Buscar

RESUMO - Direito Empresarial I - Prof Marcelo Piazzetta - 2º BI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 1 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
EMPRESARIAL 2ºbimestre 
 Neoliberalismo: modelo econômico definido na Constituição que se funda na livre iniciativa, mas consagra também outros valores, com os quais a livre iniciativa deve se compatibilizar. Estabelecimento da Constitucionalidade das leis que incentivam a livre iniciativa. Autonomia Patrimonial = grande incentivo à livre iniciativa. Art. 170, CF: traz o reconhecimento de um direito de todas as pessoas desenvolverem atividade econômica, devendo este direito ser respeitado pelo Estado, além de respaldar a livre iniciativa, apoiando-a, vez que ela é importante para o desenvolvimento do Estado, tendo a livre iniciativa o dever de incentivar o empresário. Maneira de respeitar-se a livre iniciativa: não editar leis que infrinjam este direito. 
CONCORRÊNCIA ILÍCITA 
CONCORRÊNCIA DESLEAL Afeta apenas o interesse dos empresários envolvidos com aquele ato, não afetando as estruturas de mercado, não possuindo um impacto macro. (ex: pequena panificadora vender pão por 0,2 centavos, ao passo que a outra vende por 0,7 centavos). A prática de dano ao concorrente é uma coisa, inerente ao empresário, tida como uma prática “normal” e “aceitável”. Contudo, a finalidade do ato não é importante, mas sim o meio utilizado para praticar o dano que classifica uma conduta como desleal. Concorrência Desleal Específica Prevista no art. 195, Lei 9.279/96, em que há a enumeração dos crimes de concorrência desleal, com sua tipicidade, havendo a possibilidade de sanção penal nestes casos. Ocorre basicamente por meio de uma fraude na obtenção de informações (“violação do segredo de empresa”), ou fraude na veiculação de informações (“publicidade enganosa”). 
I. Fraude na obtenção de informações: normalmente a informação é verdadeira, mas a ilicitude consiste na forma pela qual a informação foi obtida. Ocorrem os atos de: “hackear” as informações, a espionagem econômica (“infiltração de funcionários”), compra de informações por meio do aliciamento de funcionários dos concorrentes. 
II. Fraude na veiculação de informações: a informação é falsa, ocorrendo a tal “publicidade enganosa”, o que se diferencia de “publicidade abusiva”. Naquela há veiculação de informação falsa sobre o produto / serviço, ao passo que esta atenta contra valores (ex: montadora usa figura infantil e apelida de pônei maldito, ou quando a mulher somente consegue atenção do homem ao usar a lingerie da Hope). As informações veiculadas através 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 2 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
de propaganda enganosa podem ser tanto do próprio produto ou quanto do produto do concorrente. A repressão civil, determinada mais facilmente nos casos de concorrência desleal específica, está prevista no art. 208 e no art. 210, ambos da auferida Lei, em que há a determinação de indenização dos lucros cessantes, que seriam obtidos se tal ato não tivesse ocorrido. Quando a concorrência desleal for decorrente de uma infração a uma propriedade industrial, também pode haver o pedido no sentido do valor que teria direito caso fosse licenciar aquele direito. Concorrência desleal genérica Prevista no art. 209, Lei 9.279/96, em que procura abranger genericamente atos ilícitos, que tendem a causar a concorrência desleal. Não pode haver penalização nestes casos, levando-se em conta o “princípio da legalidade estrita”. 
CONCORRÊNCIA COM INFRAÇÃO À ORDEM ECONÔMICA 
O que fundamenta esta espécie é o art.173, §4º, CF. A legislação não veda que o empresário utilize-se do poder econômico que possui para obter maior sucesso no mercado, a vedação recai sobre o abuso desse poder econômico que vise à dominação de mercados, eliminação da concorrência e/ou aumento arbitrário dos lucros. 
Lei anti-truste - criou o sistema administrativo de defesa da concorrência, formado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). →CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
Configura-se como uma autarquia, possuindo autonomia o que lhe permite atuar de maneira mais direta e incisiva. Segundo o art.4º o CADE é um órgão judicante com jurisdição em todo território nacional, sendo assim as decisões por ele proferidas, sendo um órgão administrativo, possui legitimidade administrativa para analisar as práticas concorrenciais, sendo o órgão competente para julgá-la, porém, o fato de o CADE ser um órgão judicante não o torna um órgão judicial, não possuindo as decisões por ele proferidas força de coisa julgada, cabendo recurso ao poder judiciário. Também analisa os atos de concentração das empresas, classificados no art. 90, ou seja, quando ocorre a fusão das empresas. Para que uma atitude concorrencial seja submetida ao CADE deve possuir uma mínima possibilidade de afetação da concorrência em um nível global, pois caso falte este impacto macro não há a existência de concorrência com abuso econômico, só sendo submetidos os atos relacionados no art. 88. O CADE é um órgão político possuindo esfera discricionária de decisão (não expressa). 
