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ESTAMPAGEM Estampagem é um processo de conformação mecânica, geralmente realizado a frio, que engloba um conjunto de operações. Por meio dessas operações, a chapa plana é submetida a transformações que a fazem adquirir uma nova forma geométrica, plana ou oca. Isso só é possível por causa de uma propriedade mecânica que os metais têm: a plasticidade. 1.0 - Introdução Assim como nem todo material pode ser laminado, nem todo material pode passar pelas operações de estampagem. As chapas metálicas de uso mais comum na estampagem são as feitas com as ligas de aço de baixo carbono, os aços inoxidáveis, as ligas alumínio manganês, alumínio-magnésio e o latão 70-30, que tem um dos melhores índices de estampabilidade entre os materiais metálicos. 1.0 - Introdução OBS - O latão 70-30 é uma liga com 70% de cobre e 30% de zinco. Além do material, outro fator que se deve considerar nesse processo é a qualidade da chapa. Introdução Os itens que ajudam na avaliação da qualidade são: - a composição química, - as propriedades mecânicas, - as especificações dimensionais, - o acabamento - a aparência da superfície. Têm uma importância especial na fabricação de carrocerias automotivas e componentes da industria eletro-eletrônica. As operações de estampagem são realizadas por meio de prensas que podem ser mecânicas ou hidráulicas, dotadas ou não de dispositivos de alimentação automática das chapas, tiras cortadas, ou ,bobinas. A seleção de uma prensa depende do formato, tamanho e quantidade de peças a serem produzidas e, conseqüentemente, do tipo de ferramental que será usado. Normalmente, as prensas mecânicas são usadas nas operações de corte, dobramento e estampagem rasa. As prensas hidráulicas são mais usadas na estampagem profunda Na estampagem, além das prensas, são usadas ferramentas especiais chamadas estampos que se constituem basicamente de um punção (ou macho) e uma matriz. Essas ferramentas são classificadas de acordo com o tipo de operação a ser executada. Assim, temos: · ferramentas para corte · ferramentas para dobramento · ferramentas para estampagem profunda Na estampagem, além das prensas, são usadas ferramentas especiais chamadas estampos que se constituem basicamente de um punção (ou macho) e uma matriz. Na prensa, o punção geralmente é preso na parte superior que executa os movimentos verticais de subida e descida. A matriz é presa na parte inferior constituída por uma mesa fixa. Requisitos : . Tolerância dimensional . Qualidade superficial . Resistência a corrosão . peça rígida . otimização do uso do ferramental Introdução Os processos de conformação plástica das chapas podem ser classificados nos seguintes grupos: ♦ corte; ♦ estampagem profunda (embutimento ou repuxo); ♦ conformação em geral. O processo de corte, em maior ou menor escala, está sempre presente em todos os processos de conformação plástica a partir de chapas. O corte é uma operação mecânica através da qual, utilizando-se ferramentas adequadas, consegue-se separar uma parte metálica de outra, obtendo-se uma figura determinada. 2. 0 - O corte é a operação de cisalhamento de um material na qual uma ferramenta ou punção de corte é forçada contra uma matriz por intermédio da pressão exercida por uma prensa. Quando o punção desce, empurra o material para dentro da abertura da matriz. Dica tecnológica Em princípio, a espessura da chapa a ser cortada deve ser igual ou menor que o diâmetro do punção. As peças obtidas por corte, podem, eventualmente, ser submetidas a uma operação posterior de estampagem profunda Exemplos de operações de corte: -furos (a parte cortada não será aproveitada), - entalhes, - blanks (a parte cortada é que será aproveitada), - fendilhamento, - corte em guilhotina (não retira material da chapa), - rebarbação. O corte permite a produção de peças nos mais variados formatos. Estes são determinados pelos formatos do punção e da matriz. A folga entre um e outra é muito importante e deve ser controlada, já que o aspecto final da peça depende desse fator. Ela está relacionada também com a espessura, a dureza e o tipo de material da chapa. Folga existente entre os materiais - Para o aço, a folga é de 5 a 8% da espessura da chapa; -Para o latão, ela fica entre 4 e 8%; - Para o cobre, entre 6 e 10%; - Para o alumínio, em torno de 3% - Para o duralumínio, entre 7 e 8%. Corte (simples): Produção de uma peça de um formato qualquer a partir de uma chapa. Entalhe: Corte de um entalhe no contorno da peça. Puncionamento: corte que produz furos de pequenas dimensões. Corte parcial: corte incompleto no qual uma parte da peça cortada fica presa à chapa. Recorte: Corte de excedentes de material de uma peça que já passou por um processo de conformação. Um corte, por mais perfeito que seja, sempre apresenta uma superfície de aparência “rasgada”. Por isso, é necessário fazer a rebarbação, que melhora o acabamento das paredes do corte. 