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Prévia do material em texto

Formação de 
Mediadores de Educação 
para Patrimônio
Adson Rodrigo S. Pinheiro 
e Graciele Siqueira
Instrumentos 
possíveis 
para uma intervenção 
nas cidades - Parte I
para Patrimônio
SUMÁRIO
1. Apresentação ........................................................................................163
2. Educação Patrimonial ou Educação para o Patrimônio? ............164
3. A Educação para o Patrimônio ............................................................ 166
4. Inventários participativos ...................................................................170
5. Percorrendo o Patrimônio Material e Imaterial .............................172
6. Jogos e aplicativos...............................................................................174
Referências ................................................................................................175
1.
APRESENTAÇÃO
presente módulo tem 
como objetivo apresen-
tar refl exões acerca da 
Educação Patrimonial
ou Educação para o Pa-
trimônio, como possi-
bilidade de intervenção 
das pessoas nas cidades, 
aproximando os princi-
pais referenciais teóricos 
dessa área de atuação. 
Apontaremos ainda por aqui o uso de 
algumas ferramentas como os inventá-
rios participativos e sugerimos algu-
mas atividades e jogos que despertem 
a atenção para as discussões acerca do 
tema. Legal, não é?
Lembremos que o patrimônio está 
em todo lugar. Não está separado ou 
distante da nossa vida cotidiana. Loca-
liza-se onde os sentidos, sentimentos e 
experiências de vida dos diferentes gru-
pos sociais afl oram, criando relações de 
pertencimento e identidades.
Muitos de nós habitamos em pequenas, 
médias ou grandes cidades. Nelas, estabe-
lecemos diálogos com múltiplos sujeitos 
com quem compartilhamos lembranças, 
memórias e sentimentos, comuns ou não, 
e determinamos as referências culturais 
representativas para nós. E é nesse mo-
mento que nós defi nimos o que merece 
ser guardado, protegido e valorizado. 
PARA OS
CURIOSOS
Hora de praticar
Você mesmo, neste momento, 
pode conversar com um familiar, 
um vizinho, um colega da escola, 
aquele amigo da infância, e buscar 
registrar em uma folha de papel, 
pessoas, coisas e manifestações de 
seu bairro, de hoje ou dos tempos 
de sua meninice. 
Essas lembranças podem ser 
reconhecidas como referências 
culturais ou patrimônios 
que representaram ou ainda 
representam a sua comunidade.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 163
2.
EDUCAÇÃO 
PATRIMONIAL OU 
EDUCAÇÃO PARA 
O PATRIMÔNIO?
termo Educação Patri-
monial foi incorporado 
no Brasil a partir dos tex-
tos produzidos pela mu-
seóloga Maria de Lourdes 
Parreiras Horta, na déca-
da de 1980, como uma 
transposição do conceito 
inglês Heritage Educa-
tion. Foi defi nido como 
“um processo permanente e sistemático 
de trabalho educacional centrado no Pa-
trimônio Cultural como fonte primária de 
conhecimento e enriquecimento individual 
e coletivo.” (HORTA, GRUNBERG e MONTEI-
RO, 1999, p. 6). Seus princípios metodológi-
cos foram muito utilizados nos museus de 
História e de Arte, além de difundidos por 
meio de publicações do Iphan (Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Tempos depois, alguns dos seus pres-
supostos começaram a ser questionados 
por vários estudiosos, sobretudo no que 
se refere à ideia de promover uma “alfabe-
tização cultural” dos indivíduos a partir da 
observação dos objetos, museus e paisa-
gens antropizadas. 
Denise Grispum foi uma das primeiras a 
formular novas proposições para o desen-
volvimento de uma Educação para o Pa-
trimônio (2000). Embora essa terminologia 
não tenha sido largamente incorporada aos 
textos acadêmicos e documentos técnicos 
produzidos no âmbito do Iphan e de outros 
órgãos de preservação do patrimônio, suas 
proposições metodológicas, como a de me-
diação, foram consideradas e amplifi cadas 
nos últimos 20 anos, como veremos a seguir. 
Não é possível conhecer o patrimônio 
cultural apenas a partir de uma visão con-
templativa: intervir nele é urgente! Prin-
cipalmente no processo de sensibilização 
para que outras pessoas possam se relacio-
nar com a cidade, identifi cando seus patri-
mônios de forma crítica, refl etindo acerca 
dos signifi cados que marcam muitos mo-
mentos da história de nossas cidades. 
É onde entra o nosso papel de media-
dor(a) de educação para o patrimônio, 
ou seja, de agente responsável por estabe-
lecer diferentes estratégias que auxiliarão 
na construção de signifi cados individuais 
e coletivos no encontro entre os bens cul-
turais e seus detentores. 
Agindo assim, assumimos a nossa fun-
ção de poliglotas culturais, como afi rma 
Varine (2012), nos adaptando a públicos 
distintos, independentemente de seu 
grau de instrução e origem social, utili-
zando linguagem adequada e acessível, 
mas sempre determinada, encorajadora 
e sensibilizadora. Exemplifi quemos: as 
edifi cações (casas, prédios, monumentos) 
podem conter várias informações sobre o 
contexto histórico de uma determinada 
época, como as técnicas de construção, o 
estilo arquitetônico e as formas de ser e de 
viver utilizados no passado. Uma manifes-
tação cultural, como as rodas de capoeira, 
o cortejo de maracatu, a xilogravura etc., 
pode revelar os modos de viver, saberes 
locais e costumes que se enraizaram e 
se reconstruíram ao longo de um tempo. 
