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PROF. PEDRO RICCIOPO JÂNIO E JANGO 1. A democracia que eles pretendem é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia que eles querem é para liquidar com a Petrobras, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a democracia que pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu afirmava que a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças – as praças que são do povo. Para as ruas – que são do povo. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/a rtigosldiscurso-de-joao-goulart-no- comicio-da-central. Acesso em: 29 out. 2015. Em um momento de radicalização política, a retórica no discurso do presidente João Goulart, proferido no comício da Central do Brasil, buscava justificar a necessidade de a) conter a abertura econômica para conseguir a adesão das elites. b) impedir a ingerência externa para garantir a conservação de direitos. c) regulamentar os meios de comunicação para coibir os partidos de oposição. d) aprovar os projetos reformistas para atender a mobilização de setores trabalhistas. e) incrementar o processo de desestatização para diminuir a pressão da opinião pública. 2. O projeto nacionalista de desenvolvimento econômico adotado por Getúlio Vargas, em seu segundo governo, a partir de 1951, tinha o petróleo como questão central para o desenvolvimento do país. Nesse período, ocorreu a) a fundação da primeira empresa estatal, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF). b) a campanha “O petróleo é nosso” e a criação da Petrobrás, garantindo a nacionalização da exploração do petróleo. c) a entrega da exploração do petróleo para empresas estrangeiras. d) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda – RJ. e) a fundação da Companhia Vale do Rio Doce, voltada ao setor da mineração. 3. Eleito com o slogan “cinquenta anos em cinco”, o presidente Juscelino Kubitschek – JK – fez de seu governo um período de grandes investimentos em setores produtivos, mas também de gastos elevadíssimos. Apesar do inegável avanço e diversificação do setor produtivo, o último ano de seu governo apresentou um índice de inflação de 30,9%. O processo inflacionário gerado nesse período corroeu a economia brasileira nos anos seguintes ao seu governo. Um dos aspectos de destaque do governo de JK foi a) o investimento de capital nacional em indústrias de base, com a criação da Petrobrás e da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional. PROF. PEDRO RICCIOPO b) o aumento da dívida externa em função dos vultuosos empréstimos tomados para realização de seu Plano de Metas e para a construção de Brasília. c) a promoção da importação de automóveis, pois JK acreditava que era mais importante comprar a preços vantajosos do que investir na produção nacional. d) sua política desenvolvimentista, voltada exclusivamente para atender o desenvolvimento das atividades agroexportadoras de que o Brasil dependia. 4. “Passava pouco das seis horas da manhã quando o Presidente Jânio Quadros, como de hábito, trancou-se em seu gabinete. Naquele dia, porém, ele rascunhou os termos de sua renúncia, que horas depois encaminharia ao Congresso Nacional, despertando os políticos de uma sonolenta sessão de sexta-feira. Sem que nada em sua expressão ou nos seus gestos traísse a decisão tomada, Jânio compareceu à cerimônia do Dia do Soldado. Vencido pelo que chamou de ‘forças terríveis’, em seu bilhete- renúncia, foi fotografado pela última vez como presidente ao lado das ’forças ocultas’”. (Texto de abertura do documentário “Jango” do cineasta Silvio Tendler) Sobre o tumultuado e breve governo de Jânio Quadros, assinale a única alternativa INCORRETA. a) Jânio Quadros renunciou esperando que o povo pedisse sua volta à presidência, que o Congresso Nacional não aceitasse seu ato e que as Forças Armadas o preferissem, ao invés de seu vice, João Goulart. Como nada disso aconteceu, Jânio embarcou para uma temporada pela Europa. b) Jânio Quadros desenvolveu uma política externa objetivando se aproximar dos movimentos anticolonialistas do terceiro mundo e dos países socialistas. Por isso mesmo ele enviou seu vice, João Goulart, em visita oficial à China e à URSS e condecorou “Che” Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul. c) Jânio Quadros começou a governar com um programa de reforma moral para agradar à conservadora classe média. Acabou com as corridas de cavalo, adotou um traje chamado “slack” como uniforme, fechou as rinhas de galo e proibiu mulheres usando biquínis na televisão. Dizia-se na imprensa que ao invés de um estadista, o Brasil tinha ganhado um delegado de costumes. d) Jânio Quadros tinha um programa de governo dos mais avançados para a época. Propunha ampla reforma agrária, reforma no sistema educacional e de saúde, estatização dos bancos privados e de todas as indústrias de base. Foi por isso mesmo que as Forças Armadas e a UDN, seu próprio partido, o forçaram a renunciar. e) Jânio Quadros tomou medidas econômicas como a Instrução 204 da SUMOC, que criava a taxa única do dólar, beneficiando os exportadores e investidores estrangeiros. Com o fim da subvenção na agricultura, PROF. PEDRO RICCIOPO elevou o preço dos alimentos, causando o aumento da inflação. 