3.0 - Dobramento e curvamento Dobramento é a operação pela qual a peça anteriormente recortada é conformada com o auxílio de estampos de dobramento. Estes são formados por um punção e uma matriz normalmente montados em uma prensa. O material, em forma de chapa, barra, tubo ou vareta, é colocado entre o punção e a matriz. Na prensagem, uma parte é forçada contra a outra e com isso se obtém o perfil desejado. Em toda e qualquer operação de dobramento, o material sofre deformações além do seu limite elástico. No lado externo há um esforço de tração, o metal se alonga e há uma redução de espessura. No lado interno, o esforço é de compressão. Dica tecnológica Existe uma região interna do material que não sofre nenhum efeito dos esforços de tração e compressão aos quais a chapa é submetida durante o dobramento. Essa região é chamada de linha neutra. Até atingir o formato final, o produto pode ser dobrado com o auxílio de apenas um estampo em uma única ou em mais fases ou, então, com mais de um estampo. E para obter os variados formatos que o dobramento proporciona, realizam-se as seguintes operações: Dobramento simples e duplo. Dobramento em anel (aberto ou fechado). Nervuramento _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Corrugamento 3.0 - Estampagem profunda A estampagem profunda é um processo de conformação mecânica em que chapas planas são conformadas no formato de um copo. Ela é realizada a frio e, dependendo da característica do produto, em uma ou mais fases de conformação. Por esse processo, produzem se panelas, partes das latarias de carros como pára-lamas, capôs, portas, e peças como cartuchos e refletores parabólicos. Na estampagem profunda, a chapa metálica sofre alongamento em ao menos uma direção e compressão em outra direção. Geralmente,um compensa o outro e não há mudança na espessura da chapa. Assim como no dobramento, a estampagem profunda também é realizada com o auxílio de estampos formados por um punção, uma matriz e um sujeitador presos a prensas mecânicas ou hidráulicas. A chapa, já cortada nas dimensões determinadas, é presa entre a matriz e o sujeitador que mantém sobre ela uma pressão constante durante o embutimento. Em chapas grossas não há necessidade de utilizar sujeitador, pois não ocorre o enrugamento da aba. Estampagem profunda é constituído pelos seguintes processos ♦ conformação por estampagem, reestampagem e reestampagem reversa de copos; ♦ conformação rasa por estampagem e reestampagem de caixas; ♦ conformação rasa e profunda por estampagem e reestampagem de painéis. Os processos de estampagem profunda Utilizam ferramentas acionadas por prensas. Para o caso de conformação de copos (existe uma uniformidade geométrica) as tensões em qualquer plano vertical, passando pelo eixo de simetria, são iguais e as possibilidades de aparecimento de enrugamento no flange ou de fissuras na região lateral adjacente ao fundo do copo são as mesmas durante a estampagem É essa uniformidade de estados de tensão que caracteriza a verdadeira estampagem, em oposição à conformaçãode caixas A força máxima de estampagem exercida pelo punção ocorre no início da operação de estampagem para, assim que o punção começa a penetrar na matriz, cair visivelmente de intensidade. A pressão de sujeição deve ser suficientemente baixa para permitir o movimento da aba do disco em direção à região central e suficientemente alta para evitar o aparecimento das rugas. - reestampagem reversa de copos consiste em formar um copo menor e concêntrico, dentro de um copo maior tomado como peça inicial ao processo Embora os fatores que controlam os processos de estampagem profunda sejam bastante evidentes, eles interagem de maneira tão complexa que não é possível fazer uma descrição relativamente simples. Como foi dito, o processamento por estampagem é típico quando se parte de um esboço circular ou disco (ou ainda “blank”) Reestampagem Reversa Nas regiões de dobramento na matriz e no punção, além dos esforços de atrito, agem tensões de tração na superfície externa das regiões dobradas e tensões de compressão na superfície interna. Nas regiões laterais do copo atuam tensões de tração ao Longo das mesmas e tensões de compressão, perpendiculares a superfícies das laterais. No fundo do copo o esforço predominante é a tensão de compressão exercida pela extremidade do punção, que é transmitida às demais partes do copo através de tensões de tração radiais. A estampagem profunda é um processo de conformação mecânica no qual uma chapa ou disco metálico é conformado geralmente na forma de copo. Os copos conformados a partir de discos planos são de formato cilíndrico, podendo se constituir de vários cilindros de diferentes diâmetros. Sobre a estampagem profunda, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) A pressão de sujeição deve ser suficientemente baixa para permitir o movimento da aba do disco em direção à região central e suficientemente alta para