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RESUMO TEORIA GERAL DO PROCESSO Mac Cracken/ McDonald/ Mequi/ Crack Direito processual 1. Conceito e aplicação do Direito Processual Civil Área do Direito Público que contém as normas e princípios gerais relacionados à jurisdição civil, sendo aplicada aos processos e aos atos processuais neles praticados. Deve ser aplicada tanto aos conflitos de Direito Privado quanto aos de Direito Público. Contudo, o processo não é um fim em si mesmo, mas um meio para solucionar conflitos, logo as regras processuais devem ser respeitadas, mas não a ponto de servirem de óbice para a efetiva aplicação do direito material. Obs.: as normas do Direito Processual Civil se aplicam supletiva e subsidiariamente às demais normas processuais. Portanto, omissões e lacunas nos demais códigos processuais serão sanados pelas normas do CPC. 1.1. Lei processual civil no espaço A jurisdição civil será exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional, sendo uma. Eventuais divisões serão consideradas como meramente administrativas, não significando a repartição da jurisdição. 1.2. Lei processual civil no tempo Segundo o art. 1º da LINDB, salvo disposição expressa na letra da própria lei, ela entrará em vigor 45 dias após publicação no Diário Oficial. A nova lei não retroagirá com relação aos processos já extintos. Será aplicada totalmente a processos que ainda não começaram e imediatamente aos processos já em curso. Mas atos processuais já praticados e as situações jurídicas consolidas nos termos da norma revogada, devem ser mantidos e respeitados, aplicando a lei nova apenas aos atos ex nunc. 2. Princípios do Direito Processual Civil 2.1. Princípios constitucionais 2.1.1. Isonomia – necessidade de dar tratamento igualitário às partes (Art. 5º, I da CF). A igualdade deve ser material (Ex.: Assistência Judiciária e Gratuita da Justiça, asseguram que pessoas hipossuficientes recém isenção de custas – assim, a justiça não pertence apenas aos que podem pagar por ela) 2.1.2. Contraditório/Ampla defesa – Significa dar ciência às partes do que está ocorrendo no processo com possibilidade de reação. Devendo tal direito ser garantido em todas as situações, não podendo o magistrado decidir sem ouvir as partes. (Art. 10 do CPC) Obs.: Há casos em que o contraditório pode ser postergado, sendo eles concessão de tutela de urgência, tutela de evidência no caso da prova documental imediata, entendimento proferido em julgamento de casos repetitivos ou de súmula vinculante, tutela de evidência no caso de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito (referente a situação do depositário infiel) e expedição de mandado monitório. (Checar art. 9 do CPC) 2.1.3. Inafastabilidade da jurisdição – Segundo o art. 5, XXXV da CF) a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Obs.: não impede a adoção de métodos consensuais de solução de conflitos, nem da arbitragem (Art. 3 do CPC) devendo tais métodos serem estimulados pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do MP em qualquer fase do processo. 2.1.4. Imparcialidade – o magistrado não deverá levar em conta questões pessoais no julgamento da causa, já que a Constituição proíbe, em seu art. 5º, XXXVII, a criação de juízos ou tribunais de exceção. 2.1.5. Fundamentação das decisões – O art. 93, IX da CF, estabelece que todas as decisões do poder judiciário serão públicas e devem ser fundamentadas sob pena de nulidade. 2.1.6. Publicidade – O art. 5º, LX da CF, estabelece que a publicidade deve ser uma regra, somente podendo ser restringida quando a defesa da intimidade ou do interesse social exigirem. 2.1.7. Juiz natural – Investidura legitima de órgão julgador para proferir julgamento, isto é o juiz deve estar investido de jurisdição e competência para julgar o caso concreto. Art. 5º, Incs. XXXVII e LIII da CF) 2.1.8. Duplo grau de jurisdição – Trata-se de direito de recurso para julgamento de decisões judiciais, não sendo as partes obrigadas a concordar com a decisão de primeira instância. 2.1.9. Devido processo legal – No sentido processual, é a necessidade de respeito às garantias processuais e às exigências necessárias para a obtenção de uma sentença justa. (Art. 5º, LIV da CF) 2.1.10. Licitude das provas – As provas devem ser obtidas por meios lícitos, ou seja, respeitando o processo legal e às regras que determinam os requisitos para a formação delas. (Art. 5º, LVI da CF) Obs.: o CPC enumera expressamente as provas admitidas, mas não inibe que as partes produzam provas que não tenham sido abordadas na letra da lei, contanto que sejam lícitas. Obs.: o STF adota a Teoria da Arvore Envenenada, na qual a prova lícita adquirida por conhecimento de prova ilícita também será corrompida pela ilicitude 2.1.11. Razoável duração do processo/celeridade – as partes têm o direito de ter um processo com razoável duração e celeridade em sua tramitação. (Art. 5º, LXXVIII da CF) 2.1.12. Assistência jurídica integral e gratuita – a ausência de recursos financeiros não pode ser obstáculo ao exercício das pretensões materiais dos jurisdicionados, logo, o Estado deve fornecer assistência jurídica integral e gratuita às pessoas que comprovem insuficiência de recursos. (Art. 5º, LXXIV da CF) 2.1.13. Indispensabilidade e inviolabilidade do advogado – Pela indispensabilidade, para postularem em juízo, as partes precisam estar representadas por um advogado, mas no caso a parte seja advogado, poderá postular em causa própria. Obs.: Há exceções onde não é necessário a representação por um advogado, como no juizado especial cível em causas cujo valor seja inferior a 20 salários mínimos. 