Logo, o patrimônio ajuda a caracterizar 
um contexto sociocultural, as identida-
des individuais e coletivas, como pode 
transmitir valores para as próximas gera-
ções. A educação para patrimônio, por-
tanto, é um instrumento importante para 
uma intervenção nas cidades, por nos 
 Paisagens 
antropizadas
São aquelas 
modifi cadas 
pela ação/presença 
do homem.
Bens Culturais 
e Detentores
Já podemos falar 
em bens culturais 
e detentores, pois 
neste ponto do nosso 
curso você já deve 
estar sabendo bem 
do que se trata, não 
é mesmo? Mas se 
tiver dúvidas, não 
perca tempo: releia os 
fascículos anteriores. O 
importante é ser um(a) 
ótimo(a) mediador(a) 
e, para isso, devemos 
estudar e estarmos 
atentos ao mundo.
Intervenção
Interação, 
participação, tomada 
de posição com
o objetivo de infl uir 
no desenvolvimento 
local, regional 
ou nacional.
2.
produzidos no âmbito do Iphan e de outros 
órgãos de preservação do patrimônio, suas 
proposições metodológicas, como a de me-
diação, foram consideradas e amplifi cadas 
nos últimos 20 anos, como veremos a seguir. 
Não é possível conhecer o patrimônio 
cultural apenas a partir de uma visão con-
164 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
fazer entender que os bens culturais são 
testemunhos de quem fomos, de quem 
somos e de quem queremos ser.
Para desenvolver atividades efetivas de 
educação para o patrimônio, o ideal é que 
elas se integrem à vida das pessoas desde 
seus primeiros momentos de existência. 
Discutimos e repetimos aqui muitas 
vezes que o reconhecimento e a preser-
vação de patrimônios não cabem apenas 
ao poder público. Devemos atuar como 
educadores na comunidade, fazendo com 
que ela se aproprie desses patrimônios e 
exerça o seu poder de resguardar, trans-
mitir e ressignifi cá-los, deixando de lado 
uma postura passiva das lamentações por 
vê-los abandonados e/ou quase destruí-
dos. Não é isso o que assistimos nas redes 
sociais quando se noticiam a derrubada 
daquele imóvel antigo e raro? Lamentos e 
pronto. Só isso? 
A educação patrimonial ou para o pa-
trimônio deve ser, desse modo, um me-
canismo importante na construção da 
cidadania, por ser uma prática que se pre-
ocupa em assegurar que os habitantes da 
cidade tenham voz e desempenhem o seu 
papel de protagonistas na construção do 
conhecimento e de ações relacionados às 
suas memórias e histórias.
SE
LIGA!
E qual a diferença 
entre memória e história?
Baseados no pensador francês 
Pierre Nora (1993), podemos 
entender que esses termos não 
são sinônimos, embora tenham 
semelhanças, pois ambos são 
dimensões da produção humana 
que lidam com lembranças,esquecimentos e identidades 
(individuais e coletivas). 
A memória, no entanto,
é uma ação vivenciada no cotidiano, 
espontaneamente atualizada no 
tempo presente, aberta à dialética 
da lembrança e do esquecimento, 
vulnerável a manipulações, que 
precisa de múltiplas modalidades de 
lugares (materiais e imateriais) para 
tomar forma. É o reino do absoluto. 
Já a história é uma ação intelectual, 
escrita, que possui métodos de 
produção, demanda análise e 
discurso crítico. É atualizada no 
presente como uma reconstrução 
sempre problemática e incompleta 
do pretérito. Pode usar a memória 
como fonte de pesquisa, 
além de outros documentos. 
Deve fazer emergir lembranças 
e esquecimentos simultaneamente 
e, sobretudo, não deve estar a 
serviço de manipulações 
de qualquer natureza.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 165
3.
A EDUCAÇÃO 
PARA O 
PATRIMÔNIO
uando as atividades 
dentro das instituições 
não formais de educa-
ção (como os museus) 
começaram a ser siste-
matizadas, a concepção 
pedagógica predominan-
te enxergava a educação 
patrimonial como um 
instrumento de alfabeti-
zação cultural.
É comum ouvirmos falar: (1) para prote-
ger o patrimônio cultural é necessário fazer 
com que as pessoas conheçam esse patri-
mônio; ou (2) as pessoas não preservam o 
patrimônio por que não o conhecem. 
3.
A EDUCAÇÃO 
PARA O 
PATRIMÔNIO
166 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
SAIBA 
MAIS
Você sabia que, em 1936, 
durante a elaboração do 
anteprojeto de Mário de Andrade 
para a criação do Sphan (Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional), já havia a preocupação 
com uma formação pedagógica 
voltada para o patrimônio, 
sobretudo nos museus?
PARA OS
CURIOSOS
Hora de praticar
Assumindo o seu papel de 
mediador(a) de educação 
para o patrimônio, faça um 
exercício: em duplas ou trios, 
delimite um perímetro (o seu 
bairro, por exemplo, ou uma 
parte dele) e saia caminhando 
por sua cidade. Comece a 
mapear e fotografar alguns bens 
materiais (casas, escolas, praças, 
comércios, instituições públicas) 
e imateriais (grupos artísticos e 
suas manifestações, ofícios etc), 
mesmo aqueles que você sabe 
que não foram tombados ou 
registrados pelos órgãos ofi ciais de 
preservação do patrimônio. 