evitar o aparecimento das rugas. ( ) Para as chapas grossas não há necessidade de utilizar sujeitador, pois não ocorre o enrugamento da aba. ( ) Nas regiões de dobramento na matriz e no punção, agem tensões de compressão na superfície externa das regiões dobradas e tensões de tração na superfície interna. ( ) A força máxima de estampagem exercida pelo punção ocorre no início da operação de estampagem para, logo a seguir, assim que o punção começa a penetrar na matriz, cair visivelmente de intensidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a)F – F – V – V. b) V – F – F – V. c) F – V – F – F. d) V – V – F – V. e)F – F – V – F. D O esforço total exercido pelo punção, ou seja, o esforço de estampagem é igual a soma dos esforços atuantes em todas as partes do copo Se o esforço de estampagem provoca em qualquer parte do copo uma tensão superior ao limite de resistência do material da chapa, ocorrerá a fissura nesta parte. Forças na Estampagem Conformação em geral Os processos de conformação em geral, podem ser realizados em prensas viradeiras, rolos conformadores ou outros tipos mais específicos de máquinas e ferramentas de conformação. Nesta conformação, as peças iniciais (esboços) podem ser simples pedaços de tiras, tubos, discos, etc. Os tipos principais de processos pertencentes a esse grupo são dobramento, flangeamento, rebordamento, enrolamento parcial ou total, nervuramento, estaqueamento, abaulamento, corrugamento, gravação, conformação de tubos e outros processos mais específicos Devido ao fato de que na parte interna atua uma força num sentido (de tração) e na interna outro (de compressão), existe um ponto ao longo de uma linha perpendicular a chapa (na direção do raio) em que as tensões são nulas. Este ponto é denominado ponto neutro. Linha neutra, folga entre punção e matriz e recuperação elástica A folga entre a punção e matriz, determinada em função da espessura e do material da chapa. - A força de estampagem é mínima quando a folga é da ordem de 1,15 a 1,20 de espessura da chapa, pois nessas condições não deve haver contato forçado entre o copo em formação e as paredes da punção e da matriz (admite-se que a chapa aumenta de 7 a 15% em espessura quando entra na cavidade da matriz). - No processo de corte, a folga para os metais duros e frágeis deve ser pequena. - Para os metais dúcteis (que exigem grande deformação plástica antes de se romper) a folga deve ser maior. Geralmente entre 2 a 10% da espessura da chapa. Força de corte da chapa (Fc) Fc = p.e.σ σ => resistência ao cisalhamento do material da peça; p => perímetro da peça (plana); e => espessura da chapa As equações para cálculo das forças de corte e de dobramento Força de dobramento (Fd) Fd = (2 σd.b.e²)/3l (Para seções retangulares). b => largura da peça; l => distância entre os apoios; σd => resistência do dobramento completo do material na ferramenta (aproximadamente 2 vezes a resistência à tração). Lubrificação e aspectos metalúrgicos A lubrificação tem grande influência na redução dos esforços de atrito entre a chapa e a matriz. A natureza de lubrificante é determinada em função do nível do esforço de conformação e facilidade de remoção após a conformação. Características contraditórias de lubrificante: - resistência à pressão e facilidade de remoção posterior Defeitos dos produtos estampados Os principais defeitos encontrados em peças embutidas são originados, basicamente, de defeitos preexistentes na chapa, de defeitos do projeto e construção da ferramenta e defeitos na conservação das ferramentas. Podem ser citados alguns exemplos de defeitos: pregas, furos alargados, ruptura no fundo, forma abaulada, pregas e trincas na aba, dentre outros. ♦ O defeito casca de laranja ocorre principalmente quando a chapa metálica original apresenta tamanho de grão grosseiro e resulta da tendência dos grãos a se deformar independentemente uns dos outros e sendo assim; os grãos aparecem em relevo na superfície (ASTM N° 5). ♦ Nervuras de distenção é um tipo de defeito que normalmente é encontrado em chapas de aço de baixo carbono. A formação de “orelhas” em copos também não deve ser esquecida. Outros exemplos de Defeitos Equipamentos Os equipamentos de estampagem, basicamente são: as máquinas de estampagem; as ferramentas de corte; as ferramentas de dobramento e as ferramentas de estampagem profunda. As máquinas de estampagem para trabalhos com chapas, são de diversos tipos, entretanto, pode-se fazer uma classificação geral destas máquinas como: Máquinas de movimento retilíneo alternativo => a esse grupo pertencem as prensas excêntricas, prensas de fricção, prensas hidráulicas, prensas a ar comprimido, guilhotinas e viradeiras retas; sendo muito importante as prensas de duplo efeito. Máquinas de movimento giratório contínuo => viradeiras, perfiladoras, curvadoras e outros tipos adaptados às operações de conformação em geral.
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