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Para gostar do direito - resumo do livro

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Para gostar do direito – João Baptista Herkenhoff
Capitulo 2 – Definições e concepções do direito. Disciplinas que estudam o fenômeno jurídico.
- A palavra ‘’direito’’ provém do baixo latim. Equivale a ‘’guiar, conduzir, traçar, alinhar, endireitar, ordenar’’.
- Os romanos usavam a palavra jus para significar o que era lícito.
- No primeiro sentido, direito é o conjunto de normas ou regras jurídicas.
- O direito, como norma, pode ser empregado para significar:
* A norma jurídica reguladora da conduta social do homem;
* O conjunto de normas relacionadas a um ramo determinado do direito (penal, civil);
* O sistema de normas jurídicas vigentes num determinado país (direito brasileiro, francês)
- O direito como uma norma também é chamado de direito positivo. É o direito institucionalizado pelo Estado, segundo Paulo Nader. É o sistema normativo-jurídico vigente em determinada época e lugar, segundo Luiz Fernando Coelho.
- No segundo sentido, o direito é a autorização que um sujeito tem para exigir a prestação de um dever por parte de outro sujeito.
- O direito como faculdade apresenta-se de duas formas diferentes:
* Como interesse (ex: direito ao sossego noturno)
* Como função (ex: direito ao exercício livre do mandato parlamentar – em favor do povo, da democracia)
- No terceiro sentido, o direito é a ideia ou o ideal de justiça, ou o bem devido por justiça, ou a conformidade com as exigências da justiça.
- Jusnaturalismo: corrente de pensamento que reúne todas as teorias do Direito Natural.
- A principal divergência na conceituação do Direito Natural encontra-se no problema da origem e fundamentação desse direito.
- Hermes Lima viu o Direito Natural como um conjunto de princípios que atribuídos a Deus, à razão, ou havidos como decorrentes da natureza das coisas, independem da convenção ou legislação. Este conjunto de princípios seriam determinantes, informativos ou condicionantes das leis positivas.
- A ideia de Direito Natural está morta na atualidade? Alguns pensadores pensam que sim, outros discordam. Alguns propõem um dilema ou recusam essa visão.
- Como em toda superação dialética, - explica Roberto Lyra Filho, - importa conservar os aspectos válidos de ambas as posições e rejeitar os demais.
- É necessário compreender que vivemos em um tempo de pluralismo cultural.
- A concepção ética do Direito deve provir do próprio pluralismo, sem dogmatismo, antropologicamente.
- Necessidade de um padrão válido, fora e além do direito, para proteger o direito. (Carl J. Friedrich).
- Num quarto sentido, o direito é o setor do conhecimento que investiga o fenômeno jurídico.
- A palavra ‘’direito’’ serve tanto para designar o ramo do conhecimento (Ciência do Direito), quanto o objeto desse ramo do conhecimento.
- Num quinto e último sentido, o direito é um fato social.
- Independente de ser um conjunto de significações normativas, é também um conjunto de fenômenos que se dão na vida social.
- Köhler conceituou o direito como um fenômeno da cultura.
- Qual a origem do Direito? Ideia inata humana? Produto cultural/histórico? Expressão jurídica dos interesses da classe dominante?
- O Direito como ideia inata: é considerar o sentimento de direito e de justiça como parte integrante da natureza humana.
- O Direito como noção histórica: afirma que os direitos se transformam à medida que se alteram os interesses da vida. 
- O Direito como uma expressão histórica de uma classe economicamente dominante: nessa linha, o direito deriva das relações materiais de produção. As relações de produto precisam ser regulamentadas (de acordo com os interesses da classe dominante), à medida que surgem.
- Segundo N. V. Krylenko, as relações sociais são tuteladas pela classe dominante, mediante a força coercitiva, com a mediação do direito.
- M. I. Strogovic vê o direito como um conjunto de regras de conduta que exprimem a vontade da classe dominante.
- C. H. Porto Carreiro diz que o direito tem uma natureza histórica e um caráter de classe, exprime o interesse da classe dominante, cristalizado na lei.