A partir desse levantamento, 
monte um mapa com pegadas 
(utilizando as fotos colhidas),
 para que outras pessoas possam 
seguir esse roteiro das pegadas 
e se deparar com os bens identi-
fi cados pela equipe. Em cada um 
deles, coloque uma “plaquinha”
que sinaliza sua importância. 
Vamos lá? Certamente você
terá muitas surpresas.
No decorrer do curso, certamente você 
percebeu que, quando essas frases se refe-
rem a “proteger”, “preservar” e “conhecer” 
o patrimônio cultural, não signifi ca que se 
reportem apenas ao patrimônio consagra-
do, aquele já tombado ou registrado pela 
Unesco, pelo Iphan, ou pelos estados e/ou 
municípios. Lembre-se sempre que as co-
munidades são sujeitos ativos dos proces-
sos de patrimonialização. Nós e os mem-
bros de outros grupos sociais aos quais não 
pertencemos, elaboramos e construímos 
outras narrativas além daquelas que já fo-
ram reconhecidas por “especialistas” no 
âmbito dos órgãos ofi ciais de preservação. 
Para começar, e isso você já está fazen-
do, é preciso compreender o que é patri-
mônio (material, imaterial, natural) e qual 
a sua importância, além dos meios e cami-
nhos necessários para a sua preservação.
Então, concluímos que as atividades 
de educação para o patrimônio não de-
vem ser voltadas para “alfabetizar cultu-
ralmente” as pessoas. Elas não são orga-
nizadas objetivando levar o conhecimento 
“mais correto” ou imposto ao outro. A pos-
tura que defendemos aqui é a da promo-
ção da diversidade, ou seja, quando di-
ferentes pessoas e grupos sociais possam 
ser sujeitos ativos, produtores e prota-
gonistas da cultura, entendida como plu-
ral, promovendo conhecimentos em torno 
dos bens patrimoniais, de forma coletiva e 
dialógica (TOLENTINO, 2016).
Logo, temos que repensar algumas 
práticas que convencionamos denomi-
nar como “as mais apropriadas” para tra-
balhar com o patrimônio cultural. Entre 
elas, as visitas aos “bens tombados”, aos 
chamados “centros históricos” ou “monu-
mentos” das cidades. Não podemos nos 
restringir apenas a elas.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 167
PARA OS
CURIOSOS
A educação não serve apenas para ins-
truir, informar. Os usuários do patrimônio 
devem fazer parte de um processo no 
qual sejam levados a refletir sobre o que 
estão conhecendo. Naturalmente, falar 
de patrimônio não é garantir consensos. 
É compreendê-lo como uma construção 
social, realizada num campo de tensões, 
acordos e confl itos. Somente assim é 
possível dar sentido a ele como poten-
cial transformador da realidade.
É importante que todos os cidadãos, 
ao se depararem com um bem cultural, 
estejam aptos a problematizá-lo, usan-
do diversas chaves de interpretação, que 
vão além de uma perspectiva estritamen-
te pedagógica. Para despertar o interesse 
no patrimônio cultural, a mensagem para 
você, agora mediador(a), é relacioná-lo 
com o cotidiano das pessoas, levando em 
consideração o contexto de vida dos mui-
tos usuários dos bens culturais.
A educação patrimonial acontece a 
partir de vários métodos de trocas de sa-
beres, a partir do encontro de diversos 
agentes, como os detentores de bens, 
especialistas do patrimônio ou profi s-
sionais de diversos campos do saber, por 
meio da interdisciplinaridade e trans-
versalidade (SCIFONI, 2017).
Interdisciplinaridade
É uma ação comum a 
duas ou mais áreas do 
saber ou que estabelece 
relações entre duas ou 
mais disciplinas distintas.
Transversalidade
É uma ação específi ca 
de um ramo do 
conhecimento que 
fornece instrumentos 
para compreender 
outros ramos por meio 
da evidenciação das 
relações entre eles.
Hora de praticar
Na atividade anterior, a missão era 
reconhecer e conhecer o patrimônio 
cultural de sua localidade, 
elaborando um mapeamento 
descritivo e compartilhando-o. 
Agora, munidos deste mapa e 
com a equipe duplicada, pode-se 
fazer um trabalho mais cuidadoso 
e participativo, de modo que 
todos saiam da observação, 
entrando na ação. 
Daí, que tal criar um ateliê de 
atividades, aberto e participativo? 
Como? Respeitando as 
habilidades de cada participante 
(escrever ou desenhar bem, 
fotografar bem, realizar boas 
fi lmagens, performances etc). 
Assim, é possível construir um 
diário de bordo, em que os usuários 
percorrem o espaço, registrando 
com detalhes o que observaram. No 
fi nal, marca-se um momento para 
que todos os envolvidos mostrem 
o que foi coletado, reunindo os 
conteúdos em um documento a ser 
disponibilizado para a consulta na 
biblioteca comunitária de seu bairro, 
da sua escola ou, quem sabe, na 
biblioteca ofi cial de seu município.
