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RESUMO - Direito Empresarial I - Prof Marcelo Piazzetta - 1º BI

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EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Direito Empresarial – Prof. Marcelo Piazzetta 
 Código Comercial: trabalho com a teoria francesa do Direito Comercial, a teoria dos atos do comércio. Divido em três livros: o primeiro trata dos atos de comércio e foi revogado pelo CC de 2002, a partir do seu artigo 966. O segundo trata do comércio marítimo, e ainda é vigente. O terceiro trata das quebras, e foi revogado pela lei 11.101/05, a Lei das Falências. 
ASPECTOS HISTÓRICOS 
O Direito comercial é divido em 4 fases históricas. Na verdade, ele já existiu de maneira vaga no Código de Hamurabi, mas essa não é considerada uma fase. 
 1ª Etapa: segunda metade do séc. XII até o séc. XVI. Fase extremamente subjetivista. Nessa fase existiam grupos de profissionais que praticavam a mesma atividade, organizações de pessoas que praticavam a mesma atividade profissional = corporações de ofício. Esta possuía três camadas profissionais: 
o Mestre: pessoa com maior experiência em determinado ofício; proprietário da corporação. 
o Oficiais: eram como se fossem empregados; possuíam menos experiência do que o mestre, mas já com alguma experiência; recebiam salários para o desempenho de ofício. 
o Aprendizes: pessoas sem experiência alguma que estavam na corporação para iniciar naquele ofício; não recebiam salários e sim ajuda de custo. Para cada localidade existia uma corporação e para cada corporação existia um tribunal próprio, onde os chamados juízes consulares (normalmente juízes experientes, que já tinham vivenciado aquela realidade e, a partir disso, poderiam dizer quem estava certo e quem estava errado) que atuavam em tribunal próprio para julgar os atos praticados pelos entes das corporações. O fator que importava para o julgamento não era a natureza do fato, mas sim a condição do acusado, ou seja, para ser julgado pelo tribunal consular bastava estar inserido em determinada corporação, independentemente da conduta praticada a ser julgada, resta claro a presença majorante da subjetividade como critério de julgamento, só era abrangido pelo direito comercial quem fizesse parte de uma corporação de ofício. Início da atividade bancária: comerciantes deixavam o dinheiro em um feudo em troca de um comprovante do valor relativo e ao apresentar este no feudo de destino retiravam o valor equivalente. Com o passar do tempo o próprio comprovante (equivalente a um título de crédito) começou a ser em si comerciado. Comerciante depositava dinheiro no seu próprio feudo e ia até outro feudo para fazer as negociações, “sacando” esse dinheiro de volta no banco do outro feudo. Assim, 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
passou a ser comum transferir os riscos das negociações entre feudos para alguém que indenizaria o comerciante por qualquer dano sofrido. Início do conceito de seguro = por meio da relação comercial entre feudos e dos riscos que advinham dessa transação, havia pessoas que “seguravam” a viagem dos comerciantes. 
 2ª Etapa: início no séc XVI, que era marcado pelo Mercantilismo. Período que os comerciantes buscavam clientes, a fim de expandir suas fronteiras. Então, dessa maneira, era difícil aplicar normas diferentes para cada terra. Viu-se que era necessário tentar uniformizar as regras, justamente para viabilizar as relações comerciais. Aparecimento do que hoje chamamos de sociedades anônimas. 
 3º Etapa: surgiu com o Código Napoleônico de 1804. Este representou a objetivação no direito comercial trazendo normas claras e escritas aplicadas a esse. Rompimento com o absolutismo, nascimento do liberalismo, ideias da revolução francesa. Com o advento da mentalidade de igualdade o direito comercial não poderia mais ser subjetivo, ou seja, aplicado a apenas alguns sujeitos com condições específicas, mas deveria passar a ser objetivo, aplicado diretamente aos “atos de comércio” = tudo aquilo descrito na lei como tal seria abrangido pelo direito comercial, porém, a fundamentação para a definição era praticamente inexistente, podendo se dizer que os atos de comércio basicamente eram os atos praticados pela burguesia da época. Por conta também dessa falha de definição as normas comerciais muitas vezes eram aplicadas a pessoas físicas, confundindo-se com a função das leis civis. O Direito Comercial passou a ser aplicado para condutas e não mais pessoas. 
 4ª Etapa: surgiu com o Código Italiano de 1942. Uma das contribuições que esse Código trouxe na época foi a chamada uniformização do Direito Privado. Trouxe também o conceito da Teoria da empresa = Direito comercial é aplicado a todos aqueles que desenvolvem empresa, que é toda atividade econômica voltada produção ou circulação de bens ou serviços, sendo necessário que essas atividades sejam praticadas mediante organização de alguns fatores econômicos: mão-de-obra; matéria-prima; capital; tecnologia (atividade intelectual aplicada sobre os bens para que possa exercer a produção). A teoria da empresa não trouxe uma enumeração de condutas apenas restringiu sua definição para que fosse possível a diferenciação do direito comercial para o civil, separando a empresa do empresário. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 
EMPRESA 
