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Aplicação da Pena Atenuantes e agravantes Reincidência (Aula 06) Previsão legal Art. 63 CP - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Repetir o fato punível. Requisitos: Trânsito em julgado de sentença penal condenatória por crime anterior Cometimento de novo crime. Cuidado Sentença absolutória imprópria (e imposição de Medida de Segurança) não gera reincidência. Transação penal não gera reincidência (nem maus antecedentes). 9099/94 Art. 7º da lei das contravenções penais Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. Hipóteses geradoras de reincidência Crime praticado no Brasil ou no estrangeiroComete novo crimegera reincidência (63) Crime praticado no Brasil ou no estrangeiroComete contravenção penal gera reincidência (7º da Lei de Contravenção Penal) Contravenção penal praticada no BrasilComete crime não é reincidência – não há previsão legal (será apenas portador de maus antecedentes) Contravenção penal praticada no BrasilComete nova contravençãogera reincidência. Obs. Contravenção no estrangeiro não gera reincidência. Sentença estrangeira para gerar reincidência deve ser homologada pelo STJ? Não – os casos de necessidade de homologação da sentença estrangeira estão no art.9º do Código Penal. Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único. A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Conforme art.63, o cometimento de novo crime no dia em que transita em julgado a sentença condenatória por crime anterior NÃO é capaz de gerar reincidência, o novo crime deve ser cometido depois, no dia seguinte ao do trânsito em julgado. Pergunta: Fato criminoso no estrangeiro, porém atípico no Brasil gera reincidência?R- Não há reincidência. Pena de multa gera reincidência? R- Prevalece o entendimento que a pena de multa também gera reincidência (que pressupõe apenas condenação definitiva, não importando o crime ou a sua pena). E se houve extinção da punibilidade do crime anterior? R- Depende se foi antes ou depois da sentença condenatória transitada em julgado. Antes: não gera reincidência – ex. prescrição da pretensão punitiva. Depois: gera reincidência – ex. PPE; exceções: anistia e abolitio criminis (mesmo após o trânsito em julgado, não gera reincidência e extingue todos os efeitos penais da condenação). Obs.Perdão judicial também não gerareincidência. Como se prova a reincidência? R- Por certidão cartorária. Temos decisões admitindo prova por meio de folha de antecedentes (FA - Capivara). O STJ admitiu como prova a certidão emitida pelo instituto nacional de identificação. sistema da temporariedade da reincidência período depurador da reincidência 5 anos após trânsito em julgado. Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação. Casos Entre o crime e o trânsito em julgado, se pratica novo crime: não é reincidente. Entre o trânsito em julgado e o início do cumprimento da pena, se pratica novo crime: é reincidente, é a chamada reincidência ficta. Entre o cumprimento ou extinção da pena e os 5 anos que sucedem o trânsito em julgado, se pratica novo crime: há reincidência real. Após 5 anos contados do cumprimento ou da extinção da pena, se pratica novo crime: não é mais reincidente, mas é portador de maus antecedentes. Cuidado: no prazo depurador de 5 anos, computa-se o período do sursis e do livramento condicional, se não ocorrer revogação. Crimes Militares Art.64, II: para efeitos de reincidência: II - não se consideram os crimes militares próprios e crimes políticos. Crime militar próprio: é aquele crime previsto no Código Penal Militar. Ex. deserção; dormir em sentinela. Se o agente tem condenação definitiva por crime militar próprio, vindo ele a cometer novo crime comum, a condenação definitiva por crime militar próprio NÃO gera reincidência, mas pode caracterizar maus antecedentes. Atenção: se o agente tem condenação definitiva por crime militar próprio, vindo ele a cometer novo crime militar próprio, será reincidente. O que a lei quer evitar é a mistura entre crime militar próprio e crime comum. Art. 71 do CPM Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a condenação anterior, se, entre a data do cumprimento ou extinção da pena e o crime posterior, decorreu período de tempo superior a cinco anos. 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes anistiados. Crime político o conceito de crime político é extraído do art.2º da lei 7.170/83. art. 2º da lei 7170/83: quando o fato estiver também previsto no Código Penal, no CPM ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta lei: I - a motivação e os objetivos do agente; II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior. Se o agente tem condenação definitiva por crime político, vindo a praticar delito comum: não será reincidente, mas a condenação anterior pode caracterizar maus antecedentes. Condenação anterior por crime político e prática de novo crime político: não tem previsão legal quanto à reincidência, portanto, não gera. Exemplos Caso 1: Passado - Condenação definitiva por furto – art.155 Presente - Pratica estelionato – art.171 Pode o juiz considerar o furto que o agente tem em sua vida pregressa como maus antecedentes (59 Código Penal) + reincidência (61, I, Código Penal)? Não, pois isso geraria um bis in idem. O juiz terá que decidir se usa o furto como maus antecedentes ou como reincidência (Agravante). Se aplicar como maus antecedentes, influencia na 1ª fase de fixação (circunstância judicial) se aplicar como reincidência, então afeta a 2ª fase de fixação (agravante). Súmula 241 do STJ: a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e simultaneamente como circunstância judicial. (preferir aplicar como agravante). Caso 2: Passado - Condenação definitiva por furto + roubo Presente - Pratica estelionato É possível usar o furto como maus antecedentes e o roubo como reincidência? Sim, é possível, não gera bis in idem (não está usando duas vezes o mesmo fato). HC 101832 STF. Pergunta de concurso: (Defensoria Pública) a reincidência, por si só, gera bis in idem? 1ª corrente (concurso p/ Defensoria): quando se aumenta a pena pela reincidência, o agente está sendo apenado, novamente, pelo fato anterior. Viola-se a garantia da vedação do bis in idem (segunda punição pelo mesmo crime). Luiz Flavio Gomes, Paulo Queiroz, Salo de Carvalho. 2ª corrente: o fato de o reincidente ser punido mais gravemente do que o primário não viola a garantia da vedação do bis in idem, pois visa apenas reconhecer maior reprovabilidade na conduta daquele que é contumaz violador da lei penal (STJ Resp 984578/RS). Corrente predominante nos Tribunais Superiores. quais são as quatro hipóteses em que condenações irrecorríveis não geram reincidência? Crime militar próprio (enova condenação por crime comum); crime político (e nova condenação por crime comum ou por outro crime político); condenação definitiva – fim do cumprimento da pena ou extinção da pena – decurso de 5 anos – prática de novo crime (não gera reincidência); condenação por contravenção penal – prática de novo crime (contravenção penal só gera reincidência de outra contravenção, de modo que contravenção seguida de crime não gera reincidência).
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