ou associadas a uma desregulação no 
balanço bioquímico ou elétrico do cérebro, decorrendo disto 
modificações ou prejuízos cognitivos/ afetivos.
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário 
ou secundário no SNC: 
* TCE
* Tumores Cerebrais
* Epilepsia 
* AVC
* Demências
* Desordens Tóxicas 
* Doenças Endócrinas e Desordens Metabólicas 
* Deficiências Vitamínicas 
* Outras Desordens
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: TCE
Questões que podem suscitar a indicação:
não há sequelas, mas o indivíduo não consegue
retomar escola, trabalho, vida social, no nível prévio.
há sequelas ( leves ou graves) e necessidade de 
estabelecer mudanças na vida.
há deterioração após período de estabilidade.
aparecem mudanças no comportamento/ quadro 
psicótico. 
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: TCE
jovem de 17 anos; sofreu TCE há 6 anos, em coma por 3 
meses. Recobrou consciência com déficits severos e esteve 
em reabilitação continuamente
nunca recobrou movimentação independente (em parte 
pela ataxia), nem a memória recente, mas o 
comportamento social e afetivo era apropriado
antes do acidente era criança inteligente, bem humorada, 
piadista, “um ator”. Após o acidente ficou estável por 3 
anos
Indicações para Investigação Neuropsicológica
Na escola, ultimamente: 
• queixas de que quando não falavam diretamente 
com ele, gesticulava, tinha solilóquios, ria sem 
motivo
• tinha reações agressivas e estava sarcástico, 
masturbava-se em público
A indicação para exame era apropriada e os objetivos 
eram fazer diagnóstico diferencial entre demência, 
psicose ou outros, fornecer orientação para os passos 
seguintes e plano para o tratamento.
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: Tumor Cerebral
Questões que podem suscitar a indicação:
aparecimento de déficits cognitivos
quadro psiquiátrico em personalidade pré-mórbida
normal
intensificação de quadro psiquiátrico, sem resposta à 
medicação
oscilações bruscas de humor e comportamento 
necessidade de estabelecer mapeamento cognitivo
necessidade para estabelecer plano cirúrgico
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou secundário 
no SNC: Tumor Cerebral
senhora, 79 anos, sem história prévia, mas ansiosa, “muito 
organizada”, com quadro depressivo há 4 anos desde doença 
terminal do marido, intensificado após sua morte. Não 
reagiu à tratamento clínico, mesmo com substituição dos 
A.D.
vem se queixando da memória; ficou “indecisa”, atrapalha-
se nos trabalhos de crochê, entra em dúvida ao fazer as 
coisas não sabendo se fez certo ou não
RNM mostrou meningioma F., E.
Questões que o quadro atual suscitou: os déficits cognitivos 
estão associados à depressão, à medicação ou ao tumor?
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: Tumor Cerebral 
senhor de 38 anos, ocupando alto cargo executivo, 
desenvolveu crises convulsivas há 5 anos, 
posteriormente controladas com A.C. 
RNM da época: mostrou imagem cística em região F.D.; 
foi acompanhado evolutivamente. RNM recente: massa 
expansiva na região fronto-basal, não se optando por 
cirurgia
previamente sempre foi inseguro e ansioso, mas com 
êxito na vida acadêmica, profissional e social
desde o início do quadro: variações intensas de humor, 
bloqueios sutis ao falar, a letra mudou; não consegue se 
concentrar e não memoriza detalhes
Indicações para Investigação Neuropsicológica
Questões suscitadas pelo quadro: 
• quão grave é o quadro cognitivo?
• Deve ser orientado a parar de trabalhar? 
• Quais as medidas a serem sugeridas ao 
paciente?
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou
secundário no SNC: Epilepsia
Questões que podem suscitar a indicação:
EEG normal ou não consistentemente localizado
discriminar área epileptogênica
contradição entre lesão e EEG 
distúrbios cognitivos decorrem de descargas ou A.C.?
verificar resposta cognitiva ao tratamento
determinar a dominância cerebral para linguagem
prever antecipadamente riscos com a cirurgia
prever evolução após tratamento cirúrgico
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou secundário no 
SNC: Epilepsia 
senhora de 38 anos, apresentaCPC não controláveis desde os 
12 anos, que se iniciam com fraqueza, tontura, taquicardia, 
evoluindo para TCG. Pós-ictal: sono, confusão mental, 
cefaléia (por 2h).