- A visão de direito como ideia inata é, ao nosso ver, equivocada, quando pretende dar ao direito um sentido estático, anterior e superior à história e aos conflitos de classe. Acreditamos que a mais correta perspectiva é a que procura explicar o direito como expressão histórica da classe economicamente dominante.
- O fenômeno jurídico pode ser analisado por diversos ângulos, correspondentes a disciplinas especificas.
* As principais disciplinas que estudam o fenômeno jurídico são a Dogmática Jurídica, a Filosofia do Direito, a Sociologia do Direito, a História do Direito, a Antropologia do Direito e o Direito Comparado.
- Cada um dos saberes jurídicos tem sua contribuição a dar. Isto se querermos apreender com sabedoria e realidade e se tencionarmos a fazer do Direito um instrumento de Justiça e progresso social. 
Capitulo 3 – O Direito é ciência?
- Essa questão divide os doutrinadores.
- Aurélio Wander Bastos diz que a questão da cientificidade do Direito é o problema central dos estudos jurídicos.
- Os autores que se filiam ao Positivismo negam a cientificidade do Direito.
- Kirchmann afirma que a instabilidade do Direito representa a mais flagrante impossibilidade de sua aceitação como ciência. Fenômeno histórico, mutável, o Direito não admite generalização. E a formulação de generalizações é imprescindível ao saber cientifico. Ele também apontava um atraso considerável ao saber jurídico, em comparação ao desenvolvimento das demais ciências.
- Segundo Paul Koschaker, o Direito não é ciência porque não se propõe a descobrir verdades.
- Nassubaum também nega a cientificidade do Direito porque não teria validade universal.
- Franz W. Jerusalém diz que o Direito não é ciência pois carece da liberdade de pensamento inerente a toda ciência autentica. O trabalho do jurista não é livre, segundo ele, porque está subordinado à autoridade da teoria predominante.
- Paulino Jacques pensa que o Direito é mais que ciência, isso porque o Direito é Política, a mais alta e complexa forma de conhecimento.
- A Escola dos Pandectistas considerava o Direito como um corpo de normas positivas. Afirmavam a cientificidade do Direito através do esforço de dar valor geral a certos conceitos, independente da consagração deles em qualquer sistema jurídico.
- Capograssi defendeu a cientificidade do Direito dizendo que o objeto da ciência do Direito não é a norma jurídica, mas a experiencia jurídica.
- A norma jurídica é mutável e a experiencia jurídica possui certa estabilidade. Ela conserva como tradição a experiencia passada.
- Angel Latorre refutou o argumento de Kirchmann quanto à instabilidade das normas jurídicas. Disse que as normas mudam com frequência, mas um sistema jurídico não costuma de transformar de maneira brusca.
- Carlos Cossio veem o Direito como uma ciência normativa. Para ele, a ciência do Direito é normativa porque conhece seu objeto mediante normas – não ministra ou conhece normas, conhece seu objeto.
* Teoria Egológica do Direito: Afirma que o objeto a ser conhecido pelo jurista é a conduta humana considerada sob certo ângulo particular. PO objetivo a ser conhecido pelo jurista não são as normas. As normas jurídicas são apenas conceitos através dos quais a conduta é conhecida como conduta.
- O Direito é conduta, não norma.
- O Direito efetivamente progride quando o jurista passa a ser critico e não servo do direito vigente; quando o jurista recusa a força conservadora no Direito e o coloca a serviço das forças progressistas; e quando o jurista se integra ao povo, participa da prática do povo, repensa o Direito com o povo, recria o Direito com o povo, a partir das experiencias do povo.
- O Direito e sua importância independem de ser esse conhecimento considerado, ou não, cientifico. Não é isso que irá definir o papel do Direito na sociedade.
Capitulo 4 – Os fatores do Direito
- Os fatores que influem no Direito são de duas ordens:
a) Fatores Naturais: Decorrentes do reino da natureza, os quais exercem um amplo condicionamento sobrea vida humana.
b) Fatores Sociais, Culturais ou Históricos: São aqueles produzidos pelo ser humano, inclusive por sua ação na natureza.