Empresa é uma atividade, sendo assim um empresário não a possui, a exerce. Para que uma atividade seja exercida é necessário que ela se corporifique, ou seja, possua lugar definido e bens, ou seja, ganhar corpo. Este é o aspecto objetivo: o estabelecimento empresarial (comercial). O empresário é o aspecto subjetivo, aquele que irá conduzir a atividade empresarial. Todos os bens reunidos formam o estabelecimento comercial. Para desenvolver a atividade empresarial, são necessários um estabelecimento e um empresário. De acordo com o artigo 966 do Código Civil, “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. Ou seja, empresário é quem faz o exercício profissional da empresa. A profissionalidade é caracterizada por 3 fatores: I. Habitualidade: exercício da atividade econômica em larga escala com um certa periodicidade. Não basta que eu venda um bem, ou que preste serviço, é preciso ter uma certa habitualidade na prática dessa atividade. II. Pessoalidade: a prática da atividade pelo próprio empresário, estando vinculado pessoalmente a determinada atividade. O vínculo que preenche este conceito de pessoalidade também se satisfaz com a fiscalização ou a realização dos atos pelos prepostos (empregados). Ou seja, quando não o próprio empresário que exerce o ato, ele se responsabilizará pelo atos de uma outra pessoa. III. Monopólio das informações = o empresário é quem possui de maneira exclusiva o conhecimento sobre o produto ou serviço que ele presta. Quando se fala em monopólio de informações diz respeito à própria empresa em relação aos meios de realizar a circulação de determinado produto, são informações exclusivas sobre o empreendimento do qual é titular. EMPRESÁRIO 
É quem organiza os fatores de produção: mão de obra, matéria prima, capital e tecnologia. Porém, não se considera empresário quem, no exercício da atividade exerça uma atividade de natureza intelectual, de natureza artística, literária ou científica, pois nesses casos não há uma verdadeira organização dos fatores de produção e a estrutura do empreendimento está vinculada de maneira exclusiva à mente, ao intelecto da pessoa. Em decorrência disso, conforme disposição legal (art. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: BrunaMoreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
966, paragrafo único), profissionais como médicos e advogados não são considerados empresários. Atividade intelectual não é empresarial, salvo se constituir elemento empresa. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL E EIRELI Configuram as duas maneiras possíveis de um empresário atuar sozinho (sem constituir sociedade) diferenciando-se em relação ao regime de autonomia patrimonial. 1. Empresário individual O empresário pode atuar individualmente e quando assim exerce empresa é chamado de empresário individual, este não se configura como pessoa jurídica por não possuir previsão no art. 44 CC. Não existe autonomia patrimonial, por não ser pessoa jurídica o empresário individual não possui um patrimônio autônomo a outro, isso porque somente possui um único patrimônio, o de pessoa física, por isso o risco é alto, pois nesse caso o empresário individual coloca em risco todo o seu patrimônio disponível. Empresário individual possui CNPJ. 
 No caso de empresário individual, embora não possua autonomia patrimonial, se for necessária a alienação de algum bem imóvel que esteja vinculado à atividade empresarial não é necessária outorga do parceiro conjugal (marido ou esposa), art. 978. 2. EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada A lei 12.441 criou a EIRELI. Com a criação da EIRELI estabeleceu-se uma forma de o empresário atuar sozinho possuindo pessoa jurídica, permitindo a existência de patrimônios autônomos. A lei prevê a necessidade de que a EIRELI possua um capital social (dinheiro desembolsado para a criação da empresa) de no mínimo 100 vezes o valor do salário mínimo nacional, isso ocorre porque a EIRELI limita a garantia dos credores, por disporem de um patrimônio menor do que o de um Empresário Individual. Só é permitida a criação de uma EIRELI por pessoa. Art. 490-A CC, regulamentação EIRELI. Os 100 salários mínimos necessitam ser integralizados que significa a efetivação da subscrição, ou seja, é o compromisso de contribuir para o capital social. A subscrição pode ser feita com compromisso futuro. Cada pessoa física só pode ser titular de uma EIRELI. Toda EIRELI precisa contemplar a sigla na razão social. A EIRELI é regulamentada pelo artigo 980-A do CC. 
 Manual de registro da EIRELI, lei (...) = prevê que somente pessoa física pode constituir EIRELI, porém o CC não prevê esta restrição, neste caso não há a vedação de constituição de EIRELI por parte de pessoas jurídicas, embora sejam sociedades. Vantagens e desvantagens: Se a pessoa dispuser de um alto capital para o início da empresa a criação da EIRELI é mais vantajosa pela possibilidade de se adquirir a personalidade jurídica, podendo constituir um patrimônio autônomo, o que significa que a pessoa não compromete seu patrimônio total, somente o destinado a empresa, mantendo o pessoal. A Empresa Individual apenas torna-se uma opção melhor se a pessoa não possuir o capital mínimo 
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para começar uma EIRELI, pois nessa opção o capital pessoal fica completamente comprometido pela impossibilidade de criação de pessoa jurídica, podendo estabelecer a autonomia de patrimônios, porém não há limitação de criação por pessoa. 
SOCIEDADE ≠ ASSOCIAÇÃO ≠ FUNDAÇÃO 
Uma Sociedade é a comunhão de esforços para uma finalidade econômica para atingir um objetivo comum, possui finalidade lucrativa, art. 981. Para ter sociedade, o pressuposto é que a atividade seja exercida por duas ou mais pessoas. Associação se diferencia de sociedade por não possuir finalidade lucrativa assim como a Fundação. Esta também se configura como a reserva de determinado patrimônio para o desenvolvimento de uma atividade filantrópica. Sociedade possui finalidade lucrativa. A atividade econômica que a lei se refere não pode ser considerada sinônimo de atividade empresarial. A única sociedade que não é registrada no Cartório de Registros de Pessoas Jurídicas é a sociedade de advogados, que é registrada na OAB. 1. Natureza da sociedade A sociedade divide-se em: I. Sociedade simples é a reunião de pessoas ocorre para o desenvolvimento de uma atividade intelectual, não configurando uma atividade empresarial. Art. 982. (sociedade cooperativa) II. Sociedade empresarial é a reunião de pessoas para o desenvolvimento de uma atividade que não compreenda apenas o desenvolvimento intelectual (sociedade anônima), exercendo assim atividade empresarial. Somente este tipo de sociedade pode pedir falência e recuperação judicial. A sociedade cooperativa é sempre simples. A sociedade anônima é sempre empresarial. Somente as sociedades empresariais podem pedir falência e recuperação judicial. 