Caracterização da Infração à Ordem Econômica 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 3 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Art. 36, §3, IX, XXVIII da Lei Anti-Truste. Além dos atos necessitarem de previsão no §3º precisam também observar os efeitos previstos nos incisos do mesmo artigo (dominação de mercados, aumento arbitrário dos lucros ou eliminação de mercado) Alguns desses atos dependem de um acordo entre empresários, chamado colusão. A colusão pode se dar entre empresários do mesmo ramo (colusão horizontal), como também entre empresários de diferentes ramos econômicos (colusão vertical), pode ainda ocorrer em situações em que o acordo busca unir as empresas sob uma mesma direção econômica, mantendo ou não a personalidade jurídica de cada uma (concentração). 
Efeitos – incisos do art. 36 Domínio de Mercado Relevante (inciso II) - Via de regra o domínio de mercado relevante configura-se como o domínio de mais de 20% daquele mercado. Mas para assim determiná-lo devem ser analisadas as premissas geográfica e material: 
 Premissa geográfica: determinada zona territorial onde ocorreu a aquisição ou o ato analisado. 
 Premissa material: possibilidade ou não de substituição do produto ou serviço analisado. Caso possa ser substituído por outro, o mercado relevante será o de todos os possíveis substitutos. Caso não seja possível a substituição, o mercado relevante será o do próprio produto. 
Espécies de Repressão Existem duas espécies de repressão à concorrência com abuso de poder econômico, classificadas de acordo com sua natureza: 
 Pecuniária = multa, art. 37. É dirigida às entedidades empresariais (varia de 0,1% a 20% do faturamento bruto do exercício financeiro anterior à instauração do processo administrativo), aos administradores destas entidades (1% a 20% da multa que foi aplicada a empresa), desde que comprovado culpa ou dolo e também às entidades não empresariais (a multa varia de 50 mil reais a 2bilhões de reais), tais como associações e sindicatos. 
 Não pecuniária 
 
 
→ Aluguel sobre percentual de lucratividade 
Solução encontrada para enfrentar a crise americana, tal cláusula tornou-se extremamente comum. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 4 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Cláusula de raio - para evitar que o locatário se abstivesse de pagar aluguel mais alto quando tivesse lucro alugando por preço fixoum outro imóvel próximo. Tal cláusula proíbe a concorrência com si mesmo num determinado raio. Ainda hoje é comum em contratos de shopping centers. 
 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 5 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 SHOPPING CENTER O que caracteriza um shopping center é chamado de tenant mix, que significa mistura de inquilinos, e na verdade, se consubstancia no planejamento de distribuição de espaços e é necessária para a organização do Shopping como um todo. Centro comercial planejado sob uma administração única. É composto de lojas destinadas à exploração comercial e à prestação de serviços, sujeitas à normas contratuais padronizadas, para manter o equilíbrio da oferta e da funcionalidade, assegurando a convivência integrada e pagando um valor em conformidade com o faturamento. O contrato entre lojistas e o shopping é, sem dúvidas hoje, um contrato de locação. A responsabilidade dos locadores e locatários aqui é maior que a de locadores e locatários comuns. O locador do shopping center, além de garantir a posse das lojas aos locatários, deve organizar o gênero das atividades, oferecendo ao consumidor uma maior gama de produtos e serviços. Além disso, o locador deve se preocupar com as promoções periódicas e com a atração decorrente das lojas âncora (normalmente elas se estabelecem sem pagar aluguel). O locatário possui deveres maiores que a simples obrigação de pagar o aluguel. Tais quais a sujeição às normas de administração do shopping O aluguel de shopping centers é estabelecido de duas formas: fixo e variável. Ambos podem se somar ou se completar. É muito comum o 13o aluguel em dezembro. É cabível a ação renovatória, porém não é possível a exceção de retomada para uso próprio. Para evitar o possível dano de baixo fluxo de vendas é comum existir nos contratos as chamadas metas de faturamento, os próprios contratos estabelecem um fluxo de aumento das vendas em determinada periodicidade temporal. Res sperata - contribuição devida em razão do aproveitamento do fundo de comércio do shopping. Normalmente é a arrecadação necessária para a própria construção do shopping. 
 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 6 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 
CONTRATOS EMPRESARIAIS 
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO O caminho percorrido pelo produto desde o produtor/importador até o consumidor é realizado 
por sucessivos contratos (intermediários). Em qualquer contrato de colaboração o colaborador 
possui a obrigação de criar, expandir ou consolidar o mercado do colaborado. Assim, há uma 
relação de subordinação entre o colaborador e o colaborado, o que faz com que, em algumas 
vezes, os contratos de colaboração acabem sendo discutidos na Justiça do Trabalho. Alguns 
contratos de colaboração, quando extintos, geram um direito de indenização pelo mercado 
criado (devido ao legado). 