- (Marx) O conjunto de relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade. Essa estrutura econômica é a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política.
- O Direito integra a superestrutura social, em primeiro lugar, como ideologia. O Direito é a expressão ideológica de um momento social, correspondente aos interesses da classe dominante.
- E em segundo lugar, integra como elemento integrante da organização social.
- Marx e Engels afirmam que o Direito não pode nunca ser mais elevado que a ordem econômica e o grau de civilização que lhe correspondem.
- Hermes Lima diz que o Direito não é apenas reflexo da constituição econômica. Entretanto, as forças econômicas influem, de maneira decisiva, na modelação do núcleo mais importante de qualquer sistema de direito positivo. As relações econômicas sociais estão, a cada passo, criando o seu Direito.
- ‘’Direito Alternativo’’: Soma e síntese de diversas vertentes de pensamento, diversas práticas de resistência no campo do Direito, diversas tentativas de organização e de militância. Buscam edificar um pensamento e uma prática jurídica que sejam instrumentos de um ‘’novo mundo’’.
- Três laços unem todas essas correntes e todos esses pensamentos:
* A inconformidade com o atual estado do ensino jurídico, predominantemente reprodutor de modelos metodológicos e de matrizes filosóficas de extração positivista;
* A resistência à impermeabilidade de uma certa Ciência do Direito às demandas sociais e à imersão da reflexão jurídica na realidade concreta de uma sociedade dividida, com claros antagonismos de interesses;
* A tentativa de transformar a pratica jurídica e judiciária em conservadora, que se exercita entre nós. Essa prática pretende ser politicamente neutra, mas, na verdade, está a reboque de forças sociais e econômicas insensíveis ao apelo de transformação profunda exigida pela injusta estrutura social brasileira.
- O Direito deve ser instrumento de convivência e de Justiça, não aparelho legitimador de um mundo onde poucos têm carta de alforria para usufruir de todos os privilégios, e a maioria não tem nem mesmo o que comer. (A respeito do Brasil, país de Terceiro Mundo)
- Todo Direito brasileiro está perpassado da ideologia capitalista. Por exemplo, um crime de latrocínio é punido com mais severidade do que um crime de estupro seguido de morte.
- A lei também possui contradições.
- O conhecimento da economia é importante para o jurista, pois é necessária uma interpretação econômica do Direito.
- O fator religioso também tem uma grande influência sobre o Direito.
- A, L. Machado Neto diz que a proximidade do Direito antigo para com suas fontes religiosas é tão grande que se torna difícil ou mesmo impossível separar legislador e profeta, jurista e sacerdote, código e livro sagrado, crime e pecado, lei e tabu, pena e purgação de pecados, processo e ritual, ostracismo e excomunhão, Direito e Religião.
- Com o processo de secularização, o Direito e a Religião se separaram gradativamente. Modernamente, a influência das concepções religiosas sobre o Direito parece obedecer a duas tendências distintas: De um lado, acentua-se o processo de secularização, exclui-se cada vez mais o domínio legal do que é apenas religioso. De outro lado e em sentido oposto cresce o sentimento da Religião encarnada. A crença deve fornecer critérios para julgar toda a realidade, inclusive a realidade legal.
- Outra relação importante é a do fator político com o Direito.
- C. H, Porto Carreiro diz que a política não deseja uma ordem jurídica justa. Quer apenas uma ordem jurídica que seja capaz de proteger os interesses da classe economicamente poderosa.
- Segundo Cid Silveira, o Direito começou a ser instituído justamente pelos que dominavam. Se reconheceram direitos beneficiando os mais fracos, foi certamente ante o medo da insubordinação deles, já que constituíam a maioria.
- Conclusão: O Direito não está ilhado dentro da sociedade, nem tem um desenvolvimento autônomo, assim como a Economia, a Religião e a Política. Os fatores jurídicos, econômicos, religiosos e políticos exercem influência uns sobre os outros.