2.1.14. Acesso à justiça – a faceta do princípio de acesso à justiça é dada pela razoável duração do processo e a celeridade na tramitação, sendo complementado pela inafastabilidade da jurisdição e pela garantia de assistência jurídica integral e gratuita. 2.1.14.1. Onda de concessão de assistência judiciária para os pobres, que partiu da prestação sem interesse de remuneração por parte dos advogados, levando a criação de um aparato estrutural para a prestação de assistência pelo Estado. 2.1.14.2. Onda de superação do problema na representação dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de processo como algo restrito apenas as partes individualizadas e ocasionando o surgimento de novas instituições como o MP. 2.1.14.3. Onda consistente no surgimento de uma concepção mais ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de instituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados. 2.1.15. Segurança jurídica/Coisa julgada – A coisa julgada é o fenômeno processual que assegura que a matéria já discutida em juízo não será novamente apreciada, nem no mesmo processo e nem em outro processo. (Art. 337, § 4º do CPC). A coisa julgada é, portanto, base da segurança jurídica. 2.1.15.1. Coisa julgada material – essência do conceito de coisa julgada, trata-se da impossibilidade, em regra, de nova propositura, tanto no mesmo processo quanto em outros, de matéria já discutida em juízo. 2.1.15.2. Coisa julgada formal – trata-se de controle processual, e estabelece que, em regra, não deve haver nova propositura, no mesmo processo, de matéria já discutida em juízo. Obs.: Há situações que se admite relativização da coisa julgada, como é o caso da propositura de ação rescisória. 2.1.16. Dignidade da pessoa humana – Fundamento da República, é o motor de todo o sistema de direitos e garantias fundamentais, tanto materiais quanto processuais. Portanto, o juiz deve promover e respeitar a dignidade humana, conforme o art. 8º do CPC. 2.1.17. LIMPE (Legalidade, impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) – segundo o art. 8º do CPC, o LIMPE deve ser respeitado não apenas no âmbito da administraçãopública, mas também no âmbito do Poder Judiciário. (Art. 37, caput da CF) 2.1.17.1. Legalidade – conceito de que o poder público deve ser atento à norma legal, realizando apenas o que está previsto nela. 2.1.17.2. Impessoalidade – conceito de que o poder público deve ser impessoal, não tomando partido das partes, ao realizar os atos administrativos ou judiciais. 2.1.17.3. Moralidade – conceito de que existem algumas regras socialmente aceitas que devem ser observadas pelos funcionários, servidores e empregados públicos. 2.1.17.4. Publicidade – conceito de que todos os atos do poder público devem ser públicos, a não ser que a situação exija o segredo de justiça. 2.1.17.5. Eficiência – conceito de que o poder público deve buscar celeridade, razoável duração dos atos e economia processual. 2.2. Princípios infraconstitucionais 2.2.1. Perpetuação da jurisdição “perpetuatio jurisdictionis” – A jurisdição - o poder-dever do Estado de dizer o Direito – se perpetua, no sentido de que o órgão eleito nos moldes do juiz natural para julgar certa matéria não será alterado, seguindo competente até o final do julgamento. Salvo alterações administrativas, como a criação de uma vara específica para a matéria discutida. (Art. 43 do CPC) 2.2.2. Dispositivo/Impulso oficial – A iniciativa da ação é das partes, que devem provocar a jurisdição, ou ela permanecerá inerte. Proposta a ação, o processo corre por impulso oficial e o juiz como destinatário das provas, pode exigir a produção de outras necessárias à formação de sua convicção, seguindo o princípio inquisitivo. (Art. 2º do CPC) 2.2.3. Congruência/Correlação – O juiz não pode conceder à parte nada mais (ultra petita) e nada fora (extra petita) do que foi pedido. (Art. 492, caput do CPC) Obs.: Há exceções, como é o caso de pedidos implícitos, fungibilidade admitida em lei, concessão de tutela diversa da pretendida em obrigação de fazer ou não fazer e possibilidade do STF de declarar inconstitucionalidade da norma com base em fundamento diverso do invocado pela parte. O juiz pode fazer de oficio: 2.2.3.1. Reputar ineficaz a cláusula de eleição de foro. 2.2.3.2. Declarar a incompetência absoluta (em qualquer tempo do processo). 2.2.3.3. Multar o litigante de má-fé. 2.2.3.4. Solicitar o amicus curiae. 2.2.3.5. Declarar a invalidade das convenções relativas a mudanças de procedimento. 2.2.3.6. Corrigir o valor da causa, se verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor. 2.2.3.7. Determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. 2.2.3.8. Ordenar o depoimento pessoal. 2.2.3.9. Ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos. 2.2.3.10. Ordenar a inquirição de testemunhas referidas nas declarações das partes ou das testemunhas já ouvidas. 2.2.3.11. Apurar a verdade no depoimento das testemunhas ou nas declarações das partes. 