 
COLABORAÇÃO-INTERMEDIAÇÃO 
É o Contrato de Compra e Venda Mercantil com finalidade de revenda. O revendedor é o intermediário entre o produto e o consumidor. As duas espécies de colaboração-Intermediação são a concessão e a distribuição-intermediação. Compra e Venda Mercantil - na prática, a diferença para com a Compra e Venda tradicional do código civil só se faz presente nos casos de falência. São exigidos dois aspectos para a caracterização de um Contrato de Compra e Venda Mercantil: I. Subjetivo: o contrato deve ser celebrado por dois empresários. II. Objetivo: o objeto do contrato deve ser um produto destinado ao insumo da produção (matéria-prima) de um dos empresários, ou destinado à revenda (somente nesse caso é considerado um contrato de colaboração!). Sucessivos Contratos de Compra e Venda Mercantil, com determinada periodicidade, caracterizam os Contratos de Fornecimento. É importante ressaltar que outros Contratos de Compra e Venda, que não Mercantil, também podem caracterizar Contratos de Compra e Venda. 
CONCESSÃO Via de regra é um contrato atípico, salvo em relação aos veículos automotores terrestres, configurando-se como um contrato típico regido pela Lei 6729/79. Muitos autores não diferenciam a concessão da distribuição-intermediação. A diferença defendida por alguns autores é uma maior subordinação. É comum ocorrer em conjunto com a assistência técnica. Pelo fato da distribuição-intermediação ser um contrato atípico, pode ser chamada de concessão. O contrato de concessão também é um contrato atípico, salvo em relação aos veículos automotores terrestres (contrato típico regido pela lei 6.729/79 - Lei Renato Ferrari). 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 7 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Os chamados implementos também fazem parte da Lei Ferrari, são eles máquinas que se acoplam ao veículo para aumentar a sua funcionalidade. O objetivo da lei é assegurar o retorno do investimento naturalmente feito pelo concessionário para cumprir o contrato de concessão. Em 1990 (ano de criação do CDC), o art. 5 da citada lei foi alterado, não mais prevendo a restrição territorial da venda das concessionárias. A área de atuação ainda pode ser delimitada, porém, a venda à consumidores de outras áreas não pode ser proibida. É inerente a esse tipo de contrato a dependência do concessionário do concedente. Direitos do concessionário: 
 O art. 16, III : isonomia de tratamento do concedente para com os concessionários, em relação às obrigações que possam ser equiparadas. 
 Art. 5º, II : existência de uma distância mínima entre concessionários da mesma rede, estabelecida a partir da potencialidade do mercado. 
 Art. 7º : resguardo de uma cota mínima de aquisição de veículos perante o concedente. Tal cota é também um dever reflexo do concessionário. Busca-se evitar que o concedente se recuse a vender. 
 Art. 15, I : direito à não-concorrência do concedente, salvo em relação ao Poder Público, aos corpos diplomáticos e aos clientes especiais (clientes especiais são aqueles fixados em contrato de acordo com um número mínimo de compra). A regra é de que a se a concessionária precisa fazer altos investimentos para estabelecer o contrato de concessão não se torna justa a concorrência com o próprio concedente. 
Deveres do concessionário 
 Aquisição de um estoque mínimo de produtos. 
 Não comercialização de veículos novos de outro fornecedor. Versa apenas sobre veículos novos, pois uma das espécies de venda da concessionária é a dação em pagamento, na qual o objeto terá que ser revendido posteriormente. 
 Proibição de comercialização para revenda (art. 12). A comercialização só pode se dar para o consumidor. Na prática não se aplica. 
Proteção ao Concessionário O concessionário, por depender do fornecimento por parte do concedente, não possui poder de barganha ou negociação. Sendo assim, buscando proteger o concessionário, a lei prevê que o contrato de concessão só poderá ter prazo determinado quando for o primeiro a ser estabelecido, e este prazo deve ser de no máximo 5 anos, todos os demais contratos firmados serão por tempo indeterminado. 
 Quando aplicada a regra de indenização para contratos determinados atentar que a partir do segundo contrato firmado a configuração do mesmo será de caráter indeterminado. 
 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 8 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 
 
Prazos e indenizações O concessionário, por depender do fornecimento por parte do concedente, não possui poder de barganha ou negociação. Sendo assim, buscando proteger o concessionário, a lei prevê que o contrato de concessão só poderá ter prazo determinado quando for o primeiro aser estabelecido, e este prazo deve ser de no máximo 5 anos, todos os demais contratos firmados serão por tempo indeterminado. 
Indenização 1. Por prazo determinado: 
 No caso de não renovação por vontade do concedente o este deve recomprar o estoque do concessionário pelo valor da concessão 
 No caso de não renovação por vontade do concessionário não há previsão de conseqüências. 
 Resolução do contrato por culpa do concedente = neste caso o concedente irá agir como consumidor da concessionária, fazendo com esta lucre com a compra de seu estoque. Além disto, é incidida multa de 4% sobre o faturamento projetado até o final do contrato. 