2. Tipos de Sociedade NÃO PERSONIFICADA I. Sociedade de fato: não existe autonomia patrimonial, por não haver outra pessoa com patrimônio diferente. Neste tipo de sociedade o credor deve buscar primeiro os bens vinculados a atividade produtiva, somente após poderá buscar os bens dos sócios. Serve também para regulamentar o direito existente entre os sócios, esse é o motivo de o direito regulamentar uma sociedade existente apenas no plano fático. II. Sociedade em conta de participação (menos comum). PERSONIFICADA = necessário registro de ato constitutivo. Aplica-se a ambos os tipos de sociedade (simples e empresária): I. Comandita simples 
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II. Comandita por ações III. Em nome coletivo IV. Anônima: exceção – toda sociedade anônima é empresária. V. Limitada: a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das cotas sociais (investimento realizado por cada sócio). Entretanto todos respondem solidariamente pelo capital social subscrito, mas não integralizado (contribuição para o capital social). Há também solidariedade entre os sócios em relação à avaliação dos bens que compõe o capital social. VI. Cooperativa: exceção - toda sociedade cooperativa é simples. * A diferenciação entre estas empresas consiste na quota de responsabilidade dos 
sócios ao responder por dívidas sociais. 
* O prazo para reclamação de bens móveis / imóveis subscritos mas não integralizados 
é de 5 anos. Ou seja, se eu colocar meu carro no contrato e alegar que ele vale 50mil, 
após 5 anos o carro passará a valer 50mil. 
* Em caso de não-pagamento, apenas ocorrerá a desconsideração da personalidade 
jurídica em dívidas consumeristas e dívidas trabalhistas. 
 3. Elementos imprescindíveis para a composição de uma sociedade → Pluralidade de sócios: é necessária para constituir sociedade, porém o exercício da sociedade nem sempre demanda uma pluralidade de sócios, porque durante 180 dias (prazo para a regularização da sociedade) a sociedade poderá existir com somente um sócio, até que decorrido o prazo se desfaça. Neste caso configura-se uma sociedade unipessoal, a qual é a sociedade que nasce com a pluralidade necessária de sócios, mas que por um fator externo (ex: morte de um sócio) passa a ser constituída por apenas um. Art. 1033, IV. → Obrigação de contribuição com o capital social: a contribuição pode se dar por dinheiro, bens ou serviço. Contudo, a contribuição por serviços não pode em sociedades anônimas e nem em sociedades limitadas. → Obtenção de uma finalidade comum: rompendo a ideia de bilateralidade do contrato aqui a vontade das partes converge para uma finalidade comum, o sucesso do empreendimento. → Participação nos resultados: diferencia-se de participação nos lucros, pois os resultados podem ser tanto positivos quanto negativos. Há então divisão tanto de lucro quanto de prejuízo entre os sócios. Faturamento (receita – despesa) é diferente de lucro 
 Tanto os empresários individuais, sociedade e EIRELI necessitamde registro. Perante a junta comercial ou cartório de registro de pessoa jurídica. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 PERSONALIDADE JURÍDICA O instituto da personalidade jurídica foi criado porque o Estado, sozinho, não consegue satisfazer todas as necessidades das pessoas, precisando da ajuda das atividades empresariais e livre iniciativa. A justificativa para a existência da personalidade jurídica é a possibilidade de se estabelecer a autonomia patrimonial. A vantagem deste é o não comprometimento do patrimônio total do dono do empreendimento. Pode ser visto como um incentivo por parte do Estado para que as pessoas venham a exercer atividades lucrativas que acabam por refletir em benefícios para a sociedade (ex: criação de novos postos de emprego), uma vez que o Estado não consegue dar conta da demanda sozinho. Desconsideração da personalidade jurídica Se for detectado abuso da personalidade jurídica ela será desconsiderada, o que significa que deixará de existir a autonomia patrimonial. Ocorrera abuso da personalidade quando: 
 Desvio de finalidade = ex: criação de duas ou mais empresas para que uma delas assuma todas as dívidas enquanto a(s) outra(s) funciona normalmente. 
 Confusão patrimonial = ex: compra de carro em nome da pessoa jurídica para usufruto de uma pessoa física. Contrair dívidas em nome da pessoa jurídica em benefício da pessoa física. A desconsideração pode ser requerida para o ato específico que motivou o seu pedido, não significa que os demais credores poderão “se aproveitar” do requerimento alheio. A desconsideração não pode ser deferida de ofício, necessita do requerimento expresso da parte. A personalidade jurídica pode ser desconsiderada apenas pelo não pagamento de uma dívida nos casos previstos no CDC e da justiça trabalhista, não sendo necessário que haja abuso da personalidade, sendo justificada a desconsideração apenas pelo inadimplemento de valor devido. Art. 28 CDC. LEI COMPLEMENTAR 123 Define e abrange os conceitos de MEI, microempresa e EPP. O artigo 970 do Código Civil assegura direitos ao “pequeno empresário”. O problema é que só em 2006, por meio da Lei Complementar 123, o pequeno empresário foi conceituado: quando ele for um empresário individual, ele pode ser um 