Capitulo 5 – Relações do Direito com os outros ramos do conhecimento
- Conexões mais próximas: Filosofia, Economia, Sociologia, História, Antropologia, Ciência Política, Psicologia, Criminologia, Medicina Legal, Psiquiatria e Criminalística.
- Filosofia e Direito:
* A filosofia busca a essência das coisas. A filosofia, segundo a expressão de Porto Carreiro, trata de ‘’desfenomenalizar o fenômeno para essencializar a essência’’.
* A filosofia do Direito pretende ‘’reduzir o Direito a seus últimos fundamentos’’, como quer Oswaldo von Nell-Breuning.
- Economia e Direito:
* Economia é a ciência cultural que estuda a atividade humana relativa à riqueza.
* É importante porque uma tentativa de compreender o fenômeno jurídico, abstraindo as condicionantes econômicas, não levaria a qualquer conclusão válida.
- Sociologia e Direito:
* O Direito é um fato social, resultante de diversos fatos sociais. Como fato social, é objeto da Sociologia.
- História e Direito:
* Gabriel Monod definiu a História como o conjunto das manifestações da atividade e do pensamento humanos, considerados em sua sucessão, desenvolvimento, relações de conexão ou dependência.
* Savigny dizia que todo jurista deve ser um historiador.
* A importância da História para o Direito não se limita a História do Direito. Um aprofundamento na História de modo geral, suas bases, conflitos e fatos é essencial para a compreensão do Direito de ontem e do Direito de hoje. Só através da História, dialeticamente considerada, será possível compreender e interpretar o fenômeno jurídico.
- Antropologia e Direito:
* Antropologia – estudo do homem. Dividida entre Física e Cultural.
* A Antropologia Cultural, especialmente, é de grande valia para alargar a visão do Direito.
* Segundo Naylor Salles Gontijo, a Antropologia, por encerrar um sentido de totalidade, é capaz de transmitir à Ciência do Direito informações completas das características biológicas, culturais e sociais do homem, uma vez que focaliza, de um ponto de vista comparativo, as semelhanças e as diferenças existentes entre os próprios homens.
- Ciência Política e Direito:
* A Ciência Política tem por objetivo a consideração do fenômeno político e do funcionamento do poder, em sua máxima amplitude.
* Mantém íntima relação com o Direito: poque o Direito Estatal é o que predomina na atualidade; por ser o Direito Constitucional aquele que dá o contorno das instituições do Estado e as balizas do funcionamento do poder; e por a relação Ciência Política-Direito decorrer da circunstancia de que a Ciência Política oferece perspectivas que alargam em muito a compreensão do fenômeno jurídico.
- Psicologia e Direito:
* A Psicologia é a ciência dos fenômenos psíquicos e do comportamento humano.
* O Direito pode receber uma grande contribuição da Psicologia: na área do Direito Penal (compreensão da personalidade do réu, vítima, motivos e etc); na área do Direito Processual (investigação da psicologia do testemunho); na área do Direito de Família, do Direito da Criança e do Adolescente, do Direito Penitenciário (apreensão das realidades psicológicas das pessoas e circunstancias presentes nesses ramos do Direito.
- Criminologia e Direito:
* Criminologia é a ciência que se ocupa do fenômeno criminal, sua gênese, suas características, suas formas, sua prevenção, seu tratamento.
* Ela mantém íntima relação com o Direito Penal e com o Direito Penitenciário.
* O Direito Penal vê o crime sobretudo como fato jurídico, enquanto a Criminologia trata-o como fenômeno humano e social.
* O Direito Penitenciário assegura os direitos dos presos e delimita as restrições que esses direitos podem ter. Se relaciona com a Criminologia por ser propósito dela a prevenção e o tratamento do crime.
- Medicina Legal e Direito:
* Não constituiuma ciência autônoma. É o conjunto de conhecimentos da Medicina aplicados ao Direito.
* Direito Civil: por exemplo, é a perícia médico-legal que possibilita o reconhecimento de paternidade demandada por um filho.