168 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
No curso, muitas vezes falamos 
em detentores de bens culturais. E 
você já ouviu falar nos Mestres da 
Cultura do Ceará? No link a seguir 
você saberá quem é esse mestre 
da cultura, onde ele se encontra 
e o que ele faz. Se você residir em 
município do interior cearense, 
é capaz que cruze todos os dias 
com um deles e não saiba de sua 
importância para a comunidade: 
www.anuariodoceara.com.br/
mestres-da-cultura-do-ceara/
SAIBA 
MAIS
No caso das ações em escolas (públicas 
ou privadas), é possível pensar a educação 
patrimonial a partir do diálogo dos dife-
rentes programas curriculares e projetos 
que discutam os conceitos de patrimônio, 
trabalhando o contexto dos alunos a partir 
de círculos concêntricos. 
Isso exige dos educadores metodolo-
gias diferenciadas, aplicadas em diferentes 
níveis, a fi m de que o patrimônio não sirva 
apenas como mera “ilustração” das aulas. 
Educação patrimonial é um processo 
educativo, baseado em um conjunto de 
diferentes metodologias que devem le-
var em consideração as particularidades
do público com quem vai se trabalhar, olugar e os diferentes contextos, propor-
cionando aos educandos experiências 
diferentes das que vivem e não apenas 
se limitando a transmitir informações ou 
apresentar a eles apenas àquilo que é re-
conhecido e estabelecido oficialmente. 
Sendo assim, não podemos dar um 
modelo ou uma receita de como fazer edu-
cação para o patrimônio, pois a educação 
é uma prática sociocultural (CHAGAS, 
1999) que se inventa, se testa, se reelabo-
ra, sempre numa perspectiva dialógica en-
tre todos os sujeitos que dela participam.
Entendamos assim que a educação não 
é difusão cultural, mas ação cultural. Ou 
seja, não se trata da transferência de con-
teúdo (mera exposição), mas da produção 
coletiva de sentidos e experiências.
Então, você pode se perguntar, qual 
o potencial das atividades educativas no 
campo do patrimônio cultural? Responde-
mos: esse é um campo possível para nos 
aproximar da pluralidade de olhares e de 
narrativas históricas e afetivas ou de con-
fl itos sociais em torno dos diferentes bens 
Círculos 
Concêntricos
São fi guras 
geométricas que 
possuem o mesmo 
centro, ou seja, 
um ponto comum, 
semelhante. Nesse 
caso, trata-se da 
seguinte situação: 
fazer análises a partir 
de lugares comuns a 
todos os educandos, 
partindo do que é 
mais próximo de 
sua realidade ao 
que é mais distante, 
progressivamente 
(a escola, o bairro, a 
cidade, o estado).
culturais da cidade. É o lugar onde pode-
mos ouvir as vozes dos detentores de tradi-
ções, com seus saberes e fazeres, servindo 
de instrumento ao direito à memória e à ci-
dadania, permitindo que as comunidades 
se apropriem e usufruam do patrimônio 
como ferramenta de permanência e de fala.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 169
PARA OS
CURIOSOS
Com base em metodologias já 
existentes no Iphan, sobretudo o 
Inventário Nacional de Referências 
Culturais (INRC), foi desenvolvido e 
disponibilizado, em 2012, o Inventá-
rio Pedagógico, fruto da participação 
do Instituto na atividade de Educa-
ção Patrimonial do Programa Mais 
Educação, da Secretaria de Educação 
Básica do Ministério da Educação 
(MEC). Esse instrumento foi idealizado 
para ser aplicado pelas escolas. 
Acesse em: portal.iphan.gov.br/
pagina/detalhes/582
Em 2014, o Iphan lançou a 
publicação Educação Patrimonial: 
histórico, conceitos e processos, com a 
fi nalidade de estabelecer um marco 
institucional que referencia as ações 
e experiências desenvolvidas com o 
suporte técnico da instituição. 
Confi ra em: portal.iphan.gov.
br/uploads/ckfi nder/arquivos/
Educacao_Patrimonial.pdf
Depois, em 2016, foi publicado 
o manual Educação Patrimonial: 
inventários participativos. A partir 
das experiências com o Inventário 
Pedagógico foi proposta a metodo-
logia do Inventário Participativo, 
a ser aplicada pelas comunidades 
interessadas na identifi cação e valo-
rização dos seus patrimônios locais.
Acesse: portal.iphan.gov.br/
uploads/publicacao/inventariodo 
patrimonio_15x21web.pdf
4.
INVENTÁRIOS 
PARTICIPATIVOS
omo insistimos sempre por 
aqui, a população pode de-
finir o que ela entende como 
patrimônio cultural. Nesse sen-
tido, foram criados os Inven-
tários Participativos. E o que 
são? São instrumentos que ga-
rantem a escuta dos membros 
dessa população, permitindo 
que indiquem o que consideram ser o pa-
trimônio da comunidade em que estão in-
seridos e, assim, forneçam o maior núme-
ro de informações e documentos possíveis 
para a sua patrimonialização oficial.
Dessa forma, acreditamos que a comu-
nidade se torna protagonista para inven-
tariar, descrever, classificar e definir o 
que constitui o seu patrimônio, numa pers-
pectiva dialógica do conhecimento, abar-
cando habitantes distintos, de gerações e 
atuações diferentes na comunidade. 
O objetivo principal é exercitar a mobi-
lização social, realizando refl exões acerca 
das referências culturais comunitárias.