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microempreendedor individual (MEI), aquele que é devidamente registrado na junta comercial e tem faturamento bruto anual de até R$60.000,00; uma microempresa (ME), aquela que tem faturamento bruto anual de até R$360.000,00; ou então uma empresa de pequeno porte, aquela cujo faturamento bruto anual está entre R$360.000,00 e R$3.600.000,00. Só as microempresas e as empresas de pequeno porte podem ser sociedades, o microempreendedor não. A principal relevância de ser ou não um pequeno empresário é que, caso seja abrangido pela Lei Complementar 123, pode optar pelo chamado Simples Nacional, também conhecido como Super Simples, o pagamento unificado de vários tributos. ***O empresário individual não tem personalidade jurídica. MEI - Micro Empreendedor Individual = é um pequeno empresário individual, é aquele que possui um faturamento bruto anual de até R$60.000,00. Só se aplica aos empresários individuais. Microempresa = o faturamento bruto anual não pode ultrapassar R$360.000,00. Pode ser exercida tanto por empresário individual quanto por sociedade. Possui direito ao simples acional: pagamento unificado de vários tributos, neste em um recolhimento só são abrangidos oito tributos diferentes. Possui favorecimento em licitações. EPP - Empresa de Pequeno Porte = o faturamento bruto anual deve estar entre R$360.000,00 e R$3.600.000,00 ESCRITURAÇÃO É fazer contabilidade e possui três funções centrais: documental, pois é através desta função que se formam documentos relevantes na vida da empresa. Função fiscal, a qual torna possível calcular os tributos que incidirão sobre determinada empresa. E, por fim, há a função gerencial. Toda empresa, necessariamente, deve possuir um contador. 1. Micro-empreendedor individual LC 123 que define quem é o micro-empreendedor individual e dispensa-o de realizar a escrituração. Abrange apenas aqueles empreendedores que possuam renda bruta de até R$60.000,00 anual. 2. Livros contábeis Contém o balanço dos créditos e débitos da empresa, isto se faz mediante um conjunto de lançamentos que são realizados mediante regra própria. Os lançamentos devem ser realizados diariamente e o fechamento do livro é realizado ao término de cada período de exercício – anualmente. Esse livro deve ser autenticado pela Junta Comercial quando encerrado. Antigamente os livros contábeis deveriam ser materializados para somente nesta forma serem autenticados, atualmente a 
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contabilidade é totalmente realizada por via eletrônica, inclusive sua autenticação, e enviada desta forma para o fisco. Por fim, o livro pode vir a ser solicitado para a produção de provas a favor ou contra a empresa, por isto a necessidade de estar sempre atualizado e devidamente autenticado ao final de cada ano. 3. Requisitos para escrituração regular INTRÍNSECOS: → A escrituração deve ser realizada no idioma português → Não pode possuir adulteração EXTRÍNSECOS → Termo de abertura → Termo de encerramento → Autenticação perante a Junta Comercial 4. Escrituração como meio de prova Pode ser requerida a exibição dos livros fiscais da empresa. Paira sobre esses livros a regra do sigilo, não sendo possível que qualquer um que solicite possua o direito de ter acesso aos livros, porém esta não é absoluta, não se aplicando, por exemplo, frente às autoridades fazendárias e ao fisco. Cabe ao juiz fazer valer ou afastar o sigilo sobre os livros fiscais, portanto, o requerimento deve ser realizado em juízo. A produção de prova por meio da escrituração é regulada pelo art. 378-379 do CC. A prova. É uma prova que se faz de modo unilateral. O sistema jurídico confere eficácia a este tipo de prova, porém com algumas condicionantes: A FAVOR DO EMPRESÁRIO: → A escrituração deve estar absolutamente regular → Outra parte também deve ser empresária (para que haja igualdade em relação aos meios de prova) CONTRA O EMPRESÁRIO I. Pode ser solicitada a apresentação do livro fiscal de outro empresário para que a prova seja produzida contra o mesmo 5. Extravio dos livros contábeis Decreto lei 486/69, art. 10, estabelece as providências que devem ser tomados pelo empresário em caso de perda ou extravio do livro, prevendo que é obrigação do empresário realizar a publicação de aviso do fato em jornal de ampla circulação, esta medida possui finalidade de dar credibilidade à afirmação do empresário. Este deve também comunicar formalmente e obter protocolo da Junta Comercial sobre a perda/extravio. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Caso essa medida não seja tomada o fisco poderá estabelecer de acordo com as prerrogativas de ganho da empresa o valor a ser adimplido por esta. 
 É necessário ao menos uma vez por ano ser realizado o balanço da empresa. ESTABELECIMENTO COMERCIAL Está regulamentado nos arts. 1142 e seguintes, CC. É o conjunto de bens organizados para exploração de uma atividade econômica. A esse conjunto de bens é aplicado um fator organizacional. É a partir da organização que o estabelecimento irá possuir um sobre-valor. Conjunto de bens + organização= estabelecimento. A premissa básica é que o conjunto de bens vale mais do que cada bem individualmente, já que ao seu valor é somado o fator organizacional. Natureza jurídica do estabelecimento Há uma corrente que o defina como um sujeito de direitos (titular de direitos e deveres) a falha nesta teoria é de que quem se manifestaria juridicamente não seria o empresário, mas o próprio estabelecimento, este em si. Estabelecimento, portanto, é um bem que integra o patrimônio do empresário (sendo este o sujeito de direitos). O nome atribuído é título de estabelecimento (presente na fachada, nome pelo qual as pessoas reconhecem o estabelecimento – nome fantasia). Elementos 
 Bens materiais ou corpóreos = ponto comercial (direito que o empresário tem em explorar as atividades naquele imóvel). Mercadoria em estoque, imóveis, produtos. Em relação a estes bens, a proteção jurídica é a mesma do Direito Civil. 
 Bens imateriais ou incorpóreos = bens industriais (invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca – protegido pelo Direito Industrial). O ponto comercial é tratado como bem incorpóreo por não estar se referindo ao imóvel, mas sim ao direito que o empresário tem de explorar as atividades comerciais daquele imóvel. 
Carta de clientes Expectativa de clientela ou média de fluxo de clientes 
 Não é elemento integrante do estabelecimento, pelo fato de o cliente ser sujeito de direitos e não coisa. Razão: cliente não é coisa, e sim sujeito de direitos. 
 É elemento que integra o estabelecimento, pois o fluxo de clientes é a média de venda para ‘X’ clientes por mês. É apenas uma estimativa, sendo integrante do estabelecimento. 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
 