* Direito do Trabalho: é a perícia médico-legal que caracteriza e classifica a insalubridade e a periculosidade nas atividades do trabalho.
* Direito Penal: as perícias que vão tipificar certos crimes previstos no Código Penal, como homicídio, estupro, etc.
- Psiquiatria e Direito:
* Psiquiatria – parte da medicina que trata do estudo das doenças mentais.
* O Direito encontra-se com a Psiquiatria quando aborda os aspectos socio patológicos da conduta humana.
- Criminalística e Direito:
* Criminalística é a ciência que tem por objetivo a descoberta dos crimes e a identificação dos respectivos autores. Utiliza provas periciais, exame científico do testemunho e muitas outras técnicas.
* É uma ciência auxiliar do Direito, de muita importância no campo da prova.
Capitulo 6 – Fatos jurídicos e relações jurídicas
- Há, no Direito, conceitos gerais (comuns às diversas áreas do saber jurídico) e conceitos específicos (relacionados com cada ramo do Direito em particular).
- Conceitos gerais mais importantes: Fato Jurídico e Relação Jurídica.
Fatos Jurídicos
- Acontecimentos, naturais ou voluntários, aos quais o direito positivo atribui significação.
- Exemplos em sentido estrito: nascimento, morte, idade, inundações, desabamentos, etc.
- Características que os definem:
* referem-se a acontecimentos relevantes, pela ótica do legislador;
* são produzidos por ato de vontade do homem ou por fato da natureza;
* possuem alteridade (vínculo entre pessoas);
* possuem exterioridade (podem ser constatados objetivamente).
- Fatos jurídicos em sentido amplo dividem-se em: 
1) Fatos jurídicos em sentido estrito:
* Acontecimentos naturais ordinários -> fenômenos normais, regulares e previsíveis, como por exemplo o nascimento.
* Acontecimentos naturais extraordinários -> fatos que não se apresentam com regularidade, que são imprevisíveis, como o caso fortuito, a força maior e o fato do príncipe.
Caso Fortuito: aquele que resulta de um fenômeno previsível, mas não quanto ao momento, ao lugar ou ao modo de sua verificação. Ex: uma inundação que intercepte as comunicações e impeça uma empresa transportadora de cumprir um contrato de transporte.
Força Maior: acontecimento absolutamente inusitado, extraordinário e imprevisível. Ex: a ocorrência de um terremoto onde o fenômeno não seja habitual.
Fato do Príncipe: impedimento de cumprir as cláusulas de um contrato, em decorrência de normas ou atos emanados do Poder Público.
2) Fatos jurídicos humanos ou voluntários: são aqueles que dependem da vontade, é a ação humana propriamente dita. Ex: uma doação, uma troca, etc. Dividem-se em:
* Atos lícitos -> são todos aqueles não vedados pelo Direito, são todos aqueles que estão na esfera do Direito. O campo lícito abrange o que o Direito permite expressamente; o que o Direito não veda; o que é indiferente ao Direito; o que o Direito não disciplina, nem vedando nem permitindo. Os atos lícitos têm por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
* Atos ilícitos -> são todos aqueles proibidos pelo Direito. Classifica-se em ilícito civil ou ilícito penal. O ilícito civil é a ação ou omissão voluntária, negligente ou imprudente que viola o direito de terceiros ou a estes causa prejuízo e traz como consequência a obrigação de reparar o dano. O ilícito penal é toda ação ou omissão, consumada ou tentada, que a lei defina como crime ou contravenção.
Relação Jurídica
- Relação complexa total, intercedente entre duas ou mais pessoas, munida de consequências jurídicas.
- A relação jurídica é integrada por dois elementos: o sujeito ativo e o sujeito passivo.
- Relação Jurídica de Direito Privado: o sujeito ativo da relação jurídica é o titular do direito subjetivo. O sujeito passivo é o devedor, aquele que está obrigado por uma lei a uma prestação para com o sujeito ativo. Ex: Num caso de empréstimo de dinheiro, o sujeito ativo é o credor e o sujeito passivo é o devedor.