2.2.3.12. Substituir a perícia por produção de prova técnica simplificada, quando a dúvida for de menor complexidade. 2.2.3.13. Determinar a realização de nova perícia. 2.2.3.14. Inspecionar pessoas ou coisas. 2.2.3.15. Determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. 2.2.3.16. Remover o inventariante. 2.2.3.17. Mandar alienar bem em leilão. 2.2.3.18. Revisar tese jurídica firmada pelo tribunal. 2.2.4. Persuasão racional ou livre convencimento motivado – No sistema do livre convencimento motivado, o julgador pode decidir conforme a prova, mas deverá indicar na sentença os motivos que formaram seu convencimento. (Art. 371 do CPC) 2.2.5. Vedação às decisões surpresa/não-surpresa – Decorrência do princípio do contraditório, este princípio estabelece a proibição de que o magistrado profira decisões sem ouvir as partes, assim a parte não pode ser surpreendida com uma decisão do juiz sobre a qual não teve oportunidade de se manifestar, mesmo que o juiz possa se manifestar de ofício na matéria. (Arts. 9, caput; 10 do CPC) 2.2.6. Direito à solução do mérito – O juiz deve priorizar a resposta de mérito – aquela que de fato soluciona o litigio – em detrimento às respostas terminativas, que apenas colocam fim ao processo. (Art. 4º do CPC) 2.2.7. Instrumentalidade das formas – Estabelece que o cumprimento da finalidade do ato processual, é de maior importância do que a forma como ele é praticado. Por isso, o processo deve ser instrumental, isto é, atender a determinado fim, jamais ser um fim em si mesmo. (Art. 277 do CPC) 2.2.8. Substanciação – Estabelece que o autor deve indicar em sua petição inicial todos os fatos que suportam a sua pretensão, ou seja, indicando qual a base jurídica que permite associar tais fatos à pretensão. Logo, a pretensão inicial irá indicar os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, segundo o art. 319 do CPC 2.2.9. Impugnação especificada – Estabelece que não será aceita impugnação genérica por parte do réu, onde ele apenas negue os fatos suscitados pelo autor. As alegações que não forem impugnados de forma específica são presumidamente verdadeiras. Salvo quando: 2.2.9.1. Não for admissível a confissão. 2.2.9.2. A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato 2.2.9.3. As alegações estiverem em contradição com prova constante nos autos ou forem inverossímeis. 2.2.9.4. Litígio versar sobre direitos indisponíveis 2.2.9.5. Havendo pluralidade de réus, algum deles constatar a ação. Obs.: Não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. 2.2.10. Preclusão – quando as partes não podem mais praticar determinado ato no processo. (Art. 233 do CPC) 2.2.10.1. Preclusão temporal – se as partes não se manifestarem no momento oportuno estabelecido, não mais poderão fazê-lo. 2.2.10.2. Preclusão lógica – se as partes praticarem um ato, não mais poderão praticar ato incompatível com ele. 2.2.10.3. Preclusão consumativa – se as partes praticarem um ato, não poderão realiza-lo duplamente, como apresentar duas vezes a contestação. 2.2.11. Estabilidade da lide – Após o saneamento do processo o autor não pode, mesmo com anuência do réu, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, tornando a lide estável. (Art. 329, II do CPC) 2.2.12. Oralidade – O julgador deve aproximar-se o quanto possível da instrução e das provas realizadas ao longo do processo. Estando em contato direto com as partes, o objeto e a prova do processo 2.2.13. Boa-fé – Agir com honestidade, com veracidade, com probidade, sempre tratando os demais envolvidos no processo de forma transparente. 2.2.14. Cooperação – Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (Art. 6º do CPC) 2.2.15. Paridade de tratamento – O magistrado deve tratar as partes de forma imparcial e igualitária, o que significa garantir os mesmos direitos e faculdades processuais, bem como o contraditório em sua plenitude. 2.2.16. Atendimento aos fins sociais e às exigências do bem comum – O juiz deve atender aos fins sociais e as exigências do bem comum, resguardando a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência. (Art. 8º do CPC) 2.2.17. Obediência prioritária à ordem cronológica – Os juízes e tribunais não são obrigados a seguir o critério cronológico de julgamento, mas devem dar preferência ele. Mecanismos de solução das lides e de tratamento dos conflitos 1. Autotutela A maneira mais primitiva de solução de conflitos, representada pela prevalência do mais forte em relação ao mais fraco. No Direito Moderno, o exercício do próprio agente para satisfazer uma pretensão, mesmo que legítima, constitui crime, salvo quando for autorizado por lei. É caracterizada pela ausência de um julgador distinto das partes e pela imposiçãode decisão de uma das partes em detrimento da outra. 2. Autocomposição: mediação e conciliação Autocomposição é o método onde um dos indivíduos ou ambos, irão abrir mão de seu interesse por inteiro ou parte dele. E pode ocorrer de três formas. 2.1. Desistência – onde há a parte desiste da lide, o que não implica renúncia ao direito. 2.2. Submissão – onde o réu irá renunciar do ato de resistir a pretensão do autor. 2.3. Transação – onde há concessões recíprocas. Dentre as maneiras de autocomposição, destaca-se a mediação e a conciliação, ambas possuindo validade jurídica, ou seja, caso uma das partes não cumpra o acordado, a ação pode ser levada a Justiça. 