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MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA Prof. Roger Rodrigues Aula 1 – Conceitos fundamentais 1 DEFINIÇÕES 3 • As máquinas térmicas são dispositivos que permitem transformar calor em trabalho. Ou seja, são máquinas nas quais ocorre a conversão de energia térmica em trabalho mecânico (trabalho de eixo). • O calor pode ser obtido de diferentes fontes: ✓ Combustão ✓ Energia elétrica ✓ Energia atômica, etc. • O nosso foco, obviamente, será voltado para os casos em que o calor é obtido pela queima de um combustível (energia química convertida em trabalho mecânico) DEFINIÇÕES 4 • MOTOR DE COMBUSTÃO: máquina térmica, utilizada para converter calor em trabalho, sendo que o calor é obtido por meio do processo de combustão. • Em outras palavras, trata-se de um processo de conversão de energia, conforme dito anteriormente. DEFINIÇÕES 5 • A obtenção de trabalho é ocasionada por uma sequência de processos realizados numa substância denominada “fluido ativo – FA”. MOTORES DE COMBUSTÃO EXTERNA Quando a combustão se processa externamente ao FA, que será apenas o veículo da energia térmica a ser transformada em trabalho (composição química invariável). EX: máquina a vapor. DEFINIÇÕES 6 • A obtenção de trabalho é ocasionada por uma sequência de processos realizados numa substância denominada “fluido ativo – FA”. MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA quando o FA participa diretamente da combustão (composição química muda). EX: motores automotivos em geral. DEFINIÇÕES 7 • Em um motor de combustão interna (imagem anterior), o fluido ativo ❑ Na entrada: mistura ar-combustível OBS: Ar teórico → combustão completa (sem oxigênio livre nos produtos) ❑ Na saída: produtos de combustão CO2 CO C elementar NOx Sox H2O O2 DEFINIÇÕES 8 • Órgãos estacionários Bloco – É o motor propriamente dito, no qual estão localizados os cilindros ou os furos para a colocação das camisas. Na parte inferior do bloco estão localizados os alojamentos dos mancais centrais onde se apoia o virabrequim e em muitos casos o eixo comando de válvulas. DEFINIÇÕES 9 • Órgãos estacionários Cabeçote – Serve de tampa dos cilindros, contra o qual o pistão comprime a mistura combustível-ar Suporta o conjunto de válvulas e em alguns casos também o eixo comando de válvulas. DEFINIÇÕES 10 • Órgãos estacionários Cárter – Tampa inferior do bloco, que protege os componentes inferiores do motor. É onde fica depositado o óleo lubrificante, a ser transportado pela bomba de óleo para as partes do motor a serem lubrificadas. DEFINIÇÕES 11 • Órgãos estacionários Coletor de admissão – Recebe e distribui aos cilindros a mistura (ciclo Otto) ou o ar (ciclo Diesel) aspirado pelo pistão, através do filtro de ar. Coletor de escape – Recebe os gases queimados para lançá-los à atmosfera através do tubo de escape ou silencioso. DEFINIÇÕES 12 • Órgãos móveis Biela – braço de ligação entre o pistão e o virabrequim. Recebe o impulso do Pistão, transmitindo-o ao virabrequim. É importante salientar que este conjunto transforma o movimento retilíneo alternado do pistão em movimento rotativo do virabrequim. DEFINIÇÕES 13 • Órgãos móveis Pistão – é a parte móvel da câmara de combustão. Recebe a força de expansão dos gases queimados, transmitindo-o à biela por intermédio de um pino de aço (pino do pistão). Em geral o pistão é fabricado em liga de alumínio. DEFINIÇÕES 14 • Órgãos móveis Anéis – compensam a folga entre o cilindro e o pistão, dando a vedação necessária para uma boa compressão do motor e um melhor rendimento térmico. Podem falhar por ❑ Erro de montagem ❑ Partículas estranhas no ar admitido ❑ Lubrificação insuficiente DEFINIÇÕES 15 • Órgãos móveis Virabrequim – eixo motor propriamente dito, o qual na maioria das vezes é instalado na parte inferior do bloco, recebendo ainda as bielas que lhe imprimem movimento. Em motores de grande porte o virabrequim costuma ser instalado no cárter. DEFINIÇÕES 16 • Órgãos móveis Eixo comando de válvulas – tem a função de