- Relação Jurídica de Direito Público: o sujeito ativo é o detentor de imperium, competência, poderes e funções, ou seja, o Estado. O sujeito passivo é toda pessoa obrigada a sujeitar-se ao poder do Estado. Ex: Na obrigação tributária, o sujeito ativo é o ente público titular do direito de exigir o tributo. O sujeito passivo é a pessoa obrigada a satisfazer a prestação tributária, ou seja, o contribuinte.
- Outros critérios pelos quais podem ser encaradas as relações jurídicas classificam-se em:
* Relações Jurídicas Pessoais: se caracterizam pela inter-relação de condutas. A conduta de uma parte depende da conduta de outra.
* Relações Jurídicas Reais: o sujeito ativo detém poderes e faculdades, que exerce sobre coisa (móvel ou imóvel). O sujeito ativo é o titular do direito real e o sujeito passivo são todas as demais pessoas, obrigadas a respeitar o exercício do direito real.
* Relações Jurídicas Formais ou Solenes: supõem de forma especial, prevista em lei.
* Relações Jurídicas Informais: decorrem de ato, fato ou conduta que, por lei, não exige qualquer espécie de formalidade ou solenidade.
* Relações Jurídicas de Subordinação: de um lado está o Estado munido de imperium, numa posição de superioridade, e de outro estão as pessoas, de um modo geral.
* Relações Jurídicas de Coordenação: em partes, teoricamente, estão em situação de igualdade. São relações jurídicas de coordenação: as de direito privado (mesmo quando o Estado participa, ele é despido de imperium); as de direito público (o Estado aparece como sujeito passivo, com dever de respeitar os direitos e franquias individuais e coletivas); e as de direito público internacional (os Estados participam como portadores de soberania).
- As relações jurídicas e os direitos subjetivos são tutelados pelo Direito.
- Nas sociedades modernas, a defesa de direitos, nas relações jurídicas, é feita através da ação judicial.
- Ação Judicial: meio assegurado pela lei para a tutela do direito subjetivo. A todo direito deve corresponder uma ação que o assegure.
- Admite-se a autotutela nos casos de legítima defesa, estado de necessidade, retenção da coisa do devedor enquanto não pago o débito e etc.
- Legítima defesa: quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão a direito seu ou de outrem. A legítima defesa exclui o crime, a ilicitude da ação ou omissão voluntária, negligencia, ou imprudência, que viole direito ou cause prejuízo a outrem.
- Estado de necessidade: quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provoca por sua vontade, nem podia de outro modo evitar. Exclui o crime e exclui a ilicitude do ato.
- O princípio da ubiquidade é o que proíbe excluir da apreciação da justiça qualquer lesão de direito individual. Esse princípio é fundamental dentro do Estado de Direito porque não deixa ao abandono do socorro judicial nenhuma pessoa e nenhum direito.
- O ato final do juiz num processo é chamado de sentença.
- Para alguns autores, a sentença teria apenas uma função declaratória do direito preexistente; para outros, a sentença também cria o direito.
- A função criadora de Direito aparecerá nas seguintes hipóteses:
* quando a lei não é clara, ou é imperfeita, ou é lacunosa;
* quando o juiz decide por equidade, expressamente autorizado pela lei, ou, sem autorização expressa, para salvaguardar valores irrecusáveis de Justiça;
* quando se busca assegurar a adaptação do Direito à evolução dos fatos;
* quando de impõe a regulamentação das situações de crise;
* quando se faz necessário abrigar valores fundamentais da ordem jurídica, acima da legalidade estrita.
Capitulo 7 – Técnica Jurídica
- O Direito é uma ciência normativa ética e sua finalidade é dirigir a conduta humana na vida social.
- O Direito, numa segunda perspectiva, é uma ciência cultural quando adotamos a perspectiva de estuda-lo como produto da cultura.