RMN: assimetria hipocampal < à D.
SPECT: temporal mesial E.
EEGs: temporais - ora à D., ora à E.; um F.T.E.
TC: normal
Questões suscitadas pelo quadro: há déficits cognitivos 
congruentes com os exames de imagem? Qual é a localização?
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: Demências
Questões que podem suscitar a indicação:
déficits cognitivos sugerem demência ou outra coisa?
demência é cortical ou subcortical?
qual a resposta a tratamentos com droga?
qual a orientação a ser fornecida à família?
qual o plano da reabilitação?
Indicações para Investigação Neuropsicológica
a) Condições decorrentes de impacto primário ou 
secundário no SNC: Demência 
senhor, 75 anos, apresentando distúrbio progressivo de 
memória há 3 anos, recebeu diagnóstico de D.A.
foi pressionado a interromper suas atividades profissionais 
e a passar seu negócio para os filhos. Sob o pretexto do 
diagnóstico, sua conta bancária foi esvaziada, o que gerou 
medidas judiciais. 
o diagnóstico foi solicitado tanto por um novo médico, 
como pelo advogado.
Questões suscitadas: os déficits cognitivos sugerem D.A.? 
A crítica atual está preservada? Os déficits de memória 
são de que extensão? Ele deve sofrer impedimento legal?
Indicações para Investigação Neuropsicológica
b) Condições nas quais o potencial adaptativo não 
é suficiente para o manejo da vida prática, 
escolar/ profissional/ social:
Transtornos Específicos do Desenvolvimento
Transtornos Pervasivos do Desenvolvimento
Retardo Mental
Outros
Indicações para Investigação Neuropsicológica
b) Condições nas quais o potencial adaptativo não é 
suficiente para o manejo da vida prática, escolar/ 
profissional/ social: Transtornos Específicos do 
Desenvolvimento
As indicações incluem:
prover dados para diagnóstico diferencial (ex: 
T.E.D.; R. M.)
delimitar a disfunção principal e seus efeitos 
secundários (ex: D.A.; Dislexia; Distúrbio Motor -
impacto sobre a cognição e conação)
orientar tratamentos (ex: medicação para uso de 
estimulantes/ antidepressivos e/ ou terapia 
cognitiva, treinos específicos em ADD)
mapear a resposta a tratamentos
Indicações para Investigação Neuropsicológica
b) Condições nas quais o potencial adaptativo não é 
suficiente para o manejo da vida prática, escolar/ 
profissional/ social:
Transtornos Pervasivos do Desenvolvimento:
Autismo
Retardo Mental
Questões que podem suscitar a indicação:
dúvida diagnóstica
delimitação e mapeamento de déficits x forças cognitivas
orientação para a escola, profissão e para família
orientação para o tipo de terapia (reabilitação, fono, etc.)
Indicações para Investigação Neuropsicológica
c) Condições geradas ou associadas à 
desregulação bioquímica ou elétrica do 
cérebro, ou decorrentes de fatores 
etiológicos desconhecidos:
Transtornos afetivos
Epilepsias sem causa conhecida
Esquizofrenia 
Transtornos de Personalidade
Indicações para Investigação Neuropsicológica
c) Condições geradas ou associadas à desregulação 
bioquímica ou elétrica do cérebro, ou decorrentes de 
fatores etiológicos desconhecidos: Transtornos Afetivos
Questões que podem suscitar a indicação: 
baixa resposta aos tratamentos
diagnóstico diferencial depressão x demência inicial
queixas cognitivas persistentes após melhora do humor
monitorização do tratamento
antever risco de estado confusional prolongado e delirium 
após ECT
Indicações para Investigação Neuropsicológica
c) Condições geradas ou associadas à desregulação 
bioquímica ou elétrica do cérebro, ou decorrentes de 
fatores etiológicos desconhecidos: Epilepsias sem 
causas conhecidas
Questões que podem suscitar a indicação: diagnóstico 
diferencial (Landau-Kleffner x Afasia ou Psicose)
Indicações para Investigação Neuropsicológica
c) Condições geradas ou associadas à desregulação 
bioquímica ou elétrica do cérebro, ou 
decorrentes de fatores etiológicos desconhecidos: 
Esquizofrenia
Questões que podem suscitar a indicação:
delimitar síndromes neuropsicológicas e subtipos 
de Esquizofrenia
delimitar forças e fraquezas cognitivas visando 
orientação 
monitorar efeito de drogas
Indicações para Investigação Neuropsicológica
c) Condições geradas ou associadas à desregulação 
bioquímica ou elétrica do cérebro, ou decorrentes de 
fatores etiológicos desconhecidos: Transtornos de 
Personalidade
Questões que podem suscitar a indicação:
diagnóstico diferencial 
escolha do tipo de tratamento
Indicações para Investigação Neuropsicológica
Plano Teórico
• A avaliação neuropsicológica tem importante indicação na 
busca para adquirir dados empíricos que dêem suporte, 
desconfirmem ou eliciem uma formulação teórica sobre a 
forma e a organização das funções cognitivas e emocionais 
do cérebro:
a memória e sua organização cerebral: caso H.M. e o papel 
do hipocampo
o sistema límbico e as emoções
o juízo, a crítica e a moral: o caso P.G. e o papel dos lobos 
frontais
a assimetria das funções cognitivas e o cérebro dual: os
“split brain”
Indicações para Investigação Neuropsicológica
Plano Teórico
• Formulações teóricas provêem não só o enriquecimento do 
corpo científico sobre o funcionamento normal e 
patológico, mas também as bases para justificar o uso de 
agentes terapêuticos apropriados à cada patologia ou para 
uso de terapêutica idêntica em condições diferentes mas de 
sintomas semelhantes. 
Exemplo desta aplicação: convergência de dados 
implicando lobos frontais em depressão secundária após 
AVC (neuroimagem); em depressão idiopática 
(neuropsicologia e neuroimagem) justificando o uso de 
A.D. semelhantes em ambas as condições
Indicações para Investigação Neuropsicológica
Plano Teórico
• O estudo quantitativo e controlado de grupos possibilita 
estabelecer regularidades que confirmam ou não as teorias 
e a excelência de métodos empregados para diagnóstico, 
previsões e tratamentos em várias populações.
Exemplos desta aplicação: estudos de grupos em Epilepsia 
relacionando os aspectos específicos da memória a 
subregiões do hipocampo; estudos evolutivos mostrando as 
modificações específicas da memória e do planejamento das 
ações no correr da idade; estudos de processamento de 
informações visuais e de linguagem na Esquizofrenia.
Indicações para Investigação Neuropsicológica
• Em resumo:
As indicações para avaliação neuropsicológica são 
amplas. Qualquer que seja o caso, ela fornece a 
lente através da qual a natureza dos processos 
cognitivos e afetivo-emocionais pode ser apreciada. 
Aprendendo mais sobre o funcionamento normal e 
patológico, poderemos diagnosticar, tratar e 
reabilitar pessoas, bem como estabelecer indícios 
que vão permitir modificar a ocorrência de 
desordens, impedir o desenvolvimento de danos 
maiores e orientar de forma mais útil e econômica, 
tanto a pesquisa como os indivíduos e familiares. 
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Objetivos: múltiplos, dependem da indicação
• Indicação: determina o ponto de partida e a meta 
final
• Propósito: pode haver mais que um, devendo-se ter 
clareza quanto as razões do exame. As questões nem 
sempre são formuladas adequadamente
O conteúdo e a direção do exame devem ser 
decididos pelo examinador
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Auxílio diagnóstico
• Estabelecimento do prognóstico
• Orientação do tratamento
medicamentoso
cirúrgico
psicoterápico
• Auxílio para planejamento de reabilitação
• Seleção de pacientes para técnicas especiais
transplante
drogas experimentais
cirurgias eletivas
• Pesquisa
• Perícia
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Auxílio Diagnóstico: 
Neste caso o exame visa responder uma pergunta que 
tem a ver com a origem, a natureza ou a dinâmica da 
condição em estudo.
As questões diagnósticas são: qual é o problemado 
paciente e como este se apresenta. Geralmente 
implicam diagnóstico diferencial.