 Fundo de Comércio Não caracteriza-se como sinônimo de estabelecimento, porque o fundo é gerado a partir da organização de bens (a qual será denominada como estabelecimento). Sendo assim, o fundo de comércio é atributo do estabelecimento, não podendo ser confundido com este. O direito não protege diretamente o fundo de comércio, mas sim outros elementos com via de assegurar de forma reflexa sua proteção. Quando se compra um estabelecimento não se adquire somente os bens, mas também o fator organizacional do qual decorre o fundo de comércio. Compra de estabelecimento falido A regra geral é de que quem compra o estabelecimento responde pelas dívidas anteriores ao mesmo, porém a lei de falências prevê a exceção de que a compra de estabelecimento falido não herda as dívidas passadas do estabelecimento. Protege diretamente o estabelecimento com a finalidade de proteger o fundo de comércio. PORQUE ISTO OCORRE: A exceção desta lei se dá como forma de incentivo à compra do estabelecimento, pois aquele que faliu necessita de dinheiro e a venda do estabelecimento como um todo acarreta em maior ganho do que a venda dos bens em separado. O fomento ocorre, pois não há vantagem em se adquirir algo se junto com ele se adquirem dívidas que antes não lhe pertenciam, com o advento da lei se torna possível cumprir dois objetivos: proteger o fundo de comércio através da manutenção do estabelecimento e se encontra uma maneira de o empresário falido arrecadar maior quantidade de dinheiro para conseguir adimplir suas dívidas, neste caso, através da venda do estabelecimento. PROTEÇÃO AO PONTO COMERCIAL O ponto é um dos bens da empresa, um fator organizacional. Para não perder o fundo de empresa, o empresário locatário tem direito à renovação compulsória do aluguel de seu ponto. É uma proteção legal indireta ao fundo de comércio. Ponto comercial é o direito que a pessoa tem de explorar atividade econômica em determinado local. A escolha do ponto é um dos fatores organizacionais de mais valor no fundo de comércio e é por isso que o empresário possui direito de inerência ao ponto, ou seja, proteção ao interesse que ele possui de permanecer vinculado ao mesmo ponto comercial. O Decreto 24.150/34, mais conhecido com a “Lei de Luvas”, foi a primeira legislação nacional a velar por esse direito, através do estabelecimento da renovação compulsória do contrato de locação. A Lei de Luvas era aplicada somente aos comerciantes. Todos os empreendimentos que não eram considerados atos de comércio como, por exemplo, a construção imobiliária, não possuíam a protelação dessa lei. 
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 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Direito de Inerência ao Ponto É o direito que o empresário possui de permanecer vinculado ao mesmo ponto comercial. Decreto 24.150/1934 (lei de luvas) - foi a primeira legislação nacional que estabeleceu a renovação compulsória do contrato de locação. A lei de luvas era aplicada somente aos comerciantes. lei 8.245/1992 (lei de locação) - aplica a renovação compulsória a todos os imóveis destinados ao comércio. Aqui, o entendimento de comércio se estende às sociedades civis com fundos econômicos. Toda locação comercial é uma locação não-residencial, mas nem toda locação não residencial é uma locação comercial. LOCAÇÃO: 1. Renovação compulsória da locação Aplica a renovação compulsória a todos os imóveis destinados ao comércio. Aqui, o entendimento de comércio se estende às sociedades civis com fundos econômicos. Toda locação comercial é uma locação não residencial, mas nem toda locação não residencial é uma locação comercial. Ocorre renovação compulsória do contrato de locação quando presentes os requisitos necessários pelo mesmo prazo anteriormente estabelecido pelo contrato, salvo no caso de acessão temporal, no qual a jurisprudência determina a renovação pelo prazo de cinco anos. É incumbência do locatário a demonstração do cumprimento de todas as obrigações contratuais. A renovação compulsória irá renovar o contrato pelo mesmo período de tempo do contrato anterior. São os requisitos: I. FORMAL = contrato escrito e prazo determinado II. TEMPORAL = mínimo de 5 anos ininterruptos, não necessariamente estabelecidos no mesmo instrumento contratual, pode ser através de uma soma de contratos: acessão temporal, todos os contratos, no entanto, devem atender ao requisito formal para serem válidos para a renovação compulsória. III. MATERIAL = 3 anos de efetiva atividade (explorando mesma atividade comercial). Os três anos devem ser cumpridos à época do término do contrato, ou seja, de nada adianta este adimplemento ocorrer nos três primeiros anos de um contrato de cinco, e os últimos dois o estabelecimento ficar, por exemplo, abandonado. Isto ocorre porque o estabelecimento só merece proteção se houver o que ser protegido (atividade já conhecida naquele local) Quando o ato temporal é destinado às tratativas da renovação dos contratos é possível realizar a soma dos prazos dos contratos. 
→ AÇÃO RENOVATÓRIA 
EMPRESARIAL I – 6º PERÍODO – 1º BIM – PROF. MARCELO PIAZZETTA 
 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia; IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação; V - indicação de fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando,em qualquer caso e desde logo, a idoneidade financeira; V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira; VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for; VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário. Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão citados o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita renovar a sublocação; na primeira hipótese, procedente a ação, o proprietário ficará diretamente obrigado à renovação. 
Como locatário consegue a renovação compulsória? Ação renovatória (art. 71 – lei 8245/91): demanda judicial própria destinada a pleitear o direito à renovação compulsória. O prazo para ser ajuizada essa ação renovatória é um prazo máximo de um ano e mínimo de seis meses do término do contrato, ou seja, prazo é dos primeiros seis meses do último ano de vigência do contrato. Exemplo Término do contrato - 30/12/13 Início da contagem do prazo - 30/12/12 Término do prazo para a proposição da ação - 30/06/12. O prazo neste caso é decadencial, que não se suspende nem se interrompe, ou seja, se perde o prazo por algum motivo, não há prorrogação. Se a renovação é realizada através de um acordo entre as partes, mesmo dando inicio à ação, extingue-se o processo. 
 Requisitos da petição inicial: 
a) Deve conter tudo que está previsto no artigo 71, da Lei 8245/91. 
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b) Ônus do locatário comprovar que durante contrato cumpriu com todas as 
disposições contratuais. 
c) Precisa apresentar uma proposta de valor de aluguel. 
 