- E numa terceira perspectiva, oDireito pode ser considerado uma ciência normativa técnica. Isso enquanto ele tem por objeto o estudo ou conhecimento das normas do fazer, na perspectiva legislativa ou forense.
- Técnica Jurídica: é a técnica do ‘’fazer’’. É o conjunto dos procedimentos adequados à explicação e realização concreta do Direito.
- Observação: a técnica é útil e indispensável ao Direito, mas o Direito não é só a técnica.
- Campos nos quais se efetiva a técnica jurídica:
1) A técnica da formulação legislativa:
* Técnica da elaboração legislativa: utilizada na composição e apresentação do ato legislativo, em sentido amplo. Diz respeito apenas aos aspectos exteriores e formais de que se devem revestir os textos legais. -> maneira de que se revestem os textos legais (artigo, parágrafo etc.)
* Técnica do processo legislativo: aquela que ministra conhecimentos e procedimentos adequados para a proposição e andamento dos projetos de lei, sua aprovação, sanção, promulgação e publicação. Essa técnica cuida dos aspectos formais do Processo Legislativo.
Processo Legislativo 
a) Iniciativa da lei: pode partir do Poder Executivo ou Legislativo. 
b) Exame pelas comissões técnicas da casa legislativa: é o estudo dos projetos por comissões do Poder Legislativo.
c) Discussão e aprovação pelo plenário (conjunto dos membros do Poder Legislativo).
d) Revisão pela segunda câmara legislativa, quando vigora o sistema bicameral: no caso do Brasil, o Poder Legislativo, no âmbito federal, é formado por duas câmaras legislativas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
e) Sanção: é o ato através do qual o Chefe de Governo ou o Chefe de Estado aprova uma lei, votada pelo Poder Legislativo. O oposto de sanção é veto.
f) Promulgação: é a comunicação da existência da lei aos seus destinatários (cidadãos).
g) Publicação: é a inserção da lei no jornal oficial.
2) A técnica da sistematização do Direito;
* Destina-se a concentrar, organizar, sistematizar ou unificar a matéria jurídica. O que é extremamente necessário, devido à extensão e à complexidade das leis na época moderna.
* Também integra a técnica da sistematização do Direito a organização e sistematização da jurisprudência. Esse trabalho consiste em reunir, organizar e sistematizar as decisões dos tribunais.
3) A técnica da elaboração das sentenças, arrazoados, petições etc., bem como da interpretação jurídica:
* A técnica da interpretação jurídica é a que permite tornar claras as expressões do Direito.
* A técnica da aplicação do Direito é a que sucede à técnica da interpretação. A interpretação conduz a buscar o conteúdo da lei, sua substância, e pela interpretação o aplicador ajustará essa substância ao caso concreto.
* Essa técnica deve se submeter a uma teoria científica chamada de Hermenêutica Jurídica.
- Segundo Abelardo Torré, a técnica jurídica lança mão de meios formais e meios substanciais. Os MEIOS FORMAIS utilizados pela técnica jurídica são:
1) A linguagem: no campo do Direito, a lei é uma linguagem. Os elementos que integram a linguagem na técnica jurídica são:
* O vocabulário jurídico
* As fórmulas (atos, gestos ou palavras, rigidamente estabelecidos, para a prática de um determinado ato jurídico) -> a tendência moderna do Direito é a eliminação das fórmulas
* Os aforismos (máximas gerais e concisas, que resumem uma regra de Direito)
* O estilo jurídico (peculiaridade que ganha a linguagem verbal, quando colocada a serviço da expressão do pensamento, nas diversas atividades humanas ligadas ao Direito)
Obs: numa sociedade democrática, o Direito deve buscar o máximo de entendimento popular.
2) As formas: solenidades impostas pela lei, para a validade ou a prova do ato jurídico
3) O sistema de publicidade: recurso de que se vale a técnica jurídica para que se tornem públicos aqueles atos ou fatos da vida jurídica que, direta ou indiretamente, afetem o bem comum, oi o interesse de terceiros. O sistema de publicidade é usado:
* Na técnica de aplicação do Direito, quer em atos judiciais, que em atos extrajudiciais. Ex: audiências públicas.