5. A eleição de Jânio Quadros, em 1960, significou certa alteração de rumos da política brasileira com relação ao período iniciado em 1945. Tal alteração baseou-se: a) No apoio que os comunistas emprestaram à candidatura de Jânio em troca da legalização do PCB, que ocorreria em 1961. b) Na primeira vitória das forças trabalhistas em pleitos nacionais e no fortalecimento de novas lideranças sindicais. c) No rompimento da hegemonia paulista e no descontentamento militar provocado pelas propostas eleitorais janistas. d) Na vitória de uma candidatura da UDN, que interrompeu a série de vitórias do PSD e do PTB, em arranjo político orquestrado por Getúlio Vargas. e) Na inauguração de um novo estilo político baseado na valorização das estruturas partidárias e na definição clara de propostas políticas programáticas. 6. Para responder à questão, leia o texto que segue. “Assim, meus amigos, meus conterrâneos e patrícios ficarão sabendo por que esta rádio silenciou. Foi porque ela foi atingida pela destruição e porque isso ocorreu contra a nossa vontade. E quero vos dizer por que penso que chegamos a viver horas decisivas.” (Disponível em:<www.clicrbs.com.br>. Acesso em: 16 set. 2011.) O trecho do discurso remete ao episódio conhecido como Campanha da Legalidade, ocorrido em 1961. Sobre a Campanha da Legalidade, são feitas algumas afirmações. I. Pode ser compreendida como um reflexo da instabilidade política do Brasil, ocasionada pela renúncia do Presidente Jânio Quadros no ano de 1961. II. Contou com uma rede de rádio, a chamada Voz da Legalidade, que defendia a posse do Vice-presidente João Goulart e o cumprimento da Constituição do Brasil. III. Foi liderada por Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul. Marque a alternativa correta. a) Apenas a afirmação I está correta. b) Apenas a afirmação II está correta. c) Apenas a afirmação III está correta. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Todas as afirmações estão incorretas. 7. A renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, levou a uma grave crise institucional em razão do veto dos ministros militares à posse do vice-presidente, João Goulart, à presidência, como previa a Constituição. Sobre esse contexto, analise as afirmações que seguem e marque V PROF. PEDRO RICCIOPO para as alternativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) ACampanha da Legalidade, desencadeada no Rio Grande do Sul pelo governador Leonel Brizola, derrotou o golpe e garantiu a posse de João Goulart em 7 de setembro de 1961, mesmo que com poderes diminuídos pela adoção do Parlamentarismo. ( ) Jânio Quadros defendia a Política Externa Independente, que consistia na busca de uma terceira via para o Brasil entre os dois grandes blocos, capitalista e comunista. ( ) João Goulart estava em viagem aos países do bloco socialista para verificar como implantar o comunismo no Brasil, ação que era apoiada pelo conjunto da burguesia. ( ) A presidência de João Goulart (1961-64) foi marcada pelas reformas de base, que incluíam medidas nacionalistas, dentre as quais estavam a nacionalização de empresas concessionárias de serviço público, a estreita regulamentação da remessa de lucros para o exterior e a reforma agrária. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – V – V – V. b) F – V – F – V. c) F – F – F – V. d) V – F – V – V. e) V – V – F – V. 8. Em 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, os ministros militares impediram que o vice- presidente, João Goulart, assumisse a presidência da República, conforme previa a Constituição de 1946. A partir daí, a Campanha da Legalidade movimentou o país pela posse de Goulart. Como solução para o impasse criado, as elites políticas e os militares chegaram a uma solução negociada: a adoção de um novo sistema político para que João Goulart assumisse funções de chefe de Estado, mas não de chefe do Governo. Qual foi esse sistema? a) Presidencialismo. b) Constitucionalismo. c) Parlamentarismo. d) Distrital Misto. e) Presidencialismo de coalizão. 9. Sobre o governo de João Goulart (1961-1964), também conhecido popularmente como Jango, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Após a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, os ministros militares viam a posse de João Goulart na presidência da República como uma ameaça à segurança nacional do país. 02) O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, do PTB, passou a defender radicalmente a posse, ameaçando com resistência armada para fazer valer o respeito à Constituição. Brizola organizou, do sul, a Voz da Legalidade, uma rede de rádio criada para conseguir apoio a Jango em todo o Brasil. PROF. PEDRO RICCIOPO 04) O Congresso implantou o parlamentarismo, instituído no Brasil por uma emenda constitucional, em setembro de 1961. Jango assumiu a presidência, mas o governo, de fato, foi para as mãos de um primeiro-ministro. 