O Inventário Participativo proposto 
pelo Iphan traz fi chas estruturantes como: 
A. ficha do projeto, preenchida ao 
longo de toda a atividade, organi-
zando as informações recolhidas; 
B. ficha do território, que reúne in-
formações acerca do espaço de-
marcado pelo grupo de pessoas 
que irá produzir o inventário; 
C. ficha das fontes pesquisadas,
que têm o objetivo de identifi car 
de onde vieram as informações, 
como citação de livros, documen-
tos, entrevistas etc.; 
170 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
D. ficha do relatório de imagens, 
que reúne fotografi as, pinturas, 
gravuras, desenhos coletados ou 
produzidos; e
E. ficha de roteiro das entrevistas, 
que serve para organizar os de-
poimentos que o grupo considera 
importantes para a caracterização 
da referência cultural que está 
sendo inventariada.
Um exemplo exitoso de inventário par-
ticipativo elaborado foi o que envolveu 
dois coletivos de cultura na cidade de São 
Paulo: o Movimento BaixoCentro e a Repep 
(Rede Paulista de Educação Patrimonial). 
Ambos se envolveram na revalorização da 
área central do munícipio, com a desati-
vação do “Minhocão” (Elevado Presidente 
João Goulart) como via de tráfego e a im-
plantação de projetos para dar novos usos 
ao espaço (se quiser ler sobre isso: http://
repep.ff lch.usp.br/gt-minhocao).
Para ajudar na realização de entrevis-
tas, sugerimos as experiências do Museu 
da Pessoa, que produziu algumas publi-
cações para divulgar sua Metodologia em 
Tecnologia Social da Memória. Ela está 
sintetizada em textos como: 
• História Falada: memória, rede 
e mudança social. Confi ra em: 
http://www.museudapessoa.org/
pt/entenda/portfolio/publicacoes/
metodologia/historia-falada-2005
• Memória Social: uma metodolo-
gia que conta histórias de vida e 
o desenvolvimento local. Dispo-
nível em: http://www.museuda-
pessoa.org/pt/entenda/portfolio/
publicacoes/metodologia/memo-
ria-social-uma-metodologia-que-
-conta-historias-de-vida-e-o-desen-
volvimento-local-2008
• O que é? Conceitos e sugestões de 
atividades para construir coleti-
vamente um projeto de memória. 
Disponível em: http://www.museu-
dapessoa.org/pt/entenda/portfolio/
publicacoes/metodologia/tecnolo-
gia-social-da-memoria-2009
SE
LIGA!
E que tal fazer um inventário dos 
lugares dentro da sua escola, 
comunidade ou bairro? 
A partir dos resultados, é possível 
montar uma exposição, um 
programa de rádio ou um jornal 
local. Vamos lá!?
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 171
5.
PERCORRENDO 
O PATRIMÔNIO 
MATERIAL 
E IMATERIAL
amos relaxar um pou-
co agora e planejar 
uma visita a espaços 
urbanos reconhecidos 
ou não pelo poder pú-
blico como patrimô-
nio cultural material. 
É uma boa ideia, não 
é? Você conhece al-
gum espaço assim na 
sua cidade ou em seu estado? Pode ser 
um museu, um parque, um jardim bo-
tânico, um sítio arqueológico. Depois de 
escolher onde acontecerá essa prazerosa 
visita, prepare-se para ser um(a) media-
dor(a) do patrimônio entre os seus con-
vidados, sejam eles seus alunos, colegas, 
amigos ou familiares. Para isso, vamos lhe 
dar algumas dicas para seu roteiro para 
patrimônio cultural material:
7. Instigue os participantes a perceber 
e listar pontos históricos/artísticos 
ou mesmo curiosos durante o trajeto 
percorrido, do local de partida até o 
ponto fi nal ou de atividade;
8. Caso sejam seus alunos, não é 
interessante que eles fi quem preocu-
pados com a resolução de questioná-
rios ou com a escrita de relatórios no 
decorrer da visita;
9. Incentive associações entre o que está 
sendo visto e o local em que os partici-
pantes moram, a fi m de expandir a no-
ção de patrimônio e preservação;
10. Na volta da visita, avaliem a expe-
riência de visitação. Em uma breve 
conversa em roda, você pode se sur-
preender com os relatos;
11. Promova a montagem de um painel 
fotográfi co, virtual ou físico, com 
imagens do grupo, para que todos te-
nham acesso;
12. No caso de estudantes, proponha ati-
vidades como a elaboração de reda-
ções, desenhos, charges e simulação 
de bens que poderiam ser tombados 
como patrimôniocultural material da 
cidade em que vivem. 
Agora, vamos apresentar uma suges-
tão de roteiro exploratório para o patri-
mônio cultural imaterial. 
Compreendendo agora que o patri-
mônio imaterial refere-se a práticas e do-
mínios da vida social, que se manifestam 
em saberes, ofícios, modos de fazer, cele-
brações e formas de expressão (cênicas, 
plásticas, musicais ou lúdicas), você con-
seguiria citar lugares do seu cotidiano que 
correspondem à cultura imaterial?
Você se lembra, a partir dos módulos an-
teriores, que os mercados e as feiras popu-
lares fazem parte da cultura do Brasil? Que 
a roda de capoeira, marginalizada durante 
grande parte da história do nosso país, foi 
1. Trace uma rota com todos os lugares 
que irão visitar: praças, igrejas, mu-
seus, parques etc. É importante car-
regar consigo sempre um mapa (físico 
ou digital) para melhor se localizar; 
2. Informe-se antecipadamente sobre 
a história desses lugares, por meio 
de pesquisas em livros, revistas, sites 
(assegure-se das fontes desses sites. 
