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Faculdade Integrada Ceta- FIC Bioestatística Discentes: Beatriz Souza Fausta Maria Elizabete Rubens Lima Sarah Gabrielle Vitória Oliveira Docente: Andreza Raquel Barbosa de Farias Uma Análise de Dados Sobre a Mortalidade Materna Garanhuns, 2020. Introdução A cada instante morre uma mulher no mundo com complicações na gravidez ou no parto, a maioria são de países ainda em desenvolvimento onde são registrados cerca de 99% dos óbitos maternos. Segundo estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990, foi estimado que cerca de 585.00 mulheres morreram vítima de complicações ligadas ao ciclo gravídico-puerperal, porém, apenas 5% desse total eram mulheres que viviam em países desenvolvidos. O que nos leva a conclusão de que a mortalidade materna pode ser considerado um caso de saúde pública e necessita ser amenizada com urgência. Além do mais, de acordo com a OMS, define-se como casos de mortalidade materna aqueles em que ocorre a morte materna durante a gestação ou 42 dias após o seu término, independente da duração e localização, por qualquer causa e medida tomada em relação a gravidez, não devido a causas acidentais ou incidentais. Partindo para nossa realidade mais próxima, quando analisamos os dados do Brasil, obtemos alguns entraves, como o Subdiagnóstico (quando o óbito é registrado com outra causa) e o Sub-registro (quando o óbito não é notificado). Tendo em vista essas limitações na identificação do óbito materno, o Ministério da Saúde desenvolveu alguns métodos visando melhorar e corrigir as informações, um desses métodos foram os Comitês de Mortalidade Materna que procuram identificar todos os óbitos maternos e propor medidas de prevenção para que haja uma redução desses índices. Levando em consideração que o enfermeiro é um dos principais responsáveis por medidas de eliminação dos riscos pertinentes à gravidez, ao parto e ao puerpério, verifica-se a importância do enfermeiro conhecer esses dados, analisá-los e trabalhar para a redução dessas taxas. Objetivos Objetivo geral: Analisar os dados de 2015 sobre a mortalidade materna no Brasil. Objetivo específico: Verificar, por meio de testes estatísticos, as discrepâncias ocorridas em coletas feitas pelo Ministério da Saúde, especificamente pelo Sistema de Informação a Mortalidade (SIM) e pelo Institute of Health Metrics and Evaluation (IHME/GBD). Materiais e métodos O estudo feito será quantitativo e os dados serão obtidos por artigos e dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, especificamente o Sistema de Informação a Mortalidade (SIM). Os dados serão apresentados em gráficos e tabelas e serão feitos testes estatísticos, como por exemplo, algumas medidas de dispersão. Resultados e discursão A seguir, analisaremos uma tabela e alguns gráficos com os dados coletados em 2015 nas 5 regiões do Brasil com base em 100 mil nascidos vivos. Tabela 1- Razões de Mortalidade Materna, corrigidos pela vigilância, calculada pelos modos diretos e corrigidos pelo estudo GDB-IHME- Brasil Estudo Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Vigilância 76,0 75,3 54,3 43,7 65,9 Direta 67,7 68,5 52,7 40,8 59,4 GBD-IHME 66,7 79,8 52,8 48,4 50,4 Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Na tabela 1, pode-se observar os valores que foram obtidos em cada estudo que foi realizado. Na primeira linha observa-se dados que foram corrigidos a partir de dados oriundos da Vigilância de Óbito de Mulheres em idade fértil. Na segunda linha, nota-se os dados não corrigidos. Na terceira linha, os dados foram calculadas pelo Ministério da Saúde/SVS/CGIAE utilizando estimativas de nascidos vivos e óbitos maternos IHME/GBD. Tendo como base essa tabela, a seguir serão calculados a média de óbito materno de cada região. Tabela 