abrir as válvulas de admissão e escape. É acionado pelo virabrequim, através de engrenagem ou corrente, ou ainda correia dentada. DEFINIÇÕES 17 • Órgãos móveis Válvula de admissão – finalidade de permitir a entrada da mistura combustível/ar (ou somente ar, no caso do motor diesel) no interior do cilindro. Válvula de escape – finalidade de permitir a saída dos produtos de combustão. DEFINIÇÕES 18 • Órgãos móveis – Conjunto de acionamento das válvulas DEFINIÇÕES 19 • Órgãos móveis Bomba de óleo – finalidade de bombear o óleo do cárter e enviá-lo, sob pressão, aos diversos pontos do motor que necessitam de lubrificação. DEFINIÇÕES 20 • Órgãos móveis Bomba d’água – mecanismo destinado a efetuar a circulação de água (com ou sem aditivo), para arrefecimento do motor. NOMENCLATURAS BÁSICAS 21 PMS – ponto morto superior. É a posição na qual o pistão está o mais próximo possível do cabeçote. PMI – ponto morto inferior. É a posição na qual o pistão está o mais afastado possível do cabeçote. S – curso do pistão. É a distância percorrida pelo pistão quando se desloca de um ponto morto para o outro (do PMS ao PMI ou vice-versa). NOMENCLATURAS BÁSICAS 22 V1 – volume total. É o volume compreendido entre a cabeça do pistão e o cabeçote, quando o pistão está no PMI. V2 – volume morto ou volume da câmara de combustão. É o volume compreendido entre a cabeça do pistão e o cabeçote, quando o pistão está no PMS. NOMENCLATURAS BÁSICAS 23 Vdu – cilindrada unitária. Também conhecido como volume deslocado útil ou deslocamento volumétrico. É o volume “varrido” pelo pistão de um ponto morto a outro. z – número de cilindros do motor. D – diâmetro dos cilindros do motor. Vd – volume deslocado do motor, deslocamento volumétrico ou cilindrada total. (Vdu x z) NOMENCLATURAS BÁSICAS 24 rv – relação volumétrica ou taxa de compressão. É a relação entre o volume total (V1) e o volume morto (V2), e representa em quantas vezes V1 é reduzido. 𝐫𝐯 = 𝐕𝟏 𝐕𝟐 Podemos interpretar a taxa de compressão como 𝐫𝐯 = 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞𝐦á𝐱𝐢𝐦𝐨 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞𝐦í𝐧𝐢𝐦𝐨 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 25 1º) Quanto à ignição MIF – Motores de ignição por faísca (ou Otto) Nesses motores, a mistura combustível-ar é admitida, previamente dosada ou formada no interior dos cilindros quando há injeção direta de combustível (GDI – gas direct injection), e inflamada por uma faísca que ocorre entre os eletrodos de uma vela. CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 26 1º) Quanto à ignição MIE – Motores de ignição espontânea (ou Diesel) Nesses motores, o pistão comprime somente ar, até que o mesmo atinja uma temperatura suficientemente elevada. Quando o pistão aproxima-se do PMS, injeta-se o combustível, que reage espontaneamente com o oxigênio presente no ar quente, sem a necessidade de uma faísca. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 27 1º) Quanto à ignição MIE – Motores de ignição espontânea (ou Diesel) OBS: a temperatura do ar necessária para que aconteça a reação espontânea de combustão denomina-se TEMPERATURA DE AUTOIGNIÇÃO (TAI). Abaixo temos uma tabela que apresenta alguns valores típicos de TAI. Temperatura de autoignição - TAI (°C) Diesel Etanol Hidratado Metanol Gasolina E22 250 420 478 400 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 28 1º) Quanto à ignição MIE – Motores de ignição espontânea (ou Diesel) Abaixo temos uma tabela que contempla os valores praticados de taxa de compressão para os diferentes combustíveis. Cabe ressaltar que a massiva presença da eletrônica nos motores tem sistematicamente alterado esta relação. Relação ou taxa de compressão - rc MIF MIE Etanol hidratado Gasolina E22 Diesel 10,0:1 até 14,0:1 8,5:1 até 13,0:1 15,0:1 até 24,0:1 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 29 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativosa 4 tempos O pistão percorre QUATRO cursos, correspondendo a DUAS VOLTAS da manivela do motor, para que seja completado UM ciclo. Com isso, definimos uma grandeza chamada FATOR DE TEMPOS, que corresponde ao número de voltas necessárias para que seja produzido trabalho útil. Para motores a 4 tempos, FATOR DE TEMPOS = 2. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 30 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 4 tempos 1º) Admissão: o pistão desloca-se do PMS ao PMI. Neste momento o pistão dá origem a uma sucção (depressão) que causa um fluxo de gases através da válvula de admissão, que se encontra aberta. O cilindro é preenchido com mistura combustível-ar (ou somente ar nos motores GDI), no caso dos MIF. No caso dos MIE, apenas ar é admitido nesta etapa. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 31 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 4 tempos 2º) Compressão: fecha-se a válvula de admissão (VA) e o pistão se desloca do PMI ao PMS, comprimindo a mistura (no caso dos MIF) ou apenas ar (se for um MIE). Para o caso dos MIE, a compressão deve ser suficientemente elevada para que seja ultrapassada a TAI do combustível. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 32 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 4 tempos 3º) Expansão: nos MIF, nas proximidades do PMS, salta a faísca que provoca a ignição da mistura, enquanto nos MIE é injetado o combustível no ar quente, iniciando-se uma combustão espontânea. A combustão provoca um grande aumento da pressão, o que permite “empurrar” o pistão para o PMI, de tal forma que o fluido ativo sofre um processo de expansão. Esse é o processo que realiza o trabalho positivo útil do motor. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 33 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 4 tempos 4º) Escape: Com a válvula de escape (VE) aberta, o pistão desloca-se do PMI ao PMS. “empurrando” os gases queimados para fora do cilindro, para reiniciar o ciclo pelo tempo de admissão. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 34 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 2 tempos Nesses motores o ciclo completa-se com apenas dois cursos do pistão, correspondendo a uma única volta do eixo do motor. Os processos indicados no motor a 4T são aqui realizados da mesma maneira, entretanto, alguns deles se sobrepõem num mesmo curso. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 35 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 2 tempos 1º) • Suponha que o pistão esteja no PMS e a mistura comprimida, conforme figura ao lado. Ao saltar a faísca, inicia-se a combustão e o pistão é impelido para o PMI; • Durante o deslocamento do PMS para o PMI, o pistão comprime o conteúdo do cárter e, num certo ponto do curso, descobre-se a passagem de escapamento (B), por onde os gases escapam para o ambiente. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 36 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 2 tempos 1º) Na sequência, o pistão descobre a janela de admissão (C) que coloca o cárter em comunicação com o cilindro, forçando seu preenchimento com mistura nova. OBS: num instante desse processo, as passagens B e C estão abertas simultaneamente, podendo haver fluxo de mistura nova junto com os gases de escapamento. Esse efeito é chamado “curto-circuito”. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 37 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 2 tempos 2º) O pistão desloca-se do PMI ao PMS. Ao longo do deslocamento, fecha a janela de admissão (C) e, a seguir, fecha a de escapamento (B) e abre a passagem (A) de forma que, em virtude da sucção (depressão) criada no cárter em função do movimento ascendente do pistão, o cárter é preenchido com mistura nova. Observa-se que, ao mesmo tempo, a parte superior do pistão comprime a mistura anteriormente admitida. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 38 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Motores alternativos a 2 tempos Ao contrário dos motores 4T, FATOR DE TEMPOS = 1 para os motores 2T, visto que é necessária apenas UMA volta da manivela do motor para que trabalho útil seja gerado. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 39 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação Considerando que X = 1 para motores 2T, e X = 2 para motores 4T, em teoria o motor 2T deveria produzir a mesma potência que um motor 4T, considerando fixa a rotação do eixo. Porém, na prática, não é isso que acontece. Por quê? ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 40 2º) Quanto ao número de tempos do ciclo de operação R: ❑ Precariedade do processos por conta da superposição de acontecimentos; ❑ Lubrificação: o cárter não é usado somente como reservatório do lubrificante, mas também para a admissão da mistura combustível-ar. Ou seja, acaba-se por misturar combustível + ar + lubrificante (normalmente na proporção 1:20 – 1 litro de lubrificante para cada 20 litros de combustível), o que faz com que o lubrificante queime junto com o combustível, dificultando a combustão e comprometendo os gases emitidos. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 41 3º) Quanto ao sistema de alimentação de combustível CARBURADOR Ainda é utilizado em aplicações de baixa potência nas quais as limitações de emissão de poluentes são menos restritivas do que em aplicações automotivas. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 42 3º) Quanto ao sistema de alimentação de combustível SISTEMA DE INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL Além de mais precisa, permite melhores resultados no controle de emissões podendo ocorrer no coletor de admissão ou diretamente na câmara de combustão (GDI). ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 43 4º) Quanto à disposição dos órgãos internos Cilindros em linha Cilindros em V Cilindros opostos ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 44 5º) Quanto à alimentação de ar O fluxo de ar para o interior dos cilindros no tempo de admissão se dá em função da geração de um gradiente de pressão entre o coletor de admissão e o cilindro. MOTOR NATURALMENTE ASPIRADO MOTOR SOBREALIMENTADO ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 45 5º) Quanto à alimentação de ar MOTOR NATURALMENTE ASPIRADO – também chamado somente de motor aspirado. O gradiente de pressão é gerado unicamente pelo deslocamento do pistão do PMS para o PMI, sem a ação de nenhum dispositivo que eleve a pressão no coletor de admissão acima da pressão atmosférica. Nesses motores, o gradiente de pressão no processo de admissão será limitado pela pressão de admissão, que será NO MÁXIMO a pressão atmosférica. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 46 5º) Quanto à alimentação de ar MOTOR SOBREALIMENTADO Com a finalidade de aumentar esse gradiente de pressão, e por consequência a massa de ar admitida pelo motor, surgiram os motores sobrealimentados. Nesses motores existem dispositivos responsáveis por elevar a pressão no coletor de admissão acima da pressão atmosférica. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 47 5º) Quanto à alimentação de ar MOTOR SOBREALIMENTADO Um desses dispositivos é o TURBOCOMPRESSOR, que utiliza os gases de escapamento para gerar trabalho. ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 48 5º) Quanto à alimentação de ar MOTOR SOBREALIMENTADO – Qual a importância dos resfriadores de ar? ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 49 6º) Quanto à relação entre diâmetro e curso do pistão MOTOR QUADRADO – diâmetro do pistão é igual ao curso (D = S). Bom desempenho em todas as rotações. Diâmetro (mm) Curso (mm) Cilindrada (cm3) 86,0 86,0 1988 Motor GM 2.0 Monza S/R ano 1986 Taxa de compressão 12,0:1 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS50 6º) Quanto à relação entre diâmetro e curso do pistão MOTOR SUBQUADRADO – Diâmetro do pistão é menor que o curso (D < S). Apresenta torque e potência em baixas rotações. Motor VW AP-2000 – 827 (VW Santana 2.0 Mi 2p e 4p) Taxa de compressão 10:1 Diâmetro (mm) Curso (mm) Cilindrada (cm3) 82,5 92,8 1984 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 51 6º) Quanto à