Muitos, ainda que bem-intenciona-
dos, publicam informações de “ouvi 
dizer”, repetindo erros históricos que 
você, sem querer, pode contribuir 
para disseminar); 
3. Procure saber quais são os conheci-
mentos prévios do grupo que você irá 
mediar. Questione se alguém já visitou 
ou conhece algo sobre os locais que o 
grupo vai percorrer (reconhecer e utili-
zar do conhecimento prévio do grupo 
é uma ótima estratégia para potencia-
lizar os resultados de sua visita); 
4. Durante o trajeto lance curiosidades, 
“iscas” para manter a atenção, e sus-
cite o debate de temas. Por exem-
plo: como surgem as cidades? De que 
forma os espaços públicos urbanos 
foram ocupados no perímetro escolhi-
do? O que signifi ca o tombamento do 
patrimônio material? Qual o signifi ca-
do dos nomes que as ruas receberam? 
5. Caso a visitação seja durante o dia, 
oriente o grupo para que vistam rou-
pas e calçados confortáveis, levem 
chapéu, protetor solar, garrafas de 
água, alimentos etc. Ao escolher luga-
res íngremes, deve levar em conside-
ração a faixa etária dos envolvidos. En-
fi m, você é responsável para garantir 
uma visita bem-sucedida e segura; 
6. Ressalte sempre a importância de 
ficarem todos juntos durante o tra-
jeto percorrido, a fi m de zelar pela 
segurança e a união do grupo. Todos 
zelam por todos; 
172 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
reconhecida em 2008 como patrimônio 
imaterial brasileiro e, posteriormente, re-
conhecida pela Unesco, em 2014, como Pa-
trimônio Imaterial da Humanidade? 
Enfi m, agora você deve planejar um ro-
teiro de visitação que contemple itens do 
patrimônio imaterial reconhecidos ou não 
pelo poder público. Assim, como media-
dor do patrimônio, conduzirá um grupo 
por esse roteiro. Siga as dicas:
1. Informe-se antecipadamente sobre a 
história desses lugares e/ou desses 
atores, por meio de pesquisas em livros, 
revistas, sites (atente para o cuidado de 
pesquisa citado no roteiro anterior); 
2. Antes de levar o grupo, faça uma visita 
mediada ao lugar/situação escolhido, 
para avaliar se o espaço está adequa-
do à proposta da atividade que você 
idealizou. Converse com a pessoas so-
bre os seus objetivos e as característi-
cas do grupo que você trará; 
3. É importante que um bom diálogo 
entre os participantes da atividade
anteceda a visita pretendida. Sonde 
quais são os conhecimentos prévios
do grupo. Questione se alguém prati-
ca ou já praticou a atividade a ser ex-
plorada. Refl ita com eles sobre a tra-
jetória de patrimonialização do bem 
cultural a ser visto de perto;
4. Discuta temas e debates, como: 
quem praticava essa atividade no 
passado? quem a pratica atualmen-
te? qual a importância desse bem 
para a história local, regional, nacio-
nal? Seja criativo. As referências de 
natureza imaterial são mais sutis e 
exigem um repertório bem mais am-
plo do(a) mediador(a); 
5. Instigue os participantes a perceber 
e listar pontos históricos/artísticos
durante o trajeto percorrido do local 
de saída até o lugar visitado;
6. É importante que os participantes 
não se sintam pressionados a par-
ticipar das atividades que venham 
a ocorrer para que não ocasione ne-
nhum tipo de constrangimento. Dei-
xe-os à vontade; 
7. Caso sejam seus alunos, é interessante 
que não fiquem preocupados com a 
resolução de questionários ou com a es-
crita de relatórios no decorrer da visita; 
8. Durante a visita, o(a) mediador(a) exer-
ce um papel fundamental. Ele(a) conhe-
ce o grupo e deve facilitar as atividades 
planejadas, tendo cuidado para não se 
tornar protagonista das ações;
9. Na volta da visita, avalie a experiên-
cia de visitação;
10. Promova a montagem de um painel 
fotográfico físico ou virtual, com 
imagens colhidas pelo grupo, para 
que todos tenham acesso. Também 
podem ser feitos registros audiovi-
suais e/ou gravação de entrevistas 
(ambas por meio de smartphones, 
por exemplo);
11. No caso de estudantes, proponha 
atividades como a elaboração de re-
dações, desenhos, charges e simula-
ção de bens que, na concepção deles, 
poderiam ser registrados como pa-
trimônio cultural imaterial da cidade 
em que vivem; 
12. Proponha uma publicação. As mani-
festações culturais só são preservadas 
devido ao reconhecimento coletivo;
PARA OS
CURIOSOS
Visita Orientada x Visita Mediada
As visitas orientadas acontecem 
quando uma pessoa se desloca 
de um ambiente para o outro, 
temporariamente, para encontrar 
outra(s) pessoa(s) ou lugar(es). 
Nesse caso, costumam ser 
agendadas com antecipação, 
para que o(a) monitor(a) possa 
estar preparado(a) para atender 
o visitante. No caso dos museus e 
monumentos, usam-se também 
adjetivos agregados à visitação, 
como visita guiada ou monitorada, 
que pode dar uma ideia de que o 
visitante é um mero receptor de 
informações/orientações acerca do 
acervo e de como se comportar. 
Já as visitas mediadas ampliam 
a visão educativa nessa atividade 
onde o(a) visitante é (ou deve ser) 
estimulado a participar ativamente 
na troca de conhecimentos inerente 
à atividade. O (a) profi ssional do 
museu apenas media a visita, sem 
ser o “único detentor(a)” do saber.