 Resolução por culpa do concessionário = deverá ser adimplida indenização de 5% sobre o total de mercadorias adquiridas nos últimos 4 meses. 2. Por prazo indeterminado: 
 Resolução do contrato por culpa do concedente = neste caso o concedente irá agir como consumidor da concessionária, fazendo com esta lucre com a compra de seu estoque. o concedente deverá indenizar o concessionário em 4% sobre a projeção do faturamento. Tal projeção observará um critério fixo (18 meses) e um variável (são acrescentados 3 meses a cada 5 anos de vigência do contrato) para sua determinação. 
 Resolução por culpa do concessionário = deverá ser adimplida indenização de 5% sobre o total de mercadorias adquiridas nos últimos 4 meses. 
 Resilição Unilateral = não prevê indenização. É necessário aviso prévio de 120 dias. 
 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 9 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 **Quando aplicada a regra de indenização para contratos determinados atentar que a partir do segundo contrato firmado a configuração do mesmo será de caráter indeterminado. 
 PRAZO DETERMINADO PRAZO INDETERMINADO 
NÃO RENOVADO POR VONTADE DO CONCEDENTE Compra pelo valor da concessão X 
NÃO RENOVADO POR VONTADE DO CONCESSIONÁRIO 
 X X 
RESOLUÇÃO POR CULPA DO CONCEDENTE Compra como consumidor 4% 
Compra como consumidor 4% faturamento 18 meses + 3 meses a cada 5 anos de contrato adimplido 
RESOLUÇÃO POR CULPA DO CONCESSIONÁRIO 5% últimos 4 meses 5% últimos 4 meses 
 
 
DISTRIBUIÇÃO-INTERMEDIAÇÃO (atípica) É a distribuição que não se amolda ao art. 710 CC, portanto atípico, não ser mediante à conta de outrem e nem mediante retribuição, como na distribuição-aproximação. Envolve compra e venda. O distribuidor vende em nome próprio. Por ser regido apenas pelas disposições gerais do contrato (contrato atípico), não cabe a indenização pelo mercado (legado) presente em alguns contratos de colaboração. Por ser um contrato de trato sucessivo cabe resilição unilateral. O prazo de aviso prévio resilitório (possível nos contratos pautados na confiança ou nos contratos de trato sucessivo ou prazo indeterminado) varia de acordo com o tipo de contrato, nesse caso vale o tempo do aviso prévio que está no contrato, por ser atípico. O art. 720 é utilizado para suprir a falta de prazo de aviso prévio resilitório, uma vez que não cabe de maneira direta, mas por vezes é utilizado de maneira analógica. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 10 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente. Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido. 
 Atentar para questão problemática entre: aviso prévio previsto no contrato x art. 473 x art. 720 e a questão do prazo para restituição dos valores despendidos no negócio. Não é “justo” você incidir com um aviso prévio de 30 dias se o juiz alegar posteriormente que não é válida tal cláusula, devendo incidir o prazo até o ressarcimento total do que foi investido. 
COLABORAÇÃO-APROXIMAÇÃO 
O intermediário não revende, apenas aproxima o vendedor do consumidor. “Como se fosse um vendedor contratado do produtor”. 
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL Surgiu a partir do crescimento das empresas e da necessidade de aumentar o ciclo de consumidores, de expandir o território de atuação. Por vezes a relação do representante com o representado é de dependência. A Lei 4.886/65, Lei de Representação Comercial, é uma lei protetiva dos representantes e tem características parecidas com as da CLT, das relações de emprego. As disposições da Lei de Representação Comercial possuem natureza cogente (que não pode ser afastada pela vontade das partes). O representante está subordinado ao representado. Há uma subordinação empresarial, um vez que não é vinculada à pessoa do representante, mas sim à organização da atividade do representante. Duas premissas são evocadas para transformar o contrato de representação em contrato de trabalho, quando cabível: a existência de um pagamento fixo e controle de horário. Existe uma discussão sobre a competência para analisar os conflitos de representação comercial. A desconstituição da representação comercial em contrato de emprego é julgado pela justiça do trabalho, caso o litígio a ser discutido verse sobre o contrato de representação comercial, é avaliado pela justiça comum. O representante pode ou não ter poderes para concluir o negócio, quando presentes devem estar previstos no contrato. É necessário o registro no Conselho Regional dos Representantes Comerciais, caso contrário não tem direito à comissão (art. 5 da Lei que foi considerado inconstitucional pelo STF). O representante não registrado tem sim direito à comissão, mas comete um ilícito administrativo e responde com multa ao conselho. A forma do contrato de representação comercial é discutida por duas correntes: uma que defende que o contrato não precisa ser escrito, devido a tal determinação não estar prevista na Lei de Representação Comercial; a segunda corrente, que defende que o contrato deve ser escrito, se baseia no art. 27, que prevê as cláusulas do contrato. É possível possuir um contrato verbal as cláusulas do Art. 27, porém é de difícil prova e não traz segurança jurídica. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 11 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Espécies de Exclusividade 1. Exclusividade de representação Significa a possibilidade, ou não, de o representante atuar para mais de uma representada. Normalmente é uma exclusividade parcial, no sentido de limitar a matéria da exclusividade. Estabelece-se este tipo de exclusividade no sentido de que o representante não possa atuar em favor das concorrentes da representadas, porém, tudo aquilo que não for matéria de concorrência pode ser representado por ele. 2. Exclusividade de zona Em determinada área geográfica apenas aquele representante está autorizado a atuar. A exclusividade de zona prevê que mesmo vendas realizadas diretamente, sem atuação do representante, implicarão no pagamento de comissão para este, uma vez que possui exclusividade de atuação naquela área. Este tipo de exclusividade é presumida, por ser favorável ao representante, sendo assim, se não houver cláusula expressa afastando tal exclusividade, esta será aplicada. Comissão Remuneração paga ao representante em decorrência do contrato de representação comercial. O fato gerador da comissão é o pagamento pelo cliente, a comissão é uma remuneração de resultado. O art. 32 p. 7 veda a redução da média das comissões dos últimos 6 meses. Não é ilegal diminuir comissão de uma ou outra coisa, desde que a média se mantenha. Cláusula “Del Credere”: O conceito dessa cláusula é dado pelo art. 698, CC, sendo vedada a inclusão desta cláusula nos contratos de representação. Quandoo colaborador assume a responsabilidade pelo adimplemento do negócio. Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido. 