Ex: Retardo Mental x Distúrbio de Aprendizagem; 
Orgânico x Funcional
A questão subsequente é quanto: implica uma medida 
que vai ser tomada a partir de um parâmetro.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Prognóstico: muitas vezes o diagnóstico está 
feito, mas deseja-se estabelecer o curso da 
evolução e o impacto que a desordem terá a longo 
prazo
Isto tem a ver com: 
a própria patologia 
o lugar, tamanho e lado da lesão
os efeitos à distância
idade e educação
suporte familiar e reabilitação
etc.
• Atenção quanto ao momento do exame, mas via de 
regra independente da causa, quanto mais rápida 
a instalação mais amplos e severos serão os 
déficits. 
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Prognóstico: em algumas situações as técnicas 
de neuroimagem não são adequadas para este 
nível de formulação.
Pelo fato da avaliação neuropsicológica basear-
se em funções mais do que em estruturas, 
permite identificar recursos remanescentes e 
potenciais. Isto dá mais subsídios para 
formulação do prognóstico.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Orientação para o tratamento: 
O exame neuropsicológico estabelece hierarquias nas 
disfunções, descreve a dinâmica das desordens e 
estabelece a relação entre o comportamento e o 
substrato cerebral. Delimitam-se assim as áreas 
cerebrais envolvidas. 
Esta delineação contribui para:
a escolha e mudança de agentes terapêuticos
averiguar a eficácia do tratamento
monitorizar a evolução
verificar alterações tóxicas
Este mapeamento permite monitorar a Qualidade de 
Vida do paciente.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Orientação para o tratamento psicoterápico: 
O mapeamento dos recursos e fraquezas 
cognitivas/ emocionais, dos mecanismos 
adaptativos e das condições familiares permitirá a 
mobilização, a articulação e ampliação destes 
recursos e do suporte ambiental.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Orientação para Reabilitação:
estabelece as forças e fraquezas cognitivas
evidencia o núcleo principal de distúrbios e 
as alterações secundárias
provê reforço nas funções prejudicadas
aponta a função a ser substituída
provê orientação para mudanças
profissionais, acadêmicas e no ambiente 
familiar
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Orientação para o tratamento cirúrgico:
Em Epilepsia: 
determina o hemisfério da linguagem
prevê a evolução pós-cirúrgica
Em Cardiologia: 
estabelece se as alterações sugerem 
doenças de pequenos vasos. Neste caso o 
médico pode optar entre técnicas 
cirúrgicas
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Seleção de pacientes para técnicas especiais:
Alguns tipos de tratamentos requerem indicações 
precisas quanto aos sujeitos que se beneficiariam (Ex: 
cirurgia de Epilepsia e indicação para ECT).
A análise fina de funções permite separar subgrupos 
de pacientes de uma mesma patologia, possibilitando 
triagem específica para as drogas pesquisadas. 
Evidências clínicas e de pesquisa mostram resposta 
diferencial à tratamentos quando a patologia de base 
implica sistemas ou hemisférios cerebrais diferentes.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Pesquisa: 
Testar hipóteses, aferir tratamentos, medir 
mudanças comportamentais se faz com 
instrumentos e metodologia que são do campo da 
Psicologia/ Neuropsicologia.
O objetivo máximo quando se trata de pesquisa 
seria ampliar os modelos conhecidos da relação 
cérebro/ mente ou cérebro/ comportamento. 
Isto se torna possível quando se faz a integração do 
método psicopatológico/ neurológico com a 
metodologia neuropsicológica/ psicológica. 
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Perícia:
O exame neuropsicológico encontra 
outra aplicação máxima em Perícia. Seu 
papel é investigar a matéria psicológica 
numa interface com a Medicina Legal e o 
Direito, separando-a da matérial Policial/ 
Legal e subsidiar os julgadores quanto 
ao campo psicológico.
Objetivos da Avaliação Neuropsicológica
• Estes são os principais campos de aplicação e 
objetivos da avaliação neuropsicológica, mas as 
possibilidades são múltiplas, na medida que 
esta fornece uma janela através da qual 
penetramos na intimidade da relação cérebro/ 
comportamento.
AGRADECIMENTO
Candida Helena Pires de 
Camargo
Diretora do Serviço de Psicologia e 
Neuropsicologia 1994-2005
Fundadora da Unidade de Neuropsicologia IPq-
HC-FMUSP 1972

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