2- Média das Razões de Mortalidade Materna Estudo Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Vigilância 76,0 75,3 54,3 43,7 65,9 Direta 67,7 68,5 52,7 40,8 59,4 GBD-IHME 66,7 79,8 52,8 48,4 50,4 Média 70,13 74,53 53,2 43,3 58,56 Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Tendo realizado a média das 5 regiões, apesar das discrepâncias, pode-se inferir que a região Nordeste é a que possuiu o maior índice de mortalidade materna no ano de 2015, com RMM Vigilância 75,3, Direta 68,5 e GBD-IHME 79,8 e média de 74,53. No entanto, a região Sul foi a que obteve o menor número de óbitos tendo uma RMM Vigilância 43,7, Direta 40,8 e GBD-IHME 48,4 e média de 43,3. Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD No gráfico 1, pode-se observar novamente as RMM e ter uma visão ilustrada das discrepâncias de cada método. Estudo Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Vigilância 76,0 75,3 54,3 43,7 65,9 Direta 67,7 68,5 52,7 40,8 59,4 GBD-IHME 66,7 79,8 52,8 48,4 50,4 Variância 26,05 32,36 0,81 16,21 83,61 Desvio padrão 5,10 5,68 0,9 4,02 9,14 Coeficiente de variação 7,27% 7,62% 1,69% 9,28% 15,60% Tabela 3- Aplicação de testes estatísticos para observar a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação das taxas de óbitos maternos. Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Na tabela 3, nota-se que a região Sudeste foi a que menos obteve diferença na sua coleta de dado tendo variância de 0,81, desvio padrão de 0,9 e CV de 1,69%. Posteior a isso, a região Centro-Oeste foi a que mais apresentou variação dos seus dados, possuindo uma variância de 83,61, devio padrão de 9,14 e CV de 15,60%. A seguir observaremos graficos das medidas de dispersões que foram aplicadas a estes dados. Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Fonte: MS/SVS/CGIAE – SIM, IHME/GBD Conclusão Reiterando o que foi dito na introdução, a mortalidade materna é um caso de saúde pública latente na sociedade brasileira. Analisando os dados, foi possível observar que a RMM maior se deu na região Nordeste, sendo assim, conclui-se que é necessário rever quais fatores estão ocorrendo e o que pode ser feito para diminuir essa taxa. Além do mais, é de extrema importância que os registros sejam feitos de forma correta para que as devidas providências venham ser tomadas, é necessário sensibilizar gestores da saúde para a importância do registro fidedigno das ocorrências de óbitos maternos, com o fito de amenizar essas taxas e promover melhorias nas condições de saúde. Referências Bibliográficas Ministério da saúde, SAÚDE BRASIL 2017 Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, DF. Gráfico 4- Coeficiente de variação dos dados coletados Norte Coeficiente de variação 7.2700000000000001E-2 Nordeste Coeficiente de variação 7.6200000000000004E-2 Sudeste Coeficiente de variação 1.6899999999999998E-2 Sul Coeficiente de variação 9.2799999999999994E-2 Centro-Oeste Coeficiente de variação 0.156 Gráfico 1- Razões de Mortalidade Materna, calculada pelos modos diretos, corrigidos pela vigilância e corrigidos pelo estudo GDB-IHME- Brasil RMM vigilância Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 76 75.3 54.3 43.7 65.900000000000006 RMM direta Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 67.7 68.5 52.7 40.799999999999997 59.4 GBD/IHME Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 66.7 79.8 52.8 48.4 50.4 Gráfico 2- Variância dos dados coletados Norte Variância 26.05 Nordeste Variância 32.36 Sudeste Variância 0.81 Sul Variância 16.21 Centro-Oeste Variância 83.61 Grafico 3- Desvio Padrão dos dados coletados Norte Desvio Padrão 5.0999999999999996 nordeste Desvio Padrão 5.68 Sudeste Desvio Padrão 0.9 Sul Desvio Padrão 4.0199999999999996 Centro-Oeste Desvio Padrão 9.14
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