Contudo, em alguns casos, 
é pertinente o uso do termo 
“monitorado” ou “guiado” quando, 
por exemplo, em momentos 
de grande fl uxo de visitação, 
há a preocupação maior com o 
“ordenamento” organizacional 
momentâneo, sem a preocupação 
direta e efetiva com a produção de 
conhecimento naquele instante.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 173
6.
JOGOS E 
APLICATIVOS
ma das dimensões contem-
porâneas para se trabalhar 
com o patrimônio cultural 
atualmente são os jogos e 
aplicativos. Eles criam opor-
tunidades para acessarmos 
alguns valores patrimoniais e 
entendermos processos de 
patrimonialização de forma 
mais lúdica. Por isso, pos-
suem grande apelo entre crianças e jovens, 
sejam em computadores, celulares, tabulei-
ros ou em formato de RPG. 
Um desafi o para os mediadores de educa-
ção para o patrimônio é pensar como pode-
mos adaptar tais propostas para diferentes 
faixas etárias (crianças, jovens, adultos e ido-
sos) e interesses (dos estudantes da educa-
ção básica, trabalhadores de equipamentos 
culturais, universitários, membros de orga-
nizações da sociedade civil, de associações, 
líderes comunitários etc). A seguir, dispomos 
alguns exemplos de jogos e aplicativos dispo-
níveis no Brasil, que podem dinamizar e moti-
var incursões patrimoniais:
a. Ágora do Saber: é um game produzido 
em 2017 pelo Grupo de Pesquisa Edu-
cação Digital GPE-DU Unisinos/CNPq. O 
jogo se passa na cidade de Bento Gon-
çalves, no Rio Grande do Sul, eviden-
ciando o contexto da imigração italiana. 
O game une patrimônio material e ima-
terial. Está disponível gratuitamente 
nas lojas do Google Play ou Apple Store;
b. Quiz Arte em Português: é uma coleção 
de perguntas de conhecimentos gerais 
que garantem ao público testes lúdicos 
acerca das artes, desde o Renascimento àArte Contemporânea. Para quem trabalha 
ou quer visitar um museu de artes, esse 
RPG
É a sigla em inglês 
para role-playing 
game, um gênero 
de jogo de tabuleiro 
no qual os partici-
pantes assumem o 
papel de personagens 
imaginários, em 
um mundo fi ctício, 
estimulando o surgi-
mento de narrativas 
curiosas e, muitas 
vezes, imprevisíveis.
jogo é uma boa referência. Responda as 
questões e se divirta! O aplicativo está dis-
ponível gratuitamente nas lojas do Google 
Play ou Apple Store;
c. Trilha Cultural: o jogo propõe a am-
pliação do repertório cultural, apresen-
tando vários lugares conhecidos como 
patrimônio artístico-cultural nacional 
e sua diversidade. Na trilha, o jogador 
vai reunindo selos para formar cartões 
postais que darão informações sobre 
os patrimônios culturais do país. Com 
eles, você pode refl etir sobre os critérios 
que foram usados para a seleção desses 
bens pelos órgãos de preservação;
d. Carnavalizando: o aplicativo permite 
que o usuário seja o maestro de bandas, 
tocando os ritmos do litoral ao interior 
de Pernambuco, como o Frevo, Maraca-
tu de Baque Virado, Baião, Coco de roda 
e Cavalo Marinho, mostrando a musica-
lidade desses patrimônios imateriais. 
Este aplicativo é disponível apenas na 
App Store para iPhone e iPad;
e. Jogos Patrimoniais: foram desenvol-
vidos por meio do edital INOVApps, do 
Ministério da Ciência Tecnologia Ino-
vações e Comunicações (MCTIC). São 4 
jogos, pensados individualmente, para 
que o usuário conheça, interaja, refl ita 
e cuide do patrimônio cultural. Você 
pode acessar pelo site http://www.jo-
gospatrimoniais.com.br/
f. Museu Encantado: é um jogo em que o 
participante precisa organizar as salas de 
um museu de acordo com determinados 
critérios. Cada uma das 9 salas apresen-
tadas neste museu virtual representa um 
contexto histórico do nosso país e o usuá-
rio é convidado a acessá-lo. Acesse no site
https://www.ludoeducativo.com.br/pt/
play/o-museu-encantado?tag=historia
g. Era Virtual: site onde você pode fazer 
visitações virtuais a museus brasileiros e 
seus acervos. Este projeto dialoga com a 
área da tecnologia das informações e a 
necessidade de promover o acesso aos 
174 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
REFERÊNCIAS AUTORES
Adson Rodrigo S. Pinheiro é doutorando 
em História Social pela Universidade Federal 
Fluminense (UFF). Licenciado em História pela 
Universidade Estadual do Ceará (Uece). Mestre 
em História Social pela Universidade Federal do 
Ceará (UFC). Especialista em Gestão e Políticas 
Culturais da Universidade de Girona (Espanha), 
em colaboração com o Observatório Itaú 
Cultural/SP, e possui MBA em Gestão Cultural 
pela Universidade Vale do Acaraú (UVA). É 
especialista em Arqueologia Social Inclusiva pela 
Urca e especialista em Políticas Culturais de Base 
Comunitária pela Faculdade Latino-americana 
de Ciências Sociais (Flacso) – programa 
IberCultura Viva, com sede na Argentina. É 
membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em 
Patrimônio e Memória (GEPPM/UFC) e membro 
associado do Comitê Brasileiro do Conselho 
Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos-
BRASIL). Atuou como gerente da Célula de 
Gestão em Pesquisa e Educação Patrimonial da 
Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza.