 Contestação: 
Deve-se na defesa, primeiramente, verificar se o prazo decadencial foi 
cumprido. Cumprido o prazo, verifica-se o cumprimento dos requisitos da 
renovação compulsória. Se tudo estiver comprovado e cumprido, ao locador só 
resta invocar a chamada “EXCEÇÃO DE RETOMADA”. 
 
 
 
 
2. Exceção de Retomada Caso todos os requisitos necessários estejam devidamente presentes na petição inicial, ao locador que quer evitar a renovação compulsória só cabe ajuizar exceção de retomada. Pode ser dividida em três espécies: I. Realização de obras no imóvel (art. 52, I); Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II. Uso próprio ou para transferir para o imóvel o estabelecimento de um familiar, desde que este estabelecimento exista há mais de um ano e que não seja do mesmo ramo do estabelecimento do locatário, é uma espécie de cláusula de não-concorrência (art. 52, II); Nessa situação, há vedação que restringe a livre concorrência, que visa uma concorrência sadia. Art. 52, §1º -> locação gerência: exceção a vedação da concorrência -> “salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences” (Ex.: A possui uma farmácia e aluga por 10 anos para B. Ao cessar o contrato, B entra com uma ação renovatória, porém A contesta com a exceção de retomada para uso próprio e continuar com a farmácia, que pelo art. 52 §1º confirma a retomada pelo fato de quem criou o fundo de comércio foi A. O art. 52. §2º, em shopping center o locador não poderá recusar a renovação do contrato para uso próprio. *No caso de locação-gerencia, o locador cede e depois tem o direito de recuperar o estabelecimento como um todo, incluindo o fundo de comércio. II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
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2º Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. III. Insuficiência da proposta: caso em que a proposta de aluguel proposta pelo locatário está abaixo do valor de mercado ou no caso de melhor proposta de terceiro – esta hipótese pode vir a gerar uma concorrência desleal. Justamente para tentar evitá-la a sentença que defere a exceção de retomada ao mesmo tempo determina uma indenização em favor do locatário, a qual será paga solidariamente pelo locatário e aquele que realizou a proposta. O locatário pode em réplica igualar a proposta e neste caso possuirá preferência (art. 72, II e III). Quando a lei de locação concede ao locatário o direito a renovação compulsória, ela não obriga ao locador aceitar qualquer valor, ou seja, a proposta do locatário tem que ser condizente ao valor de mercado do bem, determinado, via de regra, por perícia. Essa espécie possui duas subespécies (art. 72, II e III): → Proposta com valor abaixo do valor do mercado: o locador, nesse caso, precisa apresentar uma contraproposta. Em réplica a contestação o locatário pode concordar com a contraproposta. Após isso, o juiz dá a sentença. Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; → Melhor proposta de terceiro: quando ocorre isso, a sentença que acolhe a exceção de retomada fixa uma indenização a ser pago pelo locatário, que será paga solidariamente pelo locador e o terceiro que ofereceu a melhor proposta, pelo fundo de comércio que o locatário criou. O terceiro não poderá exercer do mesmo ramo que o primeiro locatário, pois estará se aproveitando do fundo de comércio que ele criou. O locador, em contestação, deve juntar a melhor proposta, assinada pelo terceiro e mais duas testemunhas, com expressa apresentação do novo ramo contendo expressamente que o terceiro não vai exercer a mesma atividade do locatário. Além disso, deve conter o valor da proposta. O locatário, em réplica, pode realizar a mesma proposta que o terceiro, e assim terá preferência. Não há como o terceiro realizar, depois da nova proposta do locatário, nova proposta para cobrir, pois não há um leilão em renovação compulsória. III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. 
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→ Indenização do locatário: locatário reúne todos os requisitos para a renovação 
compulsória e não ter, mesmo assim, esse direito. Locador irá invocar a exceçãode 
retomada, vai obter o imóvel para si, mas mesmo assim terá que indenizar o locatário. 
I. Não sinceridade da exceção de retomada: quando o locador invoca uma 
exceção de retomada, para realização de obra ou para uso própria, ele 
precisa cumprir essa exceção de retomada, com um prazo de 3 meses para 
dar o destino alegado. Se em 3 meses não iniciar a exceção de retomada, o 
locador terá que indenizar o locatário. 
II. Melhor proposta de terceiro: para evitar um “complô” entre locador e 
terceiro, para que o locatário perca a ação renovatória, tanto o locador 
quanto o terceiro serão responsáveis solidariamente por indenizar o 
locatário. Nesse caso, então, se o locatário perder a ação renovatória em 
face de melhor proposta de terceiro, será indenizado. Essa indenização, 
devida tanto pelo locador quanto terceiro, estará presente na sentença da 
própria ação renovatória. 
III. Decorrente do não cumprimento da cláusula de não concorrência: se o 
locador invocar uma exceção de retomada para uso próprio e cumpriu no 
prazo de 3 meses. Só que ele colocou pra funcionar o mesmo ramo do 
locatário, tendo que indenizá-lo. 
 