 Nos contratos de representação comercial é vedada a cláusula Del Credere. (art. 43 da Lei de Representação Comercial) 1. Estorno de Comissão Caracteriza-se como a devolução da comissão antecipadamente recebida quando o negócio realizado com promessa de pagamento futuro não for adimplido. O estorno não significa a responsabilização pelo adimplemento do negócio firmado, a comissão é paga para o representante, no entanto, se o pagamento referente ao negócio firmado não for recebido, ela deverá ser devolvida. A possibilidade de recebimento adiantado da comissão quando da venda com promessa de pagamento futuro, pode vir a acarretar na venda para “laranjas”, ou seja, efetua-se uma venda falsa para se receber a comissão adiantada. Obviamente no futuro, quando não recebido o pagamento, a comissão deverá ser estornada, no entanto, o objetivo é obter dinheiro imediato quando se prevê a obtenção de capital de giro posterior. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 12 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
2. Diminuição da Comissão ART. 32, §7º da Lei de Representação Comercial = Veda a redução da média das comissões dos últimos 6 meses. Deve-se atentar que a diminuição da comissão em si não é ilegal. A ilegalidade resta na diminuição da comissão que acarrete, também, na redução da média dos últimos 6 meses da comissão. 
Prazo do contrato Apenas o primeiro contrato pode ter tempo determinado, no entanto não se observa o limite de 5 anos como ocorre na concessão. Todo contrato que se suceder um contrato por prazo determinado em até seis meses será considerado contrato por prazo indeterminado. Procura-se saber se há uma nova relação contratual ou se é apenas a relação continuada. Caso o tempo seja maior que 6 meses, considera-se um novo contrato, portanto com tempo determinado. A lei de representação comercial possui caráter congênito. 
Indenização O grande problema da resilição do contrato por tempo indeterminado, não obstante seja um ato legal, ela não pode causar surpresa para a outra parte. Em razão disto sempre deve ser concedido um prazo de aviso prévio quando firmado contrato por tempo indeterminado. No caso da resilição comercial este prazo é de 30 dias. Neste caso ou se fornece os 30 dias efetivos para o funcionário ou deve ocorrer a indenização referente a esses 30 dias quando não for devidamente avisado (indenização = art. 27, ‘j’ + 1/3 média das comissões dos últimos 3 meses). Se houver o aviso-prévio deverá apenas ser adimplida a indenização prevista pelo art. 27, ‘j’, que é referente ai legado deixado pelo representante. 
 PRAZO DETERMINADO PRAZO INDETERMINADO 
 RESILIÇÃO BILATERAL (distrato) 
 Distrato. Haverá indenização se esta estiver prevista no contrato 
 Distrato. Haverá indenização se esta estiver prevista no contrato 
 RESILIÇÃO PELO REPRESENTADO 
 Média das comissões multiplicada pela metade do tempo faltante para extinção do contrato. Art. 27 §1º 
 Indenização pelo aviso-prévio: pagamento de 1/3 da média da comissão dos últimos 3 meses. Cumulado com a previsão do art. 27 ‘j’ a qual prevê o pagamento de 1/12 de todas as comissões recebidas no período. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 13 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 RESILIÇÃO PELO REPRESENTANTE 
 Significa que quem cometeu uma justa-causa foi o representado. Nessa situação aplica-se a mesma consequência da resilição pelo representado, uma vez que este não extinguiu o contrato, porém, também não viabilizou sua continuidade. 
