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Evidências em Auditoria (Adaptado de Manual de Auditoria e Revisão de Demonstrações Financeiras – LONGO, Claudio Gonçalo, 3 ed., Ed. Atlas, 2015) Indagação Alguns procedimentos, como a indagação do auditor ao pessoal da entidade ou a aplicação de procedimentos analíticos, são utilizados praticamente em todas as áreas ou contas das demonstrações financeiras a serem auditadas. Esses procedimentos por si só, não apresentam evidência apropriada e suficiente, todavia, são raras as situações em que o auditor inicia seus exames sem fazer indagações ao pessoal da entidade. Essa raras situações ficam restritas aos casos em que o auditor executa seus procedimentos observando o caráter surpresa, em que as indagações anteriores poderiam prejudicar o trabalho. Procedimentos Analíticos É também pouco provável que exista alguma área em que não sejam aplicados procedimentos analíticos, pois mesmo que os procedimentos analíticos sejam os mais simples, do tipo análise de variações em relação ao valor real do período anterior ou variação em relação ao valor orçado para o período, esses procedimentos são aplicados em quase todas as contas e áreas das demonstrações financeiras e nas mais diversas fases do trabalho de auditoria. Procedimentos de Inspeção Por sua vez, o procedimento de inspeção é um dos que produz a maior quantidade de evidência apropriada e suficiente, obtida internamente. Às vezes são necessários dois ou mais procedimentos de inspeção para fornecer a evidência apropriada e suficiente que o auditor necessita. Por exemplo, ao verificar fisicamente um bem do ativo imobilizado, ele conseguiu confirmar a sua existência, todavia, para confirmar a propriedade, ele precisa conjugar essa inspeção do bem com a inspeção de documentação comprobatória da propriedade do bem. Mesmo que o auditor tenha concluído pela existência e propriedade do bem, se ele quiser, também, ficar satisfeito de que esse bem está livre e desembaraçado, ou seja, que o bem não possui qualquer gravame, ele deverá combinar com outros procedimentos de inspeção, que dependerá do tipo de bem. Se for um automóvel, por exemplo, a inspeção do certificado de propriedade indicará se o bem foi adquirido com reserva de domínio. Geralmente as regras de governança da entidade estabelecem aprovações para dispor de bens em garantias de dívidas, de contendas judiciais e de outras obrigações. Assim, nessas circunstâncias, os procedimentos de inspeção podem ser, também, aplicados em conjunto com outros procedimentos, entre eles o de indagação. O procedimento de inspeção, com vimos, é o que proporciona a maior fonte de evidência de auditoria obtida internamente. A inspeção envolve, por exemplo: - a verificação física de bens, com no exemplo anterior (exame de adições ao imobilizado); - a verificação de pessoas em um teste de folha de pagamento para confirmar a inexistência de funcionários fantasmas, ou seja, de que todos os funcionários que constam na folha de pagamento existem; - a verificação de documentos, como por exemplo a nota fiscal de compra para confirmar o valor da transação; - a verificação de contratos para confirmar as condições de compra de bens ou serviços, de empréstimos ou de outra natureza, para se assegurar da inexistência de gravames ou outras condições de compra; - a verificação de registros contábeis ou auxiliares para se assegurar que a transação foi apropriadamente registrada; ou - a verificação de aprovações para se assegurar que a transação foi realizada dentro das condições estabelecidas pelo sistema de controles internos. Confirmações externas Como vimos, as inspeções representam a maior fonte de evidências internas de auditoria, todavia, as evidências obtidas de fonte externa e independente possuem maior valor em termos qualitativos dos que as evidências obtidas internamente. Assim, sempre que seja possível confirmar a afirmação (existência, ocorrência, avaliação, mensuração, exatidão, integridade ou qualquer outra que seja) com fonte externa e independente, esse procedimento deve ser utilizado pelo auditor, pois ele produz evidências superiores em termos de qualidade. Dessa forma, a forma mais eficaz de confirmar a existência de uma conta a receber é por meio da obtenção da confirmação do saldo ou da transação que deu origem a esse recebível junto ao devedor, o mesmo ocorrendo com uma dívida junto a uma instituição financeira; todavia, mais uma vez o procedimento é eficaz para uma ou mais afirmações, mas não para todas as afirmações. Nesse caso, por exemplo, não basta confirmar a existência da conta a receber ou do passivo junto à instituição financeira. O auditor deve concluir sobre a realização financeira do recebível e da apropriada valorização do passivo. Dessa forma, outros procedimentos devem ser aplicados de forma conjugada com o procedimento de confirmação de saldo. Por exemplo, para concluir sobre a realização da conta a receber, seria necessária a análise do histórico de relacionamento da entidade com o devedor, inspeção de outros documentos que comprovem a possibilidade de recebimento do valor devido ou a necessidade de constituição de provisão para fazer face à