2.3.1. Mediação – Na mediação, o mediador não terá participação ativa no processo de negociação, não podendo propor soluções para os litigantes. Basicamente, o mediador tem o objetivo de auxiliar as partes a compreender as questões em conflito e leva-los a comunicação para o estabelecimento de uma solução consensual de benefícios mútuos 2.3.2. Conciliação – Na conciliação, o conciliador tem participação ativa no processo de negociação, atuando preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o litígio. 3. Arbitragem Podem as partes estabelecer em contrato que eventuais divergências serão resolvidas em arbitragem, ao invés de recorrerem ao Judiciário. A convenção de arbitragem envolve dois compromissos escritos, a serem realizados em dois momentos distintos. 3.1 No próprio contrato ou em documento, quando é estabelecida a cláusula arbitral/compromissória, que determina que eventuais litígios deverão ser resolvidos através de um ou mais árbitros escolhidos por ambos. 3.2 Estabelecer o compromisso arbitral, ocorrendo quando surge uma divergência em relação ao contrato. Devem as partes reduzir a escrito o teor da controvérsia, indicar árbitro ou árbitros e comprometerem-se a acatar a decisão arbitral Obs.: a arbitragem só poderá versar com relação a direitos patrimoniais disponíveis. Obs.: os árbitros devem ser sempre em número ímpar. Obs.: as partes podem escolher o modo pelo qual a arbitragem irá decidir. (Ex.: seguir direito alheio ao brasileiro) Processo 1. Sujeitos do Processo 1.1. Autor – sujeito ativo. Quem pede a tutela. 1.2. Réu – sujeito passivo. Em face de quem a tutela é postulada. 1.3. Juiz – ente imparcial. Dotado de competência e jurisdição. 1.4. Ministério Público – instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado. Incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 1.4.1. Deve sempre ser intimado, no prazo de 30 dias, para intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na CF e nos processos que envolvam: 1.4.1.1. Interesse público ou social; 1.4.1.2. Interesse de incapaz; 1.4.1.3. Litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 1.5. Advogados – ente com capacidade postulatória, devidamente inscrito na OAB. É indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Tem o direito de: 1.5.1. Examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; 1.5.2. Requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 1.5.3. Retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. 1.6. Auxiliares da justiça – serventuários, oficiais de justiça, peritos, depositários e intérpretes. 2. Intervenção de Terceiros 2.1. Assistência (art. 119/124) Alguém que tenha interesse jurídico na vitória de um dos litigantes pode entrar no processo como assistente, colocando-se ao lado do autor, ou ao lado do réu, para auxilia-lo. A assistência será simples quando o direito do assistente não estiver diretamente envolvido no processo (Ex.: fiador que intervenha em auxílio do devedor, segundo o art. 50 do CPC). A assistência será litisconsorcial se a sentença tiver de ser uniforme, envolvendo diretamente também o direito do assistente (Ex.: condômino em coisa indivisível que intervenha em auxílio de outro condômino, segundo o art. 54 do CPC). 2.2. Denunciação da lide (art. 125/129) Consiste na citação de terceiro, que o autor ou réu considerem como sendo garante de seu direito, no caso de perderem a demanda. Obs.: o denunciado só poderá ser condenado perante o denunciante e não em relação a outra parte, considerada terceiro alheio a lide. Segundo o art. 70 do CPC a denunciação da lide é obrigatória em três casos: 2.2.1. Na garantia advinda da evicção 2.2.2. Na garantia devida pelo possuidor indireto para com o possuir direto. 2.2.3. Na garantia daquele que, por via de regresso, deva indenizar o prejuízo de quem perder a demanda. 2.3. Chamamento ao processo (art. 130/132) Ato pelo qual o devedor, quando citado como réu, pede a citação também de outro coobrigado, a fim de que decida, no processo, a responsabilidade de todos. Se houver condenação, o título executório poderá ser usado contra o devedor principal ou contra todos no equivalente as suas quotas. Obs.: não se poderá realizar o chamamento ao processo no momento da execução 2.4. Nomeação à autoria (art. 338) Dá-se nomeação à autoria quando, proposta a demanda sobre uma coisa, o réu alegar que não a possui em nome próprio, mas em nome alheio, indicando o respectivo proprietário ou possuidor, contra quem deveria voltar-se a ação (art. 62 do CPC). Obs.: a demanda não é do nomeante, mas do nomeado. 2.5. Embargos de terceiro (art. 674/681) Instrumento pelo qual a pessoa que não é parte de um processo, mas, mesmo assim, tem algum bem bloqueado por ordem judicial equivocada ou ameaça real de que ocorra, pode utilizar para fazer cessar aquela constrição indevida. Quem são considerados terceiros para ajuizamento dos embargos: 2.5.1. O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843. 2.5.2. O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução. 2.5.3. Quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte. 2.5.4. O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. 