Graciele Siqueira é museóloga formada pela 
Escola de Museologia da Universidade Federal 
do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Mestre 
em Museologia e Patrimônio pela UniRio 
em parceria com o Museu de Astronomia e 
Ciências Afi ns (Mast). Especialista em Gestão 
Cultural pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (UVA). Trabalha no Museu de Arte da 
Universidade Federal do Ceará (Mauc/UFC), 
desde setembro de 2008, desempenhando 
a função de museóloga e responsável pela 
Divisão de Acervo. Desde julho de 2018, 
ocupa a função de diretora do Mauc/UFC.
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista gráfi co, com 
extensa produção em projetos editoriais, sendo 
a maior parte destinada ao público infantil e 
infantojuvenil. Seu trabalho tem como base 
a pesquisa de materiais e estilos, envolvendo 
estudo de técnicas tradicionais de pintura, 
desenho, fotografi a e colorização digital.
CHAGAS, Mário. Há uma gota de san-
gue em cada museu: a ótica muse-
ológica de Mário de Andrade. Lisboa: 
Universidade Lusófona de Humanida-
des e Tecnologias, 1999. (Cadernos de 
Sociomuseologia, 13).
DUARTE CÂNDIDO, Manuelina Maria. 
Educação patrimonial em variados 
territórios: relato de uma experiência 
itinerante. In: História e multidiscipli-
naridade: territórios deslocados. Anais 
do XXIV Simpósio Nacional de Histó-
ria; Associação Nacional de História – 
Anpuh. São Leopoldo: Unisinos, 2007.
FLORÊNCIO, Sônia Regina Rampim et 
al. Educação patrimonial: inventários 
participativos. Brasília/DF: IPHAN, 2016.
GRISPUM, Denise. Educação para o 
Patrimônio. Museu de Aate e escola. 
Responsabilidade compartilhada na 
formação de públicos. Tese em Educa-
ção. São Paulo: USP, 2000.
HORTA, M.L.P.; GRUNBERG, E.; MON-
TEIRO, A.Q. Guia Básico de Educação 
Patrimonial. Brasília: Iphan; Museu 
Imperial, 1999.
NORA, Pierre. Entre História e Memória – 
A problemática dos lugares. In: Projeto 
História. São Paulo: PUC, 1993, p. 7-28.
SCIFONI, Simone. Desafios para uma 
nova Educação Patrimonial. In: Re-
vista Teias, v.18, n. 48, 2017, p. 5-16.
TOLENTINO, Átila Bezerra. O que não 
é educação patrimonial: cinco falácias 
sobre seu conceito e sua prática. In: 
TOLENTINO, Átila Bezerra; BRAGA, 
Emanuel Oliveira (orgs.). Educação Pa-
trimonial: Políticas, relações de poder 
e ações afi rmativas. In: Caderno Te-
mático de Educação Patrimonial nº 
5. João Pessoa: Iphan, 2016, p. 39-48.
VARINE, Hugues de. As raízes do futuro:
o patrimônio a serviço do desenvolvi-
mento local. Porto Alegre: Medianiz, 2012. 
espaços museológicos sem sair de 
casa. O projeto contempla também 
os parques nacionais e as cidades 
com sítios considerados Patrimônio 
da Humanidade pela Unesco. Dispo-
nível em: http://eravirtual.org/
h. Cartilha Jogo do Patrimônio 2.0:
pensando em promover trabalhos 
colaborativos e que envolvessem os 
princípios da educação patrimonial, 
a equipe da Fundação do Patrimônio 
Histórico e Artístico de Pernambuco 
(Fundarpe) desenvolveu a cartilha, 
no começo de 2013, como estraté-
gia didática e lúdica. Em referência a 
web 2.0, permite a interação do usu-
ário, promovendo proximidade com 
as identidades locais e valorizando o 
reconhecimento dos bens culturais 
pelos sujeitos envolvidos. Acesso em
https://issuu.com/cultura.pe/docs/
cartilha_jogo_do_patrim__nio_2.0
i. O Jardim é o Tabuleiro: infl uencia-
do pelo jogo de ludo, esse foi feito de 
modo que os jogadores realizam uma 
visita ao jardim do Museu da Repúbli-
ca, no Rio de Janeiro, bairro do Cate-
te. O jogo é composto por tabuleiro, 
cartas com orientações de movimen-
tação, dado e peças em formato de 
animais. Os jogadores, um por vez, 
lançam o dado e movem suas peças 
de acordo com o número de pontos 
obtidos. Informações:http://www.
museus.gov.br/noticias/museu-da-
-republica-lanca-jogo-educativo-vol-
tado-ao-publico-infantil-no-rj/
No próximo e último módulo de nos-
so curso, a segunda parte de Instrumen-
tos possíveis para uma intervenção nas 
cidades, continuaremos a conversar so-
bre a temática, com mais dicas e suges-
tões práticas de mediação. Você não vai 
perder esse percurso, vai?
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 175
Este fascículo é parte integrante do projeto 
Formação de Mediadores de Educação 
Patrimonial, em decorrência do Termo de 
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito 
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de 
Fortaleza, sob o nº 02/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
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ISBN: 978-85-7529-962-3 (Fascículo 11)
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