eventual perda. De forma similar, além de confirmar a existência do empréstimo e condições junto à instituição financeira, o auditor deve aplicar outro procedimento de auditoria, que nesse caso poderia compreender o recálculo de juros e outros encargos. Recálculo Esse procedimento é também bastante comum no processo de auditoria das demonstrações financeiras. Como vimos no exemplo que concluiu o item anterior, o auditor aplica o procedimento de recálculo sempre que ele precise concluir sobre a exatidão do cálculo procedido pela administração. No exemplo em questão, o auditor recalcula os juros e outros encargos de acordo com as condições contratuais que podem, ou não, ter sido confirmadas. Outros exemplos bastante comuns em uma auditoria de demonstrações financeiras seriam o recálculo de depreciações, de amortizações, de provisões para férias, décimo-terceiro e respectivos encargos e outras contas ou transações que envolvem cálculos para se chegar ao valor registrado pela entidade e que o auditor deve recalcular para concluir a sua adequação. Reexecução O procedimento de reexecução é principalmente aplicado na avaliação do controle interno, quando o auditor que confirmar o funcionamento de um sistema ou que confirmar que um controle é aplicado pela entidade. Por exemplo, se o auditor fez as indagações necessárias ao pessoal apropriado para entender como funciona um determinado processo, por exemplo, de vendas, de folha de pagamento, de custeio ou qualquer outro que seja, ele deve efetuar um walkthrough test. Esse teste compreende a reexecução de cada um dos procedimentos aplicados pela entidade, passando por todas as aprovações, autorizações e outros aspectos estabelecidos pelo controle interno. Em algumas circunstâncias, o teste de reexecução se confunde com o teste de recálculo. Por exemplo, em um processo estimativo do valor justo de um ativo ou passivo ou mesmo de uma provisão, o auditor pode abandonar os critérios e premissas seguidos pela entidade para a apuração desse valor, que seriam reexecutados, de acordo com premissas e critérios diferentes para apuração de um valor pontual ou intervalo para comparação com o valor apurado pela entidade. Observação Por fim, temos o procedimento de observação. Nesse caso, ao contrário da inspeção, o auditor observa, de forma independente, aquilo que está sendo feito pelo pessoal da entidade. A aplicação mais comum desse procedimento compreende a observação de contagens físicas de estoques, de bens do imobilizado e de outros itens. Ele pode ser feito nas dependências da entidade ou de forma externa à entidade, como no caso de estoques ou outros itens em poder deterceiros. Áreas, contas ou eventos das demonstrações financeiras Inspeção Observação Conf. Ext. Recálculo Reexecução Proc. Analítico Indagação Caixa X X X Bancos Conta Movimento X X X X Equivalentes de Caixa e aplicações financeiras alta l iquidez X X X X Recebíveis X X X Duplicatas Descontadas X X X Titulos e valores mobiliários e outras aplicações financeiras X X X X Adiantamentos a fornecedores, empregados e outros X X X X Tributos a compensar ou a restituir X X X X Outras contas a receber X X X X Estoques X X X X X Estoques em poder de terceiros X X X X X Despesas pré-pagas X X X X Investimentos avaliados pelo MEP X X X Outros Investimentos X X X X Valores a receber de partes relacionadas X X X X Outros valores e bens não classificados no ativo circulante X X X X X Imobilizado X X Adições X X Baixas X X X Saldo acumulado, inclusive obras em andamento X X X X Depreciações do período e acumuladas X X X Intangíveis X X Adições X X Baixas X X X Amortizações e testes de recuperabilidade X X X Empréstimos, financiamentos e titulos a pagar com encargos X X X X X Fornecedores X X X X X Salários a pagar X X X X Encargos e retenções a pagar X X X X Provisões para 13o. Salário, férias e encargos sociais X X X X Debêntures e outros títulos de dívida X X X X Instrumentos financeiros passivos X X X X X Impostos a pagar, exceto IRPJ e CSSL X X X X Provisão para IRPJ e CSSL X X X X IRPJ e CSSL diferidos, ativos e passivos X X X X Outras despesas a pagar, inclusive outras provisões X X X X X Provisão para contingências trabalhistas X X X X X Provisão para contingências fiscais X X X X X Provisão para outras contingências X X X X X Provisões técnicas de seguradoras, previdência e capitalização X X X Receitas Antecipadas X X X X X Outros passivos que envolvem estimativas X X X X X X Capital Social X X X Aumentos de Capital X X X Reduções de Capital X X X Reservas de Capital X X X Lucros Acumulados e Reservas de Lucro X X X Dividendos Provisionados X X X X Outras movimentações no PL X X X X Receitas Operacionais X X X X X Reduções de Receita Bruta X X X X X Devoluções e cancelamentos X X X X X Tributos X X X X X Outras X X Custo das vendas e dos serviços X X X X Lucro Bruto X X X Despesas operacionais X X Saláros e encargos X X X X X Comissões de vendas X X X X X Serviços de terceiros X X X Depreciações e amortizações X X X Provisões para encargos trabalhistas X X X X Outras despesas departamentais X X X X Provisão para IRPJ e CSSL X X X X Lucro Líquido X X
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