2.6. Recurso de terceiro prejudicado Quando uma relação jurídica, titulada por terceiro, é direta ou indiretamente prejudicada por lide alheia a este. O exemplo mais comum é o do sublocatário, onde a relação jurídica de que este é titular (sublocação) pode sofrer com os efeitos reflexos da sentença que decide a lide entre locador e locatário. 3. Atos processuais 3.1. Atos das partes – podem ser unilaterais (petições iniciais, contestações, requerimentos, etc.) ou bilaterais (transação). Os atos processuais das partes produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais, seguindo-se o princípio da preclusão consumativa. 3.2. Atos do juiz – os atos do juiz devem seguir prazos, porém, a não observância não gerará preclusão. Podem ser: 3.2.1. Sentenças – recurso: apelação. Decisões que colocam fim ao processo. 3.2.2. Decisões interlocutórias – recurso: agravo de instrumento. Decisões incidentais, onde o juiz decidirá sobre pedidos específicos e daráandamento ao restante do processo. 3.2.3. Despachos – não cabe recurso. Atos do juiz que dão andamento ao processo. 3.3. Forma dos atos processuais – não dependem de forma, reputando-se válidos se atingirem sua finalidade essencial, salvo se a lei expressamente exigir forma. 3.4. Tempo – os atos processuais devem ser praticados em um determinado prazo, sob pena de preclusão. 3.5. Lugar – devem ser realizados na sede do juízo, salvo se for de interessa da justiça que se realize em outro lugar. 3.6. Invalidade dos atos processuais Ocorre quando o ato processualmente defeituoso é realizado e não pode ser aproveitado para a continuidade da prática do processo. A ato invalido só poderá ser suprido ou repetido quando prejudicar a parte. Também não poderá ser suprido ou repetido se a nulidade do ato puder beneficiar a outra parte de tal forma que o juiz poderá decidir o mérito. 3.7. Negócio jurídico processual Quando o processo versar sobre direitos que admitam a autocomposição, é lícito que as partes estipulem mudanças no procedimento processual, como ônus, poderes, faculdades e deveres processuais. Essa convenção pode ser realizada antes ou durante o processo. O negócio jurídico processual deve ser controlado pelo juiz, recusando- o nos casos de nulidade, de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifestação situação de vulnerabilidade. 3.8. Pressupostos processuais 3.8.1. Existência 3.8.1.1. Juiz regularmente investido 3.8.1.2. Citação válida 3.8.1.3. Capacidade processual das partes 3.8.1.4. Capacidade postulatória 3.8.2. Validade 3.8.2.1. Imparcialidade do juiz 3.8.2.2. Competência absoluta 3.8.2.3. Ausência de dolo ou conluio entre as partes 3.8.2.4. Coisa julgada 3.9. Comunicação dos atos processuais 3.9.1. Fora do território do juízo – deve ser expedido carta para que outro juízo realize a comunicação do ato. 3.9.1.1. Carta de Ordem – expedida por tribunal superior para tribunal inferior, deve ser obrigatoriamente cumprida. 3.9.1.2. Carta rogatória – expedida por órgão judicial nacional para órgão judicial estrangeiro. 3.9.1.3. Carta precatória – expedida de órgão judicial para outro órgão judicial de mesma hierarquia. 3.9.1.4. Carta arbitral – expedida por tribunal arbitral para o Poder Judiciário. Jurisdição É o poder-dever do Estado de dizer o Direito. Deve ser exercida por intermédio de agente constituído de competência, o juiz. 1. Princípios da jurisdição 1.1. Investidura – exerce a jurisdição apenas quem ocupa o cargo de juiz. 1.2. Aderência ao território – juízes somente têm autoridade jurisdicional no território nacional e nos limites de sua competência. 1.3. Indelegabilidade – o Poder Judiciário é quem exerce a jurisdição e não pode delegar sua competência para tal. 1.4. Inafastabilidade – não poderá ser excluído de apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito. 2. Classificação 2.1. Quanto ao objeto – penal, trabalhista, civil, etc. 2.2. Quanto ao organismo que a exerce – comum (estadual ou federal) ou especial (trabalhista, militar ou eleitoral). 2.3. Quanto à hierarquia – superior ou inferior. 3. Fases 3.1. Cognição – também chamada de fase de conhecimento. Consiste na investigação de fatos ocorridos no passado para a definição, mediante uma sentença, da norma jurídica que será aplicada ao caso concreto. Para chegar à conclusão, o magistrado deve analisar as questões de fato e de direito trazidas pelas partes. 3.2. Execução – fase em que o Estado, na figura do Poder Judiciário, irá disponibilizar os meios e instrumentos processuais para que se satisfaça o direito reconhecido em juízo, diante do não cumprimento voluntário. 4. Jurisdição contenciosa Possui litígio. É marcada pela existência de partes em polos antagônicos, de um lado o autor, pretendo obter uma resposta judicial; do outro, o réu, a pessoa em face de quem é formulado o pedido. 5. Jurisdição voluntária Não possui litígio, mas apenas um negócio jurídico que conta com a presença do juiz. Ou seja, trata-se da tomada de providências do juiz, necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual. (Obs.: meramente administrativa) 6. Jurisdição não estatal As partes, por si só, constituem um método extrajudicial para resolver os conflitos. Podem escolher um terceiro para decidir, o que irá ser denominado de arbitragem. Também podem acordar entre si, o que irá ser denominado de conciliação. 