 
 RESILIÇÃO DO REPRESENTANTE OU RESOLUÇÃO DO REPRESENTADO 
 Nestas duas hipóteses a lei não prevê a indenização, uma vez que a lei protege o representante. 
 
 AGÊNCIA Agência é o contrato de aproximação das partes que não seja “tirar pedidos”, que é a representação comercial. Agência é o gênero do qual representação comercial é espécie. Na representação comercial, o intermediário só atua em nome do vendedor, no caso de agência pode ser em nome do comprador. 
Diferenças entre os contratos de agência e de representação comercial Há diferenças entre agência e representação comercial; o agente realiza aproximação de certos negócios, a generalidade do agente é muito grande. A lei de representação comercial também fala de certos negócios, porém prossegue, ‘agenciando propostas ou pedidos’, a partir dai, entende-se que representação comercial é espécie do gênero agência. 
 Agência = gênero 
 Representação Comercial = espécie → Representante comercial é, então, um ‘tirador de pedidos’. Tudo aquilo que aproxima as partes sem a finalidade de tirar pedidos, é agência. O representante comercial pode ou não ter poderes para concluir o negócio. A regra geral é que o representante não tem poderes para concluir o negócio, o representado irá analisar o pedido em relação a declaração de solvência do comprador (SERASA). Estará previsto no contrato a possibilidade de o representante concluir o negócio. O representante precisa estar registrado no Conselho Regional de Representantes Comerciais, estando sujeito ao não recebimento de comissão. O representante terá direito a receber a 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 14 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
comissão, mesmo não sendo registrado no Conselho, porém terá como consequência um pagamento de multa ao conselho, pois cometeu um ilícito administrativo. A representação comercial negocia bens – há a descrição da atividade. Representação comercial é espécie do gênero agência. O contrato de representação comercial se aplica a lei própria (de representação comercial, é a principal que será aplicada). Na omissão da lei se, se tem algo regulado no contrato e no código civil, o que vale é o que está no contrato. O representante comercial tira pedidos. Agencia negocia serviços – não há descrição da atividade, é genérico e se refere a ‘certos negócios’. Agência aproxima as partes para a realização de certos negócios. Quando essa agência tirar pedidos, será representação comercial. O código civil será a norma regente do gênero agência. I. Na agência as duas exclusividades (de representação e de zona) são presumidas. II. Na representação deve-se atentar ao prazo dos contratos determinados. Na agência não tem essa vedação que se tem na representação. Na Agência podem ser firmados números contratos sucessivos com prazos indeterminados. III. Na representação não se tem limite na diminuição da comissão, mas não se pode baixar a média dos últimos 6 meses. Na agência, em regra, se o contrato não dispuser sobre, pode-se diminuir a comissão. IV. Para Agência não há vedação legal à cláusula del credere. V. O aviso prévio na representação comercial é de 30 dias. Na agência o prazo é de 90 dias (art. 720). Agência não traz regra própria de cálculo para indenização. 
 Art. 473, parág. único – não há decisão consolidada a respeito de se o representante poderá alongar o prazo de 90 dias, se não houver sido despreendido todos os vultos do seu investimento. DISTRIBUIÇÃO (típica) É um contrato criado pelo código civil, que não existe na prática. Não há compra e venda, figura como uma representação. 
 
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios,em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. Até o código de 2002, o Contrato de Distribuição era normalmente celebrado entre os produtos de baixo valor agregado, um contrato de compra e venda. Produtos pelos quais o produtor/fabricante, por não ser vantajosa a contratação de empregados para entrega do produto, fez-se necessária a criação da distribuição. O distribuidor compra o produto com o 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 15 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
objetivo de revenda e não para seu consumo. O Código Civil de 2002 criou então o art. 710, para tipificar o contrato de distribuição. O Código Civil, no art. 710, conceitua distribuição, causando, assim, confusão, estando presente a distribuição tanto nos contratos de colaboração-intermediação quanto nos contratos de colaboração-aproximação. Sendo assim, existe a distribuição-comum, de compra e venda, que é a colaboração-intermediação (sendo um contrato atípico). Ao passo que a distribuição prevista no art. 710, CC, não é de compra e venda, sendo o contrato de colaboração-aproximação (contrato típico, mas que não existe na prática, por ser de mera representação comercial). Ou seja, a distribuição no contrato de colaboração-intermediação é ATÍPICA, ao passo que a distribuição na colaboração-aproximação é TÍPICA. 
 Resolução: é quando o contrato perde seu objeto, não sendo cumprida a sua obrigação. (ex: deterioração da coisa). Resilição: não se relaciona a uma justa-causa, ocorre quando as duas partes, ou apenas uma delas, desiste do contrato. Quando as duas partes não o querem mais configura-se uma resilição bilateral – ou distrato. Quando apenas uma delas desiste, é uma resilição unilateral – peculiaridades: o ato da parte é chamado de “denúncia”, sendo uma exceção, não regra. Pode ocorrer nos contratos pautados na confiança ou nos contratos com prazo sucessivo ou com prazo indeterminado. Rescisão: é aquela que decorre de um caso de invalidade do contrato. 