 
ALIENÇÃO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
Bandeirantes LTDA (sócios A e B) possuem o estabelecimento “Panificadora Pão Doce”. 
A e B não querem mais a panificadora e C e D possuem interesse na compra. Podem 
fazer a compra se C e D constituírem uma sociedade (Trevo LTDA). Para isso, 
denomina-se a aquisição do estabelecimento ou “Trespasse”. O estabelecimento 
integrava o patrimônio da Bandeirantes LTDA, mas agora integra o patrimônio da 
empresa Trevos LTDA. Com isso, muda-se o dono do estabelecimento. 
 Trespasse é um contrato de compra e venda, cujo objeto é o estabelecimento 
comercial. Pode ser feito mediante a sociedade ou por empresário individual. É o 
início de um novo empreendimento. 
 Há outra possibilidade de ser realizada a compra do estabelecimento, pela “Cessão 
de quotas”, que significa que a compra da participação de A e B na empresa 
Bandeirantes LTDA. A Bandeirantes LTDA continua a ser dona da panificadora, mas 
agora a quota será de C e D. A cessão de quotas é um contrato de compra e venda 
cujo objeto é a participação societária ou quotas, porém o empresário 
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(Bandeirantes LTDA) continua a ser o mesmo. Nesse caso os contratos já firmados 
permanecem válidos. 
Em termos práticos, não há diferença entre trespasse e cessão de quotas. O que faz 
por optar por um jeito ou o outro, é que no trespasse, mesmo que o estabelecimento 
já esteja formado, começa a parte empresarial do zero, não querendo se vincular com 
a empresa anterior. Na cessão de quotas o empresário não muda, ou seja, todos os 
contratos formado pelo empresário necessitam ser reformados pelo fato de mudar a 
participação de sócios? Na cessão de quotas não precisa renovar os contratos. 
Um contrato de trespasse, para ele ser válido perante terceiro, ele precisa 
preencher dois requisitos: 
1. Deve ser averbado na junta comercial. 
2. Precisa ser publicado em diário oficial (art. 1144 do CC). 
 Art. 1003, CC: cedente ficará responsável por dois anos após a cessão. A cessão para 
ser validada precisa ser arquivada na Junta Comercial. 
 Sucessão empresarial das dívidas (SÓ OCORRE NO CASO DE TRESPASSE): 
O adquirente responde pelas dívidas do alienante, ou seja, tanto o antigo 
proprietário quanto o novo serão responsáveis, salvo em caso de falência 
(quem adquire estabelecimento falido não responde pelas dívidas anteriores). 
No caso de trespasse é possível que haja a sucessão empresarial de dívidas. No 
caso de cessão de quotas nunca terá sucessão, pois o empresário devedor 
continua a ser o mesmo. 
Mudança da titularidade do estabelecimento não afeta os contratos de 
trabalho. Nas obrigações de ordem trabalhista, tanto o antigo proprietário 
quanto o novo proprietário serão responsabilizados. 
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
Existência de sucessão: Art. 133, CTN: Para verificar se o adquirente tem 
ou não responsabilidade é necessário ver se ele não continua com a exploração 
da atividade ou se continua. Se ele não continua, não tem sucessão. Se ele 
continuar com a exploração da atividade, ele irá responder, ou seja, tem 
sucessão. 
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Art. 133 - A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer 
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar 
a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data 
do ato. 
A responsabilização pode ser solidária ou subsidiária. Para saber a 
responsabilidade do adquirente, deve verificar a conduta do alienante. Se o 
alienante cessar a exploração de atividade a responsabilidade será solidária 
(integral), prevista no inciso I do art. 133. 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
 Se o alienante prosseguir ou iniciar atividade, de qualquer ramo, em até 
6 meses a responsabilidade será subsidiária. 
 II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 
seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão. 
Essas responsabilidades servem para não impedir o Poder Público de 
executar a dívida tributária. 
Quem adquire um estabelecimento falido, não responde pelas dívidas 
anteriores. 
Quem compra (C) um estabelecimento de um locatário (B), precisa ter 
anuência do proprietário (A) do estabelecimento. O proprietário tem um prazo 
de 90 dias a partir da publicação do trespasse ou 30 dias a contar da notificação 
para pedir a rescisão da locação. Se não fizer neste prazo, presume-se que o 
proprietário concordou com a cessão. 
Art. 1146, CC: o adquirente responde pelas dívidas do alienante desde 
que as dívidas tenham sido contabilizadas, para não surpreender o adquirente. 
A jurisprudência traz uma exceção a essa regra: apesar de uma dívida não ter 
sido contabilizada era do conhecimento do adquirente, ou seja, quem 
comprou, sabia que existia dívida por outra razão que não contabilizada. 
A responsabilização do alienante tem o prazo de um ano, ficando 
vinculado nesse prazo. Esse prazo de um ano tem duas variáveis, ou seja, um 
ano a partir de: para as dividas que na época do trespasse já estavam vencidas 
esse prazo de um ano é a partir da publicação do trespasse no diário oficial; em 
caso de dívidas vincendas, ou seja, aquelas que não estavam vencidas na época 
do trespasse, o prazo de um ano é contado a partir do vencimento da dívida. 
Art. 1145, CC: credor pode implicar a ineficácia do trespasse, se o 
alienante não tiver bens suficientes para quitar as dívidas. Para evitar ou 
diminuir esse risco ao adquirente, a lei prevê que é possível notificar 
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 Resumos elaborados por: Bruna Moreschi, Betina Akashi, Carolina Ritzman, Isabella Mombelli, João Guilherme Tulio e Victoria Slaviero. 
previamente os credores para que eles manifestem a concordância ou 
discordância com o trespasse. 
***A concordância dos credores não é condição de eficácia dotrespasse, mas se tiver dois fatores (alienante sem bens, insolvente, com 
discordância dos credores) posso ter a decretação da ineficácia do 
trespasse*** 
 
 
Cláusula de não restabelecimento 
É uma espécie de cláusula de não concorrência por meio da qual o alienante fica 
impossibilitado de concorrer com o adquirente por um determinado lapso temporal. 
Para que essa cláusula seja válida ela precisa cumprir 3 requisitos: 
1. Limitação material: restrição quanto à área de atuação. 
2. Critério da territorialidade: limitar a zona de atuação do alienante. 
Necessário haver nexo. 
3. Limite temporal: restrição a concorrência por um determinado lapso de 
tempo (art. 1147, CC – 5 anos). Não pode ser um limite tão grande que 
impossibilite o retorno do alienante. 
Se o contrato for omisso, presume-se que há a cláusula de não restabelecimento. Se as 
partes concordarem, é possível estabelecer uma cláusula que permita a concorrência 
entre as partes. 
 
PROPRIEDADE INTELECTUAL 
É aquela propriedade que resguarda os direitos provenientes de uma atividade criativa. A tutela concedida ao criador é a do monopólio da obra criada, para si ou para terceiros por ele concedido mediante pagamento. Espécies Existem duas espécies de propriedade intelectual → Autoral – possui viés intelectual, é composta por obras artísticas, cientificas e literárias. Lei 9610/98. Também fazem parte da propriedade autoral os programas de computador regulamentados pela lei de software 9609/98. → Industrial – possui viés empresarial, é composta por invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca, são denominados bens industriais, regulamentados pela lei de propriedade industrial 9279/96. 
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 PROPRIEDADE AUTORAL X PROPRIEDADE INDUSTRIAL Existem dois referenciais para diferenciar as propriedades: → Quanto à origem do direito = o direito autoral é regulado pelo princípio da anterioridade da criação, basta que tenha sido criado primeiro sem necessidade de oficial registro, este é a opção para viabilização da criação. Em relação ao direito industrial o princípio que o rege é a anterioridade do registro. No caso de invenção e de modelo de utilidade o certificado concedido pelo INPI chama-se patente. No caso de desenho industrial e marca o certificado de exclusividade chama-se registro. → Quanto à extensão da tutela = o direito industrial protege a forma e também a ideia. No caso do direito autoral há a proteção somente da forma. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO INDUSTRIAL 1. Invenção Mudança inédita de algum elemento do ambiente, a simples criação de algo que não existia não define invenção. Devido à abrangência do tema para se exprimir uma definição a lei 9279 em seu art. 10º expõe o que não se caracteriza como invenção. 2. Modelo de utilidade Hipóteses em que o bem já existe, porém é atribuído um aperfeiçoamento à invenção que é denominado de modelo de utilidade, que nada mais é do que uma nova funcionalidade para invenção. Por vezes o grau de aperfeiçoamento realizado em um produto existente gera dúvida se configura-se como invenção ou modelo de utilidade, nestes caso se opta pela definição de invenção por esta não ter conceito definido. Sendo assim se o produto não preenche os requisitos do conceito de modelo de utilidade só pode ser classificado como invenção. 3. Desenho Industrial Representa alteração da forma do objeto, art. 95. Diferentemente do modelo de utilidade o desenho industrial não atribui função alguma, possuindo caráter de futilidade, pois altera apenas a forma, o design, do objeto. O titular do registro do desenho industrial possui registro de exclusividade. 
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 4. Marca É um sinal distintivo de percepção visual que identifica direta ou indiretamente produtos ou serviços, art. 122. Existem três espécies de marca: I. Nominativas – são aquelas cuja proteção está relacionada a um nome II. Figurativa – são desenhos, formas. III. Mista – reúne forma e nome, é uma marca nominativa + figurativa Em relação às marcas vigora o princípio da especificidade, todo aquele que pede o registro de uma marca deve indicar a qual classe de produto e serviço que pertence aquela marca e o direito de exclusividade será restrito àquela classe de produto ou serviço. Pelo princípio da especificidade a marca está vinculada à classe apontada. Esse princípio possui duas exceções: marca de alto renome e marcas notoriamente conhecidas. 
 