relação entre diâmetro e curso do pistão MOTOR SUBQUADRADO – Diâmetro do pistão é menor que o curso (D < S). Apresenta torque e potência em baixas rotações. Motor Citroen C3 Exclusive 1.4 8V Flex Taxa de compressão 10,5:1 Diâmetro (mm) Curso (mm) Cilindrada (cm3) 75,0 77,0 1360 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 52 6º) Quanto à relação entre diâmetro e curso do pistão MOTOR SUPERQUADRADO – Diâmetro do pistão é maior que o curso (D > S). Apresenta torque e potência em altas rotações. Motor AP 1600 (equipa vários modelos antigos da Volkswagen) Diâmetro (mm) Curso (mm) Cilindrada (cm3) 81,0 77,4 1595 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 53 6º) Quanto à relação entre diâmetro e curso do pistão ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 54 6º) Quanto à potência específica As exigências impostas às emissões de poluentes têm tornado antieconômica a aplicação de motores a diesel (motores ciclo Diesel) em automóveis de passeio na Europa. Com isso, o mercado está retornando à utilização de motores ciclo Otto, mas com maior potência específica. ሶ𝐖𝐞𝐄𝐒𝐏 = ሶ𝐖𝐞 𝐕𝐃 WeESP – potência efetiva específica We – potência efetiva VD – cilindrada total ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 55 6º) Quanto à potência específica Observa-se que é possível • Aumento de potência e torque sem aumentar a cilindrada total • Redução da cilindrada total mantendo a mesma potência • Redução do número de cilindros ሶ𝐖𝐞𝐄𝐒𝐏 = ሶ𝐖𝐞 𝐕𝐃 WeESP – potência efetiva específica We – potência efetiva VD – cilindrada total ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 56 6º) Quanto à potência específica Como é possível reduzir o consumo de combustível? • Redução das perdas por bombeamento em decorrência do menor volume varrido pelos pistões a cada revolução do motor e da maior pressão no interior da câmara de combustão; • Redução da perda de energia por calor devido à redução da área da superfície interna e, consequentemente, maior aproveitamento da energia térmica na realização do trabalho de expansão; ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES ALTERNATIVOS 57 6º) Quanto à potência específica Como é possível reduzir o consumo de combustível? • Redução das perdas por atrito em função das menores dimensões de componentes móveis. Exercícios 58 1) Um motor diesel de quatro cilindros a quatro tempos tem 1000 cm3 de cilindrada total. Se o volume da câmara de combustão é igual a 20 cm3, qual a taxa de compressão desse motor? A) 15,0 B) 13,5 C) 12,3 D) 10,0 E) 9,4 Exercícios 59 2) (Brunetti, questão 1, cap.1) Um motor alternativo tem 4 cilindros de diâmetro 8,2 cm e curso 7,8 cm e uma taxa de compressão 8,5. Pede-se A) A cilindrada ou deslocamento volumétrico do motor em cm3; B) O volume total de um cilindro; C) O volume morto. 3) (Brunetti, questão 2, cap.1) Um motor de 6 cilindros tem uma cilindrada de 5,2L. O diâmetro dos cilindros é 10,2 cm e o volume morto é 54,2 cm. Pede-se: A) O curso; B) A taxa de compressão; C) O volume total de um cilindro. Exercícios 60 4) (CODEBA – 2015 – Analista Portuário – Engenharia Mecânica). BANCA: FGV A figura a seguir ilustra o pistão dentro do cilindro de um motor com 4 cilindros e os pontos mortos superior (PMS) e inferior(PMI) desse cilindro. Dimensões dadas em mm. Sabendo que o diâmetro do cilindro vale 50 mm e admitindo que π ≈ 3, a cilindrada desse motor e sua taxa de compressão valem, respectivamente: (A) 600 cm3 e 9:1 (C) 600 cm3 e 11:1 (B) 600 cm3 e 10:1 (D) 660 cm3 e 10:1 (E) 660 cm3 e 11:1 REFERÊNCIAS 61 1) BRUNETTI, F. Motores de Combustão Interna: volume 1. São Paulo: Blucher, 2012. 2) MAHLE AFTERMARKET. Manual Técnico: curso Mahle Metal Leve Motores de Combustão Interna. Disponível em: <https://www.mahle- aftermarket.com/media/local-media-latin-america/catalogs/manuais- tecnicos/manual-curso-de-motores-2019.pdf> https://www.mahle-aftermarket.com/media/local-media-latin-america/catalogs/manuais-tecnicos/manual-curso-de-motores-2019.pdf
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