 
ATIVIDADE BANCÁRIA Crédito Para qualquer operação no Mercado Financeiro é necessário crédito. A concessão de crédito é uma forma de viabilização da atividade empresarial. Crédito é o direito que o credor tem a uma obrigação do devedor. No cenário empresarial, a conotação de crédito é um pouco diferenciada: é toda operação financeira pela qual se realiza uma prestação presente com a promessa de outra prestação futura. A principal diferença é a exigência desse hiato temporal para a caracterização do crédito no Direito Empresarial. A instituição responsável por conceder crédito são as bancárias. Os bancos são instituições que não apenas concedem crédito, como também obtêm crédito. 
Operações bancárias Características: I. Pecuniaridade: quase todas as prestações bancárias se realizam por meio de prestações financeiras. II. Complexidade: a cada dia surgem novas operações e novas formas de se obter e garantir crédito, em razão disso, as operações realizadas com instituições financeiras possuem cada vez mais um grau de sofisticação. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 16 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
III. Profissionalidade: a operação de obtenção e concessão de crédito é a atividade fim do banco, que as exerce de maneira profissional. IV. Empresariariedade: as atividades bancárias também se caracterizam pela empresariarielidade (art. 966 CC) bancária. 
Tipos de Atividades Bancárias I. Fundamentais: são aquelas relacionadas à obtenção e concessão de crédito, afetas à intermediação do crédito. Existem as atividades bancárias fundamentais ativas (quando o banco é o credor) e passivas (quando o banco é devedor). II. Acessórias: são aquelas normalmente relacionadas a uma prestação de serviço destinadas a atrair clientes. Possuem um caráter de “favor”, como por exemplo a cobrança de crédito (emissão de boletos). 
Déposito Bancário Atividade bancária específica, uma atividade fundamental de natureza passiva. O banco é o depositário e o cliente é o depositante. O contrato de depósito é um contrato preliminar, que só se torna perfeito com a tradição da coisa (efetivo depósito do dinheiro). Caracteriza-se também pelo dever do banco de guarda e restituição com juros. A lei 330/1.937 concede ao Tesouro Nacional todos os créditos financeiros que ficam por mais de 30 anos sem movimentação. 
Empréstimo Bancária Representa a antecipação de valores ao cliente com a devolução posterior com a incidência de juros. A Lei da Usura limita a aplicação de juros superiores ao dobro da taxa legal. A taxa legal está prevista no art. 406 CC, que é a taxa aplicada pela Fazenda para a cobrança dos tributos (SELIC - entendimento do STJ). Hoje é comum a aplicação do artigo 61 CTN, para aplicar a taxa legal como sendo 1% ao mês. A taxa SELIC já abrange a correção monetária. O art. 591 CC regulamenta os juros do “mútuo feneratício”, onde o limite de juros é o valor da taxa legal. Em relação aos bancos, não há limitação de juros, uma vez que a Lei da Usura não aplica-se aos bancos, abrange somente os particulares. Os particulares não têm direito de abatimento proporcional de juros em caso de pagamento antecipado. O art. 52, p. 2 CDC garante ao consumidor o abatimento proporcional dos juros. Empréstimo bancário é diferente de financiamento bancário. O financiamento possui uma destinação específica. 
Desconto Bancário O banco antecipa um crédito do cliente perante terceiros, passando a ser o titular do crédito mediante cessão. É conhecido como antecipação de recebível. Foge um pouco à regra geral da cessão de crédito, que prevê que o cedente não responde pela solvência. O re-desconto normalmente ocorre com valores elevados entre uma instituição financeira maior e uma menor. É o desconto entre bancos, que busca diminuir os riscos. 
Crédito Documentário ou Documentado 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 17 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Possui uma aplicação considerável no comércio internacional. A análise do banco é estritamente documental. A instituição assume a responsabilidade do pagamento mediante algum documento que comprove a ação da outra parte (ex. comprovante do despacho aduaneiro da mercadoria). 
 FACTORING Factoring é fomento mercantil. Contrato pelo qual um dos contratantes (factorizador) presta ao empresário (factorizado) o serviço de administração do crédito, garantindo o pagamento das faturas por este emitidas. O nascimento do factoring se deu com o povo fenício, que tinha como principal fonte econômica o comércio, uma vez que estavam situados próximos ao mar mediterrâneo. Com o crescimento da navegação, ocuparam parte da península ibérica e para viabilizar sua comunicação constituíram uma filial (onde hoje é Portugal), facilitado assim a comercialização na região. Essa filial era chamada de factoria, onde armazenavam-se mercadorias e o factor prestava-se informações sobre clientes e outros comerciantes. 