* Na técnica de formulação do Direito. Ex: divulgação dos projetos de lei.
- MEIOS SUBSTANCIAIS usados pela técnica jurídica:
1) As definições: no campo do Direito, a ‘’definição jurídica’’ tem como finalidade precisar o sentido de um vocabulário jurídico, fornecer a expressão verbal de um elemento integrante do Direito etc.
2) Os conceitos: os conceitos jurídicos favorecem a simplificação dos textos legislativos, ao mesmo tempo que lhes imprimem maior rigor e precisão lógica.
3) As categorias: são os quadros fixos fora dos quais os fatos não possuem consequência jurídica. No Direito Penal, fora do quadro fixo reina a impunidade. São exemplos de categorias jurídicas: o ato jurídico, o direito subjetivo, o ilícito etc.
- Presunção -> é a conclusão que se tira de um fato conhecido, para provar a existência de outro, desconhecido. Classificam-se em:
1) Simples ou comuns: aquelas que resultam do senso comum. Integram a técnica de aplicação do Direito.
2) Legais: aquelas estabelecidas por lei. Dividem-se em:
a) Absolutas: aquelas que não admitem prova em contrário. São casos de presunção absoluta, acolhidos pelo Direito brasileiro:
* Admitir que a coisa julgada encerra a verdade.
* Presumir que todas as pessoas conhecem a lei, de moda a impedir que alguém se escuse alegando ignorância.
b) Relativas ou condicionais: aquelas que admitem prova em contrário. São exemplos de presunções relativas, acolhidas pelo Código Civil brasileiro:
* O domínio exclusivo e ilimitado, até prova em contrário.
* A paternidade legítima dos filhos concebidos na constância do casamento.
* A morte simultânea de pessoas, que faleçam na mesma ocasião, sem que se possa averiguar quem morreu primeiro.
- A ficção jurídica é um instrumento de técnica legislativa. Visa transportar o regulamento jurídico de um fato para fato diverso que se deseja comparar ao primeiro, seja por analogia de situações, seja por outras razões. Ex: considerar as Embaixadas como se estivessem no território de seus respectivos Estados.
Capitulo 8 – Lei e Direito, Justiça e Segurança Jurídica
 - O Juiz e os demais profissionais do campo jurídico não são servos da lei, são servos do Direito.
- A lei deve servir ao Direito.
- Eduardo Couture afirma que quando a lei e a Justiça entram em conflito, deve o juiz ficar com a Justiça.
- Quando há um atrito entre a Lei e o Direito, tem-se uma questão ética, um choque de valores e não uma questão meramente jurídica e muito menos uma questão meramente legal. As decisões valorativas não estão no domínio da lei, estão no domínio da Ética. Entre dois valores, com a ética nos guiando, devemos decidir pelo valor de maior hierarquia. Entre o Direito e a Lei, o valor de maior hierarquia é o Direito.
- A Justiça e a Segurança Jurídica são dois valores essenciais a ser preservados na ordem jurídica.
- O ideal seria que um sistema jurídico proporcionasse o máximo de Justiça e o máximo de segurança.
- A segurança jurídica é um bem devido aos cidadãos por imperativo de Justiça. De outro lado, a plenitude de Justiça exige segurança jurídica.
- Na dinâmica da vida jurídica, pode haver e há com frequência um choque entre esses dois valores. A Justiça para o maior número pode comprometer a segurança de alguns.
- Uma das funções do Direito é preservar a segurança, contudo, a Justiça é um valor superior a este.
- Segundo Radbruch, o homem de Direito que vive a Justiça, que tem sua visão de mundo fundada na Justiça, é idealista e progressista; o que vive a segurança é positivista e conservador.
- A segurança jurídica deve ser em favor de todos e não apenas em favor dos que já são privilegiados.
- Um grande desafio encontrado pelos juristas progressistas é a exploração da contradição da lei.
- Direito Alternativo -> tentativa de ver o Direito a partir das classes populares.

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