7. Competência 7.1. Internacional A jurisdição é exercida apenas no território nacional, de acordo com o princípio da aderência territorial. Portanto, para que uma sentença, proferida no estrangeiro, seja cumprida no Brasil é necessário que haja homologação desta pelo STJ. Do mesmo modo, para que um tribunal brasileiro realize atos processuais no estrangeiro, deve-se expedir carta rogatória para apreciação do juízo no local em que será praticado o ato, como a intimação ou a citação. 7.1.1. Concorrente – a postulação de ação no estrangeiro não é óbice para que também seja postulada no Brasil, não gerando litispendência. E, enquanto não houver homologação, a sentença estrangeira também não possuíra efeitos em território nacional. Compete a autoridade judicial brasileira processar e julgar ações em que: 7.1.1.1. O réu seja domiciliado no Brasil. 7.1.1.2. A obrigação deve ser cumprida no Brasil. 7.1.1.3. De alimentos quando: 7.1.1.3.1. Credor domiciliado ou residente no Brasil. 7.1.1.3.2. Réu mantiver vínculos no Brasil, como posse, propriedade, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos. 7.1.1.4. Decorrentes de relação de consumo, quando o consumidor tiver residência ou domicilio no Brasil. 7.1.1.5. As partes, expressa ou tacitamente, se submetem a jurisdição nacional. 7.1.2. Privativa – existem algumas matérias que necessariamente devem ser julgadas no Brasil, não sendo permitido a homologação de sentença que verse sobre elas. Compete exclusivamente a autoridade brasileira processar e julgar ações: 7.1.2.1. Relativas a imóveis situados no Brasil 7.1.2.2. Relativas a partilha no caso de divórcio, dissolução de união estável, testamento e inventário que envolvam bens situados no Brasil. 7.1.3. Cooperação Internacional – Será regida por tratado de que o Brasil faz parte, mas na ausência de tratado, poderá ser realizada com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. Será exercida pelo Ministério da Justiça, na ausência de designação específica. Observará: 7.1.3.1. Respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente 7.1.3.2. Igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros 7.1.3.3. Publicidade processual 7.1.3.4. Existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação 7.1.3.5. Espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras Obs.: não se exigirá reciprocidade para homologação de sentença estrangeira. Obs.: não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. Terá como objeto: 1. Citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 2. Colheita de provas e obtenção de informações; 3. Homologação e cumprimento de decisão; 4. Concessão de medida judicial de urgência; 5. Assistência jurídica internacional; 6. Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 7.2. Interna 7.2.1. Absoluta São regras de competência imperativas, cogentes e podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz a qualquer tempo no processo. A competência de foro é absoluta com relação a bens imóveis, que devem ser julgados pelo foro local. A competência de juízo é sempre absoluta Em razão da matéria: 7.2.1.1. Matéria eleitoral – Juiz eleitoral, TRE, TSE e STF.7.2.1.2. Matéria militar – Juiz militar, TJM, STM e STF. 7.2.1.3. Matéria trabalhista – Juiz trabalhista, TRT, TST e STF. 7.2.1.4. Matéria comum (sem intervenção da união) – Juiz de direito, TJ, STJ e STF. 7.2.1.5. Matéria comum (com intervenção da união) – Juiz federal, TRF, STJ e STF. (Obs.: salvo insolvência civil, falência, recuperação e acidente de trabalho) Em razão da prerrogativa de função: 7.2.1.6. Presidente e Ministros de Estado em crimes de responsabilidade conexos ao do presidente – Senado Federal. 7.2.1.7. Presidente, Ministros de Estados, Governadores dos territórios, Comandantes Militares de âmbito federal, embaixadores, Ministros do STF, Ministros de Tribunais Superiores, Deputados Federais e Senadores – STF. 7.2.1.8. Governadores em crimes de responsabilidade – Tribunal Especial. 7.2.1.9. Governadores em crimes comuns – STJ. 7.2.2. Relativa São regras de competência que devem ser ignoradas pelo juiz, prorrogando sua competência, salvo em caso de requerimento das partes em contestação. A competência referente ao valor da causa é sempre relativa. A competência de foro é sempre relativa, salvo exceção dos bens imóveis. Em regra, o que vale é o local de domicílio do réu. Hipótese Foro Mais de 1 domicílio De qualquer um deles Incerto ou desconhecido De onde for encontrado ou do domicílio do autor (Réu) sem domicílio ou residência no Brasil De domicílio do autor (Autor) sem domicílio ou residência no Brasil também Em qualquer um Mais de 1 réu, domicílios diferentes De qualquer um deles (escolha do autor) Execução fiscal De domicílio, residência ou onde for encontrado o réu (Autor da herança) Domicílio incerto Dos bens imóveis (Autor da herança) Imóveis em foros diferentes Qualquer um destes (Autor da herança) Não há bens imóveis De local dos bens do espólio Réu ausente De último domicílio Réu incapaz De Domicílio de seu representante ou assistente Autora a União De domicílio do réu Ré a União De domicílio do autor, ocorrência do ato ou fato, situação da coisa ou no DF Autor estados ou DF De domicílio do réu Réu estados ou DF De domicílio do autor, ocorrência do ato ou fato, situação da coisa ou capital do respectivo ente Pessoa jurídica Onde encontra-se sua