A principal importância do factoring reside exatamente da garantia do pagamento do crédito concedida ao factorizado. O factorizador torna-se o titular do crédito, a cessão retira do factorizado o crédito. Nesse caso, o devedor não precisa concordar com a cessão de crédito, apenas deve ser notificado. O factoring assemelha-se ao desconto bancário, uma vez que antecipa o valor de um crédito futuro. No desconto bancário, entretanto, o cliente continua responsável pelo adimplemento, enquanto no factoring ele responde apenas pela existência do crédito. É um contrato muito comum na administração de condomínios. O factoring diferencia-se da agiotagem, uma vez que nessa o cedente se responsabiliza pela solvênciado devedor. O facturing possui uma mini-estrutura operacional que visa viabilizar a operação. Obrigações do Fatorizador 1) Administração do crédito 2) Controle de vencimentos 3) Acompanhamento da flutuação da taxa de juros 4) Contato com inadimplentes 5) Adoção de medidas assecuratórias ao recebimento do crédito a. Fiscalização dos bens do devedor para auferir se ele não está se desfazendo do bem para inviabilizar o adimplemento da dívida. Tipos de Factoring I. Maturity factoring: a empresa de factoring realiza o pagamento na exata data de vencimento do crédito. A factorizadora paga na exata data em que o cliente receberia. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 18 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Existem aqui dois serviços: de administração do crédito e de garantia do adimplemento. II. Conventional factoring: o pagamento pela factorizadora é antecipado. Além dos dois serviços presentes na maturity (administração e garantia), também se percebe o financiamento. É incomum. 
 
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA Contrato no qual o fiduciante (aparente proprietário) recebe financiamento para aquisição de bem móvel ou imóvel e aliena o bem adquirido ao financiador (fiduciário) em garantia ao pagamento da dívida com o compromisso de devolução da propriedade integral após o pagamento da dívida. 
A instituição financeira possui a propriedade resolúvel do bem, que é uma propriedade com uma condição resolutiva, uma vez que o fiduciante realize todo o pagamento pelo financiamento, essa propriedade do fiduciário será resolvida em favor do fiduciante. Sendo assim um título de garantia. Quem tem a posse direta do bem objeto da alienação fiduciária é do fiduciante. O fiduciário possui a posse indireta. A alienação fiduciária sobre bens imóveis está prevista nos arts. 22 a 33, da Lei 9.514/97 e a de bens móveis está prevista no art. 66-B da Lei 4.728/65. 
Penhor e Hipoteca A alienação fiduciária é muito similar a duas espécies de pagamento de dívida, o penhor e à hipoteca. I. Penhor: contrato por meio do qual se transfere a posse do bem em garantia do pagamento de uma dívida. Penhor é diferente da penhora, estão próximos apenas por serem meios de pagar uma dívida. Penhorar algo é realizar o ato de penhora, que é realizado pelo juiz no processo de execução. II. Hipoteca: direito real de garantia. Assim como o penhor, é o destaque de um bem para garantia de uma dívida. Sendo a hipoteca um direito real, se um bem foi hipotecado em garantia de uma dívida, o proprietário pode vendê-lo, porém o comprador estará sujeito a perder o bem hipotecado. A hipoteca não extingue a dívida, permite o prosseguimento da cobrança. Diferenças I. Quanto à propriedade: Ambos são um destaque de um bem para garantia de uma dívida. As diferenças entre a alienação fiduciária dos dois institutos acima citados são: tanto no penhor quanto na penhora o devedor não perde a propriedade do bem, já na alienação fiduciária a propriedade será do credor. II. Quanto à extinção da dívida: Na alienação fiduciária de bens imóveis, conforme prevê no art. 27, §5º, da Lei 9.514/97, uma vez consolidada a propriedade do agente 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 2º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 19 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
fiduciário a dívida que gerou a alienação é extinta. Em caso de bens móveis isso não acontece, podendo o saldo remanescente ser cobrado, pois não existe nenhuma previsão legal impondo a extinção da dívida quando ocorre a transferência da propriedade ao fiduciário. Destaca-se que, nos casos de alienação fiduciária de bens imóveis, raramente ocorre alienação de 100% do bem. Já na hipoteca, não ocorre a extinção da dívida, sendo permitido o prosseguimento da cobrança. 
Direitos do credor: Direito de alienação da coisa dada em garantia com a devolução de eventual saldo ao devedor. Quando ocorre o pagamento substancial da dívida não será mais permitido ao banco receber aquele bem, somente cobrar aquele saldo remanescente. No caso da alienação de bens móveis, se houver saldo, esse saldo pode ser cobrado, pois não existe alguma previsão legal impondo a extinção da dívida quando ocorre a transferência da propriedade. Na alienação fiduciária quem financia a aquisição não é o devedor, na cláusula de reserva de domínio é o devedor. 
Cláusula de Reserva de Domínio Ocorre quando o devedor resguarda a propriedade do bem até que o comprador faça o pagamento integral. Tal cláusula garante que quem financia a aquisição é o vendedor. Via de regra, quem financia a aquisição na alienação fiduciária não é o vendedor.

Outros materiais