08) O sucesso do sistema parlamentarista foi expressivo, e, no final do mandato de João Goulart, em 1965, houve a realização de um plebiscito que consultou a população brasileira sobre a continuidade ou não desse sistema de governo. 16) O Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico, implantado pelo governo Jango, visava combater a inflação, retomar o crescimento econômico e realizar as reformas estruturais, conhecidas como reformas de base, que incluíam as categorias agrária, tributária, financeira, universitária, constitucional e administrativa. PROF. PEDRO RICCIOPO Gabarito: Resposta da questão 1: [D] As Reformas de Base propostas por João Goulart buscavam modificar aspectos da vida dos setores mais desfavorecidos do país. Por isso, foi classificada como antidemocrática e socialista pela elite brasileira. Daí a colocação de Jango, explicitando que o conceito de democracia da elite brasileira era classicista. Resposta da questão 2: [B] Somente a alternativa [B] está correta. Getúlio Vargas governou o Brasil em dois contextos históricos: 1930-1945 e 1951-1954.No primeiro governo, Vargas criou a indústria de base com as estatais como a Vale do Rio Doce e a Siderúrgica Nacional de Volta Redonda e no segundo mandato, através do Plano Lafer, de viés nacionalista, criou a Petrobras em 1953 depois de uma intensa campanha denominada “O petróleo é nosso”. Resposta da questão 3: [B] Boa parte das realizações de JK – em especial o investimento industrial e a construção de Brasília – foi feita com vultuosos empréstimos advindos do exterior, o que elevou a dívida externa brasileira e levou nossa inflação a níveis altíssimos. Resposta da questão 4: [D] Ao contrário do que prometeu durante sua candidatura, Jânio Quadros promoveu um governo bem conservador, em especial no plano econômico. Seguindo à risca as orientações do FMI, Quadros congelou salários, restringiu créditos e desvalorizou o Cruzeiro (moeda nacional). E, mesmo assim, não pôs fim à inflação. Resposta da questão 5: [D] Apesar de apoiado pela UDN com um discurso contrário à política do PSD- PTB, Jânio Quadros adotou o modelo populista e não promoveu, efetivamente, mudanças nas estruturas vigentes. Isso explica seu isolamento político e, consequentemente, sua renúncia. Resposta da questão 6: [D] Com a renúncia de Jânio, agravou-se a polarização política, destacando-se a disputa entre os favoráveis à posse de João Goulart (os legalistas) e aqueles que eram contrários e defendiam o golpismo. Um dos principais líderes dos legalistas foi o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que através de emissoras de rádio desenvolveu a “campanha da legalidade”. Resposta da questão 7: [E] PROF. PEDRO RICCIOPO Somente a alternativa [E] está correta. A questão pede conhecimento sobre o tumultuado governo de Jânio Quadros e João Goulart, 1961-1964. A terceira afirmação está incorreta. João Goulart realmente estava na China, porém não com o propósito de aprender técnicas e táticas de como implantar o comunismo no Brasil e muito menos Jango tinha apoio da burguesia para esta causa. Em seu curto governo, Jânio defendeu uma política externa neutra e independente. Após a renúncia de Jânio, Leonel Brizola liderou a Campanha da Legalidade para empossar o vice-presidente João Goulart, Jango assumiu em um regime parlamentarista após uma manobra no congresso e, em seguida, defendeu as reformas de base. Resposta da questão 8: [C] Com a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961, os conservadores tinham medo da posse de seu vice- presidente Jango que, aos olhos dos conservadores, era associado ao comunismo. Ocorreu um grande conflito político no Brasil e a saída encontrada foi a adoção do Parlamentarismo no qual o Primeiro Ministro, Tancredo Neves, era chefe de Governo e o presidente João Goulart apenas chefe de Estado, ou seja, limitaram o poder político de Jango. Em janeiro de 1963 através de um plebiscito retornou o sistema Presidencialista. Resposta da questão 9: 01 + 02 + 04 + 16 = 23. A questão remete ao conturbado mandato presidencial de João Goulart, 1961-1964, culminando no golpe militar de 1964. Está incorreta a proposição [08], pois com a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961, o Brasil entrou em uma profunda crise política. De um lado os “Legalistas” favoráveis à posse de Jango e de outro os “Golpistas” contrários à posse do mesmo. A saída foi a adoção do Parlamentarismo em setembro de 1961 diminuindo o poder do presidente dando mais poder para o Primeiro Ministro. O sistema Parlamentarista não foi bem sucedido e com o plebiscito de Janeiro de 1963 retornou o Presidencialismo.
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