sede, agência ou sucursal; onde deve ser satisfeita a obrigação Divórcio, etc... Domicílio do guardião de filho incapaz Último domicílio do casal Domicílio do réu Domicílio ou residência do alimentando (se pedir alimentos) Ação Forma pela qual se provoca a jurisdição, portanto a ação é o direito de demandar e ingressar em juízo para obter do Judiciário uma resposta a toda e qualquer prestação a ele dirigida. O juiz deve verificar os requisitos, ou seja, se na petição inicial há a presença dos elementos da ação (parte, causa de pedir e pedido). Se a petição inicial não estiver apta, poderá o juiz determinar sua emenda, em prazo não superior a 30 dias, sendo a ausência de tal, motivo para a extinção sem resolução de mérito. Somente haverá ação se for conferida uma resposta de mérito pelo Judiciário. Logo, se a demanda preenche os requisitos iniciais e permite ao juízo apreciar diretamente a matéria, dando procedência ou não, haverá ação. Condições da ação o Legitimidade “ad causam” – relação de adequação dos sujeitos, quanto ao conflito trazido a juízo e a qualidade para litigar sobre ele. Seja como sujeito ativo (demandante) ou sujeito passivo (demandado). Pode ser ordinária, quando o titular ao direito que vai a juízo postular em nome próprio, ou extraordinária, quando a lei autoriza que um terceiro substituo vá a juiz como parte postular de um direito que não lhe pertence. o Interesse de agir – formado por necessidade e adequação. Necessidade se configura quando sem ela o sujeito não tiver como obter o bem desejo. E adequação se configura quando o meio processual escolhido foi o pertinente nos termos da legislação processual. o Possibilidade jurídica do pedido – Não se admite formação de pretensões que vão contra a lei, a moral e os bons costumes. Para entender se o pedido é possível, o juiz deve se atendar aos demais elementos da ação não o pedido, sendo estes as partes e a causa de pedir. Elementos da ação o Partes – sujeito ativo (autor) e passivo (réu), ou seja, quem pede a tutela e em face de quem ela é postulada Obs.: existem ações que não possuem réu, como é o caso do divórcio consensual. E no campo contencioso, a investigação de paternidade, cujo o pai morreu sem deixar herdeiros conhecidos. Obs.: é possível que mais de uma pessoa figure no polo da ação, denominando- se tal ato de litisconsórcio. Obs.: representante não é parte. Obs.: nascituro, massa falida, espólio, herança jacente e vacante, sociedade sem personalidade jurídica e pessoa jurídica estrangeiras se tratam de entes despersonalizados que podem figurar como parte em um processo. Obs.: advogado não é parte no processo, apenas o representante da parte. Caso a parte seja membro da Ordem, poderá representar a si mesma o Causa de pedir – fundamentos de fato e de direito que embasam o pedido, ou seja, a justificativa do pedido Obs.: presumisse que o juiz conhece o Direito (jura novit cúria), consequência que leva a possibilidade de proferir sentença utilizando fundamento jurídico diverso da causa de pedir apresentada, desde que se atenha aos fatos. Obs.: a petição inicial pode invocar mais de uma causa de pedir em três casos. Quando invocados fatos de igual estrutura, que repercutem na esfera jurídica de uma pessoa (Ex.: várias violações de uma mesma cláusula contratual); fatos de igual estrutura, que conduzem a efeitos jurídicos que repercutem em diferentes esferas jurídicas (Ex.: dois autores vizinhos afirmam que o réu causou danos aos seus imóveis); fatos de estrutura diferente (Ex.: indicar não pagamento e uso indevido do imóvel ao buscar despejo). o Pedido – aquilo que em virtude da causa de pedir, postula-se ao órgão julgador. Obs.: o pedido deve ser certo e determinado. Certo ao identificar seu objeto e determinado (líquido) ao indicar a quantidade dos bens que pretendidos. Obs.: pode ser ilíquido e genérico em determinadas situações. Quando não for possível determinar em definitivo as consequências do ato ou fato ilícito, não se sabendo a extensão do dano sofrido; dano moral; quando a condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu, como em ações de exigir contas. Obs.: com relação a cumulação de pedidos, é preciso que os pedidos se relacionem, justificando-se o julgamento conjunto na mesma ação. Haverá cumulação subjetiva no caso de a demanda ser proposta contra mais de um réu (litisconsórcio passivo) e cumulação objetiva havendo fundamentos ou pedidos múltiplos. Obs.: quanto a cumulação objetiva, poderá ser simples (Ex.: quando o autor formula múltiplos pedidos e deseja obter êxito em todos, não dependendo um pedido do outro); sucessiva (Ex.: quanto o autor formula múltiplos pedidos e desejar obter êxito em todos, repercutindo um pedido em outro); alternativa (Ex.: quando o autor formula mais de um pedido mas o acolhimento de um exclui o do outro); eventual/subsidiária (Ex.: idêntica a alternativa, mas havendo uma ordem de preferência entre os pedidos) Petição Inicial 1. Deverá indicar i. Juízo a que é dirigida ii. Nomes e prenomes iii. Estado civil iv. Existência de união estável v. Profissão vi. CPF ou CNPJ vii. Endereço eletrônico viii. Domicílio e residência do autor e do réu ix. Fato e fundamentos jurídicos do pedido x. Valor da causa xi. Pedido e especificações xii. Provas do autor xiii. Opção pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. xiv. Se necessário, pedido de diligência para obtenção das informações anteriores xv. Documentosindispensáveis à propositura da ação xvi. Número da OAB xvii. Nome da sociedade de advogados xviii. Endereço do advogado Obs.: não cumprido os requisitos anteriores, o juiz determinará a emenda no prazo de 15 dias, sob pena de indeferimento. 