 
 
 
 
 
 
Propriedade intelectual - JOÃO 
 
É aquela propriedade que repara os direitos recorrentes a uma atividade 
criativa. Propriedade conferida a quem cria algo e a pessoa que faz uma criação 
vai ter direito, uma vez que ela tenha essa propriedade, ela terá exclusividade 
na criação. Então, o direito confere o monopólio da utilização da obra ao 
criador. O criador poderá utilizar tanto exclusivamente, quanto por terceiros, 
porém mediante a cobrança de royalties. 
 
Existem duas espécies de propriedade intelectual: 
1. Propriedade autoral (Direito autoral): se a criação tiver um viés mais 
cultural, mais pedagógico, intelectual, será protegido pela propriedade 
autoral. A propriedade autoral é composta pelas obras artísticas, cientificas 
e literárias, que estão regulamentadas na Lei 9.610/98 (Lei dos Direitos 
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Autorais). Também fazem parte da propriedade autoral os programas de 
computador, regulamentados pela Lei de Software (Lei 9.609/98). 
 
2. Propriedade industrial (Direito industrial): se a criação tiver viés mais 
industrial, mais empresarial, será protegida pela propriedade industrial. A 
propriedade industrial é composta dos seguintes bens (bens industriais): 
invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca. Estão 
regulamentados pela Lei 9279/96 (Lei da Propriedade Industrial). 
 
 Invenção: criação de algo que não existia; mudança de algo no ambiente. A lei 
9279/96, em seu artigo 10º, prevê o que não é invenção, ou seja, ela dá explicação 
por exclusão. Na dúvida entre ser invenção ou modelo de utilidade, será 
INVENÇÃO. 
 Modelo de utilidade: hipóteses em que o bem já existe, porém é atribuído um 
aperfeiçoamento à invenção que é denominado de modelo de utilidade, que nada 
mais é do que uma nova funcionalidade para a invenção. (Ex.: Polishop). Por vezes 
o grau de aperfeiçoamento realizado em um produto já existente gera dúvida se 
configura-se como invenção ou modelo de utilidade, nestes casos opta pela 
definição de invenção. O artigo 9º da lei 9279/96 conceitua modelo de utilidade. 
 Desenho industrial: representa a alteração da forma do objeto. Está regulamentado 
no artigo 95. Diferentemente do modelo de utilidade que atribui uma função ao 
bem, o desenho industrial não atribui função nenhuma, tem um caráter de 
futilidade, só muda a forma do objeto, novo design do objeto. O grande exemplo 
de proteção de desenho industrial é a linha dos automóveis. Por isso que cada 
modelo tem sua forma própria, que é seu desenho industrial. 
 Marca: é um sinal distintivo de percepção visual que identifica direta ou 
indiretamente produtos ou serviços. Está regulamentada no artigo 122 da lei. Tudo 
aquilo que não envolver percepção visual não é marca. Em relação as marcas 
vigora o princípio da especificidade: todo aquele que pede o registro de uma marca 
precisa indicar a qual classe de produto ou serviço que pertence aquela marca. O 
direito de exclusividade vai ser restrito aquela classe de produto ou serviço. O 
principio da especificidade possui 2 exceções:marca de alto renome e as marcas 
notoriamente conhecidas. 
Existem 3 espécies de marca: 
a) Nominativas: são aquelas cuja proteção está relacionada a um 
nome. Protege somente o nome. 
b) Figurativas: são desenhos, formas, não são nomes (Ex.: símbolo da 
nike, jacaré da Lacoste). 
c) Mista: reúne forma e nome (figurativa + nominativa). 
 
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 As diferenças entre propriedade autoral e propriedade industrial: 
I. Quanto à origem do direito: 
- O direito autoral é regulado pelo principio da anterioridade da criação. 
O que torna alguém protegido pelo direito autoral é simplesmente ter 
criado. O fato de registrar (Biblioteca Nacional) é somente para dar uma 
opção para viabilizar a prova da criação. Terá o direito quem provar que 
criou antes. 
- Em relação a propriedade industrial vige o princípio da anterioridade 
do registro. “Não quero saber quem teve a ideia, o que importa é quem 
pediu o registro”. No caso de invenção e de modelo de utilidade, o 
certificado de exclusividade concedido pelo INPI chama-se “patente”. 
No caso de desenho industrial e marca, o certificado de exclusividade 
chama-se “registro”. 
II. Quanto a extensão da tutela: 
- O Direito Industrial protege a forma e a ideia. Ou seja, não é possível 
registrar uma invenção apenas alterando a forma ou a ideia. 
- O Direito Autoral só protege a forma, não a ideia.

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