2. Será indeferida quando: i. For inepta 1. Faltar pedido ou causa de pedir 2. Pedido indeterminado 3. Narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão 4. Contiver pedidos incompatíveis entre si ii. Parte ilegítima iii. Falta de interesse processual iv. Não indicar endereço, número da OAB e nome da sociedade de advogados da qual o patrono participa v. Exceder o prazo de 15 dias para emenda 3. Na contestação, antes de discutir o mérito o réu deverá alegar: i. Inexistência ou nulidade da citação; ii. Incompetência absoluta e relativa; iii. Incorreção do valor da causa; iv. Inépcia da petição inicial; v. Perempção; vi. Litispendência; vii. Coisa julgada; viii. Conexão; ix. Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; x. Convenção de arbitragem; xi. Ausência de legitimidade ou de interesse processual; xii. Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; xiii. Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 4. Se o réu não se manifestar precisamente sobre as alegações, presume-se que se verdadeiras, salvo se: i. Não for admissível confissão ii. Petição inicial não acompanhada de instrumento essencial ao ato iii. Fatos estiverem em contradição com a defesa em seu conjunto. iv. Se tratar de advogado dativo, curador especial ou defensor público. Resumo Lei processual civil no espaço – aderência ao território Lei processual civil no tempo – ex nunc Princípios do Direito Processual Civil Constitucional Infraconstitucional Isonomia Perpetuatio jurisdictionis Contraditório/Ampla defesa Impulso oficial Inafastabilidade da jurisdição Congruência/Correlação Imparcialidade Livre convencimento motivado Fundamentação das decisões Não-surpresa Publicidade Direito a solução de mérito Juiz natural Instrumentalidade Duplo grau de jurisdição Substanciação Devido processo legal Impugnação específica Razoável duração do processo Preclusão Assistência jurídica integral e gratuita Estabilidade da lide Indispensabilidade e inviolabilidade do advogado Oralidade Acesso à Justiça Boa-fé Segurança jurídica/Coisa julgada Cooperação Dignidade da pessoa humana Paridade de tratamento LIMPE Atendimento aos fins sociais e ao bem comum Licitude das provas Ordem cronológica Mecanismos de solução das lides e de tratamento dos conflitos Autotutela Mediação e conciliação Arbitragem Sujeitos do Processo Autor Réu Juiz MP Advogado Auxiliares Intervenção de terceiros Assistência Denunciação da lide Chamamento ao processo Nomeação à autoria Embargos de terceiro Recurso de terceiro prejudicado Princípios da jurisdição Investidura Aderência ao território Indelegabilidade Inafastabilidade Classificação (objeto) Estadual Federal Eleitoral Trabalhista Militar Classificação (organismo) Especial Comum Eleitoral Estadual Trabalhista Federal Militar Classificação (hierarquia) Superior Inferior Fases Cognição Execução Tipos Contenciosa Voluntária Não estatal Competência Internacional Interna Internacional Concorrente Privativa Interna Absoluta Relativa Condições da ação Legitimidade ad causam Interesse de agir Possibilidade jurídica do pedido Elementos da ação Partes Causa de pedir Pedido Atos processuais das partes Unilaterais Bilaterais Atos processuais do juiz Ato Recurso Despacho Não cabe recurso Decisão interlocutória Agravo de instrumento Sentença Apelação Pressupostos processuais Existência Validade Juiz regularmente investido Imparcialidade do juiz Citação válida Competência absoluta Capacidade processual das partes Ausência de dolo ou conluio Capacidade postulatória Coisa julgada Comunicação dos atos processuais fora do território Instrumento Destinatário Carta de ordem Instância inferior Carta rogatória Juízo estrangeiro Carta precatória Mesma instância Carta arbitral Poder Judiciário Petição inicial deverá conter Juízo Nomes Estado civil União est. Profissão CPF/CNPJ E-mail Nº da OAB Fato e fundamentos Pedido Valor da causa Provas Opção da mediação ou conciliação Pedido de diligência Domicílio do autor e do réu Nome da sociedade de advogados Endereço do advogado Documentos indispensáveis Petição inicial será indeferida quando Inepta Parte ilegítima Falta de interesse processual Falta de nº da OAB Falta nome da SA Falta end. do adv. Não emendar Considera-se inepta quando Faltar pedido ou causa de pedir Pedido indeterminado Narração não decorrer a conclusão lógica Pedidos incompatíveis Antes de discutir o mérito, o réu deverá alegar In. ou nul. da citação Incompetência Incorreção do valor Inépcia da petição inicial Perempção Litispendência Coisa julgada Conexão Incapacidade da parte Defeito de representação Falta de autorização Convenção de arbitragem Ausência de legitimidade ou interesse Falta de caução Concessão indevida de gratuidade Não se presume verdadeiras as não impugnadas quando Não admissível a confissão Advogado dativo Defensor público Curador especial